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do maior erro eclesiológico que pode haver: a heresia de não atribuir a Igreja Católica o cargo,
por assim dizer, de única Igreja de Cristo. Deve haver outras maneiras de se provar que a Igreja
Católica é a única Igreja de Cristo, mas achei conveniente esta que se segue.
Convém que saibamos que igreja, do grego ekklesia, significa primeiramente reunião e
assembléia. Inferimos, portanto, que Igreja deve ser a assembléia e reunião daqueles que
fazem parte do corpo de Cristo (ora, assembléia ou reunião implicam pluralidade de pessoas).
Parece-me que a definição mais conveniente de Igreja é a sociedade [perfeita, porque Cristo,
cabeça desta sociedade, é perfeito] dos cristãos. Lembre-se, cristãos são chamados aqueles
seguidores de Cristo.
Mas qualquer que se declarasse ligado a sociedade chamada Igreja não poderia, tão somente
por dizê-lo, ser membro deste corpo. Para entender isso, trataremos agora da Igreja enquanto
se apresenta de forma visível. A princípio, tratamos do governo da Igreja.
Ora, sabemos que toda sociedade precisa de governo. E sabemos que Cristo, máximo
governante da Igreja, não está pessoalmente na Terra para governá-la. Assim, faz-se
necessário um governo na Igreja aqui na Terra, feito por homens em nome de Cristo (leia-se,
vigários). Por isso, Cristo instituiu São Pedro por governante máximo de sua Igreja na Terra
(Evangelho segundo S. Mateus, XVI.XVIII; Evangelho segundo S. João XXI.XV-XVII; etc.), e os
outros Apóstolos por governantes junto de São Pedro (Evangelho segundo S. Mateus,
XVIII.XVIII).
Para estar na comunhão com Cristo, é preciso estar em comunhão com aqueles que Cristo
mesmo estabeleceu para governar-nos na Terra. Caso contrário, negaríamos a autoridade do
Senhor, uma vez que os governantes da Igreja visível são instituídos, de algum modo, pelo
próprio Cristo. Assim, precisamos estar em comunhão com os bispos, sucessores dos
Apóstolos, e, de forma máxima, com o Papa, bispo de Roma, sucessor de São Pedro.
Assim, deve haver uma só verdade para se crer sobre o Senhor. Isso se confirma pela fala do
Apóstolo: “Há (...) uma só fé” (Epístola de S. Paulo aos Efésios, IV.V).