Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pelotas, 2015
1
Pelotas, 2015
2
Data da defesa:
Banca examinadora:
_______________________________________
Profª. Drª. Rita de Cássia Morem Cóssio Rodriguez
Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
_______________________________________
Prof. Dr. Robledo Lima Gil
Doutor em Educação Ambiental na Universidade Federal do Rio Grande
Conceito ________________________________________
3
AGRADECIMENTOS
minha orientadora Vera Bobrowski que agradeço por sempre acolher todos os
projetos que eu sugeria e por me proporcionar vários meios para ser um
„extensionista‟ dentro da universidade; o meu professor, em diversas disciplinas,
César Drehmer, o qual me apresentou diversas muitas obras bibliográficas as quais
foram e são bases para minha formação tanto pessoal quanto profissional (Dawkins
e Gould) e também ser proponente de várias discussões frutíferas em relação à
teoria evolutiva e ciência; e, finalmente, a minha ex-orientadora Dulce Blum a qual foi
muito importante na formação da minha rigorosidade científica e também por ter me
ensinado muitas técnicas de biologia molecular as quais necessitei no meu estágio
no exterior e que provavelmente vou usar no decorrer da minha vida profissional.
Aproveitando a deixa quero agradecer a universidade australiana Macquarie
University por ter me aceitado como discente e ao professor Michael Gillings e a sua
equipe, em especial a Liette Vandine, por terem me aceitado estágio estudantil no
laboratório de evolução molecular, o qual me proporcionou muitos novos
conhecimentos durante o período no programa Ciência sem Fronteiras.
Quero agradecer substancialmente o Governo Federal pela criação do
Programa de intercâmbio científico, o qual foi um divisor de águas na minha vida
pessoal e profissional e que me proporcionou conhecer novos lugares, novas
culturas, novas ideias, novas pessoas, novas línguas, novos amores e novas
oportunidades acadêmicas e profissionais. Durante o período de intercâmbio
conheci pessoas que se tornaram amigas e que até hoje tenho contato, das mais
diversas culturas tanto brasileiras quanto estrangeiras, deixo um especial
agradecimento ao grupo de brasileiros que estavam na mesma universidade que eu
e que compartilharam experiências únicas comigo tanto no curso de inglês, como na
graduação, nas festas e nas viagens de férias.
Um agradecimento a Universidade Federal de Pelotas por ter sido meu local
de amadurecimento acadêmico e que me proporcionou experiências únicas.
Finalmente, um grande agradecimento a todos os protagonistas dessa monografia,
por terem aceitado participar com o meu projeto e que sem suas colaborações o
mesmo não poderia ter sido desenvolvido.
Muito obrigado!!!
6
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – As médias e desvios padrões para cada item do instrumento MATE para
toda a amostra .......................................................................................................... 56
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 Justificativa .......................................................................................................... 13
1.2 Objetivos ............................................................................................................. 15
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 15
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15
1.3 Problema e questões de pesquisa ...................................................................... 13
1.3.1 Questões de pesquisa ...................................................................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17
2.1 A formação de professores de Ciências e Biologia ............................................. 17
2.2 A importância da Teoria da Evolução................................................................... 18
2.3 Orientações para o ensino de Ciências e Biologia no Ensino Básico ................. 19
2.3.1 Orientações para o ensino de Ciências no Ensino Fundamental ..................... 20
2.3.2 Orientações para o ensino de Biologia no Ensino Médio ................................. 23
2.4 A aceitação da Teoria Evolutiva ........................................................................... 26
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 29
4 RESULTADOS........................................................................................................ 33
4.1 Projetos Pedagógicos do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura) .............. 33
4.2 Questionário sociocultural e histórico acadêmico ................................................ 35
4.2.1 Caracterização dos sujeitos de pesquisa ......................................................... 35
4.2.2 Histórico acadêmico dos sujeitos de pesquisa ................................................. 36
4.3 A aceitação da Teoria Evolutiva dos licenciandos................................................ 55
4.4 Os conhecimentos acerca da Teoria Evolutiva dos licenciandos ........................ 57
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 62
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68
APÊNDICE ................................................................................................................ 74
APÊNDICE A – Questionário sociocultural e histórico acadêmico ............................ 75
ANEXOS ................................................................................................................... 76
ANEXO A – Fluxograma do curso de Ciências Biológicas Licenciatura (UFPEL) 2004
até 2011..................................................................................................................... 77
ANEXO B – Fluxograma do curso de Ciências Biológicas Licenciatura (UFPEL) atual
.................................................................................................................................. 78
ANEXO C – Instrumento de Medida de Aceitação da Teoria da Evolução (MATE) .. 79
ANEXO D – MATE: Instruções de pontuação ........................................................... 83
ANEXO E – Instrumento de Medição do Nível de Conhecimento Acerca da Teoria da
Evolutiva .................................................................................................................... 84
ANEXO F – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ........................... 87
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
A vasta maioria dos autores que escrevem sobre ensino de evolução biológica
concorda que ela seja central e unificadora dentro da Biologia, porém estas
publicações demonstram que o ensino dos conceitos evolucionários em todo o
mundo tem se mostrado problemático (BISHOP; ANDERSON, 1990; ALEIXANDRE,
1994; BIZZO, 1994; ANDERSON; FISHER; NORMAN, 2002; PASSMORE;
STEWART, 2002; YATES; MAREK, 2013). Então, verificar se os futuros professores
de biologia são sapientes no assunto e se não carregam equívocos sobre a Teoria
Evolutiva é essencial. Até porque pesquisas têm sugerido que vários professores
falham no ensino de evolução devido à falta de um total entendimento sobre a teoria
(ALEIXANDRE, 1994; RUTLEDGE; WARDEN, 2000) ou a um sentimento de
insegurança para ensiná-la (AGUILLARD, 1999; GRIFFITH; BREM, 2004).
De acordo com a literatura, as visões e atitudes dos professores sobre
14
determinado assunto podem ter efeito nas decisões curriculares e instrucionais dele
(SHULMAN, 1986; HASHWEH, 1987; GROSSMAN, 1989; CARLESEN, 1991;
WILSON; SHULMAN; RICHERT, 1987; apud RUTLEDGE; WARDEN, 1999;
GOLDSON; KYZER, 2009). Para Rutledge e Warden (1999) a aceitação ou rejeição
da evolução biológica como uma teoria válida na Ciência é substancialmente
importante devido ao papel que ela tem no currículo de Biologia.
Ademais, é importante saber o que pensam os futuros professores em relação
ao ensino de evolução biológica que receberam e se eles se sentem confiantes para
ensinar o tema. Ainda neste sentido, durante o período de estágio de docência no
Ensino Médio do autor desta pesquisa, o mesmo notou que no primeiro ano do nível
médio a escola tratava do tema “Origem da Vida”, porém excluíam-se os conteúdos
de biologia evolutiva. Sendo assim, possivelmente o tema “Origem da Vida” era
tratado de uma forma criacionista, com pouca ênfase científica, visto que a
professora de Biologia complementava suas horas ministrando aulas de Ensino
Religioso. O autor não interviu numa turma de primeiro ano, mas sim de segundo
ano, no qual pode aplicar uma visão evolutiva nos temas sobre os cordados e
mostrando que se pode associar o tema evolução biológica aos demais temas do
currículo de Ciências.
A relevância de uma pesquisa como essa é principalmente a de fornecer ba-
ses para uma modificação na estruturação do curso de Ciências Biológicas (tanto o
da universidade pesquisada quanto o de outras que usem estrutura similar) e no
processo de formação de professores para uma adequação do perfil dos futuros do-
centes ao que se é esperado deles principalmente no Ensino Médio (ver BRASIL,
1999; BRASIL, 2002; BRASIL, 2006) e entrarem em concordância com o que a lite-
ratura científica internacional tem apontado como ideal: um ensino de Biologia cen-
trado na evolução (para uma revisão ver DA SILVA, 2012).
Da Silva (2012) argumenta solidamente que a evolução deveria ser ensinada
no início de um curso de ciências e durante todo um semestre, pois isso daria a
oportunidade de aplicar o conhecimento evolutivo a outros conceitos biológicos.
Sendo assim, é fundamental saber se os futuros professores concordam com isso e
também ouvir suas sugestões e críticas sobre a estrutura do curso e sua própria
formação.
15
1.2 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
do curso e que uma pequena parcela era destinada as pedagógicas. Bem como,
poucas instituições detalham em que consiste o período de estágio supervisionado e
como o mesmo deve ser orientado. Mais grave ainda é que nas ementas analisadas
não havia nenhuma articulação entre as disciplinas específicas e as de formação
docente.
O que de fato acontece no sistema atual é que os licenciandos aprendem os
diversos conteúdos de biologia nas disciplinas específicas e depois devem fazer
uma transposição didática para os níveis em que atuarão como professores, sendo
os primeiros momentos durante os estágios curriculares (TERRAZZAN et al., 2008).
Porém, essa transposição didática não é fácil e deveria melhor explorada nas
disciplinas pedagógicas. Uma possível alternativa seria a criação de disciplinas que
focassem na transposição didática das áreas centrais da biologia (e.g. Evolução,
Ecologia, Genética, Saúde, etc.) em paralelo às específicas.
Por essa falta de identidade no curso de licenciatura autores como Zaneti
(2012) defendem a separação total entre os cursos de Bacharelado e Licenciatura,
no qual o primeiro seria voltado para a formação do especialista e o segundo a
formação do professor de Ciências e Biologia. Talvez essa não seja a melhor
solução e uma alternativa pudesse ser a criação de disciplinas pedagógicas
relacionadas às específicas.
uso da biologia evolutiva para outros fins, mostrando que ela tem importância
também em assuntos como: biodiversidade e conservação, biotecnologia,
biorremediação dentre outros, terminando seu ensaio afirmando que a evolução
“pode iluminar quase todos os aspectos da nossa vida” (FUTUYMA, 1995, p. 42). E
isso não deixa de ser um fato, pois o uso positivo da Teoria da Evolução pode mudar
paradigmas negativos que a nossa sociedade mantém até hoje, como, por exemplo,
racismo e homofobia.
De acordo com Mayr (2000), o pensamento evolutivo é muito importante para
refutar o racismo e isso se deve ao fato de que a Teoria da Evolução derrubou o
pensamento tipológico, o qual se caracteriza por que não suportar variação e leva ao
conceito errôneo de separação de humanos modernos em raças. Darwin refutou-o
ao introduzir o pensamento populacional e assim hoje sabemos que nenhum dos
bilhões de humanos que existem são iguais (MAYR, 2000). Portanto, variações
superficiais como coloração de pele, olhos e estatura corporal se não geram uma
barreira para reprodução, não podem ser utilizadas para separar pessoas em raças.
Assim também a evolução funciona como uma refutação da ideia de que o
comportamento sexual entre indivíduos do mesmo sexo é uma aberração da
natureza humana. Estudos como os de Bagehmil (1999) e Poiani (2010)
demonstram como esse comportamento está presente entre muitos grupos animais
e unidos com a teoria evolutiva permitem inferir que homossexualidade é um
comportamento muito antigo na história evolutiva humana e de outros animais, como
os nossos parentes vivos mais próximos: chimpanzés e bonobos. Outros autores
como Bailey e Zuk (2009), Ciani et al. (2008), Hoskins et al. (2015) e Rice et al.
(2013) fornecem possíveis evidências, utilizando o paradigma evolutivo, de como o
comportamento sexual entre indivíduos do mesmo sexo poderia ter se mantido nas
populações e não ser extinto por aparentemente ser prejudicial à aptidão
reprodutiva. Baseados em conhecimentos científicos, em especial da biologia
comportamental e evolutiva, é fácil refutar falácias homofóbicas.
para o ensino de Ciências no seu Ensino Básico, no Brasil para Ciências e Biologia
(e ensino de Evolução) esse papel é feito por um documento básico para o Ensino
Fundamental e três para o Ensino Médio. São eles os Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Fundamental [PCNEF, (BRASIL, 1997)], os Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Médio [PCNEM, (BRASIL, 1999)], as Orientações
Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,
2002), mais conhecidas como PCN+, as Orientações Curriculares para o Ensino
Médio [OCEM, (BRASIL, 2006)] e a Base Nacional Curricular Comum que está em
processo de discussão e que por isso não foi levada em consideração neste
trabalho.
foram criados para diminuir a lacuna entre as ideias que foram propostas pelos
educadores e suas execuções pelos professores (LONGHINI, 2012). O terceiro
documento foi elaborado para contribuir ainda mais no diálogo entre professores e
escolas (LONGHINI, 2012). Todos os documentos citados possuem partes
específicas para as diversas áreas do ensino e os utilizados aqui são somente
referentes à biologia a qual faz parte das Ciências da Natureza, Matemática e suas
Tecnologias.
Baseado no que os documentos explicitam fica inegável o reconhecimento da
importância do desenvolvimento do pensamento evolutivo. Por exemplo, os PCNEM
sugerem que os conteúdos em biologia sejam articulados no eixo ecologia-evolução
que deve ser tratado historicamente, mostrando que distintos períodos e escolas de
pensamento abrigaram diferentes ideias sobre o surgimento da vida na Terra
(BRASIL, 1999, p. 16, grifo do autor). Ademais, áreas de conhecimento que
normalmente se trabalham separadas deveriam ser interligadas de alguma forma,
assim “para o estudo da diversidade de seres vivos, tradicionalmente da Zoologia e
da Botânica, é adequado o enfoque evolutivo-ecológico, ou seja, a história geológica
da vida” (BRASIL, 1999, p. 18).
Em cima disso, os PCNEM citam que:
Além disso, esse documento volta a frisar que é adequado o ensino sobre
diversidade da vida com enfoque evolutivo-ecológico para tratar de todos os
mecanismos genéticos de variabilidade, reprodução, seleção natural, especiação,
tempo geológico dentre outros (BRASIL, 1999, p. 18). Segundo essa diretriz é
importante que o aluno compreenda que a diversificação dos seres vivos se deu por
um processo evolutivo (p. 20).
Sendo um documento adicional aos PCNEM, os PCN+ sugerem como os
25
A Teoria da Evolução ainda não é bem recebida pelo público em geral, mesmo
que seja muito bem suportada por evidências e não seja controversa dentro da
comunidade acadêmica (RUTLEDGE; WARDEN, 2000). Em vários países existem
pesquisas que revelam que as pessoas não “acreditam” na evolução (WILLIAMS,
2014). Além disso, essas pesquisas sugerem que o criacionismo está em alta em
vários locais (SHERMER, 2007; KUTSCHERA, 2008; WILLIAMS, 2009; apud
WILLIAMS, 2014). Nos Estados Unidos, as pesquisas sobre rejeição de adultos à
Teoria Evolutiva foram e são feitas regularmente durante os últimos 30 anos
(WILLIAMS, 2014), porém no Brasil não existe esse padrão, tornando-se muito difícil
o acompanhamento de possíveis mudanças conceituais na população.
O uso dos termos “acreditar” ou ter “crença/fé” em evolução é recorrente entre
o público em geral, porém muito criticado entre o público técnico. Segundo Williams
(2014, p. 9, tradução do autor):
Outro fator que poderia enfraquecer a solidez da teoria evolutiva é tratado por
vários autores, Alters e Alters (2001), Dawkins (2009), Gould (1981), que é o caso de
construir ideias confusas a cerca da natureza da ciência (OLIVEIRA; BIZZO, 2011).
27
Nesse caso, a evolução perderia crédito por ser “apenas” uma teoria e não uma lei,
dando aos fundamentalistas religiosos uma arma poderosa: o equívoco. O
significado da palavra teoria usada popularmente e cientificamente são diferentes,
pois popularmente teoria pode ser algo como uma hipótese ou palpite; entretanto,
cientificamente teoria é uma ideia ou um conjunto de ideias que possuem evidências
as quais formam suas bases de sustentação (DAWKINS, 2009).
A evolução é uma teoria assim como todos os outros conceitos científicos que
não sofrem tanta pressão de organizações religiosas ou populares, como a
gravidade e a teoria atômica (WILLIAMS, 2014). O uso da palavra lei como sinônimo
de verdade absoluta também é incorreto, pois temos o exemplo da “Lei do Gás
Ideal” na qual o gás ideal é apenas hipotético (WILLIAMS, 2014). A ciência não
forma verdades absolutas, explicações em ciência (teorias) são abertas a revisão e
modificação sob a luz da evidência (WILLIAMS, 2014, p. 9).
O obstáculo para aceitar a evolução biológica poderia ter mais uma
explicação de acordo com o estudo de Gervais (2015): o estilo cognitivo. Nesse
estudo em que ele analisa dados de outros dois grandes estudos (n=1324) foi
sugerido que a tendência para um pensamento analítico aumentaria o apoio à teoria
evolutiva, em contraste com o pensamento intuitivo que favoreceria a linha de
raciocínio essencialista, teleológica e de ação sobrenatural que combinados
tornariam o criacionismo substancialmente mais atrativo do que o paradigma
evolutivo (GERVAIS, 2015).
Em outro estudo, Miller, Scott e Okamoto (2006) ressaltam que são
significativamente menos propensos a aceitarem a teoria evolutiva como
cientificamente válida aqueles indivíduos que praticam sua religião frequentemente
ou que carregam uma crença religiosa intensa. Também nesse estudo, a visão
política dos sujeitos de pesquisa interferia nas respostas, sendo aqueles com
convicções conservadoras fortes os mais propensos a não aceitarem a validade
científica da evolução biológica.
Vários são os estudos analisando as concepções dos professores e
estudantes acerca da teoria evolutiva. Clément (2015) apresenta uma pesquisa
exemplar mostrando as concepções de professores sobre a evolução biológica em
30 países, sendo o Brasil parte desses. O autor também discrimina os resultados
para professores de biologia do restante para facilitar a visualização dos resultados.
O estudo sugere que as concepções dos professores variam muito entre países,
28
sendo que paradigmas mais inclinados para o criacionismo foram observados nos
países economicamente menos desenvolvidos e onde os docentes mais praticavam
suas crenças, independente qual fosse.
No Brasil especificamente, foram analisados 402 professores, sendo desses
177 professores de biologia. Em 13 países os resultados para uma pergunta
relacionada à origem da vida foram discrepantes entre professores de Biologia e os
que não ensinavam biologia (CLÉMENT, 2015). O Brasil fez parte desse grupo,
tendo como resultado 31,5% (somente evolução/evolução sem deus) vs. 60,3%
(evolução controlada por deus/somente deus). Analisando somente de acordo com a
religião, professores protestantes brasileiros são mais criacionistas que os que de
outras vertentes (CLÉMENT, 2015). Outro resultado importante foi a existência de
professores que seguiam a mesma linha de Dobzhansky (1973), ou seja, ser
simultaneamente “evolucionista” e criacionista (CLÉMENT, 2015). Em 18 países os
professores que escolheram a opção que indicava esta linha de pensamento foram
maiores que os que selecionaram a opção criacionista mais radical (CLÉMENT,
2015). No Brasil, 40% indicaram a combinação de evolução com criacionismo vs.
33% somente criacionismo.
Os estudos sobre aceitação da teoria evolutiva são importantes porque
apesar de existirem documentos que norteiem o ensino de biologia no país, muito do
que é ensinado dentro da sala de aula passa pela seleção do que o docente pensa
ser fundamental para o conhecimento de seus alunos (RUTLEDGE; MITCHELL,
2002). Por isso, para Rutledge e Mitchell (2002) um aumento nos níveis de
conhecimento sobre a evolução biológica também garantiria um aumento nos níveis
de aceitação da mesma.
29
3 METODOLOGIA
pontuação pode ser visto em Rutledge e Warden (1999, p. 18) e em Anexo D para
uma tradução; para uma avaliação geral serão usadas as categorias de Rutledge
(1996) citado por Nunez, Pringle e Showalter (2012): Aceitação muito alta (89 – 100),
Alta aceitação (77 – 88), Aceitação moderada (65 – 76), Baixa aceitação (53 - 64) e
Aceitação muito baixa (20 – 52), lembrando que a pontuação pode variar de 20 até
100, pois o mínimo em cada uma das 20 questões é um e o máximo é cinco.
A estrutura do MATE foi levemente modificada em comparação de como foi
utilizada nos estudos citados anteriormente, pois foi adaptada para plataforma
Google Forms, porém as informações e o estilo de resposta em Escala Likert foram
mantidos não havendo nenhum obstáculo no momento da análise e comparação
entre pesquisas.
O questionário para medição do nível de conhecimento acerca da Teoria
Evolutiva (Anexo E) foi o mesmo utilizado por Nunez, Pringle e Showalter (2012) e
que foi originalmente elaborado por Johnson (1986 apud NUNEZ; PRINGLE;
SHOWALTER, 2012), validado por Johson e Peeples (1987 apud NUNEZ;
PRINGLE; SHOWALTER, 2012) e modificado por Rutledge e Warden (2000).
Estruturalmente, ele é um instrumento com 21 questões de múltipla escolha que
abordam tanto macroevolução quanto microevolução e conceitos como: seleção
natural, formas intermediárias, processos de extinção, variabilidade genética,
mudança ambiental e o registro fóssil. A avaliação do nível de conhecimento é dada
a partir da porcentagem de questões corretas, sendo possível um acerto máximo de
21 questões (100%) e mínimo de 0 (0%). Para identificar o nível de conhecimento
será usada a escala gradual seguinte: conhecimento muito alto (90-100%), alto
conhecimento (80-89%), conhecimento moderado (70-79%), baixo conhecimento
(60-69%) e conhecimento muito baixo (59% ou menos). Como esse instrumento
também estava originalmente em inglês, o mesmo passou por tradução.
O terceiro questionário (Apêndice A) caracterizou-se por ser semiaberto e foi
utilizado para verificar as opiniões dos estudantes de licenciatura sobre a estrutura
do curso de graduação referente ao ensino de evolução biológica e suas
concepções acerca da TE, sendo que a análise da estrutura do curso foi feita em
cima dos fluxogramas disponíveis no site do Colegiado dos Cursos de Ciências
Biológicas, vinculado ao site da UFPel. Após o tratamento dos dados foram
elaboradas as devidas correlações entre os resultados para uma devida avaliação
da formação de professores de biologia referente ao ensino da Teoria Evolutiva,
32
4 RESULTADOS
6) Na sua concepção o
7) Você
curso possui ênfase em
pensa
Sujeito evolução, ou seja, evolução
que Por quê?
nº é um tema unificador de
deveria
todas as disciplinas?
ser?
S10 Sim
“Acredito que a preparação é
44
S17 Sim -
“A cadeira de sistemática
e filogenética deveria ser “As disciplinas citadas
S3 no primeiro ou segundo anteriormente articulam
semestre, pra garantir entre si a questão
uma base para as demais evolutiva”.
matérias que a utilizam”.
compreender melhor a
história da vida, e é
essencial para a formação
dos professores”.
“O currículo da
Licenciatura é muito
pesado e extremamente
maçante. Acredito que as
cadeiras, principalmente
as ministradas na
Faculdade de Educação,
deveriam ser reduzidas ou
então retrabalhadas, já
que todas ensinam
basicamente a mesma
coisa e torna-se uma
repetição que fica chata
para o estudante. Gostaria
“Sim, acredito que a
que as cadeiras da
cadeira de Genética e
educação fossem
Evolução deveria ser mais
ministradas todas no
no começo do curso, para
Instituto de Biologia,
mim pelo menos ela foi
infelizmente não temos
um divisor de águas e
S5 professores o suficiente
abriu muito minha mente,
para isso. Quanto às
com certeza outras
cadeiras vistas como a
cadeiras teriam sido muito
parte do "bacharelado"
mais significativas pra
acredito também que
mim se tivesse feito
existem muitas
Genética e Evolução
extremamente
antes”.
desnecessárias, algumas
à nível de mestrado e
outras que buscam
esmiuçar assuntos que
não são necessários. O
curso deveria visar fazer
com que o aluno se sinta
seguro em saber onde
procurar informações caso
precise, fazer o aluno
saber o básico de áreas
gerais e não enchê-lo com
cadeiras extremamente
específicas”.
“O currículo do curso de
licenciatura deveria ter
menos disciplinas
obrigatórias e mais
optativas (isto vale para o
bacharelado também).
Além disto, o curso
deveria oportunizar e
incentivar os alunos à
realização de estágios
fora da universidade. O
aluno deveria preencher a
carga horária do curso
com as disciplinas
optativas e com os
estágios (fora e dentro da
“Como mencionado universidade) pensando
acima, poderia haver uma na sua ênfase. Desta
S7 maior relação do conteúdo forma, o acadêmico sairia
de Evolução visto na com uma visão realista da
universidade com o sua profissão e das
exigido no ensino básico”. oportunidades que lhe
esperam. Além de adquirir
alguma experiência
profissional, pois quando
o acadêmico se forma não
são somente as
disciplinas e as notas que
contam em uma tentativa
de vaga no mercado,
conta também (talvez
mais) a experiência. Da
maneira que ainda esta, o
acadêmico é praticamente
programado para somente
fazer mestrado e
doutorado. Contudo, o
currículo da licenciatura
prepara melhor os seus
50
acadêmicos do que o do
bacharelado, pois
oportuniza a saída do
acadêmico de dentro da
universidade para a
realização de estágios”.
“Temos cadeiras
“Pensando que a pedagógicas em todos os
evolução deveria ser o semestres. A temática
eixo integrador de todas evolução foi pouco citada
as áreas da biologia, ou discutida. Compreendo
todas as disciplinas que a forma de trabalhar
S9 (especialmente as esse assunto em sala de
exclusivas da área aula seja particular do
biológica) deveriam fazer futuro professor, mas tanto
relações com a evolução. evolução quanto outros
Por outro lado, vejo que temas, como aborto,
muitas disciplinas já fazem encontram divergências e
isso, e o fazem bem”. resistências em sala de
aula”.
conhecimento”.
“Além do citado na
“Não possuo críticas, a
questão 9, colocar
única sugestão seria
cadeiras de observação
S17 colocar as cadeiras
(como as dos estágios
ligadas a evolução e
supervisionados I e III)
embriologia para o inicio
também no inicio do
do currículo”.
currículo”.
“Elogios. Os conteúdos
foram abordados de forma
objetiva e contextualizada
com todos os demais “Apesar de ser um
conteúdos que já haviam currículo pesado
S19 sido ministrados. Houve considero muito bom,
ética e abertura para pois, me permite ter as
questionamentos, o que mesmas opções que um
considero um avanço em bacharel”.
termos de educação, não
se manifestou quem não
quis”.
“Sobre o fluxograma
antigo do curso, era falho
e precisava de reformas.
Reformas foram feitas, e
acho que acataram de
forma significativa as “As disciplinas devem ter
demandas/necessidades um caráter interdisciplinar
S21 dos alunos. Disciplinas a fim de permitir uma
foram incluídas na nova correlação com um olhar
grade curricular, evolutivo”.
permitindo que se tornem
mais interdisciplinares,
podendo serem
relacionadas com a
evolução”.
“Acredito que
“Talvez uma
determinadas disciplinas
reestruturação do
deveriam abordar mais a
fluxograma, onde
evolução e a disciplina em
S22 evolução não seja
si de evolução ofertada
ofertada tão ao final do
não tão ao final do curso,
curso e que ela seja mais
além de disciplinas
interligada às outras
optativas que abordem ao
disciplinas”.
tema”.
Tabela 1 – As médias e desvios padrões para cada item do instrumento MATE para toda a amostra.
1 4,83 0,39
2 3,87 1,14
3 4,78 0,42
4 4,04 1,11
5 4,52 0,59
6 4,04 1,15
7 4,83 0,58
8 4,78 0,42
9 4,39 1,16
10 4,70 0,56
11 4,48 0,73
12 4,48 0,59
13 4,39 0,66
14 4,83 0,39
15 4,70 0,88
16 4,26 0,62
17 4,26 0,96
18 4,78 0,42
19 4,43 1,08
20 4,52 0,95
Média 4,50 0,74
1
Crença religiosa que estabelece que o Universo e a Terra foram criados pelo Deus Abraâmico entre
5.700 e 10.000 anos atrás.
59
licenciandos acertaram a questão marcando alternativa “d” a qual citava uma parte
do pensamento lamarckista. Damastes, Good e Peebles (1995) ressaltam que o
pensamento lamarckista é um dos principais problemas que os estudantes de
graduação ao aprender sobre a evolução biológica e Tidon e Lewontin (2004) em
seu estudo sobre concepções de professores brasileiros sobre a Teoria Evolutiva,
descobriram que eles achavam fáceis de lidar com questões relacionadas ao
paradigma lamarckista, porém eles mesmos o possuíam.
Já as questões que tiveram maior número de acertos foram: 5 (21 acertos –
91,30%), 6 (21 acertos – 91,30%), 7 (17 – 73,91%), 8 (20 acertos – 86,96%), 9 (19
acertos – 82,61%) e 11 (17 acertos – 73,91%). A questão número 5 lidou com
convergência evolutiva, a questão número 6 com variabilidade genética, a questão
número 7 com macroevolução, a questão número 8 com formas intermediárias, a
questão 9 com variabilidade genética e a questão 11 com mudança climática e
processos de extinção. A porcentagem de acertos de cada questão pode ser vista na
Tabela 2 e a porcentagem por alternativa de cada questão pode ser vista na Tabela
3.
60
Questão nº Acertos %
1 10 43,5
2 15 65,2
3 10 43,5
4 09 39,1
5 21 91,3
6 21 91,3
7 17 73,9
8 20 86,9
9 19 82,6
10 13 56,5
11 17 73,9
12 14 60,9
13 15 65,2
14 05 21,7
15 13 56,5
16 10 43,5
17 13 56,5
18 06 26,1
19 15 65,2
20 10 43,5
21 14 60,9
Alternativas
Questão
nº
A B C D E
Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de
vezes % vezes % vezes % vezes % vezes %
1 6 26,09 0 0,00 2 8,69 10* 43,48 5 21,74
2 1 4,35 0 0,00 15* 65,22 2 8,69 5 21,74
3 0 0,00 3 13,04 10* 43,48 9 39,13 1 4,35
4 1 4,35 0 0,00 10 43,48 9* 39,13 3 13,04
5 1 4,35 0 0,00 0 0,00 1 4,35 21* 91,30
6 0 0,00 0 0,00 21* 91,30 2 8,70 0 0,00
7 17* 73,91 0 0,00 5 21,74 0 0,00 1 4,35
8 0 0,00 20* 86,96 2 8,69 0 0,00 1 4,35
9 0 0,00 0 0,00 4 17,39 0 0,00 19* 82,61
10 4 17,39 2 8,70 13* 56,51 2 8,70 2 8,70
11 1 4,35 17* 73,91 0 0,00 2 8,70 3 13,04
12 1 4,35 14* 60,87 6 26,09 0 0,00 2 8,69
13 0 0,00 2 8,70 15* 65,21 1 4,35 5 21,74
14 9 39,13 5* 21,74 6 26,09 0 0,00 3 13,04
15 13* 56,52 4 17,39 2 8,70 1 4,35 3 13,04
16 4 17,39 5 21,74 1 4,35 10* 43,48 3 13,04
17 0 0,00 13* 56,52 6 26,09 0 0,00 4 17,39
18 3 13,04 8 34,78 3 13,04 6* 26,10 3 13,04
19 7 30,43 15* 65,22 0 0,00 1 4,35 0 0,00
20 2 8,69 10 43,48 0 0,00 10* 43,48 1 4,35
21 0 0,00 6 26,09 2 8,69 14* 60,87 1 4,35
5 DISCUSSÃO
Muitos pontos podem ser destacados baseados nos resultados deste estudo.
Começando pelo mais crítico deles, o nível de conhecimento dos futuros docentes
sobre vários temas evolutivos foi alarmante, ainda mais somando o fato de que a
grande maioria deles recém concluíram a disciplina específica de biologia evolutiva e
que muitos estarão atendendo vários alunos no Ensino Básico em pouco tempo. Os
erros mais preocupantes são em questões de conhecimento básico acerca da
evolução biológica. O que sugere que quando os licenciandos, em maioria,
pontuaram que faltam mais disciplinas e abordagem do tema, integração com as
outras disciplinas, bem como evolução ser vista muito no final do curso trazem
consequências para o nível de entendimento que eles acabam construindo durante a
graduação. Esse conhecimento de nível precário foi congruente com os resultados
do estudo de Alters e Nelson (2002) com estudantes universitários, no qual muitos
possuíam vários equívocos sobre a evolução biológica e como no presente estudo,
conhecimentos básicos. Sobre o relato de falta de integração entre a evolução e as
outras disciplinas do curso, pode-se usar emprestada uma citação de Mlodinow
(2015, p. 15), que mesmo que não seja sobre o mesmo assunto, cabe muito bem:
“[...] essa abordagem enfatiza as árvores, e não a floresta, negligenciando, por sua
própria natureza, a unidade do conhecimento humano”.
Alguns dos licenciandos apontaram que a Evolução era ministrada muito ao
final do curso, essa ideia está de acordo com o que Da Silva (2012) apontou que
deveria ser feito nos cursos científicos, colocar o ensino de evolução cedo na grade
curricular, pois possibilitaria os estudantes a aplicarem os paradigmas evolutivos nos
demais conceitos biológicos. Também, Buckberry e Da Silva (2012), que realizaram
um estudo no qual evolução foi ensinada por um semestre no início de um curso
científico, apontaram que mesmo que os estudantes cheguem com más
compreensões sobre evolução na graduação, os conceitos fundamentais sobre a
teoria podem ser vistos bem cedo em cursos de educação científica. Sinatra e
colaboradores (2003) ressaltam a importância da mudança conceitual para o
aprendizado, o que no caso poderia ser feito com uma disciplina de introdução aos
conceitos evolutivos, no sentido de corrigir erros conceituais e preconceitos que os
alunos carregam desde antes de começar uma graduação em Ciências Biológicas.
Outro resultado que vale a pena ser discutido, e que já havia sido mencionado
63
das seis questões (3, 4, 14 e 18) que Rutledge e Warden (2000) pontuaram ter sido
mais difíceis para os docentes corroboram com os resultados deste estudo, assim
como das três que eles ressaltaram ter sido mais fáceis, duas (6 e 8) também foram
para os licenciandos participantes desta pesquisa.
Trani (2004) foi mais um autor a usar ambos os instrumentos MATE e o
questionário de conhecimentos. Os professores de Oregon, além de terem ficado na
categoria “alta aceitação”, pontuaram muito bem no teste de sabedoria, acertando
em média 17,51 (83,40%) questões, encaixando-se na categoria “alto
conhecimento”. Além desses, Deniz, Donnelly e Yilmaz (2008) usaram ambas as
escalas nos professores turcos e na de conhecimentos o resultado médio foi de 9,29
(44,24%), ou seja, além de terem tido “baixa aceitação” da Teoria Evolutiva, o grau
de sabedoria ficou em “conhecimento muito baixo”, similar a este estudo quanto ao
grau de conhecimento, porém com índices mais graves.
Nunez, Pringles e Showalter (2012) utilizando o mesmo instrumento de coleta
de dados encontraram um nível de conhecimento “muito baixo” pesquisando os
professores de Belize, acertando em média 47,90% (~ 10,06/21 acertos), com
alguns acertando apenas duas questões. Vale lembrar que para o teste de
conhecimentos a amostra diminuiu de 59 para 55 indivíduos. As perguntas com
menos acertos foram as de número 3, 4, 11, 12, 16, 17, 18 e 20. Sendo assim, das
oito questões apontadas como mais difíceis pelos professores no estudo em Belize,
cinco (3, 4, 16, 18 e 20) também foram no presente estudo.
As perguntas 3, 4 e 18 se repetiram como mais difíceis neste estudo bem
como no de Rutledge e Warden (2000) e Nunez, Pringles e Showalter (2012). Elas
são relacionadas a quando a primeira forma de vida parece ter aparecido no planeta
baseado em datação radioativa, descrição do processo de evolução e técnica de
datação radiométrica. Esses resultados sugerem que datação não é um conceito
fácil para os futuros professores e os que já estão em atividade docente.
67
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BIZZO, N. M. V. From down house landlord to Brazilian high school students: What
has happened to evolutionary knowledge on the way?. Journal of Research in
Science Teaching, v. 31, n. 5, p. 537-556, 1994.
DENIZ, H.; DONNELLY, L. A.; YILMAZ, I. Exploring the factors related to acceptance
of evolutionary theory among Turkish preservice biology teachers: Toward a more
informative conceptual ecology for biological evolution. Journal of Research in
Science Teaching, v. 45, n. 4, p. 420-443, 2008.
70
DAWKINS. Richard. The magic of reality: how we know what’s really true. New
York: Free Press, 2011. 271 p.
FIRENZE, R.; O‟BRIEN, T. Evolution can't be taught in 270 minutes. Science, New
York, v. 308, n. 5721, p. 495, 2005.
HA, M.; HAURY, D. L.; NEHM, R.H. Feeling of certainty: Uncovering a missing link
between knowledge and acceptance of evolution. Journal of Research in Science
Teaching, v. 49, n. 1, p. 95-121, 2012.
HOSKINS, J. L.; RITCHIE, M. G.; BAILEY, N. W. A test of genetic models for the
evolutionary maintenance of same-sex sexual behaviour. Proceedings of the Royal
Society of London B: Biological Sciences, v. 282, n. 1809, p. 1-9, 2015.
71
LOVATI, F. Evoluir ou não evoluir? Teoria proposta em 1859 por Darwin continua a
motivar reações de ceticismo em pleno século 21. Ciência Hoje On-line, 2006.
Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/genetica/ evoluir-ou-nao-
evoluir/evoluir-ou-nao-evoluir-0>. Acesso em: 03 mai 2015.
MOORE, R.; COTNER, S. The creationist down the hall: Does it matter when teach-
ers teach creationism. BioScience, v. 59, n. 5, p. 429–435, 2009.
TRANI, R. I won‟t teach evolution; it‟s against my religion: and now for the rest of the
story. American Biology Teacher, v. 66, n. 6, p. 419-427, 2004.
WAGLER, A.; WAGLER, R. Addressing the lack of measurement invariance for the
measure of acceptance of the theory of evolution. International Journal of Science
Education, v. 35, n. 13, p. 2278-2298, 2013.
WILSON, D. S. Evolution for everyone: how to increase acceptance of, interest in,
and knowledge about evolution. PLoS Biology, v. 3, n. 12, p. 2058–65, 2005.
APÊNDICE
75
APÊNDICE A
76
ANEXOS
77
ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C
ANEXO D
A – Concordo totalmente = 1
B – Concordo parcialmente = 2
C – Indeciso = 3
D – Discordo parcialmente = 4
E – Discordo totalmente = 5
ANEXO E
ANEXO F
Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. Sua
colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a
qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Trata-se de uma pes-
quisa que fará parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do responsável por
esse estudo, pertencente ao Curso de Ciências Biológicas – modalidade Licenciatu-
ra da Universidade Federal de Pelotas.
Eu, ________________________________________________________________,
portador da Cédula de identidade, RG ______________, e inscrito no
CPF________________, matrícula _____________,nascido(a) em ___ / ___ /_____,
abaixo assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como vo-
luntário(a) do estudo:
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
II) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico.
III) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam
divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados;
IV) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados, ao final desta pes-
quisa.
Pelotas,....................de................................. de 2015.