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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

GOIANO – IF GOIANO - CÂMPUS RIO VERDE PROGRAMA DE


PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Rodovia Sul Goiana, km 01, Zona Rural – Rio Verde - GO
CEP: 75.901-970. Fones: (64) 3620-5641. Fax: (64)3620-5640

Maturidade fisiológica de sementes de copaíba (Copaifera


langsdorffii Desf.)

Projeto de pesquisa
apresentado para disciplina
Tópicos especiais em
Sementes do Instituto Federal
de Educação, Ciência e
Tecnologia Goiano - Câmpus
Rio Verde, de acordo com as
exigências da Professora Dr.
Juliana de Fátima Sales, na
linha de pesquisa de fisiologia,
bioquímica e pós-colheita de
produtos vegetais.

Renato Vieira Medeiros


Vilson Bernardo Stollmeier

RIO VERDE – GO
Julho – 2018

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Maturidade fisiológica de sementes de copaíba (Copaifera
langsdorffii Desf.)

1. INTRODUÇÃO

Algumas espécies podem manter a viabilidade das sementes por milhares de


anos, representando uma característica importante para a sobrevivência das plantas
(SALLON et al., 2008).
A longevidade das sementes pode ser regulada pelo quão avançado é o
processo de maturação no momento da dispersão (SILVA et al., 2015).
Os conhecimentos específicos sobre o ponto de maturidade fisiológica,
germinação, dormência e potencial de armazenamento das sementes são essenciais
para viabilizar a renovação da vegetação, recuperar áreas degradadas, estabelecer
bancos de germoplasma e programas de melhoramento e sistematizar plantios para
exploração econômica de frutos, madeiras e produtos medicinais (PESSOA et al., 2010).
De acordo com Alves et al. (2005), o estudo sobre a maturidade fisiológica das
sementes é importante para o conhecimento da reprodução das espécies vegetais,
possibilitando a previsão da época adequada de colheita.
Caracterizar o ciclo de maturação é importante para inferir quanto tempo o banco
de sementes do solo estará disponível para propagação, bem como para definir o tempo
de colheita para manter uma maior viabilidade das sementes durante o armazenamento
(SILVA et al., 2015).
Copaifera langsdorffii Desf. é uma espécie arbórea da família Leguminosae
(FABACEAE), subfamília Caesalpinioideae, denominada popularmente copaíba, óleo e
pau-de-óleo. Espécie, de ampla distribuição no Brasil, podendo atingir mais de 20 m de
altura (PEDRONI et al., 2002). O fruto é do tipo legume, deiscente, ovóide, castanho
claro quando maduro, com uma semente de consistência carnosa e mucilaginosa,
composto por carboidratos e lipídeos (RODRIGUES et al., 2000).
Sua frutificação é supra-anual, com anos de intensa produção, seguidos por
anos de pouca ou nenhuma produção (NEWSTRON et al., 1994; PEDRONI et al., 2002),
sendo essa tendência trienal (DIAS, 2005). Essa variação no ciclo reprodutivo causa
flutuações no tamanho das populações, apesar de a espécie manter um banco de
plantas jovens que garante a autorregeneração dessas populações (SCHIAVINI et al.,
2001).
Obter informações da maturidade fisiológica de sementes de copaíba é
importante, pois irá gerar informações sobre o tempo de colheita ideal, para manter uma
maior viabilidade das sementes durante o armazenamento, portanto, garantindo a
renovação de áreas degradadas e a renovação vegetal.
A disponibilidade de informações da maturidade fisiológica de sementes de
copaíba é escassa no Brasil e no Mundo.
Assim o objetivo deste trabalho é caracterizar a maturidade fisiológica sementes
de Copaifera langsdorffii e descrevendo sua morfologia e mudanças fisiológicas que
ocorrerem durante todo o período de maturação.

2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

Este projeto visa avaliar caracterizar a maturidade fisiológica sementes de


Copaifera langsdorffii e descrevendo sua morfologia e mudanças fisiológicas que
ocorrerem durante todo o período de maturação. A pesquisa gerará informações sobre
o tempo de colheita ideal, para manter uma maior viabilidade das sementes nos bancos
de germoplasmas.

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O conhecimento da maturidade fisiológica da semente de copaíba irá viabilizar
a renovação da vegetação, recuperar áreas degradadas, estabelecer bancos de
germoplasma e programas de melhoramento e sistematizar plantios para exploração
econômica de frutos e madeiras.

3. OBJETIVOS

3.1. Geral

Caracterizar a maturidade fisiológica sementes de Copaifera langsdorffii e


descrevendo sua morfologia e mudanças fisiológicas que ocorrerem durante todo o
período de maturação.

3.2. Específicos

 Conhecer a maturidade fisiológica das sementes de copaíba;

 Descrever a morfologia das sementes e frutos de copaíba;

 Conhecer as mudanças fisiológicas das sementes de copaíba;

 Realizar testes de germinação nos diferentes estágios de maturação das


sementes de copaíba.

4. MATERIAL E MÉTODOS

Os frutos de copaíba serão coletados de árvores do cerrado no município de Rio


Verde – GO. Os frutos serão colhidos diretamente dos ramos aos 20, 40, 60, 80, 100,
120 dias após antese (DAA) nos anos de 2019 e 2020. O tempo estimado para atingir
cada estágio será calculado e considerado como a idade dos frutos / sementes. Além
disso, sementes serão obtidas diretamente do solo, não excedendo 48 h após sua
dispersão, as quais serão denominadas sementes recentemente dispersas (SRD).
Os frutos e as sementes (removidas manualmente dos frutos) serão
caracterizados biometricamente (três repetições de cinco frutos ou quinze sementes) em
relação à cor, textura e tamanho (comprimento, largura e espessura, em mm). O teor de
água (g de água por g de peso seco, g. g-1) e massa seca (g. sementes-1) serão
determinados gravimetricamente em estufa de secagem à 103 ºC ± 3 ºC por 17 h,
segundo ISTA (2015), com quatro repetições de cinco sementes. O potencial de água
será medido com um potenciômetro, baseado na temperatura do ponto de umidade do
ar após o equilíbrio com a atmosfera, de acordo com Bonjovani e Barbedo (2008). A
avaliação do potencial hídrico será realizado por isotermas de sorção em soluções de
polietilenoglicol (PEG 6000) em diferentes potenciais osmóticos, baseado em Michel e
Kaufmann (1973).
Serão realizados testes de germinação em quatro repetições de 15 sementes
cada, usando duas folhas para a base e uma para o cobertura de papel Germitest
previamente umedecido com água destilada (ISTA, 2015). Os rolos serão mantidos em
uma câmara de germinação (25 ± 1 ºC) e serão avaliados a cada 2 dias até os 40 dias,
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registrando a porcentagem de sementes germinadas (protrusão de pelo menos 5 mm de
raiz primária), desenvolvimento normal de plântulas (plântulas com pelo menos 3 cm e
sem malformações visuais) e, no final da análise, o índice de velocidade de emergencia
das sementes será calculado de acordo com Maguire (1962).
Valores de temperaturas mínimas e máximas e precipitação, da floração à
dispersão das sementes, para ambos os períodos serão obtidos em na estação
meteorológica localizada no campus do IF Goiano de Rio Verde-Go.
Dados serão de médias ± desvio padrão de quatro repetições de 20 sementes
por tratamento para análises físicas e fisiológicas. Os experimentos serão realizados com
delineamento em blocos casualizados e os dados analisados estatisticamente pela
ANOVA, usando o teste de tukey a 5% de probabilidade.

5. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

2019 - meses
ATIVIDADES
J F M A M J J A S O N D
Coleta dos frutos e sementes X X X X X X
Avaliações biométricas X X X X X X
Avaliações de teor de água e massa seca X X X X X X
Teste de germinação X X X X X X
Análises estatística e Revisão de Literatura. X X X X X X X X
2020 – meses
ATIVIDADES
J F M A M J J A S O N D
Coleta dos frutos e sementes X X X X X X
Avaliações biométricas X X X X X X
Avaliações de teor de água e massa seca X X X X X X
Teste de germinação X X X X X X
Análises estatística e Revisão de Literatura. X X X X X X X X
Análises estatística e Revisão de Literatura. X X X X X X
Análises estatística e tabulação dos dados. X
Redação de Tese e artigos X X X

6. VIABILIDADE FINANCEIRA

O custo do projeto foi estimado levando em consideração os gastos com


combustíveis, reagentes para análise laboratorial e depreciação de aparelhos de
laboratório.
Segue abaixo uma tabela com os custos estimados do projeto.

Tabela 1. Custos estimados do projeto: Reação de Plantas Daninhas do Cerrado ao


Nematoide das Lesões Radiculares
ITENS 2019 2020
Depreciação de aparelhos de laboratório R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
Gastos com Combustíveis R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
Reagentes R$ 500,00 R$ 500,00
Custo de publicação de artigos R$ 2.000,00
Participação em Congressos R$ 2.000,00
SUBTOTAL R$ 2.500,00 R$ 6.500,00

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TOTAL R$ 9.000,00

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, E. U. et al. Maturação fisiológica de sementes de sabiá (Mimosa caesalpiniifolia


Benth.). Revista Brasileira de Sementes, v.27, n.1, p.1-8, 2005.

BONJOVANI, M.R.; BARBEDO, C.J. Sementes recalcitrantes: intolerantes a baixas


temperaturas? Embriões recalcitrantes de Inga vera Willd. subsp. affinis (DC.) T.D.Penn.
toleram temperatura sub-zero. Brazilian Journal of Botany, v.32, p.345-356, 2008.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042008000200017

DIAS, H.C.T. & OLIVEIRA-FILHO, A.T. 1996. Fenologia de quatro espécies arbóreas de
uma floresta estacional semidecídua em Lavras, MG. Cerne 2:66-88.

ISTA. International Seed Testing Association. International rules for seed testing. Seed
Science and Technology, v.13, p.356-513, 2015. https://www.
seedtest.org/en/international-rules-_content--1--1083.html.

MAGUIRE, J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling


emergence vigor. Crop Science, v.2, p.176-177, 1962. https://www.
crops.org/publications/cs/abstracts/2/2/CS0020020176.

MICHEL, B.E.; KAUFMANN, M.R. The osmotic potential of polyethylene glycol 6000.
Plant Physiology, v.51, p.914-916, 1973. http://www.
plantphysiol.org/content/51/5/914.abstract

NEWSTROM, L.E., FRANKIE, G.W. & BAKER, H.G. 1994. A new classification for plant
phenology based on flowering patterns in lowland tropical forest trees at La Selva, Costa
Rica. Biotropica 26:141-159.

PESSOA, R.C; MATSUMOTO, S.N.; MORAIS, O.M; VALE,R.S; LIMA, J.M.


GERMINAÇÃO E MATURIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE Piptadenia
viridiflora (Kunth.) Benth RELACIONADAS A ESTÁDIOS DE FRUTIFICAÇÃO E
CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.34, n.4, p.617-625,
2010.

PEDRONI, F. 1995. Ecologia da copaíba. In Ecologia e preservação de uma floresta


tropical urbana: Reserva de Santa Genebra (H.F Leitão Filho & L.P.C. Morellato, eds.).
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, p.70-76.

RODRIGUES, M., BELFORT, H., CAMPOLINA, C. & GARCIA, Q. 2000. O tucanuçu


(Ramphastos toco) como agente dispersor de sementes de copaíba. Melopsittacus 3:6-
11.

SALLON, S.; SOLOWEY, E.; COHEN, Y.; KORCHINSKY, R.; EGLI, M.; WOODHATCH,
I.; SIMCHONI, O.; KISLEV, M. Germination, genetics, and growth of an ancient date seed.
Science, v.320, p.1464, 2008. http://www. sciencemag.org/content/320/5882/1464.short.

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SILVA, J.P.N.S; CENTENO, D.C; FIGUEIREDO-RIBEIRO, R.C.L; BARBEDO, C.J.
Maturação de sementes de Poincianella pluviosa (Caesalpinoideae). Journal of Seed
Science, v.37, n.2, p.131-138, 2015.

SCHIAVINI, I.; RESENDE, J. C. F.; AQUINO, F. G. Dinâmica de populações de espécies


árboreas em mata de galeria e mata mesófila na margem do ribeirão Panga, MG. In:
RIBEIRO, J. F.; FONSECA, C. E. L.; SOUSA-SILVA, J. C. Cerrado: caracterização e
recuperação de matas de galeria. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. p.267-302.

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