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Acórdãos TCAS Acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul

Processo: 06591/10
Secção: CA - 2.º JUÍZO
Data do Acordão: 14-09-2010
Relator: TERESA DE SOUSA
Descritores: INTIMAÇÃO PARA PROTECÇÃO DE DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS
CONCURSO DE PROFESSORES
Sumário: I - A Intimação para Protecção de Direitos, Liberdades e Garantias é um processo principal
de intimação, cuja finalidade é a obtenção, por parte do interessado de uma sentença de
condenação, mediante a qual o tribunal impõe a adopção de uma conduta, que tanto pode
consistir numa acção (conduta positiva ou de facere), como consistir numa abstenção
(conduta negativa ou de non facere);
II - Trata-se de um processo destinado a proteger direitos, liberdades e garantias, sejam eles
pessoais ou patrimoniais, posto que se verifique o preenchimento dos requisitos (dois)
contidos no nº 1 do art. 109º do CPTA: situação de especial urgência carecida de tutela
definitiva através da prolação de uma decisão de intimação para assegurar o exercício, em
tempo útil, de um direito, liberdade ou garantia (1º); que a célere intimação se revele
indispensável por não ser possível, nas circunstâncias do caso, o decretamento provisório de
uma providência cautelar (2º), de acordo com o disposto no artigo 131º, nº 1 do CPTA;
III - Inexiste a urgência exigida pelo art. 109º do CPTA se há mais de um ano que o
Recorrente conhece a matéria atinente à causa de pedir que alega no presente meio
processual, podendo ter lançado mão, em devido tempo, de acção comum inibitória prevista
no art. 37º, nº 2, al. c) do CPTA, com vista a impedir, a título preventivo que, por efeito de
uma provável e previsível actuação administrativa (abertura de concurso para o ano lectivo
de 2010/2011), viesse a consumar-se um facto lesivo, tal como o invocado na presente
acção;
IV - Por outro lado, a tutela jurisdicional podia ser efectivada, em tempo útil, através do
recurso à acção administrativa especial, na qual se impugnasse o aviso de abertura do
procedimento concursal por ilegal (no todo ou em algum dos seus pontos), nos termos do
artigo 51º, nº 1 CPTA, e, requerendo-se providência cautelar de suspensão de eficácia e/ou
intimação à adopção de conduta (correspondentes aos pedidos formulados na presente
acção, e, desde logo o respectivo decretamento provisório, que era possível e suficiente para
assegurar os direitos que se visam proteger.
Aditamento:
Decisão Texto Integral: Acordam na 1ª Secção do tribunal Central Administrativo Sul

Vem interposto recurso da sentença do TAC de Lisboa que julgou


procedente a excepção da inidoneidade do meio processual
intimação para a protecção de direitos, liberdades e garantias,
absolvendo o recorrido da instância.
Em alegações são formuladas as seguintes conclusões:
1. A questão subjacente aos presentes autos prende-se com a
consideração do factor avaliação de desempenho para efeitos da
graduação profissional dos docentes, no âmbito dos concursos para
pessoal docente abertos pelo Aviso n° 7173/2010;
2. Como ficou devidamente demonstrado, a aplicação do referido
factor gera atropelos aos mais elementares princípios por que se
devem pautar os concursos públicos, como sejam o da ilegalidade,
da transparência e da objectividade, consubstanciando a violação de
direitos, liberdades e garantias, consagrados nos artigos 13º e 47º da
Constituição.
3. O recorrente entendeu que o meio adequado para tutelar tais
direitos e interesses era a Intimação para Protecção de Direitos,
Liberdades e Garantias, previsto no artigo 109º e seguintes do
C.P.T.A.
4. A sentença em crise não acompanhou o recorrente nesta opção
concluindo pela inidoneidade do meio processual por aquele utilizado
decidindo que o adequado seria o da impugnação de acto
administrativo ilegal a que está associado o meio cautelar de
suspensão de eficácia do mesma, com pedido de decretamento
provisório.
5. O recorrente não pode conformar-se com tal decisão já que
entende que o Tribunal não procedeu à correcta interpretação e
aplicação do Direito ao caso concreto.
6. Com efeito, para poder lançar mão do meio processual proposto
pela sentença recorrida seria necessário que estivéssemos perante a
prática de actos administrativos ilegais, o que não é o caso.
7. De facto, o que está em causa nos autos não é a previsão legal
contida no artigo 14° do D.L. n° 20/02006, já que o respectivo regime
é totalmente legítimo e constitucionalmente inatacável.
Daí que o ponto XII do Aviso de Abertura do concurso não se
encontra ferido de ilegalidade porque se limita a reproduzir o que se
encontra determinado por lei. Ora, o que resulta da conjugação do
disposto nos artigos 46° e 51° do C.P.T.A., é que o meio processual
proposto pela sentença recorrida, em oposição ao utilizado pelo
recorrente, é o que tem por base a “prática ou omissão ilegal de
actos administrativos” e, no presente caso, estes não existem.
8. Para além de não ser possível, no caso dos autos, o
decretamento provisório proposto também o mesmo nunca seria
suficiente para acautelar a tutela judicial efectiva dos direitos em
questão.
9. Os direitos associados às situações geradas com a aplicação do
factor avaliação de desempenho na graduação profissional
(devidamente identificadas nos autos), não podem ser tutelados
através de meios meramente provisórios mas antes através de uma
pronúncia judicial de mérito que garanta com a urgência que se
impõe a adopção de uma conduta que expurgue o concurso em
questão de todas as ilegalidades, no período temporal em que o
mesmo se desenvolve.
10. Não se oferecem razões materiais nem processuais consistentes
para defender a manutenção da provisoriedade de condições
concursais quando é inequívoca a constatação da legalidade que
lhes está subjacente. Portanto, a provisoriedade de uma sentença a
proferir no caso dos autos mostra-se incompatível, sob o ponto de
vista estrutural, com a situação em causa, a qual reclama, desde
logo, uma decisão de mérito, durante o calendário concursal
11. A situação exige urgência, não só porque será um elevado
número de candidatos, quiçá a maioria, que vão ser lesados pela
consideração da avaliação de desempenho, nos moldes descritos,
neste concurso e serão publicadas agora as listas provisórias
das quais os candidatos podem reclamar e recorrer
hierarquicamente.
12. Aliás se o Tribunal decretasse uma providência cautelar no
sentido dos candidatos serem graduados no concurso sem a
ponderação da sua avaliação de desempenho, isso significaria estar
a dar o que só a sentença final, uma decisão sobre o mérito da
causa, cumpre proporcionar ou seja, se a pretensão fosse satisfeita a
titulo cautelar, isso faria com que, uma vez concluído o concurso, o
processo principal se tornasse inútil. Há que ter em conta que o
concurso em questão não se destina a docentes dos quadros mas a
docentes que visam a satisfação de necessidades transitórias.
13. Posto isto, e ao contrário do que ficou decidido na sentença ora
recorrida, encontram-se preenchidos, no caso, os requisitos
legalmente exigidos para recorrer ao meio processual utilizado pelo
recorrente, por ao mesmo se ajustar, não só porque se impõe a
célere emissão de mérito que imponha à Administração a adopção
de uma conduta que se revele indispensável para assegurar o
exercício, em tempo útil, dos direitos, liberdades e garantias em
causa como também por não ser possível nem suficiente, no
caso, o decretamento provisório de uma providência cautelar.
14. O recorrente também não pode concordar com a sentença
recorrida quando alega que não se verificam as condições para
ocorrer a convolação. Como se demonstrou, tal conclusão não tem
qualquer sustentação porque contraria o princípio da tutela judicial
efectiva e o princípio constitucional da efectividade dos direitos,
liberdades e garantias.
15. Posto isto, não existem razões que obstem ao conhecimento do
mérito da causa, nos termos do meio processual utilizado pelo
recorrente nos presentes autos.

Em contra-alegações são formuladas as seguinte conclusões:


a) São pressupostos da intimação para protecção dos direitos,
liberdades e garantias (cf. Acórdão do STA, de 18 de Novembro de
2004, in processo n.° 978/04): a necessidade de emissão urgente de
urna decisão de fundo do processo que seja indispensável para
protecção de um direito, liberdade ou garantia e que não seja
possível ou suficiente o decretamento provisório de uma providência
cautelar, no âmbito de uma acção administrativa normal (comum ou
especial).
b) Desde logo, os presentes autos não configuram uma hipótese de
lesão eminente e irreversível do direito, liberdade e garantia dos
associados do Recorrente
c) Em primeiro lugar, a lesão não é eminente já que esta só se
concretiza com a publicação das listas definitivas colocação, a
publicitar em 30 de Agosto de 2010, conforme calendário do
concurso publicado em
http://www.dgrhe.mon.edu.pt/web/14654/calendario-concurso-
docentes.
d) Em segundo lugar, a situação actual é sempre reversível até à
publicação das referidas listas definitivas de colocação, mediante
acesso dos candidatos ao formulário de candidatura electrónico de
modo a alterarem os dados inseridos, conforme for determinado.
e) Por último, mesmo após a publicação das listas de colocação, é
sempre possível à DGRHE a reconstituição de uma eventual
situação hipotética para os associados do Recorrente, desde que os
mesmos estejam identificados, como de resto se tem feito para
execução de sentença em que o Recorrido tem sido condenado.
Por outro lado, não é compreensível a urgência alegada quando o
Recorrido se limita ao cumprimento de normas legais, a que está
vinculado, quando estas foram aprovadas com a alteração ao
Decreto-Lei n.° 20/2006, pelo Decreto-Lei n.° 51/2009.
g) Assim, desde 27 de Fevereiro de 2009, com a publicação do
Decreto-Lei n.° 51/2009, o Sindicato Recorrente tem conhecimento
que a norma transitória, constante do n.° 1 do art. 6.° daquele
diploma, que suspendia a aplicação do art. 14.° do Decreto-Lei n.°
20/2006, na nova redacção que lhe era dada, apenas vigorava para o
ano lectivo de 2009/2010.
h) Não se configura uma situação de urgência quando o momento
tardio em que as pretendidas alterações seriam introduzidas na
graduação dos candidatos, já após o aviso de abertura do concurso,
apresentação e validação das candidaturas, violariam o princípio da
estabilidade das regras concursais, da transparência e
imparcialidade a que a actividade administrativa se deve subordinar,
nos termos dos artigos 6.° e 6.°-A do CP A e n.° 2 do art. 266.° da
CRP, defraudando-se inesperadamente as expectativas dos
candidatos, ou seja, violando os princípios da segurança jurídica e da
confiança, princípios basilares do Estado de Direito consagrados no
art. 2.° da CRP, que pressupõem um mínimo de previsibilidade em
relação à actuação da Administração, por forma a que a cada pessoa
seja garantida e assegurada a continuidade das relações em que
intervém e dos efeitos jurídicos dos actos que pratica.
i) O meio normal de tutela dos direitos fundamentais reside nas
acções administrativas comuns ou especiais, com predominância
para as acções de condenação à prática do acto devido, com prévia
interposição de providência cautelar, em situações de urgência.
i) A pretensão do Recorrente teria necessariamente de ser rejeitada,
logo em sede liminar, por que o mesmo não alegou com suficiência,
nem demonstrou minimamente a verificação dos pressupostos da
intimação para. protecção dos direitos, liberdades e garantias de
modo a que se possa concluir que o exercício do direito em questão
não possa ser, em tempo útil e eficazmente assegurado com recurso
aos meios cautelares, se necessário lançando mão do regime do art.
131.° do CPTA, em conjugação com os meios contenciosos normais.
k) Um eventual decretamento de uma providência cautelar, com os
efeitos pretendidos nos presentes autos, não prejudicaria a decisão
que viesse a ser proferida no processo principal, não a tomando
inútil.
l) Determina o n.° 3 do art. 8.° do Decreto-Lei n.° 20/2006 que a
colocação de docentes dos quadros mantém-se até ao limite de
quatro anos, de modo a garantir a continuidade pedagógica, desde
que subsista a componente lectiva ( cfr. n.° 8 do art.° 43.° e n.° 8.° do
art 44.°).
m) Quanto à colocação de docentes contratados, a mesma pode ser
renovada até ao limite de quatro anos, nos termos do n.° 4 do art.
54,° do Decreto-Lei n.° 20/2006.
n) Ora, tendo o concurso uma duração plurianual é possível
salvaguardar o efeito útil de uma sentença do processo final que
venha a ser considerada procedente, através da competente
providência cautelar, razão pela qual não se verificam os
pressupostos do art. 109.° do CPTA.
o) E que mesmo que na providência cautelar se
absolvesse/condenasse o Ministério da Educação e os docentes
fossem colocados, tendo em atenção ou não a sua avaliação de
desempenho para efeitos de graduação profissional, tal situação era
possível de ser alterada na sentença que viesse a ser decretada na
acção principal, em relação aos anos subsequentes do concurso,
com a alteração da lista definitiva de ordenação e colocação, não se
configurando uma hipótese de facto consumado.
p) No caso dos autos, é manifesto que a conjugação da acção
administrativa especial de impugnação de acto administrativo com
pedido de condenação à prática de acto legalmente devido, em
substituição do acto praticado, (cfr. alínea a) do n.° 2 do art 47.° do
CPTA), associada ao pedido cautelar de suspensão de eficácia do
acto, eventualmente, com decretamento provisório, eram idóneos e
suficientes para tutelar os interesses do Recorrente.
q) O ponto XII do aviso de abertura do concurso traduz-se já na
aplicação da norma contida no art. 14.° do Decreto-Lei n.° 20/2006,
visando um modelo concreto de avaliação que, assim,
necessariamente, se considera ilegal
r) Por outro lado, não pode o Recorrente argumentar que, para si, a
norma contida no art. 14.° do Decreto-Lei n.° 20/2006 é legal.
s) Determina aquele normativo que apenas beneficiam da contagem
de tempo de serviço, para efeitos de graduação, e da majoração da
sua alínea c), os docentes avaliados ao abrigo do Estatuto da
Carreira Docente (ECD) e dos Decretos Regulamentares n.°s 2/2008,
de 10 de Janeiro, 11/2008, de 23 de Maio, e 1-A/2009, de 5 de
Janeiro, que o regulamentam.
t) O modelo de avaliação de desempenho do pessoal docente que
produz efeitos para o concurso de professores, nos termos do art.
14.° e alínea c) do n.° 3 do art 16.° tem a sua consagração no ECD,
na redacção dada pelo Decreto-Lei n.° 15/2007, de 19 de Janeiro,
tendo como destinatários apenas aqueles abrangidos pelo âmbito de
aplicação daquele diploma.
n) Sendo assim, os docentes a quem não se aplica o ECD ou não
foram avaliados ou não foram avaliados nos seus termos e, como tal,
não beneficiam da avaliação de desempenho para efeitos de
graduação profissional e desempate.
v) Estão nesta situação todo o elenco de docentes denunciados pelo
Recorrente no seu requerimento inicial: os docentes da Regiões
Autónomas (que se regem por Estatutos com sistemas de avaliação
próprios), os docentes de ensino de português no estrangeiro (nos
termos do n.° 3 do art 1.° do ECD regem-se por normas próprias), os
trabalhadores que em sede de contrato celebrado com as autarquias,
nos termos do art. 3° do Decreto-Lei n.° 212/2009, de 3 de Setembro,
se encontram a exercer funções em actividades de enriquecimento
curricular (não exercem funções docentes, tal como configuradas
pelo art. 35.° do ECD, nem lhes é exigida a qualificação profissional
ou mesmo própria para o exercício da sua actividade), professores
contratados nas Escolas de Hotelaria e Turismo (excluídos do âmbito
de aplicação do ECD e avaliados pelo SIADAP) e professores do
Ensino Particular e Cooperativo (com Estatuto próprio),
w) Pelo que, para o Recorrente, é a própria redacção do art. 14.° do
Decreto-Lei n.° 20/2006 ao determinar que apenas releva, para
efeitos de graduação profissional, a avaliação obtida nos termos do
ECD e dos Decretos Regulamentares n.°s 2/2008, 11/2008 e 1-
A/2009, que é ilegal e inconstitucional.
x) Por último, se o Recorrente considera que o que está em causa
não é a disposição contida no art. 14.° do Decreto-Lei n.º 20/2006,
mas sim o processo de avaliação de desempenho tal e qual como
decorreu, então reconhece a desnecessidade de emissão urgente de
uma decisão de fundo do presente processo.
y) E que a ser assim, o que deveria ser impugnado judicialmente era
a avaliação de desempenho referente a 2007-2009 e não o concurso
de professores.

A EMMP emitiu parecer a fls. 262 a 264, no sentido de ser de manter


a sentença recorrida.

Sem vistos, vem o processo à conferência.

Os Factos
A sentença recorrida considerou provados os seguintes factos:
A) Pelo Aviso n° 7173/2010 da Direcção-Geral dos Recursos
Humanos da Educação do Ministério da Educação, publicado no
Diário da República, 2a série, n° 69, de 9 de Abril de 2010, foi aberto
o “Concurso anual com vista ao suprimento das necessidades
transitórias de pessoal docente, para o ano escolar de 2010-2011”
estabelecendo-se no n°3 daquele aviso o seguinte: “1- Declaro
abertos os concursos de acordo com os n°2 e 6 do artigo 8° do
Decreto-Lei n°20/2006, de 31 de Janeiro, na redacção dada pelo
Decreto-Lei n° 51/2009, de 27 de Fevereiro, destinados a
educadores de infância e a professores dos ensinos básico e
secundário com vista ao suprimento das necessidades transitórias de
pessoal docente, estruturadas em horários completos ou
incompletos, para o ano escolar de 2010-2011, através de
destacamentos destinados aos docentes dos quadros e candidatos á
contratação a termo resolutivo.”
B) No ponto XII daquele aviso relativo a “Publicitação de listas
provisórias de admissão, ordenação e de exclusão do concurso de
destacamento por condições específicas de contratação” refere-se o
seguinte: “2- As listas provisórias de candidatos admitidos publicitam
os seguintes dados:
Número de ordem no grupo de recrutamento a que foram opositores;
Número de candidato;
Nome;
Tipo de concurso (DCE - destacamento por condições especificas ou
CN - contratação);
Tipo de candidato (quadra de agrupamento de escolas ou escola não
agrupada, quadro de zona pedagógica, licença sem vencimento de
longa duração, contratados e outros);
Lugar de provimento actual (Continente);
Código de agrupamento de escola ou escola não agrupada ou de
zona pedagógica em que se encontra
Grupo de recrutamento em que se encontra provido/colocado;
Grau que a habilitação profissional confere - Licenciatura (L) Diploma
de Estudos Superiores Especializados (DE), Mestrado em Ensino,
nos termos do Decreto-Lei n°43/2007, de 22 de Fevereiro, 2° Ciclo
do Processo de Bolonha (M). Bacharelato + Formação Especializada
(B+FE), Licenciatura (com variante Espanhol) (L+E), Licenciatura +
Diploma Espanhol de Língua Estrangeira (L+DELE), Bacharelato +
Diploma Espanhol de língua Estrangeira (B-DELE), Mestrado em
Ensino, nos termos do Decreto-Lei nº 43/2007, de 22 de Fevereiro,
2° Ciclo do Processo de Bolonha + Diploma Espanhol de Língua
Estrangeira (M+DELE), ou Outros, Licenciatura + Formação
Especializada (L+FE), Mestrado em Ensino, nos termos do Decreto-
Lei n°437200?, de 22 de Fevereiro, 2° Ciclo do Processo de Bolonha
+ Formação Especializada {M+FE} e Bacharelato + Formação
Complementar (B+FC);
Prestou serviço com qualificação profissional em estabelecimentos
de educação ou ensino públicos num dos dois anos imediatamente
anteriores ao concurso: Prioridade era que se posiciona;
Graduação, arredondada às milésimas, dos candidatos detentores de
qualificação profissional para a docência obtida com base no
disposto no artigo 14º do Decreto-Lei nº20/2006, na redacção dada
pelo Decreto-Lei nº 51/2009;
Tempo de serviço prestado antes da qualificação profissional (dias);
Tempo de serviço prestado após a qualificação profissional (dias);
Classificação profissional;
Data de nascimento;
Candidatura ao abrigo do Decreto-Lei nº 29/2001, de 3 de Fevereiro."
C) No “Manual de instruções” para a “Candidatura Electrónica” do
“Concurso de Contratação” elaborado pela Direcção de Serviços de
Recrutamento de Pessoal Docente refere-se designadamente o
seguinte:
“4. Opções de Candidatura
Candidatura Electrónica (...)
4.5. Avaliação de Desempenho
4.5. 1. Qualitativa 4.5.2. Quantitativa
(...)
4.5 Avaliação de Desempenho
4.5.1 Qualitativa
Deve seleccionar a menção qualitativa, obtida no ano escolar
2008/2009, de acordo com o ponto 2, do art. 46º, do ECD, com a
redacção dada pelo DL nº 270/2009, de 30 de Setembro. Por “Outra”
entende-se Regular ou Insuficiente. A lista inclui a hipótese de não
ter sido avaliado. Os docentes do Ensino de Português no
Estrangeiro (EPE), do Ensino Particular e Cooperativo e do Ensino
Profissional (EPCP), que pretendam ser opositores ao Concurso de
2010/2011, concorrem sem avaliação.
4.5.2 Quantitativa
Deve registar a menção quantitativa, obtida no ano escolar de
2008/2009, cumprindo os intervalos definidos, de acordo com o ponto
2, do art. 46, do ECD, com a redacção dada pelo D.L. 270/2009, de
30 de Setembro. O intervalo definido para “Outra” é o legislado para
as menções insuficiente e Regular (1,0 a 6,4),
Este campo encontra-se inactivo quando o candidato não foi
avaliado."Cfr.
documento de folhas 27 a 61 dos autos.
O Direito
A sentença recorrida julgou inidóneo o meio processual de intimação
para a protecção de direitos, liberdades e garantias, deduzido, no
qual se formulou o pedido de intimação do aqui recorrido, por
referência aos concursos destinados a educadores de infância e a
professores dos ensinos básicos e secundário com vista ao
suprimento das necessidades transitórias de pessoal docente,
estruturadas em horários destinados aos docentes dos quadros e
candidatos á contratação a termo resolutivo, abertos por despacho
proferido pelo director da D.G.R.H.E., em 31.03.2010, a: eliminar o
campo 4.5 (avaliação de desempenho) do boletim electrónico de
candidatura; corrigir nas fases seguintes, do procedimento concursal,
permitindo a igualdade de acesso e valoração de todos os opositores
ao concurso; assegurar, através dos serviços competentes do
Ministério da Educação, designadamente, a Direcção Geral dos
Recursos Humanos da Educação o cumprimento da intimação.
Para tanto, escreveu-se na sentença recorrida, nomeadamente, o
seguinte:
“O pedido que o requerente formula é que a presente intimação seja
julgada procedente e o Ministério da Educação seja intimado a
eliminar o campo 4.5 (avaliação do desempenho) do boletim
electrónico de candidatura.
Estabelece o artigo 51º nº1 do CPTA que “Ainda que inseridos num
procedimento administrativo, são impugnáveis os actos
administrativos com eficácia externa, especialmente aqueles cujo
conteúdo seja susceptível de lesar direitos ou interesses legalmente
protegidos.”
Dispõe o n°3 do mesmo artigo 51º do CPTA que “Salvo quando o
acto em causa tenha determinado a exclusão do interessado do
procedimento e sem prejuízo do disposto em lei especial, a
circunstância de não ter impugnado qualquer acto procedimental não
impede o interessado de impugnar o acto final com fundamento em
ilegalidades cometidas ao longo do procedimento."
Ou seja, num procedimento concursal se se invoca que um aviso de
abertura é ilegal (no todo ou em algum dos seus pontos), ele pode
ser desde logo impugnado (nos termos do artigo 51º nº 1 CPTA) ou,
não o sendo imediatamente, pode ser contenciosamente impugnada
a decisão final de homologação da lista de graduação final dos
candidatos (que não fica, nos termos do artigo 51º, nº 3 precludida).
A forma de remover actos administrativos da ordem jurídica é pois
pela respectiva impugnação, e a forma de obstar à sua execução
imediata é pelo pedido cautelar de suspensão de eficácia associado,
eventualmente, ao respectivo decretamento provisório.
Também no caso dos autos, entendendo o requerente que o aviso
de abertura do concurso é ilegal (o seu ponto XII - por pressupor a
aplicação do artigo 14º do Decreto-Lei nº 20/2006, de 31 de Janeiro
com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 51/2009 de 27
de Fevereiro ao ano escolar de 2010-2011 e tal consubstanciar
violação dos artigos 13º e 47º da Constituição) a forma de remover
da ordem jurídica aquele ponto do aviso é impugnando-o
contenciosamente. A forma de impedir que tal ponto do aviso seja
imediatamente executado e requerendo a respectiva suspensão de
eficácia.
(…)
A intimação é um processo de tramitação rápida e flexível que tem
como finalidade obter a tutela de um direito fundamental da categoria
de direitos, liberdades e garantias, ameaçado, no seu exercício útil,
por um comportamento positivo ou omissivo da Administração
Pública (ou de um particular). Este meio processual pressupõe que
no caso concreto haja uma situação de natureza improrrogável, que
reivindica uma decisão judicial inadiável
A intimação prevista nos artigos 109º e seguintes do CPTA constitui
um meio subsidiário de tutela que não é utilizável sempre que o
exercício dos meios normais assegure a satisfação do direito em
causa.
É requisito da adopção do meio processual intimação para a
protecção de direitos liberdades e garantias a respectiva
indispensabilidade e a urgência, isto é, só é admissível a sua
utilização quando não seja possível lançar mão de outro meio
adequado, em tempo útil, para acautelar o direito lesado ou “em vias
de ser lesado”.
Ora, no caso dos autos, não está demonstrada a indispensabilidade
da intimação para protecção de direitos liberdades e garantias,
pressuposto da utilização deste meio processual, nos termos da
segunda parte do nº 1 do artigo 109º do CPTA.
É que suspensa a eficácia do ponto do aviso que refere que “a
graduação arredondada às milésimas, dos candidatos detentores de
qualificação profissional para a docência obtida com base no
disposto no artigo 14º do Decreto-Lei nº 20/2006, na redacção dada
pelo Decreto-Lei nº 51/2009” também o ponto 4.5 do formulário
electrónico de candidatura, como consequência daquele ponto do
aviso, teria de ver paralisada a sua eficácia.
Razão porque cabe julgar procedente a excepção dilatória de
inidoneidade do meio processual, questão que obsta ao
conhecimento do mérito da causa e importa a absolvição da
instância, conforme resulta do disposto no artigo 493º, nº 2, do
C.P.C., aplicável por força do artigo 1º do C.P.T.A..”

O recorrente defende que o Tribunal não procedeu à correcta


interpretação e aplicação do Direito ao caso concreto.
Entendemos que não lhe assiste razão, tendo a sentença recorrida
ajuizado correctamente.
Efectivamente, o processo de intimação para protecção de direitos,
liberdades e garantias cujos pressupostos estão expressos no art
109º do CPTA, é um meio processual urgente, de natureza principal
e não cautelar, consistindo numas “das novidades absolutas” do
CPTA, conforme dizem Mário Aroso de Almeida e Carlos Alberto
Fernandes Cadilha, in “Comentário ao Código de Processo nos
Tribunais Administrativos, 2ª ed., 2007, pag, 629 e ss.), sendo um
meio processual urgente inovador que se destina a salvaguardar o
exercício de direitos, liberdades e garantias, mas cujo êxito está
dependente da verificação dos pressupostos legalmente previstos.
Dispõe o art. 109º, nº 1 do CPTA, que:
“1 - A intimação para protecção de direitos, liberdades e garantias
pode ser requerida quando a célere emissão de uma decisão de
mérito que imponha à Administração a adopção de uma conduta
positiva ou negativa se revele indispensável ao exercício, em tempo
útil, de um direito, liberdade ou garantia, por não ser possível ou
suficiente, nas circunstâncias do caso, o decretamento provisório de
uma providência cautelas segundo o disposto no artigo 131º.”
Daqui se extraí que estamos perante um processo principal,
processo de intimação, cuja finalidade é a obtenção, por parte do
interessado de uma sentença de condenação, mediante a qual o
tribunal impõe a adopção de uma conduta, que tanto pode consistir
numa acção (conduta positiva ou de facere), como consistir numa
abstenção (conduta negativa ou de non facere).
Retira-se igualmente daquele preceito que estamos perante um
processo destinado a proteger direitos, liberdades e garantias, sejam
eles pessoais ou patrimoniais, posto que se verifique o
preenchimento dos requisitos (dois) contidos no nº 1 do art. 109º do
CPTA: situação de especial urgência carecida de tutela definitiva
através da prolação de uma decisão de intimação para assegurar o
exercício, em tempo útil, de um direito, liberdade ou garantia (1º);
que a célere intimação se revele indispensável por não ser possível,
nas circunstâncias do caso, o decretamento provisório de uma
providência cautelar (2º), de acordo com o disposto no artigo 131º, nº
1 do CPTA.
Ora, se atentarmos neste 2º requisito - indispensabilidade da célere
intimação vemos que a consagração legal deste processo de
intimação para protecção de direitos, liberdades e garantias não
permite usar tal processo de intimação como uma “(...) via normal de
reacção a utilizar em situações de lesão ou ameaça de lesão de
direitos, liberdades e garantias.
A via normal de reacção é a da propositura de uma acção não
urgente (acção administrativa comum ou acção administrativa
especial), associada à dedução de um pedido de decretamento de
providências cautelares, destinadas a assegurar a utilidade da
sentença que, a seu tempo, vier a ser proferida no âmbito dessa
acção. Só quando, no caso concreto, se verifique que a utilização da
via normal não é possível ou suficiente para assegurar o exercício,
em tempo útil, do direito, liberdade ou garantia é que deve entrar em
cena o processo de intimação. (...)”- Cfr. Autores e obra citados, pag.
631 e ss.
Daí o carácter subsidiário do processo de intimação previsto no art.
109º do CPTA (cfr. sobre os requisitos deste meio processual, Acs
deste TCAS de 03.05.07, Proc. 02402/07; de 27.05.07, Proc.
06235/07; de 25.10.07, Proc. 03074/07 e do STA - Pleno de
18.02.2010, Proc. 0884/09, referido na sentença).
No caso dos autos não estão reunidos os requisitos legais acima
indicados, tal como entendeu a sentença recorrida.
Desde logo, não estamos perante uma situação de especial
urgência.
Efectivamente, o art. 14º, nº 1, alínea c) do DL. nº 20/2006, de 31/1,
com a redacção que lhe foi dada pelo DL. nº 51/2009, de 27/2 prevê
o seguinte:
“1- A graduação dos candidatos detentores de qualificação
profissional para a docência é determinada pelo resultado da soma
dos valores obtidos, nos termos das alíneas seguintes: (…) c) A
última avaliação de desempenho realizada nos termos do Estatuto
da Carreira Docente dos Educadores de infância e dos Professores
dos Ensinos Básico e Secundário e dos Decreto-Reguíarnentares
nºs 2/2008, de 10 de Janeiro, 11/2008, de 23 de Maio, e 1-A/2009,
de 5 de Janeiro, nos termos seguintes:
i) Excelente - 2 valores;
ii) Muito bom - 1 valor;”.
Ora, esta versão do diploma, na redacção que lhe introduziu o DL. nº
51/09, foi publicada em 27 de Fevereiro de 2009, e entrou em vigor
no dia seguinte ao da publicação (cfr. art. 9º do DL nº 51/09), tendo o
Recorrente conhecimento de que a norma transitória prevista no art.
6º, nº 1 do referido DL. nº 51/09, que suspendia a aplicação do art.
14º do DL. nº 20/06, na nova redacção que lhe era dada, apenas
vigorava para o ano lectivo de 2009/2010.
Assim, há mais de um ano que o aqui Recorrente conhece a matéria
atinente à causa de pedir que alega no presente meio processual,
podendo ter lançado mão, em devido tempo, de acção comum
inibitória prevista no art. 37º, nº 2, al. c) do CPTA (cfr. ainda art. 39º
do mesmo diploma), com vista a impedir, a título preventivo que, por
efeito de uma provável (e previsível) actuação administrativa
(abertura de concurso para o ano lectivo de 2010/2011), viesse a
consumar-se um facto lesivo, tal como o invocado na presente acção
(cfr. Autores e obra citados, págs. 205 e 206 e C.A. Fernandes
Cadilha, in Dicionário de Contencioso Administrativo, Almedina,
págs. 76 e 77). Ou seja, inexiste a urgência exigida pelo art. 109º do
CPTA.
Por outro lado, tal como entendeu a sentença recorrida, a tutela
jurisdicional podia ser efectivada, em tempo útil, através do recurso à
acção administrativa especial, na qual se impugnasse o aviso de
abertura do procedimento concursal por ilegal (no todo ou em algum
dos seus pontos), nos termos do artigo 51º, nº 1 CPTA, e,
requerendo-se providência cautelar de suspensão de eficácia e/ou
intimação à adopção de conduta (correspondentes aos pedidos
formulados na presente acção - als. a) e b) de fls. 20), e, desde logo
o respectivo decretamento provisório, que era possível e suficiente
para assegurar os direitos que se visam proteger (cfr. art. 112º, nº 2,
als. a) e f) do CPTA).
Aliás, é contraditória a alegação do Recorrente de que o art. 14º do
DL. nº 20/06 não enferma de qualquer ilegalidade ou
inconstitucionalidade, com a interposição do presente meio no qual
se impugna o aviso de abertura de concurso precisamente no ponto
que dá execução ao que dispõe tal preceito, considerando este
violador dos princípios constitucionais dos arts. 13º e 47º da CRP.
Improcedem, pois, a conclusões 1 a 13 do presente recurso.
Alega ainda o Recorrente que a conclusão a que a sentença chegou
de que não se verificam as condições para ocorrer a convolação, não
tem qualquer sustentação porque contraria o princípio da tutela
judicial efectiva e o princípio constitucional da efectividade dos
direitos, liberdades e garantias.
A sentença recorrida fundou-se nos seguintes motivos para não
proceder à convolação:
“Nas circunstâncias do caso, o requerimento inicial para ser
aproveitado (como processo cautelar uma vez que estamos no
âmbito de um processo urgente) teria de ser aperfeiçoado, pois que
o mesmo não especifica os fundamentos do pedido relativo à
adopção de providência cautelar, designadamente em termos de
prejuízos, nos termos do art. 114º, nº 3, alínea g) do CPTA, nem nele
se produz alegação quanto ao disposto no artigo 120º, nº 2 do
CPTA. Acresce o facto de o requerimento de adopção de suspensão
de eficácia importar, a prévia, actual ou futura propositura da acção
administrativa especial, pois é característica estrutural dos
procedimentos cautelares a sua instrumentalidade relativamente a
acção principal, cuja indicação tem de ser expressa no requerimento
cautelar apresentado. Pelo que não se vê qualquer possibilidade ou
utilidade processual em convolar o presente processo.”

Afigura-se-nos que também neste ponto a sentença recorrida não


merece censura.
Aliás, sobre tal matéria o Recorrente não assaca qualquer erro
concreto à sentença, limitando-se a invocar genericamente a
violação do princípio da tutela jurisdicional efectiva e a citar os
Autores acima indicados, no “Comentário ao CPTA”, nota 3 ao art.
109º (págs. 632 a 635), no qual os mesmos admitem, em abstracto
(e bem), que o juiz proceda à convolação do meio processual de
intimação para protecção de direitos, liberdades e garantias, num
processo cautelar, para o efeito de proceder, tão depressa quanto
possível, ao decretamento provisório, previsto no art. 131º.
Efectivamente, a verificação do erro na forma do processo implica a
anulação dos actos que não possam ser aproveitados, devendo
praticar-se os que forem estritamente necessários para que o
processo se aproxime da forma estabelecida na lei (art. 199º do
CPC).
Ora, no caso concreto, tal como refere a sentença recorrida a
convolação deste meio processual, num processo cautelar, obrigaria
a que se mandasse corrigir o requerimento inicial a fim de se dar
cumprimento, nomeadamente, ao disposto no art. 114º, nº 3, als. e),
f) e g) do CPTA.
Acresce que, destinando-se a adopção de providências cautelares a
assegurar a utilidade da sentença a proferir no processo principal,
não se vê que actualmente (e mesmo na data em foi proferida a
sentença recorrida) a convolação se revestisse ainda de alguma
utilidade (cfr. art. 112º, nº 1 do CPTA), sendo que, nesta data, já
estão publicadas as listas definitivas de colocação.
Improcedem, consequentemente, as conclusões 13 e 14 do presente
recurso.

Pelo exposto, acordam em:


a) - negar provimento ao recurso, confirmando a sentença recorrida;
b) - sem custas (art. 4º, nº 2, al. c) RCP).

Lisboa, 14 de Setembro de 2010


Teresa Sousa
Benjamim Barbosa
Carlos Araújo

Acórdãos TCAS Acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul


Processo: 06158/10
Secção:
Data do Acordão: 23-09-2010
Relator: COELHO DA CUNHA
Descritores: ACTO INSERIDO NUM PROCEDIMENTO.
IMPUGNABILIDADE.
ARTIGO 51º N.º1 DO CPTA.
AVISO DE ABERTURA DO CONCURSO.
NORMAS LIMITATIVAS DE ACESSO.
Sumário: I- São impugnáveis , ainda que inseridos num procedimento administrativo, os actos
administrativos com eficácia externa cujo conteúdo lese imediatamente direitos ou
interesses legalmente protegidos (artº 51º nº1 do CPTA).

II- Tais actos distinguem-se dos actos internos, que se inscrevem no âmbito das relações
interorgânicas ou das relações de hierarquia.

III- O Aviso de Abertura de um concurso, anexo a um despacho de um Director Geral, que


contenha normas limitativas de acesso dirigidas a determinado universo de destinatários, é
recorrível contenciosamente pelos interessados.
Aditamento:
Decisão Texto Integral: Acordam em conferência no 2º Juízo do TCA – Sul

1. Relatório
FENPROF – Federação Nacional dos Professores, com sede na
Rua Fialho de Almeida, n.º3, Lisboa, intentou no TAF de
Lisboa, acção administrativa especial de impugnação do
Despacho nº3/DGRHE/2007, de 30 de Maio, proferido pelo Sr.
Director Geral dos Recursos Humanos da Educação, que
autorizou a abertura do concurso para a categoria de
professor titular e sustentou os Avisos, subscritos pelos
Presidentes do Júri do concurso, abertos em cada
agrupamento de escola ou escolas não agrupadas para
lugares da referida categoria.
O Ministério Público contestou, invocando a
inimpugnabilidade do acto e a ineptidão da petição inicial e,
quanto ao mérito, defendeu a improcedência da acção.
Por sentença de 17 de Outubro de 2009, a Mmª Juíza “ a
quo” julgou procedente a questão prévia de
inimpugnabilidade do acto e absolveu o R. da instância.
Inconformada, a FENPROF interpôs recurso jurisdicional para
este TCA Sul, em cujas alegações enunciou as seguintes
conclusões:
1. O objectivo a que a recorrente se propôs com os
presentes autos foi o de obter a anulação do Despacho n°
3/DGRHE/2007, de 30 de Maio, proferido pelo Sr. Director
Geral dos Recursos Humanos devidamente identificado nos
mesmos autos.
2. Para o efeito alegou a ora recorrente que tal acto se
encontrava ferido de nulidade, com fundamento em
usurpação de poder, nos termos do artigo 133°, n.º2, a) do
C.P.A, ou, se assim não fosse entendido, que o mesmo
padecia do vicio de violação de lei por contrariar
designadamente, os artigos 15°, n.º5, do D.L. n°15/07,
artigos 4° n°2, b) ii) e 13°, n°1 do D.L. 200/07, de 22 de
Maio, artigos 13° e 112° da Constituição e artigo 5º do C.P.A.
3. Através da sentença recorrida, veio o Tribunal
Administrativo de Circulo de Lisboa decidir no sentido da
absolvição da instância, arguindo, para o efeito, a
inimpugnabilidade do acto, nos termos do artigo 51°, n°1 do
C.P.T.A.
4. Ora, tal decisão não faz a correcta interpretação e
aplicação do Direito, encontrando-se, por isso, ferida de
ilegalidade.
5. Do conteúdo do despacho em crise resulta que os
Directores Regionais são apenas intermediários no processo
concursal entre o respectivo autor e os docentes
destinatários do concurso já que a sua intervenção é
meramente procedimental ou seja, são estes docentes e não
os Directores Regionais os destinatários de tal acto.
6. A recorrente procedeu, assim, à impugnação do
identificado despacho porquanto a autoria da minuta do
Aviso de Abertura, que ao mesmo se encontra anexa,
pertence também ao seu Autor e é dele que consta a regra
concursal que afecta os seus associados.
7. Tal regra é a constante do ponto 10.6 do Aviso de
Abertura referido e é questionada pela recorrente por
impedir um determinado universo de docentes de se
candidatarem ao concurso em questão em manifesta
violação do disposto no artigo 4°, n°2, b) ii) e 13º do D.L.
n°200/07 e ainda do princípio da igualdade inserto do artigo
5° do C.P.A. e 13° da Constituição e o artigo 112° da
Constituição que regula o principio da hierarquia das
normas.
8. Ao decidir no sentido descrito o acto impugnado não é de
todo, um mero acto interno, como conclui a douta sentença
recorrida, mas sim um verdadeiro acto administrativo
impugnável porquanto o seu conteúdo afecta um universo
de associados da recorrente lesando directamente os seus
direitos e interesses legalmente protegidos.
9. De facto, o acto impugnado visou produzir efeitos jurídicos
numa situação individual e concreta já que, ao estatuir no
sentido descrito, inviabilizou irremediavelmente cada
um daqueles docentes de se candidatarem ao
concurso em questão e, ao fazê-lo, definiu a respectiva
situação jurídica concreta.
10. O acto em crise nos autos também reúne claramente os
requisitos para ser considerado um acto impugnável, na
definição do artigo 51° do C.P.T.A. já que, não só afectou a
esfera jurídica do universo de docentes identificado, quando
os impediu de se candidataram ao concurso, como também
porque, ao ser devidamente publicitado, tal regra
impeditória produziu, inquestionavelmente, efeitos externos.
11. Em suma, do conteúdo do acto em questão resulta que
os respectivos efeitos extravasam o âmbito das relações
inter-orgânicas já que se projectou na esfera jurídica de cada
um dos docentes que se viram, irremediavelmente
impedidos de se candidatarem ao concurso de acesso a
professor titular. Nesta medida, mostrou-se lesivo dos
direitos e interesses legalmente protegidos de tais docentes
o que o converte num acto contenciosamente impugnável.
12. Mas mesmo que de um acto interno se tratasse, ainda
assim isso não constituía, por si só, fundamento para a
alegada impugnabilidade do acto em crise já que os actos
internos também, podem ser sindicados desde que se
demonstre, como foi o caso, que são lesivos.
13. Em suma, a sentença recorrida encontra-se ferida, de
ilegalidade por erro de julgamento, pelo que deve ser
revogada.
O Ministério da Educação contra-alegou, nos termos
seguintes:
a) Nos presentes autos de recurso jurisdicional, vem a
Recorrente impugnar a sentença do Tribunal Administrativo
de Círculo de Lisboa que julgou procedente a excepção de
inimpugnabilidade do acto e, consequentemente, absolveu o
Réu da instância, pedindo a sua revogação por erro de
julgamento.

b) A sentença ora recorrida fez uma correcta interpretação e


aplicação do disposto no n.°1 do art. 51.° e na alínea c) do
n.°1 do art. 89.° do CPTA, que constituem fundamento da
decisão jurisdicional e não existe nela qualquer erro na
determinação das normas aplicáveis.

c) Nos termos do n.°1 do art.5º do Decreto-Lei n.°200/2007,


de 22 de Maio, a autorização para a abertura do concurso de
acesso à categoria de professor titular é da competência do
Director-Geral dos Recursos Humanos da Educação.

d) Por determinação do n.º5 do art. 8.° do referido decreto-


lei, a abertura do concurso em cada um dos agrupamentos
de escolas ou escola não agrupada é da competência do júri,
que tem como presidente o Director Regional de Educação
territorialmente competente, conforme n.°1 do mesmo
artigo.

e) Foi, pois, neste enquadramento e fundamento legal que o


despacho n.º3/DGRHE/2007, de 30.05, proferido Director-
Geral dos Recursos Humanos da Educação, autorizou a
abertura do concurso para a categoria de professor titular,
determinando no seu ponto 3 que o aviso de abertura, a
publicar no dia 1 de Junho de 2007, em cada agrupamento
ou escola não agrupada, seria subscrito pelo Director
Regional de Educação da respectiva área geográfica, na
qualidade de presidente do júri.

J) Sendo assim, os destinatários do acto impugnado são os


respectivos Directores Regionais de Educação e os órgãos de
gestão dos agrupamentos de ensino eu escolas não
agrupadas dos ensinos básico e secundário, onde os
referidos concursos tiveram ter lugar, aos quais coube
assegurar todas as operações e procedimentos relativos aos
mesmos.

g) O acto recorrido foi, pois, proferido apenas para produzir


efeitos no domínio das relações inter-orgânicas, no âmbito
dos serviços do Ministério da Educação, não afectando a
esfera jurídica dos associados da Recorrente.

h) O n.°1 do artigo 51.° do CPTA estabelece que "são


impugnáveis os actos administrativos com eficácia externa,
especialmente aqueles cujo conteúdo seja susceptível de
lesar direitos ou interesses legalmente protegidos".

i) Assim, a impugnabilidade de um acto da Administração


depende de dois requisitos: que se trate de um acto
administrativo (e não de uma norma com carácter geral e
abstracto ou de uma operação material) e da sua
externalidade ou seja, da susceptibilidade de produzir efeitos
jurídicos que se projectem para fora do procedimento onde o
acto se insere.

j) Ora, o acto impugnado não regula a situação individual dos


representados da Recorrente perante a Administração,
sendo seus destinatários os órgãos beneficiários da
autorização da abertura do concurso e a sua eficácia esgota-
se (porque a sua finalidade é alcançada) com a concessão da
autorização, enquanto condição necessária da abertura do
concurso.

k) E, a existir alguma lesão de direitos ou interesses


legalmente protegidos da ora Recorrente, ela só pode advir
do acto final do procedimento ou de um acto destacável do
mesmo.

l) O acto interno impugnado em causa é meramente


preparatório, preliminar e instrumental no procedimento
concursal, esgotando todos os seus efeitos nessa função
finalística, sem determinar, de per si, a definição autoritária
de uma situarão jurídica num caso individual e concreto, não
produzindo quaisquer efeitos lesivos na esfera jurídica dos
docentes, candidatos aquele concurso.

m) A considerar que o aviso de abertura do concurso de


acesso à categoria de professor titular conteria um acto
destacável por afectar concretamente a esfera jurídica
individual dos interessados, então os actos a impugnar
seriam esses mesmos, da autoria dos Directores Regionais
de Educação, nos termos do n.°5 do art. 8.° do Decreto-Lei
n.°200/2007, e que procederam à abertura do concurso em
cada agrupamento de escolas ou escola não agrupada.

n) Conclui-se, pois, que o acto ora impugnado não se reveste


das características de acto administrativo produtor de efeitos
externos na esfera jurídica dos representados da Recorrente,
mas trata-se de simples acto inter-orgânico proferido no
âmbito da Administração Educativa, não se
consubstanciando em definição unilateral e autoritária da
situação jurídica dos candidatos ao concurso de acesso à
categoria de professor titular, em termos de se poder afirmar
a sua potencialidade lesiva.
O Digno Magistrado do Mº Pº emitiu o seguinte parecer:
“ Decorre em consonância com a sentença recorrida, que o
despacho n°3/DGRHE/2007 de 30-5 proferido pelo Director-
Geral dos Recursos Humanos da Educação que autorizou
abertura do concurso para a categoria de professor titular
que em cada agrupamento de escola não agrupada, seria
subscrito pelo Director Regional de Educação da respectiva
área geográfica, na qualidade de presidente do júri.
Assim, os destinatários do acto em causa são os respectivos
Directores Regionais de Educação e os órgãos de gestão dos
agrupamentos de ensino ou escolas não agrupadas dos
ensino básico e secundário em que esses concursos tiveram
lugar e o acto impugnado foi proferido para, somente,
produzir efeitos no domínio das relações inter-orgânicas, no
âmbito dos serviços do Ministério da Educação e não afectar
a esfera jurídica dos associados da recorrente. Decorre do
n°1 do art°51° do CPTA que "são impugnáveis os actos
administrativos com eficácia externa, especialmente aqueles
cujo conteúdo seja susceptível de lesar direitos ou interesses
legalmente protegidos".
Resulta, assim, que o acto em causa do DGRHE não se
reveste das características de acto administrativo a produzir
efeitos externos na esfera jurídica dos representados das
recorrentes, mas, tratar-se de acto inter-orgânico proferido
no âmbito da Administração Educativa.
Entende-se, assim, sido feita correcta aplicação do direito
pela sentença recorrida e desse modo, dever manter-se.”
xx
2. Matéria de Facto
Para a decisão da questão suscitada considera-se pertinente
a seguinte factualidade:
a) A FENPROF impugnou, na presente acção administrativa
especial, entrada em 11.10.2007, o despacho
n.º3/DGRHE/2007, de 30 de Maio, do Dr. Director Geral dos
Recursos Humanos da Educação, que procedeu à abertura
do concurso interno de acesso regulado pelo Dec.Lei
n.º200/2007, de 22 de Maio;
b) Tal despacho é do seguinte teor :
DESPACHO Nº3/DGRHE/2007

Nos termos do n.º 1 do artigo 5º do Decreto-Lei n.º


200/2007, de 22 de Maio, do n.º 2 do artigo 34º do Estatuto
da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos
Professores dos Ensinos Básico e Secundário, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 139- A/90, de 28 de Abril, com as alterações
introduzidas pelos Decretos-Leis n.ºs 105/97, de 29 de Abril,
1/98, de 2 de Janeiro, 35/2003, de 17 de Fevereiro,
121/2005, de 26 de Julho, 229/2005, de 29 de Dezembro,
224/2006, de 13 de Novembro, 15/2007, de 19 de Janeiro e
35/2007, de 15 de Fevereiro, e do artigo 15º do Decreto-Lei
n.º 15/2007, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei
n.º 104/2008, autorizo a abertura do concurso extraordinário
para a categoria de professor titular, destinado aos docentes
de nomeação definitiva com a categoria de professor,
posicionados no índice remuneratório 340,299 e 245.

2. A candidatura ao concurso referido no número anterior


tem início no dia 4 de Junho de 2007.

3. O Aviso de abertura do concurso a publicitar no dia 1 de


Junho de 2007, em cada agrupamento ou escola não
agrupada, será subscrito pelo Director Regional de Educação
da respectiva área geográfica, na qualidade de presidente
do júri, e obedecerá à minuta de aviso constante do anexo
deste despacho. (cfr. Doc. n.º1, anexo à p.i.).

c) Anexo ao Despacho nº3/DGRHE/ 2007 encontra-se o Aviso


de fls. 19 e segs., que se transcreve:
ANEXO
AVISO
Nos termos do n.º 1 do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º
200/2007, de 22 de Maio, torna-se público que, através do
Despacho n.º3/DGRHE/2007, de 28 de Maio, do Director-
Geral dos Recursos Humanos da Educação, no uso da
competência conferida pelo n.º 1 do artigo 5.º do mesmo
diploma, é aberto em cada agrupamento de escolas ou
escola não agrupada, por este Aviso, assinado pelo
Presidente do Júri, e pelo prazo de 5 dias úteis a contar da
sua publicitação, o concurso interno de acesso limitado, para
lugares da categoria de professor titular, destinado aos
docentes de nomeação definitiva, com categoria de
professor, posicionados no índice remuneratório 340, 299 e
245.

O presente Aviso é composto pelos seguintes capítulos:


Capítulo I - Natureza do concurso
1. Introdução
2. Legislação aplicável
3. Conteúdo funcional do lugar a prover
4. Estruturação em departamentos dos grupos de
recrutamento
5. Ocupação de vagas
6. Prazo de validade
7. Júri
Capítulo II - Processo concursal
8. Processo concursal
Capítulo III - Candidatura
9. Apresentação da candidatura e prazos
10. Escolas e agrupamentos onde concorrem
11. Requisitos de admissão ao concurso
12. Documentos a apresentar
Capítulo IV - Certificação da candidatura
13. Motivos de exclusão
14. Certificação dos dados da candidatura
15. Acesso e verificação da candidatura
Capítulo V - Listas provisórias de admissão e exclusão
16. Publicitação das listas provisórias
17. Exercício do direito de participação dos interessados
Capítulo VI - Listas definitivas de admissão e exclusão
18. Publicitação das listas definitivas
19. Recurso hierárquico
Capítulo VII - Análise curricular
20. Análise curricular
21. Tabela de critérios e pontuações
Capítulo VIII - Lista de classificação final
22. Publicitação
23. Recurso hierárquico
24. Provimento
25. Aceitação do lugar
CAPÍTULO I
Natureza do concurso
1. Introdução
1.1. A carreira docente com a alteração introduzida pela
entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 15/2007 de 19 de
Janeiro, passa a ser estruturada de forma hierarquizada em
duas categorias distintas – a de professor e a de professor
titular.
1.2. O concurso em causa destina-se ao preenchimento do
primeiro quadro de acesso à categoria de professor titular.
Trata-se de um concurso interno de acesso limitado, a
realizar em dois procedimentos concursais autónomos, em
função dos seus destinatários: docentes com nomeação
definitiva na categoria de professor, posicionados no índice
remuneratório 340 e docentes com nomeação definitiva na
categoria de professor, posicionados nos índices
remuneratórios 299 e 245.
2. Legislação aplicável
O concurso extraordinário interno de acesso limitado, para a
categoria de professor titular rege-se pelos seguintes
normativos:
2.1. Decreto-Lei n.º 200/2007, de 22 de Maio e presente
Aviso.
2.2. Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de
Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário,
(adiante designado por Estatuto da Carreira Docente),
aprovado pelo Decreto-Lei n.º139-A/90, de 28 de Abril, com
as alterações introduzidas pelos Decretos-Leis n.ºs 105/97,
de 29 de Abril, 1/98, de 2 de Janeiro, 35/2003, de 17 de
Fevereiro, 121/2005, de 26 de Julho, 229/2005, de 29 de
Dezembro, 224/2006, de 13 de Novembro, 15/2007, de 19
de Janeiro e 35/2007, de 15 de Fevereiro.
2.3. Em tudo o que não estiver regulado nos Decretos-Leis
n.ºs 200/2007, e no presente Aviso aplicam-se,
subsidiariamente, as disposições do regime geral de
recrutamento e selecção de pessoal para os quadros da
Administração Pública (Decreto-Lei n.º 204/98, de 11 de
Julho) e no Código do Procedimento Administrativo, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 442/91, de 15 de Novembro, com a
redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 6/96, de 31 de
Janeiro.
3. Conteúdo funcional do lugar a prover
Ao professor titular estão cometidas as funções constantes
nos n.ºs 3 e 4 do artigo 35.º do Estatuto da Carreira Docente,
na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de
Fevereiro.
4. Estruturação em departamentos dos grupos de
recrutamento
A estruturação em departamentos dos grupos de
recrutamento previstos no Decreto-Lei n.º 27/2006, de 10 de
Fevereiro, e que consta do anexo I ao Decreto-Lei
n.º200/2007, produz efeitos para este primeiro concurso de
acesso para lugares da categoria de professor titular.
5. Fixação de vagas
5.1. O procedimento concursal destinado aos docentes com
nomeação definitiva, com a categoria de professor,
posicionados no índice remuneratório 340 não depende da
fixação de lugar vago na categoria.
5.2. O procedimento concursal para os docentes com
nomeação definitiva, com a categoria de professor,
posicionados nos índices remuneratórios 299 e 245 realiza-
se para o preenchimento dos lugares previstos em anexo a
este Aviso, bem como para as vagas que vierem a ocorrer
até ao termo do respectivo prazo validade.
6. Prazo de validade
6.1. O procedimento concursal destinado aos docentes com
nomeação definitiva, com a categoria de professor,
posicionados no índice remuneratório 340, caduca com o
provimento dos docentes aprovados na categoria de
professor titular.
6.2. O procedimento concursal para os docentes com
nomeação definitiva, com a categoria de professor,
posicionados nos índices remuneratórios 299 e 245 tem a
validade de 3 meses, a contar da data de publicação das
listas de classificação final.
7. Júri
O Júri do presente concurso, constituído nos termos do artigo
8.º do Decreto-Lei n.º200/2007, integra os elementos
constantes em anexo a este Aviso.
CAPÍTULO II
Processo concursal
8. Processo concursal
8. O concurso de provimento para a categoria de professor
titular realiza-se em dois procedimentos concursais
autónomos, em razão dos seus destinatários nos seguintes
termos:
8.1 Um destinado aos docentes com nomeação definitiva,
posicionados no índice remuneratório 340.
8.2 Um destinado aos docentes com nomeação definitiva,
posicionados nos índices remuneratórios 299 e 245.
CAPÍTULO III
Candidatura
9. Apresentação da candidatura e prazos
9.1. O concurso obedece ao princípio da unidade, traduzido
na apresentação de uma candidatura única, em formato
electrónico.
9.2. Para aceder à candidatura é necessário que os
opositores ao concurso possuam número de candidato.
Quem não o tiver deverá fazer a inscrição destinada ao
registo electrónico, utilizando para o efeito a aplicação
própria, disponível no sítio da Internet da DGRHE.
9.3. A apresentação ao concurso é efectuada,
exclusivamente, mediante o preenchimento de formulário
em formato electrónico, disponível no sítio da Internet do
agrupamento de escolas ou escola não agrupada e da
Direcção Regional de Educação.
9.4. O prazo para a realização da candidatura é de cinco dias
úteis, a contar da data de publicação deste Aviso.
10. Limitações à candidatura.
10.1. Docente do QE que concorre ao concurso aberto na
escola não agrupada ou no agrupamento que integra a
escola onde exerce funções.
10.2. Docente do QE: em exercício de funções numa escola
ou agrupamento de escolas de tipologia onde não exista o
seu grupo de recrutamento; em situação de mobilidade nas
Regiões Autónomas; ou não exerça funções nos
estabelecimentos de ensino da rede do Ministério da
Educação, que concorre ao concurso aberto na escola ou no
agrupamento em que esteja integrada a escola a cujo
quadro pertence.
10.3. Docente do QE em exercício de funções em
estabelecimentos de ensino público português no
estrangeiro ou que se encontre colocado ao abrigo do artigo
41.º do Decreto-Lei n.º 165/2006, de 11 de Agosto, que
concorre ao concurso aberto na escola ou no agrupamento
em que esteja integrada a escola a cujo quadro pertence.
10.4. Docente do QZP que concorre ao concurso aberto na
escola ou no agrupamento que integra a escola onde está
afecto.
10.5. Docente do QZP em situação de mobilidade nas
Regiões Autónomas ou em exercício de funções em
estabelecimentos de ensino público português no
estrangeiro ou que se encontre colocado ao abrigo do artigo
41.º do Decreto-Lei n.º 165/2006, de 11 de Agosto, que
concorre ao concurso aberto na escola ou no agrupamento
onde exerceu
funções pela última vez.
10.6. Só podem ser opositores ao concurso os candidatos
pertencentes aos grupos de recrutamento constantes do
anexo I ao Decreto-Lei n.º 200/2007.
10.7 A clarificação do artigo 6.º do referido diploma constará
no Manual de Candidatura, disponível na Área de Candidatos
no sítio da Internet da DGRHE.
11. Requisitos de admissão ao concurso
Podem ser opositores ao concurso, os docentes posicionados
nos índices remuneratórios 340, 299 e 245, que preencham,
cumulativamente, e até ao termo do prazo para
apresentação da candidatura, os seguintes requisitos:
11.1. Possuam uma das seguintes habilitações:
a) A titularidade do grau académico de licenciado e
qualificação profissional para a docência;
b) Curso de formação complementar conferente do grau
académico de licenciado;
c) Diploma de estudos superiores especializados.
11.2. Não estejam na situação de incapacidade para o
exercício de funções docentes ou com dispensa total ou
parcial da componente lectiva, nos termos do Decreto-Lei n.º
224/2006, de 13 de Novembro.
12. Documentos a apresentar
12.1. Durante o prazo destinado à apresentação das
candidaturas, os candidatos devem comprovar os elementos
declarados no formulário da sua candidatura, mediante
fotocópia simples dos adequados documentos,
nomeadamente, actas e relatórios de avaliação, desde que
tais elementos não se encontrem arquivados no respectivo
processo individual.
12.2. Os documentos devem ser entregues nos Serviços de
administração escolar do agrupamento de escolas ou escola
não agrupada e dirigidos ao Presidente do Júri.
12.3. Não é admitida a junção de documentos que sejam
apresentados fora do prazo previsto para a candidatura.
CAPÍTULO IV
Certificação da candidatura
13. Motivos de exclusão
13.1. São excluídos do concurso os candidatos que:
13.1.1. Mencionem incorrectamente o código do
estabelecimento de educação ou de ensino onde exercem
funções;
15. Acesso e verificação da candidatura
15.1. Terminada a certificação é disponibilizado aos
candidatos o acesso à sua candidatura, por um período de
três dias úteis, para verificação dos dados que tiverem sido
validados e não validados.
15.2. Durante este período, todos os campos são passíveis
de ser alterados.
15.3. A comissão de certificação da candidatura deverá
proceder à nova certificação no prazo de cinco dias úteis.
CAPÍTULO V
Listas provisórias de admissão e exclusão
16. Publicitação das listas provisórias
16.1. Terminado o processo de certificação dos dados da
candidatura, o Júri elabora as listas provisórias dos
candidatos admitidos e excluídos, publicitando-as na
Internet.
16.2. As listas provisórias de candidatos admitidos são
organizadas por ordem alfabética e por departamento (nos
termos do anexo I ao Decreto-Lei n.º 200/2007), e publicitam
os seguintes dados:
Nome;
Número de candidato;
Situação do candidato (QE ou QZP);
Situação em que concorre (alíneas referidas no campo B.2.
do formulário de candidatura);
Habilitações – licenciatura (L), formação complementar
conferente do grau académico de licenciado (FC), diploma de
estudos superiores especializados (DESE).
Confirmação de que o candidato não se encontra na situação
de incapacidade para o exercício de funções docentes ou
com dispensa total ou parcial da componente lectiva, nos
termos do Decreto-Lei n.º 224/2006 (NSI/DCL).
16.3. As listas provisórias de candidatos excluídos são
organizadas por ordem alfabética e publicitam: o nome do
candidato, o número de candidatura e o (s) fundamento (s)
da exclusão.
17. Exercício do direito de participação dos
interessados
17.1. Os candidatos incluídos nas listas provisórias de
exclusão são notificados pelo Júri, por via electrónica.
17.2. No âmbito do exercício do direito de participação dos
interessados, esses candidatos, no prazo de três dias úteis,
devem dizer por escrito o que tiverem por conveniente.
17.3. Terminado o prazo para o exercício deste direito, o Júri
apreciará as alegações apresentadas e, no prazo de três dias
úteis, decidirá se mantém a exclusão, notificando os
candidatos por via electrónica dessa decisão.
CAPÍTULO VI
Listas definitivas de admissão e exclusão
18. Publicitação das listas definitivas
18.1. Esgotado o prazo destinado à análise das alegações
apresentadas, as listas provisórias convertem-se em
definitivas, contendo as alterações aceites, sendo
publicitadas no sítio da Internet.
18.2. As listas definitivas de candidatos admitidos serão
organizadas por ordem alfabética e por departamento (os
referidos no anexo I ao Decreto-Lei nº 200/2007), e
publicitam os mesmos dados referidos no Cap. V, ponto 16.2.
do presente Aviso.
18.3. As listas definitivas de candidatos excluídos são
organizadas por ordem alfabética e publicitam os mesmos
dados referidos no Cap. V, ponto 14.3. do presente Aviso.
19. Recurso hierárquico
Das listas definitivas de exclusão cabe recurso hierárquico
para o Director-Geral dos Recursos Humanos da Educação,
sem efeito suspensivo, a apresentar em formulário
electrónico, no prazo de cinco dias úteis a contar do dia
imediato à respectiva publicitação.
CAPÍTULO VII
Análise Curricular
20. Análise Curricular
20.1. A análise curricular dos candidatos admitidos tem início
no dia útil imediato à divulgação das listas definitivas de
candidatos admitidos nos termos do artigo 10.º do Decreto-
Lei n.º 200/2007.
20.2. A aplicação electrónica de candidatura obedece à
organização constante do anexo II e respeita os critérios e
pontuações de análise curricular, nos termos do n.º 15 do
artigo 10.º do referido diploma.
21. Tabela de critérios e pontuações
21.1. Na análise curricular são obrigatoriamente
considerados os critérios, pontuações e factores de
ponderação que constam do anexo II ao Decreto-Lei n.º
200/2007.
21.2. A classificação final resultante da análise curricular
resultará da soma total dos pontos atribuídos em cada factor
e item de avaliação, nos termos do referido anexo.
21.3. Os candidatos posicionados no índice remuneratório
340 são classificados em mérito absoluto, sendo providos
aqueles que obtenham classificação igual ou superior a 95
pontos.
21.4. Os candidatos posicionados nos índices 299 e 245 são
posicionados, por ordem decrescente, por departamento nos
termos do anexo I do referido diploma, em função da
classificação obtida. Em caso de igualdade de classificação,
preferem sucessivamente:
a) O candidato que detenha grau académico mais elevado;
b) O candidato com mais assiduidade, no período a que se
refere a alínea a) do n.º10 do artigo 10º do referido diploma.
CAPÍTULO VIII
Lista de classificação final
22. Publicitação
22.1. Após a análise curricular, o Júri elabora e aprova, no
prazo de cinco dias úteis, as listas de classificação final do
concurso.
22.2. As listas de classificação final são organizadas por
departamento, e por ordem decrescente da classificação
obtida pelos candidatos na avaliação curricular, e publicitam
os mesmos dados das listas provisórias e definitivas de
candidatos admitidos (Cap. V, ponto 14, e Cap. VI, ponto 16
do presente Aviso).
22.3. As listas são publicitadas no sítio da Internet do
agrupamento de escola ou escola ou escola não agrupada e
da Direcção Regional de Educação, e através de edital
afixado em local apropriado, no agrupamento de escola ou
escola não agrupada.
23. Recurso hierárquico
Das listas de classificação final cabe recurso hierárquico para
o Director-Geral dos Recursos Humanos da Educação, sem
efeito suspensivo, a apresentar em formulário electrónico, no
prazo de cinco dias úteis a contar do dia imediato à
respectiva publicitação.
24. Provimento
24.1 São providos na categoria de professor titular por
conversão automática do lugar que ocupam, em lugar
daquela categoria, a extinguir quando vagar, no quadro
desta escola/agrupamento os candidatos posicionados no
índice remuneratório 340 que obtenham classificação igual
ou superior a 95 pontos.
24.2 Os candidatos ao concurso posicionados nos índices
299 e 245 são posicionados são providos, de acordo com a
ordenação da respectiva lista de classificação final, nos
termos dos lugares postos a concurso e que constam do
anexo ao presente aviso.
25. Aceitação do lugar
A aceitação do lugar de professor titular determina a
obrigatoriedade do exercício efectivo das funções inerentes
à categoria, fazendo cessar as situações de mobilidade
anteriormente constituídas.
O Presidente do Júri

Ass.
( José Joaquim Leitão)
d) Na sua contestação, o R. invocou a inimpugnabilidade do
acto e a ineptidão da petição inicial.
xx
3. Direito Aplicável
A decisão recorrida é do seguinte teor:
“ O Réu invocou a questão da inimpugnabilidade do acto
proferido pelo Director-Geral dos Recursos Humanos da
Educação, em 30.5.2007, que autorizou a abertura do
concurso para a categoria de professor titular, porquanto os
seus destinatários são os Directores Regionais da Educação
e os órgãos de gestão dos agrupamentos de ensino ou
escolas não agrupadas do ensino básico e secundárias,
apenas produzindo efeitos no domínio das relações inter-
orgânicas, sem possuir aptidão para definir qualquer
situação jurídica concreta dos associados da Autora ou
qualquer outra entidades, e, por maioria de razão, revela-se
desprovido de eficácia externa e lesividade imediata. Trata-
se de um acto interno.
Donde não preenche os requisitos previstos no art 51 n°1 do
CPTA.
A Autora refuta tal entendimento, pronunciando-se pela
improcedência da questão prévia, alegando que o acto de
autorização de abertura do concurso vem, simultaneamente,
determinar e definir as regras a que o mesmo deve
obedecer, anexo ao despacho. Pelo que a autoria do Aviso
de Abertura e das regras concursais pertence ao Director-
Geral dos Recursos Humanos da Educação. Daí que os
Directores Regionais são meros intermediários no processo
concursal entre o autor do acto impugnado e os docentes
destinatários.
Analisemos
A Autora interpôs a presente acção administrativa especial,
impugnando o despacho n°3/DGRHE/2007, de 30.5, proferido
pelo Director-Geral dos Recursos Humanos da Educação, que
autorizou a abertura do concurso interno de acesso limitado
para a categoria de professor titular, destinado aos docentes
de nomeação definitiva com a categoria de professor
posicionados nos índices remuneratórios 340, 299 e 245.
Nos termos do art 51 n°1 do CPTA, ainda que inseridos num
procedimento administrativo, são impugnáveis os actos
administrativos com eficácia externa, especialmente aqueles
cujo conteúdo seja susceptível de lesar direitos ou interesses
legalmente protegidos.
Significa isto que, à luz da lei vigente, o critério de selecção
dos actos sindicáveis centra-se na susceptibilidade desses
actos lesarem direitos ou interesses legalmente tutelados.
São, por conseguinte, impugnáveis os actos com eficácia
externa lesiva imediata e efectiva da esfera jurídica dos
administrados.
Contrariamente, os actos internos e os preparatórios não são
impugnáveis, salvo se revestidos de idoneidade para
produzir efeitos imediatamente lesivos. Mas, por regra, eles
não produzam efeitos externos ou deles apenas decorrem
efeitos prodrómicos de um acto procedimental que só se
torna acto decisório através do acto conclusivo do
procedimento.
Especificamente, no que tange aos actos autorizadores de
abertura de concursos, tem a Jurisprudência do STA
entendido tratar-se de simples actos internos e
preparatórios, desprovidos de lesividade própria e, nessa
medida, insusceptível de impugnação (cfr. Ac STA n°1819/02
de 12.5.2004).
Aliás, idêntica interpretação tem sido feita, de um modo
geral, a propósito do acto de abertura do concurso
facultativo, por não constitutivo de direitos, mas simples
actos de trâmite, preparatórios da decisão final (cfr. Ac. STA
n°41366 de 21.2.2001)
No caso sub Júdice, na senda das explanações tecidas,
impõe-se também concluir pela insusceptibilidade de
impugnação do despacho n°3/DGRHE/2007, datado de 30.5,
da autoria do Director-Geral dos Recursos Humanos da
Educação, que autorizou a abertura do concurso para a
categoria de professor titular, em virtude de consubstanciar
um acto interno, cujos destinatários são os Directores
Regionais da Educação e os órgãos de gestão dos
agrupamentos de ensino ou escotas não agrupadas do
ensino básico e secundários e apenas se destina a produzir
efeitos no domínio das relações inter-orgânicas. Ele não
define a situação jurídica concreta dos associados da Autora,
nem tem lesividade própria e imediata, pelo que é
insusceptível de impugnação.
Pelo exposto, nos termos do art 51 n°1e 89 n°1 al.c) do
CPTA, procede a questão de inimpugnabilidade do acto,
determinante da absolvição do Réu da instância.
(...)
Pelo exposto, nos termos sobreditos, julgo procedente a
questão prévia de inimpugnabilidade do acto e,
consequentemente, absolvo o Réu da instância.”.
Discordando deste entendimento, a FENPROF, nas suas
alegações, defende que os Directores Regionais são apenas
intermediários no processo concursal, entre o autor do acto
em crise e os docentes destinatários, já que a sua
intervenção é meramente procedimental. Ou seja, diz a
FENPROF, são os docentes abrangidos por esse concurso e
os Directores Regionais os destinatários do referido acto. Por
isso, a recorrente procedeu à impugnação do Despacho
n.º3/DGRHE/2007, porquanto a autoria da minuta do Aviso
de Abertura que ao mesmo está anexa pertence também ao
seu autor (Director Geral dos Recursos Humanos da
Educação) e é dele que constam as regras reguladoras do
concurso que afectam os seus associados (sublinhado
nosso).
Assim, o acto impugnado, contrariamente ao determinado
pela decisão recorrida, não constitui um mero acto interno,
mas sim um verdadeiro acto administrativo recorrível,
porquanto o seu conteúdo afecta um universo de associados
da recorrente, lesando directamente os seus interesses
legalmente protegidos.
Em nosso entender, a recorrente tem razão.
Como dispõe o artigo 51º nº1 do CPTA, “ Ainda que inseridos
num procedimento administrativo são impugnáveis os actos
administrativos com eficácia externa, especialmente aqueles
cujo conteúdo seja susceptível de lesar direitos ou interesses
legalmente protegidos”.
É o que sucede no caso dos autos.
O teor do ponto 10.6 do Aviso de Abertura, anexo ao
despacho impugnado e dele indissociável produz efeitos
imediatos e irremediáveis na esfera jurídica de um universo
de professores, ao estabelecer que “ Só podem ser
opositores ao concurso os candidatos pertencentes aos
grupos de recrutamento constantes do Anexo 1 ao Dec.Lei
nº200/2007 “(sublinhado).
Ao preceituar desta maneira, o Aviso impede que
determinado grupo de professores (os docentes de “técnicas
especiais” e os docentes do ensino artístico dos
Conservatórios de Música e Dança) referidos nos artigos 13º
e seguintes da petição inicial, possam ser opositores ao
concurso, o que, segundo a FENPROF, constitui uma
ilegalidade.
Estamos, pois, perante um acto impugnável de natureza
externa. Não obstante o mesmo se encontrar inserido num
procedimento, é desde logo lesivo de determinado universo
de destinatários, que ficarão irremediavelmente
prejudicados se contra ele não reagirem no momento
oportuno.
Conclui-se, pois, que a sentença recorrida julgou
erradamente, ao considerar inimpugnável o despacho
n.º3/DGRHE/2007, de 30 de Maio, proferido pelo Sr. Director
Geral dos Recursos Humanos.
xx
4. Decisão.
Em face do exposto, acordam em conceder provimento ao
recurso, revogando a decisão recorrida e ordenando o
prosseguimento dos autos, se outra causa a tal não obstar.
Sem custas.
Lisboa, 23/09/2010
COELHO DA CUNHA
FONSECA DA PAZ
RUI PEREIRA

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