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DIREITO CONSTITUCIONAL – ABIN 

    Teoria e Questões 
  Aula 02 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 02)

Nosso estudo come•a do ponto em que paramos na aula passada. Nela,


hav’amos estudado o art. 5¼, inciso I atŽ o art. 5¼, inciso XXXI.

XXXII - o Estado promover‡, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Ao inserir esse inciso no rol de direitos fundamentais, o constituinte destacou a


import‰ncia do direito do consumidor para os cidad‹os. Essa import‰ncia
fica ainda mais evidente quando se verifica que no art. 170, V, CF/88 a defesa
do consumidor foi elevada ˆ condi•‹o de princ’pio da ordem econ™mica.

O inciso XXXII Ž uma t’pica norma de efic‡cia limitada, uma vez que Ž
necess‡ria a edi•‹o de uma lei que determine a forma pela qual o Estado far‡
a defesa do consumidor. Essa lei j‡ existe: Ž o C—digo de Defesa do
Consumidor.

Segundo o STF, as institui•›es financeiras tambŽm s‹o alcan•adas pelo


C—digo de Defesa do Consumidor.1 AlŽm disso, o referido C—digo Ž aplic‡vel
aos casos de indeniza•‹o por danos morais e materiais por m‡ presta•‹o de
servi•o em transporte aŽreo.2

XXXIII - todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que ser‹o prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado;

Essa norma traduz o direito ˆ informa•‹o que, combinado com o princ’pio da


publicidade, obriga a todos os —rg‹os e entidades da Administra•‹o Pœblica,
direta e indireta (incluindo empresas pœblicas e sociedades de economia
mista), a dar conhecimento aos administrados da conduta interna de seus
agentes. Com efeito, todos os cidad‹os t•m o direito de receber dos —rg‹os
pœblicos informa•›es de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral.
O princ’pio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obriga•‹o
de transpar•ncia.

Todavia, os —rg‹os pœblicos n‹o precisam fornecer toda e qualquer informa•‹o


de que disponham. As informa•›es cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ
seguran•a da sociedade e do Estado n‹o devem ser fornecidas. TambŽm
s‹o imunes ao acesso as informa•›es pessoais, que est‹o protegidas pelo
art. 5¼, X, da CF/88 que disp›e que Òs‹o inviol‡veis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indeniza•‹o
pelo dano material ou moral decorrente de sua viola•‹oÓ.

                                                        
1
STF, ADI n¼ 2.591/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. DJe: 18.12.2009
2
STF, RE 575803-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe: 18.12.2009
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A regulamenta•‹o do art. 5¼, inciso XXXIII, Ž feita pela Lei n¼ 12.527/2011, a


conhecida Lei de Acesso ˆ Informa•‹o. ƒ ela que define o procedimento
para a solicita•‹o de informa•›es aos —rg‹os e entidades pœblicas, bem como
os prazos e as formas pelas quais o acesso ˆ informa•‹o ser‡ franqueado aos
interessados.

Em 2008, antes mesmo da Lei de Acesso ˆ Informa•‹o, o Munic’pio de S‹o


Paulo, buscando dar maior transpar•ncia pœblica, determinou a divulga•‹o na
Internet da remunera•‹o de seus servidores. O caso foi levado ao STF,
que entendeu que essas informa•›es (remunera•‹o bruta, cargos, fun•›es,
—rg‹os de lota•‹o) s‹o de interesse coletivo ou geral, expondo-se,
portanto, ˆ divulga•‹o oficial. No entendimento da Corte, Òn‹o cabe, no caso,
falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulga•‹o em
causa dizem respeito a agentes pœblicos enquanto agentes pœblicos mesmos;
ou, na linguagem da pr—pria Constitui•‹o, agentes estatais agindo Ônessa
qualidadeÕ (¤ 6¼ do art. 37).3

Ainda nessa linha de garantir o acesso ˆ informa•‹o, o STF determinou que


fossem fornecidas a pesquisador documentos impressos e arquivos
fonogr‡ficos das sess›es pœblicas e secretas realizadas pelo STM
(Superior Tribunal Militar) realizadas durante o per’odo dos governos militares.
Para a Corte, o direito ˆ informa•‹o e a busca pelo conhecimento da verdade
integram o patrim™nio jur’dico de todos os cidad‹os, sendo um dever do
Estado assegurar os meios para o exerc’cio desses direitos.4

No caso de les‹o ao direito ˆ informa•‹o, o remŽdio constitucional a ser


usado pelo particular Ž o mandado de seguran•a. N‹o Ž o habeas data! Isso
porque se busca garantir o acesso a informa•›es de interesse particular do
requerente, ou de interesse coletivo ou geral, e n‹o aquelas referentes ˆ sua
pessoa (que seria a hip—tese de cabimento de habeas data).

(TRF 5a Regi‹o Ð 2015) Deve ser resguardado o nome do


servidor pœblico na publicita•‹o dos dados referentes a sua
remunera•‹o, porquanto tal divulga•‹o viola a prote•‹o
constitucional ˆ intimidade.

Coment‡rios:

A divulga•‹o do nome e da remunera•‹o dos servidores


pœblicos Ž de interesse coletivo ou geral e, portanto, n‹o h‡
que se falar em viola•‹o da intimidade. Quest‹o errada.

                                                        
3
STF, MS, 3.902 Ð AgR, Rel. Min. Ayres Britto. DJE de 03.10. 2011
4
Rcl 11949/RJ, Rel. Min. C‡rmen Lœcia, 15.03.2017
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INFORMAÇÃO TITULARES: PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, NACIONAIS OU 
ESTRANGEIRAS
DIREITO À 

ÂMBITO DE PROTEÇÃO: INFORMAÇÕES DE INTERESSE 
PARTICULAR OU DE INTERESSE COLETIVO OU GERAL

EXCEÇÕES: INFORMAÇÕES IMPRESCINDÍVEIS À SEGURANÇA DA 
SOCIEDADE OU DO ESTADO

PROTEGIDO VIA MANDADO DE SEGURANÇA

XXXIV Ð s‹o a todos assegurados, independentemente do pagamento de


taxas:

a) o direito de peti•‹o aos Poderes Pœblicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal;

Esse dispositivo constitucional prev•, em sua al’nea ÒaÓ, o direito de peti•‹o


e, na al’nea ÒbÓ, o direito ˆ obten•‹o de certid›es. Em ambos os casos,
assegura-se o n‹o pagamento de taxas, por serem ambas as hip—teses
essenciais ao pr—prio exerc’cio da cidadania.

Para facilitar a compreens‹o, traduzirei em palavras simples o que Ž peti•‹o e


o que Ž certid‹o.

Peti•‹o Ž um pedido, uma reclama•‹o ou um requerimento endere•ado a


uma autoridade pœblica. Trata-se de um instrumento de exerc’cio da cidadania,
que permite a qualquer pessoa dirigir-se ao Poder Pœblico para reivindicar
algum direito ou informa•‹o. Por esse motivo, o impetrante (autor da peti•‹o)
pode fazer um pedido em favor de interesses pr—prios, coletivos, da
sociedade como um todo, ou, atŽ mesmo, de terceiros. N‹o necessita de
qualquer formalismo: apenas se exige que o pedido seja feito por documento
escrito. Exemplo: um servidor pœblico pode, por meio de peti•‹o, pedir
remo•‹o para outra localidade, para tratar de sua saœde.

J‡ a certid‹o Ž um atestado ou um ato que d‡ prova de um fato. Dentro da


linguagem jur’dica, Ž uma c—pia aut•ntica feita por pessoa que tenha fŽ
pœblica, de documento escrito registrado em um processo ou em um livro.
Exemplo: certid‹o de nascimento.

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ƒ muito comum que as bancas examinadoras tentem


confundir o candidato quanto ˆs finalidades do direito
de peti•‹o e o direito de obter certid‹o.

1) O direito de peti•‹o tem como finalidades a defesa


de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso
de poder.

2) O direito ˆ obten•‹o de certid›es tem como


finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de
situa•›es de interesse pessoal. Ele n‹o serve para
esclarecimento de interesse de terceiros.

Como se v•, ambos servem para a defesa de direitos.


Entretanto, a peti•‹o tambŽm Ž usada contra ilegalidade
ou abuso de poder, enquanto as certid›es t•m como
segunda aplica•‹o poss’vel o esclarecimento de situa•›es
de interesse pessoal.

O direito de peti•‹o Ž um remŽdio administrativo, que pode ter como


destinat‡rio qualquer —rg‹o ou autoridade do Poder Pœblico, de qualquer um
dos tr•s poderes (Executivo, Legislativo e Judici‡rio) ou atŽ mesmo do
MinistŽrio Pœblico. Todas as pessoas f’sicas (brasileiros ou estrangeiros) e
pessoas jur’dicas s‹o legitimadas para peticionar administrativamente aos
Poderes Pœblicos.

Por ser um remŽdio administrativo, isto Ž, de natureza n‹o-jurisdicional, o


direito de peti•‹o Ž exercido independentemente de advogado. Em outras
palavras, n‹o Ž obrigat—ria a representa•‹o por advogado para que alguŽm
possa peticionar aos Poderes Pœblicos. Nesse sentido, Ž importante deixar claro
que o STF faz n’tida distin•‹o entre o direito de peticionar e o direito de
postular em ju’zo.5

O direito de postular em ju’zo, ao contr‡rio do direito de peti•‹o, necessita,


para ser exercido, de representa•‹o por advogado, salvo em situa•›es
excepcionais (como Ž o caso do habeas corpus). Portanto, para o STF, n‹o Ž
poss’vel, com base no direito de peti•‹o, garantir a qualquer pessoa ajuizar
a•‹o, sem a presen•a de advogado. Com efeito, o ajuizamento de a•‹o est‡ no
campo do Òdireito de postular em ju’zoÓ, o que exige advogado.

Quando se exerce o direito de peti•‹o ou, ainda, quando se solicita uma


certid‹o, h‡ uma garantia impl’cita a receber uma resposta (no caso de
peti•‹o) ou a obter a certid‹o. Quando h‡ omiss‹o do Poder Pœblico (falta de

                                                        
5
STF, Peti•‹o n¼ 762/BA AgR . Rel. Min. Sydney Sanches. Di‡rio da Justi•a 08.04.1994
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resposta a peti•‹o ou negativa ilegal da certid‹o), o remŽdio constitucional


adequado, a ser utilizado na via judicial, Ž o mandado de seguran•a.

Sobre o direito de certid‹o, o STF j‡ se pronunciou da seguinte forma:

Òo direito ˆ certid‹o traduz prerrogativa jur’dica, de extra•‹o


constitucional, destinada a viabilizar, em favor do indiv’duo ou de uma
determinada coletividade (como a dos segurados do sistema de
previd•ncia social), a defesa (individual ou coletiva) de direitos ou o
esclarecimento de situa•›es, de tal modo que a injusta recusa estatal
em fornecer certid›es, n‹o obstante presentes os pressupostos
legitimadores dessa pretens‹o, autorizar‡ a utiliza•‹o de instrumentos
processuais adequados, como o mandado de seguran•a ou como a
pr—pria a•‹o civil pœblica, esta, nos casos em que se configurar a
exist•ncia de direitos ou interesses de car‡ter transindividual, como os
direitos difusos, os direitos coletivos e os direitos individuais
homog•neosÓ6.

As bancas examinadoras adoram dizer que o remŽdio


constitucional destinado a proteger o direito de certid‹o
Ž o habeas data. Isso est‡ errado!

O remŽdio constitucional que protege o direito de


certid‹o Ž o mandado de seguran•a. O habeas data
Ž utilizado, como estudaremos mais ˆ frente, quando
n‹o se tem acesso a informa•›es pessoais do
impetrante ou quando se deseja retific‡-las.

Quando alguŽm solicita uma certid‹o, j‡ tem acesso


ˆs informa•›es; o que quer Ž apenas receber um
documento formal do Poder Pœblico que ateste a
veracidade das informa•›es. Portanto, Ž incab’vel o
habeas data.

(PC / GO Ð 2015) Todos t•m direito a obter certid›es em


reparti•›es pœblicas para esclarecimento de situa•›es de
interesse pessoal, mediante pagamento de taxa.

Coment‡rios:

O direito ˆ obten•‹o de certid›es para defesa de direitos e


esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal independe
do pagamento de taxas. Quest‹o errada.

                                                        
6
RE STF 472.489/RS, Rel. Min. Celso de Mello, 13.11.2007. 
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XXXV Ð a lei n‹o excluir‡ da aprecia•‹o do Poder Judici‡rio les‹o ou amea•a


a direito;

No Brasil, adota-se o sistema ingl•s de jurisdi•‹o, que Ž o sistema de


jurisdi•‹o una. Nesse modelo, somente o Poder Judici‡rio pode dizer o
Direito de forma definitiva, isto Ž, somente as decis›es do Judici‡rio fazem
coisa julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, est‡ o sistema
franc•s de jurisdi•‹o (contencioso administrativo), no qual tanto a
Administra•‹o quanto o Judici‡rio podem julgar com car‡ter definitivo.

O art. XXXV, ao dizer que Òa lei n‹o excluir‡ da aprecia•‹o do Poder Judici‡rio
les‹o ou amea•a a direitoÓ, ilustra muito bem a ado•‹o do sistema ingl•s pelo
Brasil. Trata-se do princ’pio da inafastabilidade de jurisdi•‹o, segundo o
qual somente o Poder Judici‡rio poder‡ decidir uma lide em definitivo. ƒ claro
que isso n‹o impede que o particular recorra administrativamente ao ter
um direito seu violado: ele poder‡ faz•-lo, inclusive apresentando recursos
administrativos, se for o caso. Entretanto, todas as decis›es
administrativas est‹o sujeitas a controle judicial, mesmo aquelas das
quais n‹o caiba recurso administrativo.

Cabe destacar que qualquer lit’gio, estejam eles conclu’dos ou pendentes de


solu•‹o na esfera administrativa, podem ser levados ao Poder Judici‡rio. No
œltimo caso (pend•ncia de solu•‹o administrativa), a decis‹o administrativa
restar‡ prejudicada. O processo administrativo, consequentemente, ser‡
arquivado sem decis‹o de mŽrito.

Em raz‹o do princ’pio da inafastabilidade de jurisdi•‹o, tambŽm denominado


de princ’pio da universalidade de jurisdi•‹o, n‹o existe no Brasil, como
regra geral, a Òjurisdi•‹o condicionadaÓ ou Òinst‰ncia administrativa
de curso for•adoÓ. Isso quer dizer que o acesso ao Poder Judici‡rio
independe de processo administrativo prŽvio referente ˆ mesma quest‹o. O
direito de a•‹o n‹o est‡ condicionado ˆ exist•ncia de procedimento
administrativo anterior; uma vez que seu direito foi violado, o particular pode
recorrer diretamente ao Poder Judici‡rio.

H‡, todavia, algumas exce•›es, nas quais se exige o prŽvio esgotamento da


via administrativa para que, s— ent‹o, o Poder Judici‡rio seja acionado. S‹o
elas:

a) habeas data: um requisito para que seja ajuizado o habeas data Ž


a negativa ou omiss‹o da Administra•‹o Pœblica em rela•‹o a pedido
administrativo de acesso a informa•›es pessoais ou de retifica•‹o de
dados.

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b) controvŽrsias desportivas: o art. 217, ¤ 1¼ , da CF/88, determina


que Òo Poder Judici‡rio s— admitir‡ a•›es relativas ˆ disciplina e ˆs
competi•›es desportivas ap—s esgotarem-se as inst‰ncias da justi•a
desportiva, regulada em lei.Ó

c) reclama•‹o contra o descumprimento de Sœmula Vinculante


pela Administra•‹o Pœblica: o art. 7¼, ¤ 1¼, da Lei n¼ 11.417/2006,
disp›e que Òcontra omiss‹o ou ato da administra•‹o pœblica, o uso da
reclama•‹o s— ser‡ admitido ap—s esgotamento das vias
administrativasÓ. A reclama•‹o Ž a•‹o utilizada para levar ao STF caso
de descumprimento de enunciado de Sœmula Vinculante (art. 103-A,
¤3¼). Segundo o STF, a reclama•‹o est‡ situada no ‰mbito do direito
de peti•‹o (e n‹o no direito de a•‹o); portanto, entende-se que sua
natureza jur’dica n‹o Ž a de um recurso, de uma a•‹o e nem de um
incidente processual.7

d) requerimento judicial de benef’cio previdenci‡rio: antes de


recorrer ao Poder Judici‡rio para que lhe conceda um benef’cio
previdenci‡rio, faz-se necess‡rio o prŽvio requerimento administrativo
ao INSS. Sem o prŽvio requerimento administrativo, n‹o haver‡
interesse de agir do segurado.

O art. 5¼, XXXV, da CF/88, representa verdadeira garantia de acesso ao


Poder Judici‡rio, sendo um fundamento importante do Estado Democr‡tico
de Direito. Todavia, por mais relevante que seja, n‹o se trata de uma garantia
absoluta: o direito de acesso ao Poder Judici‡rio deve ser exercido,
pelos jurisdicionados, por meio das normas processuais que regem a
matŽria, n‹o constituindo-se negativa de presta•‹o jurisdicional e
cerceamento de defesa a inadmiss‹o de recursos quando n‹o observados os
procedimentos estatu’dos na normas instrumentais.8 Com efeito, o art. 5¼,
inciso XXXV n‹o obsta que o legislador estipule regras para o ingresso
do pleito na esfera jurisdicional, desde que obedecidos os princ’pios da
razoabilidade e da proporcionalidade. Quando este fixa formas, prazos e
condi•›es razo‡veis, n‹o ofende a Inafastabilidade da Jurisdi•‹o.

Destaque-se que o princ’pio da inafastabilidade de jurisdi•‹o n‹o assegura a


gratuidade universal no acesso aos tribunais, mas sim a garantia de que
o Judici‡rio se prestar‡ ˆ defesa de todo e qualquer direito, ainda que contra
os poderes pœblicos, independentemente das capacidades econ™micas das
partes.

ƒ claro que se o valor da taxa judici‡ria for muito elevado, isso poder‡
representar verdadeiro obst‡culo ao direito de a•‹o. Nesse sentido, entende o
STF que viola a garantia constitucional de acesso ˆ jurisdi•‹o a taxa
                                                        
7
STF, ADI n¼ 2.212/CE. Rel. Min, Ellen Gracie. DJ. 14.11.2003
8
STF, Ag.Rg. n¼ 152.676/PR. Rel. Min. Maur’cio Corr•a. DJ 03.11.1995.
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judici‡ria calculada sem limite sobre o valor da causa (Sœmula STF no


667). Com efeito, h‡ que existir uma equival•ncia entre o valor da taxa
judici‡ria e o custo da presta•‹o jurisdicional; uma taxa judici‡ria calculada
sobre o valor da causa pode resultar em valores muito elevados, na hip—tese
de o valor da causa ser alto. Por isso, Ž razo‡vel que a taxa judici‡ria
tenha um limite; assim, causas de valor muito elevado n‹o resultar‹o em
taxas judici‡rias desproporcionais ao custo da presta•‹o jurisdicional.

A garantia de acesso ao Poder Judici‡rio Ž, como dissemos, um instrumento


importante para a efetiva•‹o do Estado democr‡tico de direito. Dessa forma, o
direito de a•‹o n‹o pode ser obstaculizado de maneira desarrazoada. Seguindo
essa linha de racioc’nio, o STF considerou que ÒŽ inconstitucional a
exig•ncia de dep—sito prŽvio como requisito de admissibilidade de
a•‹o judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crŽdito
tribut‡rioÓ.9 (Sœmula Vinculante no 28). Segundo a Corte, a necessidade do
dep—sito prŽvio limitaria o pr—prio acesso ˆ primeira inst‰ncia, podendo, em
muitos casos, inviabilizar o direito de a•‹o.

Outro ponto importante, relacionado ˆ garantia de acesso ao Poder Judici‡rio,


Ž sobre o duplo grau de jurisdi•‹o. Elucidando o conceito, explica-se que o
duplo grau de jurisdi•‹o Ž um reexame da matŽria decidida em ju’zo, ou seja,
trata-se de uma nova aprecia•‹o jurisdicional (reexame) por um —rg‹o diverso
e de hierarquia superior ˆquele que decidiu em primeira inst‰ncia.

Segundo o STF, o duplo grau de jurisdi•‹o n‹o consubstancia princ’pio


nem garantia constitucional, uma vez que s‹o v‡rias as previs›es, na
pr—pria Lei Fundamental, do julgamento em inst‰ncia œnica ordin‡ria.10 Em
outras palavras, a Constitui•‹o Federal de 1988 n‹o estabelece
obrigatoriedade de duplo grau de jurisdi•‹o.

ƒ de se ressaltar, todavia, que o duplo grau de jurisdi•‹o Ž princ’pio previsto


na Conven•‹o Americana de Direitos Humanos, que Ž um tratado de direitos
humanos com hierarquia supralegal regularmente internalizado no
ordenamento jur’dico brasileiro.11

Assim, parece-nos que a interpreta•‹o mais adequada Ž a de que, embora o


duplo grau de jurisdi•‹o exista no ordenamento jur’dico brasileiro (em
raz‹o da incorpora•‹o ao direito domŽstico da Conven•‹o Americana de
Direitos Humanos), n‹o se trata de um princ’pio absoluto, eis que a

                                                        
9
Sœmula Vinculante n¼ 28: ƒ inconstitucional a exig•ncia de dep—sito prŽvio como requisito
de admissibilidade de a•‹o judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crŽdito
tribut‡rio.
10
RHC 79785 RJ; AgRg em Agl 209.954-1/SP, 04.12.1998.
11
O art. 8¼, n¼ 2, al’nea h, da Conven•‹o Americana de Direitos Humanos disp›e que toda
pessoa tem Òo direito de recorrer da senten•a para juiz ou tribunal superiorÓ.
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Constitui•‹o estabelece v‡rias exce•›es a ele.12 Nesse sentido, n‹o cabe


recurso da decis‹o do Senado que julga o Presidente da Repœblica por crime
de responsabilidade; ou, ainda, Ž irrecorr’vel a decis‹o do STF que julga o
Presidente e os parlamentares nas infra•›es penais comuns.

XXXVI - a lei n‹o prejudicar‡ o direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a


coisa julgada;

O direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a coisa julgada s‹o institutos que
surgiram como instrumentos de seguran•a jur’dica, impedindo que as leis
retroagissem para prejudicar situa•›es jur’dicas consolidadas. Eles
representam, portanto, a garantia da irretroatividade das leis, que, todavia,
n‹o Ž absoluta.

O Estado n‹o Ž impedido de criar leis retroativas; estas ser‹o permitidas,


mas apenas se beneficiarem os indiv’duos, impondo-lhes situa•‹o mais
favor‡vel do que a que existia sob a vig•ncia da lei anterior. Segundo o STF,
Òo princ’pio insculpido no inciso XXXVI do art. 5¼ da Constitui•‹o n‹o impede a
edi•‹o, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou decreto), em benef’cio do
particularÓ. 13

A Sœmula STF n¼ 654 disp›e o seguinte:

ÒA garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5¼,


XXXVI, da Constitui•‹o da Repœblica, n‹o Ž invoc‡vel pela
entidade estatal que a tenha editado.Ó

Vamos ˆs explica•›es... Suponha que a Uni‹o tenha editado


uma lei retroativa concedendo um tratamento mais
favor‡vel aos servidores pœblicos do que o estabelecido pela
lei anterior. Por ser benigna, a lei retroativa pode, sim, ser
aplicada mesmo face ao direito adquirido.

Agora vem a pergunta: poder‡ a Uni‹o (que editou a lei


retroativa) se arrepender do benef’cio que concedeu aos seus
servidores e alegar em ju’zo que a lei n‹o Ž aplic‡vel em
raz‹o do princ’pio da irretroatividade das leis?

N‹o poder‡, pois a garantia da irretroatividade da lei n‹o Ž


invoc‡vel pela entidade estatal que a tenha editado.

Vamos, agora, entender os conceitos de direito adquirido, ato jur’dico perfeito


e coisa julgada.

                                                        
12
STF, 2» Turma, AI 601832 AgR/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe 02.04.2009.
13
STF, 3» Turma, RExtr, n¼ 184.099/DF, Rel. Min. Oct‡vio Gallotti, RTJ 165/327.
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a) Direito adquirido Ž aquele que j‡ se incorporou ao patrim™nio


do particular, uma vez que j‡ foram cumpridos todos os requisitos
aquisitivos exigidos pela lei ent‹o vigente. ƒ o que ocorre se voc•
cumprir todos os requisitos para se aposentar sob a vig•ncia de uma lei
X. Depois de cumpridas as condi•›es de aposentadoria, mesmo que
seja criada lei Y com requisitos mais gravosos, voc• ter‡ direito
adquirido a se aposentar.

O direito adquirido difere da Òexpectativa de direitoÓ, que n‹o Ž


alcan•ada pela prote•‹o do art. 5¼, inciso XXXVI. Suponha que a lei
atual, ao dispor sobre os requisitos para aposentadoria, lhe garanta o
direito de se aposentar daqui a 5 anos. Hoje, voc• ainda n‹o cumpre os
requisitos necess‡rios para se aposentar; no entanto, daqui a 5 anos os
ter‡ todos reunidos. Caso amanh‹ seja editada uma nova lei, que
imponha requisitos mais dif’ceis para a aposentadoria, fazendo com que
voc• s— possa se aposentar daqui a 10 anos, ela n‹o estar‡ ferindo seu
direito. Veja: voc• ainda n‹o tinha direito adquirido ˆ
aposentadoria (ainda n‹o havia cumprido os requisitos necess‡rios
para tanto), mas mera expectativa de direito.

b) Ato jur’dico perfeito Ž aquele que reœne todos os elementos


constitutivos exigidos pela lei 14; Ž o ato j‡ consumado pela lei vigente
ao tempo em que se efetuou.15 Tome-se como exemplo um contrato
celebrado hoje, na vig•ncia de uma lei X.

c) Coisa julgada compreende a decis‹o judicial da qual n‹o cabe mais


recurso.

ƒ importante destacar que, no art. 5¼, inciso XXXV, o voc‡bulo ÒleiÓ est‡
empregado em seus sentidos formal (fruto do Poder Legislativo) e material
(qualquer norma jur’dica). Portanto, inclui emendas constitucionais, leis
ordin‡rias, leis complementares, resolu•›es, decretos legislativos e v‡rias
outras modalidades normativas. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STF
de que a veda•‹o constante do inciso XXXVI se refere ao direito/lei,
compreendendo qualquer ato da ordem normativa constante do art. 59
da Constitui•‹o.16

TambŽm Ž importante ressaltar que, segundo o STF, o princ’pio do direito


adquirido se aplica a todo e qualquer ato normativo infraconstitucional,

                                                        
14
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 241.  
15
 Cf. art. 6¼, ¤1¼, da LINDB.
16
STF, ADI 3.105-8/DF, 18.08.2004. 
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sem qualquer distin•‹o entre lei de direito pœblico ou de direito privado, ou


entre lei de ordem pœblica e lei dispositiva. 17

H‡, todavia, certas situa•›es nas quais n‹o cabe invocar direito adquirido.
Assim, n‹o existe direito adquirido frente a:

a) Normas constitucionais origin‡rias. As normas que ÒnasceramÓ com a


CF/88 podem revogar qualquer direito anterior, atŽ mesmo o direito
adquirido.

b) Mudan•a do padr‹o da moeda.

c) Cria•‹o ou aumento de tributos.

d) Mudan•a de regime estatut‡rio.


ADQUIRIDO CONTRA

NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS
NÃO HÁ DIREITO 

MUDANÇA DO PADRÃO DA MOEDA

CRIAÇÃO OU AUMENTO DE TRIBUTOS

MUDANÇA DE REGIME ESTATUTÁRIO

XXXVII - n‹o haver‡ ju’zo ou tribunal de exce•‹o;

...

LIII - ninguŽm ser‡ processado nem sentenciado sen‹o pela autoridade


competente;

Contrariando um pouco a ordem em que est‹o dispostos na Constitui•‹o,


analisaremos esses dois incisos em conjunto. Isso porque ambos traduzem o
princ’pio do Òju’zo naturalÓ ou do Òjuiz naturalÓ. Esse postulado garante
ao indiv’duo que suas a•›es no Poder Judici‡rio ser‹o apreciadas por um juiz
imparcial, o que Ž uma garantia indispens‡vel ˆ administra•‹o da Justi•a em
um Estado democr‡tico de direito.

O princ’pio do juiz natural impede a cria•‹o de ju’zos de exce•‹o ou Òad


hocÓ, criados de maneira arbitr‡ria, ap—s o acontecimento de um fato. Na

                                                        
17
RE 204967 RS, DJ 14-03-1997. 
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hist—ria da humanidade, podemos apontar como exemplos de tribunais de


exce•‹o o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de T—quio, institu’dos ap—s a
Segunda Guerra Mundial; esses tribunais foram criados pelos ÒvencedoresÓ (da
guerra) para julgar os ÒvencidosÓ e, por isso, s‹o t‹o duramente criticados.

O princ’pio do juiz natural deve ser interpretado de forma ampla. Ele n‹o
deve ser encarado apenas como uma veda•‹o ˆ cria•‹o de Tribunais ou
ju’zos de exce•‹o; alŽm disso, decorre desse princ’pio a obriga•‹o de respeito
absoluto ˆs regras objetivas de determina•‹o de compet•ncia, para que
n‹o seja afetada a independ•ncia e a imparcialidade do —rg‹o julgador.18
Todos os ju’zes e —rg‹os julgadores, em consequ•ncia, t•m sua compet•ncia
prevista constitucionalmente, de modo a assegurar a seguran•a jur’dica.

ƒ importante que voc• saiba que o STF entende que esse princ’pio n‹o se
limita aos —rg‹os e ju’zes do Poder Judici‡rio. Segundo o Pret—rio
Excelso, ele alcan•a, tambŽm, os demais julgadores previstos pela
Constitui•‹o, como o Senado Federal, por exemplo. AlŽm disso, por sua
natureza, o princ’pio do juiz natural alcan•a a todos: brasileiros e
estrangeiros, pessoas f’sicas e pessoas jur’dicas. Em um Estado democr‡tico
de direito, todos t•m, afinal, o direito a um julgamento imparcial, neutro.

XXXVIII - Ž reconhecida a institui•‹o do jœri, com a organiza•‹o que lhe der


a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das vota•›es;
c) a soberania dos veredictos;
d) a compet•ncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Esse inciso deve ser memorizado. Geralmente Ž cobrado em sua literalidade!


Decore cada uma dessas Òal’neasÓ!

O tribunal do jœri Ž um tribunal popular, composto por um juiz togado, que o


preside, e vinte e cinco jurados, escolhidos dentre cidad‹os do Munic’pio (Lei
no 11.689/08) e entre todas as classes sociais. Segundo a doutrina, Ž visto
como uma prerrogativa do cidad‹o, que dever‡ ser julgado pelos seus
semelhantes.19

O tribunal do jœri possui compet•ncia para julgamento de crimes dolosos


contra a vida. Crime doloso Ž aquele em que o agente (quem pratica o crime)

                                                        
18
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 245 Ð 246.  
19
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 249-254.  
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prev• o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, pratica a a•‹o,


produzindo o resultado. Exemplo: o marido descobre que a mulher o est‡
traindo e, intencionalmente, atira nela e no amante, causando a morte dos
dois. Trata-se de homic’dio doloso, que Ž, sem dœvida, um crime doloso contra
a vida; o julgamento ser‡, portanto, da compet•ncia do tribunal do jœri.

Sobre a compet•ncia do tribunal do jœri, destacamos, a seguir algumas


jurisprud•ncias que podem ser cobradas em prova:

1) A compet•ncia constitucional do Tribunal do Jœri (art.


5¼, XXXVIII) n‹o pode ser afastada por lei estadual,
nem usurpada por vara criminal especializada, sendo
vedada, ainda, a altera•‹o da forma de sua composi•‹o,
que deve ser definida em lei nacional. 20

No caso, o STF apreciou lei estadual que criava vara


especializada para processar e julgar crimes praticados por
organiza•›es criminosas. Essa vara especializada julgaria,
inclusive, os crimes dolosos contra a vida. Dessa forma,
por invadir a compet•ncia do tribunal do jœri, foi
considerada inconstitucional.

2) A compet•ncia para o processo e julgamento de


latroc’nio Ž do juiz singular, e n‹o do Tribunal do Jœri
(Sœmula STF n¼ 603).

O latroc’nio Ž um crime complexo, no qual est‹o presentes


duas condutas: o roubo e o homic’dio. Em outras palavras,
o latroc’nio Ž um roubo qualificado pela morte da v’tima. ƒ
considerado pela doutrina como um Òcrime contra o
patrim™nioÓ (e n‹o como Òcrime contra a vidaÓ), ficando,
por isso, afastada a compet•ncia do tribunal do jœri.

A compet•ncia do tribunal do jœri para julgar os crimes dolosos contra a vida


n‹o Ž absoluta. Isso porque n‹o alcan•a os detentores de foro especial
por prerrogativa de fun•‹o previsto na Constitui•‹o Federal. ƒ o caso,
por exemplo, do Presidente da Repœblica e dos membros do Congresso
Nacional, que ser‹o julgados pelo STF quando praticarem crimes comuns,
ainda que dolosos contra a vida. Em outras palavras, o foro por prerrogativa
de fun•‹o prevalece sobre a compet•ncia do tribunal do jœri, desde que esse
foro especial decorra diretamente da Constitui•‹o Federal.

                                                        
20
STF, ADI n¼ 4414/AL, Rel. Min. Luiz Fux, Decis‹o 31.05.2012
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A pergunta que se faz diante dessa œltima afirma•‹o Ž a seguinte: e quando o


foro especial n‹o decorrer de previs‹o da Constitui•‹o Federal, mas sim da
Constitui•‹o Estadual?

Para responder a esse questionamento, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼


45, que assim disp›e: ÒA compet•ncia constitucional do Tribunal do Jœri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de fun•‹o estabelecido
exclusivamente pela Constitui•‹o estadualÓ.

J‡ decidiu o STF, com base nesse entendimento, que procuradores


estaduais e defensores pœblicos estaduais que possuam foro por
prerrogativa de fun•‹o derivado de Constitui•‹o Estadual ser‹o julgados pelo
tribunal do jœri se cometerem crimes dolosos contra a vida. Isso se explica
pelo fato de que a compet•ncia do tribunal do jœri prevalecer‡ sobre foro por
prerrogativa de fun•‹o estabelecido exclusivamente pela Constitui•‹o Estadual
(como Ž o caso dos defensores pœblicos e procuradores pœblicos estaduais). O
mesmo se aplica a vereadores que, caso cometam crimes dolosos contra a
vida, ser‹o julgados pelo tribunal do jœri. 21

A Constitui•‹o Federal estabelece, ainda, tr•s importantes princ’pios para o


tribunal do jœri: i) a plenitude de defesa; ii) a soberania dos veredictos; e iii)
o sigilo das vota•›es.

A plenitude de defesa Ž uma variante do princ’pio da ampla defesa e do


contradit—rio (art. 5¼, LV), que permite ao acusado apresentar defesa contra
aquilo que lhe Ž imputado. Sua concretiza•‹o pressup›e que os argumentos do
rŽu tenham a mesma import‰ncia, no julgamento, que os do autor. Em
consequ•ncia, n‹o devem existir prioridades na rela•‹o processual e deve o
rŽu ter a possibilidade de usar todos os instrumentos processuais na sua
defesa. TambŽm decorre da plenitude de defesa o fato de que os jurados s‹o
das diferentes classes sociais.

Segundo o STF, Òimplica preju’zo ˆ defesa a manuten•‹o do rŽu algemado na


sess‹o de julgamento do Tribunal do Jœri, resultando o fato na insubsist•ncia
do veredicto condenat—rioÓ.22

No que se refere ˆ soberania dos veredictos, tambŽm assegurada ao


tribunal do jœri pela Carta Magna, destaca-se que esta tem a finalidade de
evitar que a decis‹o dos jurados seja modificada ou suprimida por decis‹o
judicial. Entretanto, n‹o se trata de um princ’pio absoluto, sendo poss’vel
a sua relativiza•‹o. A soberania dos veredictos n‹o confere ao tribunal do jœri
o exerc’cio de um poder incontrast‡vel e ilimitado. 23

                                                        
21
STF, HC n¼ 80.477/PI, Rel. Min. NŽri da Silveira. Decis‹o 31.10.2000
22
 STF, HC n¼ 91.952, Rel. Min. Marco AurŽlio. Decis‹o 19.12.2008.
23
STF, HC n¼ 70.193-1/RS, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 06.11.2006.
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ƒ poss’vel, sim, que existam recursos das decis›es do tribunal do jœri;


nesse sentido, Ž poss’vel haver a revis‹o criminal ou mesmo o retorno dos
autos ao jœri, para novo julgamento.24 Segundo o STF, a soberania dos
veredictos do tribunal do jœri n‹o exclui a recorribilidade de suas decis›es,
quando manifestamente contr‡rias ˆ prova dos autos.25 Assim, nesse
caso, ser‡ cab’vel apela•‹o contra decis›es do tribunal do jœri.

Por fim, cabe destacar que o STF entende que a compet•ncia do Tribunal do
Jœri, fixada no art. 5O, XXXVIII, ÒdÓ, da CF/88, quanto ao julgamento de crimes
dolosos contra a vida Ž pass’vel de amplia•‹o pelo legislador ordin‡rio.26
Isso significa que pode a lei determinar o julgamento de outros crimes pelo
tribunal do jœri.

(MPE-RS Ð 2014) Lei ordin‡ria que amplie a compet•ncia do


Tribunal do Jœri n‹o ofende o art. 5¼, XXXVIII, letra ÒdÓ, nem
a cl‡usula pŽtrea do ¤ 4¼ do art. 60, ambos da Constitui•‹o
Federal.

Coment‡rios:

Segundo o STF, Ž poss’vel que lei ordin‡ria amplie a


compet•ncia do tribunal do jœri, ou seja, n‹o h‡ qualquer
ofensa ˆ CF/88. Quest‹o correta.

XXXIX - n‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prŽvia
comina•‹o legal;

O art. 5¼, inciso XXXIX, da CF/88, estabelece um importante princ’pio


constitucional do direito penal: o princ’pio da legalidade. Segundo o Prof.
Cezar Roberto Bitencourt, Òpelo princ’pio da legalidade, a elabora•‹o de
normas incriminadoras Ž fun•‹o exclusiva da lei, isto Ž, nenhum fato pode ser
considerado crime e nenhuma penalidade criminal pode ser aplicada sem que
antes da ocorr•ncia deste fato exista uma lei definindo-o como crime e
cominando-lhe a san•‹o correspondenteÓ.

O princ’pio da legalidade se desdobra em dois outros princ’pios: o princ’pio


da reserva legal e o princ’pio da anterioridade da lei penal.

O princ’pio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito


(lei formal, editada pelo Poder Legislativo) poder‡ definir crime e cominar
penas. Nem mesmo medida provis—ria poder‡ definir um crime e cominar
                                                        
24
 STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000.
25
 STF,  HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000. 
26
HC 101542 SP, DJe-096, 28-05-2010. 
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penas, eis que essa espŽcie normativa n‹o pode tratar de direito penal (art.62,
¤ 1¼, I, ÒbÓ).

A exig•ncia de que lei formal defina o que Ž crime e comine suas penas traz a
garantia de se considerarem crime condutas aceitas pela sociedade como tais e
de que essas condutas sejam punidas da maneira considerada justa por ela.
Com isso, quem define o que Ž crime e as respectivas penas Ž o povo, por
meio de seus representantes no Poder Legislativo.

J‡ pensou se, por exemplo, o Presidente da Repœblica pudesse definir o que Ž


crime por medida provis—ria? Ou atŽ mesmo dobrar a pena de determinado
il’cito por tal ato normativo? Ter’amos uma ditadura, n‹o? ƒ por isso que o
inciso XXXIX do art. 5o da CF/88 Ž t‹o importante!

As normas penais em branco s‹o aquelas que tipificam a


conduta criminosa, mas que dependem de
complementa•‹o em outra norma. Um exemplo de
norma penal em branco Ž o crime de contrabando, que
consiste em Òimportar ou exportar mercadoria proibidaÓ
(art. 334-A, C—digo Penal)

A defini•‹o do crime de contrabando depende de uma


complementa•‹o, uma vez que o C—digo Penal n‹o
define quais s‹o as mercadorias proibidas. ƒ a legisla•‹o
extrapenal que o far‡. Assim, o crime de contrabando Ž
uma norma penal em branco.

Para o estudo do Direito Constitucional, interessa-nos


saber que a doutrina majorit‡ria considera que as
normas penais em branco n‹o violam o princ’pio da
reserva legal.

O princ’pio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige que a lei
esteja em vigor no momento da pr‡tica da infra•‹o para que o crime exista.
Em outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser
considerada como crime.

Esse princ’pio confere seguran•a jur’dica ˆs rela•›es sociais, ao


determinar que um fato s— ser‡ considerado crime se for cometido ap—s a
entrada em vigor da lei incriminadora. Quer um exemplo? Se amanh‹ for
editada uma lei que considere crime beijar o namorado (ou namorada) no
cinema, nenhum de n—s ser‡ preso. S— poder‡ ser considerado culpado quem
o fizer ap—s a entrada em vigor da lei. Aproveitemos, ent‹o, a liberdade de
namorar, antes que tal lei seja editada! Mas n‹o agora, Ž hora de estudar
Direito Constitucional...

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Do princ’pio da anterioridade da lei penal, deriva a irretroatividade da lei penal,


que est‡ previsto no art. 5¼, XL, que estudaremos a seguir.

XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu;

Retroagir significa Òvoltar para tr‡sÓ, Òatingir o passadoÓ. Portanto, diz-se que
retroatividade Ž a capacidade de atingir atos pretŽritos; por sua vez,
irretroatividade Ž a impossibilidade de atingi-los.

ƒ comum, tambŽm, em textos jur’dicos, encontrarmos as express›es Òex tuncÓ


e Òex nuncÓ. ÒEx tuncÓ Ž aquilo que tem retroatividade; Òex nuncÓ Ž o que Ž
irretroativo. Lembre-se de que quando voc• diz que ÒNUNCaÓ mais far‡
alguma coisa, esse desejo s— valer‡ daquele instante para frente, n‹o Ž
mesmo? Sinal de que fez algo no passado de que se arrepende, mas que n‹o
pode mudar. J‡ o T de TUNC pode faz•-lo lembrar de uma m‡quina do TEMPO,
atingindo tudo o que ficou para TRçS...

EX TUNC = MÁQUINA DO 
TEMPO, ATINGE O QUE 
FICOU PARA TRÁS
EX NUNC = NUNCA MAIS, A 
PARTIR DE AGORA

Depois dessa ÒviagemÓ, voltemos ao inciso XL. Ele traz o princ’pio da


irretroatividade da lei penal, que, conforme j‡ comentamos, deriva do
princ’pio da anterioridade da lei penal. Uma conduta somente ser‡
caracterizada como crime se, no momento da sua ocorr•ncia, j‡ existia lei
em vigor que a definia como tal.

Portanto, em regra, a lei penal n‹o atinge o passado. Imagine que hoje voc•
beba uma garrafa de vodka no bar, conduta l’cita e n‹o tipificada como crime.
No entanto, daqui a uma semana, Ž editada uma nova lei que estabelece que
Òbeber vodkaÓ ser‡ considerado crime. Pergunta-se: voc• poder‡ ser
penalizado por essa conduta? ƒ claro que n‹o, uma vez que a lei penal, em
regra, n‹o atinge fatos pretŽritos.

Todavia, Ž importante termos em mente que a lei penal poder‡, em certos


casos, retroagir. ƒ o que se chama de retroatividade da lei penal benigna:

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a lei penal poder‡ retroagir, desde que para beneficiar o rŽu. Dizendo de outra
forma, a Ònovatio legis in melliusÓ retroagir‡ para beneficiar o rŽu.

H‡ um tipo especial de Ònovatio legis in melliusÓ, que Ž a conhecida Òabolitio


criminisÓ, assim considerada a lei que deixa de considerar como crime
conduta que, antes, era tipificada como tal. Um exemplo seria a edi•‹o de uma
lei que descriminalizasse o aborto. A Òabolitio criminisÓ, por ser benŽfica ao
rŽu, ir‡ retroagir, alcan•ando fatos pretŽritos e evitando a puni•‹o de
pessoas que tenham cometido a conduta antes considerada criminosa.

A lei penal favor‡vel ao rŽu, portanto, sempre retroagir‡ para benefici‡-lo,


mesmo que tenha ocorrido tr‰nsito em julgado de sua condena•‹o. Por outro
lado, a lei penal mais gravosa ao indiv’duo (que aumenta a penalidade, ou
passa a considerar determinado fato como crime) s— alcan•ar‡ fatos
praticados ap—s sua vig•ncia. ƒ a irretroatividade da lei penal mais
grave: a Ònovatio legis in pejusÓ n‹o retroage.

No que diz respeito ˆ retroatividade da lei penal mais benigna, entende o


Supremo que n‹o Ž poss’vel a combina•‹o de leis no tempo, pois caso se
agisse dessa forma, estaria sendo criada uma terceira lei (Òlex tertiaÓ). De
acordo com o Pret—rio Excelso, extrair alguns dispositivos, de forma isolada, de
um diploma legal, e outro dispositivo de outro diploma legal implica alterar por
completo o seu esp’rito normativo, criando um conteœdo diverso do
previamente estabelecido pelo legislador27.

XLI - a lei punir‡ qualquer discrimina•‹o atentat—ria dos direitos e liberdades


fundamentais.

XLII - a pr‡tica do racismo constitui crime inafian•‡vel e imprescrit’vel,


sujeito ˆ pena de reclus‹o, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerar‡ crimes inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou


anistia a pr‡tica da tortura, o tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evit‡-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafian•‡vel e imprescrit’vel a a•‹o de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democr‡tico;

Em todos esses dispositivos, Ž poss’vel perceber que o legislador constituinte


n‹o buscou outorgar direitos individuais, mas sim estabelecer normas que
determinam a criminaliza•‹o de certas condutas. 28 ƒ o que a doutrina
denomina Òmandados de criminaliza•‹oÓ, que caracterizam-se por serem
                                                        
27
HC 98766 MG, DJe-040, 04-03-2010.
28
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538
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normas direcionadas ao legislador, o qual se v• limitado em sua liberdade


de atua•‹o.

Segundo o Prof. Gilmar Mendes, os mandados de criminaliza•‹o estabelecidos


por esses dispositivos traduzem outra dimens‹o dos direitos
fundamentais: a de que o Estado n‹o deve apenas observar as investidas do
Poder Pœblico, mas tambŽm garantir os direitos fundamentais contra
agress‹o propiciada por terceiros.29

O inciso XLI estabelece que Òa lei punir‡ qualquer discrimina•‹o atentat—ria


dos direitos e liberdades fundamentaisÓ. Como Ž poss’vel observar, trata-se de
norma de efic‡cia limitada, dependente, portanto, de complementa•‹o
legislativa. Evidencia um mandato de criminaliza•‹o que busca efetivar a
prote•‹o dos direitos fundamentais.

O inciso XLII, por sua vez, estabelece que Òa pr‡tica do racismo constitui
crime inafian•‡vel e imprescrit’vel, sujeito ˆ pena de reclus‹o, nos termos da
leiÓ. ƒ claro que h‡ muito a ser falado sobre o racismo; no entanto, h‡ dois
pontos que s‹o muito cobrados em prova:

a) O racismo Ž crime inafian•‡vel e imprescrit’vel.

Imprescrit’vel Ž aquilo que n‹o sofre prescri•‹o. A prescri•‹o Ž a


extin•‹o de um direito que se d‡ ap—s um prazo, devido ˆ inŽrcia do
titular do direito em proteg•-lo. No caso, ao dizer que o racismo Ž
imprescrit’vel, o inciso XLII determina que este n‹o deixar‡ de ser
punido mesmo com o decurso de longo tempo desde sua pr‡tica e com
a inŽrcia (omiss‹o) do titular da a•‹o durante todo esse per’odo.

Inafian•‡vel Ž o crime que n‹o admite o pagamento de fian•a


(montante em dinheiro) para que o preso seja solto.

b) O racismo Ž pun’vel com a pena de reclus‹o. As bancas


examinadoras v‹o tentar te confundir e dizer que o racismo Ž pun’vel
com deten•‹o. N‹o Ž! O racismo Ž pun’vel com reclus‹o, que Ž uma
pena mais gravosa do que a deten•‹o.

Apenas para que voc• n‹o fique viajando, qual a diferen•a entre a pena
de reclus‹o e a pena de deten•‹o? A diferen•a entre elas est‡ no
regime de cumprimento de pena: na reclus‹o, inicia-se o cumprimento
da pena em regime fechado, semiaberto ou aberto; na deten•‹o, o
cumprimento da pena inicia-se em regime semiaberto ou aberto.

                                                        
29
  MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538.
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O STF j‡ teve a oportunidade de apreciar o alcance da express‹o


ÒracismoÓ. No caso concreto, bastante famoso por sinal, Siegfried Ellwanger,
escritor e dono de livraria, havia sido condenado por ter escrito, editado e
comercializado livros de conteœdo antissemita, fazendo apologia de ideias
discriminat—rias contra os judeus. A quest‹o que se impunha ao STF
decidir era a seguinte: a discrimina•‹o contra os judeus seria ou n‹o crime de
racismo?

O STF decidiu que a discrimina•‹o contra os judeus Ž, sim, considerada


racismo e, portanto, trata-se de crime imprescrit’vel. Dessa forma,
Òescrever, editar, divulgar e comerciar livros Ôfazendo apologia de ideias
preconceituosas e discriminat—riasÕ contra a comunidade judaica (Lei
7.716/1989, art. 20, na reda•‹o dada pela Lei 8.081/1990) constitui crime de
racismo sujeito ˆs cl‡usulas de inafian•abilidade e imprescritibilidade (CF, art.
5¼, XLII).Ó30

Finalizando o coment‡rio desse inciso, vale a pena mencionar o


posicionamento do STF nesse mesmo julgamento, dispondo que Òo preceito
fundamental de liberdade de express‹o n‹o consagra o direito ˆ
incita•‹o ao racismo, dado que um direito individual n‹o pode constituir-se
em salvaguarda de condutas il’citas, como sucede com os delitos contra a
honra. (...) A aus•ncia de prescri•‹o nos crimes de racismo justifica-se como
alerta grave para as gera•›es de hoje e de amanh‹, para que se impe•a a
reinstaura•‹o de velhos e ultrapassados conceitos que a consci•ncia jur’dica e
hist—rica n‹o mais admitem.Ó31

O inciso XLIII, a seu turno, disp›e sobre alguns crimes que s‹o
inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia. Bastante aten•‹o, pois a
banca examinadora tentar‡ te confundir dizendo que esses crimes s‹o
imprescrit’veis. N‹o s‹o!

Qual o macete para n‹o confundir? Simples, guarde a frase mnem™nica


seguinte:

3T + hediondos não têm graça!

3 T? Sim, Tortura, Tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins e


Terrorismo. Esses crimes, assim como os hediondos, s‹o insuscet’veis de

                                                        
30
STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. origin‡rio Min. Moreira Alves, rel. p/ ac—rd‹o Min. Maur’cio
Corr•a, Di‡rio da Justi•a, Se•‹o I, 19.03.2004, p. 17.
31
STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. origin‡rio Min. Moreira Alves, rel. p/ ac—rd‹o Min. Maur’cio
Corr•a, Di‡rio da Justi•a, Se•‹o I, 19.03.2004, p. 17. 
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gra•a ou anistia. Isso significa que n‹o podem ser perdoados pelo Presidente
da Repœblica, nem ter suas penas modificadas para outras mais benignas.
AlŽm disso, assim como o crime de racismo e a a•‹o de grupos armados
contra o Estado democr‡tico, s‹o inafian•‡veis.

O inciso XLIV trata ainda de mais um crime: a a•‹o de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democr‡tico. Esse
crime, assim como o racismo, ser‡ inafian•‡vel e imprescrit’vel.

Para que voc• n‹o erre esses detalhes na prova, fizemos o esquema abaixo!
S— uma observa•‹o para facilitar: perceba que todos os crimes dos quais
falamos s‹o inafian•‡veis; a diferen•a mesmo est‡ em saber que o Ò3TH n‹o
tem gra•aÓ! 

IMPRESCRITÍVEIS INAFIANÇÁVEIS INSUSCETÍVEIS DE 


GRAÇA OU ANISTIA
• RACISMO • RACISMO
• AÇÃO DE GRUPOS  • 3T • 3T
ARMADOS, CIVIS OU  • HEDIONDOS • HEDIONDOS
MILITARES, CONTRA A  • AÇÃO DE GRUPOS 
ORDEM  ARMADOS, CIVIS OU 
CONSTITUCIONAL E O  MILITARES, CONTRA A 
ESTADO  ORDEM 
DEMOCRÁTICO CONSTITUCIONAL E O 
ESTADO 
DEMOCRÁTICO

(TJ Ð MG Ð 2015) A tortura e a a•‹o de grupos armados


contra ordem constitucional s‹o crimes inafian•‡veis e
imprescrit’veis.

Coment‡rios:

A tortura Ž um crime inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a ou


anistia. A CF/88 n‹o determina que a tortura seja
imprescrit’vel. Quest‹o errada.

(Pol’cia Civil / CE Ð 2015) A pr‡tica do racismo constitui


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crime inafian•‡vel e imprescrit’vel, sujeito ˆ pena de deten•‹o.

Coment‡rios:

A pr‡tica do racismo est‡ sujeita ˆ pena de reclus‹o.


Quest‹o errada.

XLV - nenhuma pena passar‡ da pessoa do condenado, podendo a obriga•‹o


de reparar o dano e a decreta•‹o do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, atŽ o limite do valor
do patrim™nio transferido;

Esse dispositivo consagra o princ’pio da intranscend•ncia das penas,


tambŽm denominado pela doutrina de princ’pio da intransmissibilidade das
penas ou, ainda, personaliza•‹o da pena.32 A Constitui•‹o garante, por
meio dessa norma, que a pena n‹o passar‡ da pessoa do condenado; em
outras palavras, ninguŽm sofrer‡ os efeitos penais da condena•‹o de outra
pessoa.

Suponha que Jo‹o, pai de Lœcia e Felipe, seja condenado a 5 anos de reclus‹o
em virtude da pr‡tica de um crime. Ap—s 2 meses na ÒcadeiaÓ, Jo‹o vem a
falecer. Devido ˆ intranscend•ncia das penas, ficar‡ extinta a punibilidade.
Lœcia e Felipe n‹o sofrer‹o quaisquer efeitos penais da condena•‹o de Jo‹o.

No que diz respeito ˆ obriga•‹o de reparar o dano e ˆ decreta•‹o do


perdimento de bens, a l—gica Ž um pouco diferente, ainda que possamos
afirmar que o princ’pio da intranscend•ncia das penas se aplica a essas
situa•›es.

Suponha que Jo‹o morre deixando uma d’vida de R$ 1.500.000,00 (obriga•‹o


de reparar dano). Ao mesmo tempo, deixa um patrim™nio de R$ 900.000,00
para seus sucessores (Lœcia e Felipe). A obriga•‹o de reparar o dano ir‡ se
estender a Lœcia e Felipe, mas apenas atŽ o limite do patrim™nio
transferido. Em outras palavras, o patrim™nio pessoal de Lœcia e Felipe n‹o
ser‡ afetado; ser‡ utilizado para o pagamento da d’vida o patrim™nio
transferido (R$ 900.000,00). O restante da d’vida ÒmorreÓ junto com Jo‹o.

Assim, a obriga•‹o de reparar o dano e a decreta•‹o do perdimento de


bens podem ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, mas apenas atŽ o limite do valor do patrim™nio transferido.

                                                        
32
Outra nomenclatura utilizada pela doutrina Ž princ’pio da incontagiabilidade da pena.
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XLVI - a lei regular‡ a individualiza•‹o da pena e adotar‡, entre outras, as


seguintes:
a) priva•‹o ou restri•‹o da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) presta•‹o social alternativa;
e) suspens‹o ou interdi•‹o de direitos;

O inciso XLVI prev• o princ’pio da individualiza•‹o da pena, que determina


que a aplica•‹o da pena deve ajustar-se ˆ situa•‹o de cada imputado, levando
em considera•‹o o grau de reprovabilidade (censurabilidade) de sua
conduta e as caracter’sticas pessoais do infrator. Trata-se de princ’pio que
busca fazer com que a pena cumpra sua dupla finalidade: preven•‹o e
repress‹o.33

A Constitui•‹o Federal prev• um rol n‹o-exaustivo de penas que podem ser


adotadas pelo legislador. S‹o elas: i) a priva•‹o ou restri•‹o de liberdade; ii)
a perda de bens; iii) multa; iv) presta•‹o social alternativa; e v) suspens‹o
ou interdi•‹o de direitos. Como se trata de um rol meramente exemplificativo,
poder‡ a lei criar novos tipos de penalidade, desde que estas n‹o estejam
entre aquelas vedadas pelo art. 5¼, XLVII, da CF/88, que estudaremos na
sequ•ncia.

Ressaltamos mais uma vez que, ao estabelecer que Òa lei regular‡ a


individualiza•‹o da penaÓ, o constituinte determinou que a lei penal dever‡
considerar as caracter’sticas pessoais do infrator. Dentre essas, podemos
citar os antecedentes criminais, o fato de ser rŽu prim‡rio, etc.

Nesse sentido, o STF considerou inconstitucional, por afronta ao princ’pio


da individualiza•‹o da pena, a veda•‹o absoluta ˆ progress‹o de regime
trazida pela Lei 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos.34 A referida lei
estabelecia que a pena pelos crimes nela previstos seria integralmente
cumprida em regime fechado, sendo vedada, assim, a progress‹o de regime.
Entendeu a Corte que, ao n‹o permitir que se considerem as particularidades
de cada pessoa, sua capacidade de reintegra•‹o social e esfor•os de
ressocializa•‹o, o dispositivo torna in—cua a garantia constitucional e, portanto,
Ž inv‡lido (inconstitucional).

Com base nesse entendimento, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼ 26:

                                                        
33
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 274-275.  
34
STF, HC n¼ 82.959/SP. Rel. Min. Marco AurŽlio. Decis‹o 23.02.2006.
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ÒPara efeito de progress‹o de regime no cumprimento de pena por


crime hediondo, ou equiparado, o ju’zo da execu•‹o observar‡ a
inconstitucionalidade do art. 2¼ da Lei n¼ 8.072, de 25 de julho de
1990, sem preju’zo da avaliar se o condenado preenche, ou n‹o, os
requisitos objetivos e subjetivos do benef’cio, podendo determinar, para
tal fim, de modo fundamentado, a realiza•‹o de exame criminol—gico.Ó

XLVII - n‹o haver‡ penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de car‡ter perpŽtuo;
c) de trabalhos for•ados;
d) de banimento;
e) cruŽis;

O art. 5¼, XLVII, estabeleceu um rol exaustivo de penas inaplic‡veis no


ordenamento jur’dico brasileiro. Trata-se de verdadeira garantia de
humanidade atribu’da aos sentenciados, impedindo que lhes sejam
aplicadas penas atentat—rias ˆ dignidade da pessoa humana.35 Com efeito, as
penas devem ter um car‡ter preventivo e repressivo; elas n‹o podem ser
vingativas.

A pena de morte Ž, sem dœvida a mais gravosa, sendo admitida t‹o-somente


na hip—tese de guerra declarada. Evidencia-se, assim, que nem mesmo o
direito ˆ vida Ž absoluto; com efeito, dependendo do caso concreto, todos
os direitos fundamentais podem ser relativizados. Como exemplo de aplica•‹o
da pena de morte (que ocorrer‡ por fuzilamento), temos a pr‡tica do crime de
deser•‹o em presen•a de inimigo.

As bancas examinadoras adoram dizer que a pena de morte


n‹o Ž admitida em nenhuma situa•‹o no ordenamento
jur’dico brasileiro. A quest‹o, ao dizer isso, est‡ errada. A
pena de morte pode, sim, ser aplicada, desde que na
hip—tese de guerra declarada.

A pena de banimento, tambŽm inadmitida pela Constitui•‹o Federal,


consistia em impor ao condenado a retirada do territ—rio brasileiro por toda sua
vida, bem como a perda da cidadania brasileira. Consistia, assim, em
verdadeira Òexpuls‹o de nacionaisÓ.

Cabe destacar que a pena de banimento n‹o se confunde com a expuls‹o


de estrangeiro do Brasil, plenamente admitida pelo nosso ordenamento
                                                        
35
CUNHA JòNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6» edi•‹o. Ed. Juspodium,
2012.
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jur’dico. A expuls‹o Ž forma de exclus‹o do territ—rio nacional de estrangeiro


que, dentre outras hip—teses, atentar contra a seguran•a nacional, a ordem
pol’tica ou social, a tranquilidade ou moralidade pœblica e a economia popular,
ou cujo procedimento o torne nocivo ˆ conveni•ncia e aos interesses nacionais
(Lei 6.815/80).

No que concerne ˆ pena de car‡ter perpŽtuo, vale destacar o entendimento


do STF de que o m‡ximo penal legalmente exequ’vel, no ordenamento
positivo nacional, Ž de 30 (trinta) anos, a significar, portanto, que o tempo
de cumprimento das penas privativas de liberdade n‹o pode ser superior a
esse limite, imposto pelo art. 75, "caput", do C—digo Penal36.

(CNMP Ð 2015) Em nenhuma circunst‰ncia haver‡ penas


cruŽis ou de morte, de car‡ter perpŽtuo, de trabalhos for•ados
e de banimento.

Coment‡rios:

Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de morte.


Quest‹o errada.

PENAS VEDADAS PENAS ADMITIDAS

DE MORTE, SALVO EM CASO DE  PRIVAÇÃO OU RESTRIÇÃO DA 
GUERRA DECLARADA LIBERDADE

DE CARÁTER PERPÉTUO PERDA DE BENS

DE TRABALHOS FORÇADOS MULTA

PRESTAÇÃO SOCIAL 
DE BANIMENTO ALTERNATIVA
SUSPENSÃO OU INTERDIÇÃO DE 
CRUÉIS DIREITOS

XLVIII - a pena ser‡ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo


com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - Ž assegurado aos presos o respeito ˆ integridade f’sica e moral;

                                                        
36
HC 84766 SP, DJe-074, 25-04-2008. 
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L- ˆs presidi‡rias ser‹o asseguradas condi•›es para que possam permanecer


com seus filhos durante o per’odo de amamenta•‹o;

O inciso XLVIII determina que a execu•‹o penal seja realizada de maneira


individualizada, levando-se em considera•‹o a natureza do delito, a idade e
o sexo do apenado. ƒ com base nesse comando constitucional que as
mulheres e os maiores de sessenta anos devem ser recolhidos a
estabelecimentos pr—prios.

O inciso XLIX, ao assegurar aos presos o respeito ˆ integridade f’sica e


moral, busca garantir que os direitos fundamentais dos sentenciados sejam
observados. ƒ claro, quando est‡ na pris‹o, o indiv’duo n‹o goza de todos os
direitos fundamentais: h‡ alguns direitos fundamentais, como, por exemplo, a
liberdade de locomo•‹o (art. 5¼, XV) e a liberdade profissional (art. 5¼, XI) que
s‹o incompat’veis com sua condi•‹o de preso.

O inciso L, por sua vez, estabelece uma dupla garantia: ao mesmo tempo em
que assegura ˆs m‹es o direito ˆ amamenta•‹o e ao contato com o
filho, permite que a crian•a tenha acesso ao leite materno, alimento
natural t‹o importante para o seu desenvolvimento. Segundo a doutrina,
retirar do recŽm-nascido o direito de receber o leite materno poderia ser
considerado uma espŽcie de Òcont‡gioÓ da pena aplicada ˆ m‹e, violando o
princ’pio da intranscend•ncia das penas. 37

Vamos continuar o estudo do art. 5¼, da Constitui•‹o Federal...

LI - nenhum brasileiro ser‡ extraditado, salvo o naturalizado, em caso de


crime comum, praticado antes da naturaliza•‹o, ou de comprovado
envolvimento em tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei;
LII - n‹o ser‡ concedida extradi•‹o de estrangeiro por crime pol’tico ou de
opini‹o;

A extradi•‹o Ž um instituto jur’dico destinado a promover a coopera•‹o


penal entre Estados. Consiste no ato de entregar uma pessoa para outro
Estado onde esta praticou crime, para que l‡ seja julgada ou punida. De
forma mais tŽcnica, a extradi•‹o Ž Òo ato pelo qual um Estado entrega a outro
Estado indiv’duo acusado de haver cometido crime de certa gravidade ou que

                                                        
37
MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 285
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j‡ se ache condenado por aquele, ap—s haver-se certificado de que os direitos


humanos do extraditando ser‹o garantidos.Ó38

H‡ casos bastante conhecidos, que podem exemplificar muito bem o que Ž a


extradi•‹o. Se voc• Ž do nosso tempo, deve se lembrar do ÒBal‹o M‡gicoÓ
(banda infantil muito conhecida nos anos 80). Um dos integrantes do ÒBal‹o
M‡gicoÓ era o Mike, que era filho de Ronald Biggs, ingl•s que realizou um
assalto a um trem e, depois, fugiu para o Brasil. A Inglaterra pediu ao Brasil a
extradi•‹o, sem obter sucesso.

Um caso mais recente Ž o do italiano Cesare Battisti, acusado pela pr‡tica de


v‡rios crimes na It‡lia. Cesare Battisti, ap—s viver um tempo na Fran•a, fugiu
para o Brasil. A It‡lia tambŽm solicitou a extradi•‹o ao Brasil, tambŽm sem
sucesso.

Dados esses exemplos, voltemos ao tema...

H‡ 2 (dois) tipos de extradi•‹o: i) a extradi•‹o ativa; e ii) a extradi•‹o


passiva. A extradi•‹o ativa acontecer‡ quando o Brasil requerer a um
outro Estado estrangeiro a entrega de um indiv’duo para que aqui seja
julgado ou punido; por sua vez, a extradi•‹o passiva ocorrer‡ quando um
Estado estrangeiro requerer ao Brasil que lhe entregue um indiv’duo.

Iremos focar o nosso estudo, a partir de agora, na extradi•‹o passiva: quando


um Estado solicita que o Brasil lhe entregue um indiv’duo.

De in’cio, vale destacar que a Constitui•‹o Federal traz, no art. 5¼, LI e LII,
algumas limita•›es importantes ˆ extradi•‹o.

O brasileiro nato (que Ž o brasileiro Òde ber•oÓ, que recebeu sua


nacionalidade ao nascer) n‹o poder‡ ser extraditado; trata-se de hip—tese
de veda•‹o absoluta ˆ extradi•‹o. Baseia-se na l—gica de que o Estado deve
proteger (acolher) os seus nacionais.

Caso o brasileiro nato perca a sua nacionalidade pela


aquisi•‹o volunt‡ria de outra nacionalidade, ele estar‡
sujeito ˆ extradi•‹o. Perceba que, nesse caso, ele n‹o
se enquadra mais na condi•‹o de brasileiro nato.

Por sua vez, o brasileiro naturalizado (que Ž aquele que nasceu estrangeiro
e se tornou brasileiro), poder‡ ser extraditado. No entanto, isso somente
ser‡ poss’vel em duas situa•›es:

                                                        
38
 ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de
Direito Internacional Pœblico, 17» Ed. S‹o Paulo: Saraiva, 2009, pp. 499 Ð 502.  
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a) no caso de crime comum, praticado antes da naturaliza•‹o.


Perceba que existe, aqui, uma limita•‹o temporal. Se o crime comum
tiver sido cometido ap—s a naturaliza•‹o, o indiv’duo n‹o poder‡ ser
extraditado; a extradi•‹o somente ser‡ poss’vel caso o crime seja
anterior ˆ aquisi•‹o da nacionalidade brasileira pelo indiv’duo.

b) em caso de comprovado envolvimento em tr‡fico il’cito de


entorpecentes e drogas afins. Nessa situa•‹o, n‹o h‡ qualquer limite
temporal. O envolvimento com tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas
afins dar‡ ensejo ˆ extradi•‹o quer ele tenha ocorrido antes ou ap—s a
naturaliza•‹o.

Vale ressaltar que as regras de extradi•‹o do brasileiro naturalizado tambŽm


se aplicam ao portugu•s equiparado.39

NATO: JAMAIS!
HIPÓTESES DE 
EXTRADIÇÃO DO 
BRASILEIRO NATURALIZADO:
 ‑ Cometimento de crime comum antes da naturalização;
‑ Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, na forma da lei

Os estrangeiros podem ser extraditados com maior liberdade pelo Estado


brasileiro, desde que cumpridos os requisitos legais para a extradi•‹o. Cabe
destacar, todavia, que n‹o se admite a extradi•‹o de estrangeiro por
crime pol’tico ou de opini‹o. Essa Ž uma pr‡tica usual nos ordenamentos
constitucionais de outros pa’ses e tem por objetivo proteger os indiv’duos que
forem v’timas de persegui•‹o pol’tica.

A defini•‹o de um crime como sendo um delito pol’tico Ž tarefa dif’cil e


que compete ao Supremo Tribunal Federal. ƒ no caso concreto que a Corte
Suprema ir‡ dizer se o crime pelo qual se pede a extradi•‹o Ž ou n‹o pol’tico.40
Esse entendimento do STF Ž bastante importante porque permite resolver
alguns problemas de dif’cil solu•‹o. ƒ poss’vel que o Brasil extradite asilado
pol’tico? Pode um refugiado ser extraditado?

Vamos aos poucos...

O asilo pol’tico, que Ž um dos princ’pios do Brasil nas rela•›es internacionais


(art. 4¼, X), consiste no acolhimento de estrangeiro por um Estado que n‹o
seja o seu, em virtude de persegui•‹o pol’tica por seu pr—prio pa’s ou por
                                                        
39
Portugu•s equiparado Ž o portugu•s que, por ter resid•ncia permanente no Brasil, ter‡
um tratamento diferenciado, possuindo os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.
40
Ext 615, Rel. Min. Paulo Brossard. DJ. 05.12.1994.
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terceiro. Segundo o STF, n‹o h‡ incompatibilidade absoluta entre o instituto


do asilo e o da extradi•‹o passiva. Isso porque a Corte n‹o est‡ vinculada
ao ju’zo formulado pelo Poder Executivo na concess‹o do asilo pol’tico.41
Em outras palavras, mesmo que o Poder Executivo conceda asilo pol’tico a um
estrangeiro, o STF poder‡, a posteriori, autorizar a extradi•‹o.

Quanto ao refœgio, trata-se de instituto mais geral do que o asilo pol’tico,


que ser‡ reconhecido a indiv’duo em raz‹o de fundados temores de
persegui•‹o (por motivos de ra•a, religi‹o, nacionalidade, grupo social ou
opini›es pol’ticas).

Apesar de a lei dispor que Òo reconhecimento da condi•‹o de refugiado


obstar‡ o seguimento de qualquer pedido de extradi•‹o baseado nos fatos
que fundamentaram a concess‹o de refœgioÓ42, entende o STF que a decis‹o
administrativa que concede o refœgio n‹o pode obstar, de modo absoluto
e genŽrico, todo e qualquer pedido de extradi•‹o apresentado ˆ Corte
Suprema.43 No caso concreto, apreciava-se a extradi•‹o de Cesare Battisti, a
quem o Ministro da Justi•a havia concedido o status de refugiado. O STF, ao
analisar o caso, concluiu pela ilegalidade do ato de concess‹o do refœgio.

Agora que j‡ falamos sobre as limita•›es, vamos entender como funciona o


processo de extradi•‹o.

O Estatuto do Estrangeiro (Lei n¼ 6.815/80) prev• tr•s etapas para a


extradi•‹o passiva.

A primeira Ž uma etapa administrativa, de responsabilidade do Poder


Executivo. Nessa fase, o Estado requerente solicita a extradi•‹o ao Presidente
da Repœblica por via diplom‡tica. Destaque-se que o pleito extradicional
dever‡ ter como fundamento a exist•ncia de um tratado bilateral entre os
dois Estados ou, caso este n‹o exista, uma promessa de reciprocidade
(compromisso de acatar futuros pleitos). Sem um tratado ou promessa de
reciprocidade, a extradi•‹o n‹o ser‡ efetivada.

Ao receber o pleito extradicional, h‡ duas situa•›es poss’veis:

a) O Presidente poder‡ indeferir a extradi•‹o sem aprecia•‹o do


STF, o que se denomina recusa prim‡ria.

b) O Presidente poder‡ deferir a extradi•‹o, encaminhando a


solicita•‹o ao STF, ao qual caber‡ analisar a legalidade e a
proced•ncia do pedido (art. 102, I, ÒgÓ, CF). Nesse caso, passaremos ˆ
etapa judici‡ria. Segundo o STF, nem mesmo a concord‰ncia do
                                                        
41
Ext 524, Rel.: Min. Celso de Mello, Julgamento: 31/10/1990, îrg‹o Julgador: Tribunal Pleno.
42
Lei 9.474/97 Ð art. 33.
43
Ext 1085, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.04.2010
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extraditando em retornar ao seu pa’s impede que a Corte analise o


caso, uma vez tendo recebido comunica•‹o por parte do Poder
Executivo44.

Na etapa judici‡ria, o STF ir‡ analisar a legalidade e a proced•ncia do pedido


de extradi•‹o. Um dos pressupostos da extradi•‹o Ž a exist•ncia de um
processo penal. Cabe destacar, todavia, que a extradi•‹o ser‡ poss’vel tanto
ap—s a condena•‹o quanto durante o processo.

H‡ necessidade, ainda, que exista o que a doutrina chama Òdupla


tipicidadeÓ: a conduta que a pessoa praticou deve ser crime tanto no Brasil
quanto no Estado requerente. Quando o fato que motivar o pedido de
extradi•‹o n‹o for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente, n‹o
ser‡ concedida a extradi•‹o.

Ao analisar a extradi•‹o, o STF verifica se os direitos humanos do extraditando


ser‹o respeitados. Nesse sentido:

a) N‹o ser‡ concedida a extradi•‹o se o extraditando houver de


responder, no Estado requerente, perante ju’zo ou tribunal de
exce•‹o. ƒ o j‡ conhecido princ’pio do Òjuiz naturalÓ.

b) Caso a pena para o crime seja a de morte, o Estado requerente


dever‡ se comprometer a substitu’-la por outra, restritiva de liberdade
(comuta•‹o da pena), exceto, claro, naquele œnico caso em que a
pena de morte Ž admitida no Brasil: guerra declarada.

c) Caso a pena para o crime seja de car‡ter perpŽtuo, o Estado


requerente dever‡ se comprometer ˆ comuta•‹o dessa pena em
pris‹o de atŽ 30 anos, que Ž o limite toler‡vel pela lei brasileira.45

Por fim, h‡ outra etapa administrativa, em que o Presidente da Repœblica,


na condi•‹o de Chefe de Estado, entrega ou n‹o o extraditando ao pa’s
requerente. Novamente, h‡ duas situa•›es poss’veis:

a) O STF nega a extradi•‹o. Nesse caso, a decis‹o ir‡ vincular o


Presidente da Repœblica, que ficar‡ impedido de entregar o
extraditando.

b) O STF autoriza a extradi•‹o. Essa decis‹o n‹o vincula o Presidente


da Repœblica, que Ž a autoridade que detŽm a compet•ncia para decidir
sobre a efetiva•‹o da extradi•‹o.

                                                        
44
 Ext. 643, STF, Pleno, Rel. Min. Francisco Rezek, j. 19.12.1994.  
45
Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-8-2004, Plen‡rio, DJ de 1¼-7-2005.  
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Esse entendimento (o de que a autoriza•‹o do STF n‹o vincula o Presidente)


ficou materializado no caso da extradi•‹o do italiano Cesare Battisti. Segundo
a Corte, a œltima palavra sobre a entrega ou n‹o do extraditando cabe ao
Presidente da Repœblica, que tem liberdade para decidir sobre a efetiva•‹o
da extradi•‹o, obedecidos os termos do tratado bilateral porventura existente
entre o Brasil e o Estado requerente. A decis‹o de efetivar a extradi•‹o Ž,
assim, um ato pol’tico, de manifesta•‹o da soberania.

(TJ / MG Ð 2015) O brasileiro naturalizado ser‡ extraditado


por envolvimento comprovado em tr‡fico il’cito de
entorpecentes e drogas afins, independente de ter sido
praticado antes da naturaliza•‹o.

Coment‡rios:

No caso de envolvimento comprovado em tr‡fico il’cito de


entorpecentes e drogas afins, n‹o h‡ qualquer limita•‹o
temporal ˆ extradi•‹o de brasileiro naturalizado. Assim, n‹o
interessa se o envolvimento ocorreu antes ou ap—s a
naturaliza•‹o. Quest‹o correta.

LIV - ninguŽm ser‡ privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

O princ’pio do devido processo legal (due process of law) Ž uma das


garantias constitucionais mais amplas e relevantes46; trata-se de um conjunto
de pr‡ticas jur’dicas previstas na Constitui•‹o e na legisla•‹o
infraconstitucional cuja finalidade Ž garantir a concretiza•‹o da justi•a.

O devido processual legal Ž garantia que concede dupla prote•‹o ao


indiv’duo: ele incide tanto no ‰mbito formal (processual) quanto no ‰mbito
material.

No ‰mbito formal (processual), traduz-se na garantia de que as partes


poder‹o se valer de todos os meios jur’dicos dispon’veis para a defesa de
seus interesses. Assim, derivam do Òdevido processo legalÓ o direito ao
contradit—rio e ˆ ampla defesa, o direito de acesso ˆ justi•a, o direito ao juiz
natural, o direito a n‹o ser preso sen‹o por ordem judicial e o direito a n‹o ser
processado e julgado com base em provas il’citas. 47

                                                        
46
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594.
47
  MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594. 
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No ‰mbito material (substantivo), por sua vez, o devido processo legal diz
respeito ˆ aplica•‹o do princ’pio da proporcionalidade (tambŽm chamado
de princ’pio da razoabilidade ou da proibi•‹o de excesso). O respeito aos
direitos fundamentais n‹o exige apenas que o processo seja regularmente
instaurado; alŽm disso, as decis›es adotadas devem primar pela justi•a,
equil’brio e pela proporcionalidade.48

ƒ poss’vel afirmar, portanto, que o princ’pio da proporcionalidade tem sua


sede material no princ’pio do devido processo legal, considerado em sua
acep•‹o substantiva, n‹o simplesmente formal.49 Em outras palavras, o
princ’pio da proporcionalidade, que n‹o est‡ expressamente previsto na
Constitui•‹o, tem como fundamento o devido processo legal substantivo
(material).

O princ’pio da proporcionalidade est‡ impl’cito no texto constitucional,


dividindo-se em 3 (tr•s) subprinc’pios:

a) Adequa•‹o: a medida adotada pelo Poder Pœblico dever‡ estar apta


para alcan•ar os objetivos almejados.

b) Necessidade: a medida adotada pelo Poder Pœblico dever‡ ser


indispens‡vel para alcan•ar o objetivo pretendido. Nenhuma outra
medida menos gravosa seria eficaz para o atingimento dos objetivos.

c) Proporcionalidade em sentido estrito: a medida ser‡ considerada


leg’tima se os benef’cios dela resultantes superarem os preju’zos.

O STF tem utilizado o princ’pio da proporcionalidade como fundamento de


v‡rias de suas decis›es, especialmente no que diz respeito ao controle de
constitucionalidade de leis. Com efeito, leis de car‡ter restritivo dever‹o
observar o princ’pio da proporcionalidade. Segundo a Corte:

Ò... o princ’pio da proporcionalidade visa a inibir e a neutralizar o abuso


do Poder Pœblico no exerc’cio das fun•›es que lhe s‹o inerentes,
notadamente no desempenho de atividade de car‡ter legislativo e
regulamentar. Dentro dessa perspectiva, o postulado em quest‹o,
enquanto categoria fundamental de limita•‹o dos excessos emanados
do Estado, atua como verdadeiro par‰metro de aferi•‹o da pr—pria
constitucionalidade material dos atos estataisÓ.50

                                                        
48
  CUNHA JòNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6» edi•‹o. Ed. Juspodium,
2012, pp. 740 Ð 742.  
49
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5»
edi•‹o. Ed. MŽtodo, 2010. pp. 172-175.
50
STF, MS 1.320-9/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.04.1999.
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LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral s‹o assegurados o contradit—rio e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

As garantias do contradit—rio e da ampla defesa s‹o corol‡rios do princ’pio


do devido processo legal, isto Ž, dele decorrem diretamente.

A ampla defesa compreende o direito que o indiv’duo tem de trazer ao


processo todos os elementos l’citos de que dispuser para provar a verdade, ou,
atŽ mesmo, de se calar ou se omitir caso isso lhe seja benŽfico (direito ˆ n‹o-
autoincrimina•‹o). J‡ o contradit—rio Ž o direito dado ao indiv’duo de
contradizer tudo que for levado ao processo pela parte contr‡ria. Assegura,
tambŽm, a igualdade das partes do processo, ao equiparar o direito da
acusa•‹o com o da defesa.51

A ampla defesa e o contradit—rio s‹o princ’pios que se aplicam tanto aos


processos judiciais quanto aos processos administrativos, sejam estes
œltimos referentes ˆ aplica•‹o de puni•›es disciplinares ou ˆ restri•‹o de
direitos em geral. O termo ÒlitigantesÓ deve, portanto, ser compreendido na
acep•‹o mais ampla poss’vel, n‹o se referindo somente ˆqueles que
estejam envolvidos em um processo do qual resulte ou possa resultar algum
tipo de penalidade.

Todavia, entende o STF que a ampla defesa e o contradit—rio n‹o se aplicam


na fase do inquŽrito policial ou civil.52 Por esse motivo, Ž nula a senten•a
condenat—ria proferida exclusivamente com base em fatos narrados no
inquŽrito policial. O juiz pode usar as provas colhidas no inquŽrito para
fundamentar sua decis‹o; entretanto, por n‹o ter sido garantida a ampla
defesa e o contradit—rio na fase do inquŽrito, as provas nele obtidas n‹o
poder‹o ser os œnicos elementos para motivar a decis‹o judicial.

O inquŽrito Ž fase prŽ-processual, de natureza administrativa, consistindo


em um conjunto de dilig•ncias realizadas para a apura•‹o de uma infra•‹o
penal e sua autoria, a fim de que o titular da a•‹o penal (MinistŽrio Pœblico ou
o ofendido) possa ingressar em ju’zo. Somente a’ Ž que ter‡ in’cio a fase
processual, com as garantias constitucionais da ampla defesa e do
contradit—rio devendo ser respeitadas.

Cabe destacar que, apesar de a ampla defesa e o contradit—rio n‹o serem


garantias na fase do inquŽrito, o indiciado possui, mesmo nessa fase,
certos direitos fundamentais que lhe devem ser garantidos. Dentre eles,

                                                        
51
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5»
edi•‹o. Ed. MŽtodo, 2010. pp. 176.  
52
STF, RE 481.955 Ð AgR. Rel. Min Carmem Lœcia. DJe: 26.05.2011
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podemos citar o direito a ser assistido por um advogado, o de n‹o se


autoincriminar e o de manter-se em sil•ncio.53

Vejam bem: na fase do inquŽrito, o indiv’duo pode ser assistido por advogado;
todavia, n‹o Ž obrigat—ria a assist•ncia advocat’cia nessa fase. ƒ com base
nessa l—gica que o STF entende que n‹o h‡ ofensa ao contradit—rio e ˆ
ampla defesa quando do interrogat—rio realizado pela autoridade
policial sem a presen•a de advogado.

Sobre os direitos do indiciado na fase do inquŽrito, o STF editou a Sœmula


Vinculante n¼ 14, muito cobrada em concursos pœblicos:

"ƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo


aos elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento
investigat—rio realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria,
digam respeito ao exerc’cio do direito de defesa".

Por meio dessa sœmula, o STF garantiu a advogados o acesso a provas j‡


documentadas em autos de inquŽritos policiais que envolvam seus
clientes, inclusive os que tramitam em sigilo. Observe, entretanto, que a
sœmula somente se aplica a provas j‡ documentadas, n‹o atingindo demais
dilig•ncias do inquŽrito, ˆs quais o advogado n‹o tem direito a ter acesso
prŽvio. Com isso, caso sinta necessidade, a autoridade policial est‡ autorizada
a separar partes do inquŽrito.

TambŽm existe uma fase prŽ-processual que antecede os processos


administrativos disciplinares: a sindic‰ncia. Segundo o STF, na sindic‰ncia
preparat—ria para a abertura do processo administrativo disciplinar (PAD) n‹o
Ž obrigat—ria a obedi•ncia aos princ’pios do contradit—rio e da ampla
defesa. Esses princ’pios somente s‹o exigidos no curso do processo
administrativo disciplinar (PAD).

Ressalta-se que a raz‹o disso Ž que a sindic‰ncia que precede a abertura do


PAD, assim como o inquŽrito policial, caracteriza-se pela coleta de
informa•›es, que ser‹o apuradas em fases futuras dentro de um processo.
Caso a sindic‰ncia, entretanto, n‹o resulte em abertura do PAD, mas se
traduza em aplica•‹o de penalidade (advert•ncia, por exemplo)54, h‡ sim,
necessidade de obedi•ncia ao contradit—rio e ˆ ampla defesa como
requisito de validade da pena aplicada.

                                                        
53
STF, HC 82.354, Rel. Min. Sepœlveda Pertence, DJ 24.09.2004.
54
Segundo o art. 145, da Lei n¼ 8.112/90, da sindic‰ncia poder‡ resultar: i) arquivamento do
processo; ii) aplica•‹o de penalidade de advert•ncia ou suspens‹o de atŽ 30
(trinta) dias; iii) instaura•‹o de processo disciplinar.
 
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O STF entende que, nos processos administrativos disciplinares, a ampla


defesa e o contradit—rio podem ser validamente exercidos independentemente
de advogado. Dessa forma, em um PAD instaurado para apurar infra•‹o
disciplinar praticada por servidor, n‹o Ž obrigat—ria a presen•a de
advogado. Com base nesse entendimento, o STF editou a Sœmula
Vinculante n¼ 5:

ÒA falta de defesa tŽcnica por advogado no processo administrativo


disciplinar n‹o ofende a Constitui•‹o.Ó

Como forma de garantir a ampla defesa, Ž bastante comum que a legisla•‹o


preveja a exist•ncia de recursos administrativos. No entanto, em muitos
casos, a apresenta•‹o de recursos exigia o dep—sito ou arrolamento prŽvio
de dinheiros ou bens. Em outras palavras, para entrar com recurso
administrativo, o interessado precisava ofertar certas garantias, o que, em n‹o
raras vezes, inviabilizava, indiretamente, o exerc’cio do direito de
recorrer. Para resolver esse problema, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼
21:

Òƒ inconstitucional a exig•ncia de dep—sito ou arrolamento prŽvios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.Ó

Dessa forma, ser‡ inconstitucional qualquer lei ou ato normativo que


estabele•a a necessidade de dep—sito ou arrolamento prŽvio de dinheiro
ou bens como requisito de admissibilidade de recurso administrativo.

Nessa mesma linha, o STF entende que n‹o se pode exigir dep—sito prŽvio
como condi•‹o para se ajuizar, junto ao Poder Judici‡rio, a•‹o para se
discutir a exigibilidade de crŽdito tribut‡rio.55 Foi editada, ent‹o, a
Sœmula Vinculante n¼ 28:

Òƒ inconstitucional a exig•ncia de dep—sito prŽvio como requisito de


admissibilidade de a•‹o judicial na qual se pretenda discutir a
exigibilidade de crŽdito tribut‡rio.Ó

(PC/DF Ð 2015) O advogado tem direito, no interesse de


seu cliente, a ter acesso aos elementos de prova que, j‡
documentados em procedimento investigat—rio realizado pela
pol’cia, digam respeito ao exerc’cio do direito de defesa.

                                                        
55
Na ADIN 1.074-3, o STF considerou inconstitucional o art. 19, da Lei 8.870/94 que
estabelecia que Òas a•›es judiciais, inclusive cautelares, que tenham por objeto a discuss‹o de
dŽbito para com o INSS ser‹o, obrigatoriamente, precedidas do dep—sito preparat—rio do
valor do mesmo, monetariamente corrigido atŽ a data de efetiva•‹o, acrescido dos juros,
multa de mora e demais encargosÓ.
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Coment‡rios:

Essa quest‹o est‡ baseada na SV n¼ 14. Quest‹o correta.

(PC/DF Ð 2015) N‹o Ž inconstitucional a exig•ncia de


dep—sito ou arrolamento de bens para admissibilidade de
recurso administrativo.

Coment‡rios:

Essa quest‹o est‡ baseada na SV n¼ 21, que considera


inconstitucional a exig•ncia de dep—sito ou arrolamento de
bens para admissibilidade de recurso administrativo. Quest‹o
errada.

LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos;

O devido processo legal tem como uma de suas consequ•ncias a


inadmissibilidade das provas il’citas, que n‹o poder‹o ser usadas nos
processos administrativos e judiciais. Segundo o STF:

Òƒ indubit‡vel que a prova il’cita, entre n—s, n‹o se reveste da


necess‡ria idoneidade jur’dica como meio de forma•‹o do
convencimento do julgador, raz‹o pela qual deve ser desprezada, ainda
que em preju’zo da apura•‹o da verdade, em prol do ideal maior de um
processo justo, condizente com o respeito devido a direitos e garantias
fundamentais da pessoa humana, valor que se sobreleva, em muito, ao
que Ž representado pelo interesse que tem a sociedade em uma eficaz
repress‹o aos delitos.Ó56

As provas il’citas, assim consideradas aquelas obtidas com viola•‹o ao direito


material, dever‹o ser, portanto, expurgadas do processo; ser‹o elas
imprest‡veis ˆ forma•‹o do convencimento do magistrado.57

H‡ que se destacar, todavia, que a presen•a de provas il’citas n‹o Ž


suficiente para invalidar todo o processo, se nele existirem outras provas,
l’citas e aut™nomas (obtidas sem a necessidade dos elementos informativos
revelados pela prova il’cita).58 Uma vez que seja reconhecida a ilicitude de
prova constante dos autos, esta dever‡ ser imediatamente desentranhada

                                                        
56
STF, A•‹o Penal, 307-3-DF. Rel. Min. Ilmar Galv‹o, DJU 13.10.1995
57
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 324-332 
58
STF, HC 76.231/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ: 29.09.1995.
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(retirada) do processo. 59 As outras provas, l’citas e independentes da obtida


ilicitamente, s‹o mantidas, tendo continuidade o processo.

Vejamos, a seguir, importantes entendimentos do STF


sobre a licitude/ilicitude de provas:

1) ƒ il’cita a prova obtida por meio de intercepta•‹o


telef™nica sem autoriza•‹o judicial. A intercepta•‹o
telef™nica, conforme j‡ estudamos, depende de
autoriza•‹o judicial.

2) S‹o il’citas as provas obtidas por meio de


intercepta•‹o telef™nica determinada a partir
apenas de denœncia an™nima, sem investiga•‹o
preliminar. Com efeito, uma denœncia an™nima n‹o Ž
suficiente para que o juiz determine a intercepta•‹o
telef™nica; caso ele o fa•a, a prova obtida a partir desse
procedimento ser‡ il’cita.

3) S‹o il’citas as provas obtidas mediante grava•‹o de


conversa informal do indiciado com policiais, por
constituir-se tal pr‡tica em Òinterrogat—rio sub-
rept’cioÓ, realizado sem as formalidades legais do
interrogat—rio no inquŽrito policial e sem que o indiciado
seja advertido do seu direito ao sil•ncio.60

4) S‹o il’citas as provas obtidas mediante confiss‹o


durante pris‹o ilegal. Ora, se a pris‹o foi ilegal, todas
as provas obtidas a partir dela tambŽm o ser‹o.

5) ƒ l’cita a prova obtida mediante grava•‹o telef™nica


feita por um dos interlocutores sem a autoriza•‹o
judicial, caso haja investida criminosa daquele que
desconhece que a grava•‹o est‡ sendo feita. Nessa
situa•‹o, tem-se a leg’tima defesa.

6) ƒ l’cita a prova obtida por grava•‹o de conversa


telef™nica feita por um dos interlocutores, sem
conhecimento do outro, quando ausente causa legal de
sigilo ou de reserva da conversa•‹o.61

                                                        
59
STF, Embargos de Declara•‹o em InquŽrito. Rel. Min. NŽri da Silveira, 07.06.1996
60
STF, HC 80.949. Rel. Min. Sepœlveda Pertence. DJ 30.10.2001
61
STF, RE 630.944 Ð AgR. Rel. Min. Ayres Brito. DJ 25.10.2011
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7) ƒ l’cita a prova consistente em grava•‹o ambiental


realizada por um dos interlocutores sem o
conhecimento do outro. 62

Muito conhecida na doutrina Ž a Teoria dos Frutos da çrvore Envenenada


(ÒFruits of the Poisonous TreeÓ), que se baseia na ideia de que uma ‡rvore
envenenada ir‡ produzir frutos contaminados! Seguindo essa l—gica, uma
prova il’cita contamina todas as outras que dela derivam. ƒ o que a
doutrina denomina ilicitude por deriva•‹o; pode-se dizer tambŽm que, nesse
caso, haver‡ comunicabilidade da ilicitude das provas il’citas a todas aquelas
que dela derivarem.

ƒ importante destacar, porŽm, que a t‹o s— exist•ncia de prova


reconhecidamente il’cita no processo n‹o basta para que a condena•‹o seja
considerada nula, ou seja, a prova il’cita n‹o contamina todo o processo.
Nesse sentido, segundo o STJ, Òn‹o se aplica a Teoria da çrvore dos Frutos
Envenenados quando a prova considerada como il’cita Ž independente dos
demais elementos de convic•‹o coligidos nos autos, bastantes para
fundamentar a condena•‹o.Ó63

(SEFAZ-MT Ð 2014) As provas provenientes de quebra


irregular de sigilo banc‡rio ou fiscal s‹o nulas para fins de
responsabiliza•‹o administrativa e c’vel, mas n‹o criminal.

Coment‡rios:

As provas il’citas n‹o podem ser usadas, tambŽm, nos


processos penais (criminais). Elas ser‹o nulas. Quest‹o
errada.

LVII - ninguŽm ser‡ considerado culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de


senten•a penal condenat—ria;

Trata-se do princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia, que tem por objetivo


proteger a liberdade do indiv’duo frente ao poder de impŽrio do Estado.
Somente a partir do tr‰nsito em julgado (decis‹o da qual n‹o caiba mais
nenhum recurso) de senten•a penal condenat—ria Ž que alguŽm poder‡ ser
considerado culpado. ƒ, afinal, o tr‰nsito em julgado da senten•a que faz coisa
julgada material.
                                                        
62
STF, RE 583.937-QO-RG. Rel. Min. Cezar Peluso. DJ 19.11.2009.
63
APR 20050810047450 DF, Rel. Vaz de Mello, j. 07.02.2008.
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Da presun•‹o de inoc•ncia, deriva a obrigatoriedade de que o ™nus da prova


da pr‡tica de um crime seja sempre do acusador. Assim, n‹o se pode exigir
que o acusado produza provas em seu favor; caber‡ ˆ acusa•‹o provar,
inequivocamente, a culpabilidade do acusado.

A jurisprud•ncia do STF considera que as pris›es cautelares (pris‹o


preventiva, pris‹o em flagrante e pris‹o tempor‡ria) s‹o compat’veis com o
princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia. Assim, Ž plenamente poss’vel, no
ordenamento jur’dico brasileiro, que alguŽm seja preso antes de senten•a
penal condenat—ria transitada em julgado.

Em fevereiro de 2016, o STF adotou important’ssima decis‹o relacionada ao


princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia. Desde 2009, o entendimento do STF
era o de que a execu•‹o da senten•a somente seria poss’vel ap—s o tr‰nsito
em julgado da condena•‹o. Um exemplo pode nos ilustrar como era o
entendimento antigo da Corte.

Suponha que AndrŽ seja julgado e condenado na primeira inst‰ncia. Em


seguida, efetua a apela•‹o para o Tribunal de Justi•a, onde a senten•a Ž
mantida. Nessa hip—tese, ainda poderia ser cab’vel recurso especial (para o
STJ) e recurso extraordin‡rio (para o STF). AtŽ que esses recursos fossem
julgados, AndrŽ n‹o poderia ser considerado culpado, uma vez que ainda n‹o
estar’amos diante do tr‰nsito em julgado de uma senten•a penal condenat—ria.
Consequentemente, AndrŽ n‹o poderia ser preso.

Mas qual o novo entendimento do STF?

Agora, o STF entende que a decis‹o condenat—ria em segunda inst‰ncia


j‡ permitir‡ a execu•‹o provis—ria do ac—rd‹o. Ora, se um indiv’duo foi
condenado em primeira inst‰ncia e, em seguida, teve a condena•‹o
confirmada por um Tribunal (—rg‹o de natureza colegiada), n‹o se pode
presumir que ele seja inocente. Ao contr‡rio, j‡ h‡ uma declara•‹o forte
acerca da sua culpabilidade. Dessa forma, a execu•‹o do ac—rd‹o penal
condenat—rio n‹o precisa aguardar o julgamento de eventuais recursos
extraordin‡rio ou especial.

No julgamento, o STF deixou clara a necessidade de que exista um equil’brio


entre o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia e a efetividade da
jurisdi•‹o penal. Comentou-se, inclusive que, Òem pa’s nenhum do mundo,
depois de observado o duplo grau de jurisdi•‹o, a execu•‹o de uma
condena•‹o fica suspensa aguardando referendo da Suprema CorteÓ. Dessa
forma, o STF fixou o seguinte entendimento:

ÒA execu•‹o provis—ria de ac—rd‹o penal condenat—rio proferido em


grau de apela•‹o, ainda que sujeito a recurso especial ou

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extraordin‡rio, n‹o compromete o princ’pio constitucional da


presun•‹o de inoc•nciaÓ. 64

A presun•‹o de inoc•ncia tambŽm j‡ serviu de fundamento para outra


importante jurisprud•ncia, agora relacionada a concursos pœblicos.

Segundo o STF, Òviola o princ’pio constitucional da presun•‹o de inoc•ncia,


previsto no art. 5¼, LXVII, da CF, a exclus‹o de candidato de concurso pœblico
que responde a inquŽrito ou a•‹o penal sem tr‰nsito em julgado da senten•a
condenat—riaÓ.65 Ora, se ainda n‹o houve o tr‰nsito em julgado da senten•a
penal, o indiv’duo n‹o pode ser considerado culpado. Ao exclui-lo do concurso,
a Administra•‹o Pœblica agiu como se ele assim devesse ser considerado, o
que viola a presun•‹o de inoc•ncia.

(Pol’cia Civil / CE - 2015) NinguŽm ser‡ considerado


culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de senten•a penal
condenat—ria, salvo o preso em flagrante delito.

Coment‡rios:

Pegadinha! Mesmo aquele que for preso em flagrante delito


somente poder‡ ser considerado culpado ap—s o tr‰nsito em
julgado de senten•a penal condenat—ria. Quest‹o errada.

LVIII - o civilmente identificado n‹o ser‡ submetido a identifica•‹o criminal,


salvo nas hip—teses previstas em lei;

Tem-se, aqui, norma constitucional de efic‡cia contida: na falta de lei


dispondo sobre os casos de identifica•‹o criminal excepcional, esta jamais
seria exig’vel.

O que Ž identifica•‹o civil? ƒ a regra: carteira de identidade, de motorista, de


trabalho... E a criminal? ƒ a impress‹o digital (processo datilosc—pico) e a
fotogr‡fica. Aposto que voc• se lembrou daquelas cenas de filmes, em que o
preso Ž fotografado de frente e de perfil pela pol’cia, nŽ?

Assim, lei pode prever, excepcionalmente, hip—teses de identifica•‹o


criminal mesmo quando o indiv’duo j‡ foi identificado civilmente. A Lei
n¼ 12.037/2009 disp›e sobre os casos de identifica•‹o criminal do civilmente
identificado.

                                                        
64
 HC n¼ 126.292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki. 17.02.2016. 
65
STF, RE 559.135-AgR. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.05.2008.
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LIX - ser‡ admitida a•‹o privada nos crimes de a•‹o pœblica, se esta n‹o for
intentada no prazo legal;

Como voc• sabe, em regra, Ž o MinistŽrio Pœblico que provoca o Poder


Judici‡rio nas a•›es penais pœblicas, de cujo exerc’cio Ž titular, com o fim
de obter do Estado o julgamento de uma pretens‹o punitiva.

Entretanto, em alguns casos, o particular poder‡ exercer essa prerrogativa, de


maneira excepcional. Trata-se dos casos de a•‹o penal privada subsidi‡ria
da pœblica, quando esta n‹o Ž intentada no prazo legal. Nesse tipo de a•‹o, a
titularidade da persecu•‹o criminal era, inicialmente, do MinistŽrio Pœblico.
Entretanto, diante da omiss‹o deste, ela passou para o particular.

Destaca-se, todavia, que n‹o Ž poss’vel a•‹o penal privada subsidi‡ria da


pœblica quando o MinistŽrio Pœblico solicitou ao juiz o arquivamento do
inquŽrito policial por falta de provas. Isso porque, nesse caso, n‹o se
caracteriza inŽrcia do MinistŽrio Pœblico.

LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

A compreens‹o desse inciso Ž bastante simples. A regra Ž a publicidade dos


atos processuais. A exce•‹o Ž a restri•‹o a essa publicidade, que s— poder‡ ser
feita por lei e em 2 (duas hip—teses): defesa da intimidade ou interesse
social.

LXI - ninguŽm ser‡ preso sen‹o em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judici‡ria competente, salvo nos casos de
transgress‹o militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXVI - ninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provis—ria, com ou sem fian•a;

O direito ˆ liberdade Ž uma regra prevista na Constitui•‹o, que somente em


situa•›es excepcionais e taxativas poder‡ ser violada. O inciso LXI do art. 5¼
da Constitui•‹o traz as hip—teses em que Ž poss’vel a pris‹o:

a) em flagrante delito. Nesse caso, n‹o haver‡ necessidade de ordem


judicial. Nos termos do C—digo de Processo Penal, qualquer do povo
poder‡ e as autoridades policiais e seus agentes dever‹o prender quem
quer que seja encontrado em flagrante delito.

b) em caso de transgress‹o militar ou crime propriamente


militar, definidos em lei. Nesse caso, tambŽm Ž dispensada ordem
judicial.

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c) por ordem de juiz, escrita e fundamentada. A decis‹o judicial Ž


necess‡ria para a decreta•‹o de pris‹o cautelar ou para a denega•‹o de
liberdade provis—ria.

A pris‹o, por tudo o que j‡ comentamos, tem natureza excepcional. Nesse


sentido, o inciso LXVI disp›e que se a lei admitir a liberdade provis—ria,
com ou sem fian•a, ninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela mantido. Isso
porque o direito ˆ liberdade Ž um dos direitos humanos mais b‡sicos e
importantes.

FLAGRANTE DELITO


CASOS EM QUE É  TRANSGRESSÃO MILITAR OU CRIME PROPRIAMENTE MILITAR
POSSÍVEL A PRISÃO

POR ORDEM DE JUIZ, ESCRITA E FUNDAMENTADA

(CNMP Ð 2015) NinguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela


mantido quando a lei admitir a liberdade provis—ria, desde
que mediante pagamento de fian•a.

Coment‡rios:

O art. 5¼, LXVI estabelece que ÒninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o


ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provis—ria,
com ou sem fian•aÓ. Quest‹o errada.

LXII - a pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se encontre ser‹o


comunicados imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ
pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assist•ncia da fam’lia e de
advogado;

LXIV - o preso tem direito ˆ identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou
por seu interrogat—rio policial;

LXV - a pris‹o ilegal ser‡ imediatamente relaxada pela autoridade judici‡ria;

Esses dispositivos enunciam os direitos do preso, que lhe devem ser


garantidos imediatamente quando de sua pris‹o.
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Nos termos do inciso LXII, a pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se


encontre ser‹o comunicados imediatamente ao juiz competente e ˆ
fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele indicada. O objetivo Ž assegurar-lhe
a assist•ncia familiar e permitir que o juiz analise a legalidade da pris‹o,
relaxando-a se tiver sido ilegal. Destaque-se que n‹o ocorrer‡
descumprimento do art. 5¼, LXII, se o preso, voluntariamente, n‹o indica
pessoa a ser comunicada de sua pris‹o.66

O inciso LXIII, por sua vez, consagra o direito ao sil•ncio (direito ˆ n‹o-
autoincrimina•‹o), que se baseia na l—gica de que ninguŽm pode ser obrigado
a produzir provas contra si mesmo (Ònemo tenetur se detegereÓ). O preso
dever‡ ser informado sobre seu direito de permanecer em sil•ncio, assim como
do fato de que o exerc’cio desse direito n‹o ir‡ trazer-lhe nenhum
preju’zo. Em outras palavras, o sil•ncio do rŽu no interrogat—rio n‹o pode ser
interpretado como se fosse uma confiss‹o da pr‡tica do crime.

O direito ao sil•ncio est‡ presente quando o indiciado ou acusado presta


depoimento ao Poder Judici‡rio, ao Poder Executivo ou ao Poder
Legislativo (no ‰mbito de CPI, por exemplo). Segundo o STF, o preso deve
ser informado de seu direito ao sil•ncio, sob pena de nulidade absoluta de
seu interrogat—rio.

Importa destacar ainda que, para o Supremo Tribunal Federal, o direito de


permanecer em sil•ncio insere-se no alcance concreto da cl‡usula
constitucional do devido processo legal. Nesse direito ao sil•ncio, est‡
inclu’da, implicitamente, a prerrogativa processual de o acusado negar,
ainda que falsamente, perante a autoridade policial ou judici‡ria, a
pr‡tica da infra•‹o penal. 67 Essa garantia conferida ao acusado, entretanto,
n‹o lhe permite mentir indiscriminadamente. N‹o pode ele, com base nesse
direito, criar situa•›es que comprometam terceiros ou gerem obst‡culos ˆ
apura•‹o dos fatos, impedindo que a Justi•a apure a verdade.

O inciso LXIV, por sua vez, garante ao preso o direito de conhecer a


identidade dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio
policial. O objetivo Ž evitar arbitrariedades da autoridade policial e de seus
agentes que, uma vez tendo sido identificadas pelo preso, poder‹o ser
responsabilizadas, a posteriori, no caso de ilegalidades ou abuso de poder.

J‡ o inciso LXV determina que a pris‹o ilegal ser‡ imediatamente


relaxada pela autoridade judici‡ria. O relaxamento da pris‹o Ž, portanto, um
ato por meio do qual o juiz torna sem efeito a restri•‹o de liberdade. Trata-se,
como se pode verificar, de uma prote•‹o aos indiv’duos contra pris›es ilegais
ou arbitr‡rias.

                                                        
66
STF, HC 69.630. Rel. Min. Paulo Brossard. DJ: 04.12.1992.
67
STF, Primeira Turma, HC 68929 SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.10.1991, DJ 28-08-1992. 
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Um entendimento importante do STF, relacionado ao respeito dos direitos do


preso, Ž a Sœmula Vinculante n¼ 11, que trata do uso de algemas.

ÒS— Ž l’cito o uso de algemas em caso de resist•ncia e de fundado


receio de fuga ou de perigo ˆ integridade f’sica pr—pria ou alheia, por
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da pris‹o ou do ato processual a que se
refere sem preju’zo da responsabilidade civil do Estado.Ó

Com a edi•‹o da Sœmula Vinculante n¼ 11, a utiliza•‹o de algemas somente


pode ser utilizada em casos excepcionais (resist•ncia, fundado receio de
fuga ou perigo ˆ integridade f’sica), justificados por escrito. A desobedi•ncia
a essa regra implicar‡ em responsabilidade do agente ou da autoridade,
bem como na nulidade da pris‹o.

(Pol’cia Civil / CE Ð 2015) A pris‹o de qualquer pessoa e o


local onde se encontre ser‹o comunicados, imediatamente, ao
juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele
indicada.

Coment‡rios:

ƒ a literalidade do art. 5¼, LXII, CF/88. Quest‹o correta.

(Pol’cia Civil / CE Ð 2015) A pris‹o ilegal ser‡


imediatamente relaxada pela autoridade policial.

Coment‡rios:

Pegadinha! ƒ a autoridade judicial (e n‹o a autoridade


policial!) que relaxar‡ a pris‹o ilegal. Quest‹o errada.

(Pol’cia Federal Ð 2014) Um agente da Pol’cia Federal foi


escalado para atuar em opera•‹o para cumprimento de
mandado judicial de pris‹o e de busca e apreens‹o, durante o
dia, de documentos no escrit—rio profissional do investigado.
Mesmo que o investigado ofere•a resist•ncia ˆ ordem de
pris‹o, n‹o ser‡ poss’vel o uso de algemas para conduzi-lo,
uma vez que a CF garante que nenhum cidad‹o ser‡
submetido a tratamento desumano ou degradante.

Coment‡rios:

A Sœmula Vinculante n¼ 11 autoriza a utiliza•‹o de algemas


em caso de resist•ncia ˆ pris‹o. Logo, na situa•‹o descrita,
ser‡ poss’vel o uso de algemas. Quest‹o errada.
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LXVII - n‹o haver‡ pris‹o civil por d’vida, salvo a do respons‡vel pelo
inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de obriga•‹o aliment’cia e a do
deposit‡rio infiel;

A partir deste artigo, de Òmemoriza•‹oÓ obrigat—ria para sua prova, pode-se


concluir que:

a) Em regra, n‹o h‡ pris‹o civil por d’vidas.

b) Aquele que n‹o paga pens‹o aliment’cia s— pode ser preso se


deixar de pagar porque quer (inadimplemento volunt‡rio) e sem
justificativa plaus’vel (inadimplemento inescus‡vel).

c) Se levarmos em conta apenas o texto da Constitui•‹o, iremos


concluir que o deposit‡rio infiel tambŽm pode ser preso. No entanto, o
entendimento atual do STF Ž o de que a œnica pris‹o civil por d’vida
admitida no ordenamento jur’dico brasileiro Ž a resultante do
inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de obriga•‹o
aliment’cia.

Vamos explicar o porqu• disso, come•ando com o conceito de Òdeposit‡rio


infielÓ.

O conceito n‹o Ž cobrado em prova, mas fica bem mais f‡cil entender o
esp’rito da norma quando este Ž explicado. O deposit‡rio Ž a pessoa a quem
uma autoridade entrega um bem em dep—sito. Essa pessoa assume a
obriga•‹o de conservar aquele bem com dilig•ncia e de restitu’-lo
assim que a autoridade o exigir. Quando assim n‹o procede, Ž chamada
deposit‡rio infiel. A infidelidade, portanto, Ž um delito. ƒ o caso de uma
pessoa que teve mercadoria apreendida pela Receita Federal, mas que recebe
do Auditor-Fiscal autoriza•‹o para guard‡-la, por falta de espa•o no dep—sito
da unidade aduaneira, por exemplo. Caso o bem n‹o seja entregue assim que
requerido, o deposit‡rio torna-se infiel.

Pela literalidade da Constitui•‹o, o deposit‡rio infiel pode ser preso. No


entanto, trata-se de autoriza•‹o (e n‹o imposi•‹o) constitucional. H‡
necessidade de uma norma infraconstitucional que ordene a pris‹o. Com
efeito, a Constitui•‹o apenas autoriza a pris‹o; quem deve determinar a
pris‹o do deposit‡rio infiel Ž uma lei (norma infraconstitucional). Essa lei que
determina a pris‹o do deposit‡rio infiel atŽ existe, mas como explicarei a
seguir, est‡ com a efic‡cia suspensa.

O Brasil Ž signat‡rio da Conven•‹o Americana de Direitos Humanos (Pacto


de San Jose da Costa Rica), que somente permite a pris‹o civil por n‹o
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pagamento de obriga•‹o aliment’cia. Segundo o STF, esse tratado, por ser


de direitos humanos, tem ÒstatusÓ supralegal, ou seja, est‡ abaixo da
Constitui•‹o e acima de todas as leis na hierarquia das normas. Assim, ele n‹o
se sobrep›e ˆ Constitui•‹o, ou seja, permanece v‡lida a autoriza•‹o
constitucional para que o deposit‡rio infiel seja preso.

No entanto, a Conven•‹o Americana de Direitos Humanos, por ter status


supralegal, suspendeu toda a efic‡cia da legisla•‹o infraconstitucional que
regia a pris‹o do deposit‡rio infiel. Segundo o STF, o Pacto de San JosŽ da
Costa Rica produziu um Òefeito paralisanteÓ sobre toda a legisla•‹o
infraconstitucional que determinava a pris‹o do deposit‡rio infiel. 68

Dessa forma, n‹o houve revoga•‹o do texto constitucional. A Constitui•‹o


continua autorizando a pris‹o do deposit‡rio infiel; no entanto, a legisla•‹o
infraconstitucional est‡ impedida de ordenar essa modalidade de
pris‹o, em raz‹o da Conven•‹o Americana de Direitos Humanos, cuja
hierarquia Ž de norma supralegal.

Para sanar qualquer dœvida sobre o tema, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼
25:

ƒ il’cita a pris‹o civil do deposit‡rio infiel, qualquer que


seja a modalidade de dep—sito.

Para finalizar, quero que voc•s se lembrem, ainda, de que os tratados sobre
direitos humanos tambŽm podem ter ÒstatusÓ de emenda
constitucional, desde que aprovados obedecendo ao rito pr—prio dessa
espŽcie normativa. Assim, necessitam ser aprovados em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por tr•s quintos dos votos dos respectivos
membros. Essa previs‹o est‡ no art. 5¼, ¤ 3¼ da CF/88, inclu’do ˆ Constitui•‹o
pela EC 45/04.

Continuemos no estudo do art. 5¼, da Constitui•‹o Federal!

XV - Ž livre a locomo•‹o no territ—rio nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;

Por meio desse dispositivo, a CF/88 garante a liberdade de locomo•‹o, no


territ—rio nacional, nos tempos de paz e nos termos da lei. Observe que se
trata de norma constitucional de efic‡cia contida, que poder‡ sofrer

                                                        
68
RE 466.343-1/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 03.12.2008
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restri•›es referentes ao ingresso, sa’da e circula•‹o interna de pessoas e


patrim™nio. ƒ o caso, por exemplo, das restri•›es impostas por normas
referentes ao ingresso de estrangeiros no pa’s.

Outro t—pico bastante interessante sobre esse dispositivo Ž que a liberdade de


locomo•‹o s— Ž assegurada a qualquer pessoa (brasileira ou n‹o) em tempos
de paz. Isso significa que, em tempos de guerra, a liberdade de entrada,
sa’da e perman•ncia no pa’s poder‡ sofrer duras restri•›es,
principalmente no que se refere a estrangeiros.

Por fim, cabem algumas considera•›es sobre o direito de locomo•‹o.


Locomover significa andar, correr, passear, parar, ir, vir, ficar, estacionar,
transitar... Em sentido amplo, Ž o mesmo que circular. Nesse sentido, n‹o
pode o Poder Pœblico cercear o livre tr‰nsito de pessoas, salvo em
situa•›es excepcionais.

O remŽdio constitucional adequado para proteger a liberdade de locomo•‹o Ž o


Òhabeas corpusÓ:

LXVIII - conceder-se-‡ "habeas-corpus" sempre que alguŽm sofrer ou se


achar amea•ado de sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de
locomo•‹o, por ilegalidade ou abuso de poder;

O Òhabeas corpusÓ Ž uma garantia fundamental. Trata-se de uma forma


espec’fica de garantia, a que a doutrina chama ÒremŽdio constitucionalÓ.

ÒIh...Agora complicou! O que Ž remŽdio constitucional, N‡dia?Ó

Calma, aluno (a)... O remŽdio constitucional Ž um meio que a Constitui•‹o d‡


ao indiv’duo de proteger seus direitos contra a ilegalidade ou abuso de
poder cometido pelo Estado. Ao contr‡rio da maioria das garantias, n‹o Ž uma
proibi•‹o ao Estado, mas um instrumento a favor do indiv’duo.

Bem, voltando ao Òhabeas corpusÓ, temos que ele Ž remŽdio constitucional que
protege o direito de locomo•‹o. Sua finalidade Ž, por meio de ordem
judicial, fazer cessar a amea•a ou coa•‹o ˆ liberdade de locomo•‹o do
indiv’duo.

O Òhabeas corpusÓ tem natureza penal, procedimento especial (Ž de


decis‹o mais r‡pida: rito sum‡rio), Ž isento de custas (gratuito) e pode ser
repressivo (liberat—rio) ou preventivo (salvo-conduto). Se repressivo, busca
devolver ao indiv’duo a liberdade de locomo•‹o que j‡ perdeu (sendo preso,
por exemplo); quando preventivo, resguarda o indiv’duo quando a perda dessa
liberdade Ž apenas uma amea•a. H‡, ainda, o Òhabeas corpusÓ suspensivo,
utilizado quando a pris‹o j‡ foi decretada, mas o mandado de pris‹o ainda est‡
pendente de cumprimento.
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Pode o Òhabeas corpusÓ ser impetrado por qualquer pessoa f’sica ou


jur’dica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo MinistŽrio Pœblico e pela
Defensoria Pœblica. Todos esses s‹o, portanto, sujeitos ativos do Òhabeas
corpusÓ. Trata-se de uma a•‹o com legitimidade universal, que pode,
inclusive, ser concedida de of’cio pelo pr—prio juiz. Tamanho Ž seu car‡ter
universal que o Òhabeas corpusÓ prescinde, atŽ mesmo, da outorga de
mandado judicial que autorize o impetrante a agir em favor de quem estaria
sujeito, alegadamente, a constrangimento em sua liberdade de locomo•‹o.

N‹o pode o Òhabeas corpusÓ, contudo, ser impetrado em favor de pessoa


jur’dica. Somente as pessoas f’sicas (os seres humanos) podem ser
pacientes de Òhabeas corpusÓ. J‡ viu pessoa jur’dica (ÒempresaÓ) se
locomovendo? Ou, ainda, Ž poss’vel que pessoa jur’dica seja condenada ˆ
pris‹o? N‹o, nŽ? Por isso mesmo, o Òhabeas corpusÓ s— pode ser impetrado
a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jur’dica. Guarde bem isso!

Pessoa jur’dica pode impetrar habeas corpus, mas


sempre a favor de pessoa f’sica.

N‹o h‡ necessidade de advogado para impetra•‹o de Òhabeas corpusÓ,


bem como para interposi•‹o de recurso ordin‡rio contra decis‹o proferida em
Òhabeas corpusÓ. A doutrina considera, por isso, que o Òhabeas corpusÓ Ž uma
verdadeira a•‹o penal popular.

No que se refere ˆ legitimidade passiva no Òhabeas corpusÓ, tem-se que


este se dirige contra a autoridade coatora, seja ela de car‡ter pœblico ou
um particular. Por autoridade coatora entende-se aquela que determinou a
pris‹o ou a restri•‹o da locomo•‹o do paciente, ou seja, da pessoa que sofreu
a les‹o ou amea•a de les‹o. Um exemplo t’pico de Òhabeas corpusÓ contra
particular Ž aquele impetrado contra hospitais, que negam a libera•‹o de seus
pacientes, caso estes n‹o paguem suas despesas.

Pela import‰ncia do direito que busca responder (liberdade de locomo•‹o), o


habeas corpus Ž a•‹o de procedimento especial (rito sum‡rio), sendo decidida
de maneira bem cŽlere. Mesmo assim, pode haver medida liminar em
Òhabeas corpusÓ, desde que presentes seus pressupostos (fumus boni iuris e
periculum in mora).

ÒN‡dia, o que Ž liminar?Ó

A liminar Ž uma ordem judicial proferida pronta, sum‡ria (rito breve) e


precariamente (n‹o Ž definitiva). Visa proteger direito que esteja sendo
discutido em outra a•‹o, e que, sem a liminar, poderia sofrer danos de

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dif’ceis repara•›es, devido ˆ demora na presta•‹o jurisdicional. A liminar,


portanto, tem dois pressupostos:

a) O Òfumus boni jurisÓ, ou Òfuma•a do bom direitoÓ, que significa


que o pedido deve ter plausibilidade jur’dica;

b) O Òpericulum in moraÓ (risco da demora), que significa que deve


haver possibilidade de dano irrepar‡vel ou de dif’cil repara•‹o se houver
demora na presta•‹o jurisdicional.

Outra coisa importante: Ž cab’vel Òhabeas corpusÓ mesmo quando a ofensa


ao direito de locomo•‹o Ž indireta, ou seja, quando do ato impugnado
possa resultar procedimento que, ao final, termine em deten•‹o ou reclus‹o da
pessoa. ƒ o caso do uso desse instrumento para proteger o indiv’duo contra
quebra de sigilo banc‡rio que possa levar ˆ sua pris‹o em um processo
criminal, por exemplo69. Esse Ž o entendimento do STF. Entretanto, caso a
quebra do sigilo fiscal se desse em um processo administrativo, n‹o caberia
Òhabeas corpusÓ. Isso porque esse tipo de processo jamais leva ˆ restri•‹o de
liberdade. O remŽdio constitucional adequado, nesse caso, seria o mandado de
seguran•a.

Resta, ainda, destacar que o Òhabeas corpusÓ pode ser concedido de of’cio
pelo juiz70, ou seja, por sua iniciativa, sem provoca•‹o de terceiros. Isso
ocorrer‡ quando, no curso do processo, a autoridade judici‡ria verificar que
alguŽm sofre ou est‡ na imin•ncia de sofrer coa•‹o ilegal.

AlŽm disso, entende o STF que o —rg‹o competente para julgamento do


habeas corpus est‡ desvinculado ˆ causa de pedir (fundamento do pedido)
e aos pedidos formulados. Assim, havendo convic•‹o sobre a exist•ncia de
ato ilegal n‹o mencionado pelo impetrante, cabe ao Judici‡rio afast‡-lo, ainda
que isso implique concess‹o de ordem em sentido diverso do pleiteado71.

O Òhabeas corpusÓ tambŽm n‹o serve como meio de dila•‹o probat—ria72,


para reparar erro do Judici‡rio, devido ˆ sua ’ndole sumar’ssima73. A coa•‹o
ilegal dever‡ ser demonstrada de plano pelo impetrante: exige-se, no Òhabeas
corpusÓ, prova prŽ-constitu’da. Como a fase de dila•‹o probat—ria Ž demorada,
relativamente longa, entende o STF que Ž incab’vel na via de Òhabeas corpusÓ,
devido a seu rito sumar’ssimo. O bem jur’dico tutelado (a liberdade de
                                                        
69
ÒO habeas corpus Ž medida id™nea para impugnar decis‹o judicial que autoriza a quebra de
sigilos fiscal e banc‡rio em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem
em constrangimento ˆ liberdade do investigadoÓ (AI 573623 QO/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes,
31.10.2006).
70
STF, HC 69.172-2/RJ, DJ, 1, de 28.08.1992.
71
STF, HC 69.421/SP, DJ, 1, de 28.08.1992.
72
Por dila•‹o probat—ria entende-se o prazo concedido ˆs partes para a produ•‹o de provas no
processo.
73
STF, HC 68.397-5/DF, DJ 1, 26.06.1992. 
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locomo•‹o) requer o afastamento da ilegalidade o mais r‡pido poss’vel, o que


n‹o se daria caso houvesse uma fase probat—ria.

Uma pergunta importante que se deve fazer Ž a seguinte: quando Ž incab’vel


o Òhabeas corpusÓ?

a) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar decis›es do STF


(Plen‡rio ou Turmas). N‹o Ž cab’vel habeas corpus, inclusive, contra
decis‹o monocr‡tica proferida por Ministro do STF. 74

A impossibilidade de impetra•‹o do Òhabeas corpusÓ contra decis›es do STF


decorre do princ’pio da Òsuperioridade de grauÓ, em virtude do qual somente a
autoridade imediatamente superior ˆ autoridade coatora Ž que teria
compet•ncia para conhecer e decidir sobre essa a•‹o. Nesse sentido, nenhum
juiz pode conceder Òhabeas corpusÓ contra ato do pr—prio ju’zo; o habeas
corpus Ž sempre impetrado junto ˆ autoridade superior daquela que tomou
decis‹o que viola a liberdade de locomo•‹o.

b) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar determina•‹o de


suspens‹o dos direitos pol’ticos.

c) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar pena em processo


administrativo disciplinar: advert•ncia, suspens‹o, demiss‹o etc.

d) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar pena de multa ou relativa


a processo em curso por infra•‹o penal a que a pena pecuni‡ria seja a
œnica cominada. (Sœmula STF n¼ 643)

Perceba que as penas de multa, de suspens‹o de direitos pol’ticos, bem como


disciplinares n‹o resultam em cerceamento da liberdade de locomo•‹o.
Logicamente, n‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugn‡-las.

e) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar quebra de sigilo


banc‡rio, fiscal ou telef™nico, se dela n‹o puder resultar condena•‹o
ˆ pena privativa de liberdade.

Se a quebra de sigilo banc‡rio, fiscal ou telef™nico puder resultar em


condena•‹o ˆ pena privativa de liberdade, entende-se que h‡ viola•‹o indireta
ˆ liberdade de locomo•‹o. Nesse caso, ser‡ cab’vel o Òhabeas corpusÓ.

f) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ quando j‡ extinta a pena privativa de


liberdade. (Sœmula STF n¼ 695)

Desconstitu’do o objeto do Òhabeas corpusÓ, por julgada extinta a pena em


face do seu integral cumprimento, resta prejudicado o pedido75. Isso significa
                                                        
74 HC 105959/DF. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. 17.02.2016.
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que a extin•‹o da pena torna incab’vel a utiliza•‹o do Òhabeas corpusÓ.


A l—gica Ž simples: o Òhabeas corpusÓ visa ˆ tutela do direito ˆ locomo•‹o, n‹o
se justificando quando esse direito n‹o mais se encontra limitado ou
amea•ado.

g) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para discutir o mŽrito de puni•›es


disciplinares militares (art. 142, ¤ 2¼, CF).

Segundo o STF, Ž cab’vel Òhabeas corpusÓ para discutir a legalidade de


puni•›es disciplinares militares (por exemplo, a compet•ncia do agente e
concess‹o de ampla defesa e contradit—rio).

h) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ contra a imposi•‹o de pena de exclus‹o


de militar ou de perda de patente ou de fun•‹o pœblica.

Destaca-se, ainda, que em caso de estado de defesa (art. 136, CF) ou estado
de s’tio (art. 139, CF), o ‰mbito do Òhabeas corpusÓ poder‡ ser restringido.
Contudo, jamais poder‡ ser suprimido.

(TJ / SP Ð 2015) N‹o Ž poss’vel a concess‹o de habeas


corpus quando alguŽm se ache amea•ado de sofrer vio-
l•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o, por
ilegalidade ou abuso de poder, devendo a viol•ncia ou
coa•‹o estarem concretizadas.

Coment‡rios:

A viol•ncia ou coa•‹o ˆ liberdade de locomo•‹o n‹o


precisam estar concretizadas para que se conceda habeas
corpus. Isso porque existe a figura do habeas corpus
preventivo, utilizado quando a perda da liberdade ainda Ž
uma amea•a. Quest‹o errada.

(FUB Ð 2015) A legitimidade para impetra•‹o de habeas


corpus Ž universal, abrangendo a pessoa jur’dica e tambŽm
aqueles que n‹o possuem capacidade civil plena.

Coment‡rios:

Qualquer pessoa f’sica ou jur’dica, nacional ou


estrangeira, poder‡ impetrar mandado de seguran•a.
Portanto, a legitimidade para impetra•‹o de habeas corpus
Ž universal. Quest‹o correta.

                                                                                                                                                                                        
75
HC 34826 RS 2004/0051531-1, DJe 06/10/2008. 
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(TCM / GO Ð 2015) Conceder-se-‡ habeas corpus sempre


que alguŽm estiver submetido as decis›es ilegais que
impliquem condena•‹o em pena privativa de direitos,
privativa de liberdade ou de multa.

Coment‡rios:

N‹o cabe habeas corpus para impugnar pena privativa


de direitos ou pena de multa. O bem jur’dico tutelado pelo
habeas corpus Ž a liberdade de locomo•‹o. Portanto, ele Ž
cab’vel para impugnar decis›es ilegais que impliquem
condena•‹o em pena privativa de liberdade. Quest‹o
errada.

HABEAS CORPUS 
Caráter preventivo 
Sim 
ou repressivo 
Finalidade  Proteger a liberdade de locomoção 
Legitimados  Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só pode 
ativos  ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jurídica. 
Legitimados  Autoridade pública e pessoa privada 
passivos   
Natureza  Penal 
Isenção de custas  Sim 
Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in 
Medida liminar 
mora” 
Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como 
Observações  disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de 
locomoção. Por isso, não cabe “habeas corpus” para impugná‑las 

LXIXÐ conceder-se-‡ mandado de seguran•a para proteger direito l’quido e


certo, n‹o amparado por Òhabeas corpusÓ ou habeas data, quando o
respons‡vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pœblica ou
agente de pessoa jur’dica no exerc’cio de atribui•›es do Poder Pœblico;

O mandado de seguran•a Ž a•‹o judicial, de rito sum‡rio especial, pr—pria


para proteger direito l’quido e certo de pessoa f’sica ou jur’dica, n‹o
protegido por Òhabeas corpusÓ ou Òhabeas dataÓ, que tenha sido violado

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por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exerc’cio de


atribui•‹o do Poder Pœblico.

Quando se fala que o mandado de seguran•a protege direito l’quido e certo


Òn‹o amparado por Òhabeas corpusÓ ou habeas dataÓ, determina-se que este
tem car‡ter residual. Assim, essa a•‹o judicial s— Ž cab’vel na falta de outro
remŽdio constitucional para proteger o direito violado. Como exemplo, o
mandado de seguran•a Ž o remŽdio constitucional apto a proteger o direito de
reuni‹o caso haja les‹o ou amea•a de les‹o a esse direito por alguma
ilegalidade ou arbitrariedade por parte do Poder Pœblico.

Outra caracter’stica importante Ž que o mandado de seguran•a tem natureza


civil, e Ž cab’vel contra o chamado Òato de autoridadeÓ, ou seja, contra
a•›es ou omiss›es do Poder Pœblico e de particulares no exerc’cio de
fun•‹o pœblica (como o diretor de uma universidade, por exemplo).
Destaque-se que, mesmo sendo a•‹o de natureza civil, o mandado de
seguran•a poder‡ ser usado em processos penais.

Assim, a viola•‹o de direito l’quido e certo n‹o protegido por Òhabeas


corpusÓ ou Òhabeas dataÓ dar‡ ensejo ˆ utiliza•‹o do mandado de seguran•a.
Direito l’quido e certo, segundo a doutrina, Ž aquele evidente de imediato,
que n‹o precisa de comprova•‹o futura para ser reconhecido. A exist•ncia
desse direito Ž imposs’vel de ser negada. Por esse motivo, n‹o h‡ dila•‹o
probat—ria (prazo para produ•‹o de provas) no mandado de seguran•a. As
provas, geralmente documentais, s‹o levadas ao processo no momento da
impetra•‹o da a•‹o, ou seja, quando se requer a tutela jurisdicional. S‹o
provas prŽ-constitu’das.

De acordo com a jurisprud•ncia do STF, o conceito de direito l’quido e certo


est‡ mesmo relacionado ˆ prova prŽ-constitu’da, a fatos comprovados
documentalmente na exordial (peti•‹o inicial do processo). N‹o importa se a
quest‹o jur’dica Ž dif’cil, complexa ou controvertida. Nesse sentido, disp›e a
Sœmula 625 do STF que ÒcontrovŽrsia sobre matŽria de direito n‹o
impede concess‹o de mandado de seguran•aÓ. O que se exige Ž que o
fato esteja claro, pois o direito ser‡ certo se o fato a ele correspondente
tambŽm o for.

ƒ importante frisar que o mandado de seguran•a Ž cab’vel contra atos


discricion‡rios ou contra atos vinculados. Reza a Constitui•‹o que os
indiv’duos utilizam o mandado de seguran•a para se defenderem tanto da
ilegalidade quanto do abuso de poder. Por ilegalidade, entende-se a
situa•‹o em que a autoridade coatora n‹o age em conformidade com a lei.
Trata-se de v’cio pr—prio dos atos vinculados. Por abuso de poder, por outro
lado, entende-se a situa•‹o em que a autoridade age fora dos limites de sua
compet•ncia. Trata-se de v’cio pr—prio dos atos discricion‡rios. Assim, a
Constitui•‹o, de acordo com a doutrina, ao se referir ˆ ilegalidade como

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hip—tese de cabimento de mandado de seguran•a, reporta-se aos atos


vinculados, e ao se referir ao abuso de poder, reporta-se aos discricion‡rios.

No que diz respeito ˆ legitimidade ativa, podem impetrar mandado de


seguran•a:

a) Todas as pessoas f’sicas ou jur’dicas, nacionais ou


estrangeiras, domiciliadas ou n‹o no Brasil;

b) As universalidades (que n‹o chegam a ser pessoas jur’dicas)


reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual para a
defesa de seus direitos, como a massa falida e o esp—lio, por exemplo;

c) Alguns —rg‹os pœblicos (—rg‹os de grau superior), na defesa de


suas prerrogativas e atribui•›es;

d) O MinistŽrio Pœblico.

H‡ um prazo para a impetra•‹o do mandado de seguran•a: 120 (cento e


vinte) dias a partir da data em que o interessado tiver conhecimento oficial
do ato a ser impugnado (publica•‹o desse ato na imprensa oficial, por
exemplo). Segundo o STF, esse prazo Ž decadencial (perde-se o direito ao
mandado de seguran•a depois desse tempo), n‹o pass’vel de suspens‹o ou
interrup•‹o. TambŽm segundo a Corte Suprema, Ž constitucional lei que fixe
o prazo de decad•ncia para a impetra•‹o de mandado de seguran•a (Sœmula
632 do STF).

E se eu perder o prazo, N‡dia? Bem, nesse caso, voc• atŽ poder‡ proteger seu
direito, mas com outra a•‹o, de rito ordin‡rio, normal. Jamais por mandado de
seguran•a!

Uma vez concedida a seguran•a (deferido, ÒaceitoÓ o pedido), a senten•a


estar‡ sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdi•‹o (reexame
necess‡rio). Significa dizer que, uma vez tendo sido concedida a seguran•a
pelo juiz de primeira inst‰ncia, ela necessariamente dever‡ ser reexaminada
pela inst‰ncia superior. Destaque-se, todavia, que a senten•a de primeiro
grau (primeira inst‰ncia) pode ser executada provisoriamente, n‹o
havendo necessidade de se aguardar o reexame necess‡rio.

Pode haver liminar em mandado de seguran•a?

Presentes os requisitos (fumus boni iuris e periculum in mora), Ž poss’vel


liminar em mandado de seguran•a. Entretanto, h‡ exce•›es, para as
quais mesmo existindo esses requisitos, a lei n‹o admite liminar em mandado
de seguran•a:

a) A compensa•‹o de crŽditos tribut‡rios;


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b) A entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;

c) A reclassifica•‹o ou equipara•‹o de servidores pœblicos e a


concess‹o de aumento ou a extens‹o de vantagens ou pagamento de
qualquer natureza.

ÒPor que a lei faz isso, N‡diaÓ?

Ora, trata-se de matŽrias muito importantes, que n‹o podem ser decididas
precariamente por medida liminar. Na compensa•‹o de crŽditos
tribut‡rios, por exemplo, a Uni‹o (ou outro ente federado) ÒperdoaÓ um dŽbito
do contribuinte utilizando um crŽdito que ele tenha com ela. Exemplo: um
contribuinte deve imposto de renda, mas tem um crŽdito de COFINS. Ele usa,
ent‹o, esse crŽdito para ÒquitarÓ a d’vida, o famoso Òelas por elasÓ.

Pense bem, caro (a) aluno (a). Voc• acha que perd‹o de dŽbito tribut‡rio Ž
matŽria a ser discutida precariamente? ƒ claro que n‹o! Por isso a lei protege
essa matŽria ao impedir que seja tratada por medida liminar em mandado de
seguran•a.

O mesmo ocorre com a entrega de mercadorias ou bens provenientes do


exterior. Eles s‹o a maior garantia que a Receita Federal tem de que o
contribuinte pagar‡ seus tributos aduaneiros. Por isso, n‹o podem ser
entregues precariamente, por medida liminar. AlŽm do mais, o risco de se
entregar uma mercadoria que cause preju’zo ˆ sociedade Ž muito maior que o
de se prejudicar alguma empresa pela reten•‹o indevida de seus bens
importados. Essas s‹o as raz›es pelas quais a lei resguarda decis‹o t‹o
importante contra medida liminar em mandado de seguran•a: h‡
interesses muito grandes envolvidos.

ÒN‡dia, Ž poss’vel que o impetrante desista do mandado de seguran•a?Ó

De acordo com o STF, a resposta Ž sim. O impetrante do mandado de


seguran•a pode desistir dessa a•‹o constitucional a qualquer tempo,
ainda que proferida decis‹o de mŽrito a ele favor‡vel, e sem anu•ncia da
parte contr‡ria. Entende a Corte que o mandado de seguran•a, enquanto a•‹o
constitucional, com base em alegado direito l’quido e certo frente a ato ilegal
ou abusivo de autoridade, n‹o se revestiria de lide, em sentido material.
Eventual m‡-fŽ do impetrante que desistisse seria coibida com instrumental
pr—prio76.

Vejamos, agora, as situa•›es em que Ž incab’vel o mandado de seguran•a.

a) N‹o cabe mandado de seguran•a contra decis‹o judicial da qual


caiba recurso com efeito suspensivo;
                                                        
76
RE 669367, Rel. Min. Luiz Fux, p. 13.05.2013.
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b) N‹o cabe mandado de seguran•a contra ato administrativo do


qual caiba recurso com efeito suspensivo.

Nessas duas hip—teses, havendo possibilidade de recurso suspensivo (ou seja,


recurso que garante que nenhuma situa•‹o jur’dica poder‡ ser modificada atŽ
a decis‹o) descabe o uso de mandado de seguran•a, uma vez que o direito j‡
est‡ protegido pela pr—pria suspens‹o.

Cabe destacar, porŽm, que a Sœmula n¼ 429/STF disp›e que Òa exist•ncia de


recurso administrativo com efeito suspensivo n‹o impede o uso do mandado
de seguran•a contra omiss‹o de autoridadeÓ. Dessa forma, mesmo existindo
recurso administrativo com efeito suspensivo, se houver omiss‹o ilegal ou
abusiva da administra•‹o, ser‡ cab’vel mandado de seguran•a.

c) N‹o cabe mandado de seguran•a contra decis‹o judicial


transitada em julgado;

Contra esse tipo de decis‹o n‹o cabe mais recurso, por isso Ž descabido o uso
de mandado de seguran•a.

d) N‹o cabe mandado de seguran•a contra lei em tese, exceto se


produtora de efeitos concretos;

O que Ž lei em tese? ƒ aquela de efeitos gerais e abstratos, ou seja, que


apresenta generalidade e abstra•‹o.

A generalidade est‡ presente quando a lei possui destinat‡rios indeterminados


e indetermin‡veis (uma lei que proteja o meio ambiente, por exemplo). J‡ a
abstra•‹o ocorre quando a lei disciplina abstratamente (e n‹o concretamente)
as situa•›es que est‹o sujeitas ao seu comando normativo.

Somente leis de efeitos concretos (semelhantes a atos administrativos,


como uma lei que modifica o nome de uma rua, por exemplo) podem ser
atacadas por mandado de seguran•a. Isso porque as demais leis em tese
n‹o resultariam numa situa•‹o de fato, com viola•‹o ao direito l’quido e certo
do impetrante.

e) N‹o cabe mandado de seguran•a contra ato de natureza


jurisdicional, salvo situa•‹o de absoluta excepcionalidade, quando a
decis‹o for equivocada, seja por manifesta ilegalidade, seja por abuso
de poder77;

Caso haja essa excepcionalidade, deve o impetrante demonstrar, alŽm da


viola•‹o de direito l’quido e certo, a inexist•ncia de recurso com efeito
suspensivo e que o provimento do recurso cab’vel n‹o seria suficiente ˆ
                                                        
77
AgRg no MS 14561 DF 2009/0155213-1, 29/06/2010.
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repara•‹o do dano. Isso porque n‹o pode o mandado de seguran•a, de


acordo com o STF, ser utilizado como suced‰neo recursal, sob pena de
se desnaturar a sua ess•ncia constitucional.

O que Ž um suced‰neo recursal? ƒ todo meio de impugna•‹o78 de decis‹o


judicial que n‹o seja recurso nem a•‹o, como Ž o caso, por exemplo, do
pedido de reconsidera•‹o. No pedido de reconsidera•‹o, que n‹o deriva de lei,
mas apenas do bom senso, diante de uma decis‹o visivelmente equivocada do
juiz, a parte pede para que este reconsidere a decis‹o.

Voltando ˆ an‡lise da jurisprud•ncia do STF, vimos que o mandado de


seguran•a n‹o pode ser usado como suced‰neo recursal. Isso porque, havendo
possibilidade de recurso ou correi•‹o, a a•‹o n‹o pode ser cab’vel, por ter
car‡ter residual.

f) N‹o cabe mandado de seguran•a contra decis›es jurisdicionais do


STF, inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros, salvo
situa•›es excepcionais;

Esses decis›es, entende a Corte, t•m a possibilidade de ser reformadas por


via dos recursos admiss’veis, ou, em se tratando de julgamento de mŽrito
com tr‰nsito em julgado, por meio de a•‹o rescis—ria79 (MS 30836 RJ,
06/10/2011). Novamente, a impossibilidade de emprego do mandado de
seguran•a se d‡ pelo fato de que ele n‹o t•m car‡ter recursal.

g) N‹o cabe mandado de seguran•a para assegurar direito l’quido e


certo ˆ insubmiss‹o a certa modalidade de tributa•‹o, na
hip—tese de o ato coator apontado se confundir com a pr—pria ado•‹o
de Medida Provis—ria editada pelo Chefe do Poder Executivo;

Trata-se de situa•‹o an‡loga ˆ impetra•‹o contra lei em tese (Sœmula


266/STF), situa•‹o em que Ž incab’vel o mandado de seguran•a. Em matŽria
tribut‡ria, segundo o Supremo, a cobran•a das obriga•›es fiscais ganha
concre•‹o com o lan•amento ou com os atos de constitui•‹o desempenhados
pelo pr—prio contribuinte, quando a legisla•‹o de reg•ncia assim determinar80.
A mera edi•‹o de medida provis—ria pelo Chefe do Executivo n‹o resulta numa
situa•‹o de fato em que haja viola•‹o ao direito l’quido e certo do impetrante
da a•‹o.

Por fim, vale destacar que, no processo de mandado de seguran•a, n‹o h‡


condena•‹o ao pagamento dos honor‡rios advocat’cios (™nus de

                                                        
78
Impugna•‹o Ž quando, no Direito, n‹o se concorda com algum ato.
79
A•‹o rescis—ria Ž aquela que visa a desconstituir, com base em v’cios que as tornem
anul‡veis, efeitos de senten•as transitadas em julgado, contra as quais n‹o caiba mais
recursos. Em outras palavras, aquelas senten•as que seriam Òa œltima palavraÓ do Judici‡rio.
80
STF, MS-ED 25265 / DF - DISTRITO FEDERAL, Julg. 28/03/2007, DJ 08/06/2007.
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sucumb•ncia). Isso quer dizer que se o impetrante (o requerente) for


derrotado, n‹o ser‡ condenado a pagar as despesas com advogado da outra
parte.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL 
Caráter 
preventivo ou  Sim 
repressivo 
Proteger direito líquído e certo, não amparado por “habeas corpus” ou 
Finalidade 
“habeas data” 
Todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades reconhecidas 
Legitimados 
por lei como detentoras de capacidade processual, alguns órgãos 
ativos 
públicos e o Ministério Público 
Legitimados 
Poder público e particulares no exercício da função pública 
passivos 
Natureza  Civil 
Isento de custas  Não 
Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”, 
Medida liminar 
mas há exceções 

(DPE / MG Ð 2014) A controvŽrsia sobre matŽria de


direito impede a concess‹o de mandado de seguran•a,
instituto de defesa de direito certo e incontest‡vel.

Coment‡rios:

Segundo a Sœmula n¼ 625 / STF, ÒcontrovŽrsia sobre


matŽria de direito n‹o impede concess‹o de mandado de
seguran•aÓ. Quest‹o errada.

(DPE / MG Ð 2014) ƒ inconstitucional a estipula•‹o de


prazo decadencial para a impetra•‹o de mandado de
seguran•a.

Coment‡rios:

O STF considera constitucional lei que estipule prazo


decadencial para a impetra•‹o de mandado de seguran•a.
O prazo decadencial do mandado de seguran•a Ž de 120
dias. Quest‹o errada.

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LXX - o mandado de seguran•a coletivo pode ser impetrado por:

a) partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional;

b) organiza•‹o sindical, entidade de classe ou associa•‹o legalmente


constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;

O mandado de seguran•a coletivo serve para proteger direitos coletivos e


individuais homog•neos contra ato, omiss‹o ou abuso de poder por parte
de autoridade. S— quem pode impetr‡-lo (legitimados ativos) s‹o essas
pessoas previstas nas al’neas ÒaÓ e bÓ. Destaca-se que a exig•ncia de um
ano de constitui•‹o e funcionamento da al’nea ÒbÓ aplica-se apenas ˆs
associa•›es, jamais ˆs entidades sindicais e de classe.

Nesse sentido, entende o STF que nem mesmo os entes da federa•‹o


podem impetrar mandado de seguran•a coletivo, em favor dos interesses
de sua popula•‹o. Para a Corte, Òao Estado-membro n‹o se outorgou
legitima•‹o extraordin‡ria para a defesa, contra ato de autoridade federal no
exerc’cio de compet•ncia privativa da Uni‹o, seja para a tutela de interesses
difusos de sua popula•‹o Ð que Ž restrito aos enumerados na lei da a•‹o civil
pœblica (Lei 7.347/1985) Ð, seja para a impetra•‹o de mandado de seguran•a
coletivo, que Ž objeto da enumera•‹o taxativa do art. 5¼, LXX, da Constitui•‹o.
AlŽm de n‹o se poder extrair mediante constru•‹o ou racioc’nio anal—gicos, a
alegada legitima•‹o extraordin‡ria n‹o se explicaria no caso, porque, na
estrutura do federalismo, o Estado-membro n‹o Ž —rg‹o de gest‹o, nem de
representa•‹o dos interesses de sua popula•‹o, na —rbita da compet•ncia
privativa da Uni‹oÓ.

N‹o cabe mandado de seguran•a coletivo para proteger direitos


difusos. Isso porque essa a•‹o tem car‡ter residual, e os direitos difusos j‡
s‹o amparados por outros instrumentos processuais, como, por exemplo,
a a•‹o civil pœblica. AlŽm disso, seu car‡ter sum‡rio exige prova documental,
algo que os direitos difusos n‹o apresentam de forma incontroversa. Com isso,
encontram-se obst‡culos para comprovar sua fluidez e certeza.

Lembra-se quando falamos de substitui•‹o processual? No mandado de


seguran•a coletivo, aplica-se esse instituto. O interesse invocado pertence a
uma categoria, mas quem Ž parte do processo Ž o impetrante (partido pol’tico,
por exemplo), que n‹o precisa de autoriza•‹o expressa dos titulares do
direito para agir.

ƒ importante destacar que o STF entende que os direitos defendidos pelas


entidades da al’nea ÒbÓ n‹o precisam se referir a TODOS os seus membros.
Podem ser o direito de apenas parte deles (exemplo, quando o sindicato

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defende direito referente ˆ aposentadoria, que beneficia apenas seus filiados


inativos).

Outro importante entendimento da Corte Suprema Ž o de que o partido


pol’tico n‹o est‡ autorizado a valer-se do mandado de seguran•a coletivo
para, substituindo todos os cidad‹os na defesa de interesses individuais,
impugnar majora•‹o de tributo. Isso porque, para o STF, uma exig•ncia
tribut‡ria configura interesse de grupo ou classe de pessoas, s— podendo ser
impugnada por eles pr—prios, de forma individual ou coletiva.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
Caráter 
preventivo ou  Sim 
repressivo 
Finalidade  Proteger direitos líquídos e certos coletivos ou individuais 
homogêneos, não amparados por HC ou HD (caráter residual) 
Legitimados  ¥ Partido político com representação no Congresso Nacional; 
ativos  ¥ Organização sindical e entidade de classe; 
¥ Associação  legalmente  constituída  e  em  funcionamento  há 
pelo menos 01 ano. 
Legitimados  Autoridade pública ou agente de  pessoa jurídica no exercício de 
passivos  atribuições do poder público 
Natureza  Civil 
Isento de custas  Não 
Medida liminar  Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in 
mora” 
Observações  Substituição processual 

(FUB Ð 2015) O mandado de seguran•a coletivo


impetrado por sindicato dispensa autoriza•‹o prŽvia de
sindicalizados.

Coment‡rios:

N‹o h‡ necessidade de autoriza•‹o expressa dos


sindicalizados para que o sindicato impetre mandado de
seguran•a coletivo. Aplica-se, aqui, o instituto da
substitui•‹o processual. Quest‹o correta.

(FUB Ð 2015) Uma entidade de classe que estiver em


funcionamento h‡ apenas seis meses n‹o possui, por essa
raz‹o, legitimidade para impetra•‹o de mandado de
seguran•a coletivo em defesa de interesse de seus
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membros.

Coment‡rios:

A exig•ncia de um ano de funcionamento aplica-se


apenas ˆs associa•›es, jamais ˆs organiza•›es sindicais
e entidades de classe. Portanto, uma entidade de classe
que tenha apenas 6 meses de funcionamento poder‡
impetrar mandado de seguran•a coletivo. Quest‹o errada.

(IF / RS Ð 2015) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por quaisquer partidos pol’ticos e pelas
organiza•›es sindicais, entidade de classe ou associa•‹o
legalmente constitu’da e em funcionamento h‡, pelo
menos, um ano.

Coment‡rios:

Pegadinha! N‹o Ž qualquer partido pol’tico que pode


impetrar mandado de seguran•a coletiva. Apenas poder‹o
faz•-lo partidos pol’ticos com representa•‹o no
Congresso Nacional. Quest‹o errada.

LXXI - conceder-se-‡ mandado de injun•‹o sempre que a falta de norma


regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ
cidadania;

O mandado de injun•‹o foi disciplinado pela Lei n¼ 13.300/2016. Trata-se de


um remŽdio constitucional dispon’vel para qualquer pessoa prejudicada pela
falta de norma regulamentadora que inviabilize o exerc’cio dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ
nacionalidade, soberania e cidadania. Isso visa garantir que a Constitui•‹o
n‹o se tornar‡ Òletra mortaÓ, evitando a omiss‹o do legislador
infraconstitucional.

O mandado de injun•‹o Ž aplic‡vel diante da falta de regulamenta•‹o de


normas constitucional de efic‡cia limitada. A t’tulo de recorda•‹o, normas de
efic‡cia limitada s‹o aquelas que dependem de regulamenta•‹o para
produzirem todos os seus efeitos. Segundo o STF, Òo direito individual ˆ
atividade legislativa do Estado apenas se evidenciar‡ naquelas estritas
hip—teses em que o desempenho da fun•‹o de legislar refletir, por efeito de
exclusiva determina•‹o constitucional, uma obriga•‹o jur’dica indeclin‡vel

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imposta ao Poder PœblicoÓ. 81 Em outras palavras, o direito ˆ legisla•‹o (que


Ž um direito individual a ser resguardado por mandado de injun•‹o) somente
ser‡ cab’vel diante de normas de efic‡cia limitada de car‡ter impositivo.

O mandado de injun•‹o Ž cab’vel n‹o s— para omiss›es de car‡ter absoluto ou


total como tambŽm para as omiss›es de car‡ter parcial. Isso porque a
omiss‹o inconstitucional, ainda que parcial, ou seja, derivada da insuficiente
concretiza•‹o, pelo Poder Pœblico, do conteœdo material da norma
constitucional, deve ser repelida, pois a inŽrcia do Estado Ž um processo
informal de mudan•a da Constitui•‹o. Mesmo n‹o alterando a letra da
Constitui•‹o, o legislador infraconstitucional modifica-lhe o alcance, ao
paralisar sua aplica•‹o. Essa paralisa•‹o, n‹o desejada nem prevista pelo
constituinte, Ž inconstitucional.

Qualquer pessoa, f’sica ou jur’dica, que se veja impossibilitada de exercer


direito constitucional por falta de norma regulamentadora Ž legitimada a
impetrar mandado de injun•‹o. Essa Ž, afinal, uma das diferen•as entre o
mandado de injun•‹o e a a•‹o direta de inconstitucionalidade por omiss‹o.

O STF j‡ reconhecia, mesmo diante do sil•ncio da Constitui•‹o, a possibilidade


de impetra•‹o de mandado de injun•‹o coletivo. Com a edi•‹o da Lei n¼
13.300/2016, passou a existir previs‹o expressa para esse instrumento.
Cabe ressaltar que os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por
mandado de injun•‹o coletivo s‹o os pertencentes, indistintamente, a uma
coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo,
classe ou categoria.

S‹o legitimados a impetrar mandado de injun•‹o coletivo:

a) Partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional: para


assegurar o exerc’cio de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partid‡ria.

b) Organiza•‹o sindical, entidade de classe ou associa•‹o


legalmente constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos um
ano: para assegurar o exerc’cio de direitos, liberdades e prerrogativas
em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na
forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autoriza•‹o especial.

d) MinistŽrio Pœblico: quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a defesa da ordem jur’dica, do regime democr‡tico ou
dos interesses sociais ou individuais indispon’veis.

                                                        
81
 MI 3316 / DF, Rel. Min. Celso de Mello. Julg. 09.04.2014.
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e) Defensoria Pœblica: quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a promo•‹o dos direitos humanos e a defesa dos direitos
individuais e coletivos dos necessitados.

Uma novidade importante trazida pela Lei n¼


13.300/2016 foi a previs‹o que o MinistŽrio Pœblico e a
Defensoria Pœblica sejam legitimados a impetrar
mandado de injun•‹o coletivo.

Um t—pico muito importante: o mandado de injun•‹o n‹o Ž gratuito, sendo


necess‡ria a assist•ncia de advogado para sua impetra•‹o.

O mandado de injun•‹o visa solucionar um caso concreto. S‹o, portanto,


tr•s pressupostos para o seu cabimento:

a) Falta de norma que regulamente uma norma constitucional


program‡tica propriamente dita ou que defina princ’pios institutivos ou
organizativos de natureza impositiva;

b) Nexo de causalidade entre a omiss‹o do legislador e a


impossibilidade de exerc’cio de um direito ou liberdade constitucional ou
prerrogativa inerente ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania;

c) O decurso de prazo razo‡vel para elabora•‹o da norma


regulamentadora (retardamento abusivo na regulamenta•‹o
legislativa).

E quando Ž que descabe mandado de injun•‹o? Segundo a jurisprud•ncia


do STF, nas seguintes situa•›es:

a) N‹o cabe mandado de injun•‹o se j‡ houver norma


regulamentadora do direito constitucional, mesmo que esta seja
defeituosa.

Ora, se j‡ existe norma regulamentadora, n‹o faz sentido falar-se em


mandado de injun•‹o, que tem como pressuposto a aus•ncia de
regulamenta•‹o de norma constitucional.

b) N‹o cabe mandado de injun•‹o se faltar norma regulamentadora


de direito infraconstitucional.

O mandado de injun•‹o somente repara falta de regulamenta•‹o de direito


previsto na Constitui•‹o Federal. A aus•ncia de regulamenta•‹o de uma lei
n‹o d‡ ensejo ˆ utiliza•‹o do mandado de injun•‹o.

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c) N‹o cabe mandado de injun•‹o diante da falta de regulamenta•‹o


de medida provis—ria ainda n‹o convertida em lei pelo Congresso
Nacional.

O mandado de injun•‹o tem como um de seus pressupostos a aus•ncia de


regulamenta•‹o de direito constitucional.

d) N‹o cabe mandado de injun•‹o se n‹o houver obrigatoriedade


de regulamenta•‹o do direito constitucional, mas mera faculdade.

Nesse caso, o legislador tem liberdade para regulamentar ou n‹o a norma


constitucional.

N‹o cabe mandado de injun•‹o: 

a) Se j‡ houver norma regulamentadora 

b) Se faltar norma regulamentadora de direito


infraconstitucional 

c) Se faltar regulamenta•‹o de medida provis—ria ainda


n‹o convertida em lei pelo Congresso Nacionalidade 

d) Se n‹o houver obrigatoriedade de regulamenta•‹o 

Segundo o STF, n‹o Ž cab’vel medida liminar em mandado de injun•‹o. Isso


porque o Poder Judici‡rio jamais poderia resolver liminarmente o caso
concreto, agindo como poder legislativo, a fim de evitar o preju’zo oriundo da
demora da decis‹o (Òpericulum in moraÓ), um dos pressupostos da liminar. O
mandado de injun•‹o se destina ao reconhecimento, ou n‹o, pelo Poder
Judici‡rio, da demora da elabora•‹o da norma regulamentadora do direito
constitucional.

Um dos aspectos mais relevantes sobre o mandado de injun•‹o Ž entender qual


a efic‡cia da decis‹o. No que se refere ao tema, duas teses jur’dicas
relevantes foram constru’das pela doutrina: a n‹o concretista e a
concretista.

A corrente n‹o concretista entende que cabe ao Poder Judici‡rio apenas


reconhecer a inŽrcia do Poder Pœblico e dar ci•ncia de sua decis‹o ao
—rg‹o competente para que este edite a norma regulamentadora. N‹o pode
o Judici‡rio suprir a lacuna, assegurar ao lesado o exerc’cio de seu direito e
tampouco obrigar o Poder Legislativo a legislar. Essa posi•‹o era a seguida
pelo STF atŽ poucos anos atr‡s. Hoje, essa Corte adota a corrente concretista,
que estudaremos a seguir.

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A corrente concretista determina que sempre que estiverem presentes os


requisitos exigidos constitucionalmente para o mandado de injun•‹o, o
Judici‡rio dever‡ n‹o s— reconhecer a omiss‹o legislativa, mas tambŽm
possibilitar a efetiva concretiza•‹o do direito. Essa posi•‹o se subdivide
em duas: i) concretista geral e ii) concretista individual.

a) Na concretista geral, a decis‹o do Judici‡rio deveria ter efeito


sobre todos os titulares do direito lesado (efeito Òerga omnesÓ), atŽ ser
expedida a norma regulamentadora daquele.

b) Na concretista individual, a decis‹o produziria efeitos somente


sobre o autor do mandado de injun•‹o (efic‡cia Òinter partesÓ, ou entre
as partes do processo). A posi•‹o concretista individual tambŽm se
subdivide: pode ser direta ou intermedi‡ria. Aquela determina que o
Judici‡rio, ao julgar procedente o mandado de injun•‹o, concretiza
direta e imediatamente a efic‡cia da norma constitucional para o autor
da a•‹o. J‡ esta (a intermedi‡ria) determina que o Judici‡rio, ap—s
julgar o mandado de injun•‹o procedente, n‹o concretiza
imediatamente a efic‡cia da norma constitucional para o autor da a•‹o.
Este Poder apenas d‡ ci•ncia ao —rg‹o omisso, dando-lhe um prazo
para regulamentar aquela norma. S— em caso de perman•ncia da
omiss‹o Ž que o Judici‡rio fixar‡ as condi•›es necess‡rias para o
exerc’cio do direito pelo autor do mandado de injun•‹o.

O STF tem, atualmente, adotado a posi•‹o concretista, cumprindo,


muitas vezes, o papel do legislador omisso, com o objetivo de dar
exequibilidade ˆs normas constitucionais. Exemplo disso Ž que, ao analisar
mandados de injun•‹o referentes ˆ falta de norma regulamentadora do direito
de greve dos servidores pœblicos civis (art. 37, VII, CF), a Corte n‹o s—
declarou a omiss‹o do legislador, mas tambŽm determinou a aplica•‹o
tempor‡ria ao servidor pœblico, no que couber, da lei de greve aplic‡vel ao
setor privado (Lei no 7.783/1989), atŽ que aquela norma seja editada (MI
712/PA).

O STF j‡ chegou atŽ mesmo a editar Sœmula Vinculante para combater


omiss‹o legislativa. Foi o que ocorreu em rela•‹o ˆ concess‹o de
aposentadoria especial para servidores pœblicos. A CF/88 exige lei
complementar para a defini•‹o de regras para a concess‹o de aposentadoria
aos servidores Òcujas atividades sejam exercidas sob condi•›es especiais que
prejudiquem a saœde ou a integridade f’sicaÓ (art. 40, ¤ 4¼, III). Como essa lei
complementar ainda n‹o foi editada, ÒpipocaramÓ mandados de injun•‹o
no STF. Para resolver o problema, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼ 33,
determinando o seguinte:

Sœmula Vinculante n¼ 33 - Aplicam-se ao servidor pœblico, no que


couber, as regras do regime geral da previd•ncia social sobre

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aposentadoria especial de que trata o artigo 40, ¤ 4¼, inciso III da


Constitui•‹o Federal, atŽ a edi•‹o de lei complementar espec’fica.

A Lei n¼ 13.300/2016 adotou, explicitamente, a teoria concretista


individual, ao dispor que, em mandado de injun•‹o, Òa decis‹o ter‡ efic‡cia
subjetiva limitada ˆs partes e produzir‡ efeitos atŽ o advento da norma
regulamentadoraÓ (art. 9¼, caput). ƒ poss’vel, entretanto, que seja conferida
efic‡cia ultra partes ou erga omnes ˆ decis‹o, quando isso for inerente ou
indispens‡vel ao exerc’cio do direito, liberdade ou da prerrogativa objeto da
impetra•‹o (art. 9¼, ¤ 1¼).

Observe que a lei regulamentadora do mandado de injun•‹o reafirmou a


jurisprud•ncia do STF, dando maior seguran•a jur’dica ao processo e
julgamento desse remŽdio constitucional. Agora, fica claro que o —rg‹o
julgador n‹o ir‡ se limitar a declarar a mora legislativa.

Ao contr‡rio, uma vez reconhecida a mora legislativa, o mandado de


injun•‹o ser‡ deferido para:

a) determinar prazo razo‡vel para que o impetrado promova a edi•‹o


da norma regulamentadora;

b) estabelecer as condi•›es em que se dar‡ o exerc’cio dos


direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for
o caso, as condi•›es em que poder‡ o interessado promover a•‹o
pr—pria visando a exerc•-los, caso n‹o seja suprida a mora legislativa
no prazo determinado.

Por fim, resta uma pergunta: a quem cabe julgar o mandado de injun•‹o?
Depende de qual autoridade se omitiu quanto ˆ proposi•‹o da lei.
Assim, a compet•ncia Ž determinada em raz‹o dessa pessoa (Òratione
personaeÓ).

A compet•ncia para julgar mandado de injun•‹o depender‡ de quem for


a autoridade inerte. Ser‡ o STF caso a elabora•‹o da norma
regulamentadora seja atribui•‹o do Presidente da Repœblica, do Congresso
Nacional, da C‰mara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de
qualquer das Casas Legislativas, do TCU, de qualquer dos Tribunais Superiores
ou do pr—prio STF. Por outro lado, ser‡ o STJ se a elabora•‹o da norma
regulamentadora for atribui•‹o de —rg‹o, entidade ou autoridade federal, da
administra•‹o direta ou indireta, excetuados os casos de compet•ncia do STF e
dos —rg‹os da Justi•a Militar, Eleitoral, do Trabalho ou Federal.

MANDADO DE INJUNÇÃO 
Finalidade  Suprir a falta de norma regulamentadora, que torne inviável o 

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exercício de direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.  
Legitimados ativos   Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. 
Legitimados  Autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei 
passivos  
Natureza  Civil 
Isento de custas  Não 
Medida liminar  Não 
Observações  Pressupostos para cabimento: a) falta de regulamentação de norma 
constitucional programática propriamente dita ou que defina 
princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) 
nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a 
impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade 
constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania e c) o decurso de prazo razoável para 
elaboração da norma regulamentadora. 

(TCM / GO Ð 2015) O direito a ser resguardado por


mandado de injun•‹o somente se evidencia nos casos em
que a fun•‹o de legislar refletir uma obriga•‹o jur’dica
indeclin‡vel imposta ao poder pœblico.

Coment‡rios:

O mandado de injun•‹o Ž cab’vel diante de omiss‹o do


Estado naqueles casos em que a fun•‹o de legislar for
uma obriga•‹o jur’dica indeclin‡vel. ƒ o que ocorre no
caso das normas de efic‡cia limitada de car‡ter
impositivo. Quest‹o correta.

(DPE / PE Ð 2015) A jurisprud•ncia do STF acerca do


mandado de injun•‹o evoluiu para admitir que, alŽm de
declarar omisso o Poder Legislativo, o pr—prio tribunal
edite a norma geral de que depende o exerc’cio do direito
invocado pelo impetrante.

Coment‡rios:

Em v‡rias de suas decis›es, o STF vem adotando, para o


mandado de injun•‹o, a posi•‹o concretista geral.
Assim, o Tribunal n‹o se limita apenas a declarar a
omiss‹o legislativa, mas busca concretizar o direito
para todos os seus titulares. H‡ certa pol•mica em dizer
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que o STF Òedita norma geralÓ. PorŽm, analisando-se o


caso da aposentadoria especial de servidores pœblicos, Ž
poss’vel perceber que mandados de injun•‹o impetrados
no STF resultaram na edi•‹o de verdadeira ÒnormaÓ pela
Corte: a Sœmula Vinculante n¼ 33. Por isso, a quest‹o foi
considerada correta.

(MPE / RJ Ð 2014) O mandado de injun•‹o Ž uma a•‹o


constitucional, tida como garantia fundamental, opon’vel
diante de omiss›es de Poder Pœblico respectivo em
regulamentar matŽrias que viabilizem o exerc’cio de
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
concernentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania.

Coment‡rios:

O mandado de injun•‹o Ž remŽdio constitucional que pode


ser utilizado sempre que a falta de norma
regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ
nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania. Quest‹o correta.

LXXII - conceder-se-‡ "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) para a retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo;

O habeas data Ž remŽdio constitucional de natureza civil e rito sum‡rio,


possuindo duas finalidades principais:

a) garantir acesso a informa•›es relativas ˆ pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo. Essa Ž uma segunda finalidade do
Òhabeas dataÓ, que muita gente esquece em prova. O Òhabeas dataÓ
tambŽm pode ser usado para retificar dados do impetrante, constantes
de banco de dados de car‡ter pœblico.

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O habeas data poder‡ ser ajuizado por qualquer pessoa, f’sica ou jur’dica,
brasileira ou estrangeira. Trata-se de a•‹o personal’ssima, que jamais
poder‡ ser usada para garantir acesso a informa•›es de terceiros.

No p—lo passivo do Òhabeas dataÓ, podem estar pessoas de direito pœblico


ou privado. Quanto ˆs œltimas, a condi•‹o Ž que sejam detentoras de banco
de dados de car‡ter pœblico. Isso se deve ao fato de que as informa•›es
pessoais do impetrante ˆs quais se busca ter acesso constam de registro ou
banco de dados de car‡ter pœblico. O Òhabeas dataÓ n‹o pode ser usado para
que se tenha acesso a banco de dados de car‡ter privado.

O Òhabeas dataÓ, para que seja impetrado, exige a comprova•‹o da


negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados
relativos ao impetrante. Trata-se de uma hip—tese de Òjurisdi•‹o
condicionadaÓ, prevista no ordenamento jur’dico nacional.

Sobre isso, destaca-se a posi•‹o do STF de que o acesso ao Òhabeas dataÓ


pressup›e, dentre outras condi•›es de admissibilidade, a exist•ncia do
interesse de agir. Ausente o interesse de agir, torna-se invi‡vel o exerc’cio
desse remŽdio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido
de informa•›es de dados pessoais, ou da omiss‹o em atend•-lo, constitui
requisito indispens‡vel ˆ concretiza•‹o do interesse de agir em sede de
Òhabeas dataÓ. Sem que se configure situa•‹o prŽvia de pretens‹o resistida, h‡
car•ncia da a•‹o constitucional do Òhabeas dataÓ (STF, HD 75; DF, DJU de
19.10.2006).

O Òhabeas dataÓ Ž, assim como o Òhabeas corpusÓ, a•‹o gratuita. No entanto,


Ž imprescind’vel a assist•ncia advocat’cia para que essa a•‹o seja
impetrada (ao contr‡rio do Òhabeas corpusÓ, que dispensa advogado). A
impetra•‹o de habeas data n‹o se sujeita a decad•ncia ou prescri•‹o.
Ademais, os processos de Òhabeas dataÓ ter‹o prioridade sobre todos os atos
judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de seguran•a. Guarde bem essa
informa•‹o!

No RE 673.707/MG, de 17 de junho de 2015, o STF decidiu que Òo habeas data


Ž a garantia constitucional adequada para a obten•‹o, pelo pr—prio
contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos
constantes de sistemas informatizados de apoio ˆ arrecada•‹o dos —rg‹os
administra•‹o fazend‡ria dos entes estataisÓ.

A Corte entendeu que os contribuintes t•m o direito de conhecer


informa•›es que lhe digam respeito e que constem de bancos de dados
pœblico ou de car‡ter pœblico, em raz‹o do direito de preservar o status do
seu nome, seu planejamento empresarial, sua estratŽgia de investimento e

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principalmente a recupera•‹o de tributos pagos indevidamente, entre outras


finalidades. 82

(DPE / RO Ð 2015) Dentre as garantias fundamentais, a


Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil previu a
exist•ncia do habeas data. Esse instrumento pode ser
utilizado para retificar dados.

Coment‡rios:

O habeas data pode ser utilizado para a retifica•‹o de


dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo. Quest‹o correta.

(TCM / GO Ð 2015) Segundo o regime jur’dico das a•›es


constitucionais, Ž correto afirmar que permite que se utilize
o habeas data para obten•‹o de vista de processos
administrativos.

Coment‡rios:

A obten•‹o de vista de processos administrativos pode ser


garantida mediante mandado de seguran•a (e n‹o habeas
data). O habeas data ser‡ concedido para Òassegurar o
conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblicoÓ.
Quest‹o errada.

HABEAS DATA 
Finalidade  Proteger direito relativo à informação e retificação sobre a pessoa do 
impetrante constante de registros ou bancos de dados  
Legitimados  Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira 
ativos 
Legitimados  Entidades governamentais ou pessoas jurídicas de caráter público 
passivos  que tenham registros ou bancos de dados, ou, ainda, pessoas 
jurídicas de direito privado detentoras de banco de dados de caráter 
público 
Natureza  Civil 
Isento de custas  Sim 
Medida liminar  Não 

                                                        
82
 RE 673.707/MG. Rel. Min. Luiz Fux. 17.06.2015.
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Observações  Destina‑se a garantir o acesso a informações relativas à pessoa do 
impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. Jamais para garantir 
acesso a informações de terceiros! Só pode ser impetrado diante da 
negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos 
dados relativos ao impetrante. Sua impetração não se sujeita a 
decadência ou prescrição. 

LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular que
vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado
participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio
hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ, isento de
custas judiciais e do ™nus da sucumb•ncia;

O inciso LXXIII do art. 5¼ da Constitui•‹o traz mais um remŽdio constitucional:


a a•‹o popular. Trata-se uma a•‹o de natureza coletiva, que visa anular
ato lesivo ao patrim™nio pœblico, ˆ moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural. ƒ, portanto, uma forma de
controle, pelos cidad‹os, dos atos do Poder Pœblico, por meio do Judici‡rio.

ÒQuem pode impetrar essa a•‹o, N‡dia?Ó

Boa pergunta! Este Ž o ÒpeguinhaÓ mais famoso nos concursos, envolvendo a


a•‹o popular: s— pode impetrar a a•‹o o cidad‹o, pessoa f’sica no gozo de
seus direitos civis e pol’ticos. E a a•‹o pode ser usada de maneira
preventiva (quando impetrada antes da pr‡tica do ato lesivo ao patrim™nio
pœblico) ou repressiva (quando o dano j‡ foi causado).

E quais os sujeitos passivos da a•‹o popular, ou seja, quem pode sofrer a


a•‹o?

a) Todas as pessoas jur’dicas em nome das quais o ato ou


contrato lesivo foi (ou seria) praticado;

b) Todas as autoridades, os administradores e os servidores e


empregados pœblicos que participaram do ato ou contrato lesivo,
ou que se omitiram, permitindo a les‹o;

c) Todos os benefici‡rios diretos do ato ou contrato lesivo.

ƒ importante destacarmos, tambŽm, o papel do MinistŽrio Pœblico (MP) na


a•‹o popular. O MP pode atuar das seguintes formas:

a) Como parte pœblica aut™noma, velando pela regularidade do


processo e pela correta aplica•‹o da lei, podendo opinar pela

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proced•ncia ou improced•ncia da a•‹o. Nesse caso, exerce o papel de


fiscal da lei, ou Òcustos legisÓ.

b) Como —rg‹o ativador da produ•‹o de prova e auxiliar do autor


popular. Todavia, a fun•‹o de auxiliar do autor da a•‹o popular n‹o
implica em uma atividade secund‡ria do Parquet. Ele n‹o Ž um mero
ajudante do autor da a•‹o; ao contr‡rio, possui uma atividade
aut™noma.

Uma observa•‹o. Voc• percebeu que ÒParquetÓ e MinistŽrio Pœblico s‹o


sin™nimos? Parquet Ž uma express‹o francesa que designa o MP, em aten•‹o
ao pequeno estrado (parquet) onde ficam os agentes do MP quando de suas
manifesta•›es processuais.

c) Como substituto do autor. Aqui, tem-se a palavra substituto


empregada em sentido vulgar, como alguŽm que age no caso da
omiss‹o de outrem. Ocorre quando o autor da a•‹o popular (cidad‹o)
ainda Ž parte no processo, mas Ž uma parte omissa. O MinistŽrio
Pœblico, ent‹o, age em seu lugar, cumprindo ™nus processuais
imputados ao autor, que n‹o os realizou.

d) Como sucessor do autor. Ocorre, em regra, quando o autor da


a•‹o desiste desta, quando, ent‹o, o MinistŽrio Pœblico tem a
faculdade de prosseguir com a a•‹o popular, quando houver interesse
pœblico. Nesse caso, Ž vedado ao MinistŽrio Pœblico desistir da a•‹o
popular. Seu poder de escolha refere-se ao impulso inicial (suceder ou
n‹o o autor). Depois disso, n‹o pode mais voltar atr‡s.

ÒNossa, N‡dia! E se o cidad‹o nunca impetrar a a•‹o popular? O MinistŽrio


Pœblico pode impetr‡-la originariamente?Ó

NÌO! O MinistŽrio Pœblico n‹o possui legitimidade para intentar a a•‹o


popular. S— o cidad‹o possui tal prerrogativa.

Outro t—pico importante. N‹o se exige, para o cabimento da a•‹o popular, a


comprova•‹o de efetivo dano material, pecuni‡rio. O STF entende que a
lesividade decorre da ilegalidade: basta esta para que se configure o dano.

TambŽm Ž bastante cobrado em prova o entendimento do STF de que n‹o


cabe a•‹o popular contra ato de conteœdo jurisdicional, praticado por
membro do Poder Judici‡rio no desempenho de sua fun•‹o t’pica (decis›es
judiciais). Isso porque a a•‹o popular s— incide sobre a atua•‹o administrativa
do Poder Pœblico83. Assim, imagine que uma decis‹o judicial seja lesiva ao

                                                        
83
STF, Peti•‹o n¼ 2.018-9/SP, Rel. Ministro Celso de Mello, de 29/06/2000.  
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patrim™nio pœblico. Cabe a•‹o popular contra esse ato? N‹o!!! Essa decis‹o
dever‡ ser atacada por meio de outro tipo de a•‹o.

N‹o h‡ foro por prerrogativa de fun•‹o em a•‹o popular. Dessa forma,


uma a•‹o popular contra o Presidente da Repœblica ou contra um parlamentar
(deputado ou senador) ser‡ julgada na primeira inst‰ncia (e n‹o perante o
STF!).

Quando uma senten•a julgar improcedente a•‹o popular, ela estar‡


sujeita, obrigatoriamente, ao duplo grau de jurisdi•‹o (reexame
necess‡rio). Em outras palavras, uma decis‹o judicial que nega provimento a
a•‹o popular dever‡ ser reexaminada pela inst‰ncia superior.

A improced•ncia de a•‹o popular n‹o gera para o autor, salvo comprovada


m‡ fŽ, a obriga•‹o de pagar custas judiciais e o ™nus da sucumb•ncia
(pagamento dos honor‡rios advocat’cios da outra parte).

(DPE / PA Ð 2015) A a•‹o popular poder‡ ser intentada por


cidad‹o e por partido pol’tico com representa•‹o no Congresso
Nacional.

Coment‡rios:

Os partidos pol’ticos n‹o t•m legitimidade para ajuizar a•‹o


popular. Quest‹o errada.

LXXIV - o Estado prestar‡ assist•ncia jur’dica integral e gratuita aos que


comprovarem insufici•ncia de recursos;

Essa previs‹o constitucional visa garantir a todos o acesso ˆ Justi•a. Em


concursos, voc• deve ficar atento ao fato de que a assist•ncia jur’dica integral
e gratuita s— Ž devida aos pobres, aos que comprovarem insufici•ncia de
recursos.

LXXV - o Estado indenizar‡ o condenado por erro judici‡rio, assim como o


que ficar preso alŽm do tempo fixado na senten•a;

Tem-se, nesse inciso, a previs‹o da responsabilidade civil do Estado


quanto ˆ condena•‹o por erro judici‡rio ou ˆ manuten•‹o de uma
pessoa presa por mais tempo que o fixado na senten•a judicial.

Tudo bem, aluno (a)... J‡ vou dizer o que Ž responsabilidade civil. Trata-se de
uma obriga•‹o de indenizar que surge a partir de um dano.. No caso, a
responsabilidade do Estado Ž do tipo objetiva, pois independe de ter havido

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dolo ou culpa por parte dos agentes pœblicos, cuja a•‹o foi imputada ao
Estado.

Assim, quem sofreu condena•‹o penal indevida (por erro judici‡rio) ou ficou
preso alŽm do tempo determinado pelo juiz (erro da Administra•‹o) tem
direito a indeniza•‹o. ƒ o que prev• o inciso acima.

LXXVI - s‹o gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certid‹o de —bito;

Quais os poss’veis ÒpeguinhasÓ relativos a esse inciso?

Primeiramente, s— os reconhecidamente pobres, na forma da lei, t•m


direito ˆ gratuidade de que trata a norma constitucional. Entretanto, o STF
julgou constitucional lei que prev• gratuidade do registro da nascimento,
do assento de —bito, bem como da primeira certid‹o respectiva a todos os
cidad‹os (e n‹o s— para os pobres). Entendeu-se inexistir conflito da lei
impugnada com a Constitui•‹o, a qual, em seu inciso LXXVI do art. 5¼ apenas
estabelece o m’nimo a ser observado pela lei, n‹o impedindo que esta
gratuidade seja estendida a outros cidad‹os. Considerou-se, tambŽm, que os
atos relativos ao nascimento e ao —bito s‹o a base para o exerc’cio da
cidadania, sendo assegurada a gratuidade de todos os atos necess‡rios ao seu
exerc’cio (CF, art. 5¼, LXXVII).

Finalmente, a gratuidade s— diz respeito ao registro de nascimento e ˆ


certid‹o de —bito. Nada de cair em ÒpeguinhasÓ que estendam esse direito ˆ
certid‹o de casamento, por exemplo.

LXXVII - s‹o gratuitas as a•›es de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na


forma da lei, os atos necess‡rios ao exerc’cio da cidadania.

J‡ falamos do Òhabeas corpusÓ e do Òhabeas dataÓ, acima. N‹o vale a pena


repetir. Pe•o apenas que se lembre de que tambŽm s‹o gratuitos os atos
necess‡rios ao exerc’cio da cidadania, na forma da lei. S— a lei formal,
portanto, poder‡ determinar quais atos s‹o esses. ƒ um caso de reserva legal.

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HABEAS CORPUS E HABEAS DATA

REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO
AOS 
RECONHECIDAMENTE 
POBRES
GRATUITOS
CERTIDÃO DE ÓBITO

AÇÕES NECESSÁRIAS AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA

AOS QUE 
COMPROVAREM 
INSUFICIÊNCIA DE  ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA
RECURSOS

LXXVIII - a todos, no ‰mbito judicial e administrativo, s‹o assegurados a


razo‡vel dura•‹o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramita•‹o.

Esse dispositivo constitucional traduz o princ’pio da celeridade processual.


Foi incorporado ˆ Carta Magna com o objetivo de garantir aos cidad‹os o
direito de verem julgados seus processos em um prazo razo‡vel, sendo
aplic‡vel tanto aos processos administrativos quanto aos judiciais.

Analisemos, agora, os par‡grafos do art. 5o da Constitui•‹o Federal...

¤ 1¼ - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais t•m


aplica•‹o imediata.

Desse comando constitucional, depreende-se que as normas que definem


direitos e garantias fundamentais (n‹o s— aquelas do art. 5¼ da CF, mas
tambŽm as constantes de outros artigos da Constitui•‹o) devem ser
interpretadas de modo a terem a maior efic‡cia poss’vel, mesmo quando
ainda n‹o regulamentadas pelo legislador ordin‡rio. Isso porque, como voc•
percebeu, v‡rios direitos e garantias fundamentais est‹o previstos em
normas de efic‡cia limitada, dependendo de regulamenta•‹o para a
produ•‹o de todos os seus efeitos.

¤ 2¼ - Os direitos e garantias expressos nesta Constitui•‹o n‹o excluem


outros decorrentes do regime e dos princ’pios por ela adotados, ou dos
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tratados internacionais em que a Repœblica Federativa do Brasil seja parte.

Como se deduz do par‡grafo acima, os direitos e garantias fundamentais


previstos na Constitui•‹o t•m enumera•‹o aberta (rol exemplificativo).
Podem, portanto, haver outros, decorrentes dos princ’pios constitucionais ou
da assinatura de tratados internacionais pela Repœblica Federativa do Brasil.
Consagrou-se, no Brasil, um sistema aberto de direitos fundamentais.

Desse modo, para que um direito seja considerado como fundamental, n‹o Ž
necess‡rio que ele seja constitucionalizado (incorporado formalmente ao
texto constitucional). Os direitos ser‹o fundamentais em raz‹o da sua
ess•ncia, do seu conteœdo normativo. Surge, assim, a ideia de
Òfundamentalidade materialÓ dos direitos fundamentais, que permite a
abertura do sistema constitucional a outros direitos fundamentais n‹o
previstos no texto da Constitui•‹o.

H‡ que se ressaltar que a fundamentalidade material Ž uma no•‹o que


depende da exist•ncia de cl‡usula de abertura material inserida no texto
da Constitui•‹o, o que no caso brasileiro foi feito pelo art. 5¼, ¤ 2¼, CF/88. Em
outras palavras, Ž a Constitui•‹o formal que abre a possibilidade para o
fen™meno da Òfundamentalidade materialÓ.

¤ 3¼ Os tratados e conven•›es internacionais sobre direitos humanos que


forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
tr•s quintos dos votos dos respectivos membros, ser‹o equivalentes ˆs
emendas constitucionais.

Por meio desse par‡grafo, a Constitui•‹o determina que alguns tratados e


conven•›es internacionais t•m for•a de emenda constitucional, atendidos
os requisitos:

a) Devem tratar de direitos humanos;

b) Devem ter sido aprovados de acordo com o rito pr—prio das emendas
constitucionais: tr•s quintos dos membros de cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos de vota•‹o.

E os tratados sobre direitos humanos que n‹o s‹o aprovados por esse rito
especial?

Como dissemos anteriormente, caro (a) aluno (a), o Supremo Tribunal Federal
(STF), em decis‹o recente (2008), firmou entendimento de que esses
tratados t•m hierarquia supralegal, situando-se abaixo da Constitui•‹o e
acima da legisla•‹o interna.

¤ 4¼ O Brasil se submete ˆ jurisdi•‹o de Tribunal Penal Internacional a cuja


cria•‹o tenha manifestado ades‹o.
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O Tribunal Penal Internacional constitui-se no primeiro tribunal de natureza


permanente destinado a apurar a responsabilidade de indiv’duos por
crimes perpetrados contra os direitos humanos, concretizando grande avan•o
do processo de internacionaliza•‹o dos direitos humanos e de humaniza•‹o do
direito internacional.

(MPU Ð 2015) A CF traz uma enumera•‹o taxativa dos direitos


fundamentais.

Coment‡rios:

O rol de direitos fundamentais previsto na CF/88 Ž meramente


exemplificativo. Podem existir outros direitos fundamentais
previstos em tratados internacionais ou decorrentes do regime e
dos princ’pios adotados pela CF/88. Quest‹o errada.

(MPE Ð GO Ð 2014) A fundamentalidade material Ž uma no•‹o


que permite a abertura a outros direitos fundamentais n‹o
previstos expressamente no texto constitucional, e essa mesma
no•‹o se d‡ por meios que prescindem da Constitui•‹o formal.

Coment‡rios:

O erro est‡ na parte final da assertiva. A abertura do sistema


constitucional a outros direitos fundamentais depende de
expressa previs‹o na Constitui•‹o formal. Quest‹o errada.

Quest›es Comentadas

1. (CESPE / TCE-PR Ð 2016) Ë luz da jurisprud•ncia do STF,


assinale a op•‹o correta acerca de habeas corpus.

a) O habeas corpus Ž instrumento vi‡vel para a revis‹o de sœmulas de


tribunais se o teor da sœmula atentar abstratamente contra o direito ˆ
liberdade de locomo•‹o.

b) A utiliza•‹o do habeas corpus como mecanismo judicial para salvaguarda do


direito ˆ liberdade de locomo•‹o Ž limitada no tempo, sujeitando-se a
preclus‹o e decad•ncia.

c) A inadmissibilidade de impetra•‹o sucessiva de habeas corpus, ou seja, de


aprecia•‹o de um segundo habeas corpus quando ainda n‹o definitivamente
julgado o anteriormente impetrado, Ž relativizada se se tratar de ilegalidade
flagrante e prontamente evidente.

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d) O habeas corpus Ž meio id™neo para impugnar ato de sequestro ou confisco


de bens em processo criminal.

e) O afastamento de cargo pœblico Ž impugn‡vel por habeas corpus.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O habeas corpus n‹o Ž instrumento adequado para que se


proceda a revis›es de sœmulas de tribunais. Por exemplo, as sœmulas
vinculantes do STF j‡ t•m um procedimento pr—prio para edi•‹o, revis‹o e
cancelamento.

Letra B: errada. Segundo o STF, o habeas corpus n‹o est‡ sujeito aos
institutos da prescri•‹o, decad•ncia e preclus‹o (HC 88.672, Rel. Min. Marco
AurŽlio).

Letra C: correta. O STF considera inadmiss’vel a impetra•‹o sucessiva de


habeas corpus, ou seja, de aprecia•‹o de um segundo habeas corpus quando
ainda n‹o foi definitivamente julgado o anterior. No entanto, essa proibi•‹o Ž
flexibilizada em situa•›es excepcionais, caso haja ilegalidade flagrante e
prontamente evidente.

Letra D: errada. O sequestro ou confisco de bens n‹o resulta em viola•‹o ˆ


liberdade de locomo•‹o. Portanto, Ž incab’vel habeas corpus diante de tais
medidas (HC 103.823, Rel. Min. Marco AurŽlio).

Letra E: errada. O afastamento de cargo pœblico n‹o implica em viola•‹o ˆ


liberdade de locomo•‹o. Logo, n‹o cabe habeas corpus.

O gabarito Ž a letra C.

2. (CESPE / TCE-PR - 2016) Maria impetrou mandado de


seguran•a contra ato de demiss‹o praticado pelo governador do
estado, alegando v’cio no processo administrativo disciplinar.

Nessa situa•‹o hipotŽtica:

a) caso seja proferida senten•a denegando a seguran•a, ficar‡ a impetrante


impedida de ajuizar a•‹o com mesmo objeto.

b) ser‡ vedada a concess‹o de liminar para suspens‹o do ato antes de ouvido


o governador, por se tratar de ato demission‡rio.

c) caso seja proferida a senten•a, o recurso que vier a ser apresentado pela
autoridade coatora ser‡ inadmitido liminarmente por ilegitimidade
do governador.

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d) se proferida senten•a que conceda a seguran•a, o n‹o cumprimento das


decis›es constituir‡ crime de desobedi•ncia, ainda que interposto recurso de
apela•‹o.

e) se passados mais de cento e vinte dias da pr‡tica do ato de demiss‹o, o juiz


dever‡ indeferir a liminar pela configura•‹o de decad•ncia.

Coment‡rios:

Letra A: errada. Segundo o art. 19, da Lei n¼ 12.016/2009, Òa senten•a ou


ac—rd‹o que denegar mandado de seguran•a, sem decidir o mŽrito, n‹o
impedir‡ que o requerente, por a•‹o pr—pria, pleiteie os seus direitos e os
respectivos efeitos patrimoniaisÓ. Assim, proferida senten•a denegando a
seguran•a, a impetrante poder‡ ajuizar a•‹o com o mesmo objeto.

Letra B: errada. As veda•›es ˆ concess‹o de liminar em mandado de


seguran•a est‹o previstas no art. 7¼, ¤ 2¼, da Lei n¼ 12.016/2009.

Art. 7¼ (É)

¤ 2¼ N‹o ser‡ concedida medida liminar que tenha por objeto a


compensa•‹o de crŽditos tribut‡rios, a entrega de mercadorias e bens
provenientes do exterior, a reclassifica•‹o ou equipara•‹o de servidores
pœblicos e a concess‹o de aumento ou a extens‹o de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza.

Letra C: errada. O Governador, na condi•‹o de autoridade coatora, pode


figurar no p—lo passivo do mandado de seguran•a. Nesse sentido, poder‡
recorrer contra a senten•a denegando ou concedendo o mandado. Nesse
sentido, destaco o art. 14, da Lei n¼ 12.016/2009:

Art. 14. Da senten•a, denegando ou concedendo o mandado, cabe


apela•‹o.

¤ 1¼ Concedida a seguran•a, a senten•a estar‡ sujeita obrigatoriamente


ao duplo grau de jurisdi•‹o.

¤ 2¼ Estende-se ˆ autoridade coatora o direito de recorrer.

Letra D: correta. Segundo o art. 26, da Lei n¼ 12.016/2009, constitui crime


de desobedi•ncia o n‹o cumprimento das decis›es proferidas em mandado
de seguran•a.

Letra E: errada. O prazo decadencial de 120 dias come•a a correr a partir da


ci•ncia do ato de demiss‹o (e n‹o do ato de demiss‹o em si).

O gabarito Ž a letra D.
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3. (CESPE / TCE-PA Ð 2016) Como o habeas data n‹o pode ser


utilizado por pessoa jur’dica, deve ser reconhecida a ilegitimidade
ativa na hip—tese de pessoa jur’dica ajuizar habeas data para obter
informa•›es de seu interesse constante de dados de determinada
entidade governamental.

Coment‡rios:

O habeas data pode ser impetrado por pessoas f’sicas e pessoas


jur’dicas. O art. 5¼, LXXII, versa sobre as hip—teses de cabimento de
habeas data:

Art. 5¼ (É)

LXXII - conceder-se-‡ habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa


do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) para a retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por


processo sigiloso, judicial ou administrativo;

Quest‹o errada.

4. (CESPE / TCE-PA Ð 2016) Entre os direitos fundamentais


incluem-se os remŽdios constitucionais, como, por exemplo, o
mandado de injun•‹o, criado pela Constitui•‹o Federal de 1988 e que
tem por finalidade suprir a falta de norma regulamentadora que
inviabilize o exerc’cio dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania.

Coment‡rios:

O mandado de injun•‹o Ž o remŽdio constitucional que visa combater as


Òomiss›es inconstitucionaisÓ. Segundo o art. 5¼, LXXI, CF/88, LXXI
Òconceder-se-‡ mandado de injun•‹o sempre que a falta de norma
regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e
ˆ cidadaniaÓ. Quest‹o correta.

5. (CESPE / TCE-PA Ð 2016) O direito de peti•‹o configura


instrumento de controle administrativo: por meio dele, assegura-se a
qualquer pessoa a defesa de direitos, individuais ou coletivos, bem
como o direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder,
perante autoridade administrativa competente de qualquer dos
poderes constitu’dos.
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Coment‡rios:

O direito de peti•‹o Ž um remŽdio administrativo, utilizado em defesa de


direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. O direito de peti•‹o pode
ser exercido perante autoridade administrativo de qualquer dos poderes do
Estado. Quest‹o correta.

6. (CESPE / Agente PC-PE Ð 2016) Ë luz das disposi•›es da CF,


assinale a op•‹o correta acerca dos direitos e garantias individuais.

a) O Estado pode impor presta•‹o alternativa fixada em lei ao indiv’duo que,


alegando conflito com suas convic•›es pol’ticas, se recusar a cumprir
obriga•‹o legal a todos imposta, desde que a presta•‹o seja compat’vel com
suas cren•as. Em caso de recusa em cumpri-la, o indiv’duo poder‡ ser privado
de seus direitos.

b) Diante de ind’cios veementes da pr‡tica de il’citos no interior de


determinada resid•ncia, o agente de pol’cia poder‡ realizar busca de provas no
local sem o consentimento do morador e sem mandado judicial, desde que o
fa•a durante o dia.

c) O cidad‹o que, naturalizado brasileiro, cometer crime comum em viagem a


seu pa’s de origem retornar ao Brasil poder‡ ser extraditado, bastando que
haja solicita•‹o do pa’s da nacionalidade anterior.

d) Servidor pœblico que cometer crime no exerc’cio da fun•‹o n‹o poder‡ ser
condenado, na esfera penal, a partir de prova obtida por meio il’cito; no
entanto, essa mesma prova, complementada por outras provas l’citas, poder‡
ser utilizada para aplicar penalidade em eventual processo administrativo
movido contra o servidor.

e) O profissional que, trabalhando com divulga•‹o de informa•›es, veicular,


em seu nome, not’cia de fonte sigilosa n‹o estar‡ sujeito a responder por
eventuais preju’zos que essa divulga•‹o causar a outrem.

Coment‡rios:

Letra A: correta. Segundo o art. 5¼, VIII, CF/88, VIII, ÒninguŽm ser‡ privado
de direitos por motivo de cren•a religiosa ou de convic•‹o filos—fica ou pol’tica,
salvo se as invocar para eximir-se de obriga•‹o legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir presta•‹o alternativa, fixada em leiÓ.

Com base nesse dispositivo, pode-se afirmar que a Òdupla recusaÓ pode
levar ˆ priva•‹o de direitos. A Òdupla recusaÓ fica caracterizada quando,
alŽm de se negar a cumprir obriga•‹o legal a todos imposta, o indiv’duo se
recusa a cumprir presta•‹o alternativa.

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Letra B: errada. A entrada na casa do morador, sem o seu consentimento,


somente ser‡ poss’vel nas seguintes hip—teses: i) flagrante delito; ii) desastre;
iii) presta•‹o de socorro e; iv) mediante ordem judicial, desde que durante o
dia.

Letra C: errada. O brasileiro naturalizado poder‡ ser extraditado nas


seguintes hip—teses: i) crime comum praticado antes da naturaliza•‹o e; ii)
comprovado envolvimento com tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins.

Letra D: errada. Segundo o art. 5¼, LVI, CF/88, s‹o inadmiss’veis no


processo as provas obtidas por meios il’citos. A inadmissibilidade de provas
il’citas se aplica aos processos judiciais e aos processos administrativos.

Letra E: errada. O art. 5¼, V, CF/88, estabelece que ÒŽ assegurado o direito de


resposta, proporcional ao agravo, alŽm da indeniza•‹o por dano material,
moral ou ˆ imagemÓ. Desse modo, aquele que divulgar, em seu nome, not’cia
de fonte sigilosa estar‡ sujeito a responder pelos eventuais preju’zos causados
por essa divulga•‹o. O sigilo da fonte Ž garantido pelo art. 5¼, XIV, mas h‡
responsabilidade pelos preju’zos que a divulga•‹o causar.

O gabarito Ž a letra A.

7. (CESPE / Agente PC-PE Ð 2016 - Adaptada) Considerando as


disposi•›es da CF, Ž correto afirmar que a norma constitucional
segundo a qual

a) a lei n‹o prejudicar‡ o direito adquirido, o ato jur’dico perfeito nem a coisa
julgada Ž de efic‡cia limitada e aplicabilidade direta.

b) ninguŽm ser‡ privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo


legal Ž de efic‡cia plena e aplicabilidade imediata.

c) Ž livre o exerc’cio de qualquer trabalho, of’cio ou profiss‹o, atendidas as


qualifica•›es profissionais que a lei estabelecer Ž de efic‡cia plena e de
aplicabilidade imediata.

d) ninguŽm ser‡ submetido a tortura nem a tratamento desumano ou


degradante Ž de efic‡cia contida e aplicabilidade n‹o integral.

Coment‡rios:

Letra A: errada. Segundo o art. 5¼, XXXVI, CF/88, Òa lei n‹o prejudicar‡ o
direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a coisa julgadaÓ. Trata-se de
norma de efic‡cia plena. A express‹o Òa leiÓ n‹o indica que a lei pode
restringir ou regular a prote•‹o ao direito adquirido, ao ato jur’dico perfeito
e ˆ coisa julgada. Ao contr‡rio, essa express‹o apenas indica que o
comando constitucional de prote•‹o ao direito adquirido, ao ato jur’dico
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perfeito e ˆ coisa julgada destina-se a toda e qualquer atua•‹o do


legislador.

Letra B: correta. Segundo o art. 5¼, LIV, CF/88, ÒninguŽm ser‡ privado da
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalÓ. Trata-se do
princ’pio do devido processo legal, que Ž norma de efic‡cia plena, dotada
de aplicabilidade direta, imediata e integral.

Letra C: errada. A liberdade profissional (art. 5¼, XIII, CF/88) Ž norma de


efic‡cia contida. A lei, ao estabelecer qualifica•›es profissionais a serem
atendidas para que alguŽm exer•a determinada profiss‹o, estar‡
restringindo o exerc’cio do direito.

Letra D: errada. A veda•‹o ˆ tortura (art. 5¼, III, CF/88) Ž norma de


efic‡cia plena, dotada de aplicabilidade direta, imediata e integral.

O gabarito Ž a letra B.

8. (CESPE / Escriv‹o PC-PE Ð 2016) Uma autoridade pœblica de


determinado estado da Federa•‹o negou-se a emitir certid‹o com
informa•›es necess‡rias ˆ defesa de direito de determinado
cidad‹o. A informa•‹o requerida n‹o era sigilosa e o referido
cidad‹o havia demonstrado os fins e as raz›es de seu pedido.

Nessa situa•‹o hipotŽtica, o remŽdio constitucional apropriado para


impugnar a negativa estatal Ž o(a)

a) a•‹o popular.

b) mandado de seguran•a.

c) habeas data.

d) habeas corpus.

e) mandado de injun•‹o.

Coment‡rios:

Essa Ž uma t’pica pegadinha! O remŽdio constitucional destinado a proteger


o direito ˆ obten•‹o de certid›es Ž o mandado de seguran•a. O gabarito Ž a
letra B.

9. (CESPE / Escriv‹o PC-PE Ð 2016) No que se refere aos direitos


e ˆs garantias fundamentais, assinale a op•‹o correta.

a) O direito fundamental ao contradit—rio n‹o se aplica aos inquŽritos policiais.


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b) O in’cio de execu•‹o da pena criminal condenat—ria ap—s a confirma•‹o da


senten•a em segundo grau ofende o princ’pio constitucional de presun•‹o da
inoc•ncia.

c) Os direitos e as garantias individuais n‹o s‹o assegurados ˆs pessoas


jur’dicas, uma vez que elas possuem dimens‹o coletiva.

d) O sigilo de correspond•ncia e o sigilo das comunica•›es telef™nicas s‹o


inviol‡veis ressalvadas as hip—teses legais, por ordem judicial ou
administrativa devidamente motivada.

e) O tribunal do jœri tem compet•ncia para o julgamento dos crimes culposos e


dolosos contra a vida.

Coment‡rios:

Letra A: correta. O inquŽrito policial Ž fase prŽ-processual e, em raz‹o


disso, nele n‹o se aplicam os direitos fundamentais ˆ ampla defesa e ao
contradit—rio.

Letra B: errada. Segundo o STF, Òa execu•‹o provis—ria de ac—rd‹o penal


condenat—rio proferido em grau de apela•‹o, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordin‡rio, n‹o compromete o princ’pio constitucional da
presun•‹o de inoc•nciaÓ. Assim, Ž poss’vel a pris‹o daquele que foi
condenado na segunda inst‰ncia (em grau de apela•‹o). ƒ poss’vel a
execu•‹o provis—ria da pena mesmo antes do tr‰nsito em julgado.

Letra C: errada. As pessoas jur’dicas tambŽm s‹o titulares de direitos


fundamentais.

Letra D: errada. A viola•‹o do sigilo das comunica•›es telef™nicas somente


poder‡ ocorrer mediante ordem judicial, para fins de investiga•‹o criminal
ou instru•‹o processual penal.

Letra E: errada. O tribunal do jœri tem compet•ncia para o julgamento dos


crimes dolosos contra a vida.

O gabarito Ž a letra A.

10. (CESPE / TRT 8a Regi‹o Ð 2016) Assinale a op•‹o correta com


rela•‹o aos direitos e deveres individuais e coletivos assegurados e
garantidos pela CF.

a) ƒ absolutamente proibida a aplica•‹o de pena de morte ou de pris‹o


perpŽtua em todo o territ—rio nacional e a qualquer tempo.

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b) Diferentemente do direito de propriedade, o direito de heran•a n‹o Ž


garantido pelas normas constitucionais.

c) ƒ dever do Estado promover a defesa dos direitos do consumidor na forma


da lei.

d) O habeas data Ž o instituto adequado para a garantia da liberdade de


acusados de pr‡tica criminal se n‹o configurado flagrante delito.

e) ƒ vedada a concess‹o de asilo pol’tico para nacionais de Estados com os


quais o Brasil tenha rela•‹o diplom‡tica.

Coment‡rios:

Letra A: errada. A CF/88 admite a pena de morte em caso de guerra


declarada.

Letra B: errada. Segundo o art. 5¼, XXX, CF/88, Ž garantido o direito de


heran•a.

Letra C: correta. Segundo o art. 5¼, XXXII, CF/88, o Estado promover‡, na


forma da lei, a defesa do consumidor.

Letra D: errada. O habeas corpus Ž que se destina a proteger a liberdade de


locomo•‹o.

Letra E: errada. N‹o h‡ essa veda•‹o no texto constitucional. A CF/88


apenas informa que o asilo pol’tico Ž um princ’pio das rela•›es
internacionais adotado pela Repœblica Federativa do Brasil.

O gabarito Ž a letra C.

11. (CESPE/ PC-PE Ð 2016) Os direitos e garantias fundamentais


t•m aplica•‹o imediata, raz‹o por que nenhum dos direitos individuais
elencados na CF necessita de lei para se tornar plenamente exequ’vel.

Coment‡rios:

ƒ necess‡ria a regulamenta•‹o de v‡rios direitos fundamentais previstos em


normas de efic‡cia limitada. Quest‹o errada.

12. (CESPE/ PC-PE Ð 2016) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por sindicatos, entidades de classe e associa•›es, mas
n‹o por partidos pol’ticos, pois se destinam ˆ defesa de interesses
coletivos comuns a determinada coletividade de pessoas.

Coment‡rios:
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O mandado de seguran•a coletivo pode, sim, ser impetrado por partido


pol’tico, desde que este tenha representa•‹o no Congresso Nacional. Quest‹o
errada.

13. (CESPE / TJ-AM Ð 2016 - Adaptada) Assinale a op•‹o correta


acerca das garantias constitucionais individuais, do funcionamento
e atribui•›es das CPIs e dos chamados remŽdios constitucionais,
considerando a jurisprud•ncia do STF.

a) Em decorr•ncia de norma constitucional acrescentada pela EC n.¼ 45/2004,


os tratados e conven•›es internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo
Brasil antes da promulga•‹o dessa emenda t•m status normativo de emenda
constitucional.

b) Habeas data serve para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas


ao impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico, podendo ser impetrado inclusive por
pessoa jur’dica nacional ou estrangeira.

c) Habeas data n‹o Ž garantia constitucional adequada para obten•‹o de dados


concernentes ao pagamento de tributos do pr—prio contribuinte constantes de
sistemas informatizados de apoio ˆ arrecada•‹o dos —rg‹os da administra•‹o
fazend‡ria dos entes estatais.

d) N‹o se admite que o impetrante desista da a•‹o de mandado de seguran•a


sem aquiesc•ncia da autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal
interessada, ap—s prola•‹o de senten•a de mŽrito.

Coment‡rios:

Letra A: errada. Os tratados de direitos humanos subscritos pelo Brasil antes


da EC n¼ 45/2004 t•m status supralegal.

Letra B: correta. O habeas data pode ser usado com 2 (duas) finalidades
distintas:

a) para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) para a retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por


processo sigiloso, judicial ou administrativo;

O habeas data pode ser impetrado por pessoa f’sica ou por pessoa
jur’dica, nacionais ou estrangeiras.

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Letra C: errada. No RE n¼ 673.707/MG, Òo habeas data Ž a garantia


constitucional adequada para a obten•‹o, pelo pr—prio contribuinte, dos
dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas
informatizados de apoio ˆ arrecada•‹o dos —rg‹os administra•‹o fazend‡ria
dos entes estataisÓ.

Letra D: errada. No MS 26.890-AgR, o STF decidiu que ÒŽ l’cito ao


impetrante desistir da a•‹o de mandado de seguran•a,
independentemente de aquiesc•ncia da autoridade apontada como coatora ou
da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes
passivos necess‡riosÓ.

O gabarito Ž a letra B.

14. (CESPE / TRE-PI Ð 2016) Grava•‹o de conversa telef™nica sem


autoriza•‹o judicial, registrada por um dos interlocutores, Ž
considerada prova il’cita, ante o sigilo das comunica•›es telef™nicas,
constitucionalmente assegurado.

Coment‡rios:

A grava•‹o telef™nica Ž feita por um dos interlocutores do di‡logo, sem o


consentimento ou ci•ncia do outro. Nem sempre Ž il’cita. De acordo com o
STF, Ž Òinconsistente e fere o senso comum falar-se em viola•‹o do direito ˆ
privacidade quando interlocutor grava di‡logo com sequestradores,
estelionat‡rios ou qualquer tipo de chantagistaÓ. Nesse caso, percebe-se que a
grava•‹o clandestina foi feita em leg’tima defesa, sendo, portanto, leg’tima.
Quest‹o errada.

15. (CESPE / TRE-PI Ð 2016) A instaura•‹o de processo


administrativo disciplinar contra servidor pœblico para apura•‹o de
irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar
habeas corpus para impedir o prosseguimento do processo
administrativo.

Coment‡rios:

N‹o cabe habeas corpus contra instaura•‹o de processo administrativo


disciplinar, uma vez que o direito de locomo•‹o n‹o se encontra amea•ado.
Quest‹o errada.

16. (CESPE / TRE-PI Ð 2016) N‹o poder‡ ser conhecido habeas


corpus impetrado em benef’cio alheio por indiv’duo destitu’do de
sanidade mental que n‹o esteja representado ou assistido por outrem.

Coment‡rios:

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A legitimidade do habeas corpus Ž universal. Por isso, pode, sim, ser


impetrado atŽ mesmo por indiv’duo destitu’do de sanidade mental, em
benef’cio pr—prio ou alheio. Quest‹o errada.

17. (CESPE / TJDFT Ð 2016) O MinistŽrio Pœblico, havendo


comprometimento de interesse social qualificado, possui legitimidade
ativa para propor a•‹o popular.

Coment‡rios:

O MinistŽrio Pœblico n‹o tem legitimidade para propor a•‹o popular. A a•‹o
popular somente pode ser proposta pelo cidad‹o. Quest‹o errada.

18. (CESPE / TJDFT Ð 2016) O direito ao duplo grau de jurisdi•‹o Ž


assegurado expressamente na CF, decorre da prote•‹o judici‡ria
efetiva e n‹o admite ressalvas, salvo a preclus‹o decorrente da
pr—pria ina•‹o processual.

Coment‡rios:

A CF/88 n‹o prev• expressamente o princ’pio do duplo grau de jurisdi•‹o.


Ademais, h‡ v‡rias ressalvas a esse princ’pio, como o julgamento do
Presidente da Repœblica, dos Deputados e Senadores no STF, pela pr‡tica de
crimes comuns. Nesses casos, n‹o se aplica o duplo grau de jurisdi•‹o, pois
n‹o h‡ uma inst‰ncia superior ao STF. Quest‹o errada.

19. (CESPE / TJDFT Ð 2016) ƒ consolidado no STF o entendimento de


que, presente a dœvida sobre o real interesse do paciente na
impetra•‹o do habeas corpus, deve o juiz intim‡-lo para que manifeste
sua vontade em prosseguir ou n‹o com a impetra•‹o.

Coment‡rios:

A jurisprud•ncia do STF considera que n‹o ser‡ conhecido o habeas corpus


que for impetrado pelo MinistŽrio Pœblico e desautorizado pelo
paciente. Dessa forma, se houver dœvida quanto ao real interesse do
paciente na impetra•‹o do habeas corpus, dever‡ o juiz intim‡-lo para que
ele manifeste sua vontade de prosseguir ou n‹o com a impetra•‹o. Quest‹o
correta.

20. (CESPE/ ANVISA Ð 2016) Ë luz do princ’pio da dignidade


humana, a CF estabelece que, ap—s a aprova•‹o por qualquer
qu—rum durante o processo legislativo, todos os tratados e
conven•›es sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil passem a
ter o status de norma constitucional.

Coment‡rios:
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Segundo a jurisprud•ncia do STF, os tratados internacionais de direitos


humanos podem ter ocupar 2 (duas) posi•›es hier‡rquicas distintas no
ordenamento jur’dico:

a) Hierarquia constitucional: Os tratados internacionais de direitos


humanos que for aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por 3/5 (tr•s quintos) dos votos dos respectivos membros
ser‹o equivalentes ˆ emenda constitucional. Quest‹o errada.

b) Hierarquia supralegal: Os tratados internacionais de direitos


humanos aprovados pelo rito ordin‡rio ter‹o status supralegal (acima
das leis, mas abaixo da Constitui•‹o). Cabe destacar que os tratados
de direitos humanos aprovados antes da EC n¼ 45/2004, como Ž o
caso do Pacto de San JosŽ da Costa Rica, tambŽm ter‹o status
supralegal.

Voltando ˆ quest‹o, Ž poss’vel perceber que nem todos os tratados


internacionais de direitos humanos ter‹o status constitucional. Portanto, a
quest‹o est‡ errada.

21. (CESPE / TRE-RS - 2015) A respeito dos direitos e garantias


fundamentais previstos na CF, assinale a op•‹o correta.

a) A veda•‹o ˆ exist•ncia de tribunais de exce•‹o, bem como a admiss‹o de


foro por prerrogativa de fun•‹o, s‹o reflexos, em certa medida, do princ’pio da
isonomia em sua dimens‹o material.

b) A liberdade de express‹o Ž direito fundamental que viabiliza a


autodetermina•‹o do indiv’duo e guarda estreita rela•‹o com a dignidade da
pessoa humana, possuindo, ademais, dimens›es instrumental e substancial,
essa œltima compreendendo o direito aos meios adequados ˆ express‹o e ˆ
veicula•‹o do que se pensa e do que se cria.

c) A liberdade religiosa Ž direito fundamental que, por impor a laicidade


estatal, possui dimens‹o unicamente negativa, vinculando o Estado a um
dever de absten•‹o.

d) A razo‡vel dura•‹o do processo e os meios que garantam a celeridade de


sua tramita•‹o constituem direito fundamental aut™nomo e novo, introduzido
na Constitui•‹o brasileira por emenda constitucional.

e) Como limita•›es materiais ao poder de reforma da Constitui•‹o, as


cl‡usulas pŽtreas devem ser expl’citas.

Coment‡rios:

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Letra A: correta. O princ’pio da isonomia se reflete em v‡rias normas


constitucionais. A veda•‹o ˆ exist•ncia de tribunais de exce•‹o, por exemplo,
garante que todos tenham um julgamento imparcial.

A exist•ncia de foro por prerrogativa de fun•‹o tambŽm Ž reflexo do


princ’pio da isonomia, embora ˆ primeira vista possa se pensar o contr‡rio. O
foro por prerrogativa de fun•‹o Ž concedido a determinados agentes
pol’ticos que, pela posi•‹o que ocupam, precisam receber um tratamento
diferenciado, a fim de que possam exercer suas atribui•›es com liberdade.

Vale destacar que o tratamento diferenciado se justifica pelo princ’pio da


isonomia material, que consiste em tratar com igualdade os iguais e com
desigualdade os desiguais, na medida de suas desigualdades.

Letra B: errada. A liberdade de express‹o tem 2 (duas) dimens›es:


substancial e instrumental.

A dimens‹o substancial da liberdade de express‹o est‡ relacionada ao


pluralismo pol’tico. Abrange, em um primeiro momento, a forma•‹o da opini‹o
do individuo, que Ž posteriormente exteriorizada.

A dimens‹o instrumental da liberdade da express‹o, por sua vez, diz


respeito aos meios pelos quais se exterioriza o pensamento.

O erro da quest‹o est‡ em confundir os conceitos da dimens‹o substancial e


da dimens‹o instrumental da liberdade de express‹o.

Letra C: errada. Liberdade religiosa Ž um direito fundamental que se


evidencia por meio da inviolabilidade da consci•ncia e de cren•a. Todas as
pessoas s‹o livres para professarem a religi‹o que quiserem. Estado laico Ž
aquele em que h‡ uma separa•‹o entre religi‹o e Estado.

Dito isso, passemos aos erros do enunciado:

a) Liberdade religiosa n‹o pressup›e laicidade estatal. H‡ Estados


confessionais, como a Dinamarca e a Noruega, nos quais se assegura a
liberdade religiosa.

b) Pode-se dizer que a liberdade religiosa tambŽm possui uma


dimens‹o positiva. Isso porque h‡ medidas estatais no sentido de se
garantir a liberdade religiosa, tais como Òassegurar a presta•‹o de
assist•ncia religiosa nas entidades civis e militares de interna•‹o
coletivaÓ e Òproteger os locais de culto e suas liturgiasÓ.

Letra D: errada. De fato, a Òrazo‡vel dura•‹o do processoÓ Ž direito


fundamental inserido no texto constitucional pela EC n¼ 45/2004. No entanto,

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n‹o se trata de direito aut™nomo, mas sim derivado do devido processo


legal.

Letra E: errada. As cl‡usulas pŽtreas podem ser expl’citas ou impl’citas. Em


ambos os casos, estamos diante de limita•›es materiais ao poder de reforma.

O gabarito Ž a letra A.

22. (CESPE / TRE-RS Ð 2015) Previsto expressamente na CF, o


princ’pio do devido processo legal assegura o contradit—rio e a ampla
defesa aos litigantes em processo judicial, mas n‹o em processo
administrativo.

Coment‡rios:

A ampla defesa e o contradit—rio decorrem do princ’pio do devido processo


legal, aplicando-se nos processos judiciais e administrativos. Quest‹o errada.

23. (CESPE / TJDFT Ð 2015) O habeas data n‹o Ž meio de solicita•‹o


e obten•‹o de informa•›es de terceiros, uma vez que tem como
objetivo assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ao pr—prio
impetrante.

Coment‡rios:

O habeas data Ž utilizado para assegurar o conhecimento de informa•›es


relativas ˆ pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblico. Assim, o habeas
data n‹o Ž cab’vel para que se tenha acesso a informa•›es de terceiros.
Quest‹o correta.

24. (CESPE/ TCE-RN Ð 2015) Comumente, confundem-se os


princ’pios da legalidade e da reserva legal. O primeiro, contudo, Ž
mais abrangente e representa o dever de submiss‹o e respeito ˆ lei.
O segundo, por sua vez, consiste na imposi•‹o constitucional de que
determinadas matŽrias sejam regulamentadas por lei formal.

Coment‡rios:

Foram corretamente definidos os princ’pios da legalidade e da reserva


legal. O princ’pio da reserva legal se baseia na imposi•‹o constitucional de
que determinadas matŽrias sejam regulamentadas por lei formal. O princ’pio
da legalidade, por outro lado, Ž mais abrangente: representa o dever geral de
submiss‹o ˆ lei em sentido amplo, o que engloba a obedi•ncia qualquer ato
normativo estatal. Quest‹o correta.

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25. (CESPE / DPE-RN Ð 2015) A determina•‹o de foro justificada por


prerrogativa de fun•‹o, ainda que institu’da exclusivamente por
Constitui•‹o estadual, prevalece sobre a compet•ncia do tribunal de
jœri.

Coment‡rios:

Segundo a Sœmula Vinculante n¼ 45, Òa compet•ncia constitucional do Tribunal


do Jœri prevalece sobre o foro por prerrogativa de fun•‹o estabelecido
exclusivamente pela Constitui•‹o estadualÓ. Quest‹o errada.

26. (CESPE / DPE-RN Ð 2015) Por ferir o direito ˆ privacidade, Ž


ileg’tima a publica•‹o, em qualquer tipo de ve’culo, dos nomes de
servidores da administra•‹o pœblica e do valor dos vencimentos e
vantagens pecuni‡rias por eles recebidos.

Coment‡rios:

Em respeito ao princ’pio da transpar•ncia, Ž poss’vel a publica•‹o dos nomes


de servidores e de seus vencimentos e vantagens pecuni‡rias. N‹o h‡ viola•‹o
ao direito ˆ privacidade. Quest‹o errada.

27. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) O fato de o direito ˆ


privacidade ser assegurado a todos faz que seja inconstitucional lei
municipal que determine a publica•‹o dos nomes dos servidores do
munic’pio acompanhados dos valores de seus subs’dios.

Coment‡rios:

Em virtude do princ’pio da transpar•ncia, Ž poss’vel que lei municipal


determine a publica•‹o dos nomes dos servidores do munic’pio acompanhados
dos valores de seus subs’dios. Quest‹o errada.

28. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) ƒ pac’fica a orienta•‹o


jurisprudencial segundo a qual n‹o se admite mandado de seguran•a
contra lei em tese; essa compreens‹o, todavia, n‹o impede a
impetra•‹o contra atos infralegais, tais como regulamentos e
portarias, ainda que estes sejam dotados de abstra•‹o e generalidade.

Coment‡rios:

Segundo o STF, n‹o cabe mandado de seguran•a contra lei em tese. Os atos
infralegais que sejam dotados de abstra•‹o e generalidade podem ser
considerados Òlei em teseÓ e, portanto, n‹o podem ser atacados por mandado
de seguran•a. Quest‹o errada.

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29. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) A compet•ncia do jœri


para o julgamento de crimes dolosos contra a vida n‹o Ž absoluta e
pode ser excepcionada por regra da pr—pria CF, como, por exemplo, o
julgamento de prefeitos pelo TJ.

Coment‡rios:

De fato, a compet•ncia do tribunal do jœri para o julgamento dos crimes


dolosos contra a vida n‹o Ž absoluta. Isso porque ela n‹o alcan•a os
detentores de foro especial por prerrogativa de fun•‹o previsto na
Constitui•‹o Federal. Quest‹o correta.

30. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) Desde que prevista em


lei, Ž constitucional, em processo administrativo, a exig•ncia de
dep—sito ou de arrolamento prŽvio de bens e de direitos como
pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.

Coment‡rios:

A Sœmula Vinculante n¼ 21 estabelece que ÒŽ inconstitucional a exig•ncia de


dep—sito ou arrolamento prŽvios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
recurso administrativo.Ó Quest‹o errada.

31. (CESPE/ TCU Ð 2015) No Brasil, Ž vedada a pena de morte em


quaisquer situa•›es.

Coment‡rios:

No Brasil, admite-se, excepcionalmente, a pena de morte no caso de guerra


declarada (art. 5o, XLVII, ÒaÓ, CF). Quest‹o errada.

32. (CESPE / STJ Ð 2015) A CF somente admite a pena de morte em


caso de guerra declarada.

Coment‡rios:

No ordenamento jur’dico brasileiro, a pena de morte somente Ž admitida em


caso de guerra declarada. Quest‹o correta.

33. (CESPE / STJ Ð 2015) O preso tem direito ˆ identifica•‹o dos


respons‡veis por sua pris‹o, somente havendo sigilo em caso de
necessidade de prote•‹o da seguran•a dos agentes pœblicos
envolvidos no caso.

Coment‡rios:

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Segundo o art. 5¼, LXIV, CF/88, Òo preso tem direito ˆ identifica•‹o dos
respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio policialÓ. N‹o h‡
ressalvas a essa regra. Quest‹o errada.

34. (CESPE / STJ Ð 2015) Ao advogado de uma pessoa sob


investiga•‹o Ž permitido o acesso aos autos do inquŽrito policial,
mesmo que estes sejam classificados como sigilosos, por ser este um
direito garantido ao investigado.

Coment‡rios:

A Sœmula Vinculante n¼ 14 prev• que "Ž direito do defensor, no interesse do


representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, j‡
documentados em procedimento investigat—rio realizado por —rg‹o com
compet•ncia de pol’cia judici‡ria, digam respeito ao exerc’cio do direito de
defesa". Quest‹o correta.

35. (CESPE / STJ Ð 2015) O habeas data n‹o se presta ˆ retifica•‹o


das informa•›es constantes de bancos de dados de entidades pœblicas.

Coment‡rios:

O habeas data pode ser impetrado com 2 (duas) finalidades diferentes:

a) para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) para a retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por


processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Quest‹o errada.

36. (CESPE / STJ Ð 2015) S‹o equivalentes ˆs emendas


constitucionais todos os tratados aprovados pela C‰mara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em dois turnos, por tr•s quintos dos
votos dos respectivos membros.

Coment‡rios:

Apenas os tratados de direitos humanos aprovados por esse qu—rum


qualificado (2 turnos, em cada Casa Legislativa, por 3/5 dos membros) Ž que
ser‹o equivalentes ˆs emendas constitucionais. Quest‹o errada.

37. (CESPE / MPOG Ð 2015) O direito do cidad‹o de receber dos


—rg‹os pœblicos informa•›es de interesse coletivo inclui tambŽm
aquelas imprescind’veis ˆ seguran•a da sociedade.
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Coment‡rios:

As informa•›es cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do


Estado n‹o devem ser fornecidas pelos —rg‹os pœblicos. Quest‹o errada.

38. (CESPE / MPOG Ð 2015) O direito adquirido, entendido como


aquele que j‡ se incorporou ao patrim™nio do seu titular, n‹o poder‡
ser prejudicado por lei posterior.

Coment‡rios:

O art. 5¼, XXXVI, CF/88, estabelece que a lei n‹o prejudicar‡ o direito
adquirido. Assim, uma lei posterior n‹o pode afetar direito adquirido. Quest‹o
correta.

39. (CESPE / FUB Ð 2015) Em nenhuma circunst‰ncia haver‡ penas


cruŽis ou de morte, de car‡ter perpŽtuo, de trabalhos for•ados e de
banimento.

Coment‡rios:

Em caso de guerra declarada, a CF/88 autoriza que haja pena de morte.


Quest‹o errada.

40. (CESPE / FUB Ð 2015) Nos processos judiciais, s‹o assegurados


aos litigantes os direitos fundamentais do contradit—rio e da ampla
defesa. Entretanto, diante do princ’pio da autotutela administrativa,
essa garantia Ž inaplic‡vel aos processos administrativos.

Coment‡rios:

Segundo o art. 5¼, LV, CF/88, Òaos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral s‹o assegurados o contradit—rio e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentesÓ. Quest‹o errada.

41. (CESPE / Advogado Telebr‡s Ð 2015) O habeas data Ž recurso


previsto no texto constitucional cuja finalidade Ž assegurar ao
indiv’duo o conhecimento de informa•›es, relativas ˆ sua pessoa, que
estejam armazenadas em bancos de dados de entidades
governamentais, ou banco de dados privados de interesse pœblico.

Coment‡rios:

O habeas data tem como uma de suas fun•›es assegurar ao indiv’duo o


conhecimento de informa•›es, relativas ˆ sua pessoa, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblico.
Quest‹o correta.
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42. (CESPE/ TJDFT Ð 2015) Decai o mandado de seguran•a


impetrado no TJDFT contra ato de autoridade coatora que deveria ser
processada na justi•a federal se o processo n‹o for remetido ao ju’zo
competente em atŽ cento e vinte dias ap—s a ocorr•ncia do ato.

Coment‡rios:

N‹o cabe falar em decad•ncia nesse caso, uma vez que o impetrante buscou
os seus direitos no Judici‡rio dentro do prazo. A demanda j‡ foi submetida ao
Judici‡rio, o que afasta a decad•ncia. Quest‹o errada.

43. (CESPE/ TJDFT Ð 2015) A atua•‹o das associa•›es na defesa de


seus associados em mandado de seguran•a coletivo independe de
autoriza•‹o.

Coment‡rios:

ƒ o que prev• a Sœmula 629 do STF, segundo a qual Òa impetra•‹o de


mandado de seguran•a coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autoriza•‹o destesÓ. Trata-se do instituto da
substitui•‹o processual. Quest‹o correta.

44. (CESPE/ TJDFT Ð 2015) As associa•›es possuem legitimidade


para deduzir interpela•‹o judicial como medida preparat—ria de a•‹o
penal em defesa da honra de seus associados.

Coment‡rios:

Segundo o STF, as associa•›es n‹o t•m legitimidade para promover


interpela•‹o judicial em defesa da honra de seus associados, por se tratar de
um direito personal’ssimo de quem foi atingido em sua honra84. Quest‹o
errada.

45. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) A impetra•‹o de


mandado de seguran•a coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autoriza•‹o destes.

Coment‡rios:

ƒ isso mesmo! A impetra•‹o de mandado de seguran•a coletivo por entidade


de classe independe da autoriza•‹o dos associados. Quest‹o correta.

                                                        
84
PET n¼ 1.249/DF-AgR, Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 09/04/99.

 
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46. (CESPE / AGU Ð 2015) De acordo com o atual entendimento do


STF, a decis‹o proferida em mandado de injun•‹o pode levar ˆ
concretiza•‹o da norma constitucional despida de plena efic‡cia, no
tocante ao exerc’cio dos direitos e das liberdades constitucionais e
das prerrogativas relacionadas ˆ nacionalidade, ˆ soberania e
ˆ cidadania.

Coment‡rios:

O STF vem adotando a corrente concretista acerca dos efeitos do mandado


de injun•‹o. Nesse sentido, a Corte n‹o tem se limitado a declarar a mora
legislativa; ao contr‡rio, as decis›es do STF buscam concretizar a norma
constitucional pendente de regulamenta•‹o. Quest‹o correta.

47. (CESPE / MPOG Ð 2015) A a•‹o popular deve ser proposta


somente por partido pol’tico com representa•‹o no Congresso
Nacional.

Coment‡rios:

A a•‹o popular n‹o pode ser proposta por partido pol’tico. Ela deve ser
proposta por cidad‹o, assim considerado aquele que est‡ no pleno gozo dos
direitos pol’ticos. Quest‹o errada.

48. (CESPE / TCU Ð 2015) O mandado de seguran•a coletivo pode ser


impetrado por partido pol’tico que tenha representa•‹o no Congresso
Nacional.

Coment‡rios:

Isso mesmo! O partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional Ž


legitimado para impetrar mandado de seguran•a coletivo. Quest‹o correta.

49. (CESPE / FUB Ð 2015) Uma entidade de classe que estiver em


funcionamento h‡ apenas seis meses n‹o possui, por essa raz‹o,
legitimidade para impetra•‹o de mandado de seguran•a coletivo em
defesa de interesse de seus membros.

Coment‡rios:

As associa•›es (e n‹o as entidades de classe!) Ž que s— podem impetrar


mandado de seguran•a coletivo ap—s 1 (um) ano de funcionamento. Quest‹o
errada.

50. (CESPE/ TRE-GO Ð 2015) Qualquer associa•‹o legalmente


constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos um ano Ž parte

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leg’tima para propor a•‹o popular que vise ˆ anula•‹o de ato lesivo ao
patrim™nio pœblico ou ao meio ambiente.

Coment‡rios:

Somente o cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular. Quest‹o


errada.

51. (CESPE/ TRE-GO Ð 2015) O cidad‹o brasileiro, nato ou


naturalizado, com capacidade eleitoral ativa, tem legitimidade para
propor a•‹o popular.

Coment‡rios:

De fato, qualquer cidad‹o tem legitimidade para propor a•‹o popular, nos
termos do art. 5o, LXXIII, da CF/88:

LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular que vise
a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado
participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio
hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ, isento de custas
judiciais e do ™nus da sucumb•ncia (...).

Quest‹o correta.

52. (CESPE/ DPU Ð 2015) N‹o viola a cl‡usula do devido processo


legal a exig•ncia de arrolamento prŽvio de bens para fins de
admissibilidade de recurso administrativo.

Coment‡rios:

A quest‹o cobra o conhecimento da Sœmula Vinculante no 21 do STF, segundo


a qual Ò Ž inconstitucional a exig•ncia de dep—sito ou arrolamento prŽvios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.Ó Tal exig•ncia
viola, sim, o devido processo legal. Quest‹o errada.

53. (CESPE/ DPE-PE Ð 2015) A jurisprud•ncia do STF acerca do


mandado de injun•‹o evoluiu para admitir que, alŽm de declarar
omisso o Poder Legislativo, o pr—prio tribunal edite a norma geral de
que depende o exerc’cio do direito invocado pelo impetrante.

Coment‡rios:

O examinador Òfor•ou a barraÓ ao dizer que o tribunal pode editar norma para
regular a Constitui•‹o, dando a impress‹o de que o Judici‡rio passou a

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assumir a fun•‹o legiferante, t’pica do Poder Legislativo. Todavia, a quest‹o foi


considerada correta. Isso porque atualmente o STF tem adotado a posi•‹o
concretista no julgamento dos mandados de injun•‹o, suprindo a lacuna
legislativa diante da omiss‹o do legislador.

54. (CESPE/C‰mara dos Deputados Ð 2014) A CF determina que os


crimes de racismo, a pr‡tica da tortura e o terrorismo s‹o
imprescrit’veis, inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia.

Coment‡rios:

O enunciado cobra o conhecimento dos incisos XLII e XLIII do art. 5¼ da


Constitui•‹o. O crime de racismo Ž inafian•‡vel e imprescrit’vel, mas a
Constitui•‹o n‹o prev• que ele seja objeto de gra•a ou de anistia. J‡ a tortura
e o terrorismo s‹o crimes inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a e anistia, mas
sujeitos ˆ prescri•‹o. Quest‹o errada.

55. (CESPE/Pol’cia Federal Ð 2014) O terrorismo, o racismo, a tortura


e o tr‡fico il’cito de entorpecentes s‹o crimes hediondos, inafian•‡veis
e insuscet’veis de gra•a e anistia.

Coment‡rios:

H‡ dois erros no enunciado:

a) Os crimes hediondos s‹o um rol de crimes elencados em legisla•‹o pr—pria


(rol taxativo) e n‹o pela Constitui•‹o.

b) O racismo Ž inafian•‡vel e imprescrit’vel, mas a CF/88 n‹o prev• que ele


seja objeto de gra•a ou anistia.

Quest‹o errada.

56. (CESPE/MPE-AC Ð 2014) A CF admite em situa•›es espec’ficas,


como as que envolvam a•‹o de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado democr‡tico, que alguŽm
possa ser julgado por —rg‹o judicial constitu’do ex post facto.

Coment‡rios:

A cria•‹o de um —rg‹o judicial constitu’do Òex post factoÓ - ou tribunal de


exce•‹o! - Ž vedada pela Carta Magna em qualquer circunst‰ncia (art. 5¼,
XXXVII, CF). Quest‹o errada.

57. (CESPE/ TJ-SE Ð 2014) No julgamento de crimes dolosos contra a


vida, a compet•ncia do tribunal do jœri deve prevalecer ˆ de eventual
foro por prerrogativa de fun•‹o fixado por constitui•‹o estadual.
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Coment‡rios:

A quest‹o cobra a Sœmula n¼ 721, segundo a qual Òa compet•ncia


constitucional do Tribunal do Jœri prevalece sobre o foro por prerrogativa de
fun•‹o estabelecido exclusivamente pela Constitui•‹o estadualÓ. Quest‹o
correta.

58. (CESPE/ TJ-DF Ð 2014) O foro por prerrogativa de fun•‹o, mesmo


quando estabelecido exclusivamente por constitui•‹o estadual,
prevalece sobre a compet•ncia do tribunal do jœri, prevista na CF.

Coment‡rios:

ƒ o contr‡rio. O STF entende que a compet•ncia constitucional do Tribunal do


Jœri prevalece sobre o foro por prerrogativa de fun•‹o estabelecido
exclusivamente pela Constitui•‹o estadual (Sœmula n¼ 721). Quest‹o errada.

59. (CESPE / FNDE - 2012) A CF assegura a todos o direito de


receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado, n‹o se incluindo
entre —rg‹os pœblicos, para os fins desse dispositivo, sociedades de
economia mista e empresas pœblicas.

Coment‡rios:

Reza a Constitui•‹o que todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos
informa•›es de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
ser‹o prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado
(art. 5¼, XXXIII). Isso se aplica a todos os —rg‹os e entidades da
administra•‹o pœblica, direta e indireta (inclusive as empresas pœblicas e
sociedades de economia mista). Quest‹o errada.

60. (CESPE / PREVIC - 2011) Independentemente do pagamento de


taxas, Ž assegurada a todos, para a defesa e esclarecimento de
situa•›es de interesse pessoal e de terceiro, a obten•‹o de certid›es
em reparti•›es pœblicas.

Coment‡rios:

O direito ˆ obten•‹o de certid›es s— Ž poss’vel para situa•›es de interesse


pessoal. Ele n‹o abrange interesse de terceiros. Quest‹o errada.

61. (CESPE / Juiz Federal TRF 3» Regi‹o - 2011/) O direito de peti•‹o


Ž direito fundamental de car‡ter universal, assegurado ˆ generalidade
das pessoas f’sicas, brasileiras ou estrangeiras, de modo individual ou
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coletivo, mas n‹o ˆs pessoas jur’dicas, que n‹o disp›em de


legitimidade para valer-se desse instrumento de defesa de interesses
pr—prios ou de terceiros contra atos ilegais ou praticados com abuso
de poder.

Coment‡rios:

As pessoas jur’dicas t•m, sim, direito de peti•‹o. Trata-se de direito


assegurado a todas as pessoas: f’sicas ou jur’dicas, brasileiras ou estrangeiras.
AlŽm disso, a peti•‹o Ž instrumento de defesa n‹o s— de interesses pr—prios,
como de terceiros, contra ilegalidade ou abuso de poder. Quest‹o errada.

62. (CESPE / TRT 1» Regi‹o - 2010) O princ’pio da inafastabilidade


da jurisdi•‹o tem aplica•‹o absoluta no sistema jur’dico vigente, o
qual n‹o contempla a hip—tese de ocorr•ncia da denominada jurisdi•‹o
condicionada.

Coment‡rios:

Entende-se por jurisdi•‹o condicionada a exig•ncia de que o acesso ao


Judici‡rio se d• apenas ap—s o esgotamento da via administrativa. A CF/88
adotou o princ’pio da inafastabilidade da jurisdi•‹o, mas previu algumas
situa•›es excepcionais de jurisdi•‹o condicionada, tais como as quest›es
pertinentes ˆ justi•a desportiva (art. 217, ¤ 1o, CF/88) e o Òhabeas dataÓ (art.
5o, LXXII). Quest‹o errada.

63. (CESPE / MPU - 2013) A lei regular‡ a individualiza•‹o da pena,


proibidas, em qualquer situa•‹o, a pena de morte, a de car‡ter
perpŽtuo, a de trabalhos for•ados, a de banimento e a cruel.

Coment‡rios:

O erro do enunciado Ž que a pena de morte n‹o Ž proibida em qualquer


situa•‹o, uma vez que Ž permitida no caso de guerra declarada. Quest‹o
errada.

64. (CESPE / DPE-PI - 2009) Qualquer pessoa, seja f’sica ou jur’dica,


nacional ou estrangeira, tem legitimidade para exercer o direito de
peti•‹o, apresentando reclama•›es a qualquer autoridade legislativa,
executiva ou jurisdicional, contra ilegalidade ou abuso de poder.

Coment‡rios:

O enunciado est‡ perfeito. Todas as pessoas, f’sicas ou jur’dicas, t•m direito


de peti•‹o. Quest‹o correta.

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65. (CESPE / MPPE-PR - 2008) ƒ assegurada a todos, mediante o


pagamento de taxa, a obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas,
para defesa de direitos e esclarecimentos de situa•›es de interesse
pessoal.

Coment‡rios:

A obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal, independe do pagamento
de taxas. Quest‹o errada.

66. (CESPE / TER-GO - 2009) A CF garante a obten•‹o de certid›es


em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situa•›es de interesse pessoal, mediante o pagamento das respectivas
taxas.

Coment‡rios:

Trata-se de direito assegurado pela Constitui•‹o, independentemente do


pagamento de taxas. Quest‹o errada.

67. (CESPE / INSS - 2008) Em 2007, Lœcio requereu aposentadoria


por tempo de servi•o perante o INSS por ter atingido a idade m’nima
exigida para o benef’cio e 35 anos de contribui•‹o. O INSS indeferiu o
requerimento porque n‹o considerou o per’odo trabalhado em XY
ComŽrcio Ltda., tempo de servi•o reconhecido e anotado na carteira de
trabalho de Lœcio por for•a de senten•a trabalhista transitada em
julgado. Ante tal indeferimento, o trabalhador solicitou ao INSS c—pia
do processo administrativo em que constava o indeferimento ou
certid‹o circunstanciada de inteiro teor do processo, mas o servidor
que o atendeu recusou-se a lhe fornecer a documenta•‹o solicitada. ƒ
direito de Lœcio o recebimento da certid‹o, que deve retratar fielmente
os fatos ocorridos no processo de requerimento de aposentadoria.

Coment‡rios:

A CF/88 assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o


direito ˆ obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal. Portanto, Lœcio tem, sim,
direito ao recebimento da certid‹o, que dever‡ retratar todos os fatos
ocorridos no processo. Quest‹o correta.

68. (CESPE / AGU - 2010) A CF assegura a todos, independentemente


do pagamento de taxas, a obten•‹o de certid›es em reparti•›es
pœblicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situa•›es de
interesse pessoal. Nesse sentido, n‹o sendo atendido o pedido de

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certid‹o, por ilegalidade ou abuso de poder, o remŽdio cab’vel ser‡ o


habeas data.

Coment‡rios:

O direito ˆ obten•‹o de certid›es para defesa de direitos e esclarecimento de


situa•›es de interesse pessoal Ž l’quido e certo. Eventual viola•‹o a esse
direito dever‡ ser sanada por mandado de seguran•a. Quest‹o errada.

69. (CESPE / Juiz TRF 3» Regi‹o - 2011) O texto constitucional


determina que a lei n‹o pode excluir da aprecia•‹o do Poder Judici‡rio
les‹o ou amea•a a direito, seja ela proveniente de a•‹o ou omiss‹o de
organiza•›es pœblicas, seja originada de conflitos privados; como
corol‡rio do princ’pio da inafastabilidade do controle judicial, a CF
garante, de modo expresso, o direito ao duplo grau de jurisdi•‹o em
todos os feitos e inst‰ncias.

Coment‡rios:

O duplo grau de jurisdi•‹o n‹o Ž uma garantia prevista no texto constitucional.


Quest‹o errada.

70. (CESPE / Juiz TRF 3» Regi‹o - 2011) A jurisprud•ncia do STF


considera que o princ’pio do direito adquirido se imp›e a leis de direito
privado, mas n‹o a leis de ordem pœblica, pois estas se aplicam de
imediato, alcan•ando os efeitos futuros do ato jur’dico perfeito ou da
coisa julgada.

Coment‡rios:

Segundo o STF, esse princ’pio constitucional se aplica a todo e qualquer ato


normativo infraconstitucional, sem qualquer distin•‹o entre lei de direito
pœblico ou de direito privado, ou entre lei de ordem pœblica e lei dispositiva.
Quest‹o errada.

71. (CESPE / INSS - 2008) O princ’pio constitucional segundo o qual


a lei nova n‹o prejudicar‡ o ato jur’dico perfeito n‹o se aplica ˆs
normas infraconstitucionais de ordem pœblica.

Coment‡rios:

N‹o Ž esse o entendimento do STF, conforme acabamos de comentar na


resolu•‹o da quest‹o anterior. Quest‹o errada.

72. (CESPE / INSS - 2008) Os servidores pœblicos de autarquias que


promovem interven•‹o no dom’nio econ™mico t•m direito adquirido a
regime jur’dico.
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Coment‡rios:

O STF entende que n‹o h‡ direito adquirido a regime jur’dico. Com base nisso,
Ž poss’vel o reenquadramento do servidor em outro n’vel da carreira, ainda
que tenha se aposentado no œltimo n’vel desta; ou mesmo a modifica•‹o da
composi•‹o de seus vencimentos, desde que n‹o haja decesso remunerat—rio
e v‡rias outras mudan•as em sua vida funcional. Quest‹o errada.

73. (CESPE / TRE-PA - 2007) O servidor pœblico tem direito adquirido


ao regime jur’dico, sendo defeso alterar as disposi•›es legais
existentes no momento do in’cio do exerc’cio do cargo.

Coment‡rios:

De acordo com o STF, n‹o h‡ direito adquirido a regime jur’dico. Por isso,
poder‡ o Poder Pœblico alterar, sim, as disposi•›es legais existentes no
momento do in’cio do cargo. Muita aten•‹o ˆ palavra ÒdefesoÓ, que significa
ÒproibidoÓ, ÒvedadoÓ. Quest‹o errada.

74. (CESPE / STM - 2011) A imparcialidade do Poder Judici‡rio e a


seguran•a do povo contra o arb’trio estatal s‹o garantidas pelo
princ’pio do juiz natural, que Ž assegurado a todo e qualquer indiv’duo,
brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jur’dicas.

Coment‡rios:

De fato, a imparcialidade do Poder Judici‡rio e a seguran•a do povo contra o


arb’trio do Estado se estendem a todas as pessoas f’sicas (brasileiras ou
estrangeiras) e jur’dicas. Quest‹o correta.

75. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF permite que seja constitu’do


tribunal penal especial para o julgamento de crimes hediondos que
causem grande repercuss‹o na localidade em que foram cometidos.

Coment‡rios:

A Constitui•‹o n‹o admite a cria•‹o de tribunal de exce•‹o, em qualquer


hip—tese. Quest‹o errada.

76. (CESPE / MPE-RR - 2008) Os tribunais de exce•‹o s‹o criados em


determinadas situa•›es excepcionais, tais como o julgamento de
crimes de genoc’dio.

Coment‡rios:

Nossa Carta Magna veda a cria•‹o de tribunais de exce•‹o. Em qualquer


hip—tese. Quest‹o errada.
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77. (CESPE / PM-DF - 2010) Em casos de crimes que causem grande


como•‹o nacional, como no caso de genoc’dio, a CF permite que seja
constitu’do tribunal penal especial para julg‡-los.

Coment‡rios:

E o CESPE repete a quest‹o... A veda•‹o ˆ cria•‹o de tribunais de exce•‹o


pela Constitui•‹o n‹o comporta exce•›es, por pior que seja o crime. Quest‹o
errada.

78. (CESPE / SEAD-SE - 2009) CŽlio Ž analista administrativo da


Secretaria de Estado da Administra•‹o de estado da federa•‹o h‡ 5
anos. Em janeiro de 2009, ele foi convocado para integrar o corpo de
jurados do tribunal do jœri da capital do seu estado. CŽlio encaminhou
expediente ao juiz titular do tribunal, alegando a impossibilidade de
participar do corpo de jurados em raz‹o de as vota•›es serem
pœblicas, n‹o havendo sigilo, o que lhe deixaria em uma posi•‹o de
exposi•‹o pessoal na cidade em que reside. Nessa situa•‹o, CŽlio
equivocou-se ao encaminhar o expediente ao magistrado, uma vez que
a CF assegura o sigilo das vota•›es no tribunal do jœri.

Coment‡rios:

O enunciado Ž enorme, mas a quest‹o Ž f‡cil! A CF, de fato, assegura o sigilo


das vota•›es (art. 5¼, XXXVIII, CF). CŽlio se equivocou. Quest‹o correta.

79. (CESPE / TRE-BA - 2010) A compet•ncia do jœri Ž para


julgamento dos crimes contra a vida, sejam eles dolosos ou culposos.

Coment‡rios:

A compet•ncia do tribunal do jœri Ž apenas para julgamento dos crimes


dolosos contra a vida. Quest‹o errada.

80. (CESPE / STF - 2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a


vida Ž de compet•ncia do tribunal do jœri, mas a CF n‹o impede que
outros crimes sejam igualmente julgados por esse —rg‹o.

Coment‡rios:

O STF entende que a compet•ncia do Tribunal do Jœri, fixada no art. 5o,


XXXVIII, ÒdÓ, da CF/88, quanto ao julgamento de crimes dolosos contra a vida
Ž pass’vel de amplia•‹o pelo legislador ordin‡rio. Em outras palavras, a CF
n‹o impede que outros crimes sejam julgados por esse —rg‹o. Quest‹o
correta.

81. (CESPE / OAB - 2009) ƒ correto afirmar que a lei penal:


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a) n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu.

b) retroagir‡, salvo disposi•‹o expressa em contr‡rio.

c) n‹o retroagir‡, salvo se o fato criminoso ainda n‹o for conhecido.

d) retroagir‡, se ainda n‹o houver processo penal instaurado.

Coment‡rios:

Determina o art. 5¼, XL, que a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar
o rŽu. A letra A Ž o gabarito.

82. (CESPE / STJ - 2008) No Brasil, o terrorismo e o racismo s‹o


imprescrit’veis, inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia.

Coment‡rios:

O terrorismo e o racismo t•m uma disciplina constitucional diferente. O


racismo Ž inafian•‡vel e imprescrit’vel, ao passo que o terrorismo Ž
inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a ou anistia. Quest‹o errada.

83. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Por for•a constitucional, s‹o


inafian•‡veis os crimes de racismo e de tortura.

Coment‡rios:

O enunciado est‡ perfeito! Quest‹o correta.

84. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Respondem pelo crime de tortura


tanto as pessoas que a praticam quanto as que, podendo evit‡-la, se
omitem.

Coment‡rios:

Segundo a CF/88, respondem pelo crime de tortura os mandantes, os


executores e os que, podendo evit‡-los, se omitirem. Quest‹o correta.

85. (CESPE / OAB - 2007) S‹o inafian•‡veis os crimes de racismo,


tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os cometidos por grupos armados, civis e militares, contra a ordem
constitucional e o estado democr‡tico. Mas em rela•‹o aos crimes
hediondos, fica o legislador autorizado a excluir ou n‹o a
inafian•abilidade.

Coment‡rios:

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Os crimes hediondos seguem a mesma regra dos 3 T (tortura, tr‡fico il’cito de


drogas e terrorismo), conforme o art. 5¼, XLIII, da CF/88. Ou seja, os crimes
hediondos s‹o inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a e anistia. Quest‹o errada.

86. (CESPE / BRB - 2010) Conforme expressa disposi•‹o


constitucional, o tr‡fico il’cito de subst‰ncias entorpecentes e drogas
afins Ž considerado crime inafian•‡vel e imprescrit’vel.

Coment‡rios:

O tr‡fico il’cito de subst‰ncias entorpecentes e drogas afins Ž inafian•‡vel,


porŽm n‹o Ž imprescrit’vel. Quest‹o errada.

87. (CESPE / Pol’cia Civil Ð PB - 2009) O crime de tortura Ž


afian•‡vel, mas ser‡ insuscet’vel de gra•a ou anistia ou de liberdade
provis—ria.

Coment‡rios:

O crime de tortura Ž inafian•‡vel, sendo, tambŽm, insuscet’vel de gra•a ou


anistia. Quest‹o errada.

88. (CESPE / MPE-RO - 2010) Segundo jurisprud•ncia do STF, Ž


constitucional norma legal que vede a progress‹o do regime de
cumprimento de pena para os crimes hediondos.

Coment‡rios:

O STF considerou inconstitucional, por afronta ao princ’pio da


individualiza•‹o da pena, a veda•‹o absoluta ˆ progress‹o de regime trazida
pela Lei 8072/1990, que trata dos crimes hediondos. Quest‹o errada.

89. (CESPE / MPU - 2010) O ordenamento constitucional veda o


envio compuls—rio de brasileiros ao exterior, que caracterizaria a pena
de banimento, assim como pro’be a retirada coativa de estrangeiros do
territ—rio nacional, que caracterizaria a pena de expuls‹o.

Coment‡rios:

De fato, o banimento Ž pena vedada pela CF/88. Entretanto, a expuls‹o de


estrangeiros do territ—rio nacional Ž autorizada pelo ordenamento jur’dico
brasileiro. Quest‹o errada.

90. (CESPE / TRE-MA - 2009) Inexiste pena de morte, no Brasil, em


qualquer hip—tese.

Coment‡rios:
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A pena de morte Ž poss’vel sim, no Brasil, no caso de guerra declarada.


Quest‹o errada.

91. (CESPE / TRT 5» Regi‹o - 2008) ƒ proibida a institui•‹o de pena


de morte no Brasil por for•a de mandamento constitucional.

Coment‡rios:

A veda•‹o n‹o Ž absoluta, como o enunciado nos leva a crer. H‡ uma exce•‹o:
Ž poss’vel a institui•‹o de pena de morte no caso de guerra declarada.
Quest‹o errada.

92. (CESPE / OAB ÐSP - 2009) Segundo a CF, pode ser institu’da
pena:

a) de car‡ter perpŽtuo.

b) de trabalhos for•ados.

c) de perda de bens.

d) de banimento

Coment‡rios:

A pena de perda de bens Ž permitida pela CF/88 (art. 5¼, XLVI, ÒbÓ). Todas as
demais s‹o vedadas (art. 5¼, XLVII). A letra C Ž o gabarito.

93. (CESPE / TRT 1» Regi‹o - 2008) Se, em senten•a judicial


transitada em julgado, JosŽ for condenado ao perdimento de bens
importados ilegalmente e, durante o curso do processo, ocorrer o
falecimento de JosŽ, nessa situa•‹o, os sucessores dele receber‹o o
patrim™nio, j‡ que Ž pŽtrea a determina•‹o de que nenhuma pena
pode ser estendida aos sucessores do condenado.

Coment‡rios:

Nesse caso, a obriga•‹o de reparar o dano e a decreta•‹o do perdimento de


bens poder‹o ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, atŽ o limite do valor do patrim™nio transferido. Quest‹o errada.

94. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) O Estado brasileiro deve assegurar ˆs


presidi‡rias as condi•›es necess‡rias para que possam permanecer
com os seus filhos durante o per’odo de amamenta•‹o.

Coment‡rios:

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O Estado brasileiro deve, sim, assegurar ˆs presidi‡rias as condi•›es


necess‡rias para que possam permanecer com os seus filhos durante o per’odo
de amamenta•‹o. Trata-se de um direito n‹o s— da m‹e como da crian•a
tambŽm! Quest‹o correta.

95. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) A publicidade dos atos processuais Ž


restrita ˆs partes e aos seus advogados.

Coment‡rios:

A regra Ž a publicidade dos atos processuais. De acordo com o art. 5¼, LX, da
Constitui•‹o, a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Quest‹o errada.

96. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) Os presos federais n‹o t•m direito ˆ


identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o.

Coment‡rios:

O art. 5¼, inciso LXIV, da Constitui•‹o, prev• que o preso tem direito ˆ
identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio
policial. Quest‹o errada.

97. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) A pris‹o ilegal s— ser‡ imediatamente


relaxada pela autoridade judici‡ria quando decorrente de prova il’cita.

Coment‡rios:

A pris‹o ilegal sempre ser‡ imediatamente relaxada pelo juiz,


independentemente de ter decorrido de prova il’cita. N‹o h‡ tal ressalva na
Constitui•‹o (art. 5¼, LXV, CF). Quest‹o errada.

98. (CESPE/MPE-AC Ð 2014) Em se tratando de crimes de a•‹o


pœblica, o oferecimento da a•‹o penal Ž de compet•ncia privativa do
MP, n‹o se admitindo a a•‹o privada, ainda que aquela n‹o seja
proposta no prazo legal.

Coment‡rios:

O inciso LIX do art. 5¼ da Carta Magna prev• que Òser‡ admitida a•‹o privada
nos crimes de a•‹o pœblica, se esta n‹o for intentada no prazo legalÓ. Quest‹o
errada.

99. (CESPE/MPE-AC Ð 2014) Consoante o STF, configura express‹o


do direito de defesa o acesso de advogado, no interesse do
representado, aos elementos de prova produzidos por —rg‹o com
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compet•ncia de pol’cia judici‡ria, desde que j‡ estejam documentados


em procedimento investigativo.

Coment‡rios:

Cobra-se o conhecimento da Sœmula Vinculante n¼ 14, segundo a qual ÒŽ


direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento investigat—rio
realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria, digam respeito ao
exerc’cio do direito de defesa". Quest‹o correta.

100. (CESPE/ TCDF Ð 2014) No entendimento do STF, a garantia do


devido processo legal n‹o torna obrigat—ria a defesa tŽcnica por
advogado no ‰mbito dos processos administrativos disciplinares que
envolvam servidores pœblicos.

Coment‡rios:

ƒ o que prev• a sœmula vinculante no 5 do STF, segundo a qual a falta de


defesa tŽcnica por advogado no processo administrativo disciplinar n‹o ofende
a Constitui•‹o. Quest‹o correta.

101. (CESPE / MPU - 2013) Nenhum brasileiro nato ser‡ extraditado,


salvo em caso de comprovado envolvimento em tr‡fico internacional
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

Coment‡rios:

A veda•‹o ˆ extradi•‹o de brasileiros natos Ž absoluta. Apenas o brasileiro


naturalizado pode ser extraditado, caso tenha cometido crime comum antes da
naturaliza•‹o ou tenha comprovado envolvimento em tr‡fico il’cito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Quest‹o errada.

102. (CESPE / TCE-BA - 2010) A CF prev• que o estrangeiro n‹o pode


ser extraditado por crime pol’tico ou de opini‹o.

Coment‡rios:

Determina o art. 5¼, LII da Constitui•‹o que n‹o ser‡ concedida extradi•‹o de
estrangeiro por crime pol’tico ou de opini‹o. Quest‹o correta.

103. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) A CF prev• que n‹o se concede
extradi•‹o de estrangeiro por crime pol’tico ou de opini‹o, porŽm os
brasileiros naturalizados podem ser extraditados em caso de crime
comum, praticado antes da naturaliza•‹o.

Coment‡rios:
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De fato, a CF/88 assegura que n‹o ser‡ concedida extradi•‹o de estrangeiro


por crime pol’tico ou de opini‹o (art. 5¼, LII, CF) e que o naturalizado
brasileiro poder‡ ser extraditado, em caso de crime comum praticado antes da
naturaliza•‹o (art. 5¼, LI, CF). Quest‹o correta.

104. (CESPE / TRT 3» Regi‹o Ð 2010) A doutrina e a jurisprud•ncia


dominantes entendem ser inaplic‡vel a garantia do contradit—rio e da
ampla defesa ao inquŽrito policial, uma vez que se n‹o tem aqui um
processo compreendido como instrumento destinado a decidir lit’gio.

Coment‡rios:

O enunciado est‡ perfeito. ƒ esse o entendimento do STF. Quest‹o correta.

105. (CESPE/ Juiz TRT 1» Regi‹o - 2010) A CF assegura aos litigantes


em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral o
contradit—rio e a ampla defesa, com os meios e recursos a eles
inerentes, raz‹o pela qual, no ‰mbito do processo administrativo
disciplinar, Ž imprescind’vel a presen•a de advogado.

Coment‡rios:

A quest‹o cobra o conhecimento da Sœmula Vinculante no 5 do STF, segundo a


qual a falta de defesa tŽcnica por advogado no processo administrativo
disciplinar n‹o ofende a Constitui•‹o. A presen•a do advogado Ž, portanto,
prescind’vel. Quest‹o errada.

106. (CESPE / MPU - 2010) Considerando que os direitos sejam bens e


vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os
instrumentos que asseguram o exerc’cio de tais direitos, a garantia do
contradit—rio e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de
natureza criminal de forma exclusiva.

Coment‡rios:

A garantia do contradit—rio e ampla defesa se estende a todos os processos


judiciais e administrativos. Quest‹o errada.

107. (CESPE/ Pol’cia Federal - 1997) Imagine que os meios de


comunica•‹o hajam realizado ampla cobertura jornal’stica acerca de
Guilherme, cidad‹o brasileiro suspeito de haver posto um artefato
explosivo em um avi‹o de carreira, apontando-o como efetivo
respons‡vel pelo ato que causou o pouso for•ado da aeronave, com
les›es corporais em dezenas de passageiros e duas mortes. Todas as
not’cias basearam-se nas apaixonadas declara•›es que Lu’s, Delegado
de Pol’cia Federal, fez em pœblico, afirmando sua convic•‹o pessoal
quanto ˆ culpabilidade de Guilherme, em raz‹o dos ind’cios de que
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dispunha atŽ aquele momento. Guilherme, devido ao intenso


burburinho que se formou em torno de sua pessoa, entrou em
depress‹o, foi demitido e seus filhos sofreram o repœdio dos colegas
de escola. Alguns meses depois, quando a imprensa j‡ deixara de
comentar o assunto, o inquŽrito policial chegou a termo e o delegado
respons‡vel, Lu’s, apontou como verdadeiro culpado no relat—rio final,
Ant™nio, outro passageiro do avi‹o, que, ali‡s, confessou o crime.
Ant™nio foi denunciado pelo MinistŽrio Pœblico Federal e acabou
condenado pelo delito. Tendo em conta a situa•‹o acima e as normas
constitucionais relativas aos direitos e garantias fundamentais, uma
vez que a autoridade policial respons‡vel pela investiga•‹o formasse
sua ’ntima convic•‹o acerca da culpabilidade de Guilherme, caberia a
este provar a pr—pria inoc•ncia.

Coment‡rios:

Reza o art. 5¼, LVII da CF/88 que ÒninguŽm ser‡ considerado culpado atŽ o
tr‰nsito em julgado de senten•a penal condenat—riaÓ. Portanto, caberia ˆ
autoridade policial provar a culpabilidade de Guilherme, sendo este
presumido inocente atŽ a prova em contr‡rio. Quest‹o errada.

108. (CESPE / TJ-DF - 2003) De acordo com a teoria dos frutos da


‡rvore envenenada, a prova il’cita origin‡ria contamina as demais
provas dela decorrentes, sendo todas elas inadmiss’veis no processo.

Coment‡rios:

ƒ exatamente isso que determina a teoria dos frutos da ‡rvore envenenada.


Todas as provas decorrentes de uma prova il’cita ser‹o consideradas il’citas e,
portanto, inadmiss’veis no processo. Quest‹o correta.

109. (CESPE / AUGE-MG - 2009) Admite-se que a lei restrinja a


publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem.

Coment‡rios:

A quest‹o cobra o conhecimento do inciso LX do art. 5¼ da CF/88:

LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos


processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem;

A compreens‹o desse inciso Ž bastante simples. A regra Ž a publicidade dos


atos processuais. A exce•‹o Ž a restri•‹o a essa publicidade, que s— poder‡ ser
feita por lei e em duas hip—teses: defesa da intimidade ou interesse social.
Quest‹o correta.
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110. (CESPE / PM-DF - 2009) O juiz de direito da vara criminal de


uma cidade decretou a pris‹o preventiva de Joel, por este ter praticado
tr‡fico de drogas, crime equiparado a hediondo pela CF. O juiz
determinou que a decis‹o fosse cumprida pela PMDF. O mandado
chegou ˆ PMDF ˆs 20 h e foi distribu’do ˆ equipe que se encontrava de
plant‹o naquela noite, comandada pelo capit‹o Oliveira.
Imediatamente, os policiais dirigiram-se para a casa do acusado,
bateram ˆ porta e perguntaram por Joel, ouvindo de sua esposa que
ele n‹o estava. Oliveira determinou uma busca na resid•ncia,
encontrando Joel escondido debaixo da cama do casal. O capit‹o
informou ao procurado o motivo de sua pris‹o e que ele teria direito a
um advogado. Os familiares de Joel indagaram para onde ele seria
levado, tendo o policial respondido que essa informa•‹o s— seria
passada ao advogado do preso no dia seguinte. Em seguida, Joel foi
levado para o quartel da PMDF mais pr—ximo. No dia seguinte, o
capit‹o Oliveira encaminhou documento ao juiz criminal com os
seguintes dizeres: Exmo. Sr. Juiz. Miss‹o cumprida. O traficante j‡ est‡
preso. Permanecemos ˆ sua disposi•‹o.

Os policiais agiram corretamente quanto ˆs informa•›es passadas aos


familiares e ao juiz, visto que tinham a obriga•‹o de informar aos
familiares apenas o motivo da pris‹o de Joel e, ao juiz, informar t‹o
somente que a decis‹o havia sido cumprida conforme determinado.
Quest›es relativas ao local onde Joel estava detido s‹o de ordem
meramente administrativa e inexiste necessidade de essa
comunica•‹o ser feita ao juiz ou aos familiares.

Coment‡rios:

Comentemos, agora, a quest‹o. Determina a Constitui•‹o que tanto a pris‹o


de uma pessoa quanto o local onde ela se encontre dever‹o ser comunicados
imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por
ele indicada (art. 5¼, LXII). Os policiais agiram de maneira errada. O local
onde Joel se encontra deveria ter sido informado a sua fam’lia. Quest‹o
errada.

111. (CESPE / PM-DF - 2009) Os policiais que efetuaram a pris‹o de


Joel t•m direito ao anonimato, visando resguardar sua integridade e a
de sua fam’lia contra poss’veis retalia•›es.

Coment‡rios:

Pelo contr‡rio! Com o objetivo de resguardar o preso, este tem direito


constitucionalmente assegurado ˆ identifica•‹o dos respons‡veis por sua
pris‹o ou por seu interrogat—rio policial. Quest‹o errada.

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112. (CESPE / DPE-AL - 2009) Segundo entendimento do STF, Ž


vedada a utiliza•‹o de algemas, sob pena de ofensa ao princ’pio da
dignidade da pessoa humana e do direito fundamental do cidad‹o de
n‹o ser submetido a tratamento desumano ou degradante.

Coment‡rios:

A quest‹o cobra o conhecimento da Sœmula Vinculante no 11, que trata dos


direitos do preso. A veda•‹o ao uso de algemas na sœmula n‹o Ž absoluta,
como o enunciado faz pensar. H‡ exce•›es: os casos de resist•ncia e de
fundado receio de fuga ou de perigo ˆ integridade f’sica pr—pria ou alheia, por
parte do preso ou de terceiros. Quest‹o errada.

113. (CESPE / Pol’cia Civil Ð PB - 2009) O uso il’cito de algemas


poder‡ impor a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e a nulidade da pris‹o ou do ato processual a que se
refere.

Coment‡rios:

ƒ o que determina a Sœmula Vinculante no 11. Quest‹o correta.

114. (CESPE / Pol’cia Civil Ð TO - 2008) O preso tem o direito de saber


os motivos de sua pris‹o e a identifica•‹o das autoridades ou agentes
que a est‹o efetuando, para que eventuais ilegalidades e abusos sejam
apontados.

Coment‡rios:

Perfeito, o enunciado! A CF/88 garante esses direitos ao preso para proteger


todas as pessoas contra poss’veis abusos do Estado. Quest‹o correta.

115. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Enquanto dura a pena de reclus‹o,


ficam suspensos os direitos constitucionais do preso.

Coment‡rios:

De jeito nenhum! Lembre-se de que a dignidade da pessoa humana Ž um


fundamento da Repœblica Federativa do Brasil. Esse princ’pio, juntamente com
o art. 5¼, incisos, da CF/88, assegura ao preso a manuten•‹o de seus
direitos, mesmo quando submetido ˆ pena de reclus‹o. ƒ claro que alguns
direitos como liberdade de locomo•‹o e liberdade de exerc’cio profissional
restar‹o prejudicados. Quest‹o errada.

116. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Para serem resguardados os agentes


policiais e os delegados de pol’cia contra eventuais retalia•›es por

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parte das pessoas que eles prendem, os presos n‹o t•m direito ˆ
identifica•‹o dos respons‡veis pela sua pris‹o.

Coment‡rios:

Pelo contr‡rio! Para prevenir abusos das autoridades estatais contra o Estado,
a CF/88 assegura, no art. 5¼, LXIV, que o preso tem direito ˆ identifica•‹o dos
respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio policial. Quest‹o errada.

117. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) Diante dos requisitos legais, o
juiz de direito de determinada comarca decretou a pris‹o preventiva
do vereador Galego, suspeito de tr‡fico de drogas, bem como
autorizou a realiza•‹o de busca e apreens‹o em sua resid•ncia. A
pol’cia, de posse dos mandados judiciais, dirigiu-se atŽ a c‰mara
municipal, n‹o logrando •xito em encontrar o vereador. Ës 20 h, a
pol’cia localizou Galego em sua resid•ncia. Galego tem o direito
constitucional ˆ identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou por
seu interrogat—rio policial.

Coment‡rios:

Veja como esse tema Ž recorrente em provas. Mais uma vez: a Lei
Fundamental garante, no art. 5¼, LXIV, que o preso tem direito ˆ identifica•‹o
dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio policial. Quest‹o
correta.

118. (CESPE / TJ-DF - 2003) Carlos foi preso, acusado de n‹o estar
pagando pens‹o aliment’cia devida ˆs suas filhas. Se n‹o houve
flagrante, a pris‹o de Carlos ser‡ considerada ilegal.

Coment‡rios:

A CF/88 admite, como vimos, excepcionalmente, a pris‹o civil, no caso de


inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de pens‹o aliment’cia (art. 5¼,
LXVII). Assim, essa pris‹o ser‡ legal, mesmo que n‹o haja flagrante. AtŽ
porque esse Ž o tipo de infra•‹o em que, por sua natureza, n‹o cabe falar-se
em flagrante. Quest‹o errada.

119. (CESPE/C‰mara dos Deputados Ð 2014) A legitimidade ativa do


habeas data, destinado a assegurar o conhecimento de informa•›es
relativas ao impetrante constantes de registros ou banco de dados,
est‡ adstrita ˆs pessoas f’sicas.

Coment‡rios:

O habeas data pode ser ajuizado tanto por pessoas f’sicas como por pessoas
jur’dicas. Quest‹o errada.
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120. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado sempre que alguŽm sofrer viol•ncia em sua liberdade de
locomo•‹o.

Coment‡rios:

O remŽdio constitucional adequado para proteger o direito de locomo•‹o Ž o


habeas corpus (art. 5¼, LXVIII, CF). Quest‹o errada.

121. (CESPE/PM-CE Ð 2014) No ordenamento jur’dico brasileiro, o


habeas corpus somente pode ser impetrado na forma repressiva, ou
seja, somente no caso de alguŽm efetivamente ter sofrido viol•ncia
que limite liberdade de locomo•‹o, por ilegalidade ou abuso de poder.

Coment‡rios:

O habeas corpus pode ser impetrado, tambŽm, na forma preventiva (salvo


conduto), quando o direito de locomo•‹o de alguŽm estiver sendo amea•ado.
Quest‹o errada.

122. (CESPE/MDIC-2014) Ter‡ legitimidade para impetrar mandado


de seguran•a coletivo o partido pol’tico que tenha, no m’nimo, um
representante na C‰mara dos Deputados e um no Senado Federal.

Coment‡rios:

A Constitui•‹o Federal exige que o partido pol’tico tenha representante no


Congresso Nacional (art. 5¼, LXX, ÒaÓ, CF). Basta, portanto, que ele tenha uma
vaga ocupada na C‰mara dos Deputados ou no Senado Federal. N‹o Ž
necess‡rio ter representante em ambas as Casas. Quest‹o errada.

123. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) A todos os cidad‹os Ž gratuita a a•‹o


de habeas data.

Coment‡rios:

De fato, a Constitui•‹o assegura que as a•›es de habeas data s‹o gratuitas


(art. 5¼, LXXVII, CF). Quest‹o correta.

124. (CESPE/ TJ-SE Ð 2014) Entidade de classe somente pode


impetrar mandado de seguran•a coletivo em favor de seus associados
se for por eles expressamente autorizada.

Coment‡rios:

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A impetra•‹o de mandado de seguran•a coletivo por entidade de classe


independe da autoriza•‹o de seus associados. Trata-se de hip—tese de
substitui•‹o processual (sœmula 629 do STF). Quest‹o errada.

125. (CESPE/ C‰mara dos Deputados Ð 2014) Para que uma entidade
de classe aju’ze mandado de seguran•a coletivo em favor de seus
associados, alŽm do prazo m’nimo de um ano de regular exist•ncia
dessa entidade, Ž necess‡rio que ela conte com autoriza•‹o da
respectiva assembleia.

Coment‡rios:

Para a impetra•‹o de mandado de seguran•a coletivo, a Constitui•‹o Federal


exige apenas que as associa•›es estejam legalmente constitu’das e em
funcionamento h‡ pelo menos um ano. Essa exig•ncia n‹o se estende ˆs
entidades de classe (art. 5o, LXX, ÒbÓ). AlŽm disso, trata-se de hip—tese de
substitui•‹o processual, n‹o havendo necessidade de autoriza•‹o da
respectiva assembleia (sœmula 629 do STF). Quest‹o errada.

126. (CESPE/ MEC Ð 2014) O mandado de injun•‹o Ž impr—prio para


pleitear em ju’zo direito individual l’quido e certo decorrente de norma
constitucional autoaplic‡vel.

Coment‡rios:

De fato, o STF entende que se o direito independe de norma regulamentadora


que viabilize seu exerc’cio, n‹o ocorre hip—tese de mandado de injun•‹o, que
s— Ž cab’vel exatamente quando 'a falta de norma regulamentadora torne
invi‡vel o exerc’cio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadaniaÕ (art. 5¼,
LXXI). ƒ impr—prio, portanto, o uso do mandado de injun•‹o para o
exerc’cio de direito decorrente de norma constitucional autoaplic‡vel85. Quest‹o
correta.

127. (CESPE/ MEC Ð 2014) Para a retifica•‹o de informa•›es


constantes de cadastros de registros pœblicos ou banco de dados de
entidades governamentais, Ž inadmiss’vel a impetra•‹o de habeas
data, cuja fun•‹o Ž assegurar apenas o conhecimento dessas
informa•›es.

Coment‡rios:

                                                        
85
MI 97-QO, Rel. Min. Sydney Sanches, Plen‡rio, DJ de 23-3-1990.

 
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De acordo com o inciso LXXII da CF/88, o Òhabeas dataÓ Ž instrumento


adequado, tambŽm, para a retifica•‹o de dados de cadastros de registros
pœblicos ou banco de dados de entidades governamentais, quando n‹o
se prefira faz•-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Quest‹o
errada.

128. (CESPE / MP-PI - 2012) Caracteriza-se como repressivo o


Òhabeas corpusÓ impetrado por alguŽm que se julgue amea•ado de
sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o por
ilegalidade ou abuso de poder.

Coment‡rios:

Nesse caso, o Òhabeas corpusÓ Ž preventivo, n‹o repressivo. Quest‹o errada.

129. (CESPE / MP-PI - 2012) A jurisprud•ncia do STF n‹o admite


impetra•‹o de Òhabeas corpusÓ em favor de pessoa jur’dica, ainda que
esta figure como rŽ em a•‹o de crime contra o meio ambiente.

Coment‡rios:

O Òhabeas corpusÓ, de fato, n‹o pode ter como paciente pessoa jur’dica.
Quest‹o correta.

130. (CESPE / TJ-PI - 2012) A legitimidade para impetrar Òhabeas


corpusÓ pertence apenas ˆ pessoa natural afetada por qualquer
medida que restrinja ou ameace restringir a sua liberdade de
locomo•‹o.

Coment‡rios:

Tanto a pessoa natural quanto pessoa jur’dica pode impetrar Òhabeas corpusÓ
a favor de outra que esteja sendo afetada por medida que restrinja ou
ameace restringir sua liberdade de locomo•‹o. Quest‹o errada.

131. (CESPE / MP-PI - 2012) Segundo a jurisprud•ncia dominante do


STF, Ž cab’vel Òhabeas corpusÓ contra decis‹o condenat—ria ˆ pena de
multa.

Coment‡rios:

Pelo contr‡rio! O STF entende que, nesse caso, n‹o h‡ qualquer possibilidade
de viola•‹o ao direito de locomo•‹o, sendo, por isso, descabido o Òhabeas
corpusÓ. Quest‹o errada.

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132. (CESPE / Procurador BACEN - 2013) ƒ poss’vel a desist•ncia de


mandado de seguran•a ap—s a senten•a de mŽrito, ainda que favor‡vel
ao impetrante, sem a anu•ncia do impetrado.

Coment‡rios:

A desist•ncia do mandado de seguran•a Ž poss’vel a qualquer tempo, mesmo


ap—s senten•a de mŽrito favor‡vel ao impetrante. Quest‹o correta.

133. (CESPE / AGU - 2012) De acordo com o entendimento do STF, o


estado-membro n‹o disp›e de legitimidade para propor, contra a
Uni‹o, mandado de seguran•a coletivo em defesa de supostos
interesses da popula•‹o residente na unidade federada.

Coment‡rios:

De fato, o Estado-membro n‹o Ž, segundo a Corte, legitimado a impetrar


mandado de seguran•a coletivo contra a Uni‹o, em defesa de sua popula•‹o.
Quest‹o correta.

134. (CESPE / TJ-PI - 2012) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por organiza•‹o sindical, entidade de classe ou
associa•‹o legalmente constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados,
mas n‹o por partido pol’tico, que n‹o possui representa•‹o para a
defesa de direitos de categorias sociais em particular.

Coment‡rio:

Os partidos pol’ticos com representa•‹o no Congresso Nacional podem


impetrar mandado de seguran•a coletivo. Quest‹o errada.

135. (CESPE / TJ-RR - 2012) O cidad‹o que esteja impedido de


exercer direito individual em raz‹o da aus•ncia de norma
regulamentadora poder‡ valer-se do mandado de injun•‹o.

Coment‡rios:

Versa a Constitui•‹o (art. 5¼, LXXI) que conceder-se-‡ mandado de injun•‹o


sempre que a falta de norma regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ
nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania. Quest‹o correta.

136. (CESPE / TJ-RR - 2012) Considere que Ant™nio, preso pol’tico


durante a ditadura, pretenda obter informa•›es de seu interesse
constantes de banco de dados de entidade governamental. Considere,
ainda, que o pedido de Ant™nio seja indeferido na esfera
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administrativa. Nessa situa•‹o, Ant™nio dever‡ impetrar Òhabeas


corpusÓ junto ao Poder Judici‡rio a fim de obter as informa•›es
desejadas.

Coment‡rios:

Reza a Constitui•‹o que o Òhabeas dataÓ Ž remŽdio adequado para assegurar o


conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter
pœblico (art. 5¼, LXXII). Quest‹o errada.

137. (CESPE / BACEN - 2013) Para o cabimento do habeas data, n‹o Ž


necess‡rio que o impetrante comprove prŽvia recusa do acesso a
informa•›es ou de sua retifica•‹o.

Coment‡rios:

Como vimos, Ž necess‡rio, sim, que se comprove a negativa da autoridade


administrativa em garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante. ƒ o
que disp›e a Lei 9.507/97 em seu art. 8¼, par‡grafo œnico. Quest‹o errada.

138. (CESPE / MPOG - 2013) O habeas data, importante a•‹o


constitucional, assegura o conhecimento de informa•›es relativas ˆ
pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de
entidades governamentais ou de car‡ter pœblico, mas veda ao
impetrante a retifica•‹o desses dados.

Coment‡rios:

O habeas data Ž, sim, a•‹o adequada para a retifica•‹o de dados, quando n‹o
se prefira faz•-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (art. 5¼,
LXXII, ÒbÓ, CF). Quest‹o errada.

139. (CESPE / TCE-RS - 2013) Para propor a•‹o popular objetivando


anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico, n‹o Ž necess‡rio que o
indiv’duo esteja no gozo de direitos que lhe permitam participar da
vida pol’tica.

Coment‡rios:

Pelo contr‡rio! ƒ necess‡rio, sim, que o indiv’duo esteja em pleno gozo de


direitos pol’ticos, uma vez que s— o cidad‹o pode impetrar a•‹o popular.
Quest‹o errada.

140. (CESPE / TRT 8» Regi‹o - 2013) Ao constatar que o esgoto


produzido em uma edifica•‹o que sediava um —rg‹o da administra•‹o
pœblica era lan•ado diretamente no principal rio da cidade, um cidad‹o
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local, inconformado com tal situa•‹o de descaso com o meio ambiente,


decidiu pleitear, pela via judicial, a obten•‹o de medida que
protegesse o meio ambiente da agress‹o constatada. Nessa situa•‹o
hipotŽtica, para requerer a medida protetiva pretendida, o referido
cidad‹o dever‡ impetrar:

a) habeas corpus.

b) a•‹o popular.

c) mandado de seguran•a coletivo.

d) habeas data.

e) mandado de injun•‹o.

Coment‡rios:

A a•‹o popular, como vimos, Ž o instrumento adequado a anular ato lesivo ao


patrim™nio pœblico, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrim™nio hist—rico e cultural. A letra B Ž o gabarito.

141. (CESPE / TJ-RR - 2012) Todas as pessoas f’sicas ou jur’dicas s‹o


partes leg’timas para propor a•‹o popular que vise anular ato lesivo ao
patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado participe, ˆ
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico
e cultural.

Coment‡rios:

Apenas o cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular. Quest‹o errada.

142. (CESPE / TJ-RR - 2012) Embora apenas o cidad‹o tenha


legitimidade para o ajuizamento da a•‹o popular, o MinistŽrio Pœblico
pode, na hip—tese de desist•ncia da a•‹o por parte do autor, promover
o respectivo prosseguimento do feito.

Coment‡rios:

De fato, poder‡ o MinistŽrio Pœblico, nesse caso, ser sucessor do autor da a•‹o
popular. Quest‹o correta.

143. (CESPE / TJ-RR - 2012) O direito ˆ dura•‹o razo‡vel de


processos, tanto no ‰mbito judicial quanto no administrativo, Ž um
direito fundamental previsto expressamente na CF.

Coment‡rios:
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De fato, trata-se de direito fundamental previsto no inciso LXXVIII do art. 5¼


da Constitui•‹o Federal. Quest‹o correta.

144. (CESPE / Juiz TRF 2» Regi‹o - 2011) A liberdade de locomo•‹o


em tempo de paz, que engloba, em rela•‹o ao territ—rio nacional, as
situa•›es de acesso e ingresso, sa’da e perman•ncia, assim como a
possibilidade de deslocamento, constitui direito absoluto, que n‹o
comporta limita•›es.

Coment‡rios:

A liberdade de locomo•‹o em tempo de paz (art. 5¼, XV), que engloba, em


rela•‹o ao territ—rio nacional, as situa•›es de acesso e ingresso, sa’da e
perman•ncia, assim como a possibilidade de deslocamento, n‹o Ž direito
absoluto. Ela poder‡ sofrer restri•›es, sendo uma norma constitucional de
efic‡cia contida. Quest‹o errada.

145. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Os chamados remŽdios


constitucionais, ou remŽdios do direito constitucional, constituem em
meios ˆ disposi•‹o do indiv’duo para provocar a atua•‹o das
autoridades competentes, com o fim de evitar ou sanar ilegalidade e
abuso de poder em preju’zo de direitos e interesses individuais ou
coletivos.

Coment‡rios:

Excelente defini•‹o de remŽdios constitucionais! Quest‹o correta.

146. (CESPE / TRE-MT - 2010) O Òhabeas corpusÓ pode ser impetrado


tanto contra ato emanado do poder pœblico como contra ato de
particular, sempre que alguŽm sofrer ou se achar amea•ado de sofrer
viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o.

Coment‡rios:

Desde que haja les‹o ou amea•a de les‹o ao direito de locomo•‹o, Ž cab’vel o


Òhabeas corpusÓ, seja contra ato do poder pœblico ou de particular. Quest‹o
correta.

147. (CESPE / DPE-PI - 2009) O sujeito passivo do Òhabeas corpusÓ


ser‡ a autoridade pœblica, pois somente ela tem a prerrogativa de
restringir a liberdade de locomo•‹o individual em benef’cio do
interesse pœblico ou social, raz‹o pela qual n‹o se admite sua
impetra•‹o contra ato de particular.

Coment‡rios:

                                                               www.estrategiaconcursos.com.br                                     123 de 
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TambŽm o particular pode ser sujeito passivo de Òhabeas corpusÓ. Quest‹o


errada.

148. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Caso a senten•a penal


condenat—ria emanada de juiz militar imponha pena de exclus‹o de
militar ou de perda de patente, ser‡ cab’vel a utiliza•‹o do Òhabeas
corpusÓ.

Coment‡rios:

Entende o STF que a imposi•‹o da pena acess—ria de perda da gradua•‹o e


exclus‹o do militar dos quadros da Corpora•‹o, por n‹o implicar, ainda que de
forma indireta, atentado ˆ liberdade de locomo•‹o do paciente, n‹o comporta
exame na via estreita do Òhabeas corpusÓ. Quest‹o errada.

149. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Ainda que j‡ extinta a pena


privativa de liberdade, Ž cab’vel a utiliza•‹o de Òhabeas corpusÓ para
pedido de reabilita•‹o de paciente.

Coment‡rios:

O entendimento do STF Ž o de que, desconstitu’do o objeto do Òhabeas


corpusÓ, por julgada extinta a pena em face do seu integral
cumprimento, resta prejudicado o pedido. Isso significa que a extin•‹o da
pena torna incab’vel a utiliza•‹o do Òhabeas corpusÓ. Isso porque o Òhabeas
corpusÓ visa a tutela do direito ˆ locomo•‹o, n‹o se justificando quando esse
direito n‹o mais se encontra limitado ou amea•ado. Quest‹o errada.

150. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Caso ocorra, ao fim de um


processo penal, a fixa•‹o de pena de multa em senten•a penal
condenat—ria, ficar‡ prejudicada a utiliza•‹o do Òhabeas corpusÓ, haja
vista a sua destina•‹o exclusiva ˆ tutela do direito de ir e vir.

Coment‡rios:

Segundo o STF, n‹o cabe habeas corpus contra decis‹o que fixa pena de
multa, uma vez que n‹o haver‡ ofensa ˆ liberdade de locomo•‹o. Quest‹o
correta.

151. (CESPE / TJ-PB - 2010) S‹o legitimados para impetrar mandado


de seguran•a a pessoa f’sica, nacional ou estrangeira, e a pessoa
jur’dica privada, mas n‹o a pœblica, visto o mandado de seguran•a ter
como fun•‹o garantir direito l’quido e certo contra ato de autoridade
pœblica.

Coment‡rios:

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As pessoas jur’dicas de direito pœblico tambŽm podem impetrar mandado de


seguran•a. Quest‹o errada.

152. (CESPE / TRT 1» Regi‹o - 2010) ƒ cab’vel a impetra•‹o de


mandado de seguran•a contra ato jurisdicional das turmas do STF.

Coment‡rios:

A orienta•‹o jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal Ž firme no sentido de


n‹o admitir, salvo em situa•›es excepcionais, mandado de seguran•a contra
as suas pr—prias decis›es jurisdicionais, inclusive as proferidas por qualquer de
seus Ministros, uma vez que esses atos s— podem ser reformados por via dos
recursos admiss’veis, ou, em se tratando de julgamento de mŽrito com tr‰nsito
em julgado, por meio de a•‹o rescis—ria (MS 30836 RJ, 06/10/2011). Quest‹o
errada.

153. (CESPE / MCT-FINEP - 2009) Ser‡ cab’vel, em qualquer


circunst‰ncia, manejo de mandado de seguran•a para proteger direito
l’quido e certo quando o respons‡vel pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pœblica ou agente de pessoa jur’dica no exerc’cio
de atribui•›es do poder pœblico.

Coment‡rios:

O mandado de seguran•a Ž uma a•‹o residual, sendo cab’vel apenas quando o


direito n‹o for protegido nem por Òhabeas corpusÓ nem por Òhabeas dataÓ.
Quest‹o errada.

154. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguran•a pode ser


interposto mesmo contra ato administrativo do qual caiba recurso
administrativo com efeito suspensivo, independentemente de cau•‹o.

Coment‡rios:

Pelo contr‡rio! N‹o cabe mandado de seguran•a nesses casos (Lei 2016/09,
art. 5¼, II). Quest‹o errada.

155. (CESPE / DPE-PI - 2009) O mandado de seguran•a pode ser


impetrado por pessoas naturais, mas n‹o por pessoas jur’dicas, em
defesa de direitos individuais.

Coment‡rios:

O mandado de seguran•a pode ser impetrado tanto por pessoas naturais


quanto por pessoas f’sicas, na defesa de direito l’quido e certo. Quest‹o
errada.

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156. (CESPE / OAB - 2010) A aus•ncia de decis‹o administrativa em


prazo razo‡vel n‹o enseja mandado de seguran•a, pois o Poder
Judici‡rio n‹o pode fixar prazo para decis›es do Poder Executivo.

A razo‡vel dura•‹o do processo Ž garantida constitucionalmente (art. 5¼,


LXXVIII, CF), sendo direito l’quido e certo do interessado, no ‰mbito do
processo administrativo. Cabe, portanto, mandado de seguran•a contra a
morosidade da Administra•‹o. Quest‹o errada.

157. (CESPE / OAB - 2010) Estrangeiro residente no exterior n‹o pode


impetrar mandado de seguran•a no Brasil.

Coment‡rios:

Pode sim! S‹o legitimadas a impetrar mandado de seguran•a todas as


pessoas, f’sicas ou jur’dicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou n‹o no
Brasil. Quest‹o errada.

158. (CESPE / Senado Federal - 2002) O partido pol’tico com


representa•‹o nacional pode impetrar mandado de seguran•a coletivo
contra ilegalidade ou abuso de poder.

Coment‡rios:

Para ser legitimado a impetrar mandado de seguran•a coletivo o partido


pol’tico precisa ter representa•‹o no Congresso Nacional. Quest‹o errada.

159. (CESPE / MPE-SE - 2010) Diferentemente das organiza•›es


sindicais, das entidades de classe e das associa•›es, os partidos
pol’ticos n‹o t•m legitimidade para impetrar mandado de seguran•a
coletivo.

Coment‡rios:

Os partidos pol’ticos podem, sim, impetrar mandado de seguran•a coletivo,


desde que tenham representa•‹o no Congresso Nacional. Quest‹o errada.

160. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por pessoas jur’dicas, pœblicas ou privadas, como as
organiza•›es sindicais e as entidades de classe legalmente
constitu’das, mas n‹o por partidos pol’ticos.

Coment‡rios:

Os partidos pol’ticos podem impetrar mandado de seguran•a coletiva, quando


tem representa•‹o no Congresso Nacional. Quest‹o errada.

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161. (CESPE / TRF 5» Regi‹o - 2008) Qualquer partido pol’tico pode


impetrar mandado de seguran•a coletivo para prote•‹o de direito
l’quido e certo.

Coment‡rios:

Para que seja legitimado a impetrar mandado de seguran•a coletivo, Ž


necess‡rio que o partido pol’tico tenha representa•‹o no Congresso Nacional.
Quest‹o errada.

162. (CESPE / Juiz TRT 1» Regi‹o - 2010) De acordo com a CF, o


mandado de injun•‹o Ž remŽdio destinado a suprir lacuna ou aus•ncia
de regulamenta•‹o de direito previsto na CF e em norma
infraconstitucional.

Coment‡rios:

O STF entende que o mandado de injun•‹o s— Ž cab’vel para suprir lacuna ou


aus•ncia de regulamenta•‹o de direito previsto na CF. N‹o cabe mandado
de injun•‹o para suprir a falta de regulamenta•‹o de norma
infraconstitucional. Quest‹o errada.

163. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) Segundo a CF, deve ser
concedido habeas data sempre que a aus•ncia de norma
regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e das
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ
nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania.

Coment‡rios:

O instrumento adequado a sanar a lesividade da omiss‹o do legislador, nesse


caso, Ž o mandado de injun•‹o, n‹o o Òhabeas dataÓ (art. 5¼, LXXI, CF).
Quest‹o errada.

164. (CESPE / IBRAM - 2009) O STF adota a posi•‹o de que o


mandado de injun•‹o n‹o tem fun•‹o concretista, porque n‹o cabe ao
Poder Judici‡rio conferir disciplina legal ao caso concreto sob pena de
viola•‹o ao princ’pio da separa•‹o dos poderes.

Coment‡rios:

O STF tem adotado a posi•‹o concretista, conferindo ao mandado de injun•‹o


o papel de superar, nos casos concretos, as consequ•ncias lesivas da inŽrcia
do Legislativo. Quest‹o errada.

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165. (CESPE / TCE-TO - 2009) O STF passou a admitir a ado•‹o de


solu•›es normativas para a decis‹o judicial como alternativa leg’tima
de tornar a prote•‹o judicial efetiva por meio do mandado de injun•‹o.

Coment‡rios:

De fato, o STF passou a adotar a posi•‹o concretista em seus julgados, como


forma de dar efetividade ˆ prote•‹o judicial. Quest‹o correta.

166. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de injun•‹o tem como


objeto o n‹o cumprimento de dever constitucional de legislar que, de
alguma forma, afete direitos constitucionalmente assegurados, sendo
pac’fico, na jurisprud•ncia do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele
s— Ž cab’vel se a omiss‹o tiver car‡ter absoluto ou total, e n‹o parcial.

Coment‡rios:

O mandado de injun•‹o, segundo o STF, Ž cab’vel n‹o s— para omiss›es de


car‡ter absoluto ou total como tambŽm para as omiss›es de car‡ter parcial.
Quest‹o errada.

167. (CESPE / Juiz TRF 2» Regi‹o - 2011) O Òhabeas dataÓ pode ser
impetrado contra qualquer —rg‹o do Estado, seja ele do Poder
Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judici‡rio, mas n‹o contra
pessoas jur’dicas de direito privado.

Coment‡rios:

O Òhabeas dataÓ pode, sim, ser impetrado contra pessoas jur’dicas de direito
privado, desde que detentoras de dados de car‡ter pœblico. Quest‹o errada.

168. (CESPE / PM-DF - 2010) A CF prev•, entre outras garantias


fundamentais, o mandado de injun•‹o como instrumento para
assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico.

Coment‡rios:

ƒ o Òhabeas dataÓ (e n‹o o mandado de injun•‹o!) o instrumento para


assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou
de car‡ter pœblico. Quest‹o errada.

169. (CESPE / TRE-MT - 2009) Segundo a CF, cabe mandado de


injun•‹o para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ

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pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de


entidades governamentais ou de car‡ter pœblico.

Coment‡rios:

O instrumento adequado, nesse caso, Ž o Òhabeas dataÓ. Quest‹o errada.

170. (CESPE / Juiz TRT 1» Regi‹o - 2010) Como a garantia


constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito
de acesso a informa•›es constantes de registros ou banco de dados de
entidades governamentais ou de car‡ter pœblico relativo a dados
pessoais pertinentes ˆ pessoa do impetrante, a pessoa jur’dica n‹o
tem legitimidade para o ajuizamento desse tipo de a•‹o.

Coment‡rios:

Tanto a pessoa f’sica quanto a jur’dica t•m legitimidade para impetrar Òhabeas
dataÓ. Quest‹o errada.

171. (CESPE / MPE-SE - 2010) Habeas data Ž o remŽdio constitucional


adequado para o caso de recusa de fornecimento de certid›es para
defesa de direitos e esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal,
pr—prio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de obten•‹o
de informa•›es de interesse particular, coletivo ou geral.

Coment‡rios:

O habeas data Ž remŽdio constitucional que se destina a garantir o acesso a


informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante, jamais de terceiros. Quest‹o
errada.

172. (CESPE / DPF - 2009) Conceder-se-‡ habeas data para assegurar


o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante ou ˆ
de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico.

Coment‡rios:

N‹o cabe Òhabeas dataÓ para conhecimento de informa•›es relativas a


terceiros. Quest‹o errada.

173. (CESPE / TRE-MT - 2010) O habeas data destina-se a assegurar o


conhecimento de informa•›es pessoais constantes de registro de
bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblico,
desde que geridas por servidores do Estado.

Coment‡rios:
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N‹o h‡ necessidade de que as informa•›es constantes do registro de dados


sejam geridas por servidores do Estado. N‹o h‡ tal condi•‹o no ordenamento
jur’dico. Quest‹o errada.

174. (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Maria protocolou junto ao DETRAN


requerimento com a finalidade de conhecer as informa•›es acerca de
sua pessoa constantes no banco de dados daquele —rg‹o. O pedido foi
negado pelo diretor, com base em portaria do —rg‹o que proibia o
acesso pretendido por Maria, apesar de as informa•›es n‹o serem de
uso exclusivo do DETRAN. Para ter acesso ˆs informa•›es, Maria
poder‡ valer-se do mandado de injun•‹o. Essa a•‹o constitucional
destina-se a assegurar o acesso a informa•›es relativas ˆ pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico.

Coment‡rios:

O instrumento adequado, nesse caso, seria o Òhabeas dataÓ, n‹o o mandado


de injun•‹o. Quest‹o errada.

175. (CESPE / TRT 21» Regi‹o - 2010) Na impetra•‹o do habeas data,


o interesse de agir configura-se diante do bin™mio utilidade-
necessidade dessa a•‹o constitucional, independentemente da
apresenta•‹o da prova negativa da via administrativa.

Coment‡rios:

A negativa da autoridade administrativa Ž requisito para a impetra•‹o do


habeas data. Quest‹o errada.

176. (CESPE / OAB - 2009) O habeas data pode ser impetrado ao


Poder Judici‡rio, independentemente de prŽvio requerimento na esfera
administrativa.

Coment‡rios:

ƒ necess‡rio, sim, que tenha havido prŽvio requerimento na esfera


administrativa. N‹o havendo tal requerimento, ser‡ tido como inexistente o
interesse de agir. Esse Ž o entendimento do STF, que exige o prŽvio
esgotamento da via administrativa para que o Òhabeas dataÓ possa ser
impetrado. Quest‹o errada.

177. (CESPE / ANATEL - 2009) Qualquer cidad‹o poder‡ impetrar


habeas data no Poder Judici‡rio para assegurar o conhecimento de
informa•›es relativas a sua pessoa dispon’veis na Ag•ncia Nacional de
Telecomunica•›es (ANATEL), independentemente de ter formulado o
pedido diretamente na ag•ncia.
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Coment‡rios:

Qualquer pessoa poder‡ impetrar Òhabeas dataÓ no Poder Judici‡rio,


cumpridos os requisitos constitucionais e legais. Um desses requisitos Ž a
prŽvia negativa administrativa. Quest‹o errada.

178. (CESPE / MPS - 2010) A nacionalidade brasileira Ž condi•‹o


necess‡ria e suficiente para propor a•‹o popular visando ˆ declara•‹o
de nulidade de ato lesivo ao patrim™nio hist—rico e cultural.

Coment‡rios:

A cidadania Ž condi•‹o necess‡ria e suficiente para propor a•‹o popular.


Quest‹o errada.

179. (CESPE / TCE-BA - 2010) A a•‹o popular, que tem como


legitimado ativo o cidad‹o brasileiro nato ou naturalizado, exige, para
seu ajuizamento, o prŽvio esgotamento de todos os meios
administrativos e jur’dicos de preven•‹o ou repress‹o aos atos ilegais
ou imorais lesivos ao patrim™nio pœblico.

Coment‡rios:

N‹o h‡ tal exig•ncia para a a•‹o popular. Quest‹o errada.

180. (CESPE / TCE-TO - 2009) O mandado de injun•‹o Ž o remŽdio


constitucional adequado para anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico
ou de entidade de que o Estado participe, ˆ moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada m‡-fŽ, isento de custas judiciais e do ™nus da
sucumb•ncia.

Coment‡rios:

ƒ a a•‹o popular (n‹o o mandado de injun•‹o) o remŽdio constitucional


adequado para anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o
Estado participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrim™nio hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ,
isento de custas judiciais e do ™nus da sucumb•ncia. Quest‹o errada.

181. (CESPE / MPE-SE - 2010) Se o autor da a•‹o popular dela


desistir, o MP poder‡, entendendo presentes os devidos requisitos,
dar-lhe prosseguimento.

Coment‡rios:

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O MinistŽrio Pœblico poder‡, nesse caso, atuar como sucessor do autor.


Quest‹o correta.

182. (CESPE / TRT 5» Regi‹o - 2008) Para propositura de a•‹o


popular, o autor deve demonstrar a plenitude do exerc’cio de seus
direitos pol’ticos.

Coment‡rios:

De fato, somente o cidad‹o pode ser autor de a•‹o popular. Quest‹o correta.

183. (CESPE / OAB - 2008) O Estado deve prestar assist•ncia jur’dica


integral e gratuita a todos.

Coment‡rios:

Segundo o art. 5¼, LXXIV, da CF/88, Òo Estado prestar‡ assist•ncia jur’dica


integral e gratuita aos que comprovarem insufici•ncia de recursosÓ.

Essa previs‹o constitucional visa a garantir a todos o acesso ˆ Justi•a. Em


concursos, voc• deve ficar atento ao fato de que a assist•ncia jur’dica integral
e gratuita s— Ž devida aos pobres, aos que comprovarem insufici•ncia de
recursos. Quest‹o errada.

184. (CESPE / Juiz TRT 23» Regi‹o - 2011) O Estado indenizar‡ o


condenado por erro judici‡rio, ou seja, apenas quando a condena•‹o
fizer com que alguŽm fique preso alŽm do tempo fixado na senten•a.

Coment‡rios:

A quest‹o cobra o conhecimento do inciso LXXV do art. 5¼ da CF/88, segundo


o qual o Estado indenizar‡ o condenado por erro judici‡rio, assim como o
que ficar preso alŽm do tempo fixado na senten•a. Quest‹o errada.

185. (CESPE / TJ-SC - 2011) ƒ gratuita a certid‹o de —bito para os


reconhecidamente pobres na forma da lei.

Coment‡rios:

Cobra-se, na quest‹o, o inciso LXXVI do art. 5¼, segundo o qual s‹o gratuitos
para os reconhecidamente pobres, na forma da lei o registro civil de
nascimento e a certid‹o de —bito. Quest‹o correta.

186. (CESPE / MPS - 2010) Para aqueles que s‹o, nos termos da lei,
reconhecidamente pobres, o Estado deve prover gratuitamente a
certid‹o do registro civil de nascimento, de casamento e de —bito.

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Coment‡rios:

S‹o gratuitos, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, a certid‹o de


—bito e o registro civil de nascimento. O indiv’duo, portanto, nasce e morre de
gra•a, se for pobre. No intervalo entre nascimento e morte, paga tributos
(risos)... A certid‹o de casamento n‹o tem o mesmo tratamento constitucional
que as de nascimento e —bito. Por isso, a quest‹o Ž errada.

187. (CESPE / MCT Ð FINEP - 2009) As a•›es de Òhabeas corpusÓ e


habeas data s‹o gratuitas.

Coment‡rios:

O enunciado cobra o conhecimento do inciso LXXVII do art. 5¼ da CF/88, que


disp›e que s‹o gratuitas as a•›es de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na
forma da lei, os atos necess‡rios ao exerc’cio da cidadania. Quest‹o correta.

188. (CESPE / TRE-MT - 2009) O direito ˆ dura•‹o razo‡vel do


processo, tanto no ‰mbito judicial quanto no ‰mbito administrativo, Ž
um direito fundamental previsto expressamente na CF.

Coment‡rios:

Exige-se, aqui, o conhecimento do inciso LXXVIII do art. 5¼ da CF/88, inclu’do


pela Emenda Constitucional no 45, de 2004, segundo o qual a todos, no ‰mbito
judicial e administrativo, s‹o assegurados a razo‡vel dura•‹o do processo e
os meios que garantam a celeridade de sua tramita•‹o. Quest‹o correta.

189. (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Entre os direitos fundamentais


previstos expressamente na CF est‡ o direito ˆ dura•‹o razo‡vel dos
processos, tanto no ‰mbito judicial quanto no administrativo.

Coment‡rios:

Quest‹o correta, com base no art. 5¼, LXXVIII, da CF/88.

190. (CESPE / TJ-PA - 2002) Considerando o disposto na norma


constante do ¤ 1.¼ do art. 5.¼: "as normas definidoras dos direitos e
garantias fundamentais t•m aplica•‹o imediata", Ž correto afirmar que
as normas de direitos fundamentais n‹o est‹o condicionadas ˆ atua•‹o
reguladora do legislador.

Coment‡rios:

De fato, conforme afirma o ¤ 1¼ do art. 5¼ da CF/88, as normas definidoras


dos direitos e garantias fundamentais t•m aplica•‹o imediata. Desse
comando constitucional, depreende-se que as normas que definem direitos e
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garantias fundamentais (n‹o s— aquelas do art. 5¼ da CF, mas tambŽm as


constantes de outros artigos da Constitui•‹o) devem ser interpretadas de
modo a terem a maior efic‡cia poss’vel, mesmo quando ainda n‹o
regulamentadas pelo legislador ordin‡rio.

No entanto, h‡ v‡rios direitos e garantias fundamentais previstos em


normas de efic‡cia limitada, dependendo de regulamenta•‹o para a
produ•‹o de todos os seus efeitos. Portanto, a quest‹o est‡ errada.

191. (CESPE / TRE-MT - 2009) Os direitos e garantias fundamentais


est‹o previstos de forma taxativa na CF.

Coment‡rios:

Vejamos o que determina o ¤ 2¼ do inciso 5¼ da CF/88:

¤ 2¼ - Os direitos e garantias expressos nesta Constitui•‹o n‹o excluem


outros decorrentes do regime e dos princ’pios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a Repœblica Federativa do Brasil seja
parte.

Como se deduz do par‡grafo acima, os direitos e garantias fundamentais


previstos na Constitui•‹o t•m enumera•‹o aberta (rol exemplificativo).
Pode, portanto, haver outros, decorrentes dos princ’pios constitucionais ou da
assinatura de tratados internacionais pela Repœblica Federativa do Brasil.
Quest‹o errada.

192. (CESPE / STM - 2011) Os direitos e as garantias expressos na


Constitui•‹o Federal de 1988 ( CF ) excluem outros de car‡ter
constitucional decorrentes do regime e dos princ’pios por ela
adotados, uma vez que a enumera•‹o constante no artigo 5.¼ da CF Ž
taxativa.

Coment‡rios:

Pelo contr‡rio! S— para fixar, reza o ¤ 2¼ do inciso 5¼ da CF/88 que os direitos


e garantias expressos na Constitui•‹o n‹o excluem outros decorrentes do
regime e dos princ’pios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a Repœblica Federativa do Brasil seja parte. Quest‹o errada.

193. (CESPE / MMA - 2009) Os direitos e garantias fundamentais


encontram-se destacados exclusivamente no art. 5.¡ do texto
constitucional.

Coment‡rios:

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Os direitos e garantias fundamentais encontram-se dispersos em todo o


ordenamento jur’dico, podendo, inclusive, resultar da assinatura de tratados
internacionais. Quest‹o errada.

194. (CESPE / AUGE-MG - 2009) Nosso sistema constitucional


estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais,
raz‹o pela qual eles n‹o podem ser ampliados alŽm daqueles
constantes do art. 5.¼ da CF.

Coment‡rios:

Nada disso! O rol estabelecido pela Constitui•‹o Ž apenas exemplificativo.


Quest‹o errada.

195. (CESPE / MPE-RO - 2010) Os tratados de direitos humanos, ainda


que aprovados apenas no Senado Federal, em dois turnos e por
maioria qualificada, equiparam-se ˆs emendas constitucionais.

Coment‡rios:

Disp›e o ¤ 3¼ do art. 5¼ da CF/88 que os tratados e conven•›es internacionais


sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por tr•s quintos dos votos dos respectivos
membros, ser‹o equivalentes ˆs emendas constitucionais. Quest‹o errada.

196. (CESPE / PM-DF - 2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em


cada uma de suas casas, em dois turnos, por tr•s quintos dos seus
votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse sobre
direitos humanos, esse tratado ser‡ equivalente ˆs emendas
constitucionais.

Coment‡rios:

Como vimos, a Lei Fundamental disp›e que os tratados e conven•›es


internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por tr•s quintos dos votos dos respectivos
membros, ser‹o equivalentes ˆs emendas constitucionais. Quest‹o correta.

197. (CESPE / TJ-RR - 2012) Caso o Congresso Nacional aprove, em


dois turnos, por tr•s quintos dos votos dos respectivos membros,
tratado internacional sobre direitos humanos, este ter‡ for•a de
normativa equivalente ˆs emendas constitucionais.

Coment‡rios:

ƒ o que determina o ¤ 3¼ do art. 5¼ da CF/88. Quest‹o correta.

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198. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) O Brasil se submeter‡ ˆ


jurisdi•‹o de Tribunal Penal Internacional a cuja cria•‹o manifestar
ades‹o.

Coment‡rios:

Chegamos ao œltimo par‡grafo do art. 5¼ da Constitui•‹o! Veja o que ele


determina:

¤ 4¼ O Brasil se submete ˆ jurisdi•‹o de Tribunal Penal Internacional a


cuja cria•‹o tenha manifestado ades‹o.

O examinador praticamente se limitou a transcrever o texto da CF/88. Quest‹o


correta (e f‡cil, tambŽm).

199. (CESPE / TRF 5» Regi‹o - 2008) O Brasil se submete ˆ jurisdi•‹o


de tribunal penal internacional a cuja cria•‹o manifeste ades‹o.

Coment‡rios:

Quest‹o correta. N‹o h‡ nem o que comentar!

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Lista de Quest›es

1. (CESPE / TCE-PR Ð 2016) Ë luz da jurisprud•ncia do STF,


assinale a op•‹o correta acerca de habeas corpus.

a) O habeas corpus Ž instrumento vi‡vel para a revis‹o de sœmulas de


tribunais se o teor da sœmula atentar abstratamente contra o direito ˆ
liberdade de locomo•‹o.

b) A utiliza•‹o do habeas corpus como mecanismo judicial para salvaguarda do


direito ˆ liberdade de locomo•‹o Ž limitada no tempo, sujeitando-se a
preclus‹o e decad•ncia.

c) A inadmissibilidade de impetra•‹o sucessiva de habeas corpus, ou seja, de


aprecia•‹o de um segundo habeas corpus quando ainda n‹o definitivamente
julgado o anteriormente impetrado, Ž relativizada se se tratar de ilegalidade
flagrante e prontamente evidente.

d) O habeas corpus Ž meio id™neo para impugnar ato de sequestro ou confisco


de bens em processo criminal.

e) O afastamento de cargo pœblico Ž impugn‡vel por habeas corpus.

2. (CESPE / TCE-PR - 2016) Maria impetrou mandado de


seguran•a contra ato de demiss‹o praticado pelo governador do
estado, alegando v’cio no processo administrativo disciplinar.

Nessa situa•‹o hipotŽtica:

a) caso seja proferida senten•a denegando a seguran•a, ficar‡ a impetrante


impedida de ajuizar a•‹o com mesmo objeto.

b) ser‡ vedada a concess‹o de liminar para suspens‹o do ato antes de ouvido


o governador, por se tratar de ato demission‡rio.

c) caso seja proferida a senten•a, o recurso que vier a ser apresentado pela
autoridade coatora ser‡ inadmitido liminarmente por ilegitimidade
do governador.

d) se proferida senten•a que conceda a seguran•a, o n‹o cumprimento das


decis›es constituir‡ crime de desobedi•ncia, ainda que interposto recurso de
apela•‹o.

e) se passados mais de cento e vinte dias da pr‡tica do ato de demiss‹o, o juiz


dever‡ indeferir a liminar pela configura•‹o de decad•ncia.

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3. (CESPE / TCE-PA Ð 2016) Como o habeas data n‹o pode ser


utilizado por pessoa jur’dica, deve ser reconhecida a ilegitimidade
ativa na hip—tese de pessoa jur’dica ajuizar habeas data para obter
informa•›es de seu interesse constante de dados de determinada
entidade governamental.

4. (CESPE / TCE-PA Ð 2016) Entre os direitos fundamentais


incluem-se os remŽdios constitucionais, como, por exemplo, o
mandado de injun•‹o, criado pela Constitui•‹o Federal de 1988 e que
tem por finalidade suprir a falta de norma regulamentadora que
inviabilize o exerc’cio dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania.

5. (CESPE / TCE-PA Ð 2016) O direito de peti•‹o configura


instrumento de controle administrativo: por meio dele, assegura-se a
qualquer pessoa a defesa de direitos, individuais ou coletivos, bem
como o direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder,
perante autoridade administrativa competente de qualquer dos
poderes constitu’dos.

6. (CESPE / Agente PC-PE Ð 2016) Ë luz das disposi•›es da CF,


assinale a op•‹o correta acerca dos direitos e garantias individuais.

a) O Estado pode impor presta•‹o alternativa fixada em lei ao indiv’duo que,


alegando conflito com suas convic•›es pol’ticas, se recusar a cumprir
obriga•‹o legal a todos imposta, desde que a presta•‹o seja compat’vel com
suas cren•as. Em caso de recusa em cumpri-la, o indiv’duo poder‡ ser privado
de seus direitos.

b) Diante de ind’cios veementes da pr‡tica de il’citos no interior de


determinada resid•ncia, o agente de pol’cia poder‡ realizar busca de provas no
local sem o consentimento do morador e sem mandado judicial, desde que o
fa•a durante o dia.

c) O cidad‹o que, naturalizado brasileiro, cometer crime comum em viagem a


seu pa’s de origem retornar ao Brasil poder‡ ser extraditado, bastando que
haja solicita•‹o do pa’s da nacionalidade anterior.

d) Servidor pœblico que cometer crime no exerc’cio da fun•‹o n‹o poder‡ ser
condenado, na esfera penal, a partir de prova obtida por meio il’cito; no
entanto, essa mesma prova, complementada por outras provas l’citas, poder‡
ser utilizada para aplicar penalidade em eventual processo administrativo
movido contra o servidor.

e) O profissional que, trabalhando com divulga•‹o de informa•›es, veicular,


em seu nome, not’cia de fonte sigilosa n‹o estar‡ sujeito a responder por
eventuais preju’zos que essa divulga•‹o causar a outrem.
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7. (CESPE / Agente PC-PE Ð 2016 - Adaptada) Considerando as


disposi•›es da CF, Ž correto afirmar que a norma constitucional
segundo a qual

a) a lei n‹o prejudicar‡ o direito adquirido, o ato jur’dico perfeito nem a coisa
julgada Ž de efic‡cia limitada e aplicabilidade direta.

b) ninguŽm ser‡ privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo


legal Ž de efic‡cia plena e aplicabilidade imediata.

c) Ž livre o exerc’cio de qualquer trabalho, of’cio ou profiss‹o, atendidas as


qualifica•›es profissionais que a lei estabelecer Ž de efic‡cia plena e de
aplicabilidade imediata.

d) ninguŽm ser‡ submetido a tortura nem a tratamento desumano ou


degradante Ž de efic‡cia contida e aplicabilidade n‹o integral.

8. (CESPE / Escriv‹o PC-PE Ð 2016) Uma autoridade pœblica de


determinado estado da Federa•‹o negou-se a emitir certid‹o com
informa•›es necess‡rias ˆ defesa de direito de determinado
cidad‹o. A informa•‹o requerida n‹o era sigilosa e o referido
cidad‹o havia demonstrado os fins e as raz›es de seu pedido.

Nessa situa•‹o hipotŽtica, o remŽdio constitucional apropriado para


impugnar a negativa estatal Ž o(a)

a) a•‹o popular.

b) mandado de seguran•a.

c) habeas data.

d) habeas corpus.

e) mandado de injun•‹o.

9. (CESPE / Escriv‹o PC-PE Ð 2016) No que se refere aos direitos


e ˆs garantias fundamentais, assinale a op•‹o correta.

a) O direito fundamental ao contradit—rio n‹o se aplica aos inquŽritos policiais.

b) O in’cio de execu•‹o da pena criminal condenat—ria ap—s a confirma•‹o da


senten•a em segundo grau ofende o princ’pio constitucional de presun•‹o da
inoc•ncia.

c) Os direitos e as garantias individuais n‹o s‹o assegurados ˆs pessoas


jur’dicas, uma vez que elas possuem dimens‹o coletiva.
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d) O sigilo de correspond•ncia e o sigilo das comunica•›es telef™nicas s‹o


inviol‡veis ressalvadas as hip—teses legais, por ordem judicial ou
administrativa devidamente motivada.

e) O tribunal do jœri tem compet•ncia para o julgamento dos crimes culposos e


dolosos contra a vida.

10. (CESPE / TRT 8a Regi‹o Ð 2016) Assinale a op•‹o correta com


rela•‹o aos direitos e deveres individuais e coletivos assegurados e
garantidos pela CF.

a) ƒ absolutamente proibida a aplica•‹o de pena de morte ou de pris‹o


perpŽtua em todo o territ—rio nacional e a qualquer tempo.

b) Diferentemente do direito de propriedade, o direito de heran•a n‹o Ž


garantido pelas normas constitucionais.

c) ƒ dever do Estado promover a defesa dos direitos do consumidor na forma


da lei.

d) O habeas data Ž o instituto adequado para a garantia da liberdade de


acusados de pr‡tica criminal se n‹o configurado flagrante delito.

e) ƒ vedada a concess‹o de asilo pol’tico para nacionais de Estados com os


quais o Brasil tenha rela•‹o diplom‡tica.

11. (CESPE/ PC-PE Ð 2016) Os direitos e garantias fundamentais


t•m aplica•‹o imediata, raz‹o por que nenhum dos direitos individuais
elencados na CF necessita de lei para se tornar plenamente exequ’vel.

12. (CESPE/ PC-PE Ð 2016) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por sindicatos, entidades de classe e associa•›es, mas
n‹o por partidos pol’ticos, pois se destinam ˆ defesa de interesses
coletivos comuns a determinada coletividade de pessoas.

13. (CESPE / TJ-AM Ð 2016 - Adaptada) Assinale a op•‹o correta


acerca das garantias constitucionais individuais, do funcionamento e
atribui•›es das CPIs e dos chamados remŽdios constitucionais,
considerando a jurisprud•ncia do STF.

a) Em decorr•ncia de norma constitucional acrescentada pela EC n.¼ 45/2004,


os tratados e conven•›es internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo
Brasil antes da promulga•‹o dessa emenda t•m status normativo de emenda
constitucional.

b) Habeas data serve para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas


ao impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
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governamentais ou de car‡ter pœblico, podendo ser impetrado inclusive por


pessoa jur’dica nacional ou estrangeira.

c) Habeas data n‹o Ž garantia constitucional adequada para obten•‹o de dados


concernentes ao pagamento de tributos do pr—prio contribuinte constantes de
sistemas informatizados de apoio ˆ arrecada•‹o dos —rg‹os da administra•‹o
fazend‡ria dos entes estatais.

d) N‹o se admite que o impetrante desista da a•‹o de mandado de seguran•a


sem aquiesc•ncia da autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal
interessada, ap—s prola•‹o de senten•a de mŽrito.

14. (CESPE / TRE-PI Ð 2016) Grava•‹o de conversa telef™nica sem


autoriza•‹o judicial, registrada por um dos interlocutores, Ž
considerada prova il’cita, ante o sigilo das comunica•›es telef™nicas,
constitucionalmente assegurado.

15. (CESPE / TRE-PI Ð 2016) A instaura•‹o de processo


administrativo disciplinar contra servidor pœblico para apura•‹o de
irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar
habeas corpus para impedir o prosseguimento do processo
administrativo.

16. (CESPE / TRE-PI Ð 2016) N‹o poder‡ ser conhecido habeas


corpus impetrado em benef’cio alheio por indiv’duo destitu’do de
sanidade mental que n‹o esteja representado ou assistido por outrem.

17. (CESPE / TJDFT Ð 2016) O MinistŽrio Pœblico, havendo


comprometimento de interesse social qualificado, possui legitimidade
ativa para propor a•‹o popular.

18. (CESPE / TJDFT Ð 2016) O direito ao duplo grau de jurisdi•‹o Ž


assegurado expressamente na CF, decorre da prote•‹o judici‡ria
efetiva e n‹o admite ressalvas, salvo a preclus‹o decorrente da
pr—pria ina•‹o processual.

19. (CESPE / TJDFT Ð 2016) ƒ consolidado no STF o entendimento de


que, presente a dœvida sobre o real interesse do paciente na
impetra•‹o do habeas corpus, deve o juiz intim‡-lo para que manifeste
sua vontade em prosseguir ou n‹o com a impetra•‹o.

20. (CESPE/ ANVISA Ð 2016) Ë luz do princ’pio da dignidade


humana, a CF estabelece que, ap—s a aprova•‹o por qualquer qu—rum
durante o processo legislativo, todos os tratados e conven•›es sobre
direitos humanos subscritos pelo Brasil passem a ter o status de
norma constitucional.

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21. (CESPE / TRE-RS - 2015) A respeito dos direitos e garantias


fundamentais previstos na CF, assinale a op•‹o correta.

a) A veda•‹o ˆ exist•ncia de tribunais de exce•‹o, bem como a admiss‹o de


foro por prerrogativa de fun•‹o, s‹o reflexos, em certa medida, do princ’pio da
isonomia em sua dimens‹o material.

b) A liberdade de express‹o Ž direito fundamental que viabiliza a


autodetermina•‹o do indiv’duo e guarda estreita rela•‹o com a dignidade da
pessoa humana, possuindo, ademais, dimens›es instrumental e substancial,
essa œltima compreendendo o direito aos meios adequados ˆ express‹o e ˆ
veicula•‹o do que se pensa e do que se cria.

c) A liberdade religiosa Ž direito fundamental que, por impor a laicidade


estatal, possui dimens‹o unicamente negativa, vinculando o Estado a um
dever de absten•‹o.

d) A razo‡vel dura•‹o do processo e os meios que garantam a celeridade de


sua tramita•‹o constituem direito fundamental aut™nomo e novo, introduzido
na Constitui•‹o brasileira por emenda constitucional.

e) Como limita•›es materiais ao poder de reforma da Constitui•‹o, as


cl‡usulas pŽtreas devem ser expl’citas.

22. (CESPE / TRE-RS Ð 2015) Previsto expressamente na CF, o


princ’pio do devido processo legal assegura o contradit—rio e a ampla
defesa aos litigantes em processo judicial, mas n‹o em processo
administrativo.

23. (CESPE / TJDFT Ð 2015) O habeas data n‹o Ž meio de solicita•‹o


e obten•‹o de informa•›es de terceiros, uma vez que tem como
objetivo assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ao pr—prio
impetrante.

24. (CESPE/ TCE-RN Ð 2015) Comumente, confundem-se os


princ’pios da legalidade e da reserva legal. O primeiro, contudo, Ž
mais abrangente e representa o dever de submiss‹o e respeito ˆ lei.
O segundo, por sua vez, consiste na imposi•‹o constitucional de que
determinadas matŽrias sejam regulamentadas por lei formal.

25. (CESPE / DPE-RN Ð 2015) A determina•‹o de foro justificada por


prerrogativa de fun•‹o, ainda que institu’da exclusivamente por
Constitui•‹o estadual, prevalece sobre a compet•ncia do tribunal de
jœri.

26. (CESPE / DPE-RN Ð 2015) Por ferir o direito ˆ privacidade, Ž


ileg’tima a publica•‹o, em qualquer tipo de ve’culo, dos nomes de
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servidores da administra•‹o pœblica e do valor dos vencimentos e


vantagens pecuni‡rias por eles recebidos.

27. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) O fato de o direito ˆ


privacidade ser assegurado a todos faz que seja inconstitucional lei
municipal que determine a publica•‹o dos nomes dos servidores do
munic’pio acompanhados dos valores de seus subs’dios.

28. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) ƒ pac’fica a orienta•‹o


jurisprudencial segundo a qual n‹o se admite mandado de seguran•a
contra lei em tese; essa compreens‹o, todavia, n‹o impede a
impetra•‹o contra atos infralegais, tais como regulamentos e
portarias, ainda que estes sejam dotados de abstra•‹o e generalidade.

29. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) A compet•ncia do jœri


para o julgamento de crimes dolosos contra a vida n‹o Ž absoluta e
pode ser excepcionada por regra da pr—pria CF, como, por exemplo, o
julgamento de prefeitos pelo TJ.

30. (CESPE / Procurador de Salvador Ð 2015) Desde que prevista em


lei, Ž constitucional, em processo administrativo, a exig•ncia de
dep—sito ou de arrolamento prŽvio de bens e de direitos como
pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.

31. (CESPE/ TCU Ð 2015) No Brasil, Ž vedada a pena de morte em


quaisquer situa•›es.

32. (CESPE / STJ Ð 2015) A CF somente admite a pena de morte em


caso de guerra declarada.

33. (CESPE / STJ Ð 2015) O preso tem direito ˆ identifica•‹o dos


respons‡veis por sua pris‹o, somente havendo sigilo em caso de
necessidade de prote•‹o da seguran•a dos agentes pœblicos
envolvidos no caso.

34. (CESPE / STJ Ð 2015) Ao advogado de uma pessoa sob


investiga•‹o Ž permitido o acesso aos autos do inquŽrito policial,
mesmo que estes sejam classificados como sigilosos, por ser este um
direito garantido ao investigado.

35. (CESPE / STJ Ð 2015) O habeas data n‹o se presta ˆ retifica•‹o


das informa•›es constantes de bancos de dados de entidades pœblicas.

36. (CESPE / STJ Ð 2015) S‹o equivalentes ˆs emendas


constitucionais todos os tratados aprovados pela C‰mara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em dois turnos, por tr•s quintos dos
votos dos respectivos membros.

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37. (CESPE / MPOG Ð 2015) O direito do cidad‹o de receber dos


—rg‹os pœblicos informa•›es de interesse coletivo inclui tambŽm
aquelas imprescind’veis ˆ seguran•a da sociedade.

38. (CESPE / MPOG Ð 2015) O direito adquirido, entendido como


aquele que j‡ se incorporou ao patrim™nio do seu titular, n‹o poder‡
ser prejudicado por lei posterior.

39. (CESPE / FUB Ð 2015) Em nenhuma circunst‰ncia haver‡ penas


cruŽis ou de morte, de car‡ter perpŽtuo, de trabalhos for•ados e de
banimento.

40. (CESPE / FUB Ð 2015) Nos processos judiciais, s‹o assegurados


aos litigantes os direitos fundamentais do contradit—rio e da ampla
defesa. Entretanto, diante do princ’pio da autotutela administrativa,
essa garantia Ž inaplic‡vel aos processos administrativos.

41. (CESPE / Advogado Telebr‡s Ð 2015) O habeas data Ž recurso


previsto no texto constitucional cuja finalidade Ž assegurar ao
indiv’duo o conhecimento de informa•›es, relativas ˆ sua pessoa, que
estejam armazenadas em bancos de dados de entidades
governamentais, ou banco de dados privados de interesse pœblico.

42. (CESPE/ TJDFT Ð 2015) Decai o mandado de seguran•a


impetrado no TJDFT contra ato de autoridade coatora que deveria ser
processada na justi•a federal se o processo n‹o for remetido ao ju’zo
competente em atŽ cento e vinte dias ap—s a ocorr•ncia do ato.

43. (CESPE/ TJDFT Ð 2015) A atua•‹o das associa•›es na defesa de


seus associados em mandado de seguran•a coletivo independe de
autoriza•‹o.

44. (CESPE/ TJDFT Ð 2015) As associa•›es possuem legitimidade


para deduzir interpela•‹o judicial como medida preparat—ria de a•‹o
penal em defesa da honra de seus associados.

45. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) A impetra•‹o de


mandado de seguran•a coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autoriza•‹o destes.

46. (CESPE / AGU Ð 2015) De acordo com o atual entendimento do


STF, a decis‹o proferida em mandado de injun•‹o pode levar ˆ
concretiza•‹o da norma constitucional despida de plena efic‡cia, no
tocante ao exerc’cio dos direitos e das liberdades constitucionais e
das prerrogativas relacionadas ˆ nacionalidade, ˆ soberania e
ˆ cidadania.

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47. (CESPE / MPOG Ð 2015) A a•‹o popular deve ser proposta


somente por partido pol’tico com representa•‹o no Congresso
Nacional.

48. (CESPE / TCU Ð 2015) O mandado de seguran•a coletivo pode ser


impetrado por partido pol’tico que tenha representa•‹o no Congresso
Nacional.

49. (CESPE / FUB Ð 2015) Uma entidade de classe que estiver em


funcionamento h‡ apenas seis meses n‹o possui, por essa raz‹o,
legitimidade para impetra•‹o de mandado de seguran•a coletivo em
defesa de interesse de seus membros.

50. (CESPE/ TRE-GO Ð 2015) Qualquer associa•‹o legalmente


constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos um ano Ž parte
leg’tima para propor a•‹o popular que vise ˆ anula•‹o de ato lesivo ao
patrim™nio pœblico ou ao meio ambiente.

51. (CESPE/ TRE-GO Ð 2015) O cidad‹o brasileiro, nato ou


naturalizado, com capacidade eleitoral ativa, tem legitimidade para
propor a•‹o popular.

52. (CESPE/ DPU Ð 2015) N‹o viola a cl‡usula do devido processo


legal a exig•ncia de arrolamento prŽvio de bens para fins de
admissibilidade de recurso administrativo.

53. (CESPE/ DPE-PE Ð 2015) A jurisprud•ncia do STF acerca do


mandado de injun•‹o evoluiu para admitir que, alŽm de declarar
omisso o Poder Legislativo, o pr—prio tribunal edite a norma geral de
que depende o exerc’cio do direito invocado pelo impetrante.

54. (CESPE/C‰mara dos Deputados Ð 2014) A CF determina que os


crimes de racismo, a pr‡tica da tortura e o terrorismo s‹o
imprescrit’veis, inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia.

55. (CESPE/Pol’cia Federal Ð 2014) O terrorismo, o racismo, a tortura


e o tr‡fico il’cito de entorpecentes s‹o crimes hediondos, inafian•‡veis
e insuscet’veis de gra•a e anistia.

56. (CESPE/MPE-AC Ð 2014) A CF admite em situa•›es espec’ficas,


como as que envolvam a•‹o de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado democr‡tico, que alguŽm
possa ser julgado por —rg‹o judicial constitu’do ex post facto.

57. (CESPE/ TJ-SE Ð 2014) No julgamento de crimes dolosos contra a


vida, a compet•ncia do tribunal do jœri deve prevalecer ˆ de eventual
foro por prerrogativa de fun•‹o fixado por constitui•‹o estadual.

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58. (CESPE/ TJ-DF Ð 2014) O foro por prerrogativa de fun•‹o, mesmo


quando estabelecido exclusivamente por constitui•‹o estadual,
prevalece sobre a compet•ncia do tribunal do jœri, prevista na CF.

59. (CESPE / FNDE - 2012) A CF assegura a todos o direito de receber


dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado, n‹o se incluindo
entre —rg‹os pœblicos, para os fins desse dispositivo, sociedades de
economia mista e empresas pœblicas.

60. (CESPE / PREVIC - 2011) Independentemente do pagamento de


taxas, Ž assegurada a todos, para a defesa e esclarecimento de
situa•›es de interesse pessoal e de terceiro, a obten•‹o de certid›es
em reparti•›es pœblicas.

61. (CESPE / Juiz Federal TRF 3» Regi‹o - 2011/) O direito de peti•‹o


Ž direito fundamental de car‡ter universal, assegurado ˆ generalidade
das pessoas f’sicas, brasileiras ou estrangeiras, de modo individual ou
coletivo, mas n‹o ˆs pessoas jur’dicas, que n‹o disp›em de
legitimidade para valer-se desse instrumento de defesa de interesses
pr—prios ou de terceiros contra atos ilegais ou praticados com abuso
de poder.

62. (CESPE / TRT 1» Regi‹o - 2010) O princ’pio da inafastabilidade


da jurisdi•‹o tem aplica•‹o absoluta no sistema jur’dico vigente, o
qual n‹o contempla a hip—tese de ocorr•ncia da denominada jurisdi•‹o
condicionada.

63. (CESPE / MPU - 2013) A lei regular‡ a individualiza•‹o da pena,


proibidas, em qualquer situa•‹o, a pena de morte, a de car‡ter
perpŽtuo, a de trabalhos for•ados, a de banimento e a cruel.

64. (CESPE / DPE-PI - 2009) Qualquer pessoa, seja f’sica ou jur’dica,


nacional ou estrangeira, tem legitimidade para exercer o direito de
peti•‹o, apresentando reclama•›es a qualquer autoridade legislativa,
executiva ou jurisdicional, contra ilegalidade ou abuso de poder.

65. (CESPE / MPPE-PR - 2008) ƒ assegurada a todos, mediante o


pagamento de taxa, a obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas,
para defesa de direitos e esclarecimentos de situa•›es de interesse
pessoal.

66. (CESPE / TER-GO - 2009) A CF garante a obten•‹o de certid›es


em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situa•›es de interesse pessoal, mediante o pagamento das respectivas
taxas.

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67. (CESPE / INSS - 2008) Em 2007, Lœcio requereu aposentadoria


por tempo de servi•o perante o INSS por ter atingido a idade m’nima
exigida para o benef’cio e 35 anos de contribui•‹o. O INSS indeferiu o
requerimento porque n‹o considerou o per’odo trabalhado em XY
ComŽrcio Ltda., tempo de servi•o reconhecido e anotado na carteira de
trabalho de Lœcio por for•a de senten•a trabalhista transitada em
julgado. Ante tal indeferimento, o trabalhador solicitou ao INSS c—pia
do processo administrativo em que constava o indeferimento ou
certid‹o circunstanciada de inteiro teor do processo, mas o servidor
que o atendeu recusou-se a lhe fornecer a documenta•‹o solicitada. ƒ
direito de Lœcio o recebimento da certid‹o, que deve retratar fielmente
os fatos ocorridos no processo de requerimento de aposentadoria.

68. (CESPE / AGU - 2010) A CF assegura a todos, independentemente


do pagamento de taxas, a obten•‹o de certid›es em reparti•›es
pœblicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situa•›es de
interesse pessoal. Nesse sentido, n‹o sendo atendido o pedido de
certid‹o, por ilegalidade ou abuso de poder, o remŽdio cab’vel ser‡ o
habeas data.

69. (CESPE / Juiz TRF 3» Regi‹o - 2011) O texto constitucional


determina que a lei n‹o pode excluir da aprecia•‹o do Poder Judici‡rio
les‹o ou amea•a a direito, seja ela proveniente de a•‹o ou omiss‹o de
organiza•›es pœblicas, seja originada de conflitos privados; como
corol‡rio do princ’pio da inafastabilidade do controle judicial, a CF
garante, de modo expresso, o direito ao duplo grau de jurisdi•‹o em
todos os feitos e inst‰ncias.

70. (CESPE / Juiz TRF 3» Regi‹o - 2011) A jurisprud•ncia do STF


considera que o princ’pio do direito adquirido se imp›e a leis de direito
privado, mas n‹o a leis de ordem pœblica, pois estas se aplicam de
imediato, alcan•ando os efeitos futuros do ato jur’dico perfeito ou da
coisa julgada.

71. (CESPE / INSS - 2008) O princ’pio constitucional segundo o qual


a lei nova n‹o prejudicar‡ o ato jur’dico perfeito n‹o se aplica ˆs
normas infraconstitucionais de ordem pœblica.

72. (CESPE / INSS - 2008) Os servidores pœblicos de autarquias que


promovem interven•‹o no dom’nio econ™mico t•m direito adquirido a
regime jur’dico.

73. (CESPE / TRE-PA - 2007) O servidor pœblico tem direito adquirido


ao regime jur’dico, sendo defeso alterar as disposi•›es legais
existentes no momento do in’cio do exerc’cio do cargo.

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74. (CESPE / STM - 2011) A imparcialidade do Poder Judici‡rio e a


seguran•a do povo contra o arb’trio estatal s‹o garantidas pelo
princ’pio do juiz natural, que Ž assegurado a todo e qualquer indiv’duo,
brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jur’dicas.

75. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF permite que seja constitu’do


tribunal penal especial para o julgamento de crimes hediondos que
causem grande repercuss‹o na localidade em que foram cometidos.

76. (CESPE / MPE-RR - 2008) Os tribunais de exce•‹o s‹o criados em


determinadas situa•›es excepcionais, tais como o julgamento de
crimes de genoc’dio.

77. (CESPE / PM-DF - 2010) Em casos de crimes que causem grande


como•‹o nacional, como no caso de genoc’dio, a CF permite que seja
constitu’do tribunal penal especial para julg‡-los.

78. (CESPE / SEAD-SE - 2009) CŽlio Ž analista administrativo da


Secretaria de Estado da Administra•‹o de estado da federa•‹o h‡ 5
anos. Em janeiro de 2009, ele foi convocado para integrar o corpo de
jurados do tribunal do jœri da capital do seu estado. CŽlio encaminhou
expediente ao juiz titular do tribunal, alegando a impossibilidade de
participar do corpo de jurados em raz‹o de as vota•›es serem
pœblicas, n‹o havendo sigilo, o que lhe deixaria em uma posi•‹o de
exposi•‹o pessoal na cidade em que reside. Nessa situa•‹o, CŽlio
equivocou-se ao encaminhar o expediente ao magistrado, uma vez que
a CF assegura o sigilo das vota•›es no tribunal do jœri.

79. (CESPE / TRE-BA - 2010) A compet•ncia do jœri Ž para


julgamento dos crimes contra a vida, sejam eles dolosos ou culposos.

80. (CESPE / STF - 2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a


vida Ž de compet•ncia do tribunal do jœri, mas a CF n‹o impede que
outros crimes sejam igualmente julgados por esse —rg‹o.

81. (CESPE / OAB - 2009) ƒ correto afirmar que a lei penal:

a) n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu.

b) retroagir‡, salvo disposi•‹o expressa em contr‡rio.

c) n‹o retroagir‡, salvo se o fato criminoso ainda n‹o for conhecido.

d) retroagir‡, se ainda n‹o houver processo penal instaurado.

82. (CESPE / STJ - 2008) No Brasil, o terrorismo e o racismo s‹o


imprescrit’veis, inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia.

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83. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Por for•a constitucional, s‹o


inafian•‡veis os crimes de racismo e de tortura.

84. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Respondem pelo crime de tortura


tanto as pessoas que a praticam quanto as que, podendo evit‡-la, se
omitem.

85. (CESPE / OAB - 2007) S‹o inafian•‡veis os crimes de racismo,


tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os cometidos por grupos armados, civis e militares, contra a ordem
constitucional e o estado democr‡tico. Mas em rela•‹o aos crimes
hediondos, fica o legislador autorizado a excluir ou n‹o a
inafian•abilidade.

86. (CESPE / BRB - 2010) Conforme expressa disposi•‹o


constitucional, o tr‡fico il’cito de subst‰ncias entorpecentes e drogas
afins Ž considerado crime inafian•‡vel e imprescrit’vel.

87. (CESPE / Pol’cia Civil Ð PB - 2009) O crime de tortura Ž


afian•‡vel, mas ser‡ insuscet’vel de gra•a ou anistia ou de liberdade
provis—ria.

88. (CESPE / MPE-RO - 2010) Segundo jurisprud•ncia do STF, Ž


constitucional norma legal que vede a progress‹o do regime de
cumprimento de pena para os crimes hediondos.

89. (CESPE / MPU - 2010) O ordenamento constitucional veda o


envio compuls—rio de brasileiros ao exterior, que caracterizaria a pena
de banimento, assim como pro’be a retirada coativa de estrangeiros do
territ—rio nacional, que caracterizaria a pena de expuls‹o.

90. (CESPE / TRE-MA - 2009) Inexiste pena de morte, no Brasil, em


qualquer hip—tese.

91. (CESPE / TRT 5» Regi‹o - 2008) ƒ proibida a institui•‹o de pena


de morte no Brasil por for•a de mandamento constitucional.

92. (CESPE / OAB ÐSP - 2009) Segundo a CF, pode ser institu’da
pena:

a) de car‡ter perpŽtuo.

b) de trabalhos for•ados.

c) de perda de bens.

d) de banimento

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93. (CESPE / TRT 1» Regi‹o - 2008) Se, em senten•a judicial


transitada em julgado, JosŽ for condenado ao perdimento de bens
importados ilegalmente e, durante o curso do processo, ocorrer o
falecimento de JosŽ, nessa situa•‹o, os sucessores dele receber‹o o
patrim™nio, j‡ que Ž pŽtrea a determina•‹o de que nenhuma pena
pode ser estendida aos sucessores do condenado.

94. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) O Estado brasileiro deve assegurar ˆs


presidi‡rias as condi•›es necess‡rias para que possam permanecer
com os seus filhos durante o per’odo de amamenta•‹o.

95. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) A publicidade dos atos processuais Ž


restrita ˆs partes e aos seus advogados.

96. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) Os presos federais n‹o t•m direito ˆ


identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o.

97. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) A pris‹o ilegal s— ser‡ imediatamente


relaxada pela autoridade judici‡ria quando decorrente de prova il’cita.

98. (CESPE/MPE-AC Ð 2014) Em se tratando de crimes de a•‹o


pœblica, o oferecimento da a•‹o penal Ž de compet•ncia privativa do
MP, n‹o se admitindo a a•‹o privada, ainda que aquela n‹o seja
proposta no prazo legal.

99. (CESPE/MPE-AC Ð 2014) Consoante o STF, configura express‹o


do direito de defesa o acesso de advogado, no interesse do
representado, aos elementos de prova produzidos por —rg‹o com
compet•ncia de pol’cia judici‡ria, desde que j‡ estejam documentados
em procedimento investigativo.

100. (CESPE/ TCDF Ð 2014) No entendimento do STF, a garantia do


devido processo legal n‹o torna obrigat—ria a defesa tŽcnica por
advogado no ‰mbito dos processos administrativos disciplinares que
envolvam servidores pœblicos.

101. (CESPE / MPU - 2013) Nenhum brasileiro nato ser‡ extraditado,


salvo em caso de comprovado envolvimento em tr‡fico internacional
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

102. (CESPE / TCE-BA - 2010) A CF prev• que o estrangeiro n‹o pode


ser extraditado por crime pol’tico ou de opini‹o.

103. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) A CF prev• que n‹o se concede
extradi•‹o de estrangeiro por crime pol’tico ou de opini‹o, porŽm os
brasileiros naturalizados podem ser extraditados em caso de crime
comum, praticado antes da naturaliza•‹o.

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104. (CESPE / TRT 3» Regi‹o Ð 2010) A doutrina e a jurisprud•ncia


dominantes entendem ser inaplic‡vel a garantia do contradit—rio e da
ampla defesa ao inquŽrito policial, uma vez que se n‹o tem aqui um
processo compreendido como instrumento destinado a decidir lit’gio.

105. (CESPE/ Juiz TRT 1» Regi‹o - 2010) A CF assegura aos litigantes


em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral o
contradit—rio e a ampla defesa, com os meios e recursos a eles
inerentes, raz‹o pela qual, no ‰mbito do processo administrativo
disciplinar, Ž imprescind’vel a presen•a de advogado.

106. (CESPE / MPU - 2010) Considerando que os direitos sejam bens e


vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os
instrumentos que asseguram o exerc’cio de tais direitos, a garantia do
contradit—rio e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de
natureza criminal de forma exclusiva.

107. (CESPE/ Pol’cia Federal - 1997) Imagine que os meios de


comunica•‹o hajam realizado ampla cobertura jornal’stica acerca de
Guilherme, cidad‹o brasileiro suspeito de haver posto um artefato
explosivo em um avi‹o de carreira, apontando-o como efetivo
respons‡vel pelo ato que causou o pouso for•ado da aeronave, com
les›es corporais em dezenas de passageiros e duas mortes. Todas as
not’cias basearam-se nas apaixonadas declara•›es que Lu’s, Delegado
de Pol’cia Federal, fez em pœblico, afirmando sua convic•‹o pessoal
quanto ˆ culpabilidade de Guilherme, em raz‹o dos ind’cios de que
dispunha atŽ aquele momento. Guilherme, devido ao intenso
burburinho que se formou em torno de sua pessoa, entrou em
depress‹o, foi demitido e seus filhos sofreram o repœdio dos colegas
de escola. Alguns meses depois, quando a imprensa j‡ deixara de
comentar o assunto, o inquŽrito policial chegou a termo e o delegado
respons‡vel, Lu’s, apontou como verdadeiro culpado no relat—rio final,
Ant™nio, outro passageiro do avi‹o, que, ali‡s, confessou o crime.
Ant™nio foi denunciado pelo MinistŽrio Pœblico Federal e acabou
condenado pelo delito. Tendo em conta a situa•‹o acima e as normas
constitucionais relativas aos direitos e garantias fundamentais, uma
vez que a autoridade policial respons‡vel pela investiga•‹o formasse
sua ’ntima convic•‹o acerca da culpabilidade de Guilherme, caberia a
este provar a pr—pria inoc•ncia.

108. (CESPE / TJ-DF - 2003) De acordo com a teoria dos frutos da


‡rvore envenenada, a prova il’cita origin‡ria contamina as demais
provas dela decorrentes, sendo todas elas inadmiss’veis no processo.

109. (CESPE / AUGE-MG - 2009) Admite-se que a lei restrinja a


publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem.
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110. (CESPE / PM-DF - 2009) O juiz de direito da vara criminal de uma


cidade decretou a pris‹o preventiva de Joel, por este ter praticado
tr‡fico de drogas, crime equiparado a hediondo pela CF. O juiz
determinou que a decis‹o fosse cumprida pela PMDF. O mandado
chegou ˆ PMDF ˆs 20 h e foi distribu’do ˆ equipe que se encontrava de
plant‹o naquela noite, comandada pelo capit‹o Oliveira.
Imediatamente, os policiais dirigiram-se para a casa do acusado,
bateram ˆ porta e perguntaram por Joel, ouvindo de sua esposa que
ele n‹o estava. Oliveira determinou uma busca na resid•ncia,
encontrando Joel escondido debaixo da cama do casal. O capit‹o
informou ao procurado o motivo de sua pris‹o e que ele teria direito a
um advogado. Os familiares de Joel indagaram para onde ele seria
levado, tendo o policial respondido que essa informa•‹o s— seria
passada ao advogado do preso no dia seguinte. Em seguida, Joel foi
levado para o quartel da PMDF mais pr—ximo. No dia seguinte, o
capit‹o Oliveira encaminhou documento ao juiz criminal com os
seguintes dizeres: Exmo. Sr. Juiz. Miss‹o cumprida. O traficante j‡ est‡
preso. Permanecemos ˆ sua disposi•‹o.

Os policiais agiram corretamente quanto ˆs informa•›es passadas aos


familiares e ao juiz, visto que tinham a obriga•‹o de informar aos
familiares apenas o motivo da pris‹o de Joel e, ao juiz, informar t‹o
somente que a decis‹o havia sido cumprida conforme determinado.
Quest›es relativas ao local onde Joel estava detido s‹o de ordem
meramente administrativa e inexiste necessidade de essa
comunica•‹o ser feita ao juiz ou aos familiares.

111. (CESPE / PM-DF - 2009) Os policiais que efetuaram a pris‹o de


Joel t•m direito ao anonimato, visando resguardar sua integridade e a
de sua fam’lia contra poss’veis retalia•›es.

112. (CESPE / DPE-AL - 2009) Segundo entendimento do STF, Ž


vedada a utiliza•‹o de algemas, sob pena de ofensa ao princ’pio da
dignidade da pessoa humana e do direito fundamental do cidad‹o de
n‹o ser submetido a tratamento desumano ou degradante.

113. (CESPE / Pol’cia Civil Ð PB - 2009) O uso il’cito de algemas


poder‡ impor a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e a nulidade da pris‹o ou do ato processual a que se
refere.

114. (CESPE / Pol’cia Civil Ð TO - 2008) O preso tem o direito de saber


os motivos de sua pris‹o e a identifica•‹o das autoridades ou agentes
que a est‹o efetuando, para que eventuais ilegalidades e abusos sejam
apontados.

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115. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Enquanto dura a pena de reclus‹o,


ficam suspensos os direitos constitucionais do preso.

116. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Para serem resguardados os agentes


policiais e os delegados de pol’cia contra eventuais retalia•›es por
parte das pessoas que eles prendem, os presos n‹o t•m direito ˆ
identifica•‹o dos respons‡veis pela sua pris‹o.

117. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) Diante dos requisitos legais, o
juiz de direito de determinada comarca decretou a pris‹o preventiva
do vereador Galego, suspeito de tr‡fico de drogas, bem como
autorizou a realiza•‹o de busca e apreens‹o em sua resid•ncia. A
pol’cia, de posse dos mandados judiciais, dirigiu-se atŽ a c‰mara
municipal, n‹o logrando •xito em encontrar o vereador. Ës 20 h, a
pol’cia localizou Galego em sua resid•ncia. Galego tem o direito
constitucional ˆ identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou por
seu interrogat—rio policial.

118. (CESPE / TJ-DF - 2003) Carlos foi preso, acusado de n‹o estar
pagando pens‹o aliment’cia devida ˆs suas filhas. Se n‹o houve
flagrante, a pris‹o de Carlos ser‡ considerada ilegal.

119. (CESPE/C‰mara dos Deputados Ð 2014) A legitimidade ativa do


habeas data, destinado a assegurar o conhecimento de informa•›es
relativas ao impetrante constantes de registros ou banco de dados,
est‡ adstrita ˆs pessoas f’sicas.

120. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado sempre que alguŽm sofrer viol•ncia em sua liberdade de
locomo•‹o.

121. (CESPE/PM-CE Ð 2014) No ordenamento jur’dico brasileiro, o


habeas corpus somente pode ser impetrado na forma repressiva, ou
seja, somente no caso de alguŽm efetivamente ter sofrido viol•ncia
que limite liberdade de locomo•‹o, por ilegalidade ou abuso de poder.

122. (CESPE/MDIC-2014) Ter‡ legitimidade para impetrar mandado


de seguran•a coletivo o partido pol’tico que tenha, no m’nimo, um
representante na C‰mara dos Deputados e um no Senado Federal.

123. (CESPE/TJ-CE Ð 2014) A todos os cidad‹os Ž gratuita a a•‹o


de habeas data.

124. (CESPE/ TJ-SE Ð 2014) Entidade de classe somente pode


impetrar mandado de seguran•a coletivo em favor de seus associados
se for por eles expressamente autorizada.

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125. (CESPE/ C‰mara dos Deputados Ð 2014) Para que uma entidade
de classe aju’ze mandado de seguran•a coletivo em favor de seus
associados, alŽm do prazo m’nimo de um ano de regular exist•ncia
dessa entidade, Ž necess‡rio que ela conte com autoriza•‹o da
respectiva assembleia.

126. (CESPE/ MEC Ð 2014) O mandado de injun•‹o Ž impr—prio para


pleitear em ju’zo direito individual l’quido e certo decorrente de norma
constitucional autoaplic‡vel.

127. (CESPE/ MEC Ð 2014) Para a retifica•‹o de informa•›es


constantes de cadastros de registros pœblicos ou banco de dados de
entidades governamentais, Ž inadmiss’vel a impetra•‹o de habeas
data, cuja fun•‹o Ž assegurar apenas o conhecimento dessas
informa•›es.

128. (CESPE / MP-PI - 2012) Caracteriza-se como repressivo o


Òhabeas corpusÓ impetrado por alguŽm que se julgue amea•ado de
sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o por
ilegalidade ou abuso de poder.

129. (CESPE / MP-PI - 2012) A jurisprud•ncia do STF n‹o admite


impetra•‹o de Òhabeas corpusÓ em favor de pessoa jur’dica, ainda que
esta figure como rŽ em a•‹o de crime contra o meio ambiente.

130. (CESPE / TJ-PI - 2012) A legitimidade para impetrar Òhabeas


corpusÓ pertence apenas ˆ pessoa natural afetada por qualquer
medida que restrinja ou ameace restringir a sua liberdade de
locomo•‹o.

131. (CESPE / MP-PI - 2012) Segundo a jurisprud•ncia dominante do


STF, Ž cab’vel Òhabeas corpusÓ contra decis‹o condenat—ria ˆ pena de
multa.

132. (CESPE / Procurador BACEN - 2013) ƒ poss’vel a desist•ncia de


mandado de seguran•a ap—s a senten•a de mŽrito, ainda que favor‡vel
ao impetrante, sem a anu•ncia do impetrado.

133. (CESPE / AGU - 2012) De acordo com o entendimento do STF, o


estado-membro n‹o disp›e de legitimidade para propor, contra a
Uni‹o, mandado de seguran•a coletivo em defesa de supostos
interesses da popula•‹o residente na unidade federada.

134. (CESPE / TJ-PI - 2012) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por organiza•‹o sindical, entidade de classe ou
associa•‹o legalmente constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados,

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mas n‹o por partido pol’tico, que n‹o possui representa•‹o para a
defesa de direitos de categorias sociais em particular.

135. (CESPE / TJ-RR - 2012) O cidad‹o que esteja impedido de


exercer direito individual em raz‹o da aus•ncia de norma
regulamentadora poder‡ valer-se do mandado de injun•‹o.

136. (CESPE / TJ-RR - 2012) Considere que Ant™nio, preso pol’tico


durante a ditadura, pretenda obter informa•›es de seu interesse
constantes de banco de dados de entidade governamental. Considere,
ainda, que o pedido de Ant™nio seja indeferido na esfera
administrativa. Nessa situa•‹o, Ant™nio dever‡ impetrar Òhabeas
corpusÓ junto ao Poder Judici‡rio a fim de obter as informa•›es
desejadas.

137. (CESPE / BACEN - 2013) Para o cabimento do habeas data, n‹o Ž


necess‡rio que o impetrante comprove prŽvia recusa do acesso a
informa•›es ou de sua retifica•‹o.

138. (CESPE / MPOG - 2013) O habeas data, importante a•‹o


constitucional, assegura o conhecimento de informa•›es relativas ˆ
pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de
entidades governamentais ou de car‡ter pœblico, mas veda ao
impetrante a retifica•‹o desses dados.

139. (CESPE / TCE-RS - 2013) Para propor a•‹o popular objetivando


anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico, n‹o Ž necess‡rio que o
indiv’duo esteja no gozo de direitos que lhe permitam participar da
vida pol’tica.

140. (CESPE / TRT 8» Regi‹o - 2013) Ao constatar que o esgoto


produzido em uma edifica•‹o que sediava um —rg‹o da administra•‹o
pœblica era lan•ado diretamente no principal rio da cidade, um cidad‹o
local, inconformado com tal situa•‹o de descaso com o meio ambiente,
decidiu pleitear, pela via judicial, a obten•‹o de medida que
protegesse o meio ambiente da agress‹o constatada. Nessa situa•‹o
hipotŽtica, para requerer a medida protetiva pretendida, o referido
cidad‹o dever‡ impetrar:

a) habeas corpus.

b) a•‹o popular.

c) mandado de seguran•a coletivo.

d) habeas data.

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e) mandado de injun•‹o.

141. (CESPE / TJ-RR - 2012) Todas as pessoas f’sicas ou jur’dicas s‹o


partes leg’timas para propor a•‹o popular que vise anular ato lesivo ao
patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado participe, ˆ
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico
e cultural.

142. (CESPE / TJ-RR - 2012) Embora apenas o cidad‹o tenha


legitimidade para o ajuizamento da a•‹o popular, o MinistŽrio Pœblico
pode, na hip—tese de desist•ncia da a•‹o por parte do autor, promover
o respectivo prosseguimento do feito.

143. (CESPE / TJ-RR - 2012) O direito ˆ dura•‹o razo‡vel de


processos, tanto no ‰mbito judicial quanto no administrativo, Ž um
direito fundamental previsto expressamente na CF.

144. (CESPE / Juiz TRF 2» Regi‹o - 2011) A liberdade de locomo•‹o


em tempo de paz, que engloba, em rela•‹o ao territ—rio nacional, as
situa•›es de acesso e ingresso, sa’da e perman•ncia, assim como a
possibilidade de deslocamento, constitui direito absoluto, que n‹o
comporta limita•›es.

145. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Os chamados remŽdios


constitucionais, ou remŽdios do direito constitucional, constituem em
meios ˆ disposi•‹o do indiv’duo para provocar a atua•‹o das
autoridades competentes, com o fim de evitar ou sanar ilegalidade e
abuso de poder em preju’zo de direitos e interesses individuais ou
coletivos.

146. (CESPE / TRE-MT - 2010) O Òhabeas corpusÓ pode ser impetrado


tanto contra ato emanado do poder pœblico como contra ato de
particular, sempre que alguŽm sofrer ou se achar amea•ado de sofrer
viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o.

147. (CESPE / DPE-PI - 2009) O sujeito passivo do Òhabeas corpusÓ


ser‡ a autoridade pœblica, pois somente ela tem a prerrogativa de
restringir a liberdade de locomo•‹o individual em benef’cio do
interesse pœblico ou social, raz‹o pela qual n‹o se admite sua
impetra•‹o contra ato de particular.

148. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Caso a senten•a penal


condenat—ria emanada de juiz militar imponha pena de exclus‹o de
militar ou de perda de patente, ser‡ cab’vel a utiliza•‹o do Òhabeas
corpusÓ.

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149. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Ainda que j‡ extinta a pena


privativa de liberdade, Ž cab’vel a utiliza•‹o de Òhabeas corpusÓ para
pedido de reabilita•‹o de paciente.

150. (CESPE / Pol’cia Federal - 2000) Caso ocorra, ao fim de um


processo penal, a fixa•‹o de pena de multa em senten•a penal
condenat—ria, ficar‡ prejudicada a utiliza•‹o do Òhabeas corpusÓ, haja
vista a sua destina•‹o exclusiva ˆ tutela do direito de ir e vir.

151. (CESPE / TJ-PB - 2010) S‹o legitimados para impetrar mandado


de seguran•a a pessoa f’sica, nacional ou estrangeira, e a pessoa
jur’dica privada, mas n‹o a pœblica, visto o mandado de seguran•a ter
como fun•‹o garantir direito l’quido e certo contra ato de autoridade
pœblica.

152. (CESPE / TRT 1» Regi‹o - 2010) ƒ cab’vel a impetra•‹o de


mandado de seguran•a contra ato jurisdicional das turmas do STF.

153. (CESPE / MCT-FINEP - 2009) Ser‡ cab’vel, em qualquer


circunst‰ncia, manejo de mandado de seguran•a para proteger direito
l’quido e certo quando o respons‡vel pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pœblica ou agente de pessoa jur’dica no exerc’cio
de atribui•›es do poder pœblico.

154. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguran•a pode ser


interposto mesmo contra ato administrativo do qual caiba recurso
administrativo com efeito suspensivo, independentemente de cau•‹o.

155. (CESPE / DPE-PI - 2009) O mandado de seguran•a pode ser


impetrado por pessoas naturais, mas n‹o por pessoas jur’dicas, em
defesa de direitos individuais.

156. (CESPE / OAB - 2010) A aus•ncia de decis‹o administrativa em


prazo razo‡vel n‹o enseja mandado de seguran•a, pois o Poder
Judici‡rio n‹o pode fixar prazo para decis›es do Poder Executivo.

157. (CESPE / OAB - 2010) Estrangeiro residente no exterior n‹o pode


impetrar mandado de seguran•a no Brasil.

158. (CESPE / Senado Federal - 2002) O partido pol’tico com


representa•‹o nacional pode impetrar mandado de seguran•a coletivo
contra ilegalidade ou abuso de poder.

159. (CESPE / MPE-SE - 2010) Diferentemente das organiza•›es


sindicais, das entidades de classe e das associa•›es, os partidos
pol’ticos n‹o t•m legitimidade para impetrar mandado de seguran•a
coletivo.

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160. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por pessoas jur’dicas, pœblicas ou privadas, como as
organiza•›es sindicais e as entidades de classe legalmente
constitu’das, mas n‹o por partidos pol’ticos.

161. (CESPE / TRF 5» Regi‹o - 2008) Qualquer partido pol’tico pode


impetrar mandado de seguran•a coletivo para prote•‹o de direito
l’quido e certo.

162. (CESPE / Juiz TRT 1» Regi‹o - 2010) De acordo com a CF, o


mandado de injun•‹o Ž remŽdio destinado a suprir lacuna ou aus•ncia
de regulamenta•‹o de direito previsto na CF e em norma
infraconstitucional.

163. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) Segundo a CF, deve ser
concedido habeas data sempre que a aus•ncia de norma
regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e das
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ
nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania.

164. (CESPE / IBRAM - 2009) O STF adota a posi•‹o de que o


mandado de injun•‹o n‹o tem fun•‹o concretista, porque n‹o cabe ao
Poder Judici‡rio conferir disciplina legal ao caso concreto sob pena de
viola•‹o ao princ’pio da separa•‹o dos poderes.

165. (CESPE / TCE-TO - 2009) O STF passou a admitir a ado•‹o de


solu•›es normativas para a decis‹o judicial como alternativa leg’tima
de tornar a prote•‹o judicial efetiva por meio do mandado de injun•‹o.

166. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de injun•‹o tem como


objeto o n‹o cumprimento de dever constitucional de legislar que, de
alguma forma, afete direitos constitucionalmente assegurados, sendo
pac’fico, na jurisprud•ncia do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele
s— Ž cab’vel se a omiss‹o tiver car‡ter absoluto ou total, e n‹o parcial.

167. (CESPE / Juiz TRF 2» Regi‹o - 2011) O Òhabeas dataÓ pode ser
impetrado contra qualquer —rg‹o do Estado, seja ele do Poder
Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judici‡rio, mas n‹o contra
pessoas jur’dicas de direito privado.

168. (CESPE / PM-DF - 2010) A CF prev•, entre outras garantias


fundamentais, o mandado de injun•‹o como instrumento para
assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico.

169. (CESPE / TRE-MT - 2009) Segundo a CF, cabe mandado de


injun•‹o para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ
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pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de


entidades governamentais ou de car‡ter pœblico.

170. (CESPE / Juiz TRT 1» Regi‹o - 2010) Como a garantia


constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito
de acesso a informa•›es constantes de registros ou banco de dados de
entidades governamentais ou de car‡ter pœblico relativo a dados
pessoais pertinentes ˆ pessoa do impetrante, a pessoa jur’dica n‹o
tem legitimidade para o ajuizamento desse tipo de a•‹o.

171. (CESPE / MPE-SE - 2010) Habeas data Ž o remŽdio constitucional


adequado para o caso de recusa de fornecimento de certid›es para
defesa de direitos e esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal,
pr—prio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de obten•‹o
de informa•›es de interesse particular, coletivo ou geral.

172. (CESPE / DPF - 2009) Conceder-se-‡ habeas data para assegurar


o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante ou ˆ
de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico.

173. (CESPE / TRE-MT - 2010) O habeas data destina-se a assegurar o


conhecimento de informa•›es pessoais constantes de registro de
bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblico,
desde que geridas por servidores do Estado.

174. (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Maria protocolou junto ao DETRAN


requerimento com a finalidade de conhecer as informa•›es acerca de
sua pessoa constantes no banco de dados daquele —rg‹o. O pedido foi
negado pelo diretor, com base em portaria do —rg‹o que proibia o
acesso pretendido por Maria, apesar de as informa•›es n‹o serem de
uso exclusivo do DETRAN. Para ter acesso ˆs informa•›es, Maria
poder‡ valer-se do mandado de injun•‹o. Essa a•‹o constitucional
destina-se a assegurar o acesso a informa•›es relativas ˆ pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico.

175. (CESPE / TRT 21» Regi‹o - 2010) Na impetra•‹o do habeas data,


o interesse de agir configura-se diante do bin™mio utilidade-
necessidade dessa a•‹o constitucional, independentemente da
apresenta•‹o da prova negativa da via administrativa.

176. (CESPE / OAB - 2009) O habeas data pode ser impetrado ao


Poder Judici‡rio, independentemente de prŽvio requerimento na esfera
administrativa.

177. (CESPE / ANATEL - 2009) Qualquer cidad‹o poder‡ impetrar


habeas data no Poder Judici‡rio para assegurar o conhecimento de
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informa•›es relativas a sua pessoa dispon’veis na Ag•ncia Nacional de


Telecomunica•›es (ANATEL), independentemente de ter formulado o
pedido diretamente na ag•ncia.

178. (CESPE / MPS - 2010) A nacionalidade brasileira Ž condi•‹o


necess‡ria e suficiente para propor a•‹o popular visando ˆ declara•‹o
de nulidade de ato lesivo ao patrim™nio hist—rico e cultural.

179. (CESPE / TCE-BA - 2010) A a•‹o popular, que tem como


legitimado ativo o cidad‹o brasileiro nato ou naturalizado, exige, para
seu ajuizamento, o prŽvio esgotamento de todos os meios
administrativos e jur’dicos de preven•‹o ou repress‹o aos atos ilegais
ou imorais lesivos ao patrim™nio pœblico.

180. (CESPE / TCE-TO - 2009) O mandado de injun•‹o Ž o remŽdio


constitucional adequado para anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico
ou de entidade de que o Estado participe, ˆ moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada m‡-fŽ, isento de custas judiciais e do ™nus da
sucumb•ncia.

181. (CESPE / MPE-SE - 2010) Se o autor da a•‹o popular dela


desistir, o MP poder‡, entendendo presentes os devidos requisitos,
dar-lhe prosseguimento.

182. (CESPE / TRT 5» Regi‹o - 2008) Para propositura de a•‹o


popular, o autor deve demonstrar a plenitude do exerc’cio de seus
direitos pol’ticos.

183. (CESPE / OAB - 2008) O Estado deve prestar assist•ncia jur’dica


integral e gratuita a todos.

184. (CESPE / Juiz TRT 23» Regi‹o - 2011) O Estado indenizar‡ o


condenado por erro judici‡rio, ou seja, apenas quando a condena•‹o
fizer com que alguŽm fique preso alŽm do tempo fixado na senten•a.

185. (CESPE / TJ-SC - 2011) ƒ gratuita a certid‹o de —bito para os


reconhecidamente pobres na forma da lei.

186. (CESPE / MPS - 2010) Para aqueles que s‹o, nos termos da lei,
reconhecidamente pobres, o Estado deve prover gratuitamente a
certid‹o do registro civil de nascimento, de casamento e de —bito.

187. (CESPE / MCT Ð FINEP - 2009) As a•›es de Òhabeas corpusÓ e


habeas data s‹o gratuitas.

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188. (CESPE / TRE-MT - 2009) O direito ˆ dura•‹o razo‡vel do


processo, tanto no ‰mbito judicial quanto no ‰mbito administrativo, Ž
um direito fundamental previsto expressamente na CF.

189. (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Entre os direitos fundamentais


previstos expressamente na CF est‡ o direito ˆ dura•‹o razo‡vel dos
processos, tanto no ‰mbito judicial quanto no administrativo.

190. (CESPE / TJ-PA - 2002) Considerando o disposto na norma


constante do ¤ 1.¼ do art. 5.¼: "as normas definidoras dos direitos e
garantias fundamentais t•m aplica•‹o imediata", Ž correto afirmar que
as normas de direitos fundamentais n‹o est‹o condicionadas ˆ atua•‹o
reguladora do legislador.

191. (CESPE / TRE-MT - 2009) Os direitos e garantias fundamentais


est‹o previstos de forma taxativa na CF.

192. (CESPE / STM - 2011) Os direitos e as garantias expressos na


Constitui•‹o Federal de 1988 ( CF ) excluem outros de car‡ter
constitucional decorrentes do regime e dos princ’pios por ela
adotados, uma vez que a enumera•‹o constante no artigo 5.¼ da CF Ž
taxativa.

193. (CESPE / MMA - 2009) Os direitos e garantias fundamentais


encontram-se destacados exclusivamente no art. 5.¡ do texto
constitucional.

194. (CESPE / AUGE-MG - 2009) Nosso sistema constitucional


estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais,
raz‹o pela qual eles n‹o podem ser ampliados alŽm daqueles
constantes do art. 5.¼ da CF.

195. (CESPE / MPE-RO - 2010) Os tratados de direitos humanos, ainda


que aprovados apenas no Senado Federal, em dois turnos e por
maioria qualificada, equiparam-se ˆs emendas constitucionais.

196. (CESPE / PM-DF - 2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em


cada uma de suas casas, em dois turnos, por tr•s quintos dos seus
votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse sobre
direitos humanos, esse tratado ser‡ equivalente ˆs emendas
constitucionais.

197. (CESPE / TJ-RR - 2012) Caso o Congresso Nacional aprove, em


dois turnos, por tr•s quintos dos votos dos respectivos membros,
tratado internacional sobre direitos humanos, este ter‡ for•a de
normativa equivalente ˆs emendas constitucionais.

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198. (CESPE / TRT 17» Regi‹o - 2009) O Brasil se submeter‡ ˆ


jurisdi•‹o de Tribunal Penal Internacional a cuja cria•‹o manifestar
ades‹o.

199. (CESPE / TRF 5» Regi‹o - 2008) O Brasil se submete ˆ jurisdi•‹o


de tribunal penal internacional a cuja cria•‹o manifeste ades‹o.

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Gabarito

1. LETRA C
2. LETRA D
3. ERRADA
4. CORRETA
5. CORRETA
6. LETRA A
7. LETRA B
8. LETRA B
9. LETRA A
10. LETRA C
11. ERRADA
12. ERRADA
13. LETRA B
14. ERRADA
15. ERRADA
16. ERRADA
17. ERRADA
18. ERRADA
19. CORRETA
20. ERRADA
21. LETRA A
22. ERRADA
23. CORRETA
24. CORRETA
25. ERRADA
26. ERRADA
27. ERRADA
28. ERRADA
29. CORRETA
30. ERRADA
31. ERRADA
32. CORRETA
33. ERRADA
34. CORRETA
35. ERRADA
36. ERRADA
37. ERRADA
38. CORRETA
39. ERRADA
40. ERRADA
41. CORRETA

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42. ERRADA
43. CORRETA
44. ERRADA
45. CORRETA
46. CORRETA
47. ERRADA
48. CORRETA
49. ERRADA
50. ERRADA
51. CORRETA
52. ERRADA
53. CORRETA
54. ERRADA
55. ERRADA
56. ERRADA
57. CORRETA
58. ERRADA
59. ERRADA
60. ERRADA
61. ERRADA
62. ERRADA
63. ERRADA
64. CORRETA
65. ERRADA
66. ERRADA
67. CORRETA
68. ERRADA
69. ERRADA
70. ERRADA
71. ERRADA
72. ERRADA
73. ERRADA
74. CORRETA
75. ERRADA
76. ERRADA
77. ERRADA
78. CORRETA
79. ERRADA
80. CORRETA
81. LETRA A
82. ERRADA
83. CORRETA
84. CORRETA

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85. ERRADA
86. ERRADA
87. ERRADA
88. ERRADA
89. ERRADA
90. ERRADA
91. ERRADA
92. LETRA C
93. ERRADA
94. CORRETA
95. ERRADA
96. ERRADA
97. ERRADA
98. ERRADA
99. CORRETA
100. CORRETA
101. ERRADA
102. CORRETA
103. CORRETA
104. CORRETA
105. ERRADA
106. ERRADA
107. ERRADA
108. CORRETA
109. CORRETA
110. ERRADA
111. ERRADA
112. ERRADA
113. CORRETA
114. CORRETA
115. ERRADA
116. ERRADA
117. CORRETA
118. ERRADA
119. ERRADA
120. ERRADA
121. ERRADA
122. ERRADA
123. CORRETA
124. ERRADA
125. ERRADA
126. CORRETA
127. ERRADA

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128. ERRADA
129. CORRETA
130. ERRADA
131. ERRADA
132. CORRETA
133. CORRETA
134. ERRADA
135. CORRETA
136. ERRADA
137. ERRADA
138. ERRADA
139. ERRADA
140. LETRA B
141. ERRADA
142. CORRETA
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DIREITO CONSTITUCIONAL – ABIN 
    Teoria e Questões 
  Aula 02 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 

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