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RESTAURAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS

Profa. Dra. Vera Lex Engel


UNESP-FCA, Campus de Botucatu
Departamento de Recursos Naturais

veralex@fca.unesp.br
INTRODUÇÃO
genes
Biodiversidade

paisagem

Produtividade MAXIMIZAÇÃO DE
primária e BENEFÍCIOS ECOLÓGICOS
Solo
funcionamento

Recursos hídricos
ENTRETANTO....

ESCALA DE ABRANGÊNCIA

BIODIVERSIDADE ANTAGONISMO BENEFÍCIOS DIRETOS


(ECONÔMICOS)
Contexto para determinação de estratégias
para a restauração ecológica (ITTO, 2002)

•Causas da
degradação;
•Interesses locais e
Aspectos Aspectos nacionais;
Estratégias de econômicos e
socioculturais •Sistemas de
manejo para a institucionais incentivo
restauração
•Uso da terra; florestal •Organização e
monitoramento;
•Valores Aspectos
•Organização comunitária; ecológicos •Monitoramento;

•Repartição de custos e benefícios •Paisagem; •Produção/ marketing


( produtos
•Direitos de uso; •Sítio: água, solo e clima; madeireiros e PFNM);
•Conhecimento tradicional •Biodiversidade; habitat

•Eqüidade social •Produtividade e funções protetoras;


•Otimização de recursos e tecnologia
AS MAIORES BARREIRAS
PARA O SUCESSO DA
RESTAURAÇÃO SÃO DE
ORDEM CULTURAL E
SOCIOECONÔMICA

Como quebrar essas barreiras?


³Integrando a restauração no
desenvolvimento rural
² Reconhecimento do lugar das florestas na
sociedade local;
² Reconhecimento dos benefícios da
restauração por parte da sociedade local;
² Utilização de estratégias compatíveis com
os anseios e costumes da comunidade;
ALGUMAS ESTRATÉGIAS

„ Os modelos de restauração devem ter seus


custos compatíveis com a escala necessária;
„ Deve haver um “cardápio” de alternativas mais
atrativas para pequenos e médios produtores:
conservação e produção;
„ Objetivos do manejo podem ser incorporados
a planos de restauração florestal
NA PRÁTICA, O QUE SE
ALMEJA É
„Facilitar
os processos naturais da sucessão
e desenvolvimento do ecossistema
„rapidez;

„baixo custo e mínimos “inputs”;


„estabilidade: nenhuma manutenção futura;

„envolvimento da comunidade e benefícios


diretos para o homem.
Aliando benefícios ecológicos, econômicos e
sociais e ampliando a escala
(Adaptado de Lamb et al., 2005)

Reflorestamentos
Benefícios financeiros e sociais

1 comerciais
7
6 Benefícios
Manejo ótimos
adaptativo
5 Enriquecimento
Sistemas que 4 com espécies
inicialmente de valor
priorizam
benefícios
econômicos 3 Proteção da
regeneração
natural Métodos de
restauração que
2 priorizam
biodiversidade

Benefícios ecológicos e restauração da biodiversidade


DINÂMICA POPULACIONAL E AS BARREIRAS
PARA A REGENERAÇÃO NATURAL
Falhas no
recrutamento de
plântulas
IV •predação de
sementes e
plântulas;
•microclima;
competição;
Falhas no •outros fatores de
estabelecimento de estresse;
III essenciais
interações •ausência de
para a manutenção da microorganismos
integridade
•polinizadores;
•dispersores.
II
•microorganismos
Ausência de propágulos
I •banco de sementes;
•fontes de propágulos;
•dispersão;
PLANTAÇÕES FLORESTAIS COMO
CATALISADORAS DA REGENERAÇÃO NATURAL
(Parrotta & Turnbull, 1997)

•Supressão de invasoras (gramíneas) e exclusão de


fogo ⇒rapidez e continuidade da sucessão.
•Aumento da complexidade estrutural do habitat
⇒maior entrada de propágulos;
•Mudanças microclimáticas ⇒germinação e
estabelecimento de plântulas;
•Melhoria na fertilidade do solo ⇒condições de
estabelecimento inicial;
Árvores como a “coluna ...reconhecimento da
vertebral” da floresta, importância das outras formas
mas... de vida
DIRETRIZES GERAIS
„ Definição de metas realistas
„ contexto sócio-econômico, cultural e ambiental
„ Desenho de sistemas específicos para o sítio
„ Diversidade de abordagens para incorporar interesses da comunidade local
„ Trabalhar “a favor da natureza”
„ Manejo adaptativo
„ O resultado dependerá da escolha de espécies e seqüência de introdução:
„ Atratividade para fauna dispersora e polinizadora: fenologia
„ Efeito no microclima, ciclagem e na fertilidade do solo;
„ Diversidade : heterogeneidade do habitat;
„ Rápido crescimento;
„ Valor econômico;
„ Arquitetura e longevidade;
„ Capacidade de dispersão limitada;
„ Adaptação às características do sítio;
„ Levar em conta o contexto da paisagem.
Plantio de Pinus, 30 anos,
Plantio de eucaliptos 7 anos, Bertioga
Bertioga

Plantio misto por semeadura


direta, 5 anos, Botucatu Plantio misto em mata ciliar com
nativas e exóticas, 40 anos,
Paulínia
Modelos alternativos para a
restauração florestal na região de
Botucatu, SP
1. Plantios por semeadura direta
(manual) no campo
„ Teste com apenas cinco espécies: paineira
(Chorisia speciosa); tamboril
(Enterolobium contorstisiliquum);
bracatinga (Mimosa scabrella); guapuruvu
( Schizolobium parahybum); capixingui
(Croton foribundus)
4 anos
5 anos
8 anos

Área 1-Nitossolo vermelho Área 2- Argissolo


10 anos
Regeneração natural (altura >= 1,30 m )
2. Semeadura direta mecanizada

„ “ Coquetel” de 11 espécies nativas de


diferentes grupos;
„ Preparo do solo: só roçada manual e
roçada + herbicida;
„ Sementes tratadas e não tratadas
Plantio mecanizado (cultivo mínimo)
49,8 sem/m

11 espécies nativas
(2 semeadas
manualmente)

Feijão-de-porco:
6,3 sem/m

Guandu: 29
sem/m
43,6 sem/m
Após 90 dias
O preparo afetou os resultados
Produção de
Feijão-de-porco

900
800 71,22 645,05 3500
Seedling density

700 kg/ha kg/ha 3000

Seedling density
600 2500
(n/ha)

500

(ind/ha)
400 2000 1 month
1 month
300 1500 5 months
9 months
200 1000 9 months
100 500
0
0
Mowing Herbicide Treated Not treated
Site preparation Pre-germination
treatment

Espécies sobreviventes: Chorisia speciosa, Enterolobium


contorstisiliquum, Schinus terebinthifolius, Peltophorum
dubium, Parapiptadenia gonoacantha, Hymenaeae
courbaril, Schizolobium parahybum.
3. SISTEMA AGROFLORESTAL “TAUNGYA”
MODIFICADO
u u u u u u u u uuu
2m
V V V V V V V V V V
2m
10 m u u u u u u u u uuu
1,5 m
QQQQQQQQQQQQQQQQQQ
QQQQQQQQQQQQQQQQQQ CULTURAS
QQQQQQQQQQQQQQQQQQ 5m ANUAIS
QQQQQQQQQQQQQQQQQQ
QQQQQQQQQQQQQQQQQQ
QQQQQQQQQQQQQQQQQQ

u u u u u u u u uuu Espécies para lenha (10)


V V V V V V V V V V Espécies para madeira e
u u u u u u u u uuu u frutíferas (10)
milho
Aveia-preta

Batata-doce Abóbora-moranga
5 ½ anos, solo mais pobre
5 anos, solos mais férteis
Área 1- atualmente: frutíferas
Vista atual área 1 (9 anos)
Área 2, 5 anos
Área 2, 8-9 anos : consórcio de
medicinais nativas
Vista geral, 9 anos, área 2
Produção de biomassa do sansão-
do-campo em SAF, aos 6 anos
4. Consórcio de espécies para
madeira e lenha (25 espécies)
4 anos 7 anos
Consórcio de espécies para
madeira e lenha, 7 anos, 2 x 1,5 m
8 anos
5. Modelo de alta diversidade
(40 espécies em 0,4 ha)
6 anos, área 1(Nitossolo) 5 anos, área 3 (LVA)
Modelo de alta diversidade, área 2,
7 anos
9 anos
O que aprendemos

Efeito de borda
Espaçamento e estratificação
Preparo do solo

3 m, 8 anos

Adubação???
Irrigação?
Vencendo gramíneas
Regeneração de espécies lenhosas
espontâneas
Uso múltiplo
Indicadores de sucesso
Retorno da fauna
„ Avifauna (Rosa, 2003)
„ 76 espécies de aves (15 famílias) aos 5
anos– 11 % estritamente frugívoras;
„ Espécies mais atrativas: pau-pólvora ,
leiteiro, aroeira-pimenteira e embaúba;

„ Entomofauna aos 2-3


anos(Leitão-Lima, 2002)
„ 15.548 indivíduos de 876 sp (80% de
Lepdoptera e e 13% Coleoptera);
„ Maior riqueza e abundância de Lepidoptera
nas áreas reflorestadas em relação à mata
nativa;
AGRADECIMENTOS
FINANCIADORES
USDA-FOREST SERVICE
FAPESP
FUNDUNESP
CNPQ
CAPES
APOIO: FCA
SEMENTES PIRAÍ ADUBOS VERDES
VIVEIRO BIOFLORA (LIMEIRA)

Muito obrigada!

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