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Disciplina: Geografia do Meio Ambiente - 7° período

Docente: Guilherme Vieira Dias


Discente: Gabriela Batista de Almeida

SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes. Geografia Física (?) Geografia Ambiental


(?) ou Geografia e Ambiente (?). In: MENDONÇA, Francisco; KOZEL, Salete,
organizadores; [revisão de texto Maria José Maio Fernandes Naime].
Elementos de epistemologia da geografia contemporânea. Curitiba: Ed. da
UFPR, 2002.

“[...] quando pensamos o espaço geográfico, compreendemo-lo como a conjunção


de diferentes categorias, quais sejam: natureza, sociedade, espaço-tempo. Estas
categorias transformam-se com a histórica mudança do mundo; por consequência,
transforma-se o espaço geográfico, bem como o conceito de espaço geográfico. [...]”
(p. 111)
“[...] fundamenta historicamente a análise geográfica: a relação natureza-sociedade,
ou dito de outra forma, a busca de conexão entre a dimensão natural e social. [...]
acreditamos não ser redundante falar de geografia ambiental, ou seja, nem toda a
análise geográfica ressalta, ou tem como objetivo enfatizar a transfiguração da
natureza pela prática social, portanto, não objetiva explicitar questões ambientais.
[...]” (p. 112)
“[...] a geografia constituiu um campo de conhecimento passível de ser pensado de
forma conjuntiva.” (p. 112)
“[...] a busca de articulação na perspectiva sistêmica ultrapassou a dimensão
analítica referente a materialização do que se convencionou chamar de natureza. Ao
buscar este caminho construíram-se conceitos como o de geossistemas, que, por
sua vez, ultrapassa a sua construção a integração do conhecimento da natureza.
Ultrapassa, porque inclui o homem (a ação do homem) neste contexto. Esta
concepção, ainda que naturalize o ação do homem, impõe uma outra discussão que,
em nosso entendimento, ultrapassa a geografia física, Ultrapassa, na medida em
que resgata para a análise a dimensão antrópica, característica central da geografia
enquanto ciência da relação natureza e sociedade.” (p. 113)
“Enfim, num mundo que se unifica pela produção e reprodução da natureza tornada
mercadoria, discutir a natureza e a questão ambiental resgata a unidade da
geografia.” (p. 114)
“[...] ao conceito de natureza que está subjacente à concepção de geografia desde
sua autonomia, perpassando pela sua construção ao longo do século XX. Trata-se
da concepção de natureza como algo externo ao homem. [...] a natureza na
geografia foi causa da organização social, foi possibilidade de construção social
mediante o maior ou menor grau de desenvolvimento técnico, foi recurso mediado
pelo trabalho na produção de riqueza.” (p. 114)
“[...] De outro lado, temos um caminho analítico que entende a construção humana
como natureza. [...] ou seja, natureza é a auto reprodução do ser/seres na sua
relação com o entorno. A natureza, não sendo externa ao homem, se auto produz
com a presença humana. [...]” (p. 114-115)
“[...] Milton SANTOS (1997) qualifica a natureza denominando-a de natureza
artificial, ou tecnificada, ou ainda, natureza instrumental. Isto porque a técnica no
seu estágio atual permite a intervenção, não só nas formas, como nos processos
naturais. [...] Tratar-se-ia a natureza,nesta circunstância, não mais como uma
dimensão de interface com a sociedade, mas como uma dimensão de
transmutação/transfiguração. [...]” (p. 115)
“[...] Ao longo do tempo, a geografia vai transformando sua compreensão e passa a
pensar o ambiente como homem/sociedade e seu entorno. O homem não só está
envolvido pelos “objetos” e “ações”, mas envolve-se com eles, numa integração
conflitiva. [...]” (p. 116)
“As tendências mais atuais, entretanto, tendem a pensar o ambiente sem negar as
tensões sob as suas diferentes dimensões. E, na perspectiva da geografia,
retoma-se um pensamento conjuntivo, onde meio ambiente vai sendo pensado como
ambiente por inteiro, na medida em que em sua análise exige compreensão das
práticas sociais, das ideologias e das culturas envolvidas. [...]” (p. 116-117)
“[...] trataram sempre de definir o espaço geográfico como uma realidade a ser lida a
partir da materialização da vida humana na superfície da Terra, ou seja, busca na
geografia a construção de unidade natureza/sociedade. Esta busca de conjunção
nos coloca, hoje, numa situação singular. Nossa história de construção teórica
orientou-se na tentativa de articulação, na prática [...] tornou-se, como todas as
ciências, fragmentada.” (p. 117)
“[...] após os anos 70 [...] a ciência de maneira geral, coloca a questão da relação
natureza versus sociedade no centro da discussão.” (p. 117)
“[...] pela análise do mundo construído sob as perspectivas que se denominavam de
modernidade [...] desencadearam um processo progressivo de separação do homem
da natureza; uma compreensão de natureza como recurso a suprir as necessidades
humanas inatas e mesmo criadas culturalmente. [...]” (p. 117)
“Assim, retomar o conceito de espaço geográfico e repensar com ele o conceito de
ambiente é, do nosso ponto de vista, tarefa que se impõe aos geógrafos.” (p. 118)
“[...] “A presença do homem concretamente como ser natural e, ao mesmo tempo,
como alguém oposto à natureza promoveu/promove profundas transformações na
natureza em si mesma e na sua própria natureza…” [...] Significa dizer que o
homem, por meio de seu desenvolvimento técnico é capaz de, não só intensificar
processos naturais, como também produzir novos. Estas práticas, como
anteriormente nos referimos, transfiguram a natureza, ou seja, transformam-na em
outra figura, em outra coisa, que poderá conter a figura de origem, mas não será
mais a mesma.” (p. 119)

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