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Elementos de Mecanica Quantica
Elementos de Mecanica Quantica
Ondas:
Considere uma função qualquer f x . A operação f x a desloca essa função
rigidamente, mantendo a forma, para a direita pela distância a . Agora a função f x vt , onde
v é uma velocidade, se desloca ao longo tempo para a direita sem se deformar, ou seja, trata-se
do que conhecemos por ondas. Podemos trocar f [ x vt ] por uma função do tipo f [kx t ] , onde
k tem dimensão de 1/comprimento e dimensão de 1/tempo, de modo que o argumento kx t
seja adimensional. Nesse caso kx t k[ x t ] , percebe-se que v é a velocidade da onda.
k k
Ondas harmônicas são periódicas no espaço e no tempo do tipo f ( x, t ) cos[kx t ] ou
f ( x, t ) sen[kx t ] ou ainda f ( x, t ) ei ( kx t ) . Uma função é periódica no espaço com
periodicidade se f ( x ) f ( x) e no tempo com periodicidade se f (t ) f (t ) . No caso
das ondas harmônicas sabemos que as funções seno e coseno possuem periodicidade de 2 pois
f 2 f . Então a periodicidade espacial é dada por k 2 e a temporal é dada por
2 2
2 , identidades mais conhecidas na forma k e . A freqüência de um evento
1
repetitivo é dada pelo número de oscilações em um segundo, logo , e vale a relação 2
. A grandeza k é chamada de vetor de onda, é chamado de comprimento de onda e é a
freqüência angular. A relação entre k , e a velocidade da onda pode ser escrita como
v v , ou seja, em um período a onda se deslocou por um comprimento de onda .
Uma onda é caracterizada então pela sua intensidade, comprimento de onda e velocidade de
propagação.
2
probabilidade, ou seja, f x é uma função qualquer, inclusive complexa e pode assumir valores
positivos e negativos. A única restrição é que a função seja absolutamente integrável, ou seja,
transforma qualquer número complexo em um número real e positivo. A única opção para Se
f x
2
k
2
W k
. Usando essas duas densidades de probabilidade podemos expressar as
k
2
dk
x x f x dx k k k
2 2 2 2
dk
x
2
e k 2
f x dx k dk
2 2
x f x dx k k
2 2
dk
onde x
ek
.
f x dx k dk
2 2
a k e
ikx
f x a dx
Mudando a variável para x x a x x a dx dx temos:
a k e
ik x a
f x dx eika e
ikx
f x dx portanto:
a k eika k
Assim sabendo o par original de transformadas f x k obtemos pelo teorema da
translação que:
f x a eika k
Vale notar que como a translação só introduziu uma fase na transforma de Fourier essa operação
preserva o módulo, ou seja:
a k k
2 2
f x e i x
f x
Assim sabendo o par original de transformadas f x k obtemos pelo teorema da
translação que:
ei x f x k
De novo, a translação no espaço recíproco só introduziu uma fase na transforma de Fourier
preservando o módulo, ou seja:
f x f x
2 2
Note que x f x dx x f x x x f x
2 2 2
dx ou seja, dx 0 . Nesse caso a mudança
da variável x x x x x x dx dx nos leva a:
x f x x
2
dx 0
wx x
f x x
2
dx
f x x dx f x
2 2
Uma vez que dx nós temos uma variável centrada com x 0 .
Vamos usar esses resultados para centrar as duas distribuições nos espaços direto e recíproco:
x x f x dx
2 2
x x x x x x dx dx para obter a variância centrada:
x f x x dx
2 2
x2
f x x dx
2
Pelo teorema da translação a transformada de Fourier associada à função transladada é dada por
x k eikx k e x k k
2 2
k k k dk k k x k dk
2 2 2 2
k2
k dk x k dk
2 2
onde f x x x k formam um par conjugado de transformadas de Fourier. Agora vamos
realizar uma translação no espaço recíproco para centrar a variável k , ou seja, utilizar x k k
em lugar de x k . Nesse caso:
k x k k dk
2
2
k2
x k k dk
2
A transformada da nova função 2 k x k k é dada por f 2 x eikx f x x onde
f 2 x f x x . Assim as duas funções:
2 2
f 2 x 2 k
Formam um par conjugado de transformadas centradas no qual:
x 2 f 2 x dx k 2 k dk
2 2 2
x2
e k2
f 2 x dx 2 k dk
2 2
Com isso mostramos que, sem perda de generalidade, realizando apenas operações de translação
nos espaços direto e recíproco, e operações multiplicação por uma fase que preserva a norma,
transformamos o nosso problema em:
x 2 f x dx k k
2 2 2
dk
x 2
e k
2
f x dx k dk
2 2
onde f x k formam um par conjugado de transformadas de Fourier com as
distribuições centradas tanto no espaço direto quanto no recíproco.
Teorema de Parseval:
1
O teorema afirma que f x g * x dx k k dk
*
2
f g
lado direito:
1
1
f k g k dk f x g * x dxdx i x x k
e
*
dk
2 2
1
dk x x obtemos
i x x k
Usando o fato de que
2 e
1
f k g k dk f x g x x x dxdx
* *
2
2
f g
2
df 1
f x ik e
ikx
k dk
dx 2
1
f * x ik e
ik x
* k dk
2
1
1
f x f * x dx ei k
k x
dx dkdk logo:
*
Assim k k k k
2 2
1
f x dx k k k k k k dkdk
2 *
2
Com o resultado final dado por:
1
f x dx k k
2 2 2
dk
2
x f x dx k k
2 2 2 2
dk
x 2
e k 2
f x dx k dk
2 2
Multiplicando as duas dispersões obtemos:
2 2 2
k dk
2 2 * 2
x f dx k dk x f x f dx
x 2 k 2
f dx dk f dx dk
2 2 2 2
k k dk 2 f x dx e k dk 2 f x
2 2 2 2 2
Agora dx então:
2
x f x f dx 2 f dx
*
x k
2 2
f dx 2 f dx
2 2
2
f dx
2
x f dx
x k
2 2
2
f dx
2
Desigualdade de Schwartz:
f x g x
2
Sabemos que dx 0 para qualquer . Agora:
f g f g f * g * ff * f g * f *g 2 gg *
2
f g f f g * f *g 2 g .
2 2 2
f x dx f x g x f x g x dx g x
2 2
* * 2
dx 0
Essa equação pode ser escrita como função de da forma a2 2 a1 ao 0 onde todos os
coeficientes são reais e:
g x
2
a2 dx
a1 f x g x f x g x dx
* *
f x
2
ao dx
2
4 f x dx g x dx f x g x f x g x dx
2 2 * *
x f dx f dx x f x f dx f f dx x f f x ff dx
2 * * * *
4
2 2
2 1
x f dx f dx x f f f f dx x f f dx
2 * * 1 d *
4 4 dx
Fazendo a última integral por partes:
dx
* * * 2
x f f dx x f f f f dx
f dx cte , obtemos:
2
2
2 1
x f dx f dx
2 2
f dx
4
Portanto:
2
2 1 2
x f dx f dx f dx
2
4 1
x k
2 2
2
2
2 4
2
f dx f dx
1
Ou seja: x k
2
Modelos atômicos: Já se sabia que os átomos eram compostos por cargas elétricas
negativas e positivas. Entretanto, no início, se imaginavam essas cargas distribuídas como uma
gelatina. Os experimentos de Rutherford [1871 – 1937] com espalhamento de partículas alfa em
1911 mostraram que a carga positiva estava concentrada em um núcleo muito pequeno com massa
muito maior do que a dos elétrons. Isso levou a um modelo planetário com o núcleo tomando o
lugar do sol e os elétrons girando em sua órbita presos pela atração de Coulomb [1736 – 1806],
1 q1q2
semelhante à gravitacional do tipo F12 , onde o é uma constante chamada de
4 o r 2
permeabilidade elétrica do vácuo. A dificuldade com a utilização do modelo planetário para os
átomos vem do fato de que a carga do elétron girante cria um dipolo elétrico oscilante. Em
princípio, esse dipolo emitiria radiação eletromagnética, perdendo energia, e acabaria colapsando
com o núcleo. O significado disso seria o de que a matéria não seria estável e o nosso universo não
poderia existir.
Dualidade Onda-Partícula:
Einstein, com o efeito fotoelétrico, mostrou que luz, sabidamente uma onda, também se
comporta como uma partícula, chamada fóton, com energia E e momento p k .
DeBroglie, por sua vez, mostrou que os elétrons, sabidamente partículas, também se comportavam
h h h 2
como ondas com E e , ou seja, p k.
p 2
Dimensão de
Podemos extrair a dimensão de de uma das duas relações E ou p k . Da
primeira
E E E T e gosta de ser expresso em Joules segundos . Da outra
1
T
h
1
Na realidade Bohr quantizou o momento angular R p n Ln
2
de um fóton. Já para descer para uma órbita de energia mais baixa ele emite um fóton. A
conservação da energia total se dá exigindo que a freqüência angular do fóton absorvido ou emitido
E E1
seja dada por 2 , onde E2 > E1. Com esse modelo, no desenvolvido no apêndice Átomo
de Bohr, ele obteve os níveis de energia do átomo de hidrogênio dados por:
me4 1 R
E 2 2 2 2
E2
32 o n n
As emissões de fótons quando o elétron decai dos níveis mais altos para o nível com n 1
é chamada é chamada série de Lyman, para n 2 é chamada série de Balmer e para n 3 de
série de Paschen, como mostra a figura xxx. O modelo de Bohr conseguiu explicar com bastante
precisão os resultados já conhecidos para essas três séries, o que o tornou um grande sucesso. Esses
sucessos em que uma teoria consegue explicar completamente resultados experimentais bem
conhecidos foram raros, aconteceram quando Newton explicou as 3 leis de Kepler e Planck a
radiação do corpo negro. Note que a relatividade e a fórmula E mc 2 fazem parte de um contexto
diferente, no qual a teoria surgiu antes dos resultados experimentais.
Séries de Lyman, Balmer e Paschen
Apesar do sucesso do modelo de Bohr ele ainda não foi capaz de explicar a tabela periódica
dos elementos. O axioma que simplesmente impôs não haver irradiação eletromagnética nas
órbitas quantizadas também pareceu arbitrário demais, sugerindo algo mais por trás do mesmo. Os
axiomas da teoria ainda precisavam de aperfeiçoamentos. A década de 1920 contou com a
participação de Schroendinger, Heisenberg, Pauli e Dirac, além de Bohr, Einstein e Planck,
desenvolveram a mecânica quântica com suas interpretações. Os pesquisadores pioneiros não se
preocuparam muito com a formalização e foram liberando ideias novas uma atrás da outra,
incluindo antimatéria. Já no final da década de 1930-1940, o matemático húngaro John Von
Neuman, herói da matemática, física, computação e economia, trabalhou no sentido de formalizar
matematicamente a teoria com seus axiomas bem estabelecidos.
i e que i , ou seja, i E , então o operador energia é dado por:
t t t
Ê i
t
Derivando em relação ao espaço:
ik e que i k , ou seja, i p , então o operador momento em uma
x x x
dimensão é dado por:
p̂ i
x
i k r t
A onda pode ser generalizada para 3 dimensões da forma e sem modificar as derivadas
i k r t
em relação ao tempo. Para as derivadas espaciais notamos que ik e ik logo o
operador momento vetorial é dada por p̂ i .
p2
A energia cinética é dada por Ecin então o operador energia cinética é dado por:
2m
pˆ pˆ 2 2
Eˆ cin 2
2m 2m 2m
O Hamiltoniano vale H Ecin V r então o operador Hamiltoniano é dado por
2
Hˆ 2 V r e a equação de onda de Schroendinger é expressa como Ĥ E :
2m
2
2 V r i
2m t
1
Note que se trata de uma equação do tipo difusão, 2 F S re-escrevendo-a como:
D t
1 2m
2 V r
2
i t
2m
i
Com um coeficiente de difusão imaginário dado por D e as fontes e sumidouros
2m
2m
dependentes da própria função de onda na forma F S 2 V r .
Schroendinger publicou o trabalho com a dedução dessa equação em 1926 e ganhou o
prêmio Nobel por esse trabalho em 1933, apenas 6 anos após a publicação. Note-se que a função
de onda explicitamente inclui números complexos que levam a funções de onda complexas e esse
é um fato importante na mecânica quântica. Funções complexas não podem representar grandezas
físicas cujas medidas são números reais. Mesmo assim, funções e variáveis complexas têm sido
utilizadas para facilitar a álgebra e no final selecionar apenas as partes reais das variáveis obtidas.
Não é o caso da função de onda da mecânica quântica, ela é intrinsecamente uma função complexa.
Entretanto qualquer número complexo multiplicado por seu complexo conjugado * é um
número real e positivo.
Conclusões nesse ponto são de que o elétron não irradia nos estados estacionários e
que as transições entre estados envolvem fótons com a condição de energia de Planck-
Einstein, E2 E1 .
( x ) 2 ( x ) 2mE
( x) o cos[kx] , k o sen [kx ] e k 2o cos[kx ] obtém-se k 2 2 ou
x x 2
2 2
k
E . Outra solução possível seria ( x) o sen [kx] chegando ao mesmo resultado
2m
2 2
k
E .
2m
Os níveis de energia quantizados são obtidos ao se obrigar que as funções de onda sejam
a ka
nulas nas bordas da caixa, em x . No caso da função cosseno, cos[ ] 0 implica em
2 2
ka ka ka
(2n 1) ou k (2n 1) . Já no caso da função seno, sin[ ] 0 implica em n
2 2 a 2 2
ou k (2n) . Ou seja as funções seno levam a múltiplos pares de enquanto as funções cosseno
a a
levam a múltiplos ímpares. No caso da função seno, n 0 , leva a uma função de onda nula, não
aceitável, pois significa que não existe partícula dentro da caixa. Os níveis de energia são dados,
2
2 h2
então, por E n2 2 n2 com n 1,2,3, . A energia de transição entre dois níveis
2m a 8ma 2
2 2
subsequentes n e n 1 é dada por En 1 En (n 1) 2 n 2 h 2 (2n 1) h 2 . A Figura
8ma 8ma
4 mostra os níveis de energia e as funções de onda para a partícula em uma caixa. Embora o modelo
da partícula em uma caixa pareça ser muito simplista ele fornece soluções numéricas aproximadas
para um bom número de outros problemas que podem ser vistos no apêndice Outras aplicações do
modelo de partícula em uma caixa.
n=4 16
n=3 9
n=2 4
n=1 1
Figura xxx. Funções de onda e níveis de energia de uma partícula em uma caixa unidimensional.
Os níveis de energia crescem com n2. As funções de onda possuem simetria2, simétricas [função
par] e anti-simétricas [função ímpar] em relação ao eixo de simetria da caixa em x = 0.
Como se percebe do exemplo, os níveis de energia agora foram quantizados. Nesse caso é
possível contar o número desses níveis discretos e das suas respectivas probabilidades. Entretanto
qual será a regra para passar do espaço discreto ao contínuo? Para isso precisamos do princípio de
incerteza de Heisenberg.
2
Uma função par, simétrica, tem a propriedade f x f x enquanto uma função ímpar, anti-simétrica, tem a
propriedade f x f x .
q p
2
1
O outro par conjugado de uma onda pode ser escrito como t . Novamente, multiplicando
2
por temos t ou:
2
Et
2
Com o princípio de incerteza, portanto, percebemos que o menor tamanho de uma célula
no espaço das fases tem uma área de para cada par de variáveis conjugadas, qk e pk . Note que
2
as dimensões são corretas, pois tem dimensão de q p . Assim, podemos considerar o caso
contínuo desde que nosso elemento de volume q p ho com ho , para evitar as situações
2
em que a mecânica quântica esteja limitando o sistema. Menor do que isso temos que considerar
h
o comportamento quântico. Agora h por mais do que um fator de 10. Então h é
2 4
suficientemente grande para nossos propósitos. Assim podemos usar a seguinte regra para fazer a
transposição do caso quântico ao clássico:
Quântico Clássico
3n
1
j1
h 3n
d 3n q d 3n p
Com o volume da célula do espaço das fase igual a h 3n . Note também que ao dividir por
d 3n q d 3n p
h 3n o produto se tornou adimensional. Na realidade ainda está faltando ainda dividir
h 3n
pelas permutações possíveis n ! , que se deve ao fato de que partículas idênticas na quântica são
indistinguíveis. Na clássica elas são distinguíveis porque é possível acompanhar a trajetória das
mesmas durante um choque. Sem a divisão por surge o famoso paradoxo de Gibbs, que será
discutido depois. Por enquanto devemos aceitar a regra de transposição do caso quântico ao
clássico dada por:
Quântico Clássico
3n
1
j1
n!h 3n
d 3n q d 3n p
Átomo de hidrogênio: O problema matemático para encontrar as funções de onda do
átomo de hidrogênio foi o de resolver a equação de Schroedinger com potencial de Coulomb nas
três dimensões:
2
2 ( x, y, z ) 2 ( x, y, z ) 2 ( x, y, z ) e2 ( x, y , z )
E ( x, y, z )
x y z 4 o x 2 y 2 z 2
2 2 2
2m
Esse problema possui solução analítica mas exige uma matemática completamente fora do
escopo desse texto. Entretanto, essas funções de onda formam a base de toda a química moderna
e apresentaremos apenas seus resultados principais. As funções de onda dependem de 3 números
quânticos, n , e m , inteiros. O m é chamado número quântico magnético e quantiza o momento
angular na direção z, Lz m , o é chamado número quântico de momento angular [nos informa
sobre as órbitas dos elétrons] e quantiza o momento angular total L ( 1) e o n é chamado
número quântico principal e fornece os mesmos níveis de energia do modelo de Bohr. O m pode
variar de - a + , ou seja, para cada temos 2 +1 m ´s possíveis. O pode variar de 0 até n 1
e n varia de 1 até infinito.
Os orbitais [o conceito de órbita foi substituído pelo conceito de orbital, isto é uma
distribuição espacial de probabilidade de encontrar o elétron em volta do núcleo] com ganharam
historicamente letras específicas, começando com s para 0 [de sharp], p para 1 [de
principal] , d [de diffuse] para 2 e f para 3 [de fundamental]. Toda a tabela periódica
pode ser explicada com no máximo 3 de modo que não havia uma letra específica para
designar > 3 . A convenção então é seguir a ordem alfabética a partir de 3 , como mostra a
tabela abaixo.
A tabela 5 mostra a hierarquia dos números quânticos dos diferentes orbitais e a Figura 6
mostra gráficos de * [densidade de probabilidade] para alguns orbitais. O número quântico m
está relacionado a orientação da probabilidade de encontrar elétrons no espaço. Assim, de acordo
com a tabela, para s m 0 e a distribuição é esférica. Para p m 1, 0,1 então há 3
orientações possíveis para a distribuição e assim por diante.
2s 2p 2p
+1 0 -1 2s +1 0 -1
1s 1s
Figura 7. Níveis de energia quando se considera mais de um elétron comparada com o caso de
um elétron apenas
1s2
2
2s2 2p6
4
3s2 3p6 3d10
12
4s2 4p6 4d10 4fn
20
5s2 5p6
38 6s
56
Spin e partículas idênticas: Não seria possível explicar a tabela periódica sem o conceito
de spin. O momento de dipolo magnético é criado por correntes girando em um circuito, e é
definido por i A , onde i é a corrente [carga por unidade de tempo] e A, a área do circuito
percorrido pela corrente. Um elétron em um movimento circular dá uma volta completa no tempo
2 R e eV
correspondendo a uma corrente i e ao momento de dipolo magnético
V 2 R
eV e e
R 2 (me RV ) L , onde me é a massa do elétron e Lm me RV m é o
2R 2me 2me
momento angular quantizado em múltiplos de com o m variando de - a + . Isso significa
tanto que os elétrons podem criar um campo magnético quanto que sofrem a ação de um campo
magnético externo. O momento de dipolo magnético pode variar de um em um em múltiplos de
e
.
2m
Em 1925 Stern [1888 – 1969] e Gerlach [1889 - 1979] observaram que um feixe de elétrons
que atravessava um campo magnético não homogêneo era dividido em dois feixes, um para cima
e outro para baixo, e perceberam ainda mais, que tinham momento de dipolo magnético
1
correspondente a um número m . O m continua saltando de um em um, mas de números
2
semi-inteiros. A interpretação foi a de que o elétron também tinha um movimento de rotação em
torno de seu próprio eixo e foi chamado de spin. Depois se descobriu que prótons e nêutrons e
outras partículas da física também possuíam spin. A Ressonância Magnética Nuclear depende do
spin dos núcleos, prótons e nêutrons. Partículas com spins inteiros são chamadas de BOSONS [em
homenagem a Bose] e partículas com spin semi-inteiros são chamadas de FERMIONS, [em
homengame a Fermi]. Elétrons e prótons possuem spin ½ e são Férmions.
Pauli postulou que as partículas com spin semi-inteiro, 1/2, 3/2, 5/2,... etc, Fermions,
possuem funções de onda anti-simétricas, enquanto as partículas com spin inteiro, 0, 1, 2, 3,
... etc, Bósons, possuem funções de onda simétricas.
d
1. x x x
dx
d d d d
x x x x x x x x x por outro lado:
dx dx dx dx
b d
d
x x dx x x a 0 que nos leva a dx x x 0 ou seja
b
a dx
d d
x x x 0 e x x x CQD.
dx dx
x xj
2. f x
j df
onde x j são as raízes da f , ou seja, f x j 0 .
dx xj
fo
Sabemos que f df 1 em torno de uma raiz de f
. Suponha que f x j 0 , que é o
fo
caso mostrado na figura xx (a). Nesse caso x2 x1 onde f x2 fo e f x1 f o .
fo x2
df x xj
Então: f df f dx dx 1 logo f df
.
fo x1
dx
Por outro lado se f x j 0 nós temos o caso da figura xxx (b) com x2 x1 . Nesse caso:
fo x2 x1 x1
df df df
f df f dx dx f dx dx f dx dx 1
fo x1 x2 x2
x xj
logo f .
df
dx
Figura xxx. (a) caso em que f x j 0 e f x j 0 . (b) caso em que f x j 0 e
f xj 0.
x xj
Podemos juntar os dois casos afirmando então que f . Finalmente, devemos
df
dx
somar em todas as raízes, obtendo:
x xj
f x
j df
dx xj
Casos particulares:
x xo
a. a x xo
a
x xo
b. 1 x xo xo x x xo
1
Apêndice. Modelo de Bohr para átomo de Hidrogênio:
Em primeiro lugar o modelo planetário. No átomo do hidrogênio o núcleo tem um próton
com carga +e e um elétron com carga –e, onde e= 1.60217646 × 10-19 Coulombs é a carga
fundamental do elétron. A força centrípeta que mantém o elétron na órbita circular vem força de
v2 1 e2
atração elétrica de Coulomb: m , que pode ser reescrita na forma
R 4 o R 2
me2 me2
p (mv)
2 2
ou ainda R . Aplicando a condição de Bohr sobre o raio da órbita
4 o R 4 o p 2
me2 me2 1
n obtém-se a quantização do momento linear p , do raio da órbita
4 o p 2 p 4 o n
4 o 2 4 o 2
Rn 2
n aB , onde aB
2
é chamado de raio de Bohr, e da energia cinética
me2 me2
1 2 mv 2 p 2 me4 1
Ec mv , dada por Ec .
2 2m 2m 32 2 o2 2 n 2
e2
Lembrando que a energia potencial é dada por U , a energia potencial é
4 o R
me4 1
quantizada em U 2 e a energia mecânica total E Ec U é quantizada em
16 2 2 2
o n
me4 1 RE me 4
E , onde R é chamada de Energia de Rydberg e vale
32 2 o2 2 n2 32 2 o2 2
E
n2
RE 13, 6057 eV . A unidade elétron-Volt é a energia para acelerar um elétron por um volt e vale
1eV 1,602 1019 Joules .
1
O nível de energia mais baixo tem E1 13,6 eV , os próximos têm E2 13, 6 eV ,
4
1 1
E3 13, 6 eV , E4 13, 6 eV , etc. Vale a pena notar que nos pontos em que a energia
9 16
mecânica é igual à potencial, a energia cinética é nula, a partícula parou e vai retornar. Esses pontos
são chamados pontos de retorno. Como a energia potencial nesse caso é sempre negativa
e2
U , enquanto a energia total do elétron for negativa ele está preso ao núcleo, em órbitas
4 o R
com raios cada vez maiores. Se o elétron adquirir energia mecânica zero ou positiva ele estará livre
do núcleo e o átomo se ioniza. A energia de ionização do átomo de hidrogênio é, portanto, de 13,6
eV.
A transição óptica entre dois níveis requer fótons com energia
1 1 n2 n2
En1n2 2 2 ER 2 2 2 1 ER . Uma regra prática para encontrar o comprimento de onda dos
n1 n2 n2 n1
fótons envolvidos em uma transição óptica em que se conhecem os níveis em eV é dada
hc
considerando que . Usando E 1eV 1,602176 1019 J , h 6,626068 1034 J s e
E
c 2,997925 108 m / s , obtemos 1239,84 nm . Logo o comprimento de onda para qualquer
1239,84
energia pode ser estimado com a fórmula nm . Enquanto a energia mecânica for
E eV
negativa o elétron está preso ao núcleo. Para ionizar o átomo de hidrogênio é necessário usar fótons
com comprimento de onda de io 91 nm , na região do ultravioleta [10 nm a 400 nm].
As linhas da série de Lyman correspondem às transições entre os níveis n 2 e n 1 , com
n2 1
energias dadas por En1 2 ER , enquanto as linhas da série de Balmer correspondem às
n
n2 4
transições para o nível 2, En 2 2 R
E n 2 . Usando as fórmulas acima podemos criar a tabela
4n
a seguir:
Tabela 1: Séries de Lyman do átomo de Hidrogênio.
Nível final = 1 Nível inicial Energia [eV] [nm] [nm] observado
Lyman- 2 10,20 121,52 121,567
Lyman- 3 12,09 102,517 102,518
Lyman- 4 12,75 97,202 97,202
ionizado 13,6 91,1265 91,1267
3
A função inteiro de x, int(x), fornece a parte inteira do número independente se as decimais estão acima ou abaixo
de 0,5. Assim int(3,5) = 3. Se k=par, k/2 será inteiro e int[(k/2)+1/2] = k/2. Se k = ímpar, todos os níveis até [k-1]/2
estariam ocupado, mas existirá um elétron a mais no nível [k-1]/2 +1 = (k+1)/2. A função int[(k+1)/2] fornece então
a resposta correta para k par ou ímpar.
GFP
Figura xxx. Modelo de partícula em uma caixa para moléculas orgânicas conjugadas.