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Estágio Supervisionado Na Educação Infantil - Relatório de Estágio - 2015
Estágio Supervisionado Na Educação Infantil - Relatório de Estágio - 2015
CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO
CURSO DE PEDAGOGIA
RELATÓRIO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
Natal/RN
2015
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Orientadora:
Profa. Ms. Louize Gabriela Silva de Souza
Natal/RN
2015
3
Por
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Ms. Louize Gabriela Silva de Souza (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Ms. Mônica Karina Santos Reis
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Ms. Fernanda Mayara Sales de Aquino
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a Deus pelo dom da vida, por me dar saúde e disposição para
enfrentar os desafios da vida e da graduação. Sem sua presença em minha vida, não poderia
alcançar jamais meus objetivos.
Agradeço, em especial, aos meus pais, por terem me oferecido uma base sólida.
Criaram-me com muito esforço e me ensinaram a ser uma pessoa humilde e dedicada em tudo
na vida.
Aos meus irmãos, pelo incentivo de sempre no meu processo de formação.
Ao meu esposo, por estar sempre ao meu lado nesta batalha, e ao meu filho, razão da
minha vida, que me dá forças para batalhar pelo pão de cada dia.
À minha amiga Íris Bezerra da Hora, por ter compartilhado comigo os momentos do
Estágio Supervisionado e pelas tantas contribuições para o meu processo formativo. A
confecção deste Relatório não seria possível sem nossas vivências em sala de aula.
À professora Dra. Soraneide Soares Dantas pela orientação fornecida durante a
disciplina de Estágio Supervisionado I, oferecendo total disponibilidade para o esclarecimento
das minhas duvidas, além da contribuição teórica que sempre proporcionou, me fazendo
refletir sobre a estreita relação entre a teoria e a pratica.
Não poderia deixar de agradecer, principalmente, à professora Ms. Louize Gabriela
Silva de Souza, que aceitou o desafio de me orientar, em um curto espaço de tempo. Não
tenho palavras para descrever minha gratidão pela paciência e pela compreensão para comigo.
Estivemos juntas durante todo o período, acompanhando a realização deste trabalho.
Agradeço imensamente a todos os amigos e colegas que, de forma direta ou
indiretamente, contribuíram para que este trabalho se realizasse, por confiarem e acreditarem
que eu seria capaz e por não permitirem que desistisse nos momentos de fraqueza e de
dificuldades.
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RESUMO
O presente estudo tem como objetivo principal analisar e trazer considerações acerca
do Estágio Supervisionado Obrigatório realizado no Nível IV da Educação Infantil, na Escola
Municipal Prof.ª Maria Dalva Bezerra de Oliveira, bem como fazer uma articulação entre as
disciplinas estudadas no curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
– UFRN - e a vivência em sala de aula. Para fundamentar e articular as discussões deste
trabalho, utilizamos os estudos dos seguintes interlocutores: Ariès (1978), Craidy e Kaercher,
(2001), Fernandes e Gremaud (2009), Fontana e Cruz (1997), Geraldi (2010), Libâneo (1986),
Lopes e Vieira (2011), Pimenta e Lima (2004/2005), Santomé (1988), Tardif (2002), Veiga
(1995), Vasconcellos (2000) e Vygotsky (1998), entre outros. Verificamos a importância do
Estágio Curricular para a formação acadêmica do estudante. Além disso, constatamos que o
aprendizado adquirido durante o curso é importante e necessário para o desenvolvimento do
Estágio Curricular Obrigatório.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------- 8
A importância do Estágio para a atuação do futuro educador------------------------------- 10
Minhas memórias, meu processo formativo, o meu tornar-se professora --------------- 14
CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR 18
NA EDUCAÇÃO INFANTIL------------------------------------------------------------------
Recursos humanos da escola – corpo docente e demais profissionais--------------------- 23
DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO 24
INFANTIL: DA OBSERVAÇÃO À REGÊNCIA-------------------------------------------
O olhar cuidadoso--------------------------------------------------------------------------------- 27
A regência------------------------------------------------------------------------------------------ 28
Planejando o trabalho docente------------------------------------------------------------------- 30
Primeira Intervenção------------------------------------------------------------------------------ 31
Segunda Intervenção------------------------------------------------------------------------------ 35
CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------- 39
REFERÊNCIAS ---------------------------------------------------------------------------------- 42
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INTRODUÇÃO
“Eu sei de muito pouco. Mas tenho a meu favor tudo o que não
sei – e por ser um campo virgem – está livre de preconceitos.
Tudo o que não sei é minha parte maior e melhor: é a minha
largueza. É com ela que eu compreenderia tudo. Tudo o que não
sei é o que constitui a minha verdade”.
Clarice Lispector
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histórico da criança enquanto ser social e as mudanças ocorridas. A partir disto, com o olhar
cuidadoso, passamos ao momento da regência, que vai desde a observação do espaço físico à
escolha da turma para realização do Estágio Obrigatório. A próxima temática a ser discutida é
a regência, que foi baseada no projeto alfabetizar com o lúdico. Mais à frente, ainda sobre a
prática educativa, abrimos espaço para dissertarmos sobre a importância de realizar o
planejamento do trabalho docente. Por fim, relatamos as intervenções realizadas em sala de
aula, nossos momentos de aprendizagens e reflexões.
Para a realização deste relatório, utilizamos como referência bibliográfica a
Constituição da República Federativa do Brasil (1988), o Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil (1998), além dos Parâmetros de Qualidade da Educação Infantil (2006).
Para fundamentar e articular as discussões, o aporte teórico utilizado foi baseado nas
contribuições de autores, tais como Ariès (1978), Craidy e Kaercher (2001), Fernandes e
Gremaud (2009), Fontana e Cruz (1997), Libâneo (1986), Lopes e Vieira (2011), Pimenta e
Lima (2004/2005), Santomé (1988), Tardif (2002) e Veiga (1995). Estes foram de suma
importância para a consolidação dos saberes necessários a ser utilizados na escrita deste
relatório.
Sabemos que não é bem assim. No curso de Pedagogia da UFRN, pudemos perceber
que, embora os primeiros semestres sejam de caráter bastante teórico, algumas disciplinas têm
a preocupação de propor atividades para que possamos, em escolas, conhecer a sua realidade
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por meio de observações e entrevistas com profissionais da área. Acreditamos que estas
atividades foram de fundamental importância para nossa formação, pois, a partir delas,
passamos a conhecer como se dá a atuação do profissional da educação na prática. Além
disso, na medida em que passamos a vivenciar tal realidade, nos deparamos com situações
ocorridas no ambiente escolar, o que contribui para a nossa futura atuação profissional. A
partir desse momento, começamos a nos questionar: É esta profissão que quero seguir? Será
que, ao final do curso, estarei preparada para atuar como professora? O momento do Estágio
Supervisionado torna-se importante à medida que nos ajuda a responder, de fato, a tais
questionamentos. Podemos afirmar que é um espaço crucial no processo de formação do
pedagogo.
As atividades desenvolvidas neste processo tornam-se essenciais quando pensamos no
desenvolvimento de competências indispensáveis a uma atuação pedagógica responsável. Por
meio delas, é possível refletir de que maneira tais atividades contribuem para o aprendizado
dos alunos envolvidos e para nossa formação continuada.
Analisar a nossa atuação no papel de professores, promovendo a contextualização dos
temas trabalhados na busca da formação do pensamento crítico e reflexivo dos alunos,
almejando sempre uma formação cidadã e para a equidade social, é fator determinante nesse
momento. O Estágio Supervisionado torna-se o eixo central na formação acadêmica do futuro
professor, pois é por meio deste que o educando tem acesso aos conhecimentos indispensáveis
para a construção da identidade e dos saberes do cotidiano (PIMENTA; LIMA, 2004).
Embora o momento da práxis seja aguardado por todos os estudantes dos cursos de
Pedagogia e Licenciaturas com muita ansiedade, algumas questões precisam ser
problematizadas quando refletimos sobre este processo formativo: Como trabalhar os
conceitos, se, quando vamos para a prática, principalmente na rede pública de ensino, existem
barreiras que, muitas vezes, não permitem que a atividade seja realizada com eficiência?
Como promover propostas motivadoras para a turma que iremos atuar? Será que o professor
responsável pela turma oportunizará momentos, em sua aula, para a realização das atividades
propostas pelos estagiários?
Essas e outras questões e problemáticas serão abordadas neste trabalho.
Durante o Estágio Supervisionado, a observação é o primeiro passo deste momento de
formação, tornando-o essencial para o sucesso das atividades a serem desenvolvidas. Permite
conhecer o contexto da sala de aula e as práticas educativas utilizadas pelo professor titular.
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Verificar o dia a dia dos alunos ajuda a entender o que mais lhes interessa e, assim, abre
caminhos para percebermos de que maneira vamos abordar os temas e trabalhá-los dentro e
fora da sala de aula. Ou seja, dá-nos as condições concretas da escola e da turma escolhida.
Para isso, o professor deve conhecer bem seus alunos e perceber em qual contexto está
inserido, se aquilo que o aluno estuda é interessante para a vida dele ou se não está muito
distante de seu cotidiano. A observação realizada com o objetivo de criar estratégias e
organizar a ação docente está em conformidade com uma proposta de planejamento crítico,
reflexivo e comprometido com o processo de ensino-aprendizagem, pois favorece a seleção
consciente e diversificada de conteúdos, metodologias e avaliação.
A segunda etapa é a identificação do nível de aprendizagem em que os educandos se
encontram. Com estes dados em mãos, é possível trabalhar temas desafiadores e desenvolver
atividades mais significativas, tanto para os alunos quanto para nós, em processo de formação.
Destacamos outro momento importante neste momento: o de conhecer a realidade e a
comunidade escolar a ser trabalhada, e também o de respeitar as opiniões e as “dicas” do
professor titular. Somente assim o estagiário poderá desenvolver uma prática criativa e
transformadora pela inserção de teorias que sustentam o trabalho do professor.
Quando chegamos à prática, realmente percebemos um cenário diferente, muitas vezes
já idealizado por nós, mas nunca com o real tamanho da complexidade do sistema público de
ensino.
Em determinadas situações, é bastante desafiante relacionarmos as teorias aprendidas
na Academia com a prática docente em sala de aula. Principalmente quando lidamos com a
distorção série/idade, algo tão comum nas instituições brasileiras e da nossa cidade. A este
respeito, cabe refletirmos: Como trabalhar alfabetização com crianças que se encontram em
uma mesma sala de aula, com níveis distintos de aprendizagem? Será que vamos conseguir
atingir a todos os alunos? Essa é uma problemática que permeia as instituições públicas e que
vamos identificar, de forma mais efetiva, quando estivermos atuando como professores. Só
podemos planejar uma atividade para determinada situação se nos oferecerem a oportunidade
de vivenciá- las.
A atividade docente é bastante complexa e não se restringe somente aos muros da
escola e à formação inicial. Estamos no momento de constante mudança e o profissional da
educação precisa se preparar para atuar nesse contexto. O professor deve ter em mente que
uma formação continuada é algo necessário em sua vida profissional, já que, quando falamos
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É notório que, quando a escola trabalha com uma prática embasada pela
interdisciplinaridade, os alunos têm mais facilidade de ultrapassar os limites da disciplina
concreta, enfrentando desafios, analisando e solucionando problemas novos, tendo em vista
que existe uma motivação para aprender que vai além dos conhecimentos apresentados nas
disciplinas.
Iniciei meus estudos em 1987 quando tinha cinco anos, na turma do Jardim I, na
Escola Família do Progresso. Era uma escola pequena com poucas turmas, mas o espaço era
muito organizado. Lembro-me muito bem das brincadeiras, das músicas cantadas na sala de
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aula, de alguns colegas que até hoje tenho contato, e não esqueço jamais da “cadeirinha feia”.
Ela era verdinha e bem cuidada, por isso não a considerava tão feia. Assim era denominado o
local para onde os alunos indisciplinados eram levados. O ruim estava em ficar olhando para a
parede o tempo inteiro, mas graças ao meu bom comportamento nunca precisei ir para ela.
Nesta época fazíamos atividades de pintura, recorte e colagem, cobríamos os pontilhados que
levavam o coelhinho até a cenoura, entre outros. Estudei nesta escola por dois anos, depois fui
para uma escola pública estadual.
Aos sete anos fui para a Escola Estadual Cônego Luiz Wanderley, situada no Bairro
Lagoa Azul, Zona Norte de Natal. Fiz uma prova e ingressei direto na 1ª série do ensino
fundamental, pois a professora considerou que meu aprendizado já estava bem adiantado. Na
1ª e 2ª série fui aluna de Marluce, que, diga-se de passagem, é minha tia de verdade. Foram
anos maravilhosos, ela trazia atividades bem legais e divertidas. Lembro-me muito bem que
eu adorava ler, estava sempre disposta a fazer a leitura em voz alta para toda turma, fazíamos
ditados e redações.
Já na 3ª série minha professora era Gildete. Destaco neste período as atividades de
matemática. Ela trazia frutas para trabalhar as frações; tampinhas de garrafas e feijão para
fazermos as atividades com as quatro operações. Considerava isso o máximo e minha
aprendizagem neste período foi bastante. As atividades eram realizadas em grupos e podíamos
nos ajudar, então aprendíamos brincando e compartilhando com o outro, momentos diversos
de aprendizagens.
O ano seguinte, na 4ª série, foi muito difícil, pois não me adaptei ao estilo da
professora. Ela era totalmente diferente das demais, extremamente tradicional e grossa. Sofria
ao pensar que estava se aproximando a segunda-feira, era uma tortura ir à escola. Tudo foi
piorando com o passar do tempo, pois muitas das nossas possibilidades de aprendizagem eram
reprimidas pela professora.
Lembro-me de um episódio que me marca até hoje: o dia em que a mesma me
envergonhou perante toda turma. Todo mês ela fazia a vistoria nos cadernos, observando a
organização das matérias e realização das atividades. Algumas folhas do meu caderno, de uma
ou outra disciplina, haviam acabado. Já havia solicitado a minha mãe para comprar outro, mas
ela acabou esquecendo. Como eu sabia que a professora ia passar os vistos nos cadernos, fui
então reorganizá-los. Peguei aquelas disciplinas que sobravam folhas e dividi para poder dar
espaço as que já haviam acabado. Além disso, toda quinta-feira, tínhamos que
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individualmente falar em voz alta a tabuada, cada semana era uma diferente. Nunca aprendi e
até hoje tenho dificuldades nessa área.
É chegado o grande dia da revisão. Ao pegar meu caderno a professora notou que não
estava organizado do jeito que ela havia determinado e disse – Será possível que sua mãe tem
dinheiro para pagar empregada e ter telefone em casa, mas não pode comprar um caderno
para você? Isso me doeu profundamente, nunca me esqueço deste dia, todos rindo e eu sendo
humilhada diante da turma. Minha mãe trabalhava em uma escola do município e outra do
estado como coordenadora, e sendo assim o seu tempo era bastante reduzido, pois as suas
atribuições tomavam grande parte do seu dia. Isto não importava para a professora. Considero
que ela teve um comportamento antiético e antiprofissional, minha vida particular não
precisava ter sido exposta daquela maneira. No dia seguinte minha mãe foi à escola e
conversou com a docente sobre o ocorrido.
Acreditava que tudo havia sido resolvido naquela conversa, porém a situação piorava
cada vez mais. Eu passei a ter mais pavor da professora e com isso tinha a sensação que seria
o ano mais demorado da minha vida. Tornando-me assim uma criança reprimida por muitos e
muitos anos, pelo menos na escola, tinha medo de falar e não participava das atividades.
Assim foram meus últimos dias na educação infantil: uma criança calada, com medo da figura
do professor e que não participava das atividades. Posso dizer que permaneci desta maneira
por quase todo meu Ensino Fundamental e Médio. Somente depois que comecei a trabalhar e
me envolver com grupos de jovens consegui vencer o trauma. Hoje falar em público, expor
minhas opiniões e participar de qualquer atividade já não é mais um problema e o ingresso no
curso de Pedagogia me fez perceber o quanto é importante à participação do aluno nas
atividades desenvolvidas na escola.
Nessa etapa da educação o desenvolvimento intelectual, emocional, social e motor da
criança estar muito presente. A escola deve ser um ambiente acolhedor e estimulante. O afeto
e a cognição andam lado a lado no que se diz respeito ao papel das emoções para o
desenvolvimento e construção de um ser humano. Segundo a LDB 9394/96, em seu artigo
29, preconiza-se que: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos
físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade”.
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Durante o meu estágio na Educação Infantil puder fazer diferente, pois acredito que a
criança precisa se sentir segura e acolhida pelo professor. É necessário estabelecer um laço de
afetividade entre professor e aluno. Somente assim a criança estará disposta a participar
ativamente das atividades a serem desenvolvidas na escola. A criança deve sentir prazer em ir
à escola e perceber que o professor acredita no potencial delas.
A afetividade na educação infantil aparece como um fator a colaborar para a
qualidade do ensino, já que está diretamente ligada ao processo de ensino-aprendizagem
dos alunos. Wallon (apud Almeida, 1999, p.51) destaca que “a afetividade e a inteligência
constituem um par inseparável na evolução psíquica, pois ambas têm funções bem definidas e,
quando integradas, permitem à criança atingir níveis de evolução cada vez mais elevados”.
A afetividade estabelecida entre professor e aluno é capaz de aproximar os sujeitos
ao meio em que vivem, através das trocas estabelecidas, além de estimular a capacidade
de desenvolver o conhecimento voltado para o conhecer e o aprender, de maneira que os
vínculos e aprendizados vão se construindo.
Hoje, como professora em processo de formação e por está realizando uma reflexão
sobre o estágio, percebo mais claramente o quanto é importante adotar uma proposta
educacional interdisciplinar, a partir do lúdico e partindo da motivação dos alunos. Trabalhar
temas atuais onde as crianças possam interagir e entender o mundo em que vivem é
primordial para uma educação de base sólida e de qualidade.
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A escola escolhida para fazermos o nosso estágio curricular obrigatório foi a Escola
Municipal Prof.ª Maria Dalva Bezerra de Oliveira que fica localizada no conjunto Gramoré,
bairro Lagoa Azul na zona norte de Natal/RN. As atividades no ambiente escolar foram
realizadas no período de 10 de fevereiro a 20 de abril de 2013. A escola contempla Educação
Infantil, atendendo aos níveis III e IV e o fundamental I, do 1º ao 5º ano. A faixa etária dos
alunos é entre 04 e 12 anos. O total de alunos matriculados nos dois turnos, no ano de 2013
(matutino e vespertino) foi de 563 alunos.
Interessamo-nos em realizar o estágio nesta escola, pois é considerada uma das
melhores da região, inclusive, contempla projetos da própria universidade. Por morar próximo
da escola, já conhecia o trabalho que é desenvolvido na comunidade escolar que têm como
proposta o desenvolvimento de uma educação que respeita a diversidade cultural promovendo
o enriquecimento permanente do universo de conhecimentos.
Durante toda a nossa vivência na instituição ficou claro que a equipe escolar se
preocupa, de fato, com a qualidade da educação que oferecem. Este foi um dos pontos mais
importantes para a realização do nosso trabalho, pois é uma preocupação que está registrada
no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, como também é algo que vai de encontro
com as necessidades que existem hoje na educação.
Devido às mudanças ocorridas na última década do século XX, algumas questões
relativas à educação, ganharam uma ênfase maior no que diz respeito ao acesso irrestrito e a
permanência com qualidade das crianças nas escolas. Deixou-se de pensar em uma estrutura
hierarquizada de administração, partindo para a descentralização de responsabilidades e
tarefas, de modo que as instituições e seus envolvidos passassem a ser avaliados. Nesta
perspectiva é de extrema importância mensurar o desempenho e exercer a prestação de contas
à sociedade das políticas e programas implantados.
As avaliações educacionais realizadas hoje em nosso país estão diretamente
relacionadas ao desempenho destas e o seu real funcionamento dentro da educação. Com o
intuito de aumentar o conteúdo informacional da avaliação e suas consequências sobre as
escolas, foi implementado, a partir de 2005, a Prova Brasil, que permite agregar à perspectiva
diagnóstica a noção de responsabilização (FERNANDES; GREMAUD, 2009).
Hoje a realização desta prova nas escolas é considerada pelos educadores um
mecanismo de extrema importância, pois é através dos resultados obtidos na Prova Brasil, que
podem analisar a qualidade da educação em cada instituição, como também se sua prática está
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coerente. Acredito que esta prova, não traga uma real situação da educação brasileira, tendo
em vista que na correção destas avaliações, não é considerado o contexto como um todo, além
de apresentar um peso maior do aspecto quantitativo sobre o qualitativo. Penso que o
professor não pode depender exclusivamente deste tipo de instrumento para avaliar seus
alunos, tendo em vista que a avaliação deva acontecer de forma contínua, observando todos os
aspectos do educando e seu tempo de aprendizagem.
Ao chegar à escola todos nos receberam muito bem, desde a diretoria, ao pessoal do
suporte pedagógico e os professores. Isso contribuiu bastante para o fácil acesso aos
documentos da escola, como o PPP e as pessoas que fazem parte da gestão escolar, o que foi
de extrema importância para realização das atividades na escola, já que poderíamos nortear
nossas atividades baseadas no projeto da escola.
Considero que o PPP foi muito bem elaborado, pois toma por base as necessidades
encontradas na realidade da instituição e dos educandos, atrelados aos documentos oficiais
nacionais direcionados a Educação Infantil e as teorias abordadas nas diferentes disciplinas do
curso de pedagogia. Um dos documentos importantes para a realização do projeto foi o
Parâmetro de Qualidade da Educação Infantil proposto pelo Ministério da Educação.
Em síntese, para propor parâmetros de qualidade para a Educação
infantil, é imprescindível levar em conta que as crianças desde que
nascem são: cidadãos de direitos; indivíduos únicos, singulares;
seres sociais e históricos; seres competentes, produtores de cultura;
indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral.
(BRASIL, 2006, p.18)
A instituição fica localizada em uma comunidade de classe média baixa com uma
população estimada de 61.289 habitantes desses, 15.966 são de pessoas entre 0 a 14 anos, essa
faixa etária representa 26,05% da população do bairro. Essa faixa de 0 a 14 anos é exatamente
a população que a escola atende.
A instituição possui uma estrutura física bem conservada, como podemos perceber nas
fotos abaixo. Em suas dependências encontramos: 20 salas de aula, sendo quatro delas com 2
banheiros (destinadas a educação infantil); 1 cozinha; 1 laboratório de informática com 19
computadores, mas sem uso (por falta de instalações elétricas); 1 quadra de esportes; 1
biblioteca; 1 diretoria; 1 secretaria; 1 almoxarifado; 1 sala multifuncional; 1 sala dos
professores e 13 banheiros divididos da seguinte forma: 6 para os alunos e 3 administrativos.
A escola funciona há dezenove anos e por ela já passaram quatro gestões, segundo o
PPP a primeira direção foi uma indicação da Secretaria Municipal de Educação, no período de
1993 a 1994. As demais aconteceram por eleições diretas. A atual gestão está no cargo há dois
anos, nesse caso em 2013, no período que as nossas atividades foram realizadas na escola.
Através de dados obtidos pelo PPP da escola, o quadro de funcionários, em 2010 que
foi o ano de construção do projeto, contavam com 68 servidores, dos quais 33 eram
professores, 04 coordenadores pedagógicos, 03 bibliotecários, 02 gestores, 01 inspetor escolar
e mais 25 funcionários.
Atualmente, esse quadro foi reduzido, pois através da nossa pesquisa podemos
perceber que só têm na escola 26 professores com no mínimo graduação; 2 coordenadoras
pedagógicas e 12 funcionários distribuídos em vários setores da escola. Além das 2 gestoras
que ocupam o cargo de direção e vice-direção. A escola, não tem mais bibliotecário em
nenhum dos turnos. Somente um professor em desvio de função que fica no horário da tarde,
mas no período do nosso estágio não estava na escola, pois se encontrava de licença médica.
No momento da nossa pesquisa no ano de 2013 ainda existiam turmas sem
professores. Infelizmente essa foi a realidade encontrada nesta escola que iniciou o ano letivo
com esse déficit, por este motivo algumas turmas só começaram as aulas após um mês das
demais. Esta situação não acontece apenas nesta escola, sabemos o quanto o déficit de
professores na rede pública de ensino é comum.
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Na idade medieval, a criança era vista como um adulto em miniatura, e desde muito
cedo enviadas para o trabalho, muitas não tinham nem condições de brincar, e logo que
entravam na infância, não precisavam mais de cuidados básicos, pois eram obrigadas a
realizarem atividades de adulto. Isso pode ser verificado nos desenhos e pinturas da época que
enfatizavam essas concepções e não respeitavam as devidas proporções entre criança e um
adulto, muito menos os fatores intrínsecos eram respeitados (como os hormonais),
principalmente, a maneira como as crianças viam o mundo, desta forma observamos também
que as crianças se vestiam e tinham comportamentos de adultos (Figura 03).
Neste período, eram poucas as crianças que iam à escola. A educação acontecia nas
paróquias ou mosteiros. O momento da brincadeira era visto como fútil com uma única
utilidade, a distração. Mulheres e crianças eram consideradas seres inferiores que não
mereciam nenhum tipo de tratamento diferenciado, sendo inclusive a duração da infância
reduzida. De acordo com Ariès (1978), por volta do século XII era provável que não houvesse
lugar para a infância, uma vez que a arte medieval a desconhecia. Os estágios da infância
eram desconsiderados, sua socialização não era controlada pela família e a educação era
garantida pela aprendizagem de tarefas realizadas juntamente com os adultos.
Por volta do século XVII, consolidaram os primeiros conceitos de que a infância era
uma etapa da vida que necessitava de cuidados próprios. Desde então a infância passou a ser
analisada de outra forma. Essa concepção teve como principal representante o pensador Jean
Jacques Rousseau, considerado o “pai da pedagogia contemporânea”.
Além disso, Rousseau também criou inúmeros brinquedos educativos. A princípio
estes brinquedos eram para estudar crianças com deficiência mental, mas, depois foram
utilizados para o ensino das crianças ditas “normais”. Por isso, ele tem até hoje grande
importância para a pedagogia.
Recentemente, depois da década de 70, as escolas brasileiras começaram a trabalhar
com materiais lúdicos, brinquedos pedagógicos e materiais didáticos. Algumas escolas já
deixaram de lado a metodologia de repetição na pré-escola. Porém não são todas as escolas
que trabalham com as brincadeiras para desenvolver o cognitivo das crianças. Segundo
Fontana (1997), nos últimos anos, a psicologia, tem mostrado que a brincadeira tem um papel
importante no desenvolvimento da criança e que ela satisfaz algumas de suas necessidades.
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Fonte: http://nanamada.blogspot.com/
No Brasil, as leis recentes para Educação Infantil são reflexos da nossa atual
Constituição que foi promulgada em 1988. A partir dela as crianças no Brasil passaram a
serem consideradas, de fato, sujeitos de direito.
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência e
opressão (BRASIL, 1988).
Oito anos após a Constituição de 1988, tivemos a Lei de Diretrizes de Bases em 1996
que também estabeleceu novas diretrizes para Educação Infantil. A inserção da educação
infantil na educação básica, afirmada no Art. 22 da Lei: “a educação básica tem por finalidade
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores”
forneceu a esta etapa de ensino mais ênfase e importância.
Estabelecida como primeira etapa da educação, a LDB apresenta em seu Art. 29 que
“A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Logo,
esta etapa passa a ser o reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos de vida
e é essencial para o cumprimento de sua finalidade.
Segundo Craidy e Kaercher (2001), nem os pais, nem as instituições de atendimento,
nem qualquer setor da sociedade ou do governo poderão fazer com as crianças o que bem
entenderem ou o que considerarem válido. Todos são obrigados a respeitar os direitos
definidos pela Constituição e LDB.
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O olhar cuidadoso
Nesta turma, onde foi realizado o estágio as aulas começaram um pouco depois da
data prevista no calendário letivo oficial, já que não havia professor. Esta realidade no
presente ano foi muito comum. Fazia parte do nosso cotidiano, ouvir relatos de colegas que já
atuavam na área da educação no âmbito municipal, as deficiências se encontravam nas
escolas, desde a falta de professores até a de materiais para se trabalhar.
Estes momentos foram importantes para que pudéssemos analisar e planejar as aulas e
projetos para turma. Além disso, verificamos a real necessidade dos alunos do nível IV da
educação infantil que foi a turma escolhida por nós para fazermos nosso primeiro estágio
curricular obrigatório na educação infantil. Lembramos que essas crianças tinham entre 5 e 6
anos de idade. Escolhemos esta turma para fazer as observações e regência, pois já havíamos
cursado a disciplina de Alfabetização e Letramento I no semestre anterior e estávamos
cursando a disciplina de Alfabetização e Letramento II. Consideramos que esta turma seria
ideal para colocar em prática o que já havíamos aprendido em tal disciplina. De fato, a
escolha foi bastante certa, no sentido que as atividades propostas desenvolvidas tiveram uma
repercussão bastante significativa para o aprendizado dos alunos, baseada nesta perspectiva,
começamos a articulação para nossa próxima etapa que seria a regência.
A regência
Tomando como base todas as informações da turma escolhida decidimos que nossa
prática pedagógica seria realizada através do projeto: alfabetizar com o lúdico. Foi por meio
de brincadeiras que realizamos as atividades em sala de aula no período de 19 de fevereiro a
20 de maio de 2013. Sentamos com a professora titular, para realizar o planejamento de
nossas atividades na regência. Conforme estabelecido pela professora tutora, não poderíamos
deixar de trazer um filme, pois na segunda-feira, que foi o dia escolhido para o estágio, já era
uma atividade permanente, mas deixou a nosso critério as escolhas dos vídeos. Então, diante
da liberdade que tivemos para planejar nossas atividades e a escolha do vídeo começamos a
idealizar nossas atividades de alfabetização para aquela turma.
Figura 04 – Alunos assistindo a um vídeo
Nos dias de observação percebemos que a professora em sua prática trabalhava com as
famílias das letras. Isso pode ser demonstrado na fala da docente: - “hoje vamos trabalhar a
família do B - ba, be, bi, bo, bu”. Minha intenção neste trabalho não é criticar ou desfazer da
metodologia adotada pela docente, porém considero ser mais significativo trabalhar com as
letras dentro de um contexto mais amplo e fazendo relação com aquilo que a criança vivencia,
trazendo significado para o alfabetizando. Para isso, o professor tem que fazer uma
investigação inicial sobre os conhecimentos prévios dos seus alunos.
Esta perspectiva estabelece um novo caminho a ser seguido pelas escolas, o de rever
as práticas pedagógicas para o ensino das séries iniciais, trazendo um desafio maior aos
profissionais de educação. É neste sentido que a relevância da prática pedagógica se torna
preponderante, pois busca alfabetizar mantendo um equilíbrio entre o trabalho de aquisição do
código, articulado ao domínio da leitura e escrita, contextualizando com os temas trabalhados
em sala de aula a partir de discussões e necessidades atuais, além de propor aos alunos
situações reais de alfabetização e letramento. Sabemos que isso não é tarefa fácil, já que no
Brasil a teoria do conhecimento empirista dominou tudo que se fez em alfabetização até a
década de 70, onde considerava que o aprendizado da leitura e da escrita se dava por meio de
um processo de associação entre grafema e fonema, onde a criança evoluiria por receber e
fixar informações transmitidas pelos adultos.
Infelizmente, mesmo depois de passado tantos anos, podemos observar fortemente na
pratica pedagógica da professora titular da turma que estagiamos, o enraizamento desta teoria
nos dias atuais. Talvez em sua formação a disciplina de alfabetização não tenha
problematizado estas questões. Mas, embora compreendamos a dificuldade, acreditamos na
possibilidade de mudança, pois “o saber dos professores não provém de uma fonte única, mas
de várias fontes e de diferentes momentos da história de vida e da carreira profissional” o que
possibilita a compreensão desse conceito. (TARDIF, P.18, 2004)
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Nossa primeira atividade foi planejada diante da dificuldade dos alunos escrevem seu
próprio nome. Fazer os crachás e o mural para colocar o nome deles foi o ponto de partida
para conhecermos melhor o nível em que as crianças se encontravam, sempre pensando em
trabalhar de forma lúdica e considerando os interesses e necessidades deles. Por isso, tivemos
um momento de investigação de interesses das crianças. Daí então, começamos nosso
trabalho de regência. Segundo Lopes apud Leal (2011), a brincadeira é um poderoso
instrumento que pode auxiliar nas práticas de alfabetização e letramento. Diante desse
pressuposto buscamos alicerçar todo nosso projeto com base lúdica.
Desse modo, confirma que o brincar com a língua faz parte das atividades
sociais que a criança realiza quando canta cantigas de roda, recitam poemas,
quadrinhas e adivinhações, quando lê contos de fadas, faz palavras cruzadas
ou brinca de adedonha. Essas atividades lúdicas que envolvem a formação de
palavras permitem à criança o entendimento do sistema de escrita alfabética,
ao mesmo tempo, que se constituem em momentos prazerosos de utilização
da leitura, escrita e oralidade nas práticas sociais (Lopes apud Leal, p13,
2011).
Primeira Intervenção
No momento seguinte fomos trabalhar com os nomes das crianças. Na primeira etapa
trabalhamos a leitura e depois a escrita.
Segundo Lopes (2011), atividades com os nomes próprios são referências estáveis de
escrita e têm valor afetivo, de identidade. Sua exploração em sala, tanto na leitura, como na
escrita, proporciona aprendizagem de diversos aspectos da escrita (gráficos e conceitos) que
são altamente relevantes no início da alfabetização.
Na volta do intervalo era a hora do vídeo, assim é a rotina da professora titular nas
segundas-feiras. Pensávamos em outra proposta, mas a professora não abriu mão do vídeo,
mas nos deixou escolher o que passaríamos nos dias das nossas regências. A partir deste
momento poderíamos explorar vídeos intencionais, que de fato estivesse inserido em uma
proposta real de alfabetização, já que antes, pelo que percebemos no período da observação,
este era apenas para passar o tempo e acalmar as crianças na volta do recreio. Além disso, as
atividades propostas após o vídeo nem sempre tinham relação com o mesmo.
Neste sentido levamos um vídeo curto, que tinha uma “musiquinha” animada com
frutas dançarinas que diziam seus nomes e sua função na alimentação das crianças. Eles
adoraram e prestaram bastante atenção. Assim poderíamos utilizar com utilidade a volta do
recreio. Propomos atividades por meio da produção de listas com o nome das frutas, desta
forma trabalhamos a leitura e a escrita com eles. Para a realização desta atividade buscamos
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A foto acima apresenta uma das atividades propostas por nós para casa, que foi
aprovada pela professora titular e corrigida por ela. Acreditamos que esta atividade tenha sido
fundamental para a sistematização do conhecimento, a partir dela foi possível compreender,
de fato, o que os alunos aprenderam após a exposição do vídeo e do conteúdo.
Segunda intervenção
se expressam, testam seu conhecimento de mundo. Para nós fica a importância destas
atividades para o desenvolvimento dos alunos.
Outro momento de aprendizagem envolvendo as brincadeiras e o lúdico é a hora do
recreio, no qual as crianças podem brincar em um parque que foi adquirido pela escola no ano
de 2012, conforme figura 12.
Como diz Vasconcelos não podemos ter o planejamento como uma camisa de força.
Precisamos ter consciência de assumi-lo como um dispositivo norteador das atividades. Não
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podemos deixar de lado, por completo, o que foi planejado sem procurar uma explicação para
o ocorrido. É necessária uma reflexão por parte do professor quando a atividade que foi
prevista não foi concretizada. Acima de tudo o comprometimento deve ser assumido, pelo
professor, no intuito de prever as possíveis mudanças no decorrer do caminho.
Podemos vivenciar de fato a teoria na prática quando nos deparamos com esta
realidade. Embora o plano de aula e as atividades propostas, tivessem sido passados e
aprovado pela professora na hora houve algumas mudanças. Tivemos que readequar o
momento de realização da atividade.
Nesta semana não trabalhamos com a exposição do vídeo, pois era uma semana
atípica. A comemoração do dia das mães estava se aproximando e a professora solicitou que
destinássemos o segundo momento da aula a uma atividade que pudesse contemplar essa
temática.
Foi então trabalhado atividades de artes. As crianças confeccionaram um cartão
desenhando suas mãos e recortando. Propomos que colocassem seus nomes e deixamos os
desenhos e pinturas livres. Esta atividade proporcionou para nós a compreensão de que com
poucos recursos podemos fazer uma aula diferenciada, além de envolver a disciplina das artes
no contexto da sala de aula. Para esta atividade foi usado apenas, papel A4, tesoura, giz de
cera e coleção de madeira.
Realizamos esta atividade por acreditar que o desenho na educação infantil tem um
papel fundamental. Ao desenhar a criança expressa seu pensamento, conta sua história, realiza
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suas fantasias, expõem seus medos, alegrias, tristezas e interagem com seu corpo e como
meio.
De acordo com os Parâmetros Curriculares da Educação Infantil (1988):
A presença das artes na Educação Infantil é essencial. Por meio do desenho as crianças
expressam suas emoções desenvolvendo seus sentimentos e através dele o professor pode
perceber dificuldades de aprendizagem, de interação, entre outros. Mas não basta só o
desenho pelo desenho, o professor deve estar sempre atento e procurar informações para
entender as produções dos seus alunos.
Optamos por trabalhar de forma lúdica, pois segundo Oliveira (1985, p. 74), o lúdico é
“(...) um recurso metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural.
Estimula à crítica, a criatividade, a sociabilização, sendo, portanto reconhecidos como uma
das atividades mais significativas pelo seu conteúdo pedagógico social”.
Foi desta maneira que os nossos educandos vivenciaram momentos de aprendizagem
significativa por meio de brincadeiras e das artes com situações reais de aprendizagem.
Interagiram com os colegas, afloraram suas emoções e desenvolveram habilidades motoras.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ser professor é uma satisfação muito grande. Sentir o carinho das crianças e perceber a
evolução no processo de aprendizagem é um momento de muita felicidade, principalmente
quando percebemos a nossa importância para a construção da identidade e da cidadania dos
educandos.
Quanto aos educandos, ficou claro o prazer e comprometimento deles quanto à
participação nas atividades. Muitos diziam: - Tia, adoramos a segunda-feira! Nem era preciso
perguntar o motivo, pois o brilho nos olhos e o entusiasmo com as brincadeiras deixava claro,
que além da nossa presença, as atividades realizadas nestes dias eram diferenciadas. Acredito
que as dinâmicas realizadas por nós contribuíram para melhorar as relações interpessoais, o
respeito às diversidades, apropriar-se dos diversos tipos de linguagem e estabelecer relações
entre os assuntos abordados e o contexto em que vivem.
Penso que quando há comprometimento do profissional, planejamento das aulas e
metas a ser alcançada, a atividade de estágio passa a ser um prazer e não apenas mais uma
disciplina a ser estudada. Posso dizer, ao final deste processo, que esta é uma das disciplinas
primordiais para o processo de formação do pedagogo.
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REFERÊNCIAS
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em: http://www.educacaoonline.pro.br. Acessado em: 28.11.2015.
CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. Educação infantil: Pra que te quero? Porto
Alegre: Artmed, 2001.
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo:
Cortez, 2004/2005.
Plano Nacional de Educação. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf_legislacao/tecnico/legisla_tecnico_lei10172.pdf.
Acessado em: 15/11/2015.
SANTOMÉ, Jurgo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado.
Trad. Cláudia Schilling. Porto Alegre: Editora Arte s Médcas Sul Ltda., 1998.
VEIGA, Ilma. P.A. Projeto Político Pedagógico da Escola: Uma Construção Possível.
Campinas, SP: Papirus, 1995.
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
1998.