Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
26
Urgências pediátricas -
intoxicações agudas
Introdução Epidemiologia
“A diferença entre o remédio e o veneno é a O Sistema Nacional de Informações Tóxico-
dose” (Paracelso, século XVI). -Farmacológicas – Sinitox, no ano 2006, registrou
107.958 casos de intoxicação humana pelos Centros
Intoxicação é o contato com qualquer substância
de Informação e Assistência Toxicológica em atividade
que cause dano, se dentro do organismo. Praticamen- no país.
te todos os produtos químicos podem ser tóxicos, se
Em 2006, os principais agentes de intoxicações
em quantidade suficiente para tal.
em seres humanos em nosso país foram: os medica-
A exposição a substâncias nocivas é uma impor- mentos (30,46%), os animais peçonhentos (19,93%),
tante causa de acidentes na infância, principalmente os agrotóxicos de uso agrícola/doméstico (8,88%) e
abaixo dos 6 anos de idade. Felizmente, na maioria os domissanitários (11,02%) (Tabela 19.1). Dentre
dos casos, o agente tem mínimo ou nenhum efeito tó- os medicamentos, destacam-se: analgésicos, antitus-
xico importante. Ocasionalmente, porém, essa exposi- sígenos, antigripais, vitaminas, anti-hipertensivos,
ção pode causar morbidade significativa e até a morte. sedativos benzodiazepínicos, antidepressivos e anti-
-inflamatórios.
Embora medidas preventivas reduzam a frequ-
A principal circunstância é o acidente, respon-
ência das intoxicações agudas, os acidentes desse tipo
sável por 53,7% do total de casos registrados, seguido
continuam a acontecer. É necessária uma estratégia da tentativa de suicídio com 21,39% e da intoxicação
de atendimento e prevenção efetivas, e também que o ocupacional com 6,1%. Para os medicamentos, ratici-
médico generalista esteja familiarizado com o assun- das, agrotóxicos de uso agrícola e drogas de abuso, a
to, já que frequentemente será ele o responsável pelo tentativa de suicídio apresenta a maior participação
primeiro e decisivo suporte. percentual, ficando à frente do acidente (Tabela 19.2).
255
26 Urgências pediátricas - intoxicações agudas
Quanto às faixas etárias mais acometidas, des- do paciente (incluindo controle de hipo/hipertermia)
tacam-se as crianças menores de 5 anos, com 24,07% (E). O choque, as arritmias, a parada cardiorrespira-
do total de casos, os adultos de 20 a 29 anos com tória e as convulsões devem ser tratados como em
18,89% e os de 30 a 39 anos com 13,63%. qualquer outro paciente enfermo. Porém, há algumas
Os principais agentes que causam intoxicações situações que requerem abordagem específica, como:
em crianças menores de 5 anos são os medicamentos administração precoce de bicarbonato de sódio na in-
domissanitários. Para os jovens de 15 a 19 anos desta- toxicação por antidepressivo tricíclico (ATC), evitar
cam-se os medicamentos e as drogas de abuso. De 15 fenitoína nas convulsões secundárias à cocaína e ATC,
a 39 anos é a faixa de maior frequência de intoxicações porque pode haver exacerbação da cardiotoxicidade
com drogas de abuso. dessas drogas pela propriedade de bloqueio de canais
de sódio e nos casos de envenenamento por paraquat,
Foram registrados 488 óbitos (30 em crianças e manter o oxigênio no mínimo indispensável, para
com menos de 5 anos), com letalidade geral de 0,45%. não agravar o estresse oxidativo e a fibrose pulmonar.
Os principais agentes tóxicos envolvidos em óbitos fo-
ram os agrotóxicos de uso agrícola, os medicamentos Nesse passo inicial, é importante atentar que as
e os raticidas. As maiores letalidades foram geradas crianças têm maior risco de desidratação, hipoglice-
pelos agrotóxicos e pelas drogas de abuso, com valo- mia e distúrbios hidroeletrolíticos, que podem neces-
res de 3,03% e 0,95%, respectivamente. Felizmente, sitar de condutas imediatas. Além disso, nessa faixa
os óbitos são menos frequentes em crianças, e a faixa etária, pode haver maus-tratos, o que implica risco de
entre 20 e 39 anos de idade faixa é a de maior número traumas e intoxicações intencionais.
de mortes. Diante desses dados, é importante enfati-
zar que os casos de intoxicação graves são raros, e em
geral os sinais clínicos severos ocorrem em menos de econ ecimento da to síndro-
5% dos pacientes.
me e do a ente ca sa
As tentativas de suicídio respondem por 63%
dos casos de óbitos por intoxicação exógena registra- Essa é a etapa de obtenção de história e exame
dos no Brasil. físico, completos e detalhados, do quadro e da identi-
Mais de 90% dos casos em crianças ocorrem no ficação do agente tóxico por relato, suspeita clínica ou
ambiente doméstico. A rota de exposição mais comum laboratorial.
é a ingestão, correspondendo a 75% dos casos, com as
vias oftálmica, cutânea e inalante ocorrendo cada uma
em cerca de 6% dos acidentes. As crianças de 6 a 12 2.1 Anamnese
anos de idade são bem menos propensas a esse tipo de Obter informações de diferentes membros da
acidente; já os adolescentes e adultos jovens são víti- família e do paciente, se possível. Em situações de ex-
mas de casos intencionais, mais frequentemente pelo posição não presenciada, o início súbito e incaracte-
vício ou suicídio. rístico de sintomas, estado mental alterado, a epide-
miologia e a conjuntura ambiental do paciente podem
fazer suspeitar de intoxicação aguda.
Assistência médica O local onde a vítima foi encontrada, substâncias
nas proximidades, uso de medicações por coabitantes,
ao paciente vítima local onde são guardados remédios e produtos quími-
de intoxicação aguda cos e condutas já efetuadas são informações valiosas
nesses casos suspeitos.
Normalmente se divide o atendimento ao pa- Na situação de exposição sabida e presenciada, é
ciente intoxicado em cinco etapas: importante haver uma descrição o mais precisa e de-
estabilização; talhada possível do produto, sempre tentar resgatar a
embalagem, obtendo dados de dose e concentração, e
reconhecimento da toxsíndrome e identificação
da hora do contato e início dos sintomas. Além disso,
do agente;
detalhar os antecedentes pessoais da vítima: a gra-
descontaminação; videz, por exemplo, é um fator importante de influ-
aumento da eliminação; ência na tentativa de suicídio na adolescência e pode
influenciar no plano terapêutico.
antídotos.
Onde ocorreu?
Quem estava cuidando do paciente (maus-tratos)?
Há quanto tempo ocorreu a exposição?
O que foi feito?
mento da e imina o
Na prática, a tentativa do aumento de excreção de um tóxico é útil em poucos casos. As técnicas são consi-
deradas em situações específicas, levando em consideração riscos e benefícios.
ntídotos
Há poucos tóxicos para os quais existem antídotos. A lista a seguir relaciona alguns exemplos mais relevantes:
Agente Antídoto
Paracetamol N-acetilcisteína
Benzodiazepínicos flumazenil
Opioides naloxone
Betabloqueadores glucagon
Sais de ferro deferoxamina
Inibidores da acetilcolinesterase (organofosfo-
atropina e pralidoxima
rados)
Digoxina anticorpo antidigoxina (Fab)
Arritmias por ATC bicarbonato de sódio
Isoniazida piridoxina
Hipoglicemiantes orais (sulfonilureias) octreotida
Metemoglobinemia azul de metileno
Síndromes extrapiramidais anti-histamínicos e biperideno
Etilenoglicol e metanol etanol/fomepizol
Monóxido de carbono oxigênio
hidroxicobalamina, nitrito de amila + nitrito de sódio + tiossulfato
Cianeto
de sódio
Tabela 26.2
Resumo 1
Principais agentes intoxicantes: medicamentos, domissanitários, produtos químicos
Epidemiologia industriais e agrotóxicos
Principais circunstâncias: acidente, suicídio
Faixa etária mais acometida: crianças < 5 anos
Conduta na emergência ABCDE
Toxsíndromes Anticolinérgica: inibição do parassimpático (anti-H1, ATC)
Anticolinesterásica: estimulação do parassimpático (organofosforados)
Simpaticomimética: estimulação do simpático (cocaína, xantinas)
Narcótica: depressão orgânica com miose puntiforme (opioides)
Liberação extrapiramidal: Plasil, antipsicóticos
Metemoglobinêmica: oxidação do ferro da hemácia (dapsona, sulfonas)
Descontaminação TGI Sem evidências por estudos clínicos controlados satisfatórios
Contraindicada em: ingestão de cáusticos e corrosivos, obstrução e perfuração intestinal,
ingestão de objetos cortantes, hidrocarbonetos, depressão do nível de consciência e respirató-
ria antes da proteção das VA
Xarope de ipeca: a princípio não usar
Lavagem gástrica: não usar de rotina
Carvão ativado dose única: usar o mais precocemente possível (<1 hora), atenção aos
agentes não adsorvidos pelo carvão
Irrigação intestinal: substâncias não adsorvidas pelo carvão ativado ingeridas em grande
quantidade, pacotes de drogas ilícitas, medicamentos de liberação lenta ou entérica e nas in-
toxicações por sais de ferro
Aumento da eliminação Diurese alcalina: salicilatos, fenobarbital, metotrexate, clorpropamida
Hemodiálise: drogas com baixo peso molecular, baixa ligação proteica, baixo volume de
distribuição, alta hidrossolubilidade
Antídotos Memorizar os principais
Tabela 26.3
A síndrome coronariana aguda (SCA) resul- aguda. O uso do ecstasy vem aumentando nos últimos
ta da estimulação beta-adrenérgica, com aumento do anos e é “popular” em festas rave, pois potencializa a
consumo de oxigênio pelo miocárdio, associado à va- desinibição, a disposição e a sexualidade. Pode provocar
soconstrição coronariana pela estimulação alfa-adre- problemas permanentes físicos e psiquiátricos nos usu-
nérgica e serotoninérgica e pelo aumento da agrega- ários e levar à morte por hiperpirexia, hiponatremia,
ção plaquetária. Ocorre em 6% dos pacientes com dor rabdomiólise, coagulação intravascular, arritmias cardí-
torácica e pode acontecer tanto no usuário crônico acas, acidente vascular cerebral e isquemia miocárdica.
como no primeiro contato com a droga. O ECG é útil, A efedrina é um agente adrenérgico de uso
mas pode mostrar-se alterado mesmo na ausência de sistêmico, com ação nos receptores α e β. Utilizado
SCA; a troponina parece ser mais sensível e específica principalmente como descongestionante nasal, na
no diagnóstico. incontinência urinária, na falência ejaculatória, na hi-
Hematológico: ativação e agregação plaquetá- potensão anestésica e, em algumas vezes, como droga
rias; pode causar lesão endotelial e aceleração da ate- de abuso. Tem efeitos simpaticomiméticos, predomi-
rosclerose em usuários crônicos. nantemente hipertensão, taquicardia, midríase e agi-
Muscular: rabdomiólise, mioglobinúria. tação. Pode provocar intoxicações agudas, principal-
mente em crianças.
Renal: insuficiência renal aguda pode ocorrer
pela mioglobinúria. Os derivados imidazolínicos, como a nafa-
zolina e a oximetazolina, são drogas α-2-agonistas
dos receptores pós-sinápticos periféricos, com ação
Tratamento tópica vasoconstritora local. São usados como descon-
Suporte da via aérea, oxigenação e ventilação. gestionantes de aplicação nasal e oftálmica. Os efeitos
sistêmicos intoxicantes são provocados pela estimula-
Instalar monitor cardíaco – tratar arritmias sin-
ção dos receptores centrais α-2 pré-sinápticos, que são
tomáticas ou instáveis.
inibidores da atividade simpática cerebral. As princi-
Estabelecer acesso venoso e tratar arritmias pais manifestações clínicas das intoxicações agudas
presentes e o choque hemodinâmico. são: sonolência e depressão do SNC, sudorese, pali-
Considerar medidas de descontaminação. A ir- dez, hipotensão, bradicardia, apneia, hipoventilação,
rigação intestinal é muitas vezes utilizada na alterações pupilares (miose ou midríase), hipotermia
ingestão de pacotes de cocaína. e hipertensão inicial transitória em alguns casos. Por-
Para o controle da agitação, administrar benzo- tanto, apesar de ser um agente com ação estimulatória
diazepínicos e evitar as butirofenonas e fenotia- em receptor simpático, perifericamente tem ação va-
zínicos, como o haloperidol e a clorpromazina, soconstritora, mas quando em doses tóxicas atua em
que podem interferir na regulação térmica e receptor inibidor central, provocando depressão.
precipitar ataques convulsivos.
O manejo da síndrome coronariana aguda cau-
sada pela cocaína difere do tratamento clássico
do infarto do miocárdio. As medicações de pri-
Bloqueadores de canais
meira linha são: oxigênio, benzodiazepínicos de cálcio
(que reduzem a estimulação central, taquicardia
Fármacos utilizados no tratamento da hiperten-
e hipertensão), nitratos como vasodilatadores
são e na insuficiência cardíaca.
coronarianos, e aspirina e heparina (redução da
agregação plaquetária). Os bloqueadores de ca- Agentes: anlodipino, diltiazem, felodipino, ni-
nais de cálcio e os alfabloqueadores podem ser cardipino, nifedipino, verapamil e nimodipino.
úteis. A trombólise não deve ser usada de rotina,
pois pode não sobrepor o espasmo coronariano.
Sinais e sintomas
Não dar betabloqueadores (aumentam a pres-
são arterial e a vasoconstrição coronariana). Sistema nervoso: alteração do estado mental,
síncope, convulsões e coma, causados por hipoperfu-
A fentolamina pode ser útil na SCA, e o bicarbo-
nato de sódio, nas arritmias ventriculares. são cerebral.
1,0
Plasma paracetamol (mg/l)
Sinais e sintomas 40
0,3
0,2
Náuseas, vômitos e mal-estar surgem precoce- 20
0,1
mente por 24 horas. Depois, segue-se uma melhora 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
0,0
aparente nas próximas 48 horas, com início de dor em Horas após ingestão
hipocôndrio direito, elevação de enzimas hepáticas, bi- Figura 26.2 Nomograma de Prescott.
lirrubinas, prolongamento do TP e alteração da função
renal, com ureia diminuída por alteração de sua forma-
Suporte da via aérea, oxigenação, ventilação e
ção no fígado. Após 72 horas, ocorrem as sequelas da
necrose dos hepatócitos com evidência clínica e labora- circulação.
torial de disfunção hepática. Se o dano for reversível, Considerar descontaminação gastrointestinal
ocorre recuperação em quatro dias a duas semanas. precoce – carvão ativado, lavagem gástrica.
Salicilatos
A incidência de intoxicação por salicilatos decli-
nou, sobretudo em crianças pequenas, pelo uso mais
Organofosforados e carbamatos
comum de outros antipiréticos. Afeta os sistemas São utilizados como inseticidas ou acaricidas
através do desacoplamento da fosforilação oxidativa, em ambiente doméstico, industrial e agrícola como
inibição das enzimas do ciclo de Krebs e inibição da agrotóxicos. Os organofosforados e carbamatos são
síntese de aminoácidos. Em geral, se considera a dose absorvidos por todas as vias de exposição, mais fre-
tóxica aguda de 150 mg/kg. quentemente pelas vias oral, cutânea e respiratória.
Inibem a atividade da acetilcolinesterase, colinestera-
se verdadeira ou eritrocitária, e promovem o acúmulo
de acetilcolina nas terminações nervosas.
Sinais e sintomas O chumbinho é um raticida sem registro oficial,
vendido clandestinamente no comércio informal, e
Fase 1: estimulação direta do centro respiratório
contém um agrotóxico carbamato de nome técnico
levando a hiperventilação, alcalose respiratória e
Alicarb (figura a seguir).
alcalúria; hiperpirexia, letargia, hiperglicemia, convul-
sões e vômitos pela estimulação de quimiorreceptores
centrais. Essa fase pode durar até 12 horas, ou mesmo
ser inaparente em lactentes.
Fase 2: hipocalemia com acidúria paradoxal
(troca de K+ por H+ nos túbulos renais) na vigência de
alcalose respiratória.
Fase 3: edema cerebral, edema pulmonar, de-
sidratação, hipocalemia, acidose metabólica com
anion gap aumentado e hiperventilação compensa-
tória, secundárias ao acúmulo de ácidos metabólicos.
Pode começar em 4-6 horas nos lactentes pequenos ou
em 24 horas ou mais em adolescentes e adultos.
Os efeitos de irritação gástrica podem provocar
dispepsia, vômitos e hemorragia digestiva, e os efeitos
de inibição da adesividade plaquetária podem provo-
car hemorragias diversas. Figura 26.3
Cuidado com remédios de uso infantil e de adulto com embalagens muito parecidas. Erros de identificação
podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais.
Nunca use medicamentos com prazo de validade vencido.
Descarte remédios vencidos. Não guarde restos de medicamentos. Despeje o conteúdo no vaso sanitário ou na
pia e lave a embalagem antes de descartá-la.
É importante que a criança aprenda que remédio não é bala, doce ou refresco. Quando sozinha, ela poderá
ingerir o medicamento.
Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes, com odor e sabor adocicados, desper-
tam a atenção e a curiosidade natural das crianças. Não estimule essa curiosidade.
Guarde detergentes, sabão em pó, inseticidas e outros produtos de uso doméstico longe dos alimentos e dos
medicamentos, trancados e fora do alcance das crianças.
Nunca coloque produtos derivados de petróleo (querosene, gasolina), alvejantes e domissanitários
em embalagens de refrigerantes e sucos.
Ensine às crianças que não se deve colocar plantas na boca.
Conheça as plantas que tem em casa e arredores pelo nome e características; não coma plantas desconhecidas.
Lembre-se de que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem
sempre o cozimento elimina a toxicidade das plantas.
Não faça remédios ou chás caseiros preparados com plantas sem orientação médica.
Resumo 2
Antidepressivos Sintomas: anticolinérgicos/TCA (Coma, Convulsão, arritmia Cardíaca, Acidose)
tricíclicos Bicarbonato de sódio no tratamento das arritmias e benzodiazepínicos nas convulsões
Sintomas: simpaticomiméticos, síndrome coronariana aguda (SCA)
Cocaína MONA no tratamento da SCA, não dar betabloqueadores, benzodiazepínicos para seda-
ção e controle da agitação
Sintomas: depressão hemodinâmica e arritmias com bloqueios
Bloqueadores de Tratamento com expansões volêmicas, cloreto de cálcio, drogas vasoativas e marca-passo se ne-
canais de cálcio
cessário
Sintomas: inicialmente sintomas gerais seguidos de uma melhora aparente e posterior insufi-
Paracetamol ciências hepática e renal
Tratamento com N-acetilcisteína
Sintomas: inicialmente alcalose respiratória com posterior acidose metabólica com anion gap
Salicilatos aumentado
Tratamento com alcalinização urinária e diálise em casos graves refratários
Sintomas: colinérgicos
Organofosforados
Tratamento com atropina e pralidoxima
Ferro Corrosivo do TGI, deferoxamina como antídoto
Paraquat Fibrose pulmonar, evitar oxigênio no tratamento
Hipocalemia, hipomagnesemia e hipercalcemia potencializam sua toxicidade
Digoxina
Arritmias cardíacas diversas e anticorpo Fab específico para digoxina
Prevenção Trava de segurança é a medida mais efetiva
Tabela 26.6
Casos registrados de intoxicação humana por agente tóxico – Brasil 2006 (Cont.)
Agente Nº %
Metais 606 0,56
Drogas de abuso 4.404 4,08
Plantas 1.691 1,57
Alimentos 1.518 1,41
Animais peçonhentos 21.522 19,93
Animais não peçonhentos 4.388 4,06
Desconhecido 4.928 4,56
Outro 1.586 1,47
Total 107.958 100
Tabela 26.7
Casos registrados de intoxicação humana por agente tóxico e circunstância – Brasil 2006
Circunstância/Agente Acidente Ocupacio- Automedica- Abuso Tentativa Violência/
nal ção Suicídio Homicídio
Medicamentos 10.223 43 1.036 381 14.263 53
Agrot./Uso Agrícola e Doméstico 3.690 2.045 1 10 3.360 56
Produtos veterinários 643 64 4 4 342 2
Raticidas 1.556 9 - 7 2.642 43
Domissanitários 9.611 560 2 26 939 7
Cosméticos 1.141 27 1 6 52 1
Produtos químicos industriais 4.340 861 1 86 396 22
Metais 315 246 - 2 15 8
Drogas de abuso 152 3 - 3.566 312 30
Plantas 1.420 32 23 24 38 4
Alimentos 360 2 4 50 85 13
Animais peçonhentos 13.046 1.998 - - - -
Total 53,7% 6,1% 1,0% 3,94% 21,39% 0,27%
Tabela 26.8
Casos registrados de intoxicação humana por agente tóxico e faixa etária – Brasil 2006
Faixa etária – Agente <5 05-09 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 Total
Medicamentos 9.389 2.288 1.736 3.201 6.540 4.341 2.698 32.884 30,46
Agrotóxicos/uso agrícola 448 108 167 569 1.534 1.168 946 5.873 5,44
Agrotóxicos/uso doméstico 1.350 165 157 253 582 443 325 3.712 3,44
Produtos veterinários 346 57 54 90 208 154 73 1.159 1,07
Raticidas 1.212 127 173 574 1.016 567 391 4.437 4,11
Domissanitários 5.512 685 371 611 1.476 1.134 809 11.896 11,02
Cosméticos 911 67 32 43 83 70 53 1.329 1,23
Produtos químicos indus- 2.313 363 175 311 1.026 725 459 6.025 5,58
triais
Metais 219 40 19 19 57 82 85 606 0,56
Drogas de abuso 43 19 134 612 1.476 922 602 4.404 4,08
Plantas 759 300 122 73 122 97 74 1.691 1,57
Alimentos 30 171 137 158 303 233 120 1.518 1,41
% 24,07 6,59 5,29 8,56 18,89 13,63 10,07
Tabela 26.9