Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dissertacao PDF
Dissertacao PDF
ao Processo Produtivo
Júri
Presidente: Prof. Carlos António Pancada Guedes Soares
Orientador: Prof. José Manuel Antunes Mendes Gordo
Vogais: Prof. Manuel Filipe Simões Franco Ventura
Dezembro de 2010
RESUMO
Este documento apresenta o estudo para um programa informático que permite a automatização do
processo de planificação de chapas do casco tendo em consideração os processos de fabrico, de
modo a aumentar o grau de automatização nas linhas de processamento do casco de um navio, num
estaleiro naval, mais propriamente aumentar a qualidade de traçagem das chapas.
O programa trabalha a partir de um ficheiro que contém pontos notáveis da chapa, obtidos no plano
vertical de um navio, uma vez que é aplicado o método da geodésica para planificar as chapas.
No caso de as chapas serem de dupla curvatura, o programa tem em conta os processos práticos de
fabrico, considerando os encurtamentos plásticos devidos a processos térmicos de enformação. A
planificação final considera mais material na chapa para compensar os encurtamentos sofridos.
ABSTRACT
This document presents the study for the creation of a computer program that enables the
developments of the hull plates, considering the manufacturing processes. The program’s aim is to
increase the degree of automation in the production lines in a hull of a ship, more specifically, the
quality of the plate development prior to its forming.
The program works from a file that contains key points of the plate, these points are obtained from the
body plan of the ship. The program applies the geodesic method of plate development.
In the case of a double curvature plate development, the program takes into account the manufacture
processes, inserting the necessary corrections in the plate development.
Keywords: computer program; plate’s development; hull; geodesic method; manufacturing processes.
i
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e ao meu amigo Bruno Almeida pela ajuda na estrutura desta tese de mestrado.
iii
iv
ÍNDICE
1- INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 1
v
7- RESULTADOS OBTIDOS.......................................................................................................... 49
7.1- Chapa 1...................................................................................................................... 49
7.2- Chapa 2...................................................................................................................... 53
7.3- Chapa 3...................................................................................................................... 56
7.4- Chapa 4...................................................................................................................... 60
7.5- Chapa 5...................................................................................................................... 63
7.6- Discussão de resultados.......................................................................................... 67
9- CONCLUSÕES........................................................................................................................... 79
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 81
ANEXOS......................................................................................................................................... 83
ANEXO A........................................................................................................................... 85
ANEXO B........................................................................................................................... 89
vi
LISTA DE FIGURAS
vii
Figura 5.23 Plano vertical – Arco de baliza........................................................................... 32
Figura 5.24 Planificação da chapa – Iteração [2].................................................................. 33
Figura 5.25 CAD - Planificação da Chapa.............................................................................. 34
Figura 5.26 MatLab - Planificação da Chapa......................................................................... 35
Figura 5.27 MatLab - Chapa representada em 3D................................................................. 36
viii
Figura 7.21 MatLab - Nova Planificação da Chapa – Chapa 5 - [1]......................................64
Figura 7.22 Novos pontos obtidos na planificação de uma chapa em sela....................... 65
Figura 7.23 MatLab - Nova Planificação da Chapa – Chapa 5 - [2]......................................65
Figura 7.24 Valores de ds, Clong, di_inf e di_sup ao longo da Chapa 2..................................... 67
Figura 7.25 Valores de ds, Clong, di_inf e di_sup ao longo da Chapa 5..................................... 68
ix
x
LISTA DE TABELAS
xi
xii
1- INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, para responder às crescentes necessidades de transporte de carga entre
continentes, os navios são construídos de maneira a poder transportar o máximo possível de carga
numa única viagem. Estes navios de grandes dimensões são bastante complexos no que diz respeito
à sua produção, por isso os estaleiros modernos tentam a automatização do maior número possível
de tarefas de maneira a aumentar a eficácia na sua construção.
O objectivo desta dissertação de mestrado centra-se em automatizar uma parte da produção total do
navio: a traçagem de chapas a serem produzidas para o casco de um navio. Para concretizar este
objectivo foi adoptado um método de planificação para um programa informático. As duas grandes
vantagens para esta implementação automática em relação à aplicação manual do método em
sistemas de desenho assistidos por computador (CAD) são as seguintes:
A traçagem engloba um conjunto de tarefas, parte delas são feitas na fase de projecto do navio, e as
restantes são feitas na fase de produção do navio, havendo assim informação disponível para a
preparação da construção do casco. Existe um elo de ligação entre o projecto desenvolvido e o
fabrico dos elementos do casco, sendo conveniente fazer um enquadramento entre projecto e
produção.
Em projecto são obtidas as formas definitivas do casco e são representadas no plano geométrico do
navio: plano vertical, plano longitudinal e plano horizontal. O plano vertical, para além de representar
a forma do casco, tem informação sobre a distribuição de chapas do casco. Uma chapa contém
quatro fronteiras, duas baínhas correspondentes aos lados maiores da chapa, e dois topos
correspondentes aos lados menores da chapa. Normalmente no casco do navio, as baínhas das
chapas são dispostas longitudinalmente. Um outro desenho técnico utilizado é o arranjo geral do
navio, e que tem informação sobre o espaçamento entre balizas.
Em [2], são descritos vários métodos os quais podem ser aplicados para a planificação de um
elemento do casco. Para esta dissertação de mestrado foi usado o “Método da Geodésica”, complexo
na sua compreensão, mas em contrapartida apresenta resultados mais precisos que outros métodos,
como por exemplo o “Método Flamengo”. Para iniciar o método da geodésica, são necessários
valores que provêem do plano vertical e do arranjo geral do navio. A planificação serve
posteriormente como informação na produção das chapas do navio.
1
Em produção, os grandes navios são construídos em blocos, em secções ou em anéis. Estas partes
são feitas em oficinas de estaleiro sendo unidas posteriormente no local de edificação do casco. Em
relação ao casco, esta estrutura do navio representa uma grande percentagem na mão-de-obra total,
sendo importante que esta parte esteja bem organizada não só nas suas tarefas construtivas mas
também no encadeamento das restantes tarefas existentes. Na linha de montagem do casco, o
estaleiro tem de encomendar o número necessário de chapas rectangulares de aço a uma siderurgia.
No estaleiro, as chapas têm de ser submetidas a um tratamento prévio de desempeno de maneira a
retirar o melhor possível deformações que possam existir após a saída da siderurgia. De seguida,
com os elementos planificados obtidos na fase de projecto, efectua-se a traçagem nas chapas
encomendadas de modo a serem cortadas nos sítios pretendidos. As chapas são normalmente
cortadas com tecnologia térmica, como o corte a laser ou o corte a plasma. Passa-se de seguida a
um processo de enformação das chapas de maneira a obter a curvatura desejada. A enformação
pode ser realizada mecanicamente, termicamente, ou um misto das duas. A enformação mecânica
pode ser feita em prensas, rolos, calandras, ou quinadeiras. A enformação térmica passa pela
aplicação de calores pontuais, em linha ou em V em certas zonas da chapa. Na finalização da linha
de montagem do casco, a união das várias chapas constituintes é feita na zona de doca seca ou
carreira, sendo soldadas nesse local. Na soldadura, algumas tecnologias disponíveis são o arco
submerso, o MIG/MAG (Gas Metal Arc) ou o TIG (Tungsten Inert Gas). A última parte na montagem
do casco consiste na sua protecção através da aplicação de várias camadas de tintas.
2
2- CLASSIFICAÇÃO DAS CHAPAS DO CASCO DE UM NAVIO
O casco de um navio é constituído por vários tipos de chapas, sendo a curvatura da chapa o
elemento que vai definir qual o seu tipo. Deste modo, convém introduzir o conceito de curvatura para
uma linha e o conceito de curvatura para uma superfície.
Para uma linha curva, e para qualquer ponto dessa linha, é possível encontrar uma circunferência de
raio finito que se adapte à curvatura da linha e que seja tangente no ponto seleccionado. O raio da
circunferência é o raio de curvatura da linha nesse ponto (figura 2.1). A curvatura nesse ponto é
Para uma superfície curva (figura 2.2) num ponto arbitrário P u , v , existe apenas um plano
tangente à superfície para esse ponto, designado por . Definindo o vector n, perpendicular ao
o vector n. Intersectando o plano à superfície é criada uma linha curva em que a sua curvatura
pode ser obtida conforme a definição acima descrita. O plano ao girar 360 graus sobre o vector n,
forma linhas curvas ao intersectar a superfície . As curvaturas das linhas geradas, e que em média
m
( Cméd 1/ ri ) apresentarem os valores máximo e mínimo são designadas por curvaturas
i 1
3
principais da superfície: Cmáx e C mín . Estes dois valores podem ser usados para caracterizar a forma
da chapa, os valores podem ter valores positivos, negativos ou nulos: se a curvatura for convexa o
valor de C é positivo, se a curvatura for côncava o valor de C é negativo, e se não houver curvatura
ou uma das curvaturas principais for nula, o valor de C é nulo. A curvatura Gaussiana é definida pelo
produto das curvaturas principais CGauss Cmáx C mín , sendo uma medida intrínseca de curvatura,
i.e., o seu valor depende somente de como as distâncias são medidas sobre a superfície [4].
Num casco de navio, as formas usuais das chapas são: chapas planas, chapas de curvatura simples,
e chapas de dupla curvatura.
Chapas que não apresentam curvatura em qualquer direcção da sua superfície são designadas como
chapas planas. Este tipo de chapas está normalmente situado no fundo e no costado do corpo
cilíndrico do navio. A sua manufactura é simples, sendo necessário apenas a traçagem e posterior
corte.
São chapas com uma curvatura principal e que apresentam uma forma cilíndrica (figura 2.3) ou uma
forma cónica. Este tipo de chapas está situado no encolamento do corpo cilíndrico do navio. Estas
chapas têm uma curvatura Gaussiana igual a zero ( Cmáx ou C mín igual a zero). A sua planificação
4
pode ser obtida directamente pelo método da geodésica. Na manufactura, a chapa é enformada em
apenas uma direcção.
São chapas com duas curvaturas principais, podendo existir duas condições na curvatura Gaussiana:
se CGauss > 0, implica que as curvaturas Cmáx e C mín têm valores com o mesmo sinal, ou seja, as
sinais, em que Cmáx pode ser concavo e C mín pode ser convexo ou vice versa, formando chapas em
forma de sela (figura 2.5). No navio, os elementos deste tipo encontram-se principalmente a vante e a
ré do casco. A sua planificação pode ser obtida por uma correcção aplicada ao método da geodésica.
Na manufactura, a chapa é enformada nas duas direcções.
Figura 2.4 - Chapa em forma de concha Figura 2.5 - Chapa em forma de sela
Uma outra situação que pode existir nas chapas de dupla curvatura é a seguinte: uma variação de
sinal pode ocorrer para uma das curvaturas principais ( Cmáx ou C mín ), o que equivale a dizer que
parte da chapa apresenta valores CGauss > 0, e a restante parte apresenta valores CGauss < 0. Uma
chapa nestas condições pode ser o resultado da união de duas chapas, em que uma delas seja em
5
forma de concha e a outra seja em forma de sela (figura 2.6), conduzindo aos dois casos descritos no
parágrafo anterior. Este tipo de junção de chapas pode estar situado em zonas de transição na forma
do casco, como por exemplo, entre o bolbo e o costado do navio.
6
3- DISTRIBUIÇÃO DE CHAPAS NO CASCO DE UM NAVIO
Neste capítulo compara-se o modelo tradicional de distribuição de chapas de um casco de navio com
o modelo actual, expondo a complexidade que os engenheiros navais se deparam nos dias de hoje
em relação aos velhos tempos.
A figura 3.1, mostra a plano vertical de vante de um navio e a distribuição de chapas pela maneira
tradicional. Como se pode observar as baínhas acompanham a forma do casco do navio. Este tipo de
construção tinha as seguintes vantagens [4]:
7
3.2- Distribuição de chapas - Moderna
Nos dias de hoje, continua-se a usar o método tradicional para navios de pequeno porte, mas as
necessidades de construir navios cada vez maiores implicou uma mudança na maneira como as
chapas são distribuídas. Desta forma, grande parte das baínhas passou a estar em planos horizontais
facilitando o processo construtivo global do navio no sentido vertical.
A figura 3.2 mostra o plano vertical de vante de um navio e a distribuição de chapas pela maneira
moderna. Como se pode observar, as baínhas acompanham a forma do casco do navio apenas no
bolbo e na parte inferior. As restantes baínhas estão colocadas em planos horizontais.
8
3.3- Tipos de chapas - Quantidades
Para um navio de grandes dimensões (graneleiro, petroleiro, etc.), entre 65 e 80% das chapas do
casco são planas ou com uma curvatura, sendo o restante chapas de dupla curvatura [5].
A figura 3.3 representa a modelação de um casco de um navio petroleiro com comprimento fora a fora
de 271 m, boca de 42,2 m e pontal de 20,2 m. Na figura 3.4 estão identificados os tipos de chapas do
casco, segundo um método automático que foi testado para o mesmo navio. Num total de 336
superfícies, existem 66% de chapas planas, 23% de chapas com uma curvatura e 11% de chapas de
dupla curvatura [6].
9
4- CASOS EXISTENTES NA PLANIFICAÇÃO DE UMA CHAPA
Na planificação de uma chapa é usado essencialmente o plano vertical do navio como base de
trabalho. Para os vários tipos de chapas existentes no navio, existem diferentes situações na
aplicação de métodos de planificação [7]. Estes diferentes casos irão ser discutidos neste capítulo.
As chapas sem curvatura podem estar dispostas no plano vertical de três maneiras possíveis:
Ai Di , Bi Di .
10
De seguida importa saber a verdadeira grandeza da recta directriz, sendo para isso
necessário a construção de um desenho auxiliar, contendo triângulos rectângulos em cada
em cada ponto Di são construídas duas rectas verticais, uma acima desse ponto com o
11
4.2- Elementos com curvatura - Método da geodésica
Para este tipo de chapas, elementos com curvatura, é usado o método da geodésica e que é
bastante semelhante ao terceiro caso apresentado na secção anterior. A diferença está na forma da
chapa, sendo necessária uma nova abordagem na construção da directriz.
Em termos gerais, o método da geodésica tem como base a utilização de uma geodésica da
superfície da chapa a planificar, como uma directriz à qual se referencia o seu contorno através das
linhas de baliza. A geodésica a escolher como directriz deve ser perpendicular a pelo menos uma das
linhas de baliza. Assim a geodésica irá transformar-se numa recta no momento de planificação
servindo como referência e mantendo-se perpendicular a essa baliza.
No caso de a forma das chapas ser de simples curvatura o método da geodésica é exacto porque as
chapas são partes de superfícies cilíndricas ou cónicas. Se as chapas forem de dupla curvatura tal
não acontece porque não são matematicamente planificáveis, mas podem ser aproximadas a
superfícies cónicas.
Neste trabalho, as chapas de dupla curvatura consideradas são as que têm de raios de curvatura
longitudinais a partir de 3000 m [7].
A planificação de uma superfície cónica depende da geodésica que se escolhe como directriz. Como
o número de geodésicas que passam por um ponto de uma superfície cónica é infinito, existem vários
casos possíveis na aplicação do método da geodésica. Os dois casos mais relevantes para o
processo de traçagem em engenharia naval são os seguintes:
1. Utilização de uma geodésica num ponto de uma superfície cónica, que coincida com a
geratriz da cónica que passa por esse mesmo ponto. Deste modo a geratriz da cónica é a
directriz. Este caso é usado geralmente para chapas situadas na zona central do
encolamento e nos pavimentos.
2. Utilização de uma geodésica num ponto de uma superfície cónica, que não coincida com a
geratriz da cónica que passa por esse mesmo ponto. Este caso é o que tem maior campo de
aplicação para os elementos do casco, principalmente para as chapas de dupla curvatura.
Nesta dissertação de mestrado foi desenvolvido o segundo caso descrito anteriormente. Neste caso a
aplicação prática do método pode ser repartida em três fases:
12
Desenvolvimentos da geodésica e das baínhas – esta fase corresponde ao cálculo das
verdadeiras grandezas da geodésica e das baínhas, construindo um desenho semelhante ao da
figura 4.2, mas desta vez, irão aparecer três desenvolvimentos, onde os catetos opostos
correspondem aos comprimentos dos troços das baínhas e geodésica, em cada passo de baliza.
Resumindo: é traçada uma geodésica na superfície da chapa que irá posteriormente ser transformada
numa recta directriz no momento da planificação, servindo como referência para as restantes
operações relativas à planificação. A directriz deve tomar uma posição mediana, por isso escolhe-se
a geodésica que é perpendicular à linha da secção transversal central (baliza central) num ponto
vizinho do seu ponto médio.
Genericamente, a traçagem de uma geodésica numa superfície S (figura 4.4), a partir de um ponto M
e seguindo uma tangente T à superfície S e ao ponto M, envolve os seguintes passos:
13
Figura 4.4 – Traçagem de uma geodésica numa superfície
No próximo capítulo irá ser abordado este caso do método da geodésica em pormenor com um
exemplo prático de uma chapa.
14
5- APLICAÇÃO DO MÉTODO DA GEODÉSICA
No arranjo geral do navio (figura 5.1), os espaçamentos entre balizas são os seguintes: à ré da baliza
12 o espaçamento entre balizas é igual a 0,61 metros; entre as balizas 12 e 159 o espaçamento entre
balizas é igual a 0,78 metros; à vante da baliza 159 o espaçamento entre balizas é igual a 0,61
metros.
O plano vertical disponibiliza apenas a forma do navio entre as balizas 120 e 184, sendo a zona de
vante do casco do navio, incluindo uma parte do corpo cilíndrico, a zona do castelo de proa,
finalizando no bolbo do navio (figura 5.2).
15
Neste capítulo, na aplicação do método da geodésica foi usada a chapa assinalada na figura 5.3.
Esta chapa está localizada na zona inferior do bolbo do navio entre as secções 166 e 178 e
espaçamentos entre balizas iguais com o valor de 0,61 m. Em relação ao referencial, foi usado o
típico para projecto naval: x- longitudinal, y- transversal, e z- cota.
O método da geodésica será explicado através da sua aplicação prática em CAD para a chapa
seleccionada. De inicio são limpas as linhas que não vão interessar para a aplicação do método,
ficando apenas as linhas do contorno da chapa mais as linhas de baliza no interior do contorno, e as
balizas situadas a vante e a ré da chapa (figura 5.4).
No que diz respeito à estrutura do algoritmo do programa, são necessários dados de entrada para o
método da geodésica ser aplicado, fornecendo no final dados de saída (figura 5.5).
16
Figura 5.5 - Algoritmo do programa
Na aplicação informática, é necessário construir um ficheiro com valores de entrada em formato Excel
(tabela 5.1), com a seguinte estrutura:
17
Y´s inf. [m] Z´s inf. [m] Y´s inter. [m] Z´s inter. [m] Y´s sup. [m] Z´s sup. [m] Espaç. Balizas [m] Espaç. Long. [m] Código
0,510 1,019 0,753 1,296 0,973 1,590 0,610 0,000 0
0,515 0,959 0,781 1,256 1,022 1,575 0,610 0
0,534 0,796 0,871 1,149 1,173 1,531 1,220
0,568 0,622 0,994 1,029 1,373 1,479 1,830
0,608 0,490 1,118 0,928 1,571 1,427 2,440
0,653 0,393 1,244 0,844 1,767 1,374 3,050
0,702 0,315 1,369 0,771 1,963 1,320 3,660
0,750 0,250 1,493 0,705 2,160 1,266 4,270
0,797 0,199 1,617 0,644 2,358 1,212 4,880
0,845 0,160 1,741 0,586 2,554 1,157 5,490
0,891 0,128 1,864 0,531 2,748 1,103 6,100
0,940 0,098 1,982 0,479 2,934 1,048 6,710
0,986 0,071 2,092 0,429 3,110 0,991 7,320
0,998 0,064 2,118 0,417 3,151 0,977
1,034 0,047 2,196 0,383 3,273 0,932
Após o programa ler os dados de entrada, este vai desenhar num gráfico uma figura semelhante à
figura 5.6, da seguinte maneira:
Bainhas São usados os pontos de entrada referentes às baínhas sendo unidos graficamente
por segmentos de recta.
Balizas e Topos Cada uma é definida por um arco de circunferência a partir de três pontos de
entrada. A equação (1) pode ser desenvolvida até chegar-se à forma equação
(2). Com um sistema de três equações na forma da expressão (2) e mais três
18
( y yc)2 ( z zc )2 r 2 (1)
y 2 z 2 Ay Bz C 0 (2)
y(z)1ªSoluç. = (1/2) - A A 2 -4 z2 -4 C-4 B z
y(z)2ªSoluç. = (1/2) -A- A 2 -4 z2 -4 C-4 B z (6)
Na aplicação do método da geodésica é necessário seguir as três fases referidas na secção 4.3. O
primeira será a traçagem da geodésica no plano vertical da chapa, a segunda consiste em fazer os
desenvolvimentos das baínhas e da geodésica na sua verdadeira grandeza, e a terceira a
planificação da chapa. Em cada uma das três fases, existem vários passos que irão ser descritos em
pormenor.
Considera-se uma geodésica mediana à chapa, sendo o ponto inicial de construção. A traçagem da
geodésica (sua projecção) é feita no plano vertical do navio e num desenho auxiliar para uma vista
longitudinal.
19
1º PASSO – Início da traçagem da projecção da geodésica
CAD – Considerando a figura 5.7, na baliza central 172 é traçada uma recta entre os pontos 1 e 2. No
ponto 3 que equivale ao ponto médio da recta, é traçada uma recta perpendicular entre os pontos 4 e
5, que equivale à projecção da geodésica entre as balizas 172 e 173. A projecção da geodésica é
prolongada para o passo seguinte, entre os pontos 5 e 6, sendo a projecção da geodésica entre as
balizas 173 e 174 e que necessita de uma correcção. É medido o comprimento da projecção no plano
vertical da geodésica entre os pontos 4 e 5 ao qual vamos chamar G.
É necessário construir um desenho auxiliar que represente os passos de baliza para todas as
secções no plano longitudinal servindo como auxílio para determinar a projecção da geodésica no
plano vertical (figura 5.8).
No desenho auxiliar, entre as balizas 172 e 173 é construído um triângulo rectângulo cujo cateto
oposto é a medida G e a hipotenusa é a geodésica no plano longitudinal. A hipotenusa é prolongada
para o passo seguinte, entre as balizas 173 e 174 sendo necessário uma correcção (figura 5.9).
20
Figura 5.9 - Construção auxiliar - Traçagem da geodésica - Inicio
A recta entre os pontos 1 e 2 é definida pelos dados de entrada, o seu declive é calculado
pela expressão (7) e o seu ponto médio pela expressão (8).
z2 z1
m (7)
y2 y1
y1 y2 z1 z2
Pmédio ( , ) (8)
2 2
1
z y b (9)
m
G ( z5 z4 ) 2 ( y5 y4 ) 2 (10)
b z my (11)
21
2º PASSO – Correcção na traçagem da geodésica no desenho auxiliar
Considerando a figura 5.11, com início no extremo superior de R2 é traçada uma recta até intersectar
perpendicularmente R1 ao qual vamos chamar R3. Para este caso houve necessidade de prolongar
R1 para R3 a intersectar perpendicularmente. Com início no ponto de intersecção entre R1 e R3, é
traçada uma recta paralela a R2 até interceptar o cateto adjacente ao qual vamos chamar R4.
22
Programa informático – A construção idêntica da figura 5.11 é feita da seguinte maneira:
CAD – A recta R4 traçada na construção auxiliar é transposta para o plano vertical ficando
sobreposta sobre a projecção da geodésica já existente entre as balizas 173 e 174 (recta R5 na figura
5.12). No caso em estudo R4 tem um valor menor que R5.
Considerando a figura 5.13, para a linha da baliza 173 no ponto P1, é traçada uma recta
perpendicular R6. É necessário fazer uma translação da recta R6 de P1 para P2. Assim, R6 vai
intersectar a baliza 174 no ponto P3. A projecção da geodésica corrigida no plano vertical é a recta
entre os pontos P1 e P3.
23
Figura 5.13 - Plano vertical - Traçagem da geodésica – Iteração [2]
G 3 ( z 2 z1 ) 2 ( y2 y1 ) 2
z2 my2 b (12)
definidas por arcos de circunferência a derivada usa a expressão (13), onde: yc é a abcissa
do centro do arco de circunferência para a baliza 173 definida pelo primeiro termo da
expressão (14); z c é a ordenada do centro do arco de circunferência para a baliza 173
24
definida pelo segundo termo da expressão (14); r é o raio do arco de circunferência definido
pela expressão (15); e z é definido pela expressão (16).
dz 2 yc 2 y
(13)
dy y y1 2 yc 2 y. yc r 2 y 2
2
yc A / 2
zc B / 2 (14)
2 2
A B
r C (15)
2 2
2
z z c r 2 y yc (16)
A derivada corresponde ao declive m da recta tangente à baliza 173 no ponto P1, mas o que
interessa é a recta perpendicular (R6), sendo definida pela equação (9). A translação para P2
é feita pelo cálculo da nova ordenada na origem de R6 nesse ponto. Para a intersecção de
R6 com a baliza 174, é usada novamente a subrotina de cálculo de intersecções de rectas
sendo definido o ponto P3. A projecção da geodésica corrigida é definida pela recta que
contém os pontos P1 e P3
CAD – Considerando a figura 5.14, a nova projecção da geodésica entre as balizas 173 e 174 é
traçada, de seguida é calculado o seu comprimento (G4). A projecção da geodésica é prolongada
para o passo seguinte entre as balizas 174 e 175. Na construção auxiliar (figura 5.15), o cateto
oposto para o triângulo rectângulo das balizas 173-174 é dado pelo comprimento G4 formando a
recta vertical R7. A hipotenusa deste triângulo é a geodésica corrigida no plano longitudinal para as
balizas 173-174, sendo prolongada para as balizas 174-175.
25
Figura 5.14 - Plano vertical - Traçagem da geodésica – Iteração [3]
26
5º PASSO – Repetir os passos descritos anteriormente
CAD e programa informático – Finalizando este passo construtivo, as restantes balizas a vante de
174 são corrigidas da mesma maneira. Em relação às balizas a ré de 172, por analogia é repetido o
processo descrito até aqui, finalizando assim este passo da construção da projecção da geodésica no
plano vertical e na construção auxiliar (figuras 5.16 e 5.17).
Nesta segunda fase vão ser calculadas as verdadeiras grandezas da geodésica e das baínhas da
chapa. Para isso é necessário fazer uma construção semelhante à apresentada na figura 4.2. Desta
maneira tanto para CAD como para o programa informático é construído um desenho igual ao
apresentado na figura 5.8.
27
1º PASSO – Desenvolvimentos
CAD – Começa-se por construir o primeiro triângulo para as balizas 166-167. É medido o
comprimento da baínha inferior entre as balizas 166-167 no plano vertical. Esta medida corresponde
à medida do cateto oposto posicionado na baliza 167 no desenho dos desenvolvimentos. É traçada a
hipotenusa entre 166 e 167. Estes procedimentos são repetidos para os restantes intervalos de
baliza. Para a geodésica e para a baínha superior o processo é semelhante, estando o resultado
obtido de todos os desenvolvimentos disposto na figura 5.18.
CAD – As balizas 166 e 178 não pertencem ao domínio da chapa sendo necessário saber o início e o
fim dos desenvolvimentos traçados. Explica-se apenas para o desenvolvimento da baínha superior,
sendo igual para os desenvolvimentos da geodésica e da bainha inferior: no plano vertical é medido o
valor do comprimento da bainha superior entre a baliza 167 e o ponto D assinalado na figura 5.16,
chamando a este comprimento G5. No desenho dos desenvolvimentos, para o vértice superior do
28
triângulo das balizas 166-167 (P6 na figura 5.19), é medido desde P6 o valor de G5 horizontalmente
originando o ponto P4. A partir de P4 é traçada uma recta horizontal até interceptar a hipotenusa das
balizas 166-167 originando o ponto limite P5 do desenvolvimento. Para as balizas 177-178 é repetido
o processo para definir o segundo limite da baínha superior sendo agora medido a distância da
baínha superior entre as balizas 178 e o ponto E assinalado na figura 5.16. Para a chapa em estudo,
estes limites estão assinalados na figura 5.18 com as designações BL1 e BL2.
Programa informático – Os limites para a baínha superior são definidos da seguinte maneira:
Nesta última fase, é necessário recolher os seguintes comprimentos: os arcos de baliza divididos pela
projecção da geodésica no plano vertical e que podem ser obtidos no primeiro passo, os
desenvolvimentos obtidos no passo anterior para cada passo de baliza, e por fim a determinação da
flecha que a linha da baliza central apresenta na sua planificação. Com estes dados, pode-se
construir a planificação, onde consiste em identificar intersecções de circunferências em certos
pontos e com raios iguais aos comprimentos recolhidos, onde a geodésica irá ser transformada numa
recta servindo de base à planificação do contorno da chapa.
29
1º PASSO – Determinação da flecha que a linha da baliza central apresenta na sua planificação
CAD – Antes da planificação, é necessário determinar a flecha planificada na baliza central. Para
isso, é necessário construir um novo triângulo rectângulo na construção auxiliar (figura 5.17). É
medida a flecha da baliza central no plano vertical (comprimento entre os pontos 3 e 4 na figura 5.8).
Na construção auxiliar (figura 5.20), essa medida será a hipotenusa do novo triângulo na baliza
central 173. O cateto adjacente R9 será uma perpendicular à geodésica. A medida que vai ser
utilizada na planificação é o comprimento do cateto oposto e que representa a flecha planificada na
baliza central.
Figura 5.20 - Flecha que a linha da baliza central apresenta na sua planificação
Considerando a figura 5.7, a flecha da baliza central é definida pelos pontos 3 e 4. O ponto 4
é definido pela intersecção da geodésica com a linha da baliza central, e o ponto 3 é definido
pela intersecção da geodésica com a recta que contém os pontos 1 e 2 através da subrotina
intersecção de rectas. Entre os dois pontos é medido o seu comprimento pela equação (10).
Na construção auxiliar, é construída a hipotenusa verticalmente na baliza 172, e de seguida
são definidos m e b para a equação da geodésica pelas expressões (7) e (11). A recta R9 é
dada pela expressão (9), sendo perpendicular à equação da geodésica. Fazendo a
intersecção de R9 com a geodésica através da subrotina intersecção de rectas é obtido um
ponto, que juntamente com o ponto da geodésica na baliza 172, definem o comprimento do
cateto oposto pela expressão (10).
CAD – É iniciada a planificação da chapa construindo um novo desenho que represente um plano
arbitrário e com o seguinte referencial: x no eixo das abcissas e y no eixo das ordenadas, como é
mostrado na figura 5.21. O comprimento da flecha planificada será designado por G6. No novo
desenho é encontrado o ponto P9 estando no eixo x à distância G6 da origem do referencial. Porque
a chapa está situada a vante, a cónica onde ela está inserida tem o seu vértice no sentido de vante
30
ficando o ponto P9 situado nas abcissas positivas. Caso a chapa estivesse situada a ré P9 ficaria nas
abcissas negativas.
Programa informático – Sendo G6 obtido pela expressão (10), podem ser facilmente definidas as
coordenadas de P9 no desenho referente à planificação da chapa.
CAD – No plano vertical são medidos os perímetros dos arcos de circunferência de cada baliza e os
topos divididos pela geodésica. Considerando a figura 5.16 e tomando como exemplo a baliza 166,
31
Programa informático – Os perímetros dos arcos de circunferência no plano vertical, mais os pontos
P10 e P11 são calculados da seguinte maneira:
( L / 2)
2arcsen (17)
r
AB r. (18)
32
4º PASSO – Planificação das restantes balizas da chapa
CAD – Os pontos P9, P10 e P11 são os primeiros pontos da planificação e correspondem à baliza
central 172. Continuando a planificação da chapa e considerando a figura 5.24, no ponto P9, pode
criar-se uma circunferência com raio igual ao valor do comprimento do desenvolvimento da geodésica
entre as balizas 171 e 172. Interessa apenas a intersecção da circunferência com o eixo dos x´s que
tenha o maior valor de abcissa, que é o ponto P12. É criado um circunferência com origem em P12
33
CAD – Para a chapa em estudo, foi obtida a planificação disposta na figura 5.25. As coordenadas dos
pontos Bi , M i e Si podem ser exportados para um ficheiro Excel estando dispostos na tabela 5.2.
Graficamente são dispostas quatro figuras em que cada uma delas representa, o plano
vertical, o plano longitudinal, os desenvolvimentos das baínhas e geodésica, e a planificação
obtida (figura 5.26).
34
O programa grava na directoria onde está a ser corrido um ficheiro Excel com o nome
“Planif_Chapa_Pts.xls”, e que contém as coordenadas dos pontos planificados da chapa
(tabela 5.3).
O programa fornece também uma representação extra da chapa a três dimensões, ajudando
na visualização da sua forma no espaço (figura 5.27).
35
Figura 5.27 - MatLab - Chapa representada em 3D
Com os valores obtidos nas tabelas 5.2 e 5.3, pode ser calculado o erro dos pontos obtidos pelos
métodos numérico e gráfico. O erro relativo percentual é dado pelo sistema de equações (19), onde;
x0 e y0 são as coordenadas obtidas no programa informático; x e y são as coordenadas obtidas em
CAD.
x
x 0 1 100
x
y
y 0 1 100 (19)
y
36
x [%] y [%] x [%] y [%] x [%] y [%]
B1 0,5 0,1 M1 0,5 0 S1 0,1 0,9
B2 0,8 0,0 M2 0,5 0 S2 0,2 0,8
B3 0,3 0,0 M3 0,5 0 S3 0,2 0,4
B4 0,2 0,0 M4 0,5 0 S4 0,2 0,2
B5 0,1 0,2 M5 0,5 0 S5 0,2 0,1
B6 0,2 0,2 M6 0,4 0 S6 0,1 0
B7 0 0,1 M7 0,4 0 S7 0 0
B8 0 0,1 M8 0 0 S8 0 0
B9 0,2 0,1 M9 0 0 S9 0,1 0,3
B10 0,0 0,0 M10 0 0 S10 0,1 0,3
B11 0,1 0,1 M11 0 0 S11 0,0 0,4
B12 0,1 0,2 M12 0 0 S12 0,1 0,2
B13 0 0,2 M13 0,1 0 S13 0,1 0,2
Tabela 5.4 - Erros relativos percentuais – Programa em relação a CAD
Em termos de erros absolutos, estes são calculados pela subtracção em módulo dos valores das
tabelas 5.2 e 5.3. Os resultados são apresentados na tabela 5.5. Como se pode observar, os erros
absolutos são maiores nas extremidades da chapa, devido à sua propagação quando é traçada a
projecção da geodésica no plano vertical, da baliza central até aos dois topos da chapa.
37
38
6- CORRECÇÃO NA PLANIFICAÇÃO PARA CHAPAS DE DUPLA CURVATURA
Para as chapas de dupla curvatura surge a necessidade de corrigir o contorno planificado obtido pelo
método da geodésica, devido às deformações plásticas que surgem no momento da sua
manufactura, dado que a curvatura longitudinal é aproximadamente um quinto da curvatura
transversal. Assim os desvios esperados quando são feitas as correcções devem ser na ordem do
milímetro ou mesmo do centímetro.
Neste capítulo irá ser discutido o método de pseudo-planificação por plastificação, que tem como
objectivo calcular os desvios que a fronteira da chapa irá ter na sua forma planificada, para que
quando enformada tenha uma qualidade em termos dimensionais dentro das tolerâncias da
construção naval que são da ordem do milímetro. Este método foi implementado em MatLab
juntamente com o método da geodésica, sendo a estrutura do algoritmo para este tipos de chapas
igual à figura 6.1. Nesta parte do trabalho irão ser explicadas as expressões usadas no programa.
Este método para além de ser uma extensão do método da geodésica, tem como base a análise de
uma chapa de dupla curvatura em duas situações hipotéticas quando a chapa é enformada, e que
são as seguintes:
39
Tomando em consideração a figura 6.2, o que acontece quando se passa da situação 1 para a 2 é
um encurtamento das baínhas no caso de a forma ser em concha ou um encurtamento da geodésica
no caso de a forma ser em sela, mais o acentuar das curvaturas segundo a direcção longitudinal. Os
encurtamentos são devidos aos processos de fabrico, onde se assume que a fase final da
enformação das chapas é feita por aplicação de calores em toda a sua espessura. Este assunto irá
ser discutido no capítulo 8- PROCESSOS DE ENFORMAÇÃO PRATICADOS EM ESTALEIRO.
(A)
(B)
Figura 6.2 – Transformação de chapa cónica para chapa em concha (A) ou chapa em sela (B)
Os desvios originados pela passagem da situação 1 para 2 são calculados ao longo da baínha inferior
e ao longo da baínha superior usando o sistema de equações (20).
40
Nas expressões anteriores, as suas parcelas representam o seguinte:
di _ inf e di _ sup representam as distâncias conforme explicado na figura 6.5 para as baínhas
inferior e superior respectivamente, nas secções transversais da chapa no plano vertical.
é o ângulo que o plano de uma determinada baliza da chapa faz com o plano normal à
tangente da geodésica.
Clong 1/ R (21)
41
Figura 6.5 – Distâncias di_inf e di_sup para uma secção transversal da chapa
Após o cálculo dos desvios, os valores vão ser inseridos nos desenvolvimentos das baínhas e da
geodésica obtidos no método da geodésica da seguinte maneira:
Se a chapa for em concha - Os desvios são somados apenas nos desenvolvimentos das
baínhas para cada passo de baliza. As baínhas têm um aumento no seu comprimento devido à
necessidade de haver mais material na chapa para o encurtamento previsto após a sua
enformação.
Se a chapa for em sela - São calculadas as médias dos desvios obtidos para as baínhas pela
expressão (22), e os valores obtidos são somados apenas aos desenvolvimentos da geodésica
em cada passo de baliza. Neste caso, o desenvolvimento da geodésica tem um aumento no seu
comprimento devido à necessidade de haver mais material na chapa para o encurtamento que se
está a prever após a sua enformação.
42
Em termos gráficos, os desvios são inseridos da seguinte maneira: considerando o desenho da figura
6.6, para um intervalo de baliza entre i e i+1, o desenvolvimento h obtido no método da geodésica é
definido pelos pontos 1 e 2, o desvio é somado a h ficando definido entre os pontos 2 e 3, é traçada
uma recta vertical que passa na baliza i+1, é traçada uma circunferência de raio h + e com centro
no ponto 1, a intersecção entre a recta vertical e o ponto da circunferência com maior ordenada
define o ponto 4, o novo desenvolvimento é definido pela recta entre os pontos 1 e 4. Este
procedimento é feito:
Nos desenvolvimentos das baínhas em cada passo de baliza para chapas do tipo concha.
Nos desenvolvimentos da geodésica em cada passo de baliza para chapas do tipo sela.
Após obtidos os novos valores dos desenvolvimentos, é repetido o processo de planificação da chapa
tal como foi explicado na secção 5.2.3.
Novamente com a expressão (15) são calculados os raios de curvatura longitudinais para
cada uma das balizas considerando três pontos: o ponto da geodésica na baliza em cálculo e
43
dois pontos vizinhos. Aplicando a expressão (21) são obtidas as várias curvaturas
longitudinais ao longo da geodésica.
As distâncias d s são calculadas pela expressão (10) para cada passo de baliza do
desenvolvimento da geodésica.
As distâncias di _ inf e di _ sup são calculadas da seguinte maneira: No plano vertical para uma
determinada baliza, no ponto comum à projecção da geodésica que passa por essa baliza é
aplicada a expressão (13) para descobrir o declive da recta tangente a esse ponto. Nesse
mesmo ponto é definida uma recta perpendicular, expressão (9), onde a ordenada na origem
é obtida pela expressão (11). A recta tangente é transposta até aos pontos correspondentes
das baínhas inferior e superior, de maneira a obter as duas intersecções com a recta
perpendicular usando a subrotina intersecção de rectas. Com os pontos de intersecção, e
com o ponto comum à projecção da geodésica e à baliza, são calculados di _ inf e di _ sup pela
expressão (10).
O ângulo é calculado pelo produto interno de dois vectores através da expressão (23). O
vector u é um vector unitário com direcção apenas no eixo x e perpendicular ao plano de
baliza com origem na geodésica que passa nessa baliza, o vector v corresponde ao vector
com a mesma origem do vector u e com uma direcção onde o final do vector coincida com a
intersecção da baliza seguinte e a geodésica (figura 6.7).
u, v
cos (23)
u.v
Figura 6.7 – Vectores u e v entre dois planos de baliza, e o ângulo entre os mesmos vectores
44
Uma vez calculados Clong , d s , di _ inf , di _ sup , e , os valores dos desvios de correcção são obtidos
pelo sistema de equações (20). De seguida o algoritmo identifica o tipo de chapa através das flechas
correspondentes às curvaturas principais, tendo sido utilizadas as flechas referentes à baliza central e
à geodésica. Os dois casos existentes são os seguintes:
Se a chapa for em concha - As suas flechas encontram-se na mesma direcção espacial, sendo
a sua curvatura Gaussiana maior que zero.
Se a chapa for em sela - As flechas têm direcções diferentes no espaço, e a sua curvatura
Gaussiana é menor que zero.
Com os novos valores dos desenvolvimentos, o último passo é a repetição da rotina referente à
planificação da chapa.
Considerando a chapa descrita no capítulo anterior, tratando-se de uma chapa de dupla curvatura do
tipo concha, os novos resultados obtidos no programa são os seguintes:
Na figura 6.8, pode-se observar duas ampliações para os desenvolvimentos das baínhas inferior e
superior, no passo de baliza 166-167. Para esta chapa do tipo concha, os novos desenvolvimentos
das baínhas estão representados acima dos desenvolvimentos obtidos pelo método da geodésica, tal
como se esperaria conforme a explicação feita na secção 6.1.
45
Na figura 6.9, pode-se observar quatro ampliações das extremidades planificadas da chapa. Sendo a
chapa do tipo concha, os novos pontos planificados estão posicionados em estiramento em relação
aos pontos planificados pelo método da geodésica, devido aos maiores comprimentos dos
desenvolvimentos das baínhas.
Para verificar a diferença que existe nos valores planificados entre o método da geodésica e o
método da pseudo-planificação por plastificação, basta fazer a diferença em módulo entre os
números da tabela 6.1 com os números da tabela 5.3. Estes resultados estão dispostos na tabela 6.2.
Como se pode observar, as correcções têm maior evidência no eixo dos x´s e nas extremidades da
46
chapa, o valor máximo é de 8 mm em x no ponto S1. As coordenadas no eixo das abcissas (Mi) não
são alteradas porque a chapa em estudo é do tipo concha, ou seja, os desvios nas novas
planificações apenas influenciam as baínhas e os topos da chapa ficando as posições da geodésica
intactas.
O alongamento existe tal como se pretendia para o encurtamento que vai existir na enformação deste
tipo de chapas. O alongamento é devido aos maiores valores dos desenvolvimentos das baínhas,
fazendo com que os pontos planificados para cada baínha estejam um pouco mais à frente em
relação aos valores obtidos pelo método da geodésica (figura 6.10).
47
Outro aspecto interessante a ser analisado é a extensão existente no material da chapa no método
da pseudo-planificação por plastificação. A extensão plástica é calculada pela expressão (24), onde:
d representa as distâncias dos desenvolvimentos das balizas e geodésica em cada passo de baliza
no método da pseudo-planificação por plastificação, e D representa as distâncias dos
desenvolvimentos das balizas e da geodésica em cada passo de baliza no método da geodésica.
dD
(24)
D
MPa e um módulo de elasticidade de 200 GPa, resultando numa extensão de cedência de 0,0012.
Na tabela 6.3, para a baínha inferior, verifica-se que em todas as balizas da chapa o valor da
extensão é superior ao valor da extensão de cedência. Na baínha superior, os valores das extensões
estão acima do valor da extensão de cedência entre as balizas 166 e 174, estando abaixo do valor de
cedência nas restantes balizas. O método da pseudo-planificação por plastificação tem em conta as
extensões plásticas, existindo desta forma o necessário material a mais na chapa para o
encurtamento plástico que vai acontecer na aplicação de calores, que neste caso é junto às baínhas
porque a forma da chapa é em concha.
48
7- RESULTADOS OBTIDOS
7.1- Chapa 1
Os dados de entrada para a chapa 1 encontram-se na tabela 7.1, contendo coordenadas para 8
balizas e 2 topos (a chapa 1 está situada entre as balizas 139 e 146). O espaçamento entre balizas é
igual a 0,78 metros. Os códigos relativos à variação de espaçamento entre balizas e direcção da
superfície cónica são respectivamente 0 e 0.
49
Y´s inf. [m] Z´s inf. [m] Y´s inter. [m] Z´s inter. [m] Y´s sup. [m] Z´s sup. [m] Espaç. Balizas [m] Espaç. Long. [m] Código
8,531 1,026 8,974 1,432 9,353 1,899 0,78 0,000 0
8,552 1,011 9,005 1,423 9,39 1,899 0,780 0
8,638 0,950 9,128 1,388 9,54 1,9 1,560
8,739 0,878 9,27 1,345 9,71 1,899 2,340
8,835 0,811 9,405 1,304 9,867 1,899 3,120
8,928 0,747 9,532 1,264 10,01 1,9 3,900
9,015 0,686 9,652 1,226 10,15 1,9 4,680
9,101 0,626 9,768 1,188 10,27 1,899 5,460
9,168 0,579 9,859 1,158 10,37 1,9
9,183 0,569 9,88 1,151 10,39 1,9
50
Figura 7.3 - MatLab - Planificação da Chapa – Chapa 1
As chapas 1 a 4 têm a forma de concha, por isso os resultados esperados para o método da pseudo-
planificação por plastificação apresentam características semelhantes aos apresentados na chapa
modelo nas secções 6.3 e 6.4. Na figura 7.4 podem-se observar duas ampliações para os
desenvolvimentos das baínhas inferior e superior, no passo de baliza 139-140. Na figura 7.5 podem-
se observar quatro ampliações das extremidades planificadas da chapa.
51
Os valores relativos às coordenadas dos pontos planificados pelo método da pseudo-planificação por
plastificação estão dispostos na tabela 7.2.
Os valores dos desenvolvimentos das baínhas obtidos nos dois métodos, e as extensões obtidas
para cada passo de baliza, estão na tabela 7.4. Para esta chapa, as extensões acima da extensão de
cedência, para a baínha inferior, encontra-se entre as balizas 144 e 146. Na baínha superior, as
extensões superiores à extensão de cedência estão situados entre as balizas 139-140.
52
7.2- Chapa 2
Os dados de entrada para a chapa 2 encontram-se na tabela 7.5, contendo coordenadas para 14
balizas e 2 topos (a chapa 2 está situada entre as balizas 145 e 158). O espaçamento entre balizas é
igual a 0,78 metros. Os códigos relativos à variação de espaçamento entre balizas e direcção da
superfície cónica são respectivamente 0 e 0.
Y´s inf. [m] Z´s inf. [m] Y´s inter. [m] Z´s inter. [m] Y´s sup. [m] Z´s sup. [m] Espaç. Balizas [m] Espaç. Long. [m] Código
5,850 1,343 6,876 2,711 7,380 4,350 0,780 0,000 0
5,903 1,295 6,969 2,678 7,489 4,350 0,780 0
5,993 1,218 7,126 2,624 7,670 4,350 1,560
6,125 1,105 7,364 2,540 7,946 4,350 2,340
6,247 0,999 7,591 2,457 8,211 4,350 3,120
6,362 0,900 7,809 2,377 8,463 4,350 3,900
6,469 0,807 8,018 2,299 8,704 4,350 4,680
6,571 0,720 8,219 2,223 8,935 4,350 5,460
6,664 0,638 8,413 2,147 9,157 4,350 6,240
6,753 0,561 8,599 2,073 9,369 4,350 7,020
6,837 0,489 8,780 2,000 9,573 4,350 7,800
6,916 0,420 8,955 1,928 9,771 4,350 8,580
6,990 0,355 9,122 1,859 9,956 4,350 9,360
7,060 0,294 9,277 1,794 10,130 4,350 10,140
7,074 0,283 9,305 1,782 10,160 4,350
7,125 0,238 9,419 1,733 10,280 4,350
A representação gráfica a 3D da chapa 2 é disposta na figura 7.6 em quatro vistas diferentes. Por
observação, pode-se verificar que esta chapa apresenta uma curvatura significativa, principalmente a
curvatura transversal.
53
Os resultados gráficos obtidos para a traçagem da geodésica no plano vertical e longitudinal, os
desenvolvimentos das baínhas e da geodésica, e a planificação estão dispostos na figura 7.7.
Na Figura 7.8, pode-se observar duas ampliações para os desenvolvimentos das baínhas inferior e
superior, no passo de baliza 139-140. Na Figura 7.9, pode-se observar quatro ampliações das
extremidades planificadas da chapa.
54
Os valores relativos às coordenadas dos pontos planificados pelo método da pseudo-planificação por
plastificação estão dispostos na tabela 7.6.
De todas as chapas testadas, a chapa 2 é a que apresenta os maiores valores nas suas extensões
plásticas, traduzindo-se em valores que podem ir de 4 a 16 vezes mais em relação à extensão de
cedência.
55
Balizas dB [m] DB [m] εB εB/εo Balizas dS [m] DS [m] εS ε S /ε o
145-146 0,814 0,803 0,014 11,937 145-146 0,848 0,832 0,019 16,022
146-147 0,810 0,799 0,014 11,576 146-147 0,842 0,827 0,018 15,108
147-148 0,807 0,797 0,013 10,986 147-148 0,838 0,824 0,017 13,960
148-149 0,802 0,795 0,009 7,446 148-149 0,829 0,820 0,011 9,150
149-150 0,798 0,793 0,006 5,256 149-150 0,822 0,816 0,007 6,124
150-151 0,796 0,792 0,005 4,422 150-151 0,818 0,814 0,006 5,019
151-152 0,795 0,790 0,006 5,170 151-152 0,816 0,811 0,006 5,035
152-153 0,795 0,789 0,008 6,444 152-153 0,814 0,808 0,007 5,773
153-154 0,794 0,788 0,008 6,876 153-154 0,812 0,806 0,007 5,582
154-155 0,794 0,787 0,008 6,989 154-155 0,810 0,805 0,006 5,074
155-156 0,793 0,786 0,009 7,102 155-156 0,806 0,802 0,005 4,574
156-157 0,793 0,786 0,009 7,745 156-157 0,803 0,799 0,005 4,275
157-158 0,792 0,785 0,009 7,221 157-158 0,798 0,794 0,004 3,357
7.3- Chapa 3
Os dados de entrada para a chapa 3 encontram-se na tabela 7.9, contendo coordenadas para 11
balizas e 2 topos (a chapa 3 está situada entre as balizas 157 e 167). Para esta chapa, o
espaçamento entre balizas tem uma variação, ou seja, entre as balizas 157-159 os espaçamentos
entre balizas são iguais a 0,78 m, e entre as balizas 159-167 os espaçamentos entre balizas são
iguais a 0,61 m. Na coluna 7, o valor 0,61 m é colocado na primeira linha correspondente à baliza
167, o valor de 0,71 m é colocado na linha correspondente à baliza de transição (159), e que para o
caso da chapa 3 corresponde à linha 10, as restantes linhas são preenchidas com zeros. Os códigos
relativos a variação de espaçamento entre balizas e direcção da superfície cónica são
respectivamente 0 e 0.
Y´s inf. [m] Z´s inf. [m] Y´s inter. [m] Z´s inter. [m] Y´s sup. [m] Z´s sup. [m] Espaç. Balizas [m] Espaç. Long. [m] Código
4,071 1,901 4,694 3,068 5,019 4,352 0,610 0,000 1
4,136 1,901 4,759 3,068 5,083 4,351 0 0,780 0
4,335 1,901 4,956 3,068 5,284 4,351 0 1,560
4,595 1,901 5,216 3,068 5,550 4,350 0 2,170
4,849 1,901 5,475 3,068 5,814 4,350 0 2,780
5,100 1,901 5,731 3,067 6,076 4,351 0 3,390
5,345 1,900 5,984 3,065 6,334 4,350 0 4,000
5,587 1,899 6,234 3,063 6,586 4,350 0 4,610
5,824 1,899 6,480 3,061 6,834 4,350 0 5,220
6,060 1,899 6,722 3,059 7,078 4,350 0,780 5,830
6,355 1,899 7,023 3,058 7,380 4,350 0 6,440
6,463 1,899 7,133 3,057 7,489 4,350 0
6,644 1,899 7,315 3,056 7,670 4,350 0
56
A representação gráfica a 3D da chapa 3 é disposta na figura 7.10 em quatro vistas diferentes.
57
Na figura 7.12, pode-se observar uma ampliação para os desenvolvimentos das baínhas inferior e
superior, no passo de baliza 157-158. Na figura 7.13, podem-se observar quatro ampliações das
extremidades planificadas da chapa.
Os valores relativos às coordenadas dos pontos planificados pelo método da pseudo-planificação por
plastificação estão dispostos na tabela 7.10.
58
A diferença nos valores planificados entre o método da geodésica e o método da pseudo-planificação
por plastificação estão dispostos na tabela 7.11. Observando os valores, os desvios originados pelo
método da pseudo-planificação por plastificação apresentam um máximo de 7 mm em x na posição
S1.
Os valores dos desenvolvimentos das baínhas obtidos nos dois métodos, e as extensões obtidas
para cada passo de baliza, estão na tabela 7.12. Para esta chapa, as extensões abaixo da extensão
de cedência encontram-se unicamente na baínha inferior entre as balizas 163-167.
59
7.4- Chapa 4
Os dados de entrada para a chapa 4 encontram-se na tabela 7.13, contendo coordenadas para 5
balizas e 2 topos (a chapa 4 está situada entre as balizas 177 e 181). O espaçamento entre balizas é
igual a 0,61 metros. Os códigos relativos à variação de espaçamento entre balizas e direcção da
superfície cónica são respectivamente 0 e 0.
Y´s inf. [m] Z´s inf. [m] Y´s inter. [m] Z´s inter. [m] Y´s sup. [m] Z´s sup. [m] Espaç. Balizas [m] Espaç. Long. [m] Código
0,978 3,502 1,138 4,627 1,149 5,763 0,610 0,000 0
1,048 3,496 1,216 4,621 1,223 5,758 0,610 0
1,262 3,479 1,453 4,604 1,450 5,744 1,220
1,540 3,455 1,760 4,580 1,746 5,725 1,830
1,821 3,431 2,055 4,557 2,027 5,706 2,440
1,892 3,426 2,125 4,553 2,093 5,701
2,106 3,408 2,338 4,538 2,293 5,687
60
Figura 7.15 - MatLab - Planificação da Chapa – Chapa 4
Na figura 7.16, pode-se observar uma ampliação para os desenvolvimentos das baínhas inferior e
superior, no passo de baliza 177-178. Na figura 7.17, podem-se observar quatro ampliações das
extremidades planificadas da chapa.
61
Os valores relativos às coordenadas dos pontos planificados pelo método da pseudo-planificação por
plastificação estão dispostos na Tabela 7.14.
Os valores dos desenvolvimentos das baínhas obtidos nos dois métodos, e as extensões obtidas
para cada passo de baliza, estão na tabela 7.16. Para esta chapa, a única extensão abaixo da
extensão de cedência encontra-se na baínha inferior entre o passo de baliza 180-181.
62
7.5- Chapa 5
A chapa 5 é uma chapa com uma dupla curvatura ligeira e em forma de sela, sendo a única chapa
testada para este tipo. Os dados de entrada encontram-se na tabela 7.17, contendo coordenadas
para 10 balizas e 2 topos (a chapa 5 está situada entre as balizas 166 e 175). O espaçamento entre
balizas é igual a 0,61 metros. Os códigos relativos à variação de espaçamento entre balizas e
direcção da superfície cónica são respectivamente 0 e 0.
Y´s inf. [m] Z´s inf. [m] Y´s inter. [m] Z´s inter. [m] Y´s sup. [m] Z´s sup. [m] Espaç. Balizas [m] Espaç. Long. [m] Código
2,330 8,900 2,715 9,843 3,130 10,770 0,610 0,000 0
2,429 8,900 2,810 9,844 3,227 10,770 0,610 0
2,730 8,900 3,103 9,847 3,524 10,770 1,220
3,118 8,900 3,483 9,850 3,908 10,770 1,830
3,505 8,900 3,860 9,852 4,286 10,770 2,440
3,891 8,900 4,232 9,854 4,658 10,770 3,050
4,266 8,900 4,595 9,856 5,020 10,770 3,660
4,629 8,900 4,949 9,857 5,371 10,770 4,270
4,980 8,900 5,293 9,857 5,711 10,770 4,880
5,318 8,900 5,626 9,858 6,042 10,770 5,490
5,400 8,900 5,707 9,858 6,122 10,770
5,647 8,900 5,953 9,857 6,365 10,770
63
Figura 7.19 - MatLab - Planificação da Chapa – Chapa 5
Na figura 7.20, pode-se observar uma ampliação para o desenvolvimento da geodésica, no passo de
baliza 166-167. Para esta chapa do tipo sela, os novos desenvolvimentos da geodésica obtidos pelo
método da pseudo-planificação por plastificação estão representados acima dos desenvolvimentos
obtidos pelo método da geodésica, tal como se esperaria conforme a explicação feita na secção 6.1.
Na figura 7.21 podem-se observar duas ampliações nos pontos planificados da geodésica nos topos
da chapa. Sendo a chapa do tipo sela, os novos pontos planificados pelo método da pseudo-
planificação por plastificação estão posicionados em estiramento em relação aos pontos planificados
pelo método da geodésica, devido aos maiores comprimentos dos desenvolvimentos da geodésica.
64
Os novos pontos planificados na geodésica influenciam ligeiramente os pontos planificados nas
baínhas da chapa, porque os novos pontos planificados da geodésica estão numa nova posição e os
valores dos desenvolvimentos das baínhas mantém-se iguais, o que origina novas intersecções nas
circunferências criadas no processo de planificação (figura 7.22).
Na figura 7.23 podem-se observar quatro ampliações das extremidades planificadas da chapa,
notando-se que os pontos planificados situam-se em novas posições nestas zonas.
Os valores relativos às coordenadas dos pontos planificados pelo método da pseudo-planificação por
plastificação estão dispostos na tabela 7.18.
65
x [m] y [m] x [m] y [m] x [m] y [m]
B1 -2,652 -1,565 M1 -2,606 0 S1 -2,633 0,467
B2 -2,115 -1,451 M2 -2,075 0 S2 -2,098 0,580
B3 -1,408 -1,304 M3 -1,374 0 S3 -1,395 0,727
B4 -0,701 -1,158 M4 -0,675 0 S4 -0,695 0,870
B5 0 -1,012 M5 0,022 0 S5 0 1,012
B6 0,702 -0,870 M6 0,720 0 S6 0,696 1,149
B7 1,398 -0,733 M7 1,415 0 S7 1,387 1,283
B8 2,089 -0,600 M8 2,107 0 S8 2,073 1,412
B9 2,775 -0,471 M9 2,796 0 S9 2,756 1,538
B10 2,945 -0,439 M10 2,966 0 S10 2,924 1,569
Tabela 7.18 – MatLab - Novos dados de saída – Chapa 5
x [m] y [m]
M1 0,001 0
M2 0,001 0
M3 0 0
M4 0 0
M5 0 0
M6 0 0
M7 0 0
M8 0 0
M9 0,001 0
M10 0,001 0
Tabela 7.19 – MatLab - Diferença de valores nos dois métodos – Chapa 5
Os valores dos desenvolvimentos da geodésica obtidos nos dois métodos, e as extensões obtidas
para cada passo de baliza, estão na tabela 7.20. Para esta chapa, as extensões são sempre
inferiores ao valor da extensão de cedência.
66
7.6- Discussão de resultados
Independentemente de a chapa ser em forma de concha ou em forma de sela, existe uma influência
directa do sistema de equações (20), pois são estas que vão determinar os comprimentos extra a
serem considerados juntamente com os comprimentos dos desenvolvimentos da geodésica ou das
baínhas (conforme a forma da chapa) obtidos pelo método da geodésica. Recordando o que foi
escrito anteriormente, as expressões mencionadas têm três parcelas: d s , Clong , e di _ inf ou di _ sup
conforme a baínha em cálculo seja a inferior ou a superior. A parcela cos é ignorada nesta análise
porque os seus valores são sempre superiores 0,95, diminuindo ligeiramente os valores obtidos pelas
restantes três parcelas.
Das chapas testadas, analisando apenas duas delas, uma que tenha o máximo de resultados
traduzidos em extensões, e outra que apresente resultados com valores mínimos. As duas candidatas
são a chapa 2 e a chapa 5, como as que tendo os valores máximos e mínimos respectivamente.
A chapa 2, ao longo dos seus passos de baliza, tem valores de d s , Clong , di _ inf e di _ sup conforme a
figura 7.24. Pode-se observar que d s é aproximadamente igual a 0,8 m ao longo de toda a chapa, tal
como os valores de Clong , que são aproximadamente iguais a 0,01 m-1. Os valores de di _ inf e di _ sup
são linearmente variáveis ao longo da chapa (em aproximação), que podem ir de 0,2 m até 1,3 m.
67
Figura 7.25 – Valores de ds, Clong, di_inf e di_sup ao longo da Chapa 5
Observando de uma forma semelhante, mas agora para a chapa 5, os valores de d s , Clong , di _ inf e
di _ sup são distribuídos ao longo da chapa conforme a figura 7.25. Os valores de d s são
aproximadamente iguais a 0,7 m ao longo de toda a chapa, tal como os valores de Clong , que são
aproximadamente iguais a 0,01 m-1. Em primeira análise, pode-se concluir que os valores de d s e
Clong têm as mesmas características que os valores da chapa 2, ou seja, são linearmente constantes
ao longo da chapa, e com valores numéricos que não variam muito de uma chapa para a outra
chapa, e que tem a sua lógica:
traçada ao longo da chapa, como os espaçamentos entre balizas ao longo das chapas do
casco são em geral 0,61 m ou 0, 78 m, e a geodésica é traçada por norma ao método da
geodésica, perpendicularmente às balizas centrais das chapas. Sendo por isto que os
valores de d s tenham praticamente os mesmos valores numéricos para as chapas do casco.
68
Os valores de di _ inf e di _ sup são linearmente variáveis ao longo da chapa 5 (em aproximação),
estando dentro do intervalo [0,15; 0,01] m. Comparando com o intervalo de valores na chapa 2, di _ inf
e di _ sup apresenta valores significativamente menores para a chapa 5. Os valores di _ inf e di _ sup
dependem fortemente da forma do navio transversalmente (figura 6.5), como as maiores curvaturas
transversais a vante do navio encontram-se no seu encolamento, tem lógica que os valores sejam
menores para a chapa 5.
Desta forma, os desvios bainha _ inf e bainha _ sup são principalmente influenciados pelas parcelas
di _ inf e di _ sup , e quanto maior forem os valores dos desvios, maiores serão as extensões plásticas a
serem consideradas na planificação da chapa a ser planificada.
Reforçando o raciocino feito nos parágrafos anteriores, os valores de d s , Clong , di _ inf e di _ sup são
distribuídos ao longo da chapa 1 conforme a figura 7.26. Como se pode observar, d s e Clong têm
valores praticamente iguais em relação às chapas 2 e 5, sendo di _ inf e di _ sup os valores que se
diferenciam.
69
70
8- PROCESSOS DE ENFORMAÇÃO PRATICADOS EM ESTALEIRO
Num estaleiro naval, as chapas do casco após ser cortadas pela marcação de traçagem são
enformadas mecanicamente e/ou termicamente para obterem uma forma com a curvatura pretendida.
No processo de enformação de chapas, os estaleiros ainda estão dependentes de trabalhadores
altamente experientes nesta matéria, onde as suas competências são adquiridas ao longo das suas
carreiras profissionais em estaleiro. Na tentativa de minimizar esta dependência foram feitos vários
estudos para automatizar o processo de enformação, principalmente no Japão onde existem vários
artigos científicos, alguns apresentando algoritmos de enformação de chapas através de linhas de
calor.
A enformação mecânica é um conjunto de tarefas a frio que obriga o material a passar de um estado
plano para um estado de curvatura por deformação plástica do material. A deformação é obtida pela
acção de forças no material que podem atingir as centenas de toneladas. Deve-se ultrapassar a
deformação pretendida de maneira a que quando as forças forem aliviadas o material não tenha uma
recuperação elástica. A enformação mecânica pode ter três tipos de solicitações: a de tracção, a de
compressão e a de flexão [8].
A tracção resulta na aplicação de duas forças contrárias aplicadas no material fazendo com que este
fique alongado (figura 8.1). Ao longo da chapa podem ser obtidas as suas tensões fazendo a divisão
entre a força aplicada e a área da secção. Este tipo de esforço é pouco usado isoladamente, pois
pode-se dar a rotura do material muito facilmente.
A compressão será igual à tracção, mas neste caso as forças são aplicadas no sentido inverso (figura
8.2). Este caso também requer algum cuidado quando aplicado isoladamente, pois pode acontecer
uma encurvadura.
71
Figura 8.2 – Aplicação de esforços de compressão
A flexão é o tipo de esforço que tem mais aplicações nas peças do navio. Este tipo de deformação
pode ser aplicado como uma combinação de forças de tracção ou compressão com uma força vertical
aplicada no meio de uma chapa (figura 8.3). Estando a chapa apoiada nos seus extremos, esta sofre
uma compressão (e encurtamento) na parte superior e uma tracção (e alargamento) na parte inferior.
A enformação térmica pode ser aplicada em meia espessura da chapa ou em toda a espessura da
chapa, havendo diferenças nos resultados obtidos.
Quando uma chapa é sujeita a calores apenas em meia espessura da chapa (figura 8.4), o material
passa à fase plástica reduzindo o seu limite elástico. Logo que a zona aquecida arrefece o material
sofre perpendicularmente uma contracção devido a momentos flectores ficando deformado [9]. Este
tipo de técnica é usado quando se pretende que a chapa tenha um quinado.
72
Em [10], é apresentado um simulador que obtém informação sobre calor para automatizar o processo
de enformação de um casco de navio. No artigo apresentam um exemplo para uma chapa
rectangular, onde é simulado a enformação quando se aplica calor ao longo de uma linha na chapa
(figura 8.5).
Quando uma chapa é sujeita a calores em toda a espessura da chapa, a cinemática é igual ao
apresentado para o caso de aplicação de calores a meia espessura, a diferença está no maior
equilíbrio de forças quando o material arrefece (figura 8.6), causando uma contracção na direcção
perpendicular ao qual é aplicado o calor e uma ligeira curvatura da chapa (o equilíbrio de forças não
totalmente perfeito). Estando as zonas aquecidas em domínio plástico, as induções de curvaturas
maiores na chapa têm de ser feitas por forças exteriores.
A enformação térmica pode ser aplicada de três maneiras diferentes: por aplicação de calores
pontuais, geralmente usado para o desempeno de chapas; por aplicação de calores em linha; ou por
aplicação de calores em V. Os dois últimos casos são frequentemente usados para a enformação de
chapas do casco [8].
Normalmente quando se aplica este método a chapa está presa (pesos, grampos ou calços) nas suas
extremidades, o aquecimento é feito de forma lenta e o arrefecimento de forma rápida. Estes
procedimentos evitam eventuais contracções em sentidos contrários aos pretendidos. Relativamente
à forma que se quer, as linhas de calor são aplicadas de determinadas maneiras relativamente ao
73
eixo neutro da chapa, por exemplo, para se obter uma forma em concha usa-se uma distribuição de
linhas maior na periferia, enquanto para se obter uma forma em sela usam-se mais linhas no centro
(figura 8.7). Uma maneira de controlar o grau de curvatura está na aplicação de calores em linhas
descontínuas sobre a chapa.
Para este tipo de chapas é usada principalmente a calandra, sendo uma máquina com bastante
importância em construção naval (figura 8.9). A calandra é constituída por três rolos, dois estão
situados num plano inferior e que contém motores que fraccionam a chapa, o terceiro rolo está num
plano acima dos outros rolos podendo ser regulável segundo a vertical. Por vezes é necessário mover
horizontalmente os rolos inferiores para facilitar certos trabalhos. A calandra tem como objectivo pôr a
chapa em estado de flexão, podendo enformar chapas cónicas ou cilíndricas.
74
Figura 8.9 – Flexão de uma chapa na calandra
A enformação para este tipo de chapas é bastante difícil. É habitual usarem-se cercas para controlar
a sua forma à medida que se aplicam os métodos de dobragem. A maneira clássica de lidar com este
tipo de chapas é a seguinte: a primeira curvatura principal é enformada a partir da calandra; para a
segunda curvatura principal são usados os métodos de enformação térmicos. A partir da segunda
curvatura, para se obter a forma em concha são aplicados calores em V nas bainhas da chapa tal
como mostrado na Figura 8.6. Se for necessário aumentar a flecha da chapa pode ser usado um peso
com efeito de estiramento (figura 8.10). Para se obter a forma em sela, podem ser aplicados calores
em V na zona central da chapa (figura 8.11). Em alternativa, podem ser usadas linhas de calor, tendo
como vantagem não provocarem defeitos na chapa, mas em contrapartida são menos eficazes.
75
Em termos de análise qualitativa, as chapas de dupla curvatura discutidas no capítulo anterior
poderiam ser enformadas mecanicamente para a curvatura longitudinal numa fase inicial, e de
seguida poderiam ser aplicados calores em V com intensidades em distribuição crescente nas
baínhas ou geodésica conforme a chapa seja em concha ou em sela, desde a baliza central até aos
topos de chapa, isto porque os valores das correcções crescem desde a baliza central até aos topos
(figura 8.12).
Na enformação de chapas, as de dupla curvatura são as mais difíceis de produzir. Como já referido
nas secções anteriores, a produção da primeira curvatura da chapa é feita mecanicamente, e a
produção da segunda curvatura da chapa é feita termicamente, de modo a ser obtida a forma
pretendida. A dificuldade de produção está na segunda fase, onde é necessária uma experiência
muito elevada. Assim, qualquer solução que proporcione uma automatização da enformação na altura
de aplicação de calores é uma vantagem para os estaleiros navais, pois a dependência em
trabalhadores especializados é reduzida, a qualidade do trabalho é melhorada, e existe um aumento
de produtividade do estaleiro naval.
Os principais trabalhos realizados para a melhoria dos processos produtivos na segunda curvatura da
chapa são de origem japonesa, onde foi desenvolvida uma aplicação informática que lida com a
aplicação de calores depois de a chapa estar numa forma cónico/cilíndrica [10]. Para a obtenção de
uma placa de dupla curvatura, depois de esta ter sido planificada, cortada, e enformada
mecanicamente para a primeira direcção, é desenvolvida a informação necessária nas linhas de calor
a serem aplicadas pela máquina conectada ao programa, fazendo o seu respectivo trabalho
automático. Depois de completado este ciclo, o programa analisa se existem desvios significativos em
relação à forma final da chapa, sendo retomado o ciclo de calores até que os desvios estejam dentro
dos parâmetros previamente definidos. As figuras 8.13 e 8.14 mostram respectivamente a interface
do programa e a máquina de aplicação de calores em funcionamento.
76
Figura 8.13 – Automatização de enformação de chapas – Interface do programa
77
78
9- CONCLUSÕES
O programa está preparado para chapas de uma curvatura, e para chapas de dupla curvatura em que
uma das curvaturas principais tenha um raio de curvatura superior a 3000 m, apenas com o método
da geodésica. Para o caso de o raio de curvatura ser inferior a 3000 m, foi desenvolvido no mesmo
programa informático uma extensão do método da geodésica, ao qual se chamou o “método da
pseudo-planificação por plastificação”, que considera mais material para a chapa, o qual será a
compensação a ser considerada pelo encurtamento previsto na contracção após a aplicação de
calores. extensões plásticas na planificação obtida pelo método da geodésica, tentando melhorar a
enformação de chapas deste tipo através da existência de material a mais no encurtamento previsto
na aplicação de calores.
O programa foi testado, para além da chapa modelo, em mais cinco chapas diferentes, a vante do
casco do navio. Todas as chapas apresentam dupla curvatura e raios inferiores a 3000m numa das
curvaturas principais, sendo aplicado em todas elas o método da pseudo-planificação por
plastificação. Segundo os resultados e em termos de construção, o programa foi um sucesso, pois foi
verificada a teoria exposta na secção 6.1.
O algoritmo do programa está preparado para o segundo caso do método da geodésica mencionado
na secção 4.2, onde os dados de entrada podem definir chapas desde que seja a partir de cinco
linhas transversais no plano vertical, em que três delas correspondem a balizas e duas aos topos da
chapa. Os dados de entrada tem de ter o formato descrito na secção 5.1. A utilização do programa é
feita conforme as instruções dadas no ANEXO A.
O trabalho realizado é importante na medida em que o programa ao trabalhar com chapas de dupla
curvatura, sempre que os resultados do método geodésico não forem suficientes, dá novos resultados
com o método da expansão por plastificação.
79
O trabalho apresentado nesta dissertação pode ser melhorado noutros aspectos, de que se destaca a
sugestão de acrescentar novos casos de planificação de chapas ao algoritmo, nomeadamente os
casos referidos na secção 4.1 e o primeiro caso referido na secção 4.2 (sendo conhecido também
pelo “método francês”). O programa ficaria assim apto para mais casos existentes na planificação de
uma chapa de um casco de navio a partir do plano vertical.
80
BIBLIOGRAFIA
3. Cacho, A., Guedes Soares, C., Método para o desenvolvimento de chapas baseado na
geodésica, O Mar e os Desafios do Futuro, Edições Salamandra (2000) 411-430.
4. Lamb, T., Shell Plate Definition Guide for Ship Designers, The Society of Naval Architects and
Marine Engineers, 1994.
5. Rodrigues Branco, J. N., Guedes Soares, C., Mapping of Shell Plates of Double Curvature
Into Plane Surfaces, Journal of Ship Prodution Vol. 21 No. 4 (2005) 249-257.
6. Kim, S. Y., Automation of hull plates classification in ship design system using neural network
method, Mechanical Systems and Signal Processing 20 (2006) 463-504.
9. Clausen, H., Plate Forming by Line Heating , Department of Naval Architecture and Offshore
Engineering, Technical University of Denmark, PhD thesis, 2000.
10. Jang, C. D., Moon, S. C., Ko, D. E., Acquisition of Line Heating Information for Automatic Plate
Forming, Journal of Ship Prodution Vol. 13 No. 1 (1997) 22-27.
11. Shin, J. G., Ryu, C. H., Nam, J. H., A Comprehensive Line-Heating Algorithm for Automatic
Formation of Curved Shell Plates, Journal of Ship Production Vol. 20 No. 2 (2004) 69-78.
81
82
ANEXOS
83
84
ANEXO A
O algoritmo foi escrito em MatLab para a versão 7.7.0471 (R2008b) e os dados de entrada foram
extraídos do programa CAD Rhinoceros versão 4.0 para ficheiros em Excel da versão de 2003. Uma
vez feitas as explicações do conteúdo do algoritmo de planificação de chapas, resta descrever os
passos a seguir para fazer correr uma rotina para um determinado ficheiro de entrada.
Em programas com imensas linhas de código como este, é fundamental que esta escrita de código
esteja num ficheiro M (ficheiro de leitura do MatLab). Juntamente com o ficheiro M principal podem
existir outros ficheiros com a mesma extensão mas que servem apenas como auxílio, sendo funções
construídas para serem usadas no ficheiro principal. Todos estes ficheiros M têm de ser guardados
dentro da mesma pasta (figura A.1) em qualquer local do computador (por exemplo no ambiente de
trabalho). De seguida, é construído o ficheiro de entrada tal como descrito no capítulo 5 e gravado na
mesma pasta onde estão os ficheiros M. Os nomes dos ficheiros não podem ter acentos, letras do
tipo ç ou espaços entre palavras.
85
Com o botão direito do rato faz-se um “click” no ficheiro “METODO_GEODESICA.m”, escolhendo
«abrir com» para a opção MatLab, como se pode ver na figura A.2.
Desta maneira é iniciado o MatLab. Observando a figura A.3, a janela «Editor» apresenta o código
criado, a janela «Current Directory» indica a directoria da pasta onde está o programa, a janela
«Workspace» é onde o MatLab vai guardar as variáveis usadas no correr do programa, e a janela
«Command Window» é onde o programa recebe as ordens para fazer uma determinada tarefa.
86
Para fazer o programa correr acciona-se o botão RUN na janela «Editor», fazendo com que haja uma
breve interacção com o utilizador na janela «Command Window», onde é perguntado o nome do
ficheiro Excel com os dados de entrada. A escrita deste nome tem de ser entre películas tal como
indicado na figura A.4, carregando de seguida no botão ENTER do teclado do computador.
Quando a rotina acabar, ficam dispostos as duas figuras de saída referenciadas nos capítulos 5 e 6, e
os ficheiros Excel com os valores planificados são gravados na mesma pasta onde estão os ficheiros
M como mostra a Figura A.5.
87
88
ANEXO B
CD – ALGORITMO EM MATLAB
89