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Sumário
+ 1. Percepção e Espaço
§ 1.1. Noções fundadoras do espaço;
§ 1.2. A priori? A posteriori?
§ 1.3. Espaço e tempo;
§ 1.4. A contribuição de Kant para a Geografia;
§ 1.5. Milton Santos;
§ 1.6. O espaço para Santos...
§ 1.7. Mediante o trabalho o homem modifica seu espaço
§ 1.8. Técnica
+ 2. A paisagem e a filosofia
Noções fundadoras do
espaço
Immanuel Kant
(1724 – 1804)
+ A parte dedicada à discussão do
espaço, em sua obra “A crítica da
razão pura”, é denominada de
“Estética transcendental”, na qual ele
busca analisar as condições a priori
para que um dado fenômeno possa
ser dado na intuição.
+ O espaço é uma intuição pura não empírica, pois
prescinde de uma percepção fundante da realidade
+ É intuição a priori;
+ O espaço é uma “propriedade formal do sujeito de
ser afetado por objetos” (Kant, 2001, p. 93),
+ Isto é, uma propriedade com a qual já nascemos e
que não é adquirida, mediante a qual obtemos uma
representação imediata dos objetos situados exteriores
a nós.
A priori? A
posteriori?
+“O espaço não é mais do que a
forma de todos os fenômenos
dos sentidos externos, isto é, a
condição subjetiva da
sensibilidade, única que permite
a intuição externa” (KANT, 2001,
p. 93).
Espaço e tempo
Para além do espaço e do tempo, nada pode
ser dito ou percebido com clareza.
+ “[...] diz respeito aos fenômenos que se
produzem ao mesmo tempo do ponto de vista
A contribuição
do espaço [...]” (KANT, 1999, p. 70), ou seja, a
geografia física.
+ . Para Kant, a geografia buscaria, portanto
para a Geografia “descrever o lugar das coisas sobre a superfície
da Terra, propondo uma divisão física dos
fenômenos distribuídos sobre a Terra” (RIBAS &
VITTE, 2011).
+ “O espaço não é nem uma coisa, nem
um sistema de coisas, senão uma
Fixos Fluxos
+ os elementos fixos possibilitam as + os fluxos são as próprias ações
ações humanas modificarem o lugar; humanas que recriam as condições,
+ “fixos, fixados em cada lugar, sejam ambientais, sejam sociais;
permitem ações que modificam o + “Os fluxos são um resultado direto
próprio lugar” (SANTOS, 2006, p. 38) ou indireto das ações e atravessam
ou se instalam nos fixos, modificando
a sua significação e o seu valor, ao
mesmo tempo em que, também, se
modificam” (SANTOS, 2006, p. 38)
+ Mediante o trabalho, o homem modifica seu espaço,
Mediante o trabalho, modificando sua própria condição de estar no
mundo (existência). Ao longo da história, o homem
Técnica (techne)
produz e, ao mesmo tempo, cria espaço”
(SANTOS, ibidem). A técnica não é da ordem do
trabalho puro e simplesmente industrial, mas
também da arte, podendo se estender a todos
os domínios da atividade humana (Sorre apud
Santos, 1999).
+ O espaço possui uma dinâmica que é
caracterizada pela relação interdependente
entre os objetos naturais, fabricados,
técnicos, mecanizados e cibernéticos, bem
Portanto...
como as ações humanas, sendo que, nessa
relação, não há determinações causais, mas
apenas integração e constante fluxo entre
ambas as partes.
+
+ “as categorias fundamentais do
conhecimento geográfico são, entre
outras, espaço, lugar, área, região,
território, habitat, paisagem e
Espaço: categoria população, que definem o objeto da
geografia em seu relacionamento. (. . .)
fundamental De todas, a mais geral - e que inclui as
outras é o espaço (SILVA, 1986, p. 28-
29 – grifo nosso).
+
A paisagem e a Filosofia
Relembrando...
O espaço não é um conceito:
+Se o espaço fosse um conceito a ser apreendido e
compreendido, isso implicaria que o sujeito deveria ter uma
percepção do espaço para só assim ter sua compreensão;
+a geografia física lidaria, portanto [para Kant], com a descrição
dos fenômenos na vastidão espacial do planeta, definindo
aquela ciência enquanto uma descrição
O que é a Paisagem?
Percepção e paisagem
Como podemos definir a paisagem?
+Definir a paisagem não é + o termo paisagem encerra uma
conotação espacial (land), podendo ser
fácil. No entanto, podemos caracterizada historicamente sob uma
mencionar as designações perspectiva estética-fenomenológica, na
qual a paisagem corresponde a uma
do termo paisagem, e aparência e uma representação; um
algumas dessas (landschaft e arranjo dos objetos visíveis pelo
landscape, por exemplo) sujeito por meio de seus próprios
filtros (BRITTO & FERREIRA, 2011, p. 2 –
demonstram que: grifo meu).
+ as imagens foram usadas a ponto de
(Denis Cosgrove)
simbólica, isto é: uma representação da
impressão dos seres humanos sobre o seu
próprio espaço (SCHEIN, 1997).
Paisagem
cultural
+ Interpretar a paisagem cultural,
neste sentido, é um exercício
geográfico que condiz com a
indagação acerca do papel da
paisagem na reprodução social e
cultural, de um dado contexto,
bem como entendê-la num
contexto sociocultural bem mais
amplo do que aquele a que
estamos acondicionados
(SCHEIN, 1997).
+ O conceito de paisagem cultural
fornece uma boa compreensão acerca
dos fatores antrópicos e culturais que
moldam a paisagem.
A paisagem é
um todo
integrado
+ A análise sistêmica, ou integrada,
é uma proposta metodológica
que mescla diversos elementos,
tais como relevo, vegetação,
bacias hidrográficas, climas,
fatores antrópicos e culturais [a)
estrutura; b) funcionamento; c)
dinâmica; d) evolução e e)
informação]. Analisar a paisagem
é analisar o funcionamento de seu
sistema como um todo.
A integração dos + “A ciência geográfica passa a buscar
diversos elementos compreender o entendimento da estrutura,
que compõe uma dada padrão e funcionamento das interações
socioambientais”
paisagem
+ “deve-se ter em mente uma visão sistêmica,
Como nossa
não se permitindo reduzir a análise da
paisagem à soma de seus elementos
constituintes, posto que estes apareçam
isso?
procedermos com a análise da paisagem;
+ 3) A paisagem é um todo e é o contexto de
nosso habitar o mundo - Do latim, “habitar”
deriva da palavra habito assomada ao
sufixo –are, que acaba por designar “viver”,
“povoar”, “estar presente” etc.
+ Um ‘pedaço de natureza’ é, em rigor, uma
A filosofia da contradição em si; a natureza não tem
fracções; é a unidade de um todo, e no