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50 ANOS DO GOLPE MILITAR NO BRASIL - Os Militares, A Ideologia de Segurança Nacional e A Ação Guerrilheira No Araguaia PDF
50 ANOS DO GOLPE MILITAR NO BRASIL - Os Militares, A Ideologia de Segurança Nacional e A Ação Guerrilheira No Araguaia PDF
Figura 01
O SNI era o cérebro de um sistema montado desde o golpe de 1964 para manter o
controle do poder político e o domínio do Estado brasileiro, nas mãos dos militares. Era
a espinha dorsal do regime militar, e ela estava sob o comando e o pulso firme dos
oficiais generais, na presidência da República e no Estado-Maior das Forças Armadas
(EMFA).
“Pela estrutura logística, o SNI ficou entre os dez mais bem equipados
serviços de informações do mundo. Seu poder de alavancagem política foi
superior ao da CIA, do Intelligence Service, ou mesmo da KGB” (Idem,
p.169).
Naturalmente, toda essa estrutura contava com o apoio civil, inclusive e principalmente,
nas DSIs. Mas o comando estava com os militares. Inclusive na Operação Bandeirante
(OBAN), tida como uma prova do envolvimento de grandes empresários, portanto civis,
na “condução do regime” (sic).
Figura 02
A OBAN foi gestada dentro do Sistema Nacional de Informação, e também ela não
fugiu ao controle dos generais que estavam em seu comando. Assim como a malfadada
Operação Condor, montada por esse sistema de informação e repressão brasileiro que se
espalhou por outros países da América Latina, com o apoio da CIA (Figura 02).
Constituía-se, assim, um regime militar, que se tornou uma ditadura violenta e
descontrolada. Contando com o apoio e a participação de elementos da sociedade civil.
Portanto, do início (1964) ao fim (1985) o comando do regime sempre esteve nas mãos
dos militares, das suas mais altas patentes, e toda a condução da política seguia-se às
estratégias definidas pela DSN (Doutrina de Segurança Nacional) executadas pela
estrutura militar-repressiva.
Notas
(*) Artigo publicado na Revista Princípios (SP), nº 129, março 2014
http://grabois.org.br/portal/revista.int.php?id_sessao=9&id_publicacao=3828&id_indice=4165
(1) Araguaia: Depois da Guerrilha, uma outra guerra – A luta pela terra no Sul do Pará, impregnada pela
Ideologia de Segurança Nacional. Tese de doutorado em Geografia, defendida em novembro de 2013 no
Instituto de Estudos Socioambientais da UFG, orientada pela professora doutora Celene Cunha M. A.
Barreira.
(2) O Congresso Nacional inclusive já aprovou uma lei, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, de nº
12.486, de 12 de setembro de 2011, que “inclui o nome do cidadão Pedro Aleixo na galeria dos que foram
ungidos pela Nação Brasileira para a Suprema Magistratura”.
(3) http://amp-mg.jusbrasil.com.br/noticias/100333621/claudio-fonteles-o-sistema-da-ditadura-era-brutal-
e-assassino
(4) Ver CAMPOS FILHO, 2012, p.153: “Procurando abranger toda a área conflagrada, a Operação
ACISO levou para a região médicos e dentistas, distribuiu remédios e vacinas em grandes quantidades,
patrulhou estradas, legalizou posses, doou terras através do Incra, e ainda perseguiu pistoleiros e
grileiros”.
Fontes consultadas
CAMPOS FILHO, Romualdo Pessoa. Guerrilha do Araguaia, a esquerda em armas. São Paulo: Anita
Garibaldi/FMG, 2012.
CARNEIRO, Ana & CIOCCARI, Marta. Retrato da repressão política no campo – Brasil 1962-1985 –
Camponeses mortos, torturados e desaparecidos. Brasília: MDA, 2010.
CASTRO, Therezinha de. Geopolítica: princípios, meios e fins. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército
Editora, 1999.
COMBLIN, Pe. Joseph. A ideologia de segurança nacional – O poder militar na América Latina. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
GASPARI, Elio. As ilusões armadas (I) – A ditadura envergonhada. São Paulo: Companhia das Letras,
2002.
SILVA, Golbery do Couto e. Conjuntura política nacional e o Poder Executivo & Geopolítica do Brasil.
Rio de Janeiro: J. Olympio, 1981.
____________. Planejamento estratégico. Brasília: Editora UnB, 1981.