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1.

Na família abaixo há três indivíduos afetados por uma doença


neurológica muito rara.

I – Dê as razões para que essa doença tenha ou não tenha herança:

a – ligada ao X dominante. – Não é esse o padrão de herança, pois há pulo de


gerações, ou seja, casais normais com filhos afetados.

b – ligada ao X recessiva. – Não é esse o padrão de herança, pois tem homem


normal (I-2) tendo filha afetada (necessita de dois X afetados)

c – autossômica dominante.- Não é esse o padrão de herança, pois há pulo de


gerações.

d – autossômica recessiva. – Este é o padrão de herança correto. Há pulo de


gerações, pais normais tendo filhos afetados, e casal co-sanguineo normal
tendo filho afetado (aumento de risco). Homens e mulheres afetados em igual
proporção, sem ligação com o sexo.

II – Com base no modo de herança que você identificou como o mais provável
para essa doença:
a – calcule a probabilidade de que uma outra criança do casal III-5 e III-6 seja
afetada; - ¼ = 25%

b – o que você diria ao casal III-1 e III-2 quanto aos ricos para sua prole? - III-1
não é aparentado, então a probabilidade de ser Aa é muito baixa, logo o risco
do casal ter filho afetado é desprezível.
2. Indique qual dos conceitos abaixo melhor se relaciona com as situações
descritas nos textos de a a e,justificando em duas linhas.

penetrância incompleta; expressividade variável; herança mitocondrial;


mutação nova; heterogeneidade genética; mosaicismo germinativo

a) A acondroplasia é uma forma de nanismo que se manifesta sempre que o


gene alterado está presente no indivíduo. Um casal fenotipicamente normal
teve uma criança afetada. – Mutação nova: doença dominante, casal normal
com filho afetado. Ocorreu uma mutação nova. Pode ocorrer mosaicismo
germinativo.

b) Numa grande família em que existem vários indivíduos surdos em quatro


gerações, as mães afetadas têm os filhos e as filhas afetadas, mas a prole
dos homens afetados é sempre normal. – Herança mitocondrial: homens
afetados não passam a doença. As mitocôndrias são passadas apenas da
mãe para os filhos/as.

c) Um casal de surdos-mudos de herança autossômica recessiva têm 5 filhos


com audição normal. – Heterogeneidade genética: diversos genes
diferentes podem determinar um mesmo fenótipo. Pais surdos com genes
diferentes afetados. Doença recessiva, então os fillhos nascem normais.

d) A mãe de uma criança com neurofibromas múltiplos, de herança


autossômica dominante, tem algumas pequenas manchas “café com leite”
na pela. – Expressividade variável: herança dominante. As duas
apresentam a doença, mas com intensidades de fenótipo diferentes.

e) Um menino com defeito ósseo de mãos e pés causado por um gene


dominante tem pais normais, mas sua avó paterna tem o mesmo defeito. –
Penetrância incompleta: o pai apresenta o gene mutado, mas não expressa
o fenótipo. O filho recebe o alelo mutado e nele a pentrância é completa,
apresentando a doença.

3.No quadro abaixo estão as freqüências de concordância das doenças A, B, C


e D em pares de gêmeos.

Com base na concordância entre os gêmeos, identifique as doenças que


tenham mais provavelmente herança mendeliana, dominante ou recessiva,
herança multifatorial ou que sejam determinadas por agente infeccioso.
Justifique.
A – Mendeliana recessiva: mono 100%, mostrando a influência genética.
Padrão mendeliano recessivo pois tem 100% em mono e 25% em dizi

B – Mendeliana dominante: mono 100%, mostrando a influência genética.


Padrão mendeliano dominante pois tem 100% em mono e 50% em dizi.

C – Agente infeccioso: proporção igual entre os gêmeos mono e dizi,


demonstrando que não há influência genética, apenas ambiental.

D – Multifatorial: proporção em mono é maior que dizi, demonstrando a


influência genética. Mas não chega a 100% em mono, o que demonstra que
também existe uma influência ambiental, e não apenas genética. Multifatorial =
ambiente + genética

4. Maria e Pedro, dois indivíduos da população, tiveram estenose de piloro, que


é uma malformação congênita 5 vezes mais freqüente em meninos do que me
meninas. Maria e Pedro se casaram, respectivamente, com Manuel e Sandra,
que são irmãos. Na família de Manuel e Sandra não há casos de estenose de
piloro. Pergunta-se:

a) O risco de Maria e Manuel virem a ter descendentes com estenose de piloro


é igual ao de Pedro e Sandra? Por que? – Não. No casal Maria-Manuel o
risco é maior. Isso porque o sexo menos frequentemente afetado (5x mais
frequente em meninos do que em meninas) é o que apresenta mais alelos
de risco. Sendo assim, Maria, por ser afetada, apresenta maior número de
alelos de risco que Pedro e, portanto, apresenta maior risco de ter
descendentes com a doença.

b) Suponha agora que o primeiro filho de Maria nasceu com esta


malformação. O risco que você daria para uma segunda criança deste casal
continua o mesmo que no item (a)? Por que? – Não. Porque já apresenta
um filho com a doença.

5. Sobre as aberrações cromossômicas, responda:


(a) Por que as aberrações dos cromossomos sexuais são em geral menos
graves do que as dos autossomos? – Devido ao fato de que os cromossomos
X podem sofrer inativação.

(b) Que tipo de aberração cromossômica pode não causar nenhum fenótipo no
portador? Por que é importante o diagnóstico desse tipo de aberração
cromossômica? – Aberrações cromossômicas balanceadas (translocações)
não causam nenhum fenótipo no portador, pois seu material genético está
completo. O que muda é a disposição deste material nos cromossomos.
Entretanto, em sua gametogênese pode ocorrer a formação de gametas
balanceados e não balanceados. Nesse caso um diagnóstico é importante para
avaliar os riscos de apresentar prole com doenças.
6. O risco de recorrência da síndrome de Down para um casal normal jovem
com um primeiro filho afetado é pequeno. Entretanto, para alguns casais o
risco de recorrência da síndrome de Down é alto. Você concorda com essas
duas afirmativas? Justifique.

Trissomia livre – risco é baixo e aumenta conforme a idade materna.

Trissomia por translocação balanceada em um dos pais – risco alto.

7. A hemofilia tem herança recessiva ligada ao X. Sugira uma explicação para


a ocorrência de algumas raras mulheres heterozigotas que têm um quadro
clínico da doença tão grave quanto os meninos afetados.

Um X é inativado aleatoriamente na mulher – compensação de dose.

Mulher XAXa – geralmente 50% das células com XA ativo e 50% com Xa ativo.
Raramente pode ocorrer Xaativo na maioria das células – quadro clínico tão
grave quanto nos meninos afetados (que só possuem um X).

8. Nos casos abaixo, você indicaria análise cromossômica (cariótipo)? Em


quem (pais e/ou filhos)? Justifique.

(a) Um casal com uma filha com fibrose cística, doença de herança
autossômica recessiva;
Análise cromossômica (cariótipo) não indicada – mutação em um gene não é
detectada com essa análise. Seria preciso uma análise por sequenciamento do
gene.

(b) Um casal jovem com um filho normal e três abortamentos espontâneos;


Cariótipo indicado nos pais – três abortamentos indica algum problema nas
células germinativas de um dos pais

(c) Um casal de primos em primeiro grau que quer ter filhos;


Análise não indicada – mutações preocupantes no caso de consanguinidade
ocorrem nos genes. Seria necessário sequenciamento.

(d) Um casal com uma filha com síndrome de Down;


Análise indicada na filha com síndrome de Down – se for trissômia livre não
necessita fazer nos pais. Se se tratar de trissomia causada por translocação
balanceada fazer a análise nos pais para ver em quem está o cromossomo
translocado.

(e) Um casal com um filho com retardo mental;

Análise indicada no filho – verificar se o retardo mental é resultado de alguma


aberração cromossômica.
9. Existe um tabu social sobre casamento entre primos, e mais ainda entre
irmãos. Discuta a justificativa genética por trás deste tabu com o exemplo da
figura abaixo. O alelo a1, presente em heterozigoze no patriarca da família, em
homozigoze leva ao retardo mental. Este alelo é muito raro, e na população
geral a frequência de heterozigotos é de 1 a cada 10.000 pessoas. Calcule:

Deve-se calcular a chance de os pais serem portadores do alelo a1 multiplicada pela


chance de o filho ser afetado sendo que os pais são heterozigotos:

a) o risco teórico dos primos em primeiro grau III-1 e III-2 terem um filho
afetado. (1/2)4 x 1/4 = 1/64.

b) o risco teórico dos irmãos II-4 e II-5 terem um filho afetado. (1/2)2 x 1/4 = 1/16.

c) o risco teórico do indivíduo II-1 vir a ter, com uma mulher não aparentada,
um filho afetado por este retardo mental. Compare os valores obtidos para
as três situações. 1/2 x 1/10000 x 1/4 = 1/80000. Concluir dizendo que quanto
maior o grau de parentesco, maior é a chance de o filho ser afetado pelo retardo
mental devido à maior chance de o alelo a1 presente no patriarca da família ser
transmitido à ambos os pais.
10 (bônus). Uma menina com síndrome de Turner é também daltônica (o
daltonismo tem herança recessiva ligada ao X). Seus pais têm visão normal
para cores, mas ela tem um tio, irmão de sua mãe, daltônico. Desenhe o
heredograma da família e squematize a formação do gameta com 22
cromossomos que deu origem à menina, indicando se é materno ou paterno.

Síndrome de Turner, mulher 45,X0.


Como o Xa da menina daltônica só pode ter sido herdado da mãe, a não
disjunção que levou a menina a nascer com síndrome de Turner só pode ter
ocorrido na 2ª meiose da gametogênese do pai (espermatogênese).

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