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9086 Diário da República, 1.ª série — N.

º 204 — 19 de outubro de 2015

ANEXO V

(a que se refere o artigo 157.º)

Escalões de competência disciplinar

Entidades

Inspetor nacional, comandante da


Unidade Especial de Polícia Diretor do Departamento de
Ministro Diretor nacional (UEP), comandante metropo- Apoio Geral da Direção Comandante de subunidade
da Administração e Diretores litano, comandante regional, Nacional, comandante operacional da UEP
Recompensas Interna nacionais-adjuntos diretor de estabelecimento de distrital e comandante de e comandante de divisão
ensino policial e secretário- polícia municipal.
-geral dos SSPSP.

(I) (II) (III) (IV) (V)

Elogio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (a) (a) (a) (a) (a)


Louvor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (a) (a) (a) (a) Propõe
Promoção por distinção . . . . . . . . . (a) Propõe — — —

(a) Competência para recompensar ou para propor ao escalão superior.

Escalões de competência disciplinar

Entidades

Inspetor nacional, comandante da


Diretor do Departamento de
UEP, comandante metropo-
Ministro Diretor nacional Apoio Geral da Direção Comandante de subunidade
litano, comandante regional,
da Administração e Diretores Nacional, comandante operacional da UEP
diretor de estabelecimento de
Penas Interna nacionais-adjuntos distrital e comandante de e Comandante de divisão
ensino policial e secretário-
polícia municipal.
-geral dos SSPSP.

(I) (II) (III) (IV) (V)

Repreensão verbal ou escrita . . . . (a) (a) (a) (a) (a)


Multa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (a) (a) Até 20 dias Até 15 dias Até 10 dias
Suspensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (a) (a) Até 90 dias Até 60 dias Até 30 dias
Aposentação compulsiva . . . . . . . (a) — — — —
Demissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cessação da comissão de serviço (b) (a) — — — —
Transferência dentro do mesmo co-
mando ou serviço (c) . . . . . . . . . (a) (a) (a) (a) —
Transferência para outro comando (c) (a) (a) — — —

(a) Competência plena; (b) Pena principal e pena acessória; (c) Pena acessória

MINISTÉRIO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO sucedeu no caso da fiscalização e do regime sancionatório


aplicáveis ao mercado petrolífero que, apesar de previstos
DO TERRITÓRIO E ENERGIA genericamente no artigo 40.º do referido decreto-lei não
foram objeto da respetiva legislação complementar, pelo
Decreto-Lei n.º 244/2015 que nunca chegaram a vigorar na nossa ordem jurídica.
de 19 de outubro
Este enquadramento, conjugado com as obrigações de
serviço público que impendem sobre os intervenientes do
O Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de fevereiro, que es- SPN, conduziu o Governo à implementação de medidas
tabelece as bases gerais da organização e funcionamento que contribuam para o melhor funcionamento do mercado
do Sistema Petrolífero Nacional (SPN), bem como as petrolífero, promovendo a transparência e a não discrimi-
disposições gerais aplicáveis ao exercício das atividades nação em benefício do consumidor. Tais medidas, agora
de armazenamento, transporte, distribuição, refinação e introduzidas, traduzem-se num conjunto de regras para
comercialização e à organização dos mercados de petróleo o exercício de algumas atividades do SPN com vista a
bruto e de produtos de petróleo, vigora condicionalmente promover a concorrência e a assegurar a adequada satisfa-
na ordem jurídica nacional, na medida em que não chegou ção das obrigações de serviço público, designadamente a
a ser publicada a respetiva legislação complementar, ne- segurança, a regularidade e a qualidade do abastecimento
cessária nomeadamente para a regulação das atividades de e a proteção dos consumidores.
armazenamento, transporte e distribuição por conduta de As regras relativas ao acesso a centros de operação logís-
produtos de petróleo, e correspondente supervisão. tica e a grandes instalações de armazenamento e transporte
Com efeito, as medidas estabelecidas sobre o exer- de petróleo bruto e produtos de petróleo por conduta, à se-
cício das atividades do SPN, nomeadamente acerca da paração jurídica e contabilística dos intervenientes do SPN
transparência e não discriminação no acesso às grandes no exercício das atividades de armazenamento, transporte
instalações petrolíferas, nunca chegaram a ser densifica- e distribuição, à prestação de informação obrigatória ou à
das e, consequentemente, implementadas. Assim também obrigação de registo e certificação pela ENMC — Enti-
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dade Nacional para o Mercado dos Combustíveis, E.P.E. organização dos mercados de petróleo bruto e de produtos
(ENMC, E.P.E.), revelam-se determinantes para melhorar de petróleo.
o funcionamento deste sector.
Desta forma, o Governo pretende dar resposta às preocu- Artigo 2.º
pações manifestadas tanto pela Autoridade da Concorrência
Alteração ao Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de fevereiro
como pela Agência Internacional de Energia, declarando de
interesse público as grandes instalações petrolíferas exis- Os artigos 2.º, 3.º, 5.º, 10.º, 12.º, 14.º, 15.º, 16.º, 17.º,
tentes que, pela sua capacidade e localização, se revelam 18.º, 19.º, 20.º, 24.º, 25.º, 27.º, 29.º, 32.º, 33.º, 34.º, 37.º,
de uma importância estratégica para o mercado petrolífero 38.º e 40.º do Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de fevereiro,
e para a segurança do abastecimento nacional, devendo, passam a ter a seguinte redação:
por isso, permitir o acesso aos operadores de acordo com
determinadas condições agora concretizadas — não dis- «Artigo 2.º
criminação, transparência e publicidade.
[...]
Também ao nível dos Gases de Petróleo Liquefeitos
(GPL) foram introduzidas melhorias significativas, no 1 — [...].
sentido de conferir maior transparência e competitividade 2 — O presente decreto-lei aplica-se às regiões autó-
à sua comercialização, nas várias modalidades — granel, nomas da Madeira e dos Açores, sem prejuízo das com-
canalizado ou engarrafado —, aliada a uma supervisão petências cometidas aos respetivos órgãos de governo
efetiva, até hoje inexistente. próprio e das adaptações que lhe sejam introduzidas
A possibilidade de comercialização de GPL engarrafado por diploma regional.
em unidades de aferição de peso, permitindo a valorização 3 — [...].
do gás que fica no fundo da garrafa, bem como a implemen-
tação de obrigações de informação e de troca de garrafas Artigo 3.º
sem custos adicionais para os consumidores, constituem
[...]
um importante passo para aumentar a competitividade e
eliminar barreiras à mudança de comercializador retalhista. [...]:
Finalmente, são concretizadas as competências de mo-
nitorização e supervisão do SPN na ENMC, E.P.E., para a) «Armazenamento» a manutenção de petróleo bruto
além das funções de Entidade Central de Armazenagem e de produtos de petróleo, em instalações devidamente
nos termos exigidos pela Diretiva n.º 2009/119/CE, do autorizadas, incluindo cavernas, para fins logísticos, de
Conselho, de 14 de setembro de 2009, conforme previsto consumo ou de constituição de reservas de segurança,
no Decreto-Lei n.º 165/2013, de 16 de dezembro, alterado para uso próprio ou de terceiros, incluindo instalações
pelo Decreto-Lei n.º 130/2014, de 29 de agosto. de venda a retalho e com exclusão da manutenção de
Tratando-se o SPN de um sector que integra atividades produtos em vias de fabrico nas refinarias ou noutras
exercidas em regime livre e concorrencial, sujeito porém instalações petrolíferas industriais;
a obrigações de serviço público, o seu funcionamento b) [...];
deve ser objeto de uma supervisão efetiva, bem como de c) «Certificado» o título, emitido pela ENMC — En-
um planeamento e monitorização contínuos, através de tidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis,
uma entidade que interaja com todos os intervenientes do E.P.E. (ENMC, E.P.E.), no âmbito do procedimento
SPN, bem como com as demais entidades administrativas de certificação para o exercício de certas atividades do
competentes. Neste sentido, considera o Governo que a sector petrolífero nacional;
presença de todos os intervenientes do SPN no Conselho d) [Anterior alínea c)];
Nacional para os Combustíveis, conforme designados pelo e) [Anterior alínea d)];
Despacho n.º 13279-D/2014, de 30 de outubro, publicado f) [Anterior alínea e)];
no Diário da República n.º 211, 2.ª série, de 31 de outubro, g) «Comercialização grossista» a compra e venda de
assegura a transparência e o diálogo fundamentais para a petróleo bruto ou de produtos de petróleo, com exclusão
tomada de decisões adequadas e proporcionais para uma da venda a clientes finais;
verdadeira melhoria do funcionamento do mercado. h) «Comercialização retalhista» a compra de produtos
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Re- de petróleo a comercializadores grossistas com vista à
giões Autónomas, a Associação Nacional de Municípios sua venda a clientes finais;
Portugueses, o Conselho Nacional para os Combustíveis i) «Comercializador grossista» a pessoa singular
e a Autoridade da Concorrência. ou coletiva que comercializa petróleo bruto ou pro-
Assim: dutos de petróleo adquiridos, ou não, no território
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- nacional, a refinadores ou a outros comercializadores
tituição, o Governo decreta o seguinte: grossistas;
j) [Anterior alínea g)];
Artigo 1.º k) «DGEG» a Direção-Geral de Energia e Geologia;
l) [Anterior alínea h)];
Objeto
m) «ENMC, E.P.E.» a ENMC — Entidade Nacional
O presente decreto-lei procede à primeira alteração para o Mercado dos Combustíveis, E.P.E.;
ao Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de fevereiro, que es- n) [Anterior alínea i)];
tabelece os princípios gerais relativos à organização e o) «Grandes instalações de armazenamento» as insta-
funcionamento do Sistema Petrolífero Nacional (SPN), lações de armazenamento de produtos de petróleo com
bem como ao exercício das atividades de armazenamento, capacidade superior a 60.000 m3 ou 8.000 toneladas,
transporte, distribuição, refinação e comercialização e à consoante se trate de produtos de petróleo ou de GPL
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localizadas em terminais marítimos ou refinarias e com Artigo 15.º


ligação a estes; Idoneidade
p) «Grandes instalações petrolíferas existentes» as
instalações de armazenamento e transporte por con- 1 — Considera-se que não têm idoneidade, as pessoas
duta detidas pela CLC — Companhia Logística de singulares ou coletivas que:
Combustíveis, S. A.; a) Se encontrem em estado de insolvência, declarada
q) [Anterior alínea m)]; por sentença judicial, em fase de liquidação, dissolução
r) [Anterior alínea o)]; ou cessação de atividade, sujeitas a qualquer meio pre-
s) [Anterior alínea q)]; ventivo de liquidação de patrimónios ou em qualquer
t) [Anterior alínea r)]; situação análoga, ou tenham o respetivo processo pen-
u) [Anterior alínea s)]; dente, salvo quando se encontrarem abrangidas por um
v) [Anterior alínea t)]; plano de insolvência, ao abrigo da legislação em vigor;
w) «Reservas estratégicas» a parte das reservas de b) Não tenham a sua situação regularizada relativa-
segurança constituídas e mantidas com fins estratégicos mente a contribuições para a segurança social; ou
pela ENMC, E.P.E.; c) Não tenham a sua situação regularizada relativa-
x) [Anterior alínea u)]; mente a dívidas fiscais e aduaneiras.
y) [Anterior alinea z)].
2 — Para efeito do disposto no número anterior, é
Artigo 5.º entregue à entidade licenciadora, no âmbito do pro-
cesso de licenciamento, uma declaração que ateste que
[...] o interveniente do SPN não se encontra nas situações
1 — [...]. previstas no número anterior, acompanhada dos respeti-
2 — [...]. vos documentos comprovativos ou da autorização para
obtenção oficiosa desses documentos, nos termos do
3 — [...]:
n.º 2 do artigo 116.º do Código do Procedimento Admi-
a) [...]; nistrativo e do artigo 28.º-A do Decreto-Lei n.º 135/99,
b) [...]; de 22 de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 29/2000,
c) A satisfação de necessidades de consumidores de 13 de março, 72-A/2010, de 18 de junho, e 73/2014,
prioritários, nomeadamente nos sectores da saúde, de 13 de maio.
proteção civil, Forças Armadas, forças de segurança e 3 — O modelo de declaração prevista no número
assistência social; anterior é aprovado por portaria do membro do Governo
d) [...]. responsável pela área da energia.

Artigo 10.º Artigo 16.º


[...]
[...]
1 — O exercício da atividade de armazenamento
Os preços a praticar integram-se no regime de preços
não carece de licenciamento autónomo, mas depende
livres. da verificação das seguintes condições:
Artigo 12.º a) O licenciamento das instalações é feito nos ter-
mos previstos na legislação e regulamentação aplicável
[...]
e tendo em conta a idoneidade do titular, nos termos
1 — [...]. previstos no artigo anterior; e
2 — [...]. b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E.,
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, as nos termos do artigo 12.º-C.
atividades do SPN são exercidas em regime de sepa-
ração contabilística ou jurídica e em observância dos 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
requisitos definidos no presente decreto-lei. o licenciamento das grandes instalações de armazena-
mento é concedido pelo membro do Governo respon-
Artigo 14.º sável pela área da energia.
3 — [Revogado].
Refinação e tratamento de produtos de petróleo 4 — [Revogado].
5 — [...].
O exercício da atividade de refinação de petróleo
bruto e de tratamento de produtos de petróleo não carece Artigo 17.º
de licenciamento autónomo, mas depende das seguintes
condições: [...]

a) O licenciamento das instalações compete ao mem- 1 — [...].


bro do Governo responsável pela área da energia e é 2 — [...].
efetuado nos termos previstos na legislação aplicável e 3 — O exercício da atividade de transporte por con-
tendo em conta a idoneidade, nos termos previstos no duta não carece de licenciamento autónomo, mas de-
artigo seguinte; e pende da verificação das seguintes condições:
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E., a) O licenciamento das instalações, no âmbito da le-
nos termos previstos no artigo 12.º-C. gislação aplicável, a conceder pelo membro do Governo
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responsável pela área da energia e tendo em conta a incidir sobre a fixação direta ou indireta do preço de
idoneidade nos termos previstos no artigo 15.º; e venda ao consumidor.
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E., 8 — Os comercializadores retalhistas estão sujeitos à
nos termos do artigo 12.º-C. monitorização da qualidade de serviço aos consumidores
nos termos do artigo 23.º-A.
Artigo 18.º
[...]
Artigo 24.º
Acesso às grandes instalações de armazenamento
1 — [...]. e transporte de petróleo
2 — [...]. bruto e produtos de petróleo
3 — O exercício da atividade de distribuição de
produtos de petróleo por conduta não carece de licen- 1 — Os titulares de instalações de transporte por
ciamento autónomo, mas depende da verificação das conduta, ou armazenamento de petróleo bruto e de pro-
seguintes condições: dutos de petróleo declaradas de interesse público, nos
termos do artigo 34.º-A, devem permitir o acesso às
a) O licenciamento das instalações no âmbito da mesmas, através de uma solução negociada, em con-
legislação aplicável e tendo em conta a idoneidade nos dições técnicas e económicas não discriminatórias,
termos previstos no artigo 15.º; e transparentes e objetivas, aplicando preços que devem
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E., tornar públicos.
nos termos do artigo 12.º-C. 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, os
titulares de instalações de transporte por conduta, ou
Artigo 19.º armazenamento de produtos petrolíferos devem, ainda,
[...]
cumprir as seguintes obrigações:

1 — O exercício da atividade de comercialização de a) Comunicar à ENMC, E.P.E., os pedidos de acesso


petróleo bruto e de produtos de petróleo não carece de às suas instalações, os contratos estabelecidos, os preços
licenciamento autónomo, mas depende da verificação praticados, os termos de utilização das instalações, bem
das seguintes condições: como as alterações que ocorram nos mesmos, no período
máximo de 30 dias após a sua ocorrência;
a) O licenciamento das instalações no âmbito da b) Apresentar anualmente à ENMC, E.P.E., a meto-
legislação aplicável e a verificação da idoneidade nos dologia tarifária a aplicar, incluindo os vários tipos de
termos previstos no artigo 15.º; e desconto a praticar, o sistema de acesso de terceiros às
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E., suas instalações e o plano anual de investimento, defini-
nos termos do artigo 12.º-C. dos em respeito pelas boas práticas internacionais para
ativos semelhantes, pelos princípios da transparência e
2 — A atividade de comercialização pode ser gros- da não discriminação, garantindo a correta remuneração
sista ou retalhista. do capital investido e refletindo os custos suportados;
c) Publicar, de forma atualizada, a capacidade dis-
Artigo 20.º ponível das suas instalações para utilizações de curto,
médio e longo prazo, bem como a capacidade contra-
[...]
tada e sua duração, a capacidade realmente utilizada,
1 — [...]. os congestionamentos físicos e contratuais registados e
2 — No exercício da sua atividade os comercializa- as ampliações, melhorias e mudanças planeadas, acom-
dores grossistas devem cumprir as seguintes condições: panhadas da respetiva calendarização de entrada em
serviço.
a) Obrigação e regularidade do fornecimento;
b) Prestação de informação às entidades administra-
3 — A ENMC, E.P.E., através de regulamento com
tivas competentes;
consulta ao Conselho Nacional para os Combustíveis,
c) Constituição das reservas petrolíferas obrigatórias,
define a duração das utilizações de curto, médio e longo
nos termos da legislação aplicável.
prazos para efeito de prevenção do congestionamento
contratual do acesso às instalações declaradas de inte-
3 — O disposto na alínea a) do número anterior é ob- resse público, bem como as situações de impedimento de
jeto de regulamento pela ENMC, E.P.E., após consulta acesso por falta de pagamento de obrigações decorrentes
ao Conselho Nacional para os Combustíveis. de utilizações anteriores.
4 — Os comercializadores grossistas apresentam a 4 — Os titulares de instalações de transporte por
declaração de responsabilidade relativa ao cumprimento conduta, ou armazenamento de produtos petrolíferos
das condições estabelecidas no n.º 2 juntamente com declaradas de interesse público devem:
a declaração e documentação exigida nos termos do
artigo 15.º a) Garantir uma reserva mínima de 10 % de capaci-
5 — As alterações dos dados incluídos na declara- dade disponível para utilizações de curto prazo;
ção original são comunicadas à ENMC, E.P.E., pelo b) Assegurar a disponibilização das instalações sem-
comercializador grossista no mês seguinte ao da sua pre que as propostas de utilização de longo prazo não
ocorrência. sejam concretizadas.
6 — A ENMC, E.P.E., publica no seu portal a lista de
comercializadores grossistas de produtos petrolíferos. 5 — Sempre que tal seja recomendado pela Autori-
7 — As relações contratuais entre comercializadores dade da Concorrência, com vista à resolução de falhas de
grossistas e comercializadores retalhistas não devem concorrência no mercado, a ENMC, E.P.E., após consulta
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ao Conselho Nacional para os Combustíveis, pode defi- 2 — A constituição, a modalidade e as entidades


nir a metodologia de definição das condições comerciais obrigadas a constituir reservas de segurança são re-
de acesso às instalações previstas no presente artigo. guladas no Decreto-Lei n.º 165/2013, de 16 de de-
6 — O membro do Governo responsável pela área zembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 130/2014, de
da energia, através de portaria, sob proposta da ENMC, 29 de agosto.
E.P.E., após consulta ao Conselho Nacional para os 3 — [...].
Combustíveis e à Autoridade da Concorrência, pode es-
tabelecer tarifas e condições para acesso a zonas do país Artigo 32.º
onde não existam infraestruturas alternativas técnicas
e económicas de transporte e armazenamento, ou caso [...]
estas sejam consideradas inadequadas tecnicamente. 1 — [...].
7 — [Anterior n.º 5]. 2 — Por forma a garantir o regular funcionamento do
8 — [Anterior n.º 6]. mercado petrolífero, a ENMC, E.P.E., pode participar
na sociedade ou sociedades proprietárias dos centros
Artigo 25.º referidos no número anterior, em conjunto com outros
Supervisão operadores ou com quaisquer outras entidades, ainda
que estranhas ao SPN.
1 — Compete à ENMC, E.P.E., a supervisão das 3 — A operação destes centros deve garantir o acesso
atividades do SPN e do acesso às infraestruturas refe-
aos operadores em condições não discriminatórias e
ridas nos artigos 24.º e 24.º-B nos termos definidos no
transparentes, conforme o disposto no artigo 24.º
presente decreto-lei.
2 — Sem prejuízo das competências da Autoridade 4 — À sociedade ou sociedades proprietárias dos
da Concorrência, a supervisão visa contribuir para o centros referidos no n.º 1 são aplicáveis os impedimen-
exercício das atividades do SPN em termos objetivos, tos previstos no n.º 3 do artigo 12.º-A.
transparentes e não discriminatórios, promovendo a 5 — A participação societária referida no n.º 2 é tem-
satisfação das obrigações de serviço público e emitindo porária, ficando limitada ao prazo de um ano a contar
para esses efeitos a necessária regulamentação. da data do respetivo registo comercial, apenas podendo
3 — A supervisão abrange: ser prorrogada em casos excecionais, devidamente fun-
damentados, por despacho do membro do Governo res-
a) O acesso às grandes instalações de armazena- ponsável pela área da energia.
mento, transporte e distribuição por conduta, que tenham
sido objeto de declaração de interesse público;
b) O acesso às instalações de armazenamento e dis- Artigo 33.º
tribuição de GPL para consumo final para efeitos de [...]
comercialização de GPL canalizado.
1 — O estabelecimento, a alteração e a exploração
Artigo 27.º das instalações de petróleo bruto e de produtos de pe-
tróleo, bem como a sua transmissão, encerramento e
Monitorização do mercado e da segurança
do abastecimento desmantelamento, estão sujeitos a licenciamento pelas
entidades administrativas competentes, nos termos da
1 — Compete à ENMC, E.P.E., a monitorização do legislação especial aplicável.
mercado no âmbito do SPN. 2 — A regulamentação técnica e de segurança das
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a instalações de armazenamento é definida por porta-
ENMC, E.P.E., deve, nomeadamente:
ria do membro do Governo responsável pela área da
a) [...]; energia.
b) [...];
c) Promover o livre acesso à compra e venda de pro- Artigo 34.º
dutos petrolíferos;
[...]
d) Constituir e gerir a manutenção das reservas es-
tratégicas, nos termos do Decreto-Lei n.º 165/2013, de 1 — O membro do Governo responsável pela área da
16 de dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 130/2014, energia pode, mediante despacho, declarar a utilidade
de 29 de agosto. pública de instalações petrolíferas.
2 — O reconhecimento do interesse da instalação
3 — Até ao final de cada ano, a ENMC, E.P.E., após para a economia nacional e o seu caráter estruturante
parecer da DGEG, apresenta ao membro do Governo para a segurança ou autonomia do abastecimento, pode
responsável pela área da energia o relatório de monito-
fundamentar a declaração de utilidade pública tendo por
rização do mercado e da segurança do abastecimento,
com indicação das medidas adotadas e a adotar tendo em efeito a expropriação de bens imóveis, nos termos do
vista o reforço da segurança de abastecimento do SPN. Código das Expropriações, bem como a constituição
4 — [...]. de servidões ou a requisição e a utilização de bens de
domínio público, nas condições definidas pela legisla-
Artigo 29.º ção aplicável.
3 — As grandes instalações de armazenamento e os
[...]
centros de operação logística objeto de expropriação são
1 — [...]. concessionados em regime de serviço público.
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Artigo 37.º 24.º-C, 34.º-A, 34.º-B, 40.º-A, 40.º-B, 40.º-C, 40.º-D,


[...]
40.º-E e 40.º-F, com a seguinte redação:

1 — [...]. «Artigo 12.º-A


2 — [...]. Separação jurídica e patrimonial
3 — A utilização de produtos de petróleo pode ser
restringida ou condicionada por razões relacionadas 1 — As atividades de armazenamento e transporte
com a proteção da saúde, do ambiente e do patrimó- por conduta de petróleo bruto ou de produtos de pe-
nio, cabendo ao membro do Governo responsável pela tróleo são exercidas por entidades independentes, no
área da energia definir essa restrição e à ENMC, E.P.E., plano jurídico, de entidades que exerçam atividades de
monitorizar o seu cumprimento pelos intervenientes refinação, distribuição por conduta ou comercialização
do SPN. de produtos de petróleo.
2 — As entidades que exerçam as atividades de ar-
Artigo 38.º mazenamento e transporte por conduta de produtos
de petróleo dispõem de um poder decisório efetivo,
Mediação independente de outros intervenientes no SPN, desig-
1 — Os conflitos entre os operadores, os comerciali- nadamente no que respeita aos ativos necessários para
zadores e os clientes, no âmbito da prestação de serviços manter ou desenvolver as respetivas atividades.
integrados na definição de serviços públicos essenciais, 3 — Para efeitos do disposto no número anterior,
podem ser resolvidos por recurso a mediação. deve observar-se o seguinte:
2 — Compete ao Governo, através da ENMC, a) As pessoas que integram os órgãos de gestão exe-
E.P.E., e no âmbito dos serviços públicos essenciais, cutiva ou de fiscalização de entidades que exerçam as
promover a mediação, tendo em vista a resolução de atividades de armazenamento e transporte por conduta
conflitos entre os operadores, os comercializadores e de produtos de petróleo estão impedidas de integrar
os clientes. órgãos sociais ou participar nas estruturas de empresas
3 — O disposto no número anterior não se aplica, que exerçam atividades de refinação, distribuição por
nos casos em que o conflito envolva sociedades nas conduta ou comercialização de produtos de petróleo,
condições referidas no n.º 2 do artigo 32.º bem como de empresas que exerçam atividades de
produção, transporte, distribuição, armazenagem ou
comercialização de gás natural ou de eletricidade, não
Artigo 40.º
podendo os referidos gestores de entidades que exer-
Fiscalização çam as atividades de armazenamento e transporte por
conduta de produtos de petróleo prestar serviços, direta
1 — Sem prejuízo das competências próprias de
ou indiretamente, a estas empresas;
outras entidades, nos termos da respetiva legislação
b) Os interesses profissionais das pessoas referidas na
especial, a fiscalização do cumprimento das disposições
alínea anterior devem ficar devidamente salvaguardados
do presente decreto-lei e regulamentação complementar de forma a assegurar a sua independência;
incumbe às seguintes entidades: c) As entidades que exerçam as atividades de ar-
a) ENMC, E.P.E., no que respeita à supervisão do mazenamento e transporte por conduta de produtos de
funcionamento do SPN; petróleo devem dispor de um código ético de conduta
b) DGEG no que respeita ao licenciamento das insta- relativo à independência funcional da respetiva operação
lações da sua competência, e à regulamentação técnica e proceder à sua publicitação.
das instalações.
4 — O disposto nas alíneas a) e b) do número anterior
2 — A ENMC, E.P.E., e a DGEG colaboram entre não prejudica o exercício da função acionista.
si, no sentido de assegurar o bom desempenho da fis- 5 — Quando seja necessário para garantir o fun-
calização do cumprimento das disposições do presente cionamento do mercado de produtos petrolíferos nas
decreto-lei. condições previstas no n.º 1 do artigo 24.º, as insta-
3 — O interveniente do SPN que esteja a ser fiscali- lações petrolíferas de armazenamento e de transporte
zado deve facultar às entidades fiscalizadoras referidas por conduta declaradas de interesse público podem ser
no n.º 1, a entrada nas suas instalações, bem como for- objeto de expropriação, nos termos dos n.os 1 e 3 do
necer as informações que sejam, fundamentadamente, artigo 34.º, e subsequente concessão de serviço público
solicitadas. que garanta o exercício da atividade de armazenamento
4 — A ENMC, E.P.E., pode solicitar a colaboração e transporte de petróleo bruto ou de produtos de petróleo
das demais entidades com competências de licencia- em regime de separação patrimonial, de acordo com as
mento das instalações nos termos da legislação apli- seguintes condições:
cável.» a) Nenhuma pessoa, singular ou coletiva, que exerça
a atividade de refinação, armazenamento ou transporte
Artigo 3.º de petróleo bruto ou de produtos de petróleo por con-
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de fevereiro
duta, pode deter, direta ou indiretamente, mais de 20 %
do capital social e ou direitos de voto;
São aditados ao Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de fe- b) O total da participação societária das pessoas,
vereiro, os artigos 12.º-A, 12.º-B, 12.º-C, 12.º-D, 13.º-A, singulares ou coletivas, que exerçam a atividade de
21.º-A, 21.º-B, 21.º-C, 23.º-A, 23.º-B, 24.º-A, 24.º-B, refinação, armazenamento ou transporte de petróleo
9092 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

bruto ou de produtos de petróleo por conduta, não pode b) Armazenamento de petróleo bruto e de produtos
ultrapassar 45 %. de petróleo em grandes instalações de armazenamento;
c) Transporte de petróleo bruto e de produtos de pe-
6 — Para efeitos do disposto no número anterior, tróleo em condutas;
nenhuma pessoa singular ou coletiva que exerça ativi- d) Comercialização de petróleo bruto e de produtos
dades de transporte de gás natural ou de eletricidade, de petróleo.
no âmbito do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de feve-
reiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 104/2010, de 2 — A certificação incide sobre a avaliação do cum-
29 de setembro, 78/2011, de 20 de junho, 75/2012, primento das condições para o exercício de atividades
de 26 de março, 112/2012, de 23 de maio, e 215-A/2012, no SPN, nomeadamente as relativas à separação jurídica
de 8 de outubro, e do Decreto-Lei n.º 30/2006, de 15 de e contabilística.
fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 66/2010, 3 — A decisão sobre o certificado do interveniente
de 11 de junho, 77/2011, de 20 de junho, 74/2012, de no SPN compete à ENMC, E.P.E., após consulta às
26 de março, 112/2012, de 25 de março, e 230/2012, entidades licenciadoras competentes.
de 26 de outubro, pode deter direta ou indiretamente 4 — Para efeito do disposto no número anterior as
participações no capital social de instalações petrolíferas entidades licenciadoras competentes, nos termos do
que sejam declaradas de interesse público e objeto de ex- Decreto-Lei n.º 267/2002, de 26 de novembro, alterado
propriação e subsequente concessão de serviço público. pelos Decretos-Leis n.os 389/2007, de 30 de novembro,
31/2008, de 25 de fevereiro, e 195/2008, de 6 de outu-
Artigo 12.º-B bro, e republicado pelo Decreto-Lei n.º 217/2012, de
Separação contabilística 9 de outubro, e 15/2015, de 16 de fevereiro, comunicam
à ENMC, E.P.E., a decisão final dos processos de auto-
1 — As sociedades comerciais que exerçam, dentro rização ou licenciamento de instalações concluídos após
do mesmo grupo acionista, atividades de refinação, a data de entrada em vigor do presente decreto-lei.
armazenamento, transporte, distribuição e comerciali- 5 — A decisão referida no n.º 3 é notificada ao inter-
zação de produtos de petróleo, e independentemente da veniente, comunicada às entidades licenciadoras compe-
sua forma jurídica e regime patrimonial, ficam obrigadas tentes e publicada no sítio na Internet da ENMC, E.P.E..
a elaborar, a submeter a aprovação dos órgãos sociais 6 — A ENMC, E.P.E., garante a confidencialidade
competentes e a publicar as suas contas anuais, nos das informações comercialmente sensíveis que obtenha
termos da legislação e regulamentação aplicável. durante o processo de certificação.
2 — As sociedades comerciais que não sejam legal- 7 — Os procedimentos a observar para emissão do
mente obrigadas a publicar as suas contas anuais devem certificado são estabelecidos por regulamentação emi-
manter um exemplar dessas contas à disposição do pú- tida pela ENMC, E.P.E., e publicados no respetivo sítio
blico na sua sede social ou estabelecimento principal. na Internet.
3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, as sociedades
comerciais que não sejam legalmente obrigadas a ter um Artigo 12.º-D
órgão de fiscalização devem submeter as respetivas con-
tas anuais a um revisor oficial de contas para proceder Acompanhamento e reapreciação
à sua revisão legal, que deve ser publicitada nos termos das condições do certificado
da legislação e regulamentação aplicável. 1 — Compete à ENMC, E.P.E., o permanente acom-
4 — As sociedades comerciais que exerçam as ativi- panhamento e fiscalização do cumprimento das condi-
dades nos termos do n.º 1 disponibilizam anualmente à ções do certificado concedido.
ENMC, E.P.E., por sua solicitação, a informação conta- 2 — O interveniente no SPN notifica a ENMC, E.P.E.,
bilística respeitante às atividades em causa, com o fim de quaisquer alterações ou transações previstas ou ocor-
de evitar discriminações e distorções de concorrência. ridas que possam exigir a reapreciação das condições
5 — Para efeito do disposto no número anterior, que foram objeto de certificação.
as contas devem estar separadas para cada uma das 3 — A ENMC, E.P.E., inicia o procedimento de rea-
atividades de refinação, armazenamento, transporte e preciação do certificado:
distribuição, nos termos em que a contabilidade seria
organizada se estas atividades fossem exercidas por a) Após a receção de uma notificação de um interve-
sociedades comerciais distintas. niente do SPN, nos termos previstos no número anterior;
6 — A revisão legal das contas nos termos previstos b) Sempre que tenha conhecimento oficioso, ou atra-
nos n.os 1 e 3 deve verificar, em particular, a observância vés de entidades públicas com competências próprias de
da obrigação de prevenir a discriminação e as subven- licenciamento ou de fiscalização nos termos da legisla-
ções cruzadas. ção especial, de alterações às condições do certificado.

Artigo 12.º-C 4 — A reapreciação da certificação observa, com as


devidas adaptações, o disposto nos n.os 3 a 7 do artigo
Certificação
anterior.
1 — Os intervenientes do SPN, definidos nas alí- 5 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-
neas a) a e) do artigo 13.º, estão sujeitos a certificação res, a ENMC, E.P.E., pode suspender o certificado, até
pela ENMC, E.P.E., nos termos do presente decreto-lei, à respetiva regularização, nas seguintes situações:
para o exercício das seguintes atividades:
a) Quando verifique o incumprimento das obriga-
a) Refinação de petróleo bruto e tratamento de pro- ções de separação jurídica e contabilísticas previstas
dutos de petróleo; no presente decreto-lei;
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9093

b) Quando tenha conhecimento, pelas entidades legal- da propriedade da instalação, incluindo o respetivo de-
mente competentes, de decisões sobre infrações graves pósito, ao cliente final ou à entidade que o cliente final
e reiteradas que ponham em causa os consumidores; escolha como novo fornecedor.
c) Quando verifique o incumprimento reiterado das 2 — Caso a opção de transmissão prevista no número
obrigações de prestação de informação previstas no anterior não seja exercida no prazo de 30 dias, pode
artigo 24.º-C. qualquer um dos interessados recorrer ao mecanismo
de mediação da ENMC, E.P.E., previsto no artigo 38.º
6 — A medida prevista no número anterior é pre-
cedida de audição prévia dos interessados nos termos Artigo 21.º-C
gerais do Código do Procedimento Administrativo. Comercialização de GPL engarrafado

Artigo 13.º-A 1 — A comercialização a retalho de GPL engarrafado


é exercida em regime livre, sem prejuízo da obrigação
Registo e cadastro centralizado
de registo prevista no artigo 13.º-A, e na observância da
1 — Todos os intervenientes do SPN, à exceção dos legislação aplicável quanto às respetivas especificações
mencionados na alínea f) do artigo anterior, ficam su- técnicas.
jeitos à obrigação de registo na ENMC, E.P.E., o qual 2 — Todos os distribuidores e operadores retalhistas
é gratuito. de GPL engarrafado são obrigados a realizar a receção
2 — A informação disponibilizada no âmbito do pro- e troca de garrafas vazias de GPL, independentemente
cesso de registo é objeto de tratamento adequado, com da marca, através de mecanismos de armazenamento e
vista à elaboração e manutenção do cadastro centrali- transporte que assegurem o tratamento não discrimina-
zado das instalações petrolíferas e dos comercializado- tório dos consumidores e dos distribuidores e que não
res, com a respetiva localização das instalações. envolvam o pagamento de encargos adicionais para o
3 — A ENMC, E.P.E., é competente pela criação e consumidor e de acordo com princípios de racionalidade
atualização do cadastro centralizado, devendo, em cola- económica, eficiência operacional e segurança.
boração com a DGEG, centralizar a informação relativa 3 — Compete à ENMC, E.P.E., regulamentar os me-
aos dados alfanuméricos e georreferenciados relativos canismos previstos no número anterior, após consulta ao
ao licenciamento e alterações subsequentes após a sua Conselho Nacional para os Combustíveis e à Autoridade
concessão ou autorização pelas entidades licenciadoras da Concorrência, com vista a evitar o tratamento discri-
competentes, nos termos do Decreto-Lei n.º 267/2002, minatório de distribuidores e consumidores.
de 26 de novembro, alterado pelos Decretos-Leis 4 — A comercialização de gás engarrafado pode ser
n.os 389/2007, de 30 de novembro, 31/2008, de 25 de feita em unidades de aferição de peso, nos termos a regu-
fevereiro, 195/2008, de 6 de outubro, 217/2012, de 9 de lamentar por portaria do membro do Governo responsá-
outubro, e 15/2015, de 16 de fevereiro. vel pela área da energia, sob proposta da ENMC, E.P.E..
4 — São objeto de divulgação ao público, no portal
da ENMC, E.P.E., dados básicos, não confidenciais, Artigo 23.º-A
relativos às instalações petrolíferas e aos comerciali- Monitorização da qualidade de serviço
zadores registados. aos consumidores
5 — Os procedimentos de registo e de elaboração do
cadastro centralizado são definidos em regulamentação 1 — A monitorização da qualidade de serviço cabe
da ENMC, E.P.E.. à ENMC, E.P.E., nomeadamente através de auditorias
aos comercializadores retalhistas, com vista à avaliação
Artigo 21.º-A dos seguintes aspetos:

Comercialização de gás de petróleo liquefeito


a) A qualidade dos combustíveis;
b) A conformidade legal do equipamento de distri-
1 — O GPL pode ser comercializado nas categorias buição de combustíveis e sistemas de apoio;
de engarrafado, canalizado e a granel. c) A regularidade da quantidade do combustível dis-
2 — A comercialização a retalho de GPL engarrafado ponibilizado ao consumidor;
é feita em regime livre, sem prejuízo da obrigação de d) O atendimento dos clientes;
registo prevista no artigo 13.º-A. e) Os meios de apoio disponibilizados aos clientes
3 — A comercialização de GPL a granel não carece para abastecimento;
de licenciamento autónomo, mas depende do licencia- f) As condições das infraestruturas destinadas ao
mento das instalações para o respetivo armazenamento público.
nos termos da legislação e da regulamentação aplicável.
4 — Compete ao Governo promover a aproximação 2 — A auditoria obedece a critérios estabelecidos
das especificações do GPL em face das aprovadas nos pelo Regulamento da Qualidade de Abastecimento dos
restantes países da União Europeia. Combustíveis, a aprovar pela ENMC, E.P.E., após con-
sulta ao Conselho Nacional para os Combustíveis, e
Artigo 21.º-B implica a apresentação de um relatório individualizado
Comercialização de GPL a granel
por operador que permita aferir a qualidade do serviço
prestado.
1 — Nos contratos de fornecimento de GPL a granel, 3 — Para efeito do disposto no número anterior, é
no caso da propriedade da instalação de GPL ser do estabelecida uma metodologia que permita a ordenação
comercializador e não do cliente final, é obrigatório, qualitativa dos comercializadores retalhistas relativa-
no final do contrato, conceder a opção de transmissão mente à qualidade do serviço prestado.
9094 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

4 — Os comercializadores retalhistas colaboram com das instalações de refinação, e as melhores práticas


as ações e os procedimentos de inspeção de qualidade internacionais.
do combustível objeto de comercialização e do serviço
prestado, fornecendo o combustível estritamente ne- Artigo 24.º-B
cessário à recolha da amostragem, em conformidade
Instalações de armazenamento distribuição
com as normas e os procedimentos legais aplicáveis e de GPL canalizado
com as fichas de especificação de produto, sem direito
ao reembolso do valor, ficando assegurado o direito de 1 — As grandes instalações de armazenamento e
verificar e contestar os resultados. distribuição de GPL canalizado para efeitos da comer-
5 — A ENMC, E.P.E., no âmbito do sistema metro- cialização ao cliente final devem permitir o acesso
lógico nacional, procede à realização de verificações às mesmas, através de uma solução negociada e em
extraordinárias ao equipamento métrico de distribuição condições técnicas e económicas não discriminatórias,
de combustíveis. transparentes, objetivas e publicitadas.
2 — Para efeito do disposto no número anterior a
Artigo 23.º-B ENMC, E.P.E., após consulta ao Conselho Nacional
para os Combustíveis e à Autoridade da Concorrência,
Transparência e divulgação
emite regulamentos sobre:
1 — A ENMC, E.P.E., no âmbito do exercício das
a) As condições de relacionamento comercial entre
competências de supervisão, está vinculada ao princípio
os agentes e os clientes;
da transparência, sem prejuízo do respeito pelo dever de
b) As condições de qualidade de serviço;
confidencialidade no tratamento de informação de natu-
reza comercialmente sensível ou protegida por direitos c) As condições e tarifas de acesso.
de propriedade industrial, nos termos a regulamentar
pela ENMC, E.P.E., após consulta ao Conselho Nacional 3 — O disposto no artigo 21.º-B é aplicável, com as
para os Combustíveis. devidas adaptações, a instalações de armazenamento e
2 — Para efeito do disposto no número anterior, a distribuição de GPL canalizado.
ENMC, E.P.E., fica obrigada a:
Artigo 24.º-C
a) Comunicar às entidades legalmente competentes
Obrigações de informação e simplificação administrativa
todas as irregularidades detetadas no âmbito das audi-
torias previstas no artigo anterior no prazo de 10 dias; 1 — Os intervenientes previstos nas alíneas a) a e)
b) Divulgar no seu sítio oficial na Internet, os resul- do artigo 13.º prestam a informação necessária para a
tados das auditorias realizadas; supervisão e monitorização do SPN.
c) Disponibilizar no seu sítio oficial na Internet a 2 — Para efeito do disposto no número anterior, as
informação aos consumidores sobre os preços de venda entidades licenciadoras competentes, nos termos do
e de referência dos combustíveis e do GPL engarrafado, Decreto-Lei n.º 267/2002, de 26 de novembro, alterado
e a respetiva metodologia de cálculo dos preços de pelos Decretos-Leis n.os 389/2007, de 30 de novembro,
referência. 31/2008, de 25 de fevereiro, e 195/2008, de 6 de outu-
bro, e republicado pelo Decreto-Lei n.º 217/2012, de
3 — As entidades legalmente competentes, quando 9 de outubro, e 15/2015, de 16 de fevereiro, disponibili-
solicitado pela ENMC, E.P.E., para efeitos de monito- zam à ENMC, E.P.E., a informação recolhida no âmbito
rização da qualidade de serviço, prestam informação dos procedimentos de licenciamento, bem como outra
sobre os resultados das denúncias efetuadas nos termos que seja considerada relevante para a monitorização
da alínea a) do número anterior. do SPN.
3 — A informação referida no n.º 1 é definida em
Artigo 24.º-A regulamento da ENMC, E.P.E., após consulta ao Con-
Congestionamentos físicos selho Nacional para os Combustíveis.
4 — As entidades sujeitas a obrigação de constituição
1 — Quando ocorra ou seja previsível que venham e manutenção de reservas de segurança e estratégicas,
a ocorrer, de acordo com a informação publicada nos nos termos do presente decreto-lei, enviam à ENMC,
termos da alínea c) do n.º 2 do artigo anterior, congestio- E.P.E., até ao dia 10 de cada mês, as seguintes informa-
namentos físicos no acesso a instalações de armazena- ções referentes ao último dia do mês anterior:
mento e transporte por conduta declaradas de interesse
público, a ENMC, E.P.E., pode, oficiosamente ou a a) Quantidades detidas em reservas, produto a pro-
pedido de qualquer interessado, implementar medidas duto;
de resolução de congestionamentos. b) Localização, produto a produto, dos reservatórios
2 — As medidas de resolução de congestionamentos respetivos;
obedecem aos princípios da transparência, proporciona- c) Quantidades que se encontram em reservatórios
lidade e não discriminação e devem recorrer a mecanis- próprios e quantidades que foram contratadas a terceiros,
mos de mercado para alocação de capacidade. incluindo, neste último caso, a identificação destes e do
3 — A ENMC, E.P.E., define, em regulamento, após contrato respetivo;
consulta ao Conselho Nacional para os Combustíveis, d) Movimento dos produtos de petróleo, produto a
as medidas de resolução de congestionamentos e os produto;
respetivos procedimentos, considerando a segurança e) Quantidades introduzidas no mercado nacional,
do abastecimento, através do normal funcionamento diretamente por si ou por interposta entidade.
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9095

5 — A informação sobre os preços e as quantida- não superior a 12 horas, se estiver em causa a segurança
des comercializadas em cada posto de abastecimento de pessoas e bens.
é prestada através de formulário único para o efeito, 3 — O interveniente do SPN que esteja a ser fiscali-
a aprovar pelo membro do Governo responsável pela zado deve facultar às entidades fiscalizadoras referidas
área da energia. no n.º 1, a entrada nas suas instalações, bem como for-
6 — Para efeitos do disposto no presente artigo, necer as informações que sejam, fundamentadamente,
a ENMC, E.P.E., pode, nos termos previstos na Lei solicitadas.
n.º 6/89, de 15 de abril, solicitar as informações estatís-
ticas que se revelem necessárias ao exato conhecimento Artigo 40.º-B
do mercado do petróleo bruto e dos produtos de petróleo,
salvo quando se trate de informação confidencial ou Contraordenações e coimas
comercialmente sensível ou protegida por direitos de 1 — Constitui contraordenação punível com coima
propriedade industrial, nos termos a regulamentar pela de € 500 a € 3 740, no caso de pessoas singulares, e de
ENMC, E.P.E.. € 3 500 a € 44 890, no caso de pessoas coletivas:
Artigo 34.º-A a) O incumprimento, pelos intervenientes do SPN
que exercem as atividades referidas nas alíneas a) a d)
Interesse público do n.º 1 do artigo 12.º, das obrigações de certificação,
1 — Podem ser consideradas de interesse público as de separação contabilística e de separação jurídica e
instalações petrolíferas de armazenamento e de trans- patrimonial previstas nos artigos 12.º-A, 12.º-B e 12.º-C;
porte por conduta, que pelas suas características físicas, b) O incumprimento, pelos intervenientes do SPN
nomeadamente a sua capacidade e localização, e pela que exercem as atividades referidas nas alíneas a) a d)
inexistência de alternativas viáveis à sua utilização, do n.º 1 do artigo 12.º, da obrigação de registo prevista
devam estar acessíveis em condições de concorrência, no artigo 13.º-A;
transparência e não discriminação, nos termos defini- c) O incumprimento, pelos comercializadores grossis-
dos no presente decreto-lei e respetiva regulamentação. tas e retalhistas, das obrigações previstas no artigo 20.º;
2 — Para efeito do disposto no número anterior, po- d) O incumprimento, pelos comercializadores reta-
dem ser declarados de interesse público os centros de lhistas de GPL engarrafado, da obrigação prevista no
operação logística e as grandes instalações de arma- n.º 2 do artigo 21.º-C;
zenamento, tal como definidos nas alíneas b) e o) do e) O incumprimento, pelos comercializadores gros-
artigo 3.º sistas e retalhistas, das obrigações de prestação de in-
3 — A declaração de interesse público compete ao formação à ENMC, E.P.E., nos termos do artigo 24.º-C;
membro do Governo responsável pela área da energia, f) O incumprimento, pelos intervenientes referidos no
sob proposta da ENMC, E.P.E., após consulta ao Con- n.º 1 do artigo 24.º, das obrigações aí previstas quanto
selho Nacional para os Combustíveis e à Autoridade ao regime de acesso a terceiros;
da Concorrência. g) O incumprimento, pelos intervenientes do SPN que
4 — A Autoridade da Concorrência pronuncia-se, exercem as atividades referidas nas alíneas a) a d) do
no prazo máximo de 30 dias, no âmbito das suas com- n.º 1 do artigo 12.º, das obrigações de prestação de in-
petências. formação à ENMC, E.P.E., nos termos do artigo 24.º-C.
5 — São declaradas de interesse público as grandes
instalações petrolíferas existentes, conforme definidas 2 — A negligência é punível, sendo os limites mí-
na alínea p) do artigo 3.º nimos e máximos das coimas reduzidos para metade.
3 — A tentativa é punível com a coima aplicável à
Artigo 34.º-B contraordenação consumada, especialmente atenuada.
Código do Procedimento Administrativo
Artigo 40.º-C
Os procedimentos previstos no presente decreto-lei
regem-se subsidiariamente pelo Código do Procedi- Sanções acessórias
mento Administrativo. Em função da gravidade das infrações e da culpa do
agente, podem ser aplicadas sanções acessórias previstas
Artigo 40.º-A no n.º 1 do artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 433/82, de
Suspensão provisória 27 de outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 356/89,
de 17 de outubro, 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001,
1 — No decurso da fiscalização do cumprimento
das disposições do presente decreto-lei podem as en- de 17 de fevereiro, e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de
tidades referidas no n.º 1 do artigo anterior determinar setembro.
a suspensão imediata, e de forma transitória, da ativi-
dade dos intervenientes do SPN, por um período não Artigo 40.º-D
superior a 12 horas, quando e enquanto tal se revele Instrução dos processos e aplicação
indispensável para: das coimas e sanções acessórias

a) A recolha de elementos de prova; Cabe à ENMC, E.P.E., instaurar e instruir os proces-


b) Para a identificação dos agentes da infração. sos relativos às contraordenações previstas no presente
decreto-lei, competindo ao presidente do seu conselho
2 — A determinação da suspensão provisória prevista de administração a aplicação das respetivas coimas e
no número anterior pode ainda ocorrer, por um período sanções acessórias.
9096 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

Artigo 40.º-E Artigo 7.º


Destino do produto das coimas Republicação
É republicado, em anexo ao presente decreto-lei e que
O produto das coimas reverte em:
dele faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 31/2006, de
a) 60 % para o Estado; 15 de fevereiro, com a redação atual.
b) 30 % para a ENMC, E.P.E.;
c) 10 % para a DGEG. Artigo 8.º
Entrada em vigor e produção de efeitos
Artigo 40.º-F
Regime subsidiário
1 — O presente decreto-lei entra em vigor 90 dias após
a sua publicação.
Às contraordenações previstas no presente decreto-lei 2 — O disposto nos artigos 24.º a 24.º-C do Decreto-Lei
é subsidiariamente aplicável o regime geral do ilícito n.º 31/2006, de 15 de fevereiro, com a redação dada pelo
de mera ordenação social, constante do Decreto-Lei presente decreto-lei, produz efeitos no prazo de 60 dias a
n.º 433/82, de 27 de outubro, alterado pelos Decretos- contar da entrada em vigor do presente diploma.
-Leis n.os 356/89, de 17 de outubro, 244/95, de 14 de
setembro, e 323/2001, de 17 de fevereiro, e pela Lei Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 13 de
n.º 109/2001, de 24 de setembro.» agosto de 2015. — Paulo Sacadura Cabral Portas — Rui
Manuel Parente Chancerelle de Machete — Jorge Manuel
Artigo 4.º Lopes Moreira da Silva.
Alterações sistemáticas Promulgado em 13 de outubro de 2015.
1 — A secção I do capítulo II do Decreto-Lei n.º 31/2006, Publique-se.
de 15 de fevereiro, passa a ser composta pelos artigos 11.º O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
a 13.º-A.
2 — A secção VI do capítulo II do Decreto-Lei n.º 31/2006, Referendado em 14 de outubro de 2015.
de 15 de fevereiro, passa a ser composta pelos artigos 19.º O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
a 21.º-C.
3 — O capítulo III do Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de
fevereiro, passa a ser composto pelos artigos 22.º a 23.º-B. ANEXO
4 — O capítulo VI do Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de
fevereiro, com a epígrafe «Licenciamento das instalações», (a que se refere o artigo 7.º)
passa a ser composto pelos artigos 33.º a 34.º-B.
5 — O capítulo VI do Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de Republicação do Decreto-Lei n.º 31/2006,
fevereiro, com a epígrafe «Disposições finais e transitórias», de 15 de fevereiro
é renumerado como capítulo VII, passando a denominar-se
«Disposições complementares, transitórias e finais» e a ser
composto pelos artigos 35.º a 43.º CAPÍTULO I
Artigo 5.º Disposições gerais
Disposições transitórias Artigo 1.º
1 — A emissão de certificado pela ENMC — Entidade Objeto
Nacional para o Mercado dos Combustíveis, E.P.E., nos
termos previstos no artigo 12.º-C, aos intervenientes do O presente decreto-lei estabelece as bases gerais da
SPN que, à data de publicação do presente decreto-lei, já organização e funcionamento do Sistema Petrolífero
exerçam atividades previstas nas alíneas a) a d) do n.º 1 do Nacional (SPN), bem como as disposições gerais apli-
artigo 12.º, ocorre de forma automática e imediata com o cáveis ao exercício das atividades de armazenamento,
ato de registo efetuado nos termos do artigo 13.º-A, todos transporte, distribuição, refinação e comercialização e à
do Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de fevereiro, com a organização dos mercados de petróleo bruto e de produtos
redação dada pelo presente decreto-lei. de petróleo.
2 — Até à publicação do formulário previsto no n.º 5
do artigo 24.º-C do Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de Artigo 2.º
fevereiro, com a redação dada pelo presente decreto-lei, Âmbito de aplicação
mantêm-se em vigor as disposições vigentes sobre a presta-
ção de informação pelos operadores definidas na legislação 1 — O presente decreto-lei aplica-se a todo o território
aplicável. nacional.
2 — O presente decreto-lei aplica-se às regiões autó-
Artigo 6.º nomas da Madeira e dos Açores, sem prejuízo das com-
petências cometidas aos respetivos órgãos de governo
Norma revogatória
próprio e das adaptações que lhe sejam introduzidas por
São revogados os n.os 3 e 4 do artigo 16.º, a alínea a) do diploma regional.
n.º 2 do artigo 22.º e os artigos 26.º, 30.º e 41.º do Decreto- 3 — O disposto no número anterior não prejudica, a
-Lei n.º 31/2006, de 15 de fevereiro. nível nacional, a unidade e a integração do SPN.
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9097

Artigo 3.º produtos de petróleo transacionados no território nacional,


Definições
bem como as importações e exportações;
s) «Outras atividades petrolíferas industriais, ou trata-
Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se por: mento» as atividades de manipulação, designadamente,
trasfegas ou enchimentos e as operações físicas simples,
a) «Armazenamento» a manutenção de petróleo bruto
nomeadamente de retificação e de mistura, podendo tam-
e de produtos de petróleo, em instalações devidamente
bém incluir as operações químicas de purificação ou aca-
autorizadas, incluindo cavernas, para fins logísticos, de
bamento, efetuadas sobre produtos de petróleo;
consumo ou de constituição de reservas de segurança,
t) «Petróleo bruto» o óleo mineral, tal como extraído
para uso próprio ou de terceiros, incluindo instalações de
das respetivas jazidas, formado essencialmente por hi-
venda a retalho e com exclusão da manutenção de produtos
drocarbonetos;
em vias de fabrico nas refinarias ou noutras instalações
u) «Produtos de petróleo» os produtos obtidos por desti-
petrolíferas industriais;
lação do petróleo bruto e tratamentos subsequentes, desig-
b) «Centros de operação logística» as grandes instala-
nadamente GPL, gasolinas para automóveis e de aviação,
ções de armazenamento ligadas a terminais marítimos ou
nafta petroquímica, petróleos de iluminação e de motores,
a refinarias, através de sistemas de transporte de produtos
carborreactores, gasóleo, fuelóleos, lubrificantes, asfalto,
de petróleo por conduta;
solventes, parafinas, coque do petróleo e outros derivados
c) «Certificado» o título, emitido pela ENMC — Enti-
do petróleo bruto destinados ao consumo;
dade Nacional para o Mercado dos Combustíveis, E.P.E.
v) «Refinação» a atividade que procede à transforma-
(ENMC, E.P.E.), no âmbito do procedimento de certi-
ção de petróleo bruto, de outros hidrocarbonetos líquidos
ficação para o exercício de certas atividades do sector
naturais e de produtos semifabricados, para fabrico de
petrolífero nacional;
produtos de petróleo;
d) «Cliente» o cliente grossista ou retalhista e o cliente
w) «Reservas estratégicas» a parte das reservas de se-
final de produtos de petróleo;
gurança constituídas e mantidas com fins estratégicos pela
e) «Cliente doméstico» o cliente final que compra pro-
ENMC, E.P.E.;
dutos de petróleo para consumo doméstico, excluindo
x) «Reservas de segurança» as quantidades de produtos
atividades comerciais ou profissionais;
de petróleo armazenadas com o fim de serem introduzi-
f) «Cliente final» o cliente que compra produtos de
das no mercado quando expressamente determinado pelo
petróleo para consumo próprio;
Governo, para fazer face a situações de perturbação do
g) «Comercialização grossista» a compra e venda de
abastecimento;
petróleo bruto ou de produtos de petróleo, com exclusão
y) «Transporte» a veiculação de petróleo bruto ou de
da venda a clientes finais;
produtos de petróleo através de equipamentos móveis (ro-
h) «Comercialização retalhista» a compra de produtos
doviários e ferroviários e embarcações) ou fixos (oleodu-
de petróleo a comercializadores grossistas com vista à sua
tos), excluindo o abastecimento direto a clientes finais, ou
venda a clientes finais;
de instalações de armazenamento destinadas ao abasteci-
i) «Comercializador grossista» a pessoa singular ou
mento direto de clientes finais.
coletiva que comercializa petróleo bruto ou produtos de
petróleo adquiridos, ou não, no território nacional, a refi-
nadores ou a outros comercializadores grossistas; Artigo 4.º
j) «Comercializador retalhista» a pessoa singular ou co- Objetivo e princípios gerais
letiva que comercializa produtos de petróleo em instalações
1 — O exercício das atividades abrangidas pelo presente
de venda a retalho, designadamente de venda automática,
decreto-lei tem como objetivo fundamental contribuir para
com ou sem entrega ao domicílio dos clientes;
o desenvolvimento e para a coesão económica e social, as-
k) «DGEG» a Direção-Geral de Energia e Geologia;
segurando, nomeadamente, a oferta de produtos de petróleo
l) «Distribuição» a veiculação de produtos de petróleo
em termos adequados às necessidades dos consumidores,
através de equipamentos móveis (rodoviários, ferroviários
quer qualitativa quer quantitativamente.
e embarcações) ou fixos (redes e ramais de condutas)
2 — O exercício das atividades abrangidas pelo presente
tendo em vista o abastecimento de clientes finais, ou de
decreto-lei deve obedecer a princípios de racionalidade e
instalações de armazenamento destinado ao abastecimento
eficiência dos meios a utilizar, desde a receção ou importa-
direto de clientes finais;
ção até ao consumo, de forma a contribuir para a progres-
m) «ENMC, E.P.E.» a ENMC — Entidade Nacional
siva melhoria da competitividade e eficiência do SPN, no
para o Mercado dos Combustíveis, E.P.E.;
quadro da realização do mercado interno, desenvolvendo-
n) «GPL» os gases de petróleo liquefeitos;
-se tendo em conta a utilização racional dos recursos, a
o) «Grandes instalações de armazenamento» as instala-
sua preservação e a manutenção do equilíbrio ambiental.
ções de armazenamento de produtos de petróleo com capa-
3 — O exercício das atividades previstas no presente
cidade superior a 60.000 m3 ou 8.000 toneladas, consoante
decreto-lei processa-se com observância dos princípios da
se trate de produtos de petróleo ou de GPL localizadas em
concorrência, sem prejuízo do cumprimento das obrigações
terminais marítimos ou refinarias e com ligação a estes;
de serviço público.
p) «Grandes instalações petrolíferas existentes» as insta-
4 — Nos termos do presente decreto-lei, são assegura-
lações de armazenamento e transporte por conduta detidas
dos a todos os interessados os seguintes direitos:
pela CLC — Companhia Logística de Combustíveis, S. A.;
q) «Instalação petrolífera» a infraestrutura industrial a) Liberdade de acesso ou de candidatura ao exercício
ou logística destinada ao exercício de qualquer atividade das atividades;
prevista pelo presente decreto-lei; b) Não discriminação;
r) «Mercado petrolífero» o conjunto das operações co- c) Igualdade de tratamento e de oportunidades;
merciais e financeiras relativas ao petróleo bruto e aos d) Imparcialidade nas decisões;
9098 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

e) Transparência e objetividade das regras e decisões; provocar distorções de concorrência e de afetarem nega-
f) Acesso à informação e salvaguarda da confidenciali- tivamente o funcionamento dos mercados.
dade da informação considerada sensível; 2 — As medidas de salvaguarda, tomadas nos termos do
g) Liberdade de escolha do comercializador de produtos número anterior, devem ser limitadas no tempo, restringi-
de petróleo. das ao necessário para solucionar a crise ou ameaça que as
justificou, minorando as perturbações no funcionamento
Artigo 5.º do mercado petrolífero.
Obrigações de serviço público
Artigo 9.º
1 — Sem prejuízo do exercício das atividades em regime
Competências do Governo
livre e concorrencial, são estabelecidas obrigações de ser-
viço público nos termos previstos no presente decreto-lei. 1 — O Governo define a política do SPN, a sua or-
2 — As obrigações de serviço público são da respon- ganização e funcionamento, com vista à realização de
sabilidade dos intervenientes no SPN, nos termos previs- um mercado competitivo, eficiente, seguro e ambiental-
tos no presente decreto-lei e na legislação complementar. mente sustentável, de acordo com o presente decreto-lei,
3 — São obrigações de serviço público, nomeadamente: competindo-lhe, neste âmbito:
a) A segurança, a regularidade e a qualidade do abas- a) Promover a legislação complementar relativa ao exer-
tecimento; cício das atividades abrangidas pelo presente decreto-lei;
b) A proteção dos consumidores; b) Promover a legislação complementar relativa às con-
c) A satisfação de necessidades de consumidores priori- dições aplicáveis à construção, alteração e exploração das
tários, nomeadamente nos sectores da saúde, proteção civil, instalações de refinação, tratamento e armazenamento
Forças Armadas, forças de segurança e assistência social; de petróleo bruto e de produtos de petróleo, bem como
d) Promoção da eficiência energética e da utilização do transporte, da distribuição e da comercialização de
racional dos meios e dos produtos de petróleo e proteção produtos de petróleo;
do ambiente. c) Especificar as características dos produtos de petróleo
e regulamentar a sua utilização.
Artigo 6.º
Proteção dos consumidores
2 — Compete, ainda, ao Governo garantir a segurança
de abastecimento, designadamente através da:
1 — Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se por
consumidor o cliente final de produtos de petróleo. a) Definição das obrigações de constituição e manuten-
2 — No exercício das atividades objeto do presente ção de reservas e das condições da sua mobilização em
decreto-lei, é assegurada a proteção dos consumidores, situações de crise energética;
nomeadamente quanto à prestação do serviço, ao exercí- b) Promoção da adequada diversificação das fontes
cio do direito de informação, à qualidade da prestação do de aprovisionamento, em articulação com a utilização de
serviço, à repressão de cláusulas abusivas e à resolução de outras formas alternativas de energia;
litígios, em particular aos consumidores abrangidos pela c) Promoção da eficiência energética e da utilização
prestação de serviços públicos considerados essenciais, racional dos meios e dos produtos de petróleo;
nos termos da Lei n.º 23/96, de 26 de julho. d) Constituição de um cadastro centralizado e atualizado
3 — A distribuição, incluindo o armazenamento que lhe das instalações petrolíferas localizadas em território nacional;
está diretamente associado, e a comercialização de GPL e) Declaração de crise energética nos termos da le-
canalizado integram o conceito de serviço público essencial gislação aplicável e adoção das medidas restritivas nela
nos termos da Lei n.º 23/96, de 26 de julho. previstas, de forma a minorar os seus efeitos e garantir o
abastecimento de combustíveis às entidades consideradas
prioritárias.
Artigo 7.º
Artigo 10.º
Proteção do ambiente
Regime de preços
1 — No exercício das atividades abrangidas pelo pre-
sente decreto-lei, os intervenientes no SPN devem adotar Os preços a praticar integram-se no regime de preços
as providências adequadas à minimização dos impactes livres.
ambientais, observando as disposições legais aplicáveis.
2 — O Estado deve promover políticas de utilização CAPÍTULO II
racional de energia, tendo em vista a eficiência energética
e a proteção da qualidade do ambiente. Organização, regime de atividades
e funcionamento
Artigo 8.º
Medidas de salvaguarda SECÇÃO I
1 — Em caso de crise energética como tal definida em Composição do SPN
legislação específica, nomeadamente de crise súbita no
mercado ou de ameaça à segurança de pessoas e bens, en- Artigo 11.º
quadrada na definição do regime jurídico aplicável às crises
Sistema Petrolífero Nacional
energéticas, o Governo pode adotar medidas excecionais
de salvaguarda, comunicando essas medidas de imediato Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se por SPN
à Comissão Europeia, sempre que sejam suscetíveis de o conjunto de princípios, organizações, agentes, ativida-
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9099

des e instalações abrangidos pelo presente decreto-lei, no 4 — O disposto nas alíneas a) e b) do número anterior
território nacional. não prejudica o exercício da função acionista.
5 — Quando seja necessário para garantir o funciona-
Artigo 12.º mento do mercado de produtos petrolíferos nas condições
previstas no n.º 1 do artigo 24.º, as instalações petrolíferas
Atividades do SPN
de armazenamento e de transporte por conduta declaradas
1 — O SPN integra o exercício das seguintes atividades: de interesse público podem ser objeto de expropriação, nos
termos dos n.os 1 e 3 do artigo 34.º, e subsequente concessão
a) Refinação de petróleo bruto e tratamento de produtos
de serviço público que garanta o exercício da atividade
de petróleo; de armazenamento e transporte de petróleo bruto ou de
b) Armazenamento de petróleo bruto e de produtos de produtos de petróleo em regime de separação patrimonial,
petróleo; de acordo com as seguintes condições:
c) Transporte de petróleo bruto e de produtos de petróleo;
d) Distribuição de produtos de petróleo; a) Nenhuma pessoa, singular ou coletiva, que exerça a
e) Comercialização de petróleo bruto e de produtos de atividade de refinação, armazenamento ou transporte de
petróleo. petróleo bruto ou de produtos de petróleo por conduta, pode
deter, direta ou indiretamente, mais de 20 % do capital
2 — O exercício das atividades referidas no número an- social e ou direitos de voto;
terior é acumulável, desde que os intervenientes cumpram b) O total da participação societária das pessoas, singu-
as condições para cada uma das atividades e não infrinjam lares ou coletivas, que exerçam a atividade de refinação,
a lei da concorrência. armazenamento ou transporte de petróleo bruto ou de pro-
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, as dutos de petróleo por conduta, não pode ultrapassar 45 %.
atividades do SPN são exercidas em regime de separação
contabilística ou jurídica e em observância dos requisitos 6 — Para efeitos do disposto no número anterior, ne-
definidos no presente decreto-lei. nhuma pessoa singular ou coletiva que exerça ativida-
des de transporte de gás natural ou de eletricidade, no
Artigo 12.º-A âmbito do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro,
alterado pelos Decretos-Leis n.os 104/2010, de 29 de se-
Separação jurídica e patrimonial tembro, 78/2011, de 20 de junho, 75/2012, de 26 de março,
1 — As atividades de armazenamento e transporte por 112/2012, de 23 de maio, e 215-A/2012, de 8 de outubro,
conduta de petróleo bruto ou de produtos de petróleo são e do Decreto-Lei n.º 30/2006, de 15 de fevereiro, alterado
exercidas por entidades independentes, no plano jurídico, pelos Decretos-Leis n.os 66/2010, de 11 de junho, 77/2011,
de entidades que exerçam atividades de refinação, distri- de 20 de junho, 74/2012, de 26 de março, 112/2012, de
buição por conduta ou comercialização de produtos de 25 de março, e 230/2012, de 26 de outubro, pode deter
petróleo. direta ou indiretamente participações no capital social de
2 — As entidades que exerçam as atividades de armaze- instalações petrolíferas que sejam declaradas de interesse
namento e transporte por conduta de produtos de petróleo público e objeto de expropriação e subsequente concessão
dispõem de um poder decisório efetivo, independente de de serviço público.
outros intervenientes no SPN, designadamente no que
respeita aos ativos necessários para manter ou desenvolver Artigo 12.º-B
as respetivas atividades. Separação contabilística
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, deve
observar-se o seguinte: 1 — As sociedades comerciais que exerçam, dentro do
mesmo grupo acionista, atividades de refinação, armaze-
a) As pessoas que integram os órgãos de gestão exe- namento, transporte, distribuição e comercialização de
cutiva ou de fiscalização de entidades que exerçam as produtos de petróleo, e independentemente da sua forma
atividades de armazenamento e transporte por conduta de jurídica e regime patrimonial, ficam obrigadas a elaborar,
produtos de petróleo estão impedidas de integrar órgãos a submeter a aprovação dos órgãos sociais competentes e
sociais ou participar nas estruturas de empresas que exer- a publicar as suas contas anuais, nos termos da legislação
çam atividades de refinação, distribuição por conduta ou e regulamentação aplicável.
comercialização de produtos de petróleo, bem como de 2 — As sociedades comerciais que não sejam legal-
empresas que exerçam atividades de produção, transporte, mente obrigadas a publicar as suas contas anuais devem
distribuição, armazenagem ou comercialização de gás na- manter um exemplar dessas contas à disposição do público
tural ou de eletricidade, não podendo os referidos gestores na sua sede social ou estabelecimento principal.
de entidades que exerçam as atividades de armazenamento 3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, as sociedades
e transporte por conduta de produtos de petróleo prestar comerciais que não sejam legalmente obrigadas a ter um
serviços, direta ou indiretamente, a estas empresas; órgão de fiscalização devem submeter as respetivas con-
b) Os interesses profissionais das pessoas referidas na tas anuais a um revisor oficial de contas para proceder à
alínea anterior devem ficar devidamente salvaguardados sua revisão legal, que deve ser publicitada nos termos da
de forma a assegurar a sua independência; legislação e regulamentação aplicável.
c) As entidades que exerçam as atividades de armaze- 4 — As sociedades comerciais que exerçam as ativi-
namento e transporte por conduta de produtos de petróleo dades nos termos do n.º 1 disponibilizam anualmente à
devem dispor de um código ético de conduta relativo à ENMC, E.P.E., por sua solicitação, a informação conta-
independência funcional da respetiva operação e proceder bilística respeitante às atividades em causa, com o fim de
à sua publicitação. evitar discriminações e distorções de concorrência.
9100 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

5 — Para efeito do disposto no número anterior, as con- ridas que possam exigir a reapreciação das condições que
tas devem estar separadas para cada uma das atividades de foram objeto de certificação.
refinação, armazenamento, transporte e distribuição, nos 3 — A ENMC, E.P.E., inicia o procedimento de reapre-
termos em que a contabilidade seria organizada se estas ciação do certificado:
atividades fossem exercidas por sociedades comerciais a) Após a receção de uma notificação de um interve-
distintas. niente do SPN, nos termos previstos no número anterior;
6 — A revisão legal das contas nos termos previstos b) Sempre que tenha conhecimento oficioso, ou atra-
nos n.os 1 e 3 deve verificar, em particular, a observância vés de entidades públicas com competências próprias de
da obrigação de prevenir a discriminação e as subvenções licenciamento ou de fiscalização nos termos da legislação
cruzadas. especial, de alterações às condições do certificado.
Artigo 12.º-C 4 — A reapreciação da certificação observa, com as
Certificação devidas adaptações, o disposto nos n.os 3 a 7 do artigo
anterior.
1 — Os intervenientes do SPN, definidos nas alíneas a) 5 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
a e) do artigo 13.º, estão sujeitos a certificação pela ENMC, a ENMC, E.P.E., pode suspender o certificado, até à res-
E.P.E., nos termos do presente decreto-lei, para o exercício petiva regularização, nas seguintes situações:
das seguintes atividades:
a) Quando verifique o incumprimento das obrigações de
a) Refinação de petróleo bruto e tratamento de produtos separação jurídica e contabilísticas previstas no presente
de petróleo; decreto-lei;
b) Armazenamento de petróleo bruto e de produtos de b) Quando tenha conhecimento, pelas entidades legal-
petróleo em grandes instalações de armazenamento; mente competentes, de decisões sobre infrações graves e
c) Transporte de petróleo bruto e de produtos de petróleo reiteradas que ponham em causa os consumidores;
em condutas; c) Quando verifique o incumprimento reiterado das
d) Comercialização de petróleo bruto e de produtos de obrigações de prestação de informação previstas no ar-
petróleo. tigo 24.º-C.

2 — A certificação incide sobre a avaliação do cum- 6 — A medida prevista no número anterior é precedida
primento das condições para o exercício de atividades no de audição prévia dos interessados nos termos gerais do
SPN, nomeadamente as relativas à separação jurídica e Código do Procedimento Administrativo.
contabilística.
3 — A decisão sobre o certificado do interveniente no Artigo 13.º
SPN compete à ENMC, E.P.E., após consulta às entidades Intervenientes no SPN
licenciadoras competentes.
4 — Para efeito do disposto no número anterior as entida- São intervenientes no SPN:
des licenciadoras competentes, nos termos do Decreto-Lei a) Os operadores de refinação de petróleo bruto e de
n.º 267/2002, de 26 de novembro, alterado pelos Decretos- tratamento de produtos de petróleo;
-Leis n.os 389/2007, de 30 de novembro, 31/2008, de 25 de b) Os operadores de armazenamento de petróleo bruto
fevereiro, e 195/2008, de 6 de outubro, e republicado pelo e de produtos de petróleo;
Decreto-Lei n.º 217/2012, de 9 de outubro, e 15/2015, de c) Os operadores de transporte de petróleo bruto e de
16 de fevereiro, comunicam à ENMC, E.P.E., a decisão produtos de petróleo;
final dos processos de autorização ou licenciamento de d) Os operadores de distribuição de produtos de petróleo;
instalações concluídos após a data de entrada em vigor e) Os comercializadores de petróleo bruto e de produtos
do presente decreto-lei. de petróleo;
5 — A decisão referida no n.º 3 é notificada ao interve- f) Os consumidores de produtos de petróleo.
niente, comunicada às entidades licenciadoras competentes
e publicada no sítio na Internet da ENMC, E.P.E.. Artigo 13.º-A
6 — A ENMC, E.P.E., garante a confidencialidade das
Registo e cadastro centralizado
informações comercialmente sensíveis que obtenha durante
o processo de certificação. 1 — Todos os intervenientes do SPN, à exceção dos
7 — Os procedimentos a observar para emissão do mencionados na alínea f) do artigo anterior, ficam sujeitos
certificado são estabelecidos por regulamentação emitida à obrigação de registo na ENMC, E.P.E., o qual é gratuito.
pela ENMC, E.P.E., e publicados no respetivo sítio na 2 — A informação disponibilizada no âmbito do pro-
Internet. cesso de registo é objeto de tratamento adequado, com
vista à elaboração e manutenção do cadastro centralizado
Artigo 12.º-D das instalações petrolíferas e dos comercializadores, com
a respetiva localização das instalações.
Acompanhamento e reapreciação
das condições do certificado 3 — A ENMC, E.P.E., é competente pela criação e atua-
lização do cadastro centralizado, devendo, em colaboração
1 — Compete à ENMC, E.P.E., o permanente acompa- com a DGEG, centralizar a informação relativa aos dados
nhamento e fiscalização do cumprimento das condições alfanuméricos e georreferenciados relativos ao licencia-
do certificado concedido. mento e alterações subsequentes após a sua concessão ou
2 — O interveniente no SPN notifica a ENMC, E.P.E., autorização pelas entidades licenciadoras competentes, nos
de quaisquer alterações ou transações previstas ou ocor- termos do Decreto-Lei n.º 267/2002, de 26 de novembro,
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9101

alterado pelos Decretos-Leis n.os 389/2007, de 30 de no- SECÇÃO III


vembro, 31/2008, de 25 de fevereiro, 195/2008, de 6 de Armazenamento
outubro, 217/2012, de 9 de outubro, e 15/2015, de 16 de
fevereiro. Artigo 16.º
4 — São objeto de divulgação ao público, no portal da Armazenamento
ENMC, E.P.E., dados básicos, não confidenciais, relati-
vos às instalações petrolíferas e aos comercializadores 1 — O exercício da atividade de armazenamento não
registados. carece de licenciamento autónomo, mas depende da veri-
5 — Os procedimentos de registo e de elaboração do ficação das seguintes condições:
cadastro centralizado são definidos em regulamentação a) O licenciamento das instalações é feito nos termos
da ENMC, E.P.E.. previstos na legislação e regulamentação aplicável e tendo
em conta a idoneidade do titular, nos termos previstos no
SECÇÃO II artigo anterior; e
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E.,
Refinação de petróleo bruto e tratamento nos termos do artigo 12.º-C.
de produtos de petróleo
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
Artigo 14.º licenciamento das grandes instalações de armazenamento
é concedido pelo membro do Governo responsável pela
Refinação e tratamento de produtos de petróleo
área da energia.
O exercício da atividade de refinação de petróleo bruto 3 — [Revogado].
e de tratamento de produtos de petróleo não carece de 4 — [Revogado].
licenciamento autónomo, mas depende das seguintes 5 — O exercício da atividade de armazenamento inclui
condições: a operação de instalações de armazenamento destinadas
ao abastecimento direto de clientes finais, nomeadamente
a) O licenciamento das instalações compete ao membro de postos de abastecimento a veículos rodoviários, em-
do Governo responsável pela área da energia e é efetuado barcações e aeronaves, de armazenamento de produtos de
nos termos previstos na legislação aplicável e tendo em petróleo em taras e de instalações de venda a granel.
conta a idoneidade, nos termos previstos no artigo se-
guinte; e SECÇÃO IV
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E.,
Transporte
nos termos previstos no artigo 12.º-C.
Artigo 17.º
Artigo 15.º
Transporte
Idoneidade
1 — O exercício da atividade de transporte pode
1 — Considera-se que não têm idoneidade, as pessoas processar-se:
singulares ou coletivas que:
a) Por via marítima, fluvial, rodoviária e ferroviária;
a) Se encontrem em estado de insolvência, declarada b) Através de condutas.
por sentença judicial, em fase de liquidação, dissolução ou
cessação de atividade, sujeitas a qualquer meio preventivo 2 — As condições a que deve obedecer o acesso, o
de liquidação de patrimónios ou em qualquer situação licenciamento e o exercício da atividade de transporte
análoga, ou tenham o respetivo processo pendente, salvo pelos meios referidos na alínea a) do número anterior são
quando se encontrarem abrangidas por um plano de insol- estabelecidas no âmbito da legislação do setor dos trans-
vência, ao abrigo da legislação em vigor; portes e demais legislação específica aplicável.
b) Não tenham a sua situação regularizada relativamente 3 — O exercício da atividade de transporte por conduta
a contribuições para a segurança social; ou não carece de licenciamento autónomo, mas depende da
c) Não tenham a sua situação regularizada relativamente verificação das seguintes condições:
a dívidas fiscais e aduaneiras. a) O licenciamento das instalações, no âmbito da le-
gislação aplicável, a conceder pelo membro do Governo
2 — Para efeito do disposto no número anterior, é en- responsável pela área da energia e tendo em conta a ido-
tregue à entidade licenciadora, no âmbito do processo de neidade nos termos previstos no artigo 15.º; e
licenciamento, uma declaração que ateste que o interve- b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E.,
niente do SPN não se encontra nas situações previstas no nos termos do artigo 12.º-C.
número anterior, acompanhada dos respetivos documentos
comprovativos ou da autorização para obtenção oficiosa SECÇÃO V
desses documentos, nos termos do n.º 2 do artigo 116.º do Distribuição de produtos de petróleo
Código do Procedimento Administrativo e do artigo 28.º-A
do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos Artigo 18.º
Decretos-Leis n.os 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010, Distribuição
de 18 de junho, e 73/2014, de 13 de maio.
3 — O modelo de declaração prevista no número an- 1 — A distribuição de produtos de petróleo pode
processar-se:
terior é aprovado por portaria do membro do Governo
responsável pela área da energia. a) Por via marítima, fluvial, rodoviária e ferroviária;
9102 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

b) Através de condutas, designadamente redes e ramais 5 — As alterações dos dados incluídos na declaração
de gasodutos. original são comunicadas à ENMC, E.P.E., pelo comer-
cializador grossista no mês seguinte ao da sua ocorrência.
2 — As condições a que deve obedecer o acesso, o li- 6 — A ENMC, E.P.E., publica no seu portal a lista de
cenciamento e o exercício da atividade de distribuição de comercializadores grossistas de produtos petrolíferos.
produtos de petróleo, pelos meios referidos na alínea a) do 7 — As relações contratuais entre comercializadores
número anterior, são estabelecidas no âmbito da legislação grossistas e comercializadores retalhistas não devem in-
do setor dos transportes e demais legislação específica cidir sobre a fixação direta ou indireta do preço de venda
aplicável. ao consumidor.
3 — O exercício da atividade de distribuição de produ- 8 — Os comercializadores retalhistas estão sujeitos à
tos de petróleo por conduta não carece de licenciamento monitorização da qualidade de serviço aos consumidores
autónomo, mas depende da verificação das seguintes con- nos termos do artigo 23.º-A.
dições:
Artigo 21.º
a) O licenciamento das instalações no âmbito da legis-
lação aplicável e tendo em conta a idoneidade nos termos Receção, expedição, importação e exportação
previstos no artigo 15.º; e A receção e expedição de e para o espaço da União
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E., Europeia, bem como a importação e exportação de pe-
nos termos do artigo 12.º-C. tróleo bruto e de produtos de petróleo são livres, ficando
sujeitas ao cumprimento das disposições estabelecidas no
SECÇÃO VI artigo 19.º, designadamente ao cumprimento das condições
estabelecidas na legislação fiscal e aduaneira, bem como
Comercialização dos requisitos estabelecidos no n.º 2 do artigo 20.º
Artigo 19.º Artigo 21.º-A
Regime do exercício Comercialização de gás de petróleo liquefeito
1 — O exercício da atividade de comercialização de 1 — O GPL pode ser comercializado nas categorias de
petróleo bruto e de produtos de petróleo não carece de engarrafado, canalizado e a granel.
licenciamento autónomo, mas depende da verificação das 2 — A comercialização a retalho de GPL engarrafado é
seguintes condições: feita em regime livre, sem prejuízo da obrigação de registo
a) O licenciamento das instalações no âmbito da legis- prevista no artigo 13.º-A.
lação aplicável e a verificação da idoneidade nos termos 3 — A comercialização de GPL a granel não carece de
licenciamento autónomo, mas depende do licenciamento
previstos no artigo 15.º; e
das instalações para o respetivo armazenamento nos termos
b) A certificação do interveniente pela ENMC, E.P.E.,
da legislação e da regulamentação aplicável.
nos termos do artigo 12.º-C.
4 — Compete ao Governo promover a aproximação das
especificações do GPL em face das aprovadas nos restantes
2 — A atividade de comercialização pode ser grossista países da União Europeia.
ou retalhista.
Artigo 21.º-B
Artigo 20.º
Comercialização de GPL a granel
Comercializadores
1 — Nos contratos de fornecimento de GPL a granel, no
1 — São comercializadores de petróleo bruto e de pro- caso da propriedade da instalação de GPL ser do comer-
dutos de petróleo: cializador e não do cliente final, é obrigatório, no final do
a) Os comercializadores grossistas; contrato, conceder a opção de transmissão da propriedade
b) Os comercializadores retalhistas. da instalação, incluindo o respetivo depósito, ao cliente
final ou à entidade que o cliente final escolha como novo
2 — No exercício da sua atividade os comercializadores fornecedor.
grossistas devem cumprir as seguintes condições: 2 — Caso a opção de transmissão prevista no número
anterior não seja exercida no prazo de 30 dias, pode qual-
a) Obrigação e regularidade do fornecimento; quer um dos interessados recorrer ao mecanismo de me-
b) Prestação de informação às entidades administrativas diação da ENMC, E.P.E., previsto no artigo 38.º
competentes;
c) Constituição das reservas petrolíferas obrigatórias, Artigo 21.º-C
nos termos da legislação aplicável.
Comercialização de GPL engarrafado
3 — O disposto na alínea a) do número anterior é ob- 1 — A comercialização a retalho de GPL engarrafado
jeto de regulamento pela ENMC, E.P.E., após consulta ao é exercida em regime livre, sem prejuízo da obrigação
Conselho Nacional para os Combustíveis. de registo prevista no artigo 13.º-A, e na observância da
4 — Os comercializadores grossistas apresentam a de- legislação aplicável quanto às respetivas especificações
claração de responsabilidade relativa ao cumprimento das técnicas.
condições estabelecidas no n.º 2 juntamente com a decla- 2 — Todos os distribuidores e operadores retalhistas
ração e documentação exigida nos termos do artigo 15.º de GPL engarrafado são obrigados a realizar a receção e
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9103

troca de garrafas vazias de GPL, independentemente da comercializadores retalhistas, com vista à avaliação dos
marca, através de mecanismos de armazenamento e trans- seguintes aspetos:
porte que assegurem o tratamento não discriminatório dos
consumidores e dos distribuidores e que não envolvam o a) A qualidade dos combustíveis;
pagamento de encargos adicionais para o consumidor e b) A conformidade legal do equipamento de distribuição
de acordo com princípios de racionalidade económica, de combustíveis e sistemas de apoio;
eficiência operacional e segurança. c) A regularidade da quantidade do combustível dispo-
3 — Compete à ENMC, E.P.E., regulamentar os me- nibilizado ao consumidor;
canismos previstos no número anterior, após consulta ao d) O atendimento dos clientes;
Conselho Nacional para os Combustíveis e à Autoridade e) Os meios de apoio disponibilizados aos clientes para
da Concorrência, com vista a evitar o tratamento discri- abastecimento;
minatório de distribuidores e consumidores. f) As condições das infraestruturas destinadas ao pú-
4 — A comercialização de gás engarrafado pode ser feita blico.
em unidades de aferição de peso, nos termos a regulamentar
por portaria do membro do Governo responsável pela área 2 — A auditoria obedece a critérios estabelecidos pelo
da energia, sob proposta da ENMC, E.P.E.. Regulamento da Qualidade de Abastecimento dos Com-
bustíveis, a aprovar pela ENMC, E.P.E., após consulta
CAPÍTULO III ao Conselho Nacional para os Combustíveis, e implica a
apresentação de um relatório individualizado por operador
Consumidores que permita aferir a qualidade do serviço prestado.
3 — Para efeito do disposto no número anterior, é esta-
Artigo 22.º belecida uma metodologia que permita a ordenação qua-
Direitos litativa dos comercializadores retalhistas relativamente à
qualidade do serviço prestado.
1 — Todos os consumidores têm o direito de escolher 4 — Os comercializadores retalhistas colaboram com
o seu comercializador de produtos de petróleo. as ações e os procedimentos de inspeção de qualidade do
2 — São também direitos dos consumidores: combustível objeto de comercialização e do serviço pres-
a) [Revogada]; tado, fornecendo o combustível estritamente necessário à
b) Acesso à informação, nomeadamente, sobre preços e recolha da amostragem, em conformidade com as normas
tarifas aplicáveis e condições normais de acesso aos produtos e os procedimentos legais aplicáveis e com as fichas de
e aos serviços, de forma transparente e não discriminatória; especificação de produto, sem direito ao reembolso do
c) Ausência de pagamento por mudança de comercia- valor, ficando assegurado o direito de verificar e contestar
lizador; os resultados.
d) Acesso à informação sobre os seus direitos, desig- 5 — A ENMC, E.P.E., no âmbito do sistema metroló-
nadamente no que se refere a serviços considerados es- gico nacional, procede à realização de verificações ex-
senciais; traordinárias ao equipamento métrico de distribuição de
e) Qualidade e segurança dos produtos e serviços pres- combustíveis.
tados;
f) Disponibilização de procedimentos transparentes, Artigo 23.º-B
simples e a baixo custo para o tratamento das suas queixas Transparência e divulgação
e reclamações relacionadas com o abastecimento de GPL
canalizado, permitindo que os litígios sejam resolvidos 1 — A ENMC, E.P.E., no âmbito do exercício das
de modo justo e rápido, prevendo um sistema de com- competências de supervisão, está vinculada ao princípio
pensação. da transparência, sem prejuízo do respeito pelo dever de
Artigo 23.º confidencialidade no tratamento de informação de natu-
reza comercialmente sensível ou protegida por direitos
Deveres de propriedade industrial, nos termos a regulamentar pela
Constituem deveres dos consumidores: ENMC, E.P.E., após consulta ao Conselho Nacional para
os Combustíveis.
a) Prestar as garantias a que estiverem obrigados por lei; 2 — Para efeito do disposto no número anterior, a
b) Proceder aos pagamentos a que estiverem obrigados; ENMC, E.P.E., fica obrigada a:
c) Contribuir para a melhoria da proteção do ambiente;
d) Contribuir para a melhoria da eficiência energética e a) Comunicar às entidades legalmente competentes
da utilização racional dos meios e dos produtos de petróleo; todas as irregularidades detetadas no âmbito das auditorias
e) Manter em condições de segurança as suas instala- previstas no artigo anterior no prazo de 10 dias;
ções e equipamentos, nos termos das disposições legais b) Divulgar no seu sítio oficial na Internet, os resultados
aplicáveis; das auditorias realizadas;
f) Facultar todas as informações estritamente necessárias c) Disponibilizar no seu sítio oficial na Internet a in-
ao fornecimento de produtos de petróleo. formação aos consumidores sobre os preços de venda e
de referência dos combustíveis e do GPL engarrafado, e a
Artigo 23.º-A respetiva metodologia de cálculo dos preços de referência.
Monitorização da qualidade de serviço aos consumidores
3 — As entidades legalmente competentes, quando so-
1 — A monitorização da qualidade de serviço cabe à licitado pela ENMC, E.P.E., para efeitos de monitorização
ENMC, E.P.E., nomeadamente através de auditorias aos da qualidade de serviço, prestam informação sobre os
9104 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

resultados das denúncias efetuadas nos termos da alínea a) metodologia de definição das condições comerciais de
do número anterior. acesso às instalações previstas no presente artigo.
6 — O membro do Governo responsável pela área da
energia, através de portaria, sob proposta da ENMC, E.P.E.,
CAPÍTULO IV após consulta ao Conselho Nacional para os Combustíveis
Acesso de terceiros e regulação e à Autoridade da Concorrência, pode estabelecer tarifas
e condições para acesso a zonas do país onde não existam
Artigo 24.º infraestruturas alternativas técnicas e económicas de trans-
porte e armazenamento, ou caso estas sejam consideradas
Acesso às grandes instalações de armazenamento e transporte inadequadas tecnicamente.
de petróleo bruto e produtos de petróleo
7 — O disposto nos números anteriores não prejudica
1 — Os titulares de instalações de transporte por con- que, em base voluntária, os operadores das demais insta-
duta, ou armazenamento de petróleo bruto e de produtos lações não previstas no n.º 1 e que queiram ceder o acesso
de petróleo declaradas de interesse público, nos termos do a terceiros a essas instalações o façam, desde que sejam
artigo 34.º-A, devem permitir o acesso às mesmas, através respeitadas as condições de segurança e de exploração, de
de uma solução negociada, em condições técnicas e eco- modo não discriminatório e transparente.
nómicas não discriminatórias, transparentes e objetivas, 8 — As condições do acesso às instalações referidas no
aplicando preços que devem tornar públicos. número anterior são livremente estabelecidas entre os inte-
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, os ressados, não podendo ser discriminatórias relativamente
titulares de instalações de transporte por conduta, ou arma- a outros utilizadores.
zenamento de produtos petrolíferos devem, ainda, cumprir
as seguintes obrigações: Artigo 24.º-A
a) Comunicar à ENMC, E.P.E., os pedidos de acesso Congestionamentos físicos
às suas instalações, os contratos estabelecidos, os preços 1 — Quando ocorra ou seja previsível que venham a
praticados, os termos de utilização das instalações, bem ocorrer, de acordo com a informação publicada nos termos
como as alterações que ocorram nos mesmos, no período da alínea c) do n.º 2 do artigo anterior, congestionamen-
máximo de 30 dias após a sua ocorrência; tos físicos no acesso a instalações de armazenamento e
b) Apresentar anualmente à ENMC, E.P.E., a metodolo- transporte por conduta declaradas de interesse público, a
gia tarifária a aplicar, incluindo os vários tipos de desconto ENMC, E.P.E., pode, oficiosamente ou a pedido de qual-
a praticar, o sistema de acesso de terceiros às suas instala- quer interessado, implementar medidas de resolução de
ções e o plano anual de investimento, definidos em respeito congestionamentos.
pelas boas práticas internacionais para ativos semelhantes, 2 — As medidas de resolução de congestionamentos
pelos princípios da transparência e da não discriminação, obedecem aos princípios da transparência, proporcionali-
garantindo a correta remuneração do capital investido e dade e não discriminação e devem recorrer a mecanismos
refletindo os custos suportados; de mercado para alocação de capacidade.
c) Publicar, de forma atualizada, a capacidade disponí- 3 — A ENMC, E.P.E., define, em regulamento, após
vel das suas instalações para utilizações de curto, médio consulta ao Conselho Nacional para os Combustíveis, as
e longo prazo, bem como a capacidade contratada e sua medidas de resolução de congestionamentos e os respetivos
duração, a capacidade realmente utilizada, os congestio- procedimentos, considerando a segurança do abasteci-
namentos físicos e contratuais registados e as ampliações, mento, através do normal funcionamento das instalações
melhorias e mudanças planeadas, acompanhadas da res- de refinação, e as melhores práticas internacionais.
petiva calendarização de entrada em serviço.
Artigo 24.º-B
3 — A ENMC, E.P.E., através de regulamento com con-
sulta ao Conselho Nacional para os Combustíveis, define Instalações de armazenamento distribuição
de GPL canalizado
a duração das utilizações de curto, médio e longo prazos
para efeito de prevenção do congestionamento contratual 1 — As grandes instalações de armazenamento e distri-
do acesso às instalações declaradas de interesse público, buição de GPL canalizado para efeitos da comercialização
bem como as situações de impedimento de acesso por falta ao cliente final devem permitir o acesso às mesmas, atra-
de pagamento de obrigações decorrentes de utilizações vés de uma solução negociada e em condições técnicas e
anteriores. económicas não discriminatórias, transparentes, objetivas
4 — Os titulares de instalações de transporte por con- e publicitadas.
duta, ou armazenamento de produtos petrolíferos decla- 2 — Para efeito do disposto no número anterior a
radas de interesse público devem: ENMC, E.P.E., após consulta ao Conselho Nacional para
os Combustíveis e à Autoridade da Concorrência, emite
a) Garantir uma reserva mínima de 10 % de capacidade
regulamentos sobre:
disponível para utilizações de curto prazo;
b) Assegurar a disponibilização das instalações sempre a) As condições de relacionamento comercial entre os
que as propostas de utilização de longo prazo não sejam agentes e os clientes;
concretizadas. b) As condições de qualidade de serviço;
c) As condições e tarifas de acesso.
5 — Sempre que tal seja recomendado pela Autoridade
da Concorrência, com vista à resolução de falhas de con- 3 — O disposto no artigo 21.º-B é aplicável, com as
corrência no mercado, a ENMC, E.P.E., após consulta ao devidas adaptações, a instalações de armazenamento e
Conselho Nacional para os Combustíveis, pode definir a distribuição de GPL canalizado.
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9105

Artigo 24.º-C b) O acesso às instalações de armazenamento e distri-


Obrigações de informação e simplificação administrativa
buição de GPL para consumo final para efeitos de comer-
cialização de GPL canalizado.
1 — Os intervenientes previstos nas alíneas a) a e) do
artigo 13.º prestam a informação necessária para a super- Artigo 26.º
visão e monitorização do SPN.
Âmbito e competências de regulação
2 — Para efeito do disposto no número anterior, as
entidades licenciadoras competentes, nos termos do [Revogado].
Decreto-Lei n.º 267/2002, de 26 de novembro, alterado
pelos Decretos-Leis n.os 389/2007, de 30 de novembro,
31/2008, de 25 de fevereiro, e 195/2008, de 6 de outu- CAPÍTULO V
bro, e republicado pelo Decreto-Lei n.º 217/2012, de 9 de Segurança do abastecimento
outubro, e 15/2015, de 16 de fevereiro, disponibilizam
à ENMC, E.P.E., a informação recolhida no âmbito dos
Artigo 27.º
procedimentos de licenciamento, bem como outra que seja
considerada relevante para a monitorização do SPN. Monitorização do mercado e da segurança do abastecimento
3 — A informação referida no n.º 1 é definida em re-
gulamento da ENMC, E.P.E., após consulta ao Conselho 1 — Compete à ENMC, E.P.E., a monitorização do
Nacional para os Combustíveis. mercado no âmbito do SPN.
4 — As entidades sujeitas a obrigação de constituição 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a
e manutenção de reservas de segurança e estratégicas, nos ENMC, E.P.E., deve, nomeadamente:
termos do presente decreto-lei, enviam à ENMC, E.P.E., até a) Acompanhar as condições de aprovisionamento do
ao dia 10 de cada mês, as seguintes informações referentes País em petróleo bruto e produtos de petróleo, em função
ao último dia do mês anterior: das necessidades futuras do consumo;
a) Quantidades detidas em reservas, produto a produto; b) Acompanhar o desenvolvimento e a utilização das
b) Localização, produto a produto, dos reservatórios capacidades de refinação, armazenamento, transporte, dis-
respetivos; tribuição e comercialização de produtos de petróleo;
c) Quantidades que se encontram em reservatórios pró- c) Promover o livre acesso à compra e venda de produtos
prios e quantidades que foram contratadas a terceiros, petrolíferos;
incluindo, neste último caso, a identificação destes e do d) Constituir e gerir a manutenção das reservas estraté-
contrato respetivo; gicas, nos termos do Decreto-Lei n.º 165/2013, de 16 de
d) Movimento dos produtos de petróleo, produto a produto; dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 130/2014, de 29 de
e) Quantidades introduzidas no mercado nacional, di- agosto.
retamente por si ou por interposta entidade.
3 — Até ao final de cada ano, a ENMC, E.P.E., após
5 — A informação sobre os preços e as quantidades parecer da DGEG, apresenta ao membro do Governo res-
comercializadas em cada posto de abastecimento é prestada ponsável pela área da energia o relatório de monitorização
através de formulário único para o efeito, a aprovar pelo do mercado e da segurança do abastecimento, com indi-
membro do Governo responsável pela área da energia. cação das medidas adotadas e a adotar tendo em vista o
6 — Para efeitos do disposto no presente artigo, a reforço da segurança de abastecimento do SPN.
ENMC, E.P.E., pode, nos termos previstos na Lei n.º 6/89, 4 — O Governo faz publicar o relatório sobre a moni-
de 15 de abril, solicitar as informações estatísticas que se torização da segurança de abastecimento e dele dá conhe-
revelem necessárias ao exato conhecimento do mercado cimento à Assembleia da República.
do petróleo bruto e dos produtos de petróleo, salvo quando
se trate de informação confidencial ou comercialmente Artigo 28.º
sensível ou protegida por direitos de propriedade industrial,
nos termos a regulamentar pela ENMC, E.P.E.. Garantia de abastecimento

1 — Compete ao Governo, sem prejuízo dos meca-


Artigo 25.º nismos de mercado, promover as condições destinadas a
Supervisão garantir o abastecimento de produtos de petróleo em todo
o território.
1 — Compete à ENMC, E.P.E., a supervisão das ativida- 2 — Para efeitos do número anterior, o Governo pode
des do SPN e do acesso às infraestruturas referidas nos artigos impor obrigações de serviço público, nos termos a definir
24.º e 24.º-B nos termos definidos no presente decreto-lei. em legislação complementar.
2 — Sem prejuízo das competências da Autoridade da
Concorrência, a supervisão visa contribuir para o exercício Artigo 29.º
das atividades do SPN em termos objetivos, transparentes
e não discriminatórios, promovendo a satisfação das obri- Reservas de segurança de produtos de petróleo
gações de serviço público e emitindo para esses efeitos a 1 — Para assegurar o abastecimento do mercado devem
necessária regulamentação. ser constituídas reservas de segurança.
3 — A supervisão abrange: 2 — A constituição, a modalidade e as entidades obri-
a) O acesso às grandes instalações de armazenamento, gadas a constituir reservas de segurança são reguladas no
transporte e distribuição por conduta, que tenham sido Decreto-Lei n.º 165/2013, de 16 de dezembro, alterado
objeto de declaração de interesse público; pelo Decreto-Lei n.º 130/2014, de 29 de agosto.
9106 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

3 — A constituição de reservas deve respeitar os com- Artigo 34.º


promissos internacionais assumidos por Portugal, desig- Utilidade pública
nadamente, no âmbito da União Europeia e da Agência
Internacional de Energia. 1 — O membro do Governo responsável pela área da
energia pode, mediante despacho, declarar a utilidade pú-
Artigo 30.º blica de instalações petrolíferas.
2 — O reconhecimento do interesse da instalação para
Reservas estratégicas a economia nacional e o seu caráter estruturante para a
[Revogado]. segurança ou autonomia do abastecimento, pode funda-
mentar a declaração de utilidade pública tendo por efeito
Artigo 31.º a expropriação de bens imóveis, nos termos do Código das
Expropriações, bem como a constituição de servidões ou a
Utilização das reservas requisição e a utilização de bens de domínio público, nas
1 — As reservas devem, em caso de perturbação grave condições definidas pela legislação aplicável.
ou de crise energética, ser mobilizadas para assegurar o 3 — As grandes instalações de armazenamento e os
abastecimento a entidades consideradas prioritárias. centros de operação logística objeto de expropriação são
concessionados em regime de serviço público.
2 — As condições de utilização das reservas são esta-
belecidas em legislação complementar.
Artigo 34.º-A
Artigo 32.º Interesse público

Centros de operação logística 1 — Podem ser consideradas de interesse público as


instalações petrolíferas de armazenamento e de transporte
1 — O Governo deve fomentar a criação, em locais por conduta, que pelas suas características físicas, nomea-
estratégicos do território nacional, de centros de operação damente a sua capacidade e localização, e pela inexistência
logística, conjugando grandes instalações de armazena- de alternativas viáveis à sua utilização, devam estar aces-
mento e instalações de transporte por conduta, de molde síveis em condições de concorrência, transparência e não
a constituírem um sistema integrado de abastecimento do discriminação, nos termos definidos no presente decreto-lei
País em produtos de petróleo. e respetiva regulamentação.
2 — Por forma a garantir o regular funcionamento do 2 — Para efeito do disposto no número anterior, podem
mercado petrolífero, a ENMC, E.P.E., pode participar na ser declarados de interesse público os centros de operação
sociedade ou sociedades proprietárias dos centros referidos logística e as grandes instalações de armazenamento, tal
no número anterior, em conjunto com outros operadores como definidos nas alíneas b) e o) do artigo 3.º
ou com quaisquer outras entidades, ainda que estranhas 3 — A declaração de interesse público compete ao
ao SPN. membro do Governo responsável pela área da energia,
3 — A operação destes centros deve garantir o acesso sob proposta da ENMC, E.P.E., após consulta ao Con-
aos operadores em condições não discriminatórias e trans- selho Nacional para os Combustíveis e à Autoridade da
parentes, conforme o disposto no artigo 24.º Concorrência.
4 — À sociedade ou sociedades proprietárias dos cen- 4 — A Autoridade da Concorrência pronuncia-se, no
tros referidos no n.º 1 são aplicáveis os impedimentos prazo máximo de 30 dias, no âmbito das suas competências.
previstos no n.º 3 do artigo 12.º-A. 5 — São declaradas de interesse público as grandes
5 — A participação societária referida no n.º 2 é tem- instalações petrolíferas existentes, conforme definidas na
porária, ficando limitada ao prazo de um ano a contar da alínea p) do artigo 3.º
data do respetivo registo comercial, apenas podendo ser
prorrogada em casos excecionais, devidamente fundamen- Artigo 34.º-B
tados, por despacho do membro do Governo responsável Código do Procedimento Administrativo
pela área da energia.
Os procedimentos previstos no presente decreto-lei
regem-se subsidiariamente pelo Código do Procedimento
CAPÍTULO VI Administrativo.
Licenciamento das instalações
CAPÍTULO VII
Artigo 33.º Disposições complementares, transitórias e finais
Licenciamento das instalações
Artigo 35.º
1 — O estabelecimento, a alteração e a exploração das
instalações de petróleo bruto e de produtos de petróleo, Continuação de atividade e pedidos pendentes
bem como a sua transmissão, encerramento e desmante- 1 — As licenças ou autorizações concedidas à data da
lamento, estão sujeitos a licenciamento pelas entidades publicação do presente decreto-lei mantêm-se válidas, sem
administrativas competentes, nos termos da legislação prejuízo do estabelecido no número seguinte.
especial aplicável. 2 — O exercício das atividades correspondentes às li-
2 — A regulamentação técnica e de segurança das ins- cenças ou autorizações referidas no número anterior passa
talações de armazenamento é definida por portaria do a processar-se nos termos do presente decreto-lei e da
membro do Governo responsável pela área da energia. legislação complementar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015 9107

Artigo 36.º b) DGEG no que respeita ao licenciamento das insta-


Instalações petrolíferas para uso das Forças Armadas
lações da sua competência, e à regulamentação técnica
das instalações.
O licenciamento, a inspeção e a fiscalização das ins-
talações petrolíferas para uso das Forças Armadas que se 2 — A ENMC, E.P.E., e a DGEG colaboram entre
situem em zonas ou instalações de interesse para a defesa si, no sentido de assegurar o bom desempenho da fis-
nacional são realizados pelos órgãos competentes de cada calização do cumprimento das disposições do presente
um dos ramos das Forças Armadas. decreto-lei.
3 — O interveniente do SPN que esteja a ser fiscalizado
Artigo 37.º
deve facultar às entidades fiscalizadoras referidas no n.º 1,
Características e utilização dos produtos de petróleo a entrada nas suas instalações, bem como fornecer as infor-
1 — Os produtos de petróleo colocados no mercado mações que sejam, fundamentadamente, solicitadas.
devem possuir a qualidade adequada à sua utilização e 4 — A ENMC, E.P.E., pode solicitar a colaboração das
obedecer às características e às especificações técnicas demais entidades com competências de licenciamento das
estabelecidas em legislação complementar. instalações nos termos da legislação aplicável.
2 — Não é permitida a comercialização a clientes finais,
nem a utilização, por estes clientes, de produtos de petróleo Artigo 40.º-A
que não cumpram as especificações legais. Suspensão provisória
3 — A utilização de produtos de petróleo pode ser res-
tringida ou condicionada por razões relacionadas com a 1 — No decurso da fiscalização do cumprimento das
proteção da saúde, do ambiente e do património, cabendo disposições do presente decreto-lei podem as entidades
ao membro do Governo responsável pela área da energia referidas no n.º 1 do artigo anterior determinar a suspen-
definir essa restrição e à ENMC, E.P.E., monitorizar o seu são imediata, e de forma transitória, da atividade dos
cumprimento pelos intervenientes do SPN. intervenientes do SPN, por um período não superior a
12 horas, quando e enquanto tal se revele indispensável
Artigo 38.º para:
Mediação a) A recolha de elementos de prova;
1 — Os conflitos entre os operadores, os comerciali- b) Para a identificação dos agentes da infração.
zadores e os clientes, no âmbito da prestação de serviços
integrados na definição de serviços públicos essenciais, 2 — A determinação da suspensão provisória prevista
podem ser resolvidos por recurso a mediação. no número anterior pode ainda ocorrer, por um período
2 — Compete ao Governo, através da ENMC, E.P.E., não superior a 12 horas, se estiver em causa a segurança
e no âmbito dos serviços públicos essenciais, promover a de pessoas e bens.
mediação, tendo em vista a resolução de conflitos entre os 3 — O interveniente do SPN que esteja a ser fiscalizado
operadores, os comercializadores e os clientes. deve facultar às entidades fiscalizadoras referidas no n.º 1,
3 — O disposto no número anterior não se aplica, nos a entrada nas suas instalações, bem como fornecer as infor-
casos em que o conflito envolva sociedades nas condições mações que sejam, fundamentadamente, solicitadas.
referidas no n.º 2 do artigo 32.º
Artigo 40.º-B
Artigo 39.º
Contraordenações e coimas
Garantias
1 — Os operadores e os comercializadores devem cons- 1 — Constitui contraordenação punível com coima de
tituir e manter em vigor um seguro de responsabilidade € 500 a € 3 740, no caso de pessoas singulares, e de € 3 500
civil, proporcional ao potencial risco inerente às ativi- a € 44 890, no caso de pessoas coletivas:
dades, de montante a definir nos termos da legislação a) O incumprimento, pelos intervenientes do SPN que
complementar. exercem as atividades referidas nas alíneas a) a d) do n.º 1
2 — Cumulativamente, aos operadores e aos comerciali- do artigo 12.º, das obrigações de certificação, de separação
zadores pode ser exigida a prestação de caução a definir em contabilística e de separação jurídica e patrimonial previs-
legislação complementar, destinando-se, nomeadamente: tas nos artigos 12.º-A, 12.º-B e 12.º-C;
a) A facilitar a reposição do equilíbrio ambiental; b) O incumprimento, pelos intervenientes do SPN que
b) A fazer face a situações de emergência relacionadas exercem as atividades referidas nas alíneas a) a d) do n.º 1 do
com a salvaguarda de pessoas e bens. artigo 12.º, da obrigação de registo prevista no artigo 13.º-A;
c) O incumprimento, pelos comercializadores grossistas
Artigo 40.º e retalhistas, das obrigações previstas no artigo 20.º;
Fiscalização d) O incumprimento, pelos comercializadores retalhistas
de GPL engarrafado, da obrigação prevista no n.º 2 do
1 — Sem prejuízo das competências próprias de outras artigo 21.º-C;
entidades, nos termos da respetiva legislação especial, a e) O incumprimento, pelos comercializadores grossistas
fiscalização do cumprimento das disposições do presente e retalhistas, das obrigações de prestação de informação à
decreto-lei e regulamentação complementar incumbe às ENMC, E.P.E., nos termos do artigo 24.º-C;
seguintes entidades: f) O incumprimento, pelos intervenientes referidos no
a) ENMC, E.P.E., no que respeita à supervisão do fun- n.º 1 do artigo 24.º, das obrigações aí previstas quanto ao
cionamento do SPN; regime de acesso a terceiros;
9108 Diário da República, 1.ª série — N.º 204 — 19 de outubro de 2015

g) O incumprimento, pelos intervenientes do SPN que Portaria n.º 368/2015


exercem as atividades referidas nas alíneas a) a d) do n.º 1
do artigo 12.º, das obrigações de prestação de informação de 19 de outubro
à ENMC, E.P.E., nos termos do artigo 24.º-C.
O Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, que
2 — A negligência é punível, sendo os limites mínimos
e máximos das coimas reduzidos para metade. estabelece o regime jurídico de Avaliação de Impacte Am-
3 — A tentativa é punível com a coima aplicável à con- biental (AIA), prevê no Artigo 49.º a sujeição à cobrança
traordenação consumada, especialmente atenuada. de taxas destinadas a custear os encargos administrati-
vos associados aos procedimentos de dispensa de AIA,
Artigo 40.º-C de definição do âmbito de Estudo de Impacte Ambiental
(EIA), de AIA, de verificação da conformidade ambiental
Sanções acessórias
do projeto de execução e de qualificação de verificadores
Em função da gravidade das infrações e da culpa do de pós-avaliação.
agente, podem ser aplicadas sanções acessórias previstas Por outro lado, nos casos em que há lugar a modificação
no n.º 1 do artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de de projeto ou a necessidade de prever medidas adicionais
outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de 17 de de minimização ou compensação apenas há lugar ao pa-
outubro, 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001, de 17 de gamento de um adicional à taxa.
fevereiro, e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de setembro. Com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 151-B/2013,
de 31 de outubro, torna-se necessário proceder a uma re-
Artigo 40.º-D
visão das taxas a cobrar no âmbito deste regime jurídico,
Instrução dos processos e aplicação das coimas tendo por base a experiência adquirida com a aplicação
e sanções acessórias
da Portaria n.º 1102/2007, de 7 de setembro.
Cabe à ENMC, E.P.E., instaurar e instruir os proces- Assim:
sos relativos às contraordenações previstas no presente Ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 49.º do
decreto-lei, competindo ao presidente do seu conselho de Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, alte-
administração a aplicação das respetivas coimas e sanções rado pelo Decreto-Lei n.º 47/2014, de 24 de março, e
acessórias. pelo Decreto-Lei n.º 179/2015, de 27 de agosto, manda
o Governo, pelo Secretário de Estado do Ambiente, o
Artigo 40.º-E seguinte:
Destino do produto das coimas

O produto das coimas reverte em: Artigo 1.º


a) 60 % para o Estado; Procedimento de dispensa de AIA
b) 30 % para a ENMC, E.P.E.; 1 — A autoridade de AIA cobra uma taxa de € 2 000 no
c) 10 % para a DGEG. âmbito do procedimento de dispensa de AIA.
2 — O valor da taxa deve ser pago pelo proponente no
Artigo 40.º-F
prazo de 15 dias após a notificação para pagamento pela
Regime subsidiário respetiva Autoridade de AIA.
Às contraordenações previstas no presente decreto-lei é
subsidiariamente aplicável o regime geral do ilícito de mera Artigo 2.º
ordenação social, constante do Decreto-Lei n.º 433/82, de
27 de outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de Procedimento de definição de âmbito do EIA
17 de outubro, 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001, de 1 — A autoridade de AIA cobra as seguintes taxas no
17 de fevereiro, e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de setembro. âmbito do procedimento de definição de âmbito do EIA,
consoante:
Artigo 41.º
Regime transitório
a) Não haja lugar a realização de consulta pú-
blica — 2 000 €;
[Revogado]. b) Haja lugar a realização de consulta pública — 2 300 €.
Artigo 42.º 2 — Sempre que o procedimento tenha como objeto
Norma revogatória mais do que um projeto abrangido pelo regime jurídico
de AIA, o valor da taxa a cobrar é o resultado da soma
É revogada a Lei n.º 1947, de 12 de fevereiro de 1937.
dos valores das taxas a aplicar a cada um dos projetos, de
Artigo 43.º acordo com o critério estabelecido no n.º 1, multiplicado
pelo fator 0,75.
Entrada em vigor 3 — O valor da taxa deve ser pago pelo proponente no
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte prazo de 15 dias após a notificação para pagamento pela
ao da sua publicação. respetiva Autoridade de AIA.

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