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ENGENHARIA DE PETRÓLEO
MACAÉ
2017
BRENDON JOSÉ DE ARAÚJO ALVES FÉLIX
MACAÉ
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________________________________
M. Sc. André Aleixo Manzela – Orientador
Universidade Estácio de Sá
___________________________________________________________________
M. Sc. Júlio Cesar Pereira
Universidade Estácio de Sá
___________________________________________________________________
D. Sc. George Nocchi
Universidade Estácio de Sá
Às nossas famílias que nos apoiaram nessa jornada
AGRADECIMENTOS
Em especial à nossa família, que nos apoiou a cada momento, nos motivando e nos
fazendo acreditar que poderíamos realizar os nossos sonhos.
Ao Orientador e Professor André Aleixo Manzela, que nos orientou nesse Trabalho de
Conclusão de Curso.
E a todos os nossos colegas que também participaram dessa jornada!
Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o
homem que adquire conhecimento;
Pv 3, 13-15.
RESUMO
O Escoamento multifásico pode ser definido como o escoamento de dois ou mais fluidos com
propriedades diferentes em uma tubulação. Esse tipo de fluxo pode ser encontrado nas fases
de produção e transporte de óleo e gás natural. Para entender melhor o seu comportamento
foram desenvolvidas correlações empíricas e modelos mecanicistas, que aplicados ao fluxo
multifásico podem determinar ou prever o gradiente de pressão e os tipos de fluxo no percurso
dos dutos de escoamento. O estudo dessas correlações é fundamental para uma melhor
compreensão dos escoamentos multifásicos, seus padrões de fluxo, queda de pressão. Além
dessas características as correlações são importantes na determinação do retorno econômico
da produção de campos de Petróleo, nas medições e vazões volumétricas, no
dimensionamento de equipamentos e no gerenciamento da produção de um poço. O objetivo
central desse trabalho é discutir as principais correlações que regem os regimes de fluxo
multifásicos de óleo e gás natural em dutos submarinos e alguns desafios nas aplicações
desses conceitos em poços de Petróleo do Pré-sal.
The multiphase flow can be definition like the flow of two or more fluid with different
properties in a pipeline. This type of fluid can be found in production phases, transportation of
oil and natural gas. To understand better your behavior, were developed empirical correlations
and mechanistic model that applied to multiphase flow can be to determine or to predict the
pressure gradient and the type of flow on the path in flow ducts. The study this correlations is
essential for better understanding of the multiphase flow, their flow patterns, pressure drop. In
addition this characteristic, the correlations are important in determining return economic of
oil field production, in measurements and volumetric flow, in dimensions and equipment and
oil field production management. The main purpose this work is discuss the main correlations
governing the multiphase flow regimes of oil and natural gas in submarine pipeline and some
challenges Pre-salt oil fields applications of these concepts.
Tabela 6 - Resultado do cálculo da perda de carga por fricção com a aplicação da correlação
de Beggs e Brill......................................................................................................56
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Produção de óleo e gás natural nos poços de 7LL11RJS e 7BAZ6ESS .............. 55
PE Pressão no Reservatório
°F Graus Fahrenheit
Fator de atrito
QL Vazão de líquido
um Velocidade da mistura
usg Velocidade superficial de gás
usL Velocidade superficial de líquido
Vgdosc Volume de gás dissolvido no óleo em condições padrão
w Vazão mássica
1. INTRODUÇÃO 19
1.1. OBJETIVOS 20
1.1.1. Objetivo Geral 20
1.1.2. Objetivos específicos 20
1.2. JUSTIFICATIVA 21
1.3. PROBLEMÁTICA 21
1.4. HIPÓTESE 21
2. ELEVAÇÃO E ESCOAMENTO DO PETRÓLEO 22
2.1. ELEVAÇÃO DE PETRÓLEO 22
2.1.1. Elevação Natural – Produzindo por Surgência 22
2.1.2. Elevação artificial 23
2.1.2.1. Gas Lift 24
2.1.2.2. Bombeio mecânico (BM) 26
2.1.2.3. Bombeio Centrífugo Submerso (BCS) 27
2.1.2.4. Bombeio por Cavidades Progressivas (BCP) 28
2.2. ESCOAMENTO DE PETRÓLEO 29
2.2.1. Definições Básicas 29
2.2.2. Padrões de escoamento horizontal 29
2.2.2.1. Estratificado ou Segregado 30
2.2.2.2. Bolhas dispersas 30
2.2.2.3. Estratificado ondulado 30
2.2.2.4. Anular 31
2.2.2.5. Golfadas ou Intermitente 31
2.2.3. Padrões de Escoamento Verticais 32
2.2.3.1. Padrão de Bolha 32
2.2.3.2. Padrão de Golfadas 32
2.2.3.3. Padrão de Transição ou Caótico 33
2.2.3.4. Padrão Anular 33
2.3. FATORES QUE IMPACTAM NA PRODUÇÃO 33
2.4. FLUXO MONOFÁSICO, BIFÁSICO E MULTIFÁSICO 34
2.4.1. Fluxo monofásico 34
2.4.2. Fluxo bifásico 34
2.4.3. Fluxo multifásico 34
2.5. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS 35
2.5.1. Densidade relativa ou gravidade específica (γ) 35
2.5.2. Grau API (American Petroleum Institute) 36
2.5.3. Basic Sediment and Water (BSW) 36
2.5.4. Razão de gás-óleo (RGO) 36
2.5.5. Razão gás-líquido (RGL) 37
2.5.6. Razão água-óleo (RAO) 37
2.5.7. Razão de solubilidade do gás no óleo (Rso) 37
2.5.8. Razão de solubilidade do gás na água (Rsw) 37
2.5.9. Fator volume de formação do óleo (Bo) 38
2.5.10. Fator volume de formação da água (Bw) 38
2.5.11. Fator volume de formação do gás (Bg) 39
2.5.12. Viscosidade (µf) 39
2.5.13. Velocidade superficial de líquido (usL) 39
2.5.14. Velocidade superficial de gás (usg) 40
2.5.15. Velocidade da mistura (um) 40
2.5.16. Velocidade de deslizamento ou escorregamento (ou drift velocity) (ud) 40
2.5.17. Fração (ou hold-up) de líquido (HL) 41
2.5.18. Fração de vazio ou hold-up de gás (Hg) 41
2.5.19. Fração de líquido sem escorregamento (ou no-slip hold-up)( λL) 41
2.5.20. Fração de vazio (ou hold-up de gás) sem escorregamento ( λg) 41
2.6. CORRELAÇÕES DE FLUXO 42
2.6.1. Correlação em fluxo monofásico 42
2.6.2. Correlação em fluxo multifásico 43
2.6.3. Principais autores e a classificação de suas correlações 43
2.6.4. Fatores que influenciam as correções 44
2.6.5. Principais correlações na indústria Petrolífera 44
2.6.5.1. Hagedorn & Brown 45
2.6.5.2. Beggs e Brill 45
2.6.5.3. Aziz e Govier 46
2.6.5.4. Mukherjee e Brill 46
3. PRÉ-SAL 48
3.1. FORMAÇÃO DO PRÉ-SAL 49
3.2. PRODUÇÃO 50
3.3. A QUALIDADE DO ÓLEO DO PRÉ-SAL 51
4. ESTUDO DE CASO 53
5. CONCLUSÕES 58
5.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 58
REFERÊNCIAS 60
ANEXOS 64
NÚMERO DE REYNOLDS 64
DIAGRAMA DE MOODY 64
19
1. INTRODUÇÃO
Uma das principais atividades que impulsionam a economia global são a exploração e
produção de petróleo, que é uma importante fonte de energia não renovável e apresenta uma
gama de variedades de subprodutos que são essenciais para outras indústrias. E as
perspectivas de escassez desse recurso, conhecido como “ouro negro”, estimula a busca por
novos campos petrolíferos viáveis economicamente para a sua produção. O Pré-Sal é a
descoberta mais recente no Brasil e para sua exploração e explotação exige-se uma
transformação progressiva nas máquinas e bases tecnológicas, assim como inovação e novos
modelos de gerenciamento para essa riqueza. (TERRA, 2014).
1.1. OBJETIVOS
1.2. JUSTIFICATIVA
1.3. PROBLEMÁTICA
Com a produção de óleo e gás em áreas cada vez mais profundas, tem-se a necessidade
de um maior monitoramento e controle. Com a análise de padrões de escoamento é possível
fazer previsões da produção de fluxo multifásicas através de modelos matemáticos. Mas como
as correlações podem influenciar no gerenciamento de poços no Pré-sal?
1.4. HIPÓTESE
Essa elevação pode ser feita de duas formas diferentes, a elevação natural e a elevação
artificial.
A elevação natural, ou seja, aqueles poços de petróleo que não necessitam de métodos
artificiais para realizar a sua produção (Figura 1). Ela ocorre quando a pressão interna do
reservatório é suficiente para que o fluido vença a gravidade e alcance livremente a superfície,
utilizando a própria energia do reservatório, sem a necessidade de um método que forneça
energia adicional externa, neste tipo de caso pode-se afirmar que o poço em questão é um
poço surgente (LEONEZ, 2011).
23
Normalmente ocorre no início da vida produtiva das jazidas, porém com o passar do
tempo e o aumento da produção acumulada, a pressão do reservatório vai declinando
tornando-se insuficiente para deslocar os fluidos até a superfície numa vazão econômica ou
conveniente de tal modo que se faça necessário à utilização de métodos de elevação artificial
(THOMAS, 2004).
A elevação artificial pode ser realizada por meio de métodos bombeados, realizando a
instalação de bombas especiais, ou por métodos pneumáticos, quando ocorre a injeção de gás
natural dentro da coluna de produção, diminuindo a densidade do fluido, reduzindo
24
necessidade de energia necessária à elevação, de tal modo que a energia do reservatório seja
suficiente para a elevação até a superfície (THOMAS, 2004).
Quando há necessidade de uma energia auxiliar para que os fluidos sejam conduzidos
até a superfície, chamamos de elevação artificial. Para esse processo, utilizam-se diversos
métodos, dentre eles, os mais conhecidos são estes:
O Gas Lift é uma técnica de elevação que usa a energia de um gás pressurizado para
elevar o fluido contido em um poço, de um nível mais baixo até a superfície. O gás injetado
reduz a densidade do fluido produzido, tornando-o mais leve e, consequentemente, mais fácil
de escoar, uma vez que a pressão requerida para o deslocamento torna-se menor (THOMAS,
2004).
Este tipo de processo pode ocorrer de duas formas: Gas Lift contínuo ou Gas Lift
intermitente.
No Gas Lift contínuo (Figura 2), o gás é injetado a alta pressão continuamente na
coluna, através de uma válvula instalada no interior de um mandril. O gás mistura-se ao óleo
gaseificando o mesmo e diminuindo a sua densidade, tornando sua pressão suficiente para a
elevação do fluido até a superfície. Este processo é parecido com a elevação natural. Os poços
assim equipados possuem uma linha de gás natural comprimido, conectada a uma das saídas
laterais da cabeça de produção (SILVA, 2012).
25
O bombeio mecânico (Figura 4), mais conhecido como “cavalo de Pau” é o método de
elevação artificial mais utilizado em todo o mundo, aplicado em poços rasos para elevar as
vazões médias, enquanto em poços mais profundos só é possível elevar baixas vazões. Esse
método de elevação é razoavelmente problemático em poços que produzem areia, em poços
desviados e em poços onde parte do gás produzido passa pela bomba. A areia desgasta mais
rapidamente as partes móveis e a camisa da bomba devido a sua abrasividade. O gás passando
pela bomba reduz sua eficiência volumétrica, podendo até provocar um bloqueio de gás.
Contudo, o efeito do gás no bombeio mecânico é menos problemático que no bombeio
centrífugo submerso ou no bombeio de cavidades progressivas (BEZERRA, 2007).
Neste tipo de bombeio, a energia é transmitida para o fundo do poço através de um cabo
elétrico. A energia elétrica é transformada em energia mecânica através de um motor de
subsuperfície, o qual está diretamente conectado, através de um selo mecânico (eixo), a uma
bomba centrífuga de múltiplos estágios. Neste eixo está conectado um Impelidor, componente
responsável por transferir energia na forma cinética para o fluido. O difusor, tem a função de
converter parcialmente essa energia fornecida pelo Impelidor em energia de pressão, a qual é
utilizada no deslocamento do fluido, elevando-o para a superfície (BEZERRA, 2007).
A geometria do conjunto é tal que forma uma série de cavidades herméticas idênticas. O
rotor ao girar no interior do estator origina um movimento axial das cavidades,
progressivamente, no sentido da sucção para a descarga, realizando a ação de bombeio. O
acionamento da bomba pode ser originado da superfície, por meio de uma coluna de hastes e
um cabeçote de acionamento, ou diretamente no fundo do poço, por meio de um acionador
elétrico ou hidráulico acoplado à bomba (ESTEVAM, 1993).
29
A produção destes fluidos em alto mar faz com que gás e fase liquida sejam
transportados por longas distancias antes de serem separados na planta de processamento
primário, localizada na UEP. Mediante tal fato, precisa-se ter atenção não somente ao
dimensionamento dos dutos de produção com base nesta perda de carga, como também é
necessário determinar a composição dos fluidos que estão percorrendo esta distância nos
oleodutos, em diversas condições de fluxo. Dessa forma, é possível um planejamento mais
adequado ao tipo de fluido que chegará ao sistema de separação na planta de processo da UEP
(VIEIRA, 2009).
Se o líquido escoar a altas velocidades, irá distribuir e carrear a fase gasosa, onde
acontecerá uma turbulência dentro dos dutos. Quando ocorre esta turbulência o gás é disperso
na forma de pequenas bolhas, chamamos esse padrão de bolhas dispersas (Figura 8).
A fase liquida na parte inferior do duto e a fase gasosa na parte superior, muito parecido
com o padrão estratificado (Figura 9), porém com algumas ondulações na interface líquido-
gás.
31
2.2.2.4. Anular
O gás passa a ser a fase contínua e o líquido flui na forma de gotas dispersas no núcleo
central com velocidades de gás muito altas (Figura 10). A parede do tubo é coberta com um
filme líquido, mas a fase de gás tem influência predominante no gradiente de pressão, ou seja,
a fase líquida envolve a parte gasosa.
Na fase intermitente, mais conhecido como golfada, apresenta uma vazão maior de
líquido do que gás (Figura 11). A fase líquida fica na parte inferior do duto, mas com pontos
de ocupação total da seção transversal do duto. Dessa forma, podemos observar uma grande
vazão de líquido com algumas bolhas maiores de gás dentro da fase líquida.
O duto é preenchido quase por completo de líquido e a fase gasosa está presente na
forma de pequenas bolhas, movendo-se em diferentes velocidades. Exceto pela densidade, é
pouca a influência do gás no gradiente de pressão. A parede do duto está sempre em contato
com a fase líquida.
que a fase líquida, embora esta seja constante. A velocidade das bolhas de gás é maior que a
do líquido. Tanto o gás quanto o líquido têm influência significativa no gradiente de pressão.
Este padrão é similar ao intermitente, porém com bolsões deformados. Ambas as fases
são descontinuas, não existindo formas características. Ambas as fases têm influência no
gradiente de pressão.
Os principais fatores que influem na produção acumulada a ser obtida de um poço por
elevação são:
Pode ser definido como o fluxo em dutos de um fluido homogêneo, ou seja, de apenas
uma fase. Por exemplo, o fluxo de água nas tubulações residências ou o fluxo de gás em uma
tubulação de gás em um prédio residencial.
É definido como o fluxo de dois fluidos de interfaces distintas, por exemplo, o fluxo de
gás-óleo ou água-óleo em tubulações.
Reservatório, passando pelo poço de Petróleo, Risers até a plataforma e distribuído para as
devidas separações e tratamentos.
Segue algumas propriedades que são definidas por correlações, que serão fundamentais
para esse trabalho:
(eq. 1)
36
É utilizada para qualificar o óleo quanto a sua densidade, ou seja, quanto menos denso
maior será o Grau API e mais valorizado economicamente será esse óleo. Como mostra a
Equação (2).
– (eq.2)
(eq. 3)
Onde, BSW é a fração de água, Vwsc é o volume de água em condições padrão, Vosc é o
volume de óleo em condições padrão, Qwsc é a vazão de água em condições padrão e Qosc é a
vazão de óleo em condições padrão.
(eq. 4)
Onde, RGO é a razão gás-óleo, Vgsc é o volume de gás em condições padrão e Qgsc é a
vazão de gás em condições padrão.
37
É a quantidade da fase gasosa no líquido (óleo mais gás), como mostra a Equação (5).
(eq. 5)
Onde, RGL é a razão gás-líquido, VLsc é o volume de líquido (óleo mais água) em
condições padrão e QLsc é a vazão de líquido (óleo mais água) em condições padrão;
(eq. 6)
(eq. 7)
Onde, Rso é a razão de solubilidade do gás no óleo, Vgdosc é o volume de gás dissolvido
no óleo em condições padrão e Qqdosc é a vazão de gás dissolvido no óleo em condições
padrão.
(eq. 8)
Onde, Rsw é a razão de solubilidade do gás na águal, Vgdwsc é o volume de gás dissolvido
na água em condições padrão e Qgdwsc é a vazão de gás dissolvido na água em condições
padrão.
Pode ser definido como o volume da fase óleo nas condições de reservatório dividido
pelo volume de óleo nas condições padrão, como mostra a Equação (9).
(eq. 9)
É o volume da água nas condições de reservatório dividido pelo volume de água nas
condições padrão, como mostra a Equação (10).
(eq. 10)
(eq. 11)
(Eq. 12)
É a velocidade que a fase líquida teria se estivesse escoando sozinha no duto, como
mostra a Equação (13).
(Eq. 13 )
40
É a velocidade que a fase gasosa teria se estivesse escoando sozinha no duto, como
mostra a Equação (14).
(Eq. 14 )
Onde, usg é a velocidade superficial da fase gasosa, Qg é a vazão de gás in situ (numa
determinada condição de pressão e temperatura).
(Eq. 15)
É a velocidade da fase gasosa em relação à fase líquida, como mostra a Equação (16).
(Eq. 16)
É a fração da seção transversal do duto ocupada pela fase líquida, como mostra a
Equação (17).
(Eq. 17)
É a fração da seção transversal do duto ocupada pela fase gasosa, como mostra a
Equação (18).
(Eq. 18)
É a fração da vazão de líquido em relação à vazão total, como mostra a Equação (19).
(Eq. 19)
É a fração da vazão de gás em relação à vazão total, como mostra a Equação (20).
(Eq. 20)
( ) ( ) ( ) ( ) (eq. 21)
( ) ( ) –( ) (eq.25)
A perda de carga por fricção ocorre devido ao atrito do fluido com as paredes da
tubulação, que corresponde de 5 a 20% da perda de carga total de pressão em dutos verticais e
inclinados. Além das características do fluido, a perda de carga por fricção é função do
diâmetro e rugosidade da tubulação. Devido à elevação o gradiente equipara-se ao peso da
coluna hidrostática do fluido no duto. Isso é responsável por 80 a 95% da perda de carga em
tubulações verticais. E a perda de carga devido à aceleração, acontece quando os fluidos
sofrem variações de velocidade em seu fluxo na tubulação, é considerável desprezível, mas é
relevante para a análise no escoamento de fluidos, pressões baixas e compressíveis (BEGGS
& BRILL, 1978).
43
( ) –( ) (eq. 26)
Poettmann & Carpenter; Baxendel & Thomas; Fancher & Brown; Hagedorn &
Brown; Beggs & Brill; Duns & Ros; Orkiszewski; Aziz, Govier & Fogarasi;
Chierici, Ciucci & Sclocchi; Palmer etc. (Escoamento vertical) (MANZELA,
2015);
Dukler et alii; Dukler & Eaton et alii; Dukler & Minami etc. (escoamento
horizontal) (MANZELA, 2015);
Existem ainda três classificações para as correlações de escoamento vertical e são elas:
44
As correlações são influenciadas por fatores, onde alguns foram testados em pesquisas
laboratoriais, como:
Diâmetro do duto;
Rugosidade do Duto;
Variação de Temperatura;
Tipo de escoamento.
A expressão dada por Hagedom e Brown, devido à fricção, é apresentada pela Equação
(26) abaixo:
( ) (eq. 26)
fricção bifásico.
( ) (eq. 28)
46
( ) (eq. 29)
( ) (eq. 30)
( ) ( ) ( ) (eq. 31)
inclinado, foi realizado na Universidade de Tulsa uma pequena instalação com um tubo em U
de diâmetro de 1,5” e apresentava 32 pés de comprimento em cada perna (Manzela, 2015).
O cálculo do gradiente de pressão por fricção proposto por Mukherjee e Brill é realizado
conforme o regime de escoamento representado pelas Equações (32,33 e 34) abaixo:
( ) { } (eq. 32)
( ) { } (eq. 33)
( ) { } (eq. 34)
Onde, a Equação (32) é usada para o regime de bolha e golfada, a Equação (33) para o
regime estratificado e a Equação (34) para o padrão anular.
Para auxilio no desenvolvimento do cálculo é necessário o uso do diagrama de
MOODY e o número de Reynolds, onde é o fator de fricção de MOODY.
48
3. PRÉ-SAL
Segundo a Petrobras Petróleo SA. o Pré-sal (Figura 13) é uma área de reservas
petrolíferas encontrada sob uma profunda camada de rocha salina, que forma uma das várias
camadas rochosas do subsolo marinho. As reservas se situam em águas profundas e
ultraprofundas do litoral brasileiro, estas reservas são as mais profundas em que já foi
encontrado petróleo em todo o mundo. É composta por grandes acumulações de óleo leve, de
excelente qualidade e com alto valor comercial. Uma realidade que coloca o Brasil em uma
posição estratégica frente à grande demanda de energia mundial. Representam também o
maior campo petrolífero já encontrado em uma profunda região abaixo das camadas de rochas
salinas ou evaporíticas. Tornando-se assim umas das mais importantes descobertas em todo o
mundo na última década (PETROBRAS, 2017).
Figura 13 – Pré-sal
3.2. PRODUÇÃO
A Petrobrás Tem perfurado poços no Pré-sal (Figura 15), em tempo cada vez menor,
sem abrir mão das melhores práticas mundiais de segurança operacional. O tempo médio para
construção de um poço marítimo no Pré-sal da Bacia de Santos era, até 2010, de
aproximadamente 310 dias. Com o avanço no conhecimento da geologia, a introdução de
tecnologias de ponta e o aumento da eficiência dos projetos, em 2015 esse tempo baixou para
128 dias; e nos primeiros cinco meses de 2016, para 89 dias (PETROBRAS, 2017).
Petróleo Leve – densidade igual ou inferior a 0,87 (ou grau API igual ou superior a
31°).
Petróleo Mediano – densidade superior a 0,87 e igual ou inferior a 0,92 (ou grau API
igual ou superior a 22° e inferior a 31°).
Petróleo Pesado – densidade superior a 0,92 e igual ou inferior a 1 (ou grau API igual
ou superior a 10° e inferior a 22°).
Petróleo Extrapesado – densidade superior a 1 (ou grau API inferior a 10°).
Assim, o petróleo da camada Pré-sal (Figura 16), é estratégico para o Brasil, pois:
É mais fácil de ser refinado, produzindo uma porcentagem maior de derivados finos;
Tem menos enxofre, poluindo menos quando é refinado;
É comercializado por um valor maior no mercado internacional.
52
4. ESTUDO DE CASO
Neste estudo de caso, para a introdução da Equação de cálculo perda de carga por
fricção, foi utilizada a correlação de Beggs e Brill. A escolha dessa correlação se deve a sua
possibilidade de aplicação em poços de petróleo no Pré-sal e a obtenção de dados claros para
o seu estudo.
E com base nessas informações, para o estudo de caso foi admitido um duto de
diâmetro interno de 20 centímetros, equivalente a 7,87402 polegadas.
Viscosidade do óleo
Para o estudo de caso na aplicação das correlações foi admito uma temperatura de 40°C
e uma viscosidade de 0,258.
54
Nome ANP do Produção de óleo Gás natural Produção Total Grau API
Campo Bacia
Período Poço (bbl/d) (Mm³/d) (boe/d) médio
Fonte: ANP/SDP/Sigep
Transformação de unidades
Com a finalidade de adequar as unidades para o correto manuseio matemático, utilizou-
se a Tabela (3) abaixo:
Conversão de Unidades
1m3 6,28981 bbl
1bbl 0,158987 m3
M 1000 Milhares
1bbl 42 gal
1000m3 de
6,28981 bbl
gás
1 cm 0,393701 pol
lbm.pé/libra-
gc 32,2
peso.s2
55
Produção
Produção Gás Grau
Nome ANP de Gás
Período Campo Bacia de óleo natural API
do Poço natural
(bbl/d) (Mm³/d) médio
(bbl/d)
31/01/2017 7LL11RJS Lula Santos 30.858 1.211 7.616,96 26,3
31/01/2017 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 6.883 257 1.616,48 26,3
31/01/2016 7LL11RJS Lula Santos 16.051 686 4.314,81 25,5
31/01/2016 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 10.639 368 2.314,65 25,5
31/01/2015 7LL11RJS Lula Santos 22.335 968 6.088,54 24,7
31/01/2015 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 16.084 590 3.710,99 24,7
31/01/2014 7LL11RJS Lula Santos 22.802 936 5.887,26 24,6
31/01/2014 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 13.939 0 0 24,6
31/01/2013 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 16.770 603 3.792,76 24,2
31/01/2013 7LL11RJS Lula Santos 0 0 0 24,2
Através das fórmulas do grau API, eq. (2), área de seção transversal de um duto, e a
velocidade da mistura, eq. (15) foram adicionadas três colunas:
56
31/01/2017 7LL11RJS Lula Santos 30.858 1.211 7.616,96 26,3 0,90 48,69 790,12
31/01/2017 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 6.883 257 1.616,48 26,3 0,90 48,69 174,55
31/01/2016 7LL11RJS Lula Santos 16.051 686 4.314,81 25,5 0,90 48,69 418,23
31/01/2016 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 10.639 368 2.314,65 25,5 0,90 48,69 266,02
31/01/2015 7LL11RJS Lula Santos 22.335 968 6.088,54 24,7 0,91 48,69 583,71
31/01/2015
7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 16.084 590 3.710,99 24,7 0,91 48,69 406,51
31/01/2014 7LL11RJS Lula Santos 22.802 936 5.887,26 24,6 0,91 48,69 589,16
31/01/2014 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 13.939 0 0 24,6 0,91 48,69 286,25
31/01/2013 7BAZ6ESS Baleia Azul Campos 16.770 603 3.792,76 24,2 0,91 48,69 422,28
31/01/2013 7LL11RJS Lula Santos 0 0 0 24,2 0,91 48,69 0
Tabela 6: Resultado do cálculo da perda de carga por fricção com a aplicação da correlação de Beggs
e Brill
Produção
Produção Viscosidad Fator Constante Equação
Nome ANP de Gás N° de
Período Campo Bacia de óleo e do óleo a de gravitacional - Beggs e
do Poço natural Reynolds
(bbl/d) 40°C (cP) fricção (gc) Brill
(bbl/d)
Baleia
31/01/2017 7BAZ6ESS Campos 6.883 1.616,48 0,258 4,78x1003 0,0380 32,20 2,05
Azul
31/01/2017 7LL11RJS Lula Santos 30.858 7.616,96 0,258 2,16x1004 0,0250 32,20 27,60
Baleia 03
31/01/2016 7BAZ6ESS Campos 10.639 2.314,65 0,258 7,32x10 0,0323 32,20 4,06
Azul
04
31/01/2016 7LL11RJS Lula Santos 16.051 4.314,81 0,258 1,15x10 0,0300 32,20 9,33
Baleia
31/01/2015 7BAZ6ESS Campos 16.084 3.710,99 0,258 1,12x1004 0,0301 32,20 8,89
Azul
31/01/2015 7LL11RJS Lula Santos 22.335 6.088,54 0,258 1,61x1004 0,0270 32,20 16,43
Baleia 03
31/01/2014 7BAZ6ESS Campos 13.939 0 0,258 7,92x10 0,0321 32,20 4,70
Azul
04
31/01/2014 7LL11RJS Lula Santos 22.802 5.887,26 0,258 1,63x10 0,0270 32,20 16,75
Baleia
31/01/2013 7BAZ6ESS Campos 16.770 3.792,76 0,258 1,17x1004 0,0295 32,20 9,43
Azul
31/01/2013 7LL11RJS Lula Santos 0 0 0,258 0 0 32,20 0
57
5. CONCLUSÕES
O Pré-sal tem como desafios a perfuração e a produção de poços cada vez mais
profundos e a distâncias expressivas da Costa do Brasil. Dessa forma há a necessidade do
desenvolvimento de novas tecnologias, equipamentos e o gerenciamento desses ramos da
indústria.
Com o estudo de caso apresentado foi possível observar que a perda de carga é
proporcional ao fluxo de óleo e gás natural, e foi verificado que à medida que a produção de
petróleo aumentava havia uma maior perda de carga por fricção no escoamento, e quando a
produção diminuía a perda de carga também era reduzida no escoamento e elevação nos
poços do Pré-sal estudados.
É importante ressaltar que os valores inseridos nesse trabalho foram adquiridos através
da literatura e outros trabalhos acadêmicos, o que pode acarretar em um desvio de valores se
comparado com resultados práticos e experimentais, porém são de grande relevância para à
análise da aplicação da correção de Beggs e Brill em poços de produção de petróleo em
campos do Pré-sal.
REFERÊNCIAS
BEGGS, H. D. and BRILL, J. P., “A Study of Two-Phase Flow in Inclined Pipes”, Journal
of Petroleum Technology, Maio, 1973.
DIÁRIO DO PRÉ-SAL. Notícias e opinião sobre o Pré-sal. O que é o Pré-Sal. Disponível em:
< https://diariodopresal.wordpress.com/o-que-e-o-pre-sal/ >. Acesso em: 16 de Maio de 2017.
<http://www.jornalgrandebahia.com.br/2014/02/campos-do-pre-sal-registram-producao-
recorde-em-dezembro/>. Acesso em: 16 de Maio de 2017.
LOPES, J. P. A. P. Elevação Artificial. Rio Grande do Norte, UFRN, 2009. Disponível em:
<dc340.4shared.com>. Acesso em: 02 de Maio de 2017.
NETO. E.; SILVA. G.; ALMEIDA. S.; OLIVEIRA. R.; MARQUES. J.; SILVA. G.
ESTIMATIVA DA VISCOSIDADE DE HIDROCARBONETOS PRESENTES NO
PETRÓLEO UTILIZANDO CONTRIBUIÇÃO DE GRUPO. CONGRESSO
NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA. VI. Paraíba: Associação Brasileira de
Engenharia e Ciências Mecânicas, v.1, p 1-4, 2010.
//www.ppeq.ufba.br/publicacoes/evolucao-das-propriedades-do-escoamento-multifasico-de-
petroleo-em-campos-marginais >. Acesso em: 28 de fevereiro de 2017.
ANEXOS
NÚMERO DE REYNOLDS
Eq. (1 )
DIAGRAMA DE MOODY