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4. CMMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.1 Antecedentes históricos: modelos CMM para qualidade de processo de software .
51
4.2 Visão geral do modelo CMMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.3 Componentes do modelo CMMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.4 Representações do CMMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.4.1 Seleção de uma representação do modelo CMMI . . . . . . . . . . . . . . 59
4.5 Representação contínua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4.6 Representação por estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4.7 Níveis de maturidade do CMMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.7.1 Nível de maturidade 1: Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.7.2 Nível de maturidade 2: Gerenciado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.7.3 Nível de maturidade 3: Definido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.7.4 Nível de maturidade 4: Gerenciado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.7.5 Nível de maturidade 5: Em otimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.8 Níveis de capacidade do CMMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.8.1 Nível de capacidade 0: Incomplete (Incompleto) . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.8.2 Nível de capacidade 1: Performed (Executado) . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.8.3 Nível de capacidade 2: Managed (Gerenciado) . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.8.4 Nível de capacidade 3: Defined (Definido) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
INTRODUÇÃO
As organizações vêm buscando realizar a sua gestão por processos, embora muitos departamentos
desenvolvam projetos. Administrar projetos e processos transfuncionais não é uma tarefa fácil.
Entender como funcionam os processos e quais são os tipos existentes é importante para determinar
como eles devem ser gerenciados e obter o máximo resultado. As organizações têm percebido
cada vez mais que gerenciar seus processos de negócio oferece vantagens competitivas. Diante
dessa tendência, vem crescendo no meio empresarial a prática do gerenciamento de processos de
negócio ou BPM (business process management) como uma forma de gerenciamento e controle
das organizações. A implementação efetiva de uma solução de BPM requer elementos estratégicos
e de tecnologia, mas pode resultar em importantes benefícios, como o alinhamento da estratégia
empresarial e da infraestrutura de tecnologia na qual são construídos os negócios.
Por outro lado, a adoção de processos de qualidade por equipes de desenvolvimento de software
pode ser considerada peça fundamental no andamento dos projetos, auxiliando na redução de riscos,
buscando garantias de qualidade e permitindo que a empresa se torne cada vez mais competitiva. A
aplicação de processos de qualidade possibilita a construção de produtos com maior qualidade, pois
padrões são seguidos durante todo o ciclo de vida do software. Estes processos são chamados de
ciclo de vida da qualidade de software, pois iniciam-se na concepção do software e seguem até a sua
descontinuidade visando o controle do desenvolvimento, auxiliam na definição de prazos e tendem
a evitar imprevistos. Os modelos de qualidade propõem a utilização de práticas e normatização de
processos de desenvolvimento objetivando a construção de um produto com qualidade.
Diante disso, nós lhe convidamos a conhecer o mundo da TI através dos olhos da qualidade de
software e do BPM. Os aspectos teóricos e os conceitos da qualidade de software são mesclados
com a definição, modelagem e implementação de processos interconectados e transformados em
ações do dia-a-dia. Você terá, além dos fundamentos teóricos, a possibilidade de ver casos práticos
nos quais os processos de qualidade são implantados. Então, prepare-se e venha junto conosco
conhecer este interessante tema!
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1. BUSINESS PROCESS MANAGEMENT (BPM)
FIGURA 1 – BPM
Neste capítulo vamos conhecer o que são processos de negócios e sua gestão. Vamos entender
o porquê da necessidade de mapear os processos e o porquê de usar a modelagem de processo para
materializar todos os fluxos que o processo contempla. Estudaremos a metodologia do workflow, que
fornece uma maneira de visualizar melhor as atividades de negócios, como uma cadeia de tarefas
e intervenções que irão determinar melhor qualidade e produtividade nos processos de negócios.
Empresas que fazem a gestão por função tratam os processos, dentro de áreas ou departamentos
nas quais as funções são exercidas. É possível que os processos confundam-se ou sejam mesmo
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tratados como funções. Um problema evidente é que cada área trabalha apenas com as atividades
relacionadas à sua função e perde a noção da organização como um todo. Neste cenário, as decisões
acontecem de forma verticalizada e o poder fica centralizado na figura do chefe daquela área. Isso
pode levar a empresa a ter problemas de qualidade em seus produtos e serviços.
Por outro lado, empresas que fazem a gestão utilizando processos de negócios organizam-
se de forma mais horizontal, valorizam os clientes, o trabalho e a colaboração em equipe e a
responsabilidade de cada colaborador. Nestas empresas os níveis hierárquicos são reduzidos, as
interferências entre áreas funcionais são reduzidas e a responsabilidade recai mais para os que
atuam diretamente nos processos, que detêm mais autonomia de ação.
Stadler (2013, p. 21) reforça este conceito afirmando que, na gestão funcional, observa-se um
modelo de gestão fortemente hierárquico com base em departamentos, resultando em uma estrutura
vertical, e, na abordagem por processos, o modelo de gestão está fundamentado na formação de
equipes multifuncionais, resultando em uma estrutura horizontal.
Estrutura orientada
Gestão funcional
por processo
tradicional
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Ainda reforçando a diferença entre os tipos de organização, Davenport (1994, p. 10) argumenta:
[...] como a perspectiva de um processo implica uma visão horizontal do negócio, que
envolve toda a organização, começando pelos insumos do produto e terminando com
os produtos finais e os clientes, a adoção de uma estrutura baseada no processo
significa, em geral, uma não enfatização da estrutura funcional do negócio.
De acordo com o guia ABPMP-CBOK (ABPMP, 2013 p. 37), empresas que se organizam de forma
orientada aos processos com robustez conseguem responder mais rapidamente a desvios com
base no acompanhamento dos processos interfuncionais.
“Gerenciar por processos compreende uma visão mais ampla, posicionando processos como pedra
angular da estruturação organizacional. Embora a estruturação funcional continue válida, pois a
especialização leva à produtividade, a geração de valor passa a ser gerenciada horizontalmente em
uma visão notadamente interfuncional ponta a ponta. As funções se tornam ‘centros de serviço’
regulados por Acordos de Nível de Serviço (ANS) e orquestrados por processos de negócios.”
A gestão por processos permite que os gestores entendam como as atividades são realizadas
na prática diária da organização, deixando os problemas mais evidentes e, com isso, abrindo
possibilidades de correção de gargalos e ineficiências que poderiam se manter encobertos dentro de
uma aparente normalidade. Além disso, tempos gastos nas atividades e custos podem ser reduzidos,
mais eficiência pode ser aplicada nos processos, os produtos e serviços podem ter sua qualidade
mais apurada e a satisfação de todos os envolvidos é aumentada, notadamente os clientes.
Mas a gestão por processos não é uma tarefa simples. Quando um processo envolve diferentes
áreas, é comum que gestores criem uma rivalidade entre si na busca por receber os louros de
atividades bem sucedidas, uma vez que isso pode implicar em compensações por eficiência e
produtividade.
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CURIOSIDADE
[...]
De acordo com um censo promovido pela Federação das Associações das Empresas Brasileiras de
Tecnologia da Informação (Assespro Nacional), divulgado em julho de 2014, uma pequena parcela das
empresas de TI brasileiras busca certificações de qualidade sobre produtos, serviços e processos.
Em 2014 apenas 11,8% das organizações receberam certificados específicos de tecnologia. Em 2013,
o índice foi de 15,3%. O levantamento aponta que a certificação mais comum é da série ISO 900x, que
envolve padrões técnicos de gestão da qualidade. No Brasil, 3,9% das companhias possuem esse
reconhecimento.
Em seguida aparece a MPS.BR (melhoria de processos do software brasileiro), que visa assegurar que
a qualidade dos serviços prestados pela empresa é garantida pelas melhores práticas e pelo controle
de qualidade. Hoje, 3,2% das organizações possuem MPS.br.
Por fim, 3% têm CMMI (Capability Maturity Model Integration) nos níveis 2 e 3. Essa certificação avalia
melhores práticas para desenvolvimento e manutenção de produtos, com ênfase em engenharia de
sistemas e em engenharia de software.
CERTIFICAÇÃO STEFANINI
[...]
A multinacional conta com a ISO 9001, norma referência em gestão da qualidade; CMMI Nível 5, sendo
a primeira empresa brasileira a conseguir o mais alto nível da CMMI, e MPS.BR – Nível A.
A Stefanini também foi a primeira brasileira avaliada e aprovada no modelo MoProSoft (modelo
de qualidade do México) e ainda conquistou, no ano passado [2014], a ISO 27.001, a norma mais
respeitada em segurança da informação.
Já em 2015, [...] conseguiu a ISO 20.000, a norma mais respeitada mundialmente em gestão de
serviços.”
Fonte: STEFANINI. Apenas 11,8% das empresas de TI brasileiras têm certificação de qualidade. 17
set. 2015. Disponível em: <https://stefanini.com/br/2015/09/apenas-118-das-empresas-de-ti-brasileiras-tem-
certificacao-de-qualidade/>. Acesso em 7 jun. 2017.
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O guia ABPMP (2013 p. 47) define processo como “uma agregação de atividades e comportamentos
executados por humanos ou máquinas para alcançar um ou mais resultados”. Já um processo de
negócio “é um trabalho que entrega valor para um cliente ou apoia outros processos”.
De acordo com o guia citado e o Manual do MPF (2013), os processos organizacionais podem
ser classificados em três categorias:
Os processos são compostos por atividades inter-relacionadas que são governadas por regras
de negócio. Um subprocesso é uma porção de um processo que desempenha um objetivo específico
dentro do processo principal. Atividades são ações executadas dentro dos processos, necessárias
para produzir resultados específicos. Cada atividade é constituída por um determinado número
de tarefas, que normalmente indicam como um determinado trabalho é executado. O guia ABPMP
(2013 p. 38) ainda define mais dois conceitos ligados a processos: instância de processo, que é cada
execução de um processo e função de negócio, que se refere a grupos de atividades e competências
especializadas relacionadas a objetivos ou tarefas particulares. A Figura 3 ilustra estes conceitos.
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De acordo com a Figura 3, o processo de negócio inicia-se em um nível mais alto do que o
nível que realmente executa o trabalho e então subdivide-se em subprocessos que devem ser
realizados através de uma ou mais atividades (fluxos de trabalho) dentro de funções de negócio
(áreas funcionais). As atividades podem ser decompostas em tarefas e, posteriormente, em cenários
para a realização das tarefas, com seus respectivos passos.
Visão física ∞
(Função)
Grupo de atividades e competências
Função de negócio
especializadas
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1.3. Gerenciamento de processos de negócio/Business process management (BPM)
FIGURA 4 – Gerenciamento de processos de negócio
BPM é uma abordagem sistematizada de gestão que trata os processos de negócios como ativos
que afetam diretamente o desempenho da organização, já que possuem como meta a excelência
organizacional e a agilidade nos negócios. Para alcançar essa meta é necessário determinar os
recursos necessários, realizar o monitoramento de desempenho, a manutenção e a gestão do ciclo
de vida do processo.
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Gerenciamento de processos de negócios
Ainda de acordo com a Figura 3, BPM pode ser visto como uma nova forma de visualizar as
operações de negócios que vai além das formas tradicionais funcionais. Esta visão abrange todo
o trabalho necessário para entregar o produto ou serviço de um processo, independentemente de
quais áreas funcionais estejam envolvidas. Enquanto as atividades representam a composição
física do trabalho efetivamente realizado, os processos representam a composição lógica
destas atividades.
Fatores críticos de sucesso na implantação do BPM incluem a mudança de atitude das pessoas
e também as mudanças de perspectiva de processos para avaliar o desempenho dos processos
das organizações. Mas, de forma mais ampla, dentre os fatores críticos de sucesso, podemos citar:
• A empresa deve estar preparada para mudanças, tanto no nível organizacional quanto na
cultura vigente até então.
• É necessário que a empresa se organize para que haja uma estrutura adequada para a
implantação do BPM.
• A estrutura para a implantação do BPM e as metas e estratégias da empresa devem estar
alinhadas.
• A empresa deve manter o foco no cliente, respeitando suas necessidades e exigências.
• Deve haver uma abordagem específica para que sejam realizadas medições dos processos e
consequente acompanhamento das melhorias.
• A alta administração da empresa deve estar fortemente comprometida com a implantação
do BPM.
• A empresa deve prover sistemas de informação capazes de suportar adequadamente os
processos.
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• A empresa também deve prover infraestrutura adequada e garantir o realinhamento das
práticas organizacionais.
A TI oferece suporte a essas práticas através de sistemas automatizados que visam padronizar os
processos corporativos, contribuindo para o aumento da produtividade e da eficiência. As soluções
de BPM são aplicações cujo principal objetivo é medir, analisar e otimizar a gestão do negócio e os
processos de análise financeira da corporação.
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Para que os resultados do BPM possam ser maximizados, é importante que se conheçam os
diferentes tipos de processos e o seu funcionamento, além de se determinar a maneira pela qual
serão gerenciados. Desta forma, para que uma estrutura organizacional por processos possa ser
implantada, é essencial que seja feito um amplo mapeamento das atividades da organização para
que os processos sejam identificados e que regras e relacionamentos sejam estabelecidas. Além
disso, a organização deve providenciar suporte de tecnologia adequado e realizar um realinhamento
estratégico para que a implantação do BPM possa ocorrer de forma mais efetiva.
Tão importante quanto dizer o que é BPM, é dizer o que não é BPM, ou seja, evitar o uso incorreto
do termo. De acordo com Palmer (2014), BPM não é um produto ou um segmento de mercado. Uma
aplicação não faz BPM, uma unidade organizacional inteira não faz BPM, BPM não é o conjunto
de atividades de um BPMS e fazer algo baseado em BPMS não significa implementar BPM. BPMS
(Business Process Management Suite/System) é um sistema computacional ou um conjunto de
ferramentas que oferecem suporte às atividades de BPM, como automação, execução, controle e
monitoração das etapas das atividades e tarefas realizadas em uma organização.
SAIBA MAIS
[...]
Desista. O profissional de negócio não pensa igual ao profissional de TI. Por conta disso, não adianta
achar que o uso de BPMN irá resolver o problema dessa divergência.
[...] A área de negócios tenta explicar suas necessidades para a área de TI, que tenta resolver
encontrando a melhor solução, baseando-se em uma realidade muitas vezes irreal.
A área de negócios precisa estar presente e o BPMS permite isso. Com uma solução prática e
intuitiva, a própria área de negócio desenha e prototipa a solução para o seu problema. A área de TI
fica com os assuntos realmente relacionados ao que sua área é demandada, como as integrações e
especificações mais técnicas que possam a vir serem necessárias. Muito mais eficiente, não é?
Assim, o que antes eram: especificações técnicas, diagramas técnicos, codificação pura, protótipos
“fakes”, passam a ser: modelos e fluxos, regras e campos automáticos, telas automáticas e reais. [...]
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2- Pensar que o BPM pode correr uma maratona
Os projetos de TI maratonistas visam enormes entregas, com grandes períodos e equipes totalmente
focadas. Funcionam muito bem para diversos projetos. Porém, será que essa não foi a causa do
fracasso do BPM na sua empresa?
Quando trabalhamos por sprints com ciclos de entrega, as soluções são melhor conduzidas e
seus resultados aparecem de maneira mais palpável e rápida. Além disso, o risco de entrega de
algo que não resolve o problema é mitigado. Outro ponto melhorado com o trabalho por ciclos é a
cultura organizacional, que pouco a pouco se entrelaça com a cultura do BPM. Nada de assustar os
colaboradores com uma reviravolta repentina em suas rotinas.
Com esses pontos, a curva de aprendizado do projeto sobe rapidamente, já que ele acontece a cada
ciclo e não apenas ao final do projeto.
Quando pensamos que o BPM pode solucionar todos os problemas da organização, estamos
enganados. Há muitas outras soluções no mercado que podem ser muito mais eficientes para alguns
cenários. Precisamos ter a maturidade para utilizar a melhor tecnologia existente para atender as
demandas organizacionais de software.
[...] automação de processos é, sem dúvida, a melhor solução para controle de fluxo de trabalho em
aplicações restritas. Não adianta achar que ele será o melhor para solucionar necessidades que
demandam funcionalidades especialistas que seu projeto afundará.
[...] Assim, use o BPM para o que ele realmente é bom e saiba escolher outros produtos quando a
demanda da organização solicitar isso.”
Fonte: BARRADEL, Ana E. 3 motivos do porquê o BPM não deu certo na sua empresa. Disponível em:
<http://blog.lecom.com.br/blog/2015/08/04/3-motivos-que-o-bpm-nao-deu-certo/>. BlogLecom, 4 ago. 2015.
Acesso em: 27 mai. 2017.
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FIGURA 6 – Quadrinho TI
Fonte: <http://blog.lecom.com.br/wp-content/uploads/2015/08/como-uma-plataforma-bpms-
pode-transformar-uma-organizao-caf-com-bpm-so-paulo-e-rio-de-janeiro-3-638.jpg>
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Quadro 1 - As nove Áreas de Conhecimento do BPM CBOK
Perspectiva de processo
Modelagem de processos
Análise de processos
Desenho de processos
Transformação de processos
Tecnologias de BPM
Perspectiva organizacional
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atuais e futuros também é explorado. Vários tipos de análises, técnicas e ferramentas estão
incluídos nessa área de conhecimento.
4. Desenho de processos: Envolve a criação de especificações de processos de negócio dentro
do contexto das metas de negócio e dos objetivos de desempenho dos processos. Fornecem
planos e diretrizes sobre a aplicação de fluxos e regras e sobre como as aplicações do negócio,
plataformas de tecnologia, recursos de dados, controles financeiros e operacionais interagem
com outros processos internos e externos. O desenho de processos é o planejamento
intencional e pensado sobre como os processos de negócio funcionam e são medidos,
regulados e gerenciados. Essa área de conhecimento explora os papéis, técnicas de desenho
de processos e princípios de um bom projeto, juntamente com a exploração de padrões
comuns de desenho e considerações sobre a conformidade, liderança executiva e alinhamento
estratégico.
5. Gerenciamento de desempenho de processos: É o monitoramento formal e planejado
da execução do processo e o rastreamento dos resultados para determinar a eficácia e
eficiência. Essas informações são utilizadas para tomar decisões sobre a melhoria ou
eliminação de processos existentes e/ou sobre a introdução de novos processos para
atender aos objetivos estratégicos da organização. Tópicos abrangidos incluem as principais
definições sobre o desempenho dos processos, a importância e benefícios da medição
do desempenho, operações de monitoramento e controle, alinhamento dos processos de
negócio e desempenho organizacional, sobre o que medir, métodos de medição, modelagem
e simulação, e suporte a decisões de donos e gestores de processos e considerações sobre
o sucesso.
6. Transformação de processos: Aborda mudanças em processos. As mudanças em processos
são discutidas no contexto de um ciclo de vida do processo de negócio. Várias metodologias
de melhoria, redesenho e reengenharia de processos são exploradas, juntamente com
tarefas associadas à implementação da mudança. O tópico de gerenciamento de mudanças
organizacionais, elemento fundamental para a transformação bem sucedida do processo, é
discutido incluindo várias metodologias de gerenciamento de mudanças organizacionais,
de técnicas e melhores práticas.
7. Tecnologias de gerenciamento de processos: Discute uma ampla gama de tecnologias
disponíveis para prover suporte ao planejamento, desenho, a análise, operação e monitoramento
dos processos de negócio. Tecnologias incluem o conjunto de pacotes de aplicações,
ferramentas de desenvolvimento, tecnologias de infraestrutura e de armazenagem de dados
e informações que fornecem suporte aos profissionais de BPM e a colaboradores envolvidos
em atividades de BPM. São discutidos o sistema de gerenciamento de processos de negócio
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(BPMS), repositórios de processos e ferramentas independentes para modelagem, análise,
desenho, execução e monitoramento. Padrões, metodologias e tendências emergentes de
BPM também são abordados.
8. Gerenciamento corporativo de processos: O gerenciamento de processos corporativos
é conduzido pela necessidade de maximizar os resultados dos processos de negócio
consistentes com estratégias organizacionais bem definidas e com as metas funcionais
baseadas em tais estratégias. O gerenciamento do portfólio de processos garante alinhamento
com as estratégias da unidade corporativa ou de negócios e fornece um método para
gerenciar e avaliar as iniciativas. Identifica métodos e ferramentas para avaliar os níveis de
maturidade de gerenciamento de processos, juntamente com as áreas requeridas de prática
de BPM que podem melhorar as condições da organização. Várias estruturas de processos
de negócio são discutidas, juntamente com a noção de integração de processos, ou seja, a
interação de vários processos entre si e os modelos que vinculam o desempenho, as metas,
tecnologias, pessoas e controles (financeiros e operacionais) às estratégias corporativas
e aos objetivos de desempenho. Tópicos de arquitetura de processos e melhores práticas
de gerenciamento de processos corporativos também são explorados.
9. Organização do gerenciamento de processos: Trata de papéis, responsabilidades e a estrutura
de reportes para prover suporte a organizações orientadas a processos. É discutido o que
define uma organização orientada a processos, juntamente com considerações culturais
e de desempenho da equipe. A importância da governança do processo de negócio é
explorada, juntamente com várias estruturas de governança e o conceito de um centro de
especialização/excelência em BPM.
As medições de desempenho são cruciais para o sucesso do BPM. Essas medições são colocadas
em prática com o objetivo de monitorar o desempenho do processo em relação a fatores como
tempo, custo, qualidade e capacidade. A Figura 7 ilustra essas medições.
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Figura 7 - Medições de desempenho por camada organizacional
Processo de Expectativas
negócio do cliente
Nível de
processo
Processo de Medição de eficácia
negócio (fazendo as coisas certas)
Decomposto em
Nível de
função
Processo de
negócio
Decomposto em
Indicador de Indicador de
desempenho desempenho
operacional operacional
Nível de
função
Indicador de
desempenho
operacional
Executor Tarefa
2
Decomposto em
De acordo com o Figura 7, as medições podem ser obtidas “de fora para dentro”, a partir da
perspectiva do cliente, e “de dentro para fora”, a partir da perspectiva das operações internas.
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De acordo com o guia ABPMP (2013), medições de fora para dentro visam responder a pergunta
“Estamos fazendo a coisa certa?” e são colocadas em prática com o objetivo de garantir que tanto
as necessidades quanto as expectativas dos clientes sejam atendidas.
Já as medições de dentro para fora visam responder a pergunta “Estamos fazendo certo as
coisas?” e são colocadas em prática com o objetivo de medir a eficiência dos processos.
Falaremos sobre o Perfil das Organizações que trabalham com BPM. A seguir trazemos alguns dados
importantes, acompanhados de nossa Análise: Primeiramente, pode-se observar através do gráfico
1 uma predominância de organizações da rede privada que trabalham com BPM (68%), seguida pela
rede pública que também possui uma fatia considerável (26%) e pelas organizações de Economia
Mista (5%) e ONGs e OSCIPs (1%).” (fonte: <http://blog.lecom.com.br/blog/2014/07/21/cenario-atual-evolucao-
gerenciamento-de-processos-de-negocio-nas-organizacoes-brasileiras-parte/>)
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2. MODELAGEM DE PROCESSOS COM BPMN
Neste capítulo vamos estudar a modelagem de processos com foco na notação BPMN. A
modelagem de processos é um recurso extraordinário para o planejamento e controle de processos
de negócios. Processos complexos e longos, principalmente, são difíceis de se visualizar como um
todo e o seu mapeamento usando a notação BPMN facilita muito a visão geral sobre eles.
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Ao fazer a representação dos processos de negócio, busca-se entender a estrutura de uma
organização e melhorar suas atividades. Usando uma representação gráfica, é possível identificar
todos os processos realizados, os integrantes da equipe que a executam, os recursos utilizados,
os resultados produzidos e as informações relacionadas. Desta forma, a modelagem de processos
de negócio realiza a representação dos processos na forma de um modelo através de métodos e
notações gráficas específicas.
O modelo do processo é o ponto central para que os participantes definam mudanças para
melhoramento do processo ou mesmo um desenho completamente novo. Pode ser identificado
se um processo é eficiente e eficaz, ou mesmo antecipar sua complexidade, redundâncias e não
conformidades (problemas).
A comunicação do processo, de forma eficiente, para outras pessoas é fundamental. Por melhor que
seja um processo, se a comunicação para outros for deficiente, principalmente para aqueles que
vão implementar o processo, o esforço desenvolvido pela equipe terá sido em vão. Bons modelos de
processos devem ser claros e sucintos (o mais simples possível).”
Fonte: TRENTIM, Mário H. Modelagem de processos de negócio. Techoje, 5 mar. 2010. Disponível em:
<http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1142>. Acesso em 18 mar. 2017.
Uma abordagem para a modelagem de processos de negócio bem sucedida depende da escolha
adequada de métodos de modelagem, bem como da aplicação de técnicas e análises de fluxos de
processos. Isso certamente levará a organização a utilizar um conjunto de ferramentas de forma
que técnicas diferentes possam ser aplicadas em função das particularidades e dos objetivos da
modelagem.
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que determinam o significado destes símbolos”. A escolha de uma notação oferece diversas
vantagens, como:
• Fornece um conjunto de técnicas, símbolos e uma linguagem que funcionam como um meio
de comunicação padronizado entre as pessoas;
• Oferece consistência de formas e significado nos modelos de processos utilizados;
• Permite a importação e exportação dos modelos entre diferentes ferramentas de software;
• Possibilita a geração de aplicações a partir dos modelos de processos.
Notação Descrição
BPMN (Business Padrão criado pelo Object Management Group, útil para apresentar um
Process Model and modelo para públicos-alvo diferentes.
Notation)
EPC (Event-driven Desenvolvido como parte da estrutura de trabalho ARIS, considera eventos
Process Chain) como “gatilhos para” ou “resultados de” uma etapa do processo; útil para
modelar conjuntos complexos de processos.
UML (Unified Modeling Mantido pelo Object Management Group, consiste em um conjunto-padrão
Language) de notações técnicas de diagramação orientado à descrição de requisitos
de sistemas de informação.
IDEF (Integrated Padrão da Federal Information Processing Standard dos EUA que destaca
Definitiono Language) entradas, saídas, mecanismos, controles de processo e relação dos níveis
de detalhe do processo superior e inferior; ponto de partida para uma
visão corporativa da organização.
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2.2 A notação BPMN
FIGURA 9 – Business process model and notation
BPMN (business process model and notation) é uma notação que define um business process
diagram (BPD) ou diagrama de processos de trabalho utilizando uma técnica baseada em flowchart
ou diagrama de fluxo. Um BPD é um diagrama utilizado para representar graficamente a sequência
de todas as atividades que ocorrem durante um processo, mas pode conter vários processos. Ele
é utilizado pelos analistas que modelam, desenham, controlam e gerenciam os processos. BPMN
está formatado para dar cobertura a diferentes tipos de mapeamento de processos e permitir a
criação de um processo de trabalho end to end.
O objetivo do BPMN é dar suporte ao gerenciamento de processo de negócio, não apenas para
os usuários técnicos, mas também aos usuários da área de negócio, fornecendo uma notação
intuitiva e de fácil compreensão, tornando-os capazes de representarem processos complexos que
possam ser entendidos por todos e representar de forma inequívoca os processos organizacionais.
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De acordo com o guia ABPMP (2013, p. 80), as principais características de um diagrama baseado
em BPMN são:
• Os ícones são organizados em conjuntos descritivos e analíticos para atender diferentes perfis
e necessidades.
• A notação permite a indicação de eventos de início, fim e intermediários, fluxos de mensagens
e atividades, colaboração internegócio e comunicação intranegócio.
Saiba mais
“O Business Process Model and Notation (BPMN), anteriormente conhecido como Business Process
Modeling Notation, [...] é uma notação da metodologia de gerenciamento de processos de negócio e
trata-se de uma série de ícones padrões para o desenho de processos, o que facilita o entendimento
do usuário. A modelagem é uma etapa importante da automação pois é nela que os processos são
descobertos e desenhados. É nela também que pode ser feita alguma alteração no percurso do
processo visando a sua otimização. A notação também pode ser utilizada para a modelagem de
Arquitetura de Processos.
Foi desenvolvido pela Business Process Management Initiative (BPMI) e mantida pelo Object
Management Group, já que as duas organizações se fundiram em 2005. Em março de 2011, foi
lançada a versão 2.0 do BPMN.
A BPMN, desde o início, foi apoiada por várias empresas de renome mundial no segmento de
modelagem de processos, sendo uma resposta independente de fornecedor de solução à demanda
de modelagem de processos.
Fonte: BUSINESS Process Model and Notation. Wikipedia, 15 abr. 2017. Disponível em: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Business_Process_Model_and_Notation>. Acesso em 8 jun. 2017.
Pág. 27 de 97
II. Activities (atividades)
III. Gateways
2. Data (Dados)
I. Data objects (objetos de dados)
II. Data inputs (dados de entrada)
III. Data outputs (dados de saída)
IV. Data stores (armazém de dados)
3. Connecting objects (objetos de conexão)
I. Sequence flows (fluxo sequencial)
II. Message flows (fluxo de mensagem)
III. Associations (associações)
IV. Data associations (associações de dados)
4. Swimlanes
I. Pools
II. Lanes
5. Artifacts (artefatos)
I. Group (grupo)
II. Text annotation (anotação de texto)
No que se segue, caro aluno, vamos detalhar e exemplificar alunos destes elementos considerados
os mais importantes. Recomendamos que você prossiga seus estudos caso eseje se aprofundar
mais na utilização do BPMN.
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que estejam preparados para enviá-las ou recebê-las. Uma association (associação) é usada para
ligar informações e artefatos com elementos do diagrama BPMN, sendo representadas por linhas
pontilhadas com ou sem direção.
Lane 2
Tarefa 1
Tarefa 1
Pág. 29 de 97
2.5 Objetos de fluxo: eventos, atividades e gateways
Um evento é algo que acontece durante o curso de um processo. Os eventos afetam o fluxo
do modelo e geralmente possuem uma causa ou um impacto. São simbolizados por círculos sem
preenchimento e podem ser de três tipos: start (início), intermediate (intermediário) e end (fim),
conforme ilustra a Figura 11.
Acontece durante
Inicía um Finaliza o fluxo
o curso de um
processo do processo
processo
Uma atividade indica um trabalho que a organização executa em um processo. A atividade pode
ser atômica ou composta. São simbolizados como retângulos com bordas arredondadas e podem
ser sub-process (subprocesso) e task (tarefa), conforme ilustram as figuras 12 e 13.
Figura 12 - Tarefas
Tarefa abstrata: É o tipo de atividade mais frequentemente usado durante os
estágios iniciais do desenvolvimento do processo.
Tarefa manual: É uma atividade que é executada por uma pessoa, sem
qualquer intervenção de sistema
Parallel event
based
Pág. 31 de 97
A Figura 15 reúne diversos exemplos de elementos BPMN utilizando eventos, atividades, gateways
e setas que representam fluxos sequenciais.
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Negativa de
débitos Anexar negativa
de débitos
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2.6 Exemplos de diagramas BPMN
Em um diagrama usando BPMN, cada participante é representado em um pool, e as raias dividem-
no em linhas paralelas, sendo cada raia associada a um participante que realiza as atividades. O
fluxo de trabalho se move de atividade para atividade seguindo o fluxo, podendo envolver diversos
participantes. A Figura 16 ilustra diferentes tipos de processos que podem ser representados por
diagramas BPMN, e a Figura 17 apresenta um diagrama completo.
Tarefa 2
Processo 1
Tarefa 1
Tarefa 3
Abstrato: Representam a interação entre um processo principal e outro processo participante. Em relação ao
processo participante, não há preocupação com o contéudo do fluxo em si, mas sim como ele colabora com os
outros fluxos.
Tarefa 2
Processo 1
Tarefa 1
Tarefa 3
5 dias
Processo 1
Colaborativo: Descreve a interação entre duas ou mais entidades do negócio, sendo que o conteúdo do fluxo
é especificado em todas as entidades
Tarefa 2
Processo 1
Tarefa 1
Tarefa 3
5 dias
Processo 1
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Figura 17 – Diagrama BPMN
Cliente
Registrar
Atendimento
pedido
Receber
pedido do
cliente
Processo vender livros via Web
Um ou
mais itens
indisponíveis
Emitir Emitir
Cobrança
Entrega da Entrega da
encomenda encomenda
Editora
Fonte: <http://blog.iprocess.com.br/wp-content/uploads/2014/05/blog-da-
iprocess-processo-vender-livros-via-web-guia-bpmn-21.png>
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SAIBA MAIS
• uma notação no nível dos requisitos, que permite aos analistas de negócio identificarem
requisitos iniciais de decisão;
• uma notação no nível da lógica das decisões, que permite detalhar como as decisões serão
tomadas;
• uma linguagem de expressões chamada FEEL (Friendly Enough Expression Language –
Linguagem de Expressões Suficientemente Amigável), que permite a expressão das diferentes
lógicas de decisão de negócios;
• níveis específicos de conformidade, que permitem a validação automática de modelos de
decisão; e
• um metamodelo de suporte, que permite a automatização de modelos de decisão e o intercâmbio
desses modelos entre diferentes sistemas.
[...]
Fonte: GOMES, Luciano. DMN: uma notação para modelagem de decisões de negócios. iPROCESS,
23 dez. 2014. Disponível em: <http://blog.iprocess.com.br/2014/12/dmn-uma-notacao-para-modelagem-de-
decisoes-de-negocios/>. Acesso em: 8 jun. 2017.
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Figura 18 - Modelo e notação de decisões – DMN
Coletar dados
da aplicação
Modelo de decisão
(DMN)
Decidir Tabela de
Roteamento
roteamento roteamento
Recusar Recusar
cliente cliente
Regras de elegibilidade
Elegibilidade
Situação de
P País Idade Elegível
emprego
Inelegível
1 Desempregado - - Inelegível
2 - not(Brasil) - Inelegível
3 - - <18 Inelegível
4 - - - Elegível
Nível de lógica
de decisão
Fonte: <http://blog.iprocess.com.br/wp-content/uploads/2014/12/Compara%C3%A7%C3%A3o1.png>
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3. NORMAS DE QUALIDADE ISO
Neste capítulo apresentaremos as principais normas ISO que avaliam a qualidade de produto
de software.
Qualidade de software, de acordo com Pressman (2011, p. 360) se refere a “[...] uma gestão
de qualidade efetiva aplicada de modo a criar um produto útil que forneça valor mensurável para
aqueles que o produzem e para aqueles que o utilizam”.
Qualidade não é uma fase do ciclo de desenvolvimento de software, mas um integrante fundamental
de todas as fases. Portanto, é necessário um planejamento adequado para que metas de qualidade
de software sejam atingidas. Para isso são necessários modelos, padrões, procedimentos e
técnicas para atingir as metas de qualidade propostas. Assim, todas as etapas do ciclo de vida de
engenharia de software devem ser contempladas com atividades que visam garantir a qualidade
tanto do processo quanto do produto.
Um dos primeiros modelos de qualidade de software é o que James A. McCall (2002) propõe
como métricas para qualidade de software. Conhecidos como fatores da qualidade, eles avaliam o
Pág. 37 de 97
software em três pontos distintos: operação do produto, transição do produto e revisão do produto,
conforme ilustra a figura 20.
Revisão Transição
Operação
Corretitude: ele faz o que foi especificado? Integridade: ele oferece segurança?
Confiabilidade: ele tem precisão o tempo todo? Usabilidade: ele foi construído para o usuário?
Eficiência: ele rodará neste Hw em tempo Adaptabilidade: ele se adapta ao usuário?
adequado?
Pág. 38 de 97
Além do objetivo principal de alcançar a qualidade, as organizações podem almejar a obtenção
de certificações de qualidade que são adquiridas por meio da utilização destas normas e modelos.
CURIOSIDADE
Fonte: KOSCIANSKI, André; SOARES, Michel S. Qualidade de software. São Paulo: Novatec, 2009.
Fonte: <https://www.iso.org/modules/
isoorg-template/img/iso/iso-logo-print.gif>
CURIOSIDADE
“A família das normas ISO 9000 nasceu em 1987 e evoluiu nos anos de 1994, 2000, 2005 e 2008
incorporando as melhores práticas, lições aprendidas, inovações e evolução requeridas pelas
empresas e mercado.
A NBR ISO 9001:2008 Sistemas de Gestão da Qualidade faz parte da família de normas ISO 9000
e estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos processos internos, a maior capacitação dos
colaboradores, o monitoramento do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos clientes,
colaboradores e fornecedores, em um processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da
qualidade. Aplica-se a campos distintos dentre eles: materiais, de produtos, de processos e serviços.”
Pág. 39 de 97
3.2 Norma ISO 14598 - Avaliação FIGURA 22 - Importante
de produtos de software
Desenvolver software com qualidade tem sido um grande
desafio, pois estabelecer prazos, especificar requisitos, estimar
custos e recursos e cumprir todos esses quesitos não são
atividades simples. É necessário um controle muito grande dos
processos que envolvem a fabricação do software, desde a sua
criação até a sua completa instalação no cliente. Um desafio A avaliação de produtos de
software é definida como uma
ainda maior é conseguir identificar, ao final do desenvolvimento, operação técnica que consiste
em elaborar um julgamento de
se o produto de software atende aos requisitos previamente uma ou mais características de
um produto de software de acordo
estabelecidos. Com a finalidade de auxiliar nestas complexas com um procedimento definido.
Fonte: Norma ISO 14598
tarefas, processos de avaliação de produtos de software foram
desenvolvidos e consolidados na Norma ISO 14598.
Especificação da
avaliação
Especificação da
avaliação
Registros de ações
Entradas fornecidadas Métodos de de revisão
pelo avaliador avaliação
Relatório
Execução de de avaliação
avaliação preliminar
Ferramentas de
avaliação Relatório
Componentes Síntese dos resultados de avaliação
do produto de avaliação revisado
Conclusão da
avaliação
Entradas fornecidas
pelo requisitado
Fonte: <https://www.goconqr.com/p/4613970-2--qualidade-de-produto-de-software-slide_sets>.
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Cada fase descrita na Figura 23 possui uma série de recomendações, porém, como toda norma,
ela recomenda o que fazer mas não explica como deve ser feito. As principais etapas são:
Pág. 41 de 97
A norma ISO 9126 define um conjunto de quesitos que visam padronizar a avaliação da qualidade
de software. A norma divide-se em quatro partes (conforme ilustra a Figura 25), sendo a primeira
uma visão geral do modelo de qualidade e as outras três os grupos de métricas definidas para
este modelo:
Qualidade externa se refere ao produto final como observado pelo usuário, e qualidade interna se
relaciona com a estrutura e as características do produto relativas ao seu projeto e à sua construção.
Fonte: <https://cdn.goconqr.com/uploads/slide_property/image/303752/desktop_45e4f79c-8bf6-4dc4-9148-90240f41f05b.jpg>
A norma ISO 14598 recomenda a utilização do modelo de qualidade proposto na norma ISO 9126,
que é o mais difundido na indústria. A norma 9126 tem foco na qualidade do produto de software
e propõe atributos de qualidade distribuídos em seis características principais, cada qual, por sua
vez, divididas em subcaracterísticas, conforme ilustra a Figura 26.
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Figura 26- Modelo de Qualidade - ISO 9126 (parte 1)
Qualidade
externa e
interna
A Norma NBR ISO/IEC 9126-1:2003 (p. 8-11), na parte 1, que trata do modelo de qualidade, define
assim as seis características de qualidade:
Pág. 43 de 97
2. Confiabilidade:capacidade do produto de software de manter um nível de desempenho
especificado, quando usado em condições especificadas. Suas subcaracterísticas são:
• Maturidade: capacidade do produto de software de evitar falhas decorrentes de defeitos
no software;
• Tolerância a Falhas: capacidade do produto de software de manter um nível de desempenho
especificado em casos de defeitos no software ou de violação de sua interface especificada;
• Recuperabilidade: capacidade do produto de software de restabelecer seu nível de
desempenho especificado e recuperar os dados diretamente afetados no caso de uma falha;
• Conformidade relacionada à confiabilidade: capacidade do produto de software de estar
de acordo com normas, convenções ou regulamentações relacionadas à confiabilidade.
3. Usabilidade: Capacidade do produto de software de ser compreendido, aprendido, operado e
atraente ao usuário, quando usado sob condições especificadas. Suas subcaracterísticas são:
• Inteligibilidade: capacidade do produto de software de possibilitar ao usuário compreender
se o software é apropriado e como ele pode ser usado para tarefas e condições de uso
específicas;
• Apreensibilidade: capacidade do produto de software de possibilitar ao usuário aprender
sua aplicação;
• Operacionalidade: capacidade do produto de software de possibilitar ao usuário operá-lo
e controlá-lo;
• Atratividade: capacidade do produto de software de ser atraente ao usuário;
• Conformidade relacionada à usabilidade: capacidade do produto de software de estar
de acordo com normas, convenções, guias de estilo ou regulamentações relacionadas
à usabilidade.
4. Eficiência: capacidade do produto de software de apresentar desempenho apropriado, relativo
à quantidade de recursos usados, sob condições especificadas. Suas subcaracterísticas são:
• Comportamento em relação ao tempo: capacidade do produto de software de fornecer
tempos de resposta e de processamento, além de taxas de transferência, apropriados,
quando o software executa suas funções, sob condições estabelecidas;
• Utilização de Recursos: capacidade do produto de software de usar tipos e quantidades
apropriados de recursos, quando o software executa suas funções sob condições
estabelecidas;
• Conformidade relacionada à eficiência: capacidade do produto de software de estar de
acordo com normas e convenções relacionadas à eficiência.
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5. Manutenibilidade: Capacidade do produto de software de ser modificado. As modificações
podem incluir correções, melhorias ou adaptações do software devido a mudanças no
ambiente e nos seus requisitos ou especificações funcionais. Suas subcaracterísticas são:
• Analisabilidade: capacidade do produto de software de permitir o diagnóstico de deficiências
ou causas de falhas no software, ou a identificação de partes a serem modificadas;
• Modificabilidade: capacidade do produto de software de permitir que uma modificação
especificada seja implementada;
• Estabilidade: capacidade do produto de software de evitar efeitos inesperados decorrentes
de modificações no software;
• Testabilidade: capacidade do produto de software de permitir que o software, quando
modificado, seja validado;
• Conformidade relacionada à manutenibilidade: capacidade do produto de software de
estar de acordo com normas ou convenções relacionadas à manutenibilidade.
6. Portabilidade: capacidade do produto de software de ser transferido de um ambiente para
outro. Suas subcaracterísticas são:
• Adaptabilidade: capacidade do produto de software de ser adaptado para diferentes
ambientes especificados, sem necessidade de aplicação de outras ações ou meios além
daqueles fornecidos para essa finalidade pelo software considerado;
• Capacidade para ser instalado: capacidade do produto de software para ser instalado
em um ambiente especificado;
• Coexistência: capacidade do produto de FIGURA 27 – Certificação ISO
software de coexistir com outros produtos
de software independentes, em um ambiente
comum, compartilhando recursos comuns;
• Capacidade para Substituir: capacidade
do produto de software de ser usado em
substituição a outro produto de software
Fonte: Aquir / shutterstock.com
especificado, com o mesmo propósito e
no mesmo ambiente;
• Conformidade relacionada à portabilidade: capacidade do produto de software de estar
de acordo com normas ou convenções relacionadas à portabilidade.”
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3.4 Normas ISO 25000
As normas ISO/IEC 9126, que tratam da qualidade do produto e ISO/IEC 14598, que tratam de
avaliação de produto de software, estão integradas na série de normas ISO/IEC 25000, conhecida
como SQuaRE (Software product Quality Requirements and Evaluation).
O projeto SQuaRE reorganizou o material existente nas duas séries de normas, mas não realizou
mudanças significativas no material preexistente. Segundo Koscianski e Soares (2009, p. 206),
As normas ISO/IEC 25000 têm seu núcleo principal composto por cinco divisões:
Fonte: <https://pt.slideshare.net/andradejeff/jefferson-andrade-norma-abnt-nbr-isoiec-25000-square>.
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indústria de software. Koscianski e Soares (2009, p. 164) afirmam que a norma não define um ciclo
de vida, pois foi concebida como um modelo que aponta uma meta de ciclo de vida, a partir do qual
cada organização define seus próprios processos.
O escopo da ISO/IEC 12207 abrange todo o ciclo de vida de software, desde sua concepção até
a sua descontinuidade, incluindo todos os envolvidos com produção, manutenção e operação do
software. Os processos da ISO/IEC 12207 são agrupados de acordo com o seu objetivo principal
no ciclo de vida de software, resultando em três classes de processos: processos fundamentais ou
primários, processos de apoio e processos organizacionais. A Figura 29 apresenta os processos
de cada classe, que são explicados sucintamente.
Aquisição Documentação
Garantia da qualidade
Operação Verificação
Validação
Desenvolvimento Revisão conjunta
Auditoria
Manutenção
Resolução de problemas
Processos organizacionais
Gerência Infraestrutura Melhoria Treinamento
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/290277/>
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5. Processo de operação - define as atividades de operação FIGURA 30 – Processos de apoio
da organização (a organização que fornece o serviço de
operar um sistema).
6. Processo de manutenção - define as atividades de
manutenção do software da organização (a organização
que fornece o serviço de manter o produto de software;
isto é, gerir as modificações do produto de software para
mantê-lo atualizado e operacional).
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1. Processo de gestão - define as atividades básicas de gestão, incluindo a gestão de projeto,
durante o ciclo de vida.
2. Processo de infraestrutura - define as atividades básicas para estabelecer a infraestrutura.
3. Processo de melhoria - define as atividades básicas ligadas ao desempenho da organização
(quer seja cliente, fornecedor, equipes de desenvolvimento e manutenção ou gestor de outro
processo) para estabelecer a medição, controle e melhoria do ciclo de vida.
4. Processo de formação - define as atividades para proporcionar a formação adequada aos
colaboradores.
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contratante estimar o risco associado à contratação daquele fornecedor em potencial para auxiliar
na tomada de decisão de contratá-lo ou não (SOFTEX, 2016).
Uma das vantagens desta norma é que ela integra padrões existentes de forma muito flexível.
Mas sua aplicação na prática requer muito esforço, tempo e experiência consideráveis, o que
complica sua aplicação em micro e pequenas empresas de software.
• Determinação da capacidade dos processos: esta norma é uma ferramenta que permite às
empresas avaliar o estado dos seus processos em comparação com as melhores práticas,
através da identificação das suas forças, fraquezas e riscos. Com base nesta avaliação, poderão
decidir se têm a capacidade para empreender um determinado projeto.
• Melhoria dos processos: as empresas poderão identificar quais os processos que devem
melhorar, o que deverá ser feito para este fim e deduzir onde devem investir em primeiro lugar,
com vista à obtenção de retornos rápidos e significativos. De uma forma simplificada, podemos
afirmar que com o resultado desta avaliação uma organização saberá onde se encontra, para
onde se deve dirigir e como deve fazer.
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4. CMMI
Neste capítulo trataremos do modelo CMMI (Capability Maturity Model Integration), apresentando o
modelos CMM, seus antecedentes históricos, e detalhando seu modelo de maturidade e representações.
Os modelos CMM (Capability Maturity Model) são construídos a partir do conceito de processo
e focam na melhoria dos processos de uma organização. Eles contêm os elementos essenciais de
processos efetivos para uma ou mais disciplinas e descrevem uma abordagem evolucionária a partir
de processos ad hoc, imaturos, até processos disciplinados e maduros, com melhoria na qualidade
e efetividade. Assim, na medida em que a maturidade dos processos evolui em uma empresa, estes
passam a ser mais definidos e efetivos.
O CMM é uma marca registrada do SEI (Software Engineering Institute), sediado na Universidade
Carnegie Mellon, em Pittsburgh, EUA. O SEI é um centro de pesquisa e desenvolvimento patrocinado
pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O SEI realiza pesquisas em software e problemas
ligados à cybersecurity, cria e realiza testes com base em tecnologias inovativas e focaliza a transição
para soluções maduras para uso global. De acordo com SEI (2010, p. 17), o instituto criou o primeiro
modelo CMM destinado para organizações de software em 1995 e o publicou no livro “The Capability
Maturity Model: guidelines for improving the software process”.
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FIGURA 32 – SEI – Software Enginnering Institute
Fonte: <http://cmu-sei.github.io/assets/img/sei-logo.png>.
De acordo com Royce (2002), o modelo inicial CMM desenvolvido pela SEI era especificamente
destinado à maturação de processo de software. No entanto, com sua bem sucedida adoção e
uso em diferentes domínios, outros modelos CMM foram desenvolvidos para disciplinas e funções
mais específicas como engenharia de sistemas, pessoas, desenvolvimento de produto integrado,
aquisição de software, dentre outras. Apesar de muitas organizações considerarem estes modelos
úteis, eles também apresentavam problemas como sobreposições, inconsistências e dificuldades
de integração. Muitas organizações também encontraram conflitos em processos de auditoria e
programas de melhoria de software entre os modelos CMM e as normas ISO 9001.
Além destes problemas, alguns casos de práticas CMM apresentaram semelhanças com o
modelo tradicional em cascata, com processos excessivamente baseados em gerenciamento. Isto
acabou associando organizações que adotavam modelos CMM aos princípios da mentalidade do
modelo cascata, dando-lhes uma conotação negativa.
Em função destes problemas, das implicações econômicas a eles associados e com a disseminação
de técnicas de desenvolvimento iterativo e de melhores práticas utilizadas na indústria de software,
as organizações foram motivadas a adotar uma abordagem baseada em resultados. Todo este
cenário impulsionou o início do projeto CMMI.
O projeto CMMI foi formado para solucionar todos estes problemas, notadamente os resultantes
do uso de múltiplos modelos CMM. O CMMI buscou integrar muitas das melhores práticas da
indústria, desencorajando padrões de alinhamento com a mentalidade do modelo cascata, fazendo
deste um melhor padrão a ser seguido. Mas o projeto não se limitou a reunir diferentes modelos em
um único. O time que trabalhou no projeto CMMI construiu um framework que acomodou diversas
constelações. A Figura 33 ilustra os modelos que foram criados até se chegar à versão 1.3.
A versão 1.3 iniciou-se em 2008 e em 2010 foram lançados: CMMI for Acquisition, CMMI for
Development e CMMI for Services.
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Figura 33 – História dos modelos CMM
A organização pode usar os modelos CMMI para ajudar a estabelecer objetivos e prioridades do
melhoramento de processos, obtendo um guia para garantir estabilidade, processos estáveis e maduros.
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O CMMI trabalha com process areas (PAs), por isso é importante fazermos uma distinção entre
processos e PAs. Um processo individual é realizado através de atividades distintas e instruções
que especificam como o produto de uma atividade é obtido. Um PA especifica metas e práticas
comprovadas para que atividades profissionais possam ser executadas, sem especificar como isso
deva ser feito. Além disso, o produto da atividade é especificado apenas pelas suas características
(PLAYS-IN-BUSINESS.COM, 2010).
Todos os modelos do CMMI 1.3 definem um conjunto de PAs. Um PA especifica metas e práticas
comprovadas para que uma atividade profissional possa ser realizada.
Como mostra a figura 35, o modelo CMMI 1.3 contém 35 PAs, das quais dezesseis são core
process areas, comuns a todas as constelações. O modelo CMMI-SVC possui sete PAs específicas
e tanto o CMMI-ACQ quanto o CMMI-DEV possuem seis PAs específicas cada.
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Figura 35 – Constelações CMMI e as PAs
Supplier/Provider Customer
RD
Development
TS
VAL
CMMI-DEV ATM
ARD
VER SSAD
RSKM
REQM CAR
PPQA PP/WP
SAM
QPM/QWM IPM/IWM CMMI-ACQ
DAR OPP OPM/IPM
OPF MA OPD AVER
PMC/WMC
OT
CM AVAL
SD
AM
IRP
Services
SST
CMMI-SVC CAM
SSD
SCON
SSM
16 common
+ Process Areas
CMMI-DEV: 6 development specific Pas
1 shared PA with CMMI-SVC to all v1.3
constellations
CMMI-ACQ: 6 acquisition specific PAs
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SAIBA MAIS
“Os modelos CMMI dividem as práticas em áreas de processo organizadas em 5 níveis. Os níveis
servem como um roadmap para melhoria contínua. São 22 áreas de processo no CMMI-DEV, 24
áreas de processo no CMMI-SVC e 22 áreas de processo no CMMI-ACQ.O CMMI-DEV e CMMI-
SVC podem ser usados por empresas prestadoras de serviços de desenvolvimento de software e
sistemas. O CMMI-ACQ pode ser usado por empresas que contratam serviços de desenvolvimento
de software e sistemas.”
Quadro 3 – Benefícios com a implantação integrada
Visibilidade da situação dos Padronização dos processos Controle do desempenho Implantação de inovações
projetos, demandas e Maior capacitação das
das equipes (produtividade, nos processos, produtos e
solicitações de serviços equipes tempo médio de resolução serviços
de incidentes e solicitações
Cumprimento dos Implantação de metologia
Melhora no desempenho
de serviços etc)
processos de desenvolvimento de
das equipes
Coleta automatizada de software Controle da qualidade dos Melhora na qualidade dos
processos, produtos e
indicadores Maior eficácia na detecção e
processos, produtos e
serviços (quantidade de serviços
Controle de mudanças em remoção de defeitos erros econtrados pelo
requisitos e documentos Gerenciamento da cliente, quantidade de
capacidade das equipes interrupções de serviço etc)
Controle na resolução e
prevenção de incidentes
Pág. 56 de 97
4.3 Componentes do modelo CMMI FIGURA 36 – Componentes do modelo CMMI
De acordo com SEI (2010, p. 20), o CMMI-SVC cobre as atividades para estabelecer, entregar e
gerenciar serviços. Neste contexto, serviço é um produto intangível e que não pode ser armazenado.
As práticas e metas do modelo são relevantes para organizações que atuam na entrega de serviços,
incluindo a área de TI, defesa, saúde, finanças e transportes.
Conforme ilustra a Figura 37, o CMMI-SVC, da mesma maneira que os outros modelos CMMI,
reúne os componentes:
• Áreas de processos (process areas – PAs): é um cluster de práticas relacionadas de uma área
que, quando implementadas coletivamente, satisfazem um conjunto de metas consideradas
importantes para a melhoria desta área.
◊ Objetivo da PA (purpose statement): descreve o propósito da PA, sendo um componente
informativo.
◊ Notas introdutórias (introductory notes): seção da PA que descreve os principais conceitos
cobertos pela PA, sendo um componente informativo.
◊ Áreas de processos relacionadas (related process areas): seção da PA que lista referências
às PAs relacionadas e reflete os relacionamentos entre as PAs, sendo um componente
informativo.
Pág. 57 de 97
• Metas genéricas (generic goals - GG): são chamadas genéricas porque a mesma meta pode
ser aplicada a múltiplas PAs. Descrevem as características que devem estar presentes nos
processos institucionalizados que implementam uma PA.
◊ Prática genérica (generic practice - GP): é chamada genérica porque a mesma prática pode
ser aplicada a múltiplas PAs. É associada com uma meta genérica e descreve as atividades
que são consideradas importantes para que se possa atingir uma meta genérica de uma
PA, contribuindo para a institucionalização dos processos associados à PA.
• Metas específicas (specific goals - SG): ou objetivos específicos, descrevem as características
únicas que devem estar presentes para satisfazer a PA.
◊ Prática específica (specific practice - SP): é a descrição de uma atividade que é considerada
importante para que se possa atingir uma meta específica de uma PA.
»» Subprática (subpractice): é uma descrição detalhada que provê diretrizes para que
se possa interpretar e implementar uma prática específica ou genérica, sendo um
componente informativo.
Área de processos
(PA)
Metas Metas
específicas específicas
(SG) (GG)
Práticas Práticas
específicas genéricas
(SP) (GP)
Produto
Orientação de
típico de Subprática Subprática
aplicação
trabalho
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4.4 Representações do CMMI
O CMMI possui duas representações: contínua ou por estágios. Estas representações permitem
à organização utilizar diferentes caminhos para a melhoria de seus processos de acordo com
seu interesse. O CMMI divide cada estágio em áreas de processo e para cada uma delas são
definidos dois conjuntos de metas: as específicas (specific goals) e as genéricas (generic goals).
A essas metas, a definição do modelo recomenda práticas genéricas divididas em um conjunto
de características comuns.
As metas específicas na maioria das vezes estão focadas no negócio da empresa e buscam
alinhar o método CMMI às necessidades próprias. As metas genéricas focam em aspectos inerentes
a qualquer empresa e devem ser consideradas para uma melhor implementação da metodologia,
de forma a garantir a maximização dos resultados.
O método CMMI não é um processo simples de ser realizado. Exige uma mudança de cultura
voltada para o planejamento, a qualidade e o controle dos processos de desenvolvimento de software.
O propósito do CMMI é fornecer um guia para melhorar processos de organizações e sua habilidade
de gerenciar o desenvolvimento, aquisição e manutenção de produtos ou serviços de software.
O CMMI, através de sua estrutura, ajuda a organização a avaliar sua maturidade organizacional
ou sua capacidade na área de processos, estabelecendo prioridades para melhoramentos e sua
implementação.
As representações são importantes, pois são elas que vão determinar o tipo de nível que será
usado na organização.
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“As duas representações estão associadas com dois tipos de níveis de melhoria: níveis de capacidade
e níveis de maturidade. A representação contínua habilita a organização a alcançar níveis de
capacidade. A representação por estágios habilita a organização a alcançar níveis de maturidade.”
Assim, caro aluno, é importante frisar que são duas formas de se chegar aos mesmos objetivos.
Independentemente da representação adotada, os níveis caracterizam a melhoria e a evolução
de um estado desorganizado ou imaturo até um estado que usa informações quantitativas para
determinar e gerenciar as melhorias a serem implementadas e que irão satisfazer as necessidades
de negócios da organização.
Há muitas razões para se selecionar uma representação ou outra. Talvez a organização escolha
usar a representação com a qual é mais familiarizada. Se usadas para melhoria de processos ou
avaliações, ambas as representações são projetadas para oferecer resultados equivalentes. Vamos listar
os critérios de escolha com algumas das possíveis vantagens e desvantagens de como selecionar a
adoção de uma entre as duas representações. Para este comparativo, a Tabela 1 deve ser consultada.
Level 0 Incomplete
Level 5 Optimizing
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4.5 Representação contínua
Ao escolher a representação contínua para a organização, o modelo CMMI:
• Permite selecionar a ordem e melhoria que mais se adéqua aos objetivos de negócios da
organização e diminui as áreas de risco.
• Habilita que haja comparações em uma empresa e entre empresas por área de processo ou
pela comparação de resultados em estágio equivalentes.
Há quatro níveis de capacidade, numerados de 0 até 3 (veja a Tabela 1). Cada nível de capacidade
corresponde a metas genéricas e a um conjunto de práticas genéricas e específicas, conforme
ilustra a Figura 38.
Representação contínua
Figura 38 – Representação contínua do CMMI
Áreas de processos
Níveis de
capacidade
Metas Metas
específicas genéricas
Práticas Práticas
específicas genéricas
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Esta representação indica a ordem de implementação de cada área de processo, de acordo
com o nível de maturidade, que define o caminho associado à melhoria dos processos de uma
organização (desde o nível de maturidade inicial até ao nível de maturidade em otimização),
conforme ilustra a Figura 39.
Representação
Figura 39 – Representação contínua
contínua do CMMI
Níveis de
maturidade
Áreas de processos
Metas Metas
específicas genéricas
Práticas Práticas
específicas genéricas
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4.7 Níveis de maturidade do CMMI
FIGURA 40 – Níveis de maturidade do CMMI
De acordo com SEI (2010, p. 38) um nível de maturidade é uma escala evolucionária definida para
a melhoria dos processos organizacionais. Cada nível de maturidade representa um subconjunto de
processos da organização que foram alcançados, preparando-a para o próximo nível de maturidade.
Os níveis de maturidade são medidos pelo atingimento de metas específicas e genéricas associadas
em cada conjunto de áreas de processo predefinido.
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Os cinco níveis indicam uma sequência lógica para que os processos evoluam na medida em que
estes satisfaçam as exigências do modelo (veja o Gráfico 2). Do ponto de vista de quem compra o
serviço de organizações certificadas, os níveis permitem que possa ser realizada uma comparação
entre fornecedores distintos visando avaliar em qual nível as empresas operam. Uma avaliação
externa realizada por um avaliador credenciado permite que as organizações determinem estes
níveis e divulguem para o mercado a maturidade em que seus processos se encontram.
Nível 5
Em otimização
Nível 4
Gerenciamento quantitativamente
Nível 3
Definido
Nível 2
Gerenciado
Nível 1
Inicial. Não tem práticas, nem áreas de processo
Modelos CMMI são projetados para descrever níveis discretos de melhorias de processos. Na
representação por estágios, os níveis de maturidade fornecem uma ordem recomendada para acessar
melhorias de processos em estágios. Os níveis de maturidade organizam as áreas de processo.
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Tabela 2 - Áreas de processos por nível de maturidade no CMMI-SVC
Configuration Management CM 2
Service Delivery SD 2
Work Planning WP 2
Organizational Training OT 3
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Por exemplo, no nível de maturidade 2, há um conjunto de PAs que uma organização pode
usar para guiar seu curso de melhoria até que consiga alcançar as metas de todas essas áreas de
processo. Uma vez que atinja o nível 2, a organização concentra seus esforços nas PAs do nível 3
e assim por diante.
Agora, detalharemos cada um dos níveis de maturidade com base em SEI (2010, p. 39-46).
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entregue como planejado. Acordos com os clientes são estabelecidos e os requisitos acordados
são gerenciados.
Em outras palavras, as organizações buscam garantir que requisitos de projetos sejam gerenciados
e que processos sejam planejados, executados, medidos e controlados. No nível de maturidade 2, a
disciplina de processos contribui para que as práticas existentes sejam mantidas durante tempos
de crise e que os projetos sejam executados e gerenciados de acordo com o planejamento e a
documentação.
Neste nível, a organização alcançou metas específicas e genéricas das áreas de processo
atribuídas aos níveis 2 e 3, e os processos são bem caracterizados e entendidos, sendo descritos
como padrões, procedimentos, ferramentas e métodos.
Uma distinção importante entre o nível de maturidade 2 e 3 está no escopo de padrões, descrições
de processos e procedimentos. No nível de maturidade 2, os padrões, descrições de processos
e procedimentos podem ser bastante diferentes em cada instância específica do processo. No
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nível de maturidade 3, os padrões, descrições de processos e procedimentos para um projeto são
ajustados para atender a um grupo de trabalho ou unidade organizacional em particular e são mais
consistentes, exceto para diferenças permitidas.
Neste nível de maturidade, a organização já alcançou todas as metas específicas das áreas de
processo determinadas para os níveis de maturidade 2, 3 e 4 e as metas genéricas dos níveis de
maturidade 2 e 3.
Os subprocessos que contribuem de forma significativa para o desempenho dos processos são
escolhidos para serem aplicados. Estes subprocessos são controlados usando técnicas estatísticas
e técnicas quantitativas e são coletadas medidas detalhadas do desempenho dos processos, de
forma que possam ser estatisticamente analisadas. Isso permite que ocorrências de variações
indesejadas sejam identificadas e corrigidas, visando evitar que ocorram novamente. Baselines e
modelos de desempenho podem ser utilizados para ajudar na definição dos objetivos de qualidade
e performance, ajudando a atingir os objetivos de negócios.
Pág. 68 de 97
4.7.5 Nível de maturidade 5: Em otimização
No nível 5 a organização alcançou todas as metas específicas das áreas de processo determinadas
para os níveis 2, 3, 4 e 5 e metas genéricas determinadas para os níveis 2 e 3. Os processos são
melhorados de forma continuada com base em dados quantitativos.
As melhorias a serem implantadas são escolhidas com base no aspecto quantitativo, ou seja,
no quanto contribuem para alcançar os objetivos de melhoria em comparação a quanto custarão
e a quanto impactarão na organização. Desta forma, busca-se garantir que o desempenho dos
processos de organização seja continuamente melhorado.
Pág. 69 de 97
SAIBA MAIS
“De acordo com o CMMI Institute que faz parte da Carnegie Mellon University, organizações de 94
países usam o CMMI para melhorar suas performances; 11 governos no mundo investem em CMMI
para alavancar o desenvolvimento econômico de seus países (o Brasil não está na lista) e modelos de
CMMI já foram traduzidos para 10 línguas diferentes (entre elas o português). Já em um report feito
pelo mesmo instituto, há um gráfico com os maiores números de avaliações reportadas por país. Em
2014 o qual o Brasil ocupa o sétimo lugar (com 39 avaliações) e está na lista dos dez mais. Nos três
primeiros lugares estão China (com 722 avaliações), Estados Unidos (com 314) e Índia (com 189).
Embraer, Serasa, Claro, Itaú, GM e IBM estão entre as empresas avaliadas que obtiveram algum nível
de maturidade dos modelos do SEI e do CMMI Institute. Essa avaliação, oficial, foi feita pelo braço
brasileiro da consultoria internacional ISD (Integrated System Diagnostics)”
Fonte: MENA, Isabela. Verbete Draft: o que é CMMI. Projeto Draft, 10 jun. 2015. Disponível em: <http://
projetodraft.com/verbete-draft-o-que-e-cmmi/>. Acesso em: 8 jun. 2017.
0. Incomplete - Incompleto
1. Performed - Executado
2. Managed - Gerenciado
3. Defined - Definido
De acordo com SEI (2010, p. 36-37), um nível de capacidade para uma PA é alcançado quando
todas as metas genéricas estão satisfeitas até aquele nível. Os níveis são detalhados como se segue.
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4.8.1 Nível de capacidade 0: Incomplete (Incompleto)
Um processo é incompleto se ele não foi executado ou foi apenas parcialmente executado. Uma
ou mais metas específicas da PA não foram satisfeitas e nenhuma meta genérica existe neste nível.
A capacidade de nível 1 é caracterizada como um processo executado, que indica que o processo
realiza o trabalho necessário para produzir os produtos daquela atividade e que as metas específicas
da PA estão satisfeitas.
Embora a capacidade de nível 1 representa importantes melhorias, estas podem ser perdidas
ao longo do tempo se não forem institucionalizadas. A aplicação da institucionalização ajuda que
estas melhorias sejam mantidas.
Uma diferença crítica entre os níveis de capacidade 2 e 3 reside no escopo dos padrões, nas
descrições dos processos e nos procedimentos associados. No nível 2 estes quesitos podem ser
bastante diferentes em cada instância específica de um processo. No nível 3 estes quesitos são
customizados a partir dos padrões organizacionais para se ajustar a um grupo de trabalho em
particular ou a uma unidade organizacional e, portanto, são mais consistentes. Além disso, os
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processos no nível 3 são descritos com mais rigor que no nível 2. Um processo definido claramente
define o propósito, as entradas, os critérios de entrada, as atividades, as regras, as medições, os
passos de verificação, as saídas e os critérios de saída.
O modelo MPS segue os modelos e normas internacionais mais aceitos no mercado. Está em
conformidade com as normas internacionais ISO/IEC 12207 e ISO/IEC 20000, é compatível com o
modelo CMMI, é baseado nas melhores práticas da engenharia de software e é adequado à realidade
das empresas brasileiras. Assim, o modelo é compatível com os padrões de qualidade aceitos
internacionalmente e tem como pressuposto o aproveitamento de toda a competência existente
nos padrões e modelos de melhoria de processo já disponíveis.
O Programa MPS.BR possui cinco componentes (Figura 44): Modelo de Referência MPS para
Software (MR-MPS-SW), Modelo de Referência MPS para Serviços (MR-MPS-SV), Modelo de Referência
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MPS para Gestão de Pessoas (MR-MPS-RH), Método de Avaliação (MA-MPS) e Modelo de Negócio
(MN-MPS). Cada componente é descrito por meio de guias e/ou documentos do Programa MPS.BR.
Cada componente é descrito por meio de guias e/ou documentos do modelo MPS, como pode
ser visto na Figura 44.
CMMI-DEV CMMI-SVC
ISO/IEC 330xx
ISO/IEC 12207 ISO/IEC 20000
Modelo de Modelo de
Modelo de Método de Modelo de
referência MPS referência MPS
referência MPS avaliação negócio
para serviço para gestão de
para software (MA-MPS) (MN-MPS)
(MR-MPS-SV) pessoas
Guia de aquisição
Neste capítulo, trataremos apenas do Modelo de Referência MPS para Software: MR-MPS-SW.
Segundo a Softex (2016, p. 6), o MR-MPS-SW baseia-se nos conceitos de maturidade e capacidade de
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processo para a avaliação e melhoria da qualidade e produtividade de software e serviços correlatos
e, também, para a melhoria da qualidade e produtividade dos serviços prestados.
De acordo com a Softex (2016, p. 17), a definição dos processos segue os requisitos para um
modelo de referência de processo apresentados na ISO/IEC 15504-2, o que possibilita a avaliação e
a atribuição de graus de efetividade na execução dos processos. No MR-MPS-SW, a capacidade do
processo é representada por um conjunto de atributos de processo e expressa o grau de refinamento
e institucionalização com que o processo é executado na organização/unidade organizacional. À
medida que a organização/unidade organizacional evolui nos níveis de maturidade, um maior nível
de capacidade para desempenhar o processo deve ser atingido. Os diferentes níveis de capacidade
dos processos são descritos por atributos de processos (APs).
O nível de maturidade em que se encontra uma organização permite prever o seu desempenho
futuro ao executar um ou mais processos. Há sete níveis de maturidade:
Pág. 74 de 97
SAIBA MAIS
“No modelo MR-MPS-SW o atendimento aos atributos do processo (APs) é requerido para todos os
processos no nível correspondente ao nível de maturidade, embora eles não sejam detalhados dentro
de cada processo. Os níveis são acumulativos, ou seja, se a organização está no nível F, esta possui
o nível de capacidade do nível F que inclui os atributos de processo dos níveis G e F para todos os
processos relacionados no nível de maturidade F (que também inclui os processos de nível G). Isto
significa que, ao passar do nível G para o nível F, os processos do nível de maturidade G passam a ser
executados no nível de capacidade correspondente ao nível F. Em outras palavras, na passagem para
um nível de maturidade superior, os processos anteriormente implementados devem passar a ser
executados no nível de capacidade exigido neste nível superior.”
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Nível Processos Atributos de processos
de processo:
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(vi) as atividades, o status e os resultados do processo são revistos com a gerência de nível
superior e são tratadas questões críticas;
(vii) (a partir do Nível F) a aderência dos processos executados às descrições de processo,
padrões e procedimentos é avaliada objetivamente e são tratadas as não conformidades.
(i) os requisitos para documentação e controle dos produtos de trabalho do processo são
identificados;
(ii) os produtos de trabalho do processo estão identificados, documentados e sob os níveis
de controle especificados;
(iii) os produtos de trabalho são avaliados objetivamente com relação à aderência aos padrões,
procedimentos e requisitos aplicáveis e são tratadas as não conformidades.
(i) existe a definição de um processo padrão, o que inclui diretrizes para a sua adaptação a
situações específicas, a sequência de execução, a interação deste processo com os outros
processos, os papéis e competências, a infraestrutura e o ambiente de trabalho requeridos
para executar o processo;
(ii) métodos adequados para monitorar a efetividade e adequação do processo são identificados.
(i) um processo definido baseado nas diretrizes para seleção e/ou adaptação do processo
padrão está implementado;
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(ii) a infraestrutura e o ambiente de trabalho requeridos para executar o processo definido
estão disponibilizados, gerenciados e mantidos;
(iii) experiências e dados apropriados são coletados, analisados e utilizados para entendimento
do comportamento e adequação do processo, e para a identificação de oportunidades de
melhoria no processo.
Nota: A execução de (i), (ii), (iii) e (iv) é obrigatória e deve ser realizada
Fonte: AVIcon /
uma única vez e ao mesmo tempo para todos os processos. Caso o processo shutterstock.com
ou um elemento de processo a ele relacionados não tenham sido escolhidos
para análise de desempenho, todos os demais itens a partir de (v) não são considerados e o atributo
de processo é considerado fora de escopo para este processo.
(i) os processos que estão alinhados a objetivos quantitativos de negócio são identificados;
(ii) foram identificadas as necessidades de informação dos processos requeridas para apoiar
o alcance dos objetivos de negócio relevantes da organização;
(iii) os objetivos de medição do processo foram definidos a partir das necessidades de informação;
(iv) relacionamentos mensuráveis entre elementos do processo que contribuem para o
desempenho do processo são identificados;
(v) os objetivos quantitativos para qualidade e desempenho do processo da organização foram
definidos e estão alinhados às necessidades de informação e aos objetivos de negócio;
(vi) os processos que serão objeto de análise de desempenho são selecionados a partir do
conjunto de processos padrão da organização e das necessidades de informação dos
usuários dos processos;
(vii) medidas adequadas para análise de desempenho do processo, incluindo a frequência de
realização das medições, são identificadas, definidas e incorporadas ao plano de medição
da organização;
(viii) resultados de medições são coletados, validados e reportados para monitorar o
quanto os objetivos quantitativos para o desempenho do processo foram alcançados;
Nota: Necessidades de informação refletem necessidades gerenciais, técnicas, de projetos,
do processo e do produto.
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5.3.7 AP 4.2 O processo é controlado quantitativamente
O atributo de processo AP 4.2 é a medida do quanto dados objetivos são utilizados para gerenciar
o desempenho do processo que é predizível.
Nota: Caso o processo ou elemento de processo a ele relacionados não tenham sido escolhidos
para análise de desempenho, AP 4.2 não é executado.
Nota: Caso o processo ou elementos de processo a ele relacionados não tenham sido escolhidos
para análise de desempenho, AP 5.1 não é executado.
(i) os objetivos de negócio da organização são mantidos com base no entendimento das
estratégias de negócio e resultados de desempenho do processo;
(ii) objetivos de melhoria do processo são definidos com base no entendimento do desempenho
do processo, de forma a apoiar o alcance dos objetivos de negócio.
(iii) dados que influenciam o desempenho do processo foram identificados, classificados e
selecionados para análise de causas;
(iv) dados selecionados foram analisados para identificar causas raiz e propor soluções aceitáveis
para evitar ocorrências futuras de resultados similares ou incorporar melhores práticas no
processo;
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(v) dados adequados são analisados para identificar oportunidades para aplicar melhores
práticas e inovações com impacto no alcance dos objetivos de negócio;
(vi) oportunidades de melhoria derivadas de novas tecnologias e conceitos de processo foram
identificadas, avaliadas e selecionadas com base no impacto no alcance dos objetivos de
negócio;
(vii) uma estratégia de implementação para as melhorias selecionadas foi estabelecida para
alcançar os objetivos de melhoria e inovação no processo e para resolver problemas;
Nota: Caso o processo ou elementos de processo a ele relacionados não tenham sido escolhidos
para análise de desempenho, AP 5.2 não é executado.
(i) o impacto de todas as mudanças propostas é avaliado com relação aos objetivos do processo
definido para o projeto e do processo padrão;
(ii) a implementação das mudanças acordadas é gerenciada para garantir o entendimento
de qualquer variação no desempenho do processo e ações corretivas necessárias foram
executadas;
(iii) as ações implementadas para resolução de problemas e melhoria no processo são
acompanhadas, com uso de técnicas estatísticas e outras técnicas quantitativas, para
verificar se as mudanças no processo corrigiram o problema e melhoraram o seu desempenho;
(iv) dados de análise e resolução de causas de problemas são armazenados para uso em
situações similares.
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5.4 Processos por níveis de maturidade do MR-MPS-SW
Nesse capítulo estudaremos os processos FIGURA 47 - Processos por níveis de maturidade
ordenados pelo nível de maturidade de forma do MR-MPS-SW
• Processo Gerência de Projetos – GPR: Tem como propósito estabelecer e manter planos que
definem as atividades, recursos e responsabilidades do projeto, bem como prover informações
sobre o andamento do projeto que permitam a realização de correções quando houver desvios
significativos no seu desempenho. O propósito deste processo evolui à medida que a organização
cresce em maturidade. Assim, a partir do nível E, alguns resultados evoluem e outros são
incorporados, de forma que a gerência de projetos passe a ser realizada com base no processo
definido para o projeto e nos planos integrados. No nível B, a gerência de projetos passa a ter
um enfoque quantitativo, refletindo a alta maturidade que se espera da organização. Novamente,
alguns resultados evoluem e outros são incorporados.
• Processo Gerência de Requisitos – GRE: Tem como propósito gerenciar os requisitos do produto
e dos componentes do produto do projeto e identificar inconsistências entre os requisitos, os
planos do projeto e os produtos de trabalho do projeto.
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FIGURA 48 – Gerência de projetos
O nível de maturidade F é composto pelos processos do nível de maturidade anterior (G) acrescidos
dos processos Aquisição, Garantia da Qualidade, Gerência de Configuração, Gerência de Portfólio
de Projetos e Medição. Neste nível, a implementação dos processos deve satisfazer os atributos
de processo AP 1.1, AP 2.1 e AP 2.2.
• Processo Aquisição – AQU: Tem como propósito gerenciar a aquisição de produtos que
satisfaçam às necessidades expressas pelo adquirente.
• Processo Gerência de Configuração – GCO: Tem como propósito estabelecer e manter a
integridade de todos os produtos de trabalho de um processo ou projeto e disponibilizá-los a
todos os envolvidos.
• Processo Garantia da Qualidade – GQA: Tem como propósito assegurar que os produtos de
trabalho e a execução dos processos estejam em conformidade com os planos, procedimentos
e padrões estabelecidos.
• Processo Gerência de Portfólio de Projetos – GPP: Tem como propósito iniciar e manter projetos
que sejam necessários, suficientes e sustentáveis, de forma a atender os objetivos estratégicos
da organização. Este processo planeja o investimento e aplica os recursos organizacionais
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adequados, estabelecendo a autoridade necessária para executar os projetos selecionados.
Executa a qualificação contínua de projetos para confirmar que eles justificam a continuidade
dos investimentos ou podem ser redirecionados para justificar.
• Processo Medição – MED: Tem como propósito coletar, armazenar, analisar e relatar os dados
relativos aos produtos desenvolvidos e aos processos implementados na organização e em
seus projetos, de forma a apoiar os objetivos organizacionais.
O nível de maturidade E é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores (G e F),
acrescidos dos processos Avaliação e Melhoria do Processo Organizacional, Definição do Processo
Organizacional, Gerência de Recursos Humanos e Gerência de Reutilização. O processo Gerência
de Projetos sofre sua primeira evolução, retratando seu novo propósito: gerenciar o projeto com
base no processo definido para o projeto e nos planos integrados. Neste nível, a implementação
dos processos deve satisfazer os atributos de processo AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP 3.2.
O nível de maturidade D é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores (G,
F e E), acrescidos dos processos Desenvolvimento de Requisitos, Integração do Produto, Projeto e
Construção do Produto, Validação e Verificação. Neste nível a implementação dos processos deve
satisfazer os atributos de processo AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP 3.2.
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• Processo Desenvolvimento de Requisitos – DRE: tem como propósito definir os requisitos do
cliente, do produto e dos componentes do produto.
• Processo Integração do Produto – ITP: Tem como propósito compor os componentes do
produto, produzindo um produto integrado consistente com seu projeto, e demonstrar que os
requisitos funcionais e não-funcionais são satisfeitos para o ambiente alvo ou equivalente.
• Processo Projeto e Construção do Produto – PCP: tem como propósito projetar, desenvolver
e implementar soluções para atender aos requisitos.
• Processo Validação – VAL: Tem como propósito confirmar que um produto ou componente
do produto atenderá a seu uso pretendido quando colocado no ambiente para o qual foi
desenvolvido.
• Processo Verificação – VER: Tem como propósito confirmar que cada serviço e/ou produto
de trabalho do processo ou do projeto atende apropriadamente os requisitos especificados.
O nível de maturidade C é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores (G,
F, E e D), acrescidos dos processos Desenvolvimento para Reutilização, Gerência de Decisões e
Gerência de Riscos. Neste nível, a implementação dos processos deve satisfazer os atributos de
processo AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP 3.2.
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5.4.6 Nível B – Gerenciado quantitativamente
FIGURA 49 – Gerência de operação do serviço
Este nível de maturidade é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores (G, F,
E, D e C). Neste nível o processo de Gerência da Operação do Serviço sofre sua segunda evolução,
sendo acrescentados novos resultados para atender aos objetivos de gerenciamento quantitativo.
Neste nível, a implementação dos processos deve satisfazer os atributos de processo AP 1.1, AP 2.1,
AP 2.2, AP 3.1 e AP 3.2 e alguns resultados do AP 4.1. A implementação dos processos selecionados
para análise de desempenho deve satisfazer integralmente os atributos de processo AP 4.1 e AP 4.2.
Este nível de maturidade é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores (G, F,
E, D, C e B). Neste nível, a implementação dos processos deve satisfazer os atributos de processo
AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1, AP 3.2 e alguns resultados do AP 4.1. A implementação dos processos
selecionados para análise de desempenho deve satisfazer integralmente os atributos de processo
AP 4.1 e AP 4.2. Os atributos de processo AP 5.1 e AP 5.2 devem ser integralmente satisfeitos pela
implementação de pelo menos um dos processos selecionados para análise de desempenho.
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5.5 Comparativo entre MPS.BR e CMMI
O modelo CMMI é proprietário, envolve um longo tempo e grande custo para a realização das
avaliações do modelo para se obter a certificação. Essas dificuldades contrastam com a realidade
das empresas brasileiras que não podem realizar um investimento tão alto para a obtenção da
certificação. O alto custo da adaptação para obtenção da certificação e o longo prazo para alcançar os
níveis mais altos de maturidade impossibilitavam as pequenas e médias empresas desenvolvedoras
de software a aderirem ao programa do CMMI.
O MPS.BR surgiu como um movimento cujo objetivo era suprir a demanda das empresas
nacionais, que precisavam encontrar uma forma de adaptar à sua realidade, rapidamente, modelos
para melhoria de processos de software como o CMMI com níveis de maturidade 2 e 3, a um custo
mais accessível.
Ambos os modelos possuem níveis de maturidade que definem a capacidade da empresa para
trabalhar em projetos grandes e complexos. Como vimos, o CMMI varia do 1 ao 5 e o MPS.BR varia
do G ao A, sendo que, ao contrário do CMMI, o primeiro nível do MPS.BR já exige que a empresa
tenha determinados processos definidos. Os níveis do MPS.BR também são compostos por áreas
de processos, que são os tópicos mais importantes para um processo de desenvolvimento de
software. Assim, podemos criar uma equivalência dos níveis de maturidade do CMMI e do MPS.
BR. Esta equivalência pode ser vista na Tabela 4 e melhor visualizado no Gráfico 3.
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Analisando a Tabela 4, podemos verificar que os níveis de maturidade do MPS.BR permitem que
a empresa implante processos de uma forma mais gradual. Essa estratégia, aplicada ao mercado
brasileiro de software, permite que empresas de pequeno porte, que não possuem muito dinheiro
para investir em metodologias e processos, possam tomar a iniciativa de definir processos.
5
Em otimização
4
Gerenciado quantitativamente
Definido
3
Largamente definido
Parcialmente definido
Gerenciado
2
Parcialmente gerenciado
Relacionamento
com o CMMI
Uma experiência interessante, já bastante comum entre as empresas brasileiras, é que algumas
delas utilizam o modelo MPS.BR como forma de melhor se prepararem para alcançar um nível do
modelo CMMI, já que há equivalência entre os níveis do CMMI e do MPS.BR. Além disso, o custo
de um processo de implantação do MPS.BR é menor, e esse é um dos principais incentivos para
algumas empresas fazerem isso. Uma empresa pode alcançar o nível A do MPS.BR e depois já
tentar o nível 5 do CMMI.
No Brasil as principais empresas certificadoras destes modelos são a FUMSOFT para o MPS.
BR e a ISD-Brasil para o CMMI.
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De acordo com a Fumsoft (2013, s/p),
SAIBA MAIS
Processo de implementação
“Toda empresa que desenvolve software está apta a pleitear o MPS.BR. A empresa precisa dispor
de pelo menos dez colaboradores, tendo assim condições de alocar pessoas para a definição e
implementação dos processos. Existem dois tipos de modelos de implementação: o Cooperado,
definido pela Softex, e o Específico, definido segundo as necessidades da empresa.
• Modelo Cooperado: implementado conjuntamente em um grupo de empresas, que compartilham
os custos de algumas atividades coletivas dentro de um cronograma comum com duração total
de 15 meses, sendo 12 meses de implementação e três meses para a avaliação. O projeto inclui o
cumprimento de marcos e alcances técnicos definidos pela Softex.
• Modelo Específico: cronograma, marcos e alcances são definidos em função dos objetivos da
empresa, que arca com todo o custo do projeto.
O processo de implementação da Fumsoft é realizado por meio das atividades de diagnóstico inicial,
treinamento/capacitação, consultorias executivas, análise crítica e diagnóstico Pre-Assessment. A
quantidade de consultorias depende do nível que a empresa pretende alcançar, variando de 60 a 100
horas, que são divididas em encontros de quatro horas.
Para iniciar a implementação, não é necessário qualquer tipo de treinamento. Durante o processo, são
oferecidos cursos de capacitação para as empresas, já incluídos no plano. A obrigação da empresa
consiste basicamente em designar um ou mais representantes com autonomia para delinear,
acompanhar e participar das atividades de implementação, dando todo o suporte.”
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CURIOSIDADE
De acordo com a ISD-Brasil (2010), “A ISD Brasil (Integrated System Diagnostics Brasil), subsidiária
da empresa norte-americana Integrated System Diagnostics Incorporated - ISD Inc., tem como
missão auxiliar as corporações na melhoria contínua de seus processos de negócios, baseando-se
em modelos e normas reconhecidas internacionalmente, buscando sempre o compromisso com a
excelência, os resultados reais e o alinhamento máximo dos objetivos estratégicos da organização
aos seus processos atuais e desejados.
A ISD Brasil é a primeira consultoria internacional com atuação direta na América do Sul,
focada exclusivamente em qualidade de processos baseada em modelos. O trabalho envolve,
fundamentalmente, consultoria, treinamento, auditorias/avaliações/certificações, seleção de
fornecedores, gestão de portfolio de projetos, quality assurance e e-learning.
Tornou-se a primeira no Brasil a contar com as credenciais do SEI-Software Engineering Institute para
efetuar avaliações oficiais (aquilo que o mercado chama de ‘certificação’). Conta com os primeiros
profissionais no mercado brasileiro autorizados a conduzir avaliações de processos com resultados
reconhecidos internacionalmente – incluindo avaliadores para altos níveis de maturidade do CMMI,
ou ‘high maturity lead appraisers’.
Atualmente, a ISD Brasil é a única empresa brasileira a contar em seus quadros com high maturity
lead appraisers, ou HMLA, autorizados e credenciados pelo CMMI Institute. Esses profissionais são
autorizados a liderar avaliações de nível 4 e 5 do CMMI, consideradas avaliações de alta maturidade.
A ISD Brasil fez a revisão técnica da tradução do CMMI (Capability Maturity Model Integration)
para o português. É a única empresa no Brasil que participou da equipe de projeto do CMMI versão
1.3 (Appendix C do material de referência do modelo: CMMI Version 1.3 Project Participants).”
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ATIVIDADE REFLEXIVA
Analise o estudo de caso abaixo e reflita: como ficaria o mapeamento de processos da notação BPMN
do caso abaixo?
“A empresa Alfa é um consórcio entre duas grandes empresas nacionais de construção civil e foi
constituída para realizar o projeto de construção de duas Plataformas flutuantes de produção,
armazenamento e transferência de petróleo (Floating Production Storage and Offloading - FPSO), cuja
cliente é a Petrobras S/A. Pertencente a um grupo econômico que possui um estaleiro de construção
e reparo de navios há cerca de 10 anos, Alfa é hoje uma das principais representantes do Polo Naval
de Rio Grande, responsável pela construção, integração – processo que consiste na construção,
operacionalização e instrumentação de equipamentos – e entrega de seis FPSO’s até 2020 (SINAVAL,
2015).
Fonte: SILVEIRA, Leonardo da Silva et al. Proposta de Mapeamento de Processos usando a BPMN:
Estudo de Caso em uma Indústria da Construção Naval. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE
DESEMPENHO PORTUÁRIO, 3., Florianópolis, 2016. p. 14 Anais eletrônicos... http://www.cidesport.com.br/
sites/default/files/a52690.pdf). Florianópolis: Unisul/UFSC, 2016.
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CONCLUSÃO
Concluímos que esta disciplina certamente agrega um importante conjunto de informações
sobre como devemos administrar a qualidade nos processos de desenvolvimento de software e
como o BPM é importante no contexto corporativo.
No âmbito do ensino profissional e mesmo no meio acadêmico estamos vendo crescer a busca
por certificações em qualidade, uma vez que as organizações estão em constante adaptação e
melhoria de seus processos para fazer frente a um mercado competitivo que muda suas preferências
e apura seus parâmetros de comparação a todo momento.
A busca de soluções cada vez mais eficientes vai encontrar no estudo da qualidade um meio
seguro de atualização de métodos e processos que, aliado às metodologias de modelagem de
processo, permitem acompanhar a evolução da forma como a organização deve executar e controlar
os seus processos de negócios. Na produção de software, por exemplo, a automatização das etapas
de testes de software também tem estado cada vez mais presente, auxiliando o processo final de
testes. É esperado que as organizações incluam no decurso de seu desenvolvimento o processo
de qualidade de software, não apenas no momento que o produto foi finalizado ou desenvolvido,
mas desde o início de sua concepção.
O conteúdo aqui apresentado traz os conhecimentos necessários para que você se atualize na
gestão da qualidade e acompanhe, com facilidade, a evolução da terminologia e uso dos processos
de modelagem de negócios, com o BPM.
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GLOSSÁRIO
Equivalente: De valor idêntico; que possui a mesma força, peso, dimensões. (fonte: <https://www.
dicio.com.br/equivalente/>).
Transfuncional: Aquilo que pode ser ou é realizado por meio de várias funções através de várias
funções. (fonte: <http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/transfuncional/8532/>)
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BIBLIOGRAFIA
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