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MATERIAL DIDÁTICO
CONTABILIDADE GERENCIAL
Curitiba / PR
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Gestão e Economia – DAGEE
Campus Curitiba
MBA em Finanças
Introdução e Apresentação
Programa da disciplina
• Contabilidade geral - Patrimônio: bens,
direitos e obrigações das organizações. Processo
contábil: princípios, fatos, lançamentos,
apuração de resultados. Operação com
mercadorias. Impostos.
• Contabilidade gerencial - Demonstrações
financeiras. Análise das demonstrações
financeiras: análise horizontal, análise vertical e
análise de índices. Análise de Solvência.
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Apresentação da disciplina
✓ A Origem da Contabilidade
✓ Conceito, Objeto e Finalidade
✓ Aplicação da Contabilidade
✓ Usuários da Contabilidade
✓ Bens, direito e obrigações
✓ Exercício
8
9
A ORIGEM DA CONTABILIDADE
10
A CONTABILIDADE
A ORIGEM DA CONTABILIDADE
Diferenças entre a contabilidade atual e a da época
de Luca Paccioli:
- O sistema contábil anterior visava informar apenas o
proprietário;
- No Séc. XVI, os ativos e passivos do proprietário e do
negócio se confundiam;
- Não existia a idéia de período contábil nem a de conti-
nuidade.
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A CONTABILIDADE
CONCEITO
- “É a ciência que estuda a formação e variação do
Patrimônio”;
- “É a ciência que estuda, registra e controla o Patri-
mônio das Entidades com fins lucrativos ou não”;
- “Instrumento de informações para a tomada de decisões
dentro e fora da empresa”.
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A CONTABILIDADE
CONCEITO
Todas as movimentações possíveis de mensuração
monetária e não monetárias são registradas pela
contabilidade, que, em seguida, resume os dados
registrados em forma de relatórios (contábeis).
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A CONTABILIDADE
OBJETO E FINALIDADE
14
A CONTABILIDADE
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
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A CONTABILIDADE
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Fornecedores
Investidores Bancos
Funcionários Sindicato
EMPRESA
Governo Outros
16
A CONTABILIDADE
PARA QUEM É MANTIDA A CONTABILIDADE
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PATRIMÔNIO
✓ Conceito
✓ Bens
✓ Direitos
✓ Obrigações
✓ Patrimônio Líquido
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PATRIMÔNIO
CONCEITO
Patrimônio (riqueza)
• Conjunto de bens pertencentes a uma pessoa ou a
uma empresa Bens.
• Valores a receber, Direitos a Receber Direitos
• Contas a pagar, dívidas Obrigações
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PATRIMÔNIO
BENS
São as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades
das pessoas e das empresas.
Bens Tangíveis = Têm forma física, são palpáveis.
Ex.: Veículos, imóveis, estoques de mercadorias,
dinheiro, móveis e utensílios, ferramentas, etc.)
Bens Intangíveis = Não são palpáveis, não constituídos
de matéria. Ex.: Marcas (Arisco, Coca-cola), patentes
de invenção (direito exclusivo de explorar uma invenção).
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PATRIMÔNIO
BENS
Pelo Código Civil, dentro dos bens tangíveis temos:
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PATRIMÔNIO
BENS
Ex.: A Cia. Goiana têm os seguintes bens: Em R$ mil
ITENS Valores
Bancos conta Movimento (depósito) 680
Duplicatas a Receber (vendas à prazo) 1.320
Títulos a Receber (notas promissórias) 500
Aluguéis a Receber 300
TOTAL 2.800
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PATRIMÔNIO
OBRIGAÇÕES
Dívidas com outras pessoas.
Em Contabilidade Obrigações Exigíveis
Exemplo:
• Empréstimos a pagar
• Contas a pagar
• Impostos a pagar
• Salários a pagar
• Duplicatas a pagar (compras a prazo)
ou fornecedores
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PATRIMÔNIO
OBRIGAÇÕES Valores
Fornecedores (dívidas c/ fornec. de mercadorias) 800
Empréstimos bancários (a pagar) 400
Salários a pagar 350
Encargos Sociais a pagar (FGTS, INSS) 450
Impostos a Pagar (ou a recolher) 900
Financiamentos (empréstimos a pagar a L.P.) 1.100
Contas a Pagar (Diversos) 500
TOTAL 4.500
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PATRIMÔNIO
Representação gráfica do patrimônio
BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS
Bens Obrigações
Dinheiro Empréstimos a Pagar
Mercadoria em Estoques Salários a Pagar
Veículos Fornecedores (Duplicatas a pagar)
Imóveis Financiamentos
Máquinas Impostos a Pagar
Ferramentas Encargos Sociais a Pagar
Móveis e Utensílios Aluguéis a Pagar
Marcas e Patentes Títulos a Pagar
Direitos Promissórias a Pagar
Depósitos em Bancos Contas a Pagar
Duplicatas a Receber
Títulos a Receber
Aluguéis a Receber
Ações
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27
Princípios Contábeis
• Entidade (pessoa física e pessoa jurídica)
• Continuidade
• Oportunidade (integridade, tempestividade)
• Registro do Valor Original
• Competência
• Prudência (minimizar possíveis receitas e maximizar
possíveis despesas)
28
Vamos
trabalhar!
Lista de
Exercícios 1!
29
Um exemplo…
Treinando…
1. Compra de estoques no valor de R$ 30.000,00
com pagamento em cheque à vista.
2. Compra de um computador por R$ 1.000,00
com pagamento em dinheiro.
3. Transferência bancária, da conta corrente para
a poupança, no valor de R$ 5.000,00.
4. Compra de móveis e utensílios à vista, em
dinheiro, no valor de R$ 950,00.
35
Balanço Patrimonial
Balanço Patrimonial
• O balanço patrimonial é constituído pelo ativo,
pelo passivo e pelo Patrimônio Líquido.
a) O Ativo compreende as aplicações de recursos
representadas por bens e direitos;
b) O Passivo compreende as origens de recursos
representadas por obrigações;
c) O Patrimônio Líquido compreende os
recursos próprios da Entidade, ou seja, a
diferença a maior do ativo sobre o passivo. Na
hipótese do passivo superar o ativo, a diferença
denomina-se "Passivo a Descoberto".
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Demonstração de Resultado do
Exercício - DRE
• Apresentar de forma vertical resumida o
resultado apurado em relação ao conjunto
de operações realizadas num determinado
período, normalmente, de doze meses.
38
Demonstração de Resultado do
Exercício
• Contas de Resultado: Receitas e Despesas
Despesas: Despesas de uma empresa são os
gastos, desembolsados ou devidos pela
mesma, necessários ao desenvolvimento de
suas operações.
Receitas: Considera-se como receita de uma
empresa o dinheiro que a mesma recebe ou
tem direito a receber, proveniente das
operações da mesma
39
Capital:
-Próprio
-Terceiros
Origens
Aplicações
42
Plano de Contas
Exemplo Material
Didático
44
Elaborar o balanço
patrimonial do
Exercício
EXERCÍCIO 1
CLASSIFICAR E MONTAR A REPRESENTAÇÃO
GRÁFICA
Estoques – 25.000
Ap. Telefone Celular – 3.000 Salários – 30.000
Dinheiro caixa – 2.000 Saldo bancário – 20.000
Aluguel a Receber – 15.000 Caminhões – 30.000
Aptos – 200.000 IPTU pagar – 5.000
Duplicatas a Rec. LP – 5.000 Seguros a pagar – 13.000
Empréstimo a Pagar – 7.000 Financ. Longo Prazo – 7.000
Rescisões – 18.000 Poupança – 1.000
Duplicatas a Pagar – 10.000 Máquinas – 2.000
IPI pagar – 7.000 Marca (Valor Nome) – 2.000
Terrenos – 100.000 Capital Social – 308.000 45
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Estático Dinâmico
ATIVO PASSIVO DRE
ATIVO CIRCULANTE 238.000 PASSIVO CIRCULANTE 443.100 RECEITA OPERACIONAL 402.000
Caixa 1.000 Fornecedores 313.000 (-) CMV 322.000
Banco 5.000 Impostos a pagar 37.000 (-) Impostos 18.000
Clientes 200.000 Salários a pagar 62.000
Estoques 32.000 Outras contas a pagar 31.100 LUCRO BRUTO 62.000
ATIVO NÃO CIRCULANTE 394.100 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 27.000 DESPESAS OPERACIONAIS 40.000
Ativo Realizável a L. Prazo 100 (-) despesas financeiras 2.555
Investimentos 197.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 162.000 (-) comerciais 15.445
Imobilizado 154.000 Capital social 140.000 (-) administrativas 22.000
Intangível 43.000 Lucros Acumulados 22.000
LUCRO LÍQUIDO 22.000
TOTAL DO ATIVO 632.100 TOTAL DO PASSIVO 632.100
47
Outras Demonstrações…
Vamos
trabalhar!
Lista de
Exercícios 2!
49
Exemplo:
(500.000-20.000)*10%
52
Vamos
trabalhar!
Lista de
Exercícios 3!
53
Vamos
trabalhar!
Lista de
Exercícios 4!
58
Avaliação de Estoques
Depreciação / Amortização /
Exaustão
• Os ativos imobilizados devem ser
depreciados:
- Depreciação Econômica = De acordo
com os critérios adotados pela empresa.
- Depreciação Fiscal = De acordo com
IN-162/98
63
Depreciação / Amortização /
Exaustão
Depreciação Econômica:
- Por via de Laudo Técnico externo.
- Por via de Laudo Técnico Interno(ABNT)
- Por via de identificação própria.
64
Depreciação
A Lei 11.941/2009, manda anular os efeitos
da aplicação da Lei 11.638/2007, no
cálculo do Lucro Real, para os registros
contábeis divergentes da Lei Fiscal. Na
Contabilidade é obrigatório o registro da
Depreciação Econômica. No Lalur segue a
Depreciação Fiscal, de acordo com a IN-
162/98.
65
Depreciação
66
Vamos
trabalhar!
Lista de
Exercícios 5!
71
Parte 2 – Gestão
dos Impostos
72
Lucro Real
PIS e COFINS
IRPJ
CSLL
Lucro Real
Lucro Presumido
Simples Nacional
78
LUCRO REAL
LUCRO PRESUMIDO
SIMPLES NACIONAL
COMPARAÇÃO
Resposta: DEPENDE
84
Em Real e Presumido:
- INSS Patronal: 20% sobre o salário bruto;
- Terceiros: 8,8%, incluíndo RAT (1% até 3%)
+ Sistema S (5,8%).
Vamos
trabalhar!
Lista de
Exercícios 6!
88
Parte 3 - Análise de
Demonstrações
Contábeis
Quais demonstrações são geralmente
analisadas?
Balanço Patrimonial
Indicadores
ANÁLISE
VERTICAL E
HORIZONTAL
Análise Vertical: analisa o peso (%) de cada
conta em relação ao Ativo Total (balanço) e
a receita bruta de vendas (DRE) – analisa
um período (ano).
INDICADORES
LIQUIDEZ
Liquidez corrente;
Liquidez seca;
Liquidez imediata;
Liquidez geral.
LIQUIDEZ CORRENTE:
Balanço Patrimonial
LIQUIDEZ SECA:
Tem o mesmo objetivo do anterior, excluindo os estoques do ativo
circulante, sendo assim, ele trata apenas de valores recebíveis.
Balanço Patrimonial
LIQUIDEZ IMEDIATA:
Balanço Patrimonial
INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO
Os índices de endividamento mostram o relacionamento entre as
fontes de recursos (próprio e de terceiros), ou seja, a relação do
com o
Passivo Circulante e o
Passivo Exigível a Longo Prazo
(representante do capital de terceiros).
ÍNDICE DE PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS:
Balanço Patrimonial
GRAU DE ENDIVIDAMENTO:
Balanço Patrimonial
INDICADORES DE RENTABILIDADE
Contabilmente são considerados índices de rentabilidade:
Margem líquida
Rentabilidade do ativo
DRE Balanço
Patrimonial
RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
DRE Balanço
Patrimonial
INDICADORES DE ATIVIDADE
Balanço DRE
Patrimonial
MODELO DE PREVISÃO DE FALÊNCIAS DE KANITZ:
- Fator de Insolvência
- Modelo de ALTMAN
- Modelo de ELIZABETSKY
- Modelo de MATIAS
- Modelo de PEREIRA
MODELO DE PREVISÃO DE FALÊNCIAS
Maior que zero -> Solvente; Menor que zero -> Insolvente
Z = Índice de Solvência
X1 = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido
X2 = NCG /Autofinanciamento
X3 = (Exigível a curto prazo + exigível a longo prazo) / Patrimônio Líquido
X4 = T (saldo em tesouraria) / (Empréstimos e Financiamentos de curto prazo)
X5 = NCG / Ativo Circulante
X6 = Fontes de Longo Prazo / Passivo Cíclico
X7 = Fontes de Longo Prazo / Ativo Cíclico
X8 = (Autofinanciamento – NCG) /Vendas
Vamos
trabalhar!
Lista de
Exercícios 7!
114
LISTAS DE EXERCÍCIOS
PARA SEREM
RESOLVIDAS DURANTE AS
AULAS
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de sua estrutura.
patrimonial?
transações:
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a prazo.
corrente.
CSLL:
2) Qual regime deve ser utilizado pelas empresas, para elaboração de suas
3) Calcule o lucro e o caixa gerado pelas seguintes operações nos seguintes casos
(desconsidere impostos):
4) Calcule o IRPJ, adicional de IRPJ e CSLL e aponte o lucro líquido dos seguintes
casos:
valor de $ 10,00 cada (sem IPI), e, depois, vendeu 3.000 mercadorias pelo preço
de $ 30,00 cada (sem IPI). Considere IPI de 10%, ICMS 18%, PIS 1,65% e
COFINS 7,6%. Pede-se: (i) calcule o valor do IPI, ICMS, PIS e COFINS a
recolher ou recuperar, assim como o valor de avaliação final dos estoques, após
valor de $ 20,00 cada (sem IPI), e, depois, vendeu 4.000 mercadorias pelo preço
de $ 45,00 cada (sem IPI). Considere IPI de 10%, ICMS 18%, PIS 1,65% e
COFINS 7,6%. Pede-se: (i) calcule o valor do IPI, ICMS, PIS e COFINS a
recolher ou recuperar, assim como o valor de avaliação final dos estoques, após
Empresas:
uma.
do lucro real?
qual deve ser o lucro após o RTT? Considere apenas este imobilizado.
200.000,00, qual deve ser o lucro após o RTT? Considere apenas este
imobilizado.
6) Em 01/01 uma empresa comprou 100 mercadorias pelo valor de $ 1,50 cada.
vendeu 110 mercadorias. Em 25/01 comprou 150 mercadorias por $ 1,70 cada.
como método para avaliação dos estoques o MPM, o saldo final de estoques e o
7) Uma empresa adquiriu, em 01/10, 100 mercadorias para $ 1,00 cada. Em 02/10
e o MPM.
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adquiriu mais uma mercadoria por $ 27,00. Em 03/01 adquiriu mais uma
valor de $ 10,00 cada (sem IPI). Em seguida, comprou mais 7.000 mercadorias
pelo valor de $ 9,00 cada (sem IPI). Depois, vendeu 7.500 mercadorias pelo
preço de $ 17,00 cada (sem IPI). Considere IPI de 10%, ICMS 18%, PIS 1,65%
e COFINS 7,6%. Pede-se: (i) calcule o valor do IPI, ICMS, PIS e COFINS a
recolher ou recuperar, o valor de avaliação final dos estoques, após a venda das
mercadorias vendidas.
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comercializa produtos.
Contábeis:
econômico-financeira da empresa.
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MANUAL DE INSTRUÇÕES:
TRABALHO PRÁTICO
ESCRITO INDIVIDUAL
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dia de aula. O aluno deverá utilizar as normas da ABNT para formatação de trabalhos.
Ele deve contar capa, contracapa, introdução, desenvolvimento (podendo ser dividido,
referências.
um relatório final, de uma empresa brasileira (pode ser de capital aberto ou fechado), a
demonstrações no trabalho. Deve ser utilizado, ao menos, 5 (cinco) anos para a análise
EXEMPLO:
PLANO DE CONTAS
(FONTE: PORTAL DE CONTABILIDADE)
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1 ATIVO
2 PASSIVO
2.1 CIRCULANTE
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher
2.1.1.01 Simples a Recolher
2.1.1.02 INSS
2.1.1.03 FGTS
2.1.2 Contas a Pagar
2.1.2.01 Fornecedores
2.1.2.02 Outras Contas
2.1.3 Empréstimos Bancários
2.1.3.01 Banco A - Operação X
3 CUSTOS E DESPESAS
4 RECEITAS
EXEMPLOS:
DMPL – DFC – DVA
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para reservas
Reserva legal
Reserva
estatutária
Reserva de
lucros para
expansão
Reserva de
lucros a realizar
Dividendos a
distribuir (R$ ...
por ação)
Saldo em
31.12.X2
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Atividades de Investimentos:
Alienação de investimentos 30.000
Alienação de ativos imobilizados 20.000
Aquisição de investimentos -7.300
Aquisições de ativos imobilizados -6.400
Empréstimos concedidos -6.900
Recebimentos de empréstimos concedidos 7.400
Aplicação em renda fixa e variável -9.600
Recebimentos de aplicações em renda fixa e variável 10.600
Fluxos de caixa das atividades de investimentos 37.800
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Atividades de Financiamentos:
Recebimentos de empréstimos e financiamentos 17.000
Pagamentos de empréstimos e financiamentos -13.000
Recebimentos de integralização de capital 27.000
Dividendos pagos -7.250
Compra de ações em tesouraria -1.230
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos 22.520
Cia. Produtiva
em R$ mil 20X1
DESCRIÇÃO
1-RECEITAS
1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços
1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)
1.3) Não operacionais
2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
2.1) Matérias-Primas consumidas
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.4) Perda/Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – RETENÇÕES
4.1) Depreciação, amortização e exaustão
5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
8.1) Pessoal e encargos
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.3) Juros e aluguéis
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício
* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
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ALÍQUOTAS DE
DEPRECIAÇÃO
(FONTE: MM CONTABILIDADE)
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POSIÇÃO 8402
8404 APARELHOS AUXILIARES PARA CALDEIRAS DAS POSIÇÕES 10 10 %
8402 OU 8403 (POR EXEMPLO: ECONOMIZADORES,
SUPERAQUECEDORES, APARELHOS DE LIMPEZA DE
TUBOS OU DE RECUPERACAO DE GÁS); CONDENSADORES
PARA MÁQUINAS A VAPOR
8405 GERADORES DE GÁS DE AR (GÁS POBRE) OU DE GÁS DE 10 10 %
ÁGUA, COM OU SEM DEPURADORES; GERADORES DE
ACETILENO E GERADORES SEMELHANTES DE GÁS,
OPERADOS A ÁGUA, COM OU SEM DEPURADORES
8406 TURBINAS A VAPOR 10 10 %
8407 MOTORES DE PISTÃO, ALTERNATIVO OU ROTATIVO, DE 10 10 %
IGNIÇÃO POR CENTELHA (FAÍSCA) (MOTORES DE
EXPLOSÃO)
8408 MOTORES DE PISTÃO, DE IGNIÇÃO POR COMPRESSÃO 10 10 %
(MOTORES DIESEL OU SEMI-DIESEL)
8410 TURBINAS HIDRÁULICAS, RODAS HIDRÁULICAS, E SEUS 10 10 %
REGULADORES
8411 TURBORREATORES, TURBOPROPULSORES E OUTRAS 10 10 %
TURBINAS A GÁS
8412 OUTROS MOTORES E MÁQUINAS MOTRIZES 10 10 %
8413 BOMBAS PARA LÍQUIDOS, MESMO COM DISPOSITIVO 10 10 %
MEDIDOR; ELEVADORES DE LÍQUIDOS
8414 BOMBAS DE AR OU DE VÁCUO, COMPRESSORES DE AR OU 10 10 %
DE OUTROS GASES E VENTILADORES; COIFAS
ASPIRANTES (EXAUSTORES*) PARA EXTRAÇÃO OU
RECICLAGEM, COM VENTILADOR INCORPORADO, MESMO
FILTRANTES
8415 MÁQUINAS E APARELHOS DE AR-CONDICIONADO 10 10 %
CONTENDO UM VENTILADOR MOTORIZADO E
DISPOSITIVOS PRÓPRIOS PARA MODIFICAR A
TEMPERATURA E A UMIDADE, INCLUÍDOS AS MÁQUINAS E
APARELHOS EM QUE A UMIDADE NÃO SEJA REGULÁVEL
SEPARADAMENTE
8416 QUEIMADORES PARA ALIMENTAÇÃO DE FORNALHAS DE 10 10 %
COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS, COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS
PULVERIZADOS OU DE GÁS; FORNALHAS AUTOMÁTICAS,
INCLUÍDAS AS ANTEFORNALHAS, GRELHAS MECÂNICAS,
DESCARREGADORES MECÂNICOS DE CINZAS E
DISPOSITIVOS SEMELHANTES
8417 FORNOS INDUSTRIAIS OU DE LABORATÓRIO, INCLUÍDOS 10 10 %
OS INCINERADORES, NÃO ELÉTRICOS Ver Nota (1)
8418 REFRIGERADORES, CONGELADORES ("FREEZERS") E 10 10 %
OUTROS MATERIAIS, MÁQUINAS E APARELHOS PARA A
PRODUÇÃO DE FRIO, COM EQUIPAMENTO ELÉTRICO OU
OUTRO; BOMBAS DE CALOR, EXCLUÍDAS AS MÁQUINAS E
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trabalhos semelhantes
8479.20 -Máquinas e aparelhos para extração ou preparação de óleos ou 10 10 %
gorduras vegetais fixos ou de óleos ou gorduras animais
8479.30 -Prensas para fabricação de painéis de partículas, de fibras de 10 10 %
madeira ou de outras matérias lenhosas, e outras máquinas e
aparelhos para tratamento de madeira ou de cortiça
8479.40 -Máquinas para fabricação de cordas ou cabos 10 10 %
8479.50 -Robôs industriais, não especificados nem compreendidos em 10 10 %
outras posições
8479.60 -Aparelhos de evaporação para arrefecimento do ar 10 10 %
8479.8 -Outras máquinas e aparelhos
8479.81 --Para tratamento de metais, incluídas as bobinadoras para 10 10 %
enrolamentos elétricos
8479.82 --Para misturar, amassar, esmagar, moer, separar, peneirar, 10 10 %
homogeneizar, emulsionar ou agitar
8479.89 --Outros 10 10 %
CÂMERAS ("CAMCORDERS")
8526 APARELHOS DE RADIODETECÇÃO E DE 5 20 %
RADIOSSONDAGEM (RADAR), APARELHOS DE
8527 RADIONAVEGAÇÃO E APARELHOS DE
RADIOTELECOMANDO
5 20%
APARELHOS RECEPTORES
P/RADIOTELEFONIA,RADIOTELEGRAFIA OU RADIOFUSÃO,
EXCETO DE USO DOMÉSTICO
8531 APARELHOS ELÉTRICOS DE SINALIZAÇÃO ACÚSTICA OU
VISUAL (POR EXEMPLO: CAMPAINHAS, SIRENAS, QUADROS
INDICADORES, APARELHOS DE ALARME PARA PROTEÇÃO
CONTRA ROUBO OU INCÊNDIO), EXCETO OS DAS
POSIÇÕES 8512 OU 8530
8531.20 Painéis indicadores com dispositivos de cristais líquidos (LCD) ou 5 20%
de diodos emissores de luz (LED), próprios para anúncios
publicitários
VEÍCULOS TERRESTRES
8701 TRATORES (EXCETO OS CARROS-TRATORES DA POSIÇÃO 4 25 %
8709)
8702 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS PARA TRANSPORTE DE 10 4 25 %
PESSOAS OU MAIS, INCLUINDO O MOTORISTA
8703 AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS E OUTROS VEÍCULOS 5 20 %
AUTOMÓVEIS PRINCIPALMENTE CONCEBIDOS PARA
TRANSPORTE DE PESSOAS (EXCETO OS DA POSIÇÃO
8702), INCLUÍDOS OS VEÍCULOS DE USO MISTO ("STATION
WAGONS") E OS AUTOMÓVEIS DE CORRIDA
8704 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS PARA TRANSPORTE DE 4 25 %
MERCADORIAS
8705 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS PARA USOS ESPECIAIS (POR 4 25 %
EXEMPLO: AUTO-SOCORROS, CAMINHÕES-GUINDASTES,
VEÍCULOS DE COMBATE A INCÊNDIOS, CAMINHÕES-
BETONEIRAS, VEÍCULOS PARA VARRER, VEÍCULOS PARA
ESPALHAR, VEÍCULOS-OFICINAS, VEÍCULOS
RADIOLÓGICOS), EXCETO OS CONCEBIDOS
PRINCIPALMENTE PARA TRANSPORTE DE PESSOAS OU DE
MERCADORIAS
8709 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS SEM DISPOSITIVO DE ELEVAÇÃO, 10 10 %
DOS TIPOS UTILIZADOS EM FÁBRICAS, ARMAZÉNS,
PORTOS OU AEROPORTOS, PARA TRANSPORTE DE
MERCADORIAS A CURTAS DISTÂNCIAS; CARROS-
TRATORES DOS TIPOS UTILIZADOS NAS ESTAÇÕES
FERROVIÁRIAS
8711 MOTOCICLETAS (INCLUÍDOS OS CICLOMOTORES) E 4 25 %
OUTROS CICLOS EQUIPADOS COM MOTOR AUXILIAR,
MESMO COM CARRO LATERAL; CARROS LATERAIS
8716 REBOQUES E SEMI-REBOQUES, PARA QUAISQUER 5 20 %
VEÍCULOS; OUTROS VEÍCULOS NÃO AUTOPROPULSORES
Capítulo 88 AERONAVES E APARELHOS ESPACIAIS
8801 BALÕES E DIRIGÍVEIS; PLANADORES, ASAS VOADORAS E 10 10 %
OUTROS VEÍCULOS AÉREOS, NÃO CONCEBIDOS PARA
PROPULSÃO COM MOTOR
8802 OUTROS VEÍCULOS AÉREOS (POR EXEMPLO: 10 10 %
HELICÓPTEROS, AVIÕES); VEÍCULOS ESPACIAIS
(INCLUÍDOS OS SATÉLITES) E SEUS VEÍCULOS DE
LANÇAMENTO, E VEÍCULOS SUBORBITAIS
8804 PÁRA-QUEDAS (INCLUÍDOS OS PÁRA-QUEDAS DIRIGÍVEIS E 10 10 %
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Gestão e Economia – DAGEE
Campus Curitiba
MBA em Finanças
Demais Bens
LEITURA COMPLEMENTAR
TEXTO 01
1
RESUMO
1. APRESENTAÇÃO
Para que o analista não se sinta perdido diante de um grande volume de índices,
quocientes, indicadores..., muitas vezes repetitivos ou até contraditórios, essas análises
são dispostas em grupos ou modelos específicos que procuram analisar a situação de uma
determinada empresa sob os mais variados enfoques.
1
Kanitz, Stephen Charles. Como prever falências de empresas. Artigo publicado originalmente na Revista
Exame de dezembro de 1974, pag. 95 a 102.
2
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. São Paulo: Atlas, 7ª edição, pag. 129.
3
A técnica estatística utilizada é a ANÁLISE DISCRIMINANTE, a ser tratada neste trabalho.
4
Atualmente esse trabalho é efetuado pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e
Financeiras (FIPECAFI), sob a coordenação dos professores L. Nelson de Carvalho e Ariovaldo dos Santos
da FEA/USP.
3
Lucro Líquido
Onde: X1 =
Patrimônio Líquido
Ativo Circulante
X4 =
Passivo Circulante
TERMÔMETRO DE INSOLVÊNCIA
DE KANITZ
7
6
5
4 SOLVENTE
3
2
1
0
-1
-2 PENUMBRA
-3
-4
-5
-6 INSOLVENTE
-7
Naquela época, início da década de 70, KANITZ aplicou seu modelo nas 500
Melhores e Maiores empresas brasileiras. A empresa escolhida como a melhor do ano
apresentava um fator de insolvência igual a “10”, enquanto que outra com fator igual a “–
2,6” pediu concordata no ano seguinte, com um fator de insolvência igual a “-7”.
• Modelo de ALTMAN:
• Modelo de ELIZABETSKY:
Análise: o ponto crítico é “0,5”. Acima desse valor a empresa estará solvente; abaixo,
insolvente.
• Modelo de MATIAS:
• Modelo de PEREIRA:
5
SILVA, José Pereira da. Administração de crédito e previsão de insolvência. São Paulo: Atlas, 1983.
7
Mas como realizar cálculos matemáticos com essas variáveis “não numéricas”? É
simples, basta atribuir um número qualquer a essas variáveis. Por exemplo, empresa não
solvente é igual a “1”, e empresa solvente é igual a “2”. Com esse artifício,
transformamos aquele problema num problema simples de regressão linear. Portanto, a
análise discriminante é uma sofisticação dos tradicionais cálculos de regressão linear.
Numa outra situação em que há diversos pontos, e não dispostos em linha reta,
também é possível determinar uma reta e a respectiva equação linear e, obviamente, só
terá valor se esses pontos não estiverem muito dispersos. Esse grau de dispersão é medido
através do cálculo de correlação, ou “R2”.
Desenvolvemos para isso cinco passos básicos para a construção de nosso próprio
modelo, a saber:
6
Utilizamos a versão recente do aplicativo Microsoft Excel. Entretanto, o mesmo pode ser obtido com
versões mais antigas ou até outras planilhas eletrônicas como o Lotus, Works ETC.
9
DADOS INICIAIS
Empresa Ind-1 Ind-2 ind-3 Classificação
1 8,1 0,13 0,64 Solvente
2 6,6 0,10 1,04 Solvente
3 5,8 0,11 0,66 Solvente
4 12,3 0,09 0,80 Solvente
5 4,5 0,11 0,69 Solvente
6 9,1 0,14 0,74 Solvente
7 1,1 0,12 0,63 Solvente
8 8,9 0,12 0,75 Solvente
9 0,7 0,16 0,56 Solvente
10 9,8 0,12 0,65 Solvente
11 7,3 0,10 0,55 Insolvente
12 14,0 0,08 0,46 Insolvente
13 9,6 0,08 0,72 Insolvente
14 12,4 0,08 0,43 Insolvente
15 18,4 0,07 0,52 Insolvente
16 8,0 0,08 0,54 Insolvente
17 12,6 0,09 0,30 Insolvente
18 9,8 0,07 0,67 Insolvente
19 8,3 0,09 0,51 Insolvente
20 20,6 0,13 0,79 Insolvente
Chamamos de “escore discriminante” uma outra coluna com os valores calculados com
base na função discriminante para cada uma das 20 empresas. O “ponto de corte7” é
obtido através da média aritmética das médias dos escores discriminante de cada grupo
de empresas, a saber:
7
Existem outras técnicas estatísticas para se “refinar” o cálculo do ponto de corte e aprimorar as análises
discriminantes, por exemplo o cálculo da Distância Euclidiana, Distância de Mahalanobis, análise
multivariante etc. Em nosso caso, o ponto de corte refinado é igual a 1,535. Maiores informações poderão
ser obtidas no Laboratório de Contabilometria da Fipecafi - FEA/USP.
12
Vejamos:
8
É oportuno lembrar que se fôssemos utilizar cálculos avançados para refinar o cálculo do ponto de corte, o
modelo apresentaria um grau de precisão de 90%.
13
Uma vez obtido um grau de precisão aceitável, o modelo está aprovado. Se não
fosse assim, teríamos que simular novos dados, empresas, indicadores até chegar em um
nível desejado.
NOSSO T ERMÔMETRO
DE I NSOLVÊNCIA
2.05
SOLVENTE
1.85
1.65
PENUMBRA
1.41
1.16
INSOLVENTE
0.91
O ponto crítico de nosso modelo é “1,41”. Uma empresa classificada abaixo desse
valor deverá estar em uma situação ruim, de insolvência e que, provavelmente, irá falir
mantidas as condições atuais. Ao contrário, uma empresa classificada acima de “1,65”, e
quanto maior estiver deste ponto, menores serão as chances de um dia vir a falir.
5. COMENTÁRIOS FINAIS
Esperamos ter contribuído para despertar nos leitores o interesse pelo uso das
técnicas estatísticas, em especial a análise discriminante e alertamos para o fato de que,
apesar da “perfeição” matemática desses modelos preditivos, ainda não substituem o ser
humano em suas decisões. Aliás, nem o próprio ser humano é capaz de prever o futuro
com certeza 9.
9
...a propósito, a empresa que mencionamos anteriormente neste trabalho como a campeã entre as 500
melhores e maiores pela Revista Exame/74, classificada com empresa muito solvente pelo Termômetro de
Kanitz, depois de mais de 20 anos teve que ser vendida para evitar a falência.
15
A tendência é que esses modelos sejam utilizados não apenas como uma “bola de
cristal” para prever o futuro, mas principalmente com instrumentos de avaliação de riscos
empresariais.
Dessa forma, devemos nos cercar de todos os recursos que auxiliem no processo
de tomadas de decisões no ambiente empresarial. Os bons profissionais, que também
dominam os métodos quantitativos, certamente estarão em vantagens sobre os demais.
16
BIBLIOGRAFIA
1. ALTMAN, E. I., R. B. Avery, R. A Eisenbeis & J. F. Sinkey. Application of
classification techniques in business, banking and finance. Greenwich, CT: JAI
Press, 1981.
LEITURA COMPLEMENTAR
TEXTO 02
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MARCELLO ANGOTTI
Belo Horizonte
2010
30
Tavares Filho (2006, p.31) apóia a definição de Casa Nova ao dizer que “a rentabilidade deve
ser vista como uma indicação de eventuais tendências, positivas ou negativas, referentes ao
desempenho empresarial, as quais exigem investigação mais acurada, tendo em vista as
medidas estimuladoras ou corretivas”.
No início do século XX, nos Estados Unidos, ocorreram várias incorporações de empresas,
que produziram grandes companhias. Diversas atividades que antes eram isoladas e
controladas por firmas independentes, passaram a ser integradas em uma única organização,
este processo deu início ao sistema de gestão de múltiplas atividades.
Fundada em 1903 a firma de explosivos DuPont Powder Company era um ótimo exemplo de
utilização da contabilidade gerencial em uma indústria integrada de múltiplas atividades. O
ramo de atuação inicialmente compreendia várias firmas de administração independente
engajadas somente na fabricação de produtos químicos, principalmente a pólvora.
Johnson e Kaplan (1993) explicam que aproveitando de uma crise familiar de sucessão, três
primos Alfred, Coleman e Pierre, assumiram o controle da DuPont Powder Company. Eles
trocaram títulos da nova empresa por ativos dos então proprietários, prometendo ganhos
iguais ou melhores que os atuais através da participação nos lucros.
Segundo Atkinson et al (1999) uma das inovações trazidas pela DuPont, provavelmente a
mais duradoura, de grande repercussão foi o desenvolvimento da fórmula de Retorno sobre os
Ativos (ROA), amparando os gerentes seniores nas decisões entre quais divisões receberiam
novos aportes de capital.
Conforme Casa Nova et al (2005, p.183) a análise DuPont representa uma radiografia da
empresa em seus aspectos inerentes à obtenção do retorno sobre os investimentos. Pode-se
acompanhar a evolução do ROA no decorrer dos períodos e analisar as causas e efeitos na
rentabilidade da empresa. Uma diminuição nos índices do ROA é decorrente de um
32
decréscimo na margem ou no giro. Se for a Margem, é porque o lucro desse período oscilou
em relação ao montante das vendas. Se o lucro diminuiu é porque as vendas diminuíram ou os
custos aumentaram, ou ainda uma combinação de ambos.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐴 = (1)
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
A decomposição do índice de retorno dos ativos pode ser vista através da Margem Líquida e
do Giro dos Ativos. A ML mede a porcentagem de lucro (prejuízo) em relação às receitas
líquidas de vendas, o GA informa quanto de receitas líquidas de vendas foram obtidas por
unidade monetária investida no ativo. A equação 2 exibe a formação matemática do ROA, em
seu formato tradicional, a partir das relações explanadas:
Tendo o retorno sobre o investimento, medido em função dos ativos, como o produto da
Margem Líquida pelo Giro dos Ativos, cabe a indagação: o que seria melhor para uma
empresa qualquer, ganhar mais na margem ou no giro? Casa Nova et al (2005, p.180)
salientam que “em princípio, essa questão é indiferente, pois o que importa é o equilíbrio
entre a margem e o giro, ou seja, a ponderação de ambas as forças para obtenção do melhor
retorno possível”.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐸 = (3)
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
Assaf Neto (2007, p.124) salienta que indicadores de rentabilidade, como o ROE, são
elementos de atenção diferenciada pelos analistas, “os quais costumam exercer
significativamente influências sobre as decisões que envolvem a empresa em análise, tomadas
tanto no mercado de crédito, quanto no mercado acionário”.
A estrutura de capitais de uma empresa afeta diretamente o retorno obtido pelos proprietários.
A seleção de fontes de financiamento leva em conta a relação custo do financiamento frente
34
ao ROE. Com o retorno produzido pelos passivos superior ao custo do endividamento, fica
apropriado manter elevada a alavancagem financeira, decorrente da existência de capital de
terceiros financiando os ativos. Contudo, esse aumento irá aumentar o risco financeiro da
empresa e tais decisões devem ser muito bem ponderadas.
O endividamento pode ser verificado através do Grau de Alavancagem Financeira (GAF), que
indica o volume de recursos investidos na empresa, comparado com recursos próprios
aplicados ou mantidos pelos acionistas. É dado pela razão do Ativo Total pelo Patrimônio
Líquido. Sua utilização reflete o impacto do uso de capital de terceiros sobre o retorno dos
proprietários ao converter o ROA em ROE, conforme explícito na equação 4:
𝐿𝐿 𝑅𝐿𝑉 𝐴𝑇
𝑅𝑂𝐸 = 𝑀𝐿 × 𝐺𝐴 × 𝐺𝐴𝐹
𝑅𝐿𝑉 𝐴𝑇 𝑃𝐿
(4)
𝐿𝐿 𝐿𝐿 𝐴𝑇 𝑅𝑂𝐸
𝑅𝑂𝐸 = 𝑅𝑂𝐴 × 𝐺𝐴𝐹 ; 𝑜𝑢 𝐺𝐴𝐹 =
𝑃𝐿 𝐴𝑇 𝑃𝐿 𝑅𝑂𝐴
Onde:
LL = Lucro Líquido
RLV = Receita Líquida de Vendas
AT = Ativo Total
PL = Patrimônio Líquido
Observa-se que quanto mais recursos de terceiros os acionistas tomarem, maior rentabilidade
terão em relação aos próprios recursos investidos na firma. Mas essa relação não pode ser
manejada de forma tão livre. Segundo Assaf Neto (2007) a dificuldade em se obter
empréstimos aumenta ao reduzir a participação de capital próprio, além disso, cresce também
a taxa de captação de recursos em razão do maior risco financeiro assumido pela companhia.
35
Isto é, à medida que a firma aumenta a utilização de dívidas, o risco de insolvência ou falência
torna-se maior. A insolvência refere-se a uma condição em que a empresa não possui caixa
para pagar as suas dívidas correntes, enquanto falência se refere a uma condição estabelecida
em legislação, em que geralmente o passivo da empresa excede o seu ativo. Assaf Neto (2007,
p.170) destaca ainda:
A partir de tais conceitos observa-se, por exemplo, que um Retorno sobre o Patrimônio
Líquido abaixo do custo de oportunidade, rentabilidade mínima esperada, pode ser
proveniente de um fraco desempenho operacional, resultante de uma estrutura de custos cara e
baixo volume de vendas, ou por um endividamento elevado e oneroso. No primeiro caso, o
desempenho operacional deficitário deve ser corrigido alterando as estratégias de Ativos,
envolvendo o giro e a margem. Por outro lado, se mesmo com razoável lucro operacional a
firma apresenta resultado líquido negativo, tem-se revelada uma inadequada estrutura de
capital, que consome o retorno produzido pelos ativos e que seria direcionado aos acionistas.
Com a inclusão do ROE e do GAF na relação anterior (ROA = GA x ML) obtêm-se o modelo
DuPont Ajustado (parte sombreada da FIG. 3). Essa análise evidencia o já exposto, que
quanto maior o retorno sobre o investimento total, medido em função dos ativos, e menor a
participação dos proprietários, maior será o grau de alavancagem e em decorrência o retorno
auferido pelos proprietários. Na Figura 3 é exibido o modelo DuPont, com as nomenclaturas
das contas atualizadas e com inclusão do GAF e do ROE, que não fazem parte do modelo no
formato original.
36
DIS
AC CRE
RLV
EST
AT
GA RLP
ANC
ROA IMO
LO
ROE ML OAT
GAF RLV RLV
CPV
CDT DV
DA
Onde: RLV: Receita Líquida de Vendas; AT: Ativo Total; LO: Lucro Operacional; AC: Ativo Circulante; ANC:
Ativo Não Circulante; CDT: Custos e Despesas Totais; DIS: Disponibilidades; CRE: Créditos diversos; EST:
Estoques; RLP: Realizável em longo prazo; IMO: Imobilizado; OAT: Outros Ativos não circulantes; CPV:
Custo do Produto Vendido; DV: Despesas de Vendas; DA: Despesas Administrativas.
A teoria das finanças descreve o preço das ações em função dos dividendos futuros previstos,
que conduzem ao modelo familiar de desconto de dividendos. Famá e Leite (2003, p.5)
colocam que: