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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

JORNALISMO
JULIA APARECIDA DE PAULA E SILVA

NOVA GERAÇÃO DE PRINCESAS DISNEY:


Representação feminina e evolução dos estereótipos

SÃO PAULO – SP
2018
JULIA APARECIDA DE PAULA E SILVA

NOVA GERAÇÃO DE PRINCESAS DISNEY:


Representação feminina e evolução dos estereótipos

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Jorna-


lismo como requisito parcial para a obtenção de tí-
tulo “Nova geração de princesas Disney: Represen-
tação feminina e evolução dos estereótipos”.
Orientador: Deusiney Robson de Araújo

SÃO PAULO – SP
2018
Sumário

Introdução ..........................................................................................................................1
Fundamentação Teórica .....................................................................................................3
Metodologia .......................................................................................................................5
Referências Bibliográficas .................................................................................................6
Cronograma .......................................................................................................................7
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1. Introdução

1.1. Tema

Nova geração de princesas Disney: representação feminina e evolução dos estereótipos

1.2. Problema de pesquisa

• Porque os estereótipos e representação feminina das princesas Disney se altera-


ram?

1.3. Hipóteses

• A Disney vem mudando a representação feminina de seus filmes ao passo que a


sociedade também se transforma;
• A companhia busca conquistar agora um novo público-alvo: os meninos.
• Os estereótipos apresentados nos filmes reforçam ainda mais o caráter social im-
pregnado nos processos históricos da sociedade;

Ou seja, a companhia Disney analisa o comportamento social da época de sua longa-


metragem – o papel social da mulher e suas características - e adequa-se ao que a socie-
dade produz, visando legitimar uma ideologia já transmitida socialmente e alcançar novos
públicos.

1.4. Objetivos

1.4.1. Objetivo Gerais:

Analisar a representatividade feminina e os estereótipos propagados pela companhia Dis-


ney nos cinco últimos filmes de princesas lançados até 2016, relacionando-os as mudan-
ças no comportamento social.

1.4.2. Objetivos Específicos:

• Identificar quais tipos de estereótipos femininos são abordados, como os de gê-


nero, beleza e etnia e a maneira como são representados;
• Verificar as principais mudanças na caracterização dos estereótipos e representa-
ção feminina abordados nos filmes das principais princesas Disney;
• Correlacionar a representação dos estereótipos nos filmes Disney com o compor-
tamento social de seu lançamento.

1.5. Justificativa

No final do último século, as mulheres conquistaram um espaço, que antes era conside-
rado unicamente aos homens. Espaço, esse, referente as questões como trabalho,
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comportamento, preferências, entre outros. A partir da metade da década de 60, com de-
senvolvimento do movimento feminista contemporâneo, iniciou -se uma onda de discus-
sões sobre a representatividade da mulher na sociedade, visando não delimitar um parâ-
metro para a sua representação social, nem mesmo os antigos estereótipos. Hoje, questi-
ona-se: O que é ser mulher?
Por sua vez, a companhia Disney também apresentou diversas mudanças. A maneira de
representar a mulher e todas suas características estereotipadas ficou no passado.
Logo, a partir do tema “Nova geração de princesas Disney: representação feminina e evo-
lução dos estereótipos”, será dissertado como a mulher vem sendo representada nas ulti-
mas longas-metragens focadas em princesas da companhia, sendo elas: Tiana, Rapunzel,
Merida, Elsa, Ana e Moana.
Essas princesas citadas acimas, são conhecidas popularmente como a nova geração de
princesas Disney, uma vez que suas características se alteram bastante com relação as
demais princesas dos filmes lançados anteriormente. No site. Já a autora Fernanda Breder,
chama as mesmas princesas da nova geração de princesas contemporâneas. Nesta pes-
quisa, ambos termos serão utilizados.
A análise terá o seu início a partir de 2009, com o lançamento do filme “A Princesa e o
Sapo”, Enrolados (2010), Valente (2012), Frozen (2013), e por fim, Moana (2016). En-
tretanto, fará ganchos com produções passadas da Disney, como “Branca de neve e os
Sete Anões ou Cinderela, para se comprovar a mudança na maneira de representar a mu-
lher.
Com base na comprovação desta análise de representatividade, será pesquisado o porquê
dessa alteração nos estereótipos transmitidos pela companhia; buscando compreender se
essas mudanças foram fomentadas devido às transformações sociais ao longo dos proces-
sos históricos; se as alterações buscam atrair um novo tipo de público-alvo (meninos) e
se essa nova forma de representar a mulher contribui para legitimação de tais caracterís-
ticas apresentadas socialmente.
Em suma, nesta pesquisa será analisado o que fez a companhia alterar as características
de suas personagens. Se é a Disney tentando implodir novos valores, ideologias, compor-
tamentos, ou somente se adequando à contemporaneidade

• Temas que tratam sobre estereótipos de princesas são bastante abordados, tanto
somente nas histórias de contos de fadas, como também dos filmes lançados pela
Disney. Assim, há muitos artigos referente ao assunto e até mesmo livros, volta-
dos para a análise pedagógicas, psicológica e antropológicas sobre o tema, aliás,
está última será a qual irei me embasar;
• Um dos livros que será utilizado na pesquisa é o “Feminismo & príncipes encan-
tados: A representação feminina nos filmes de princesa da Disney”, da aurora Fer-
nanda Breder.
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2. Fundamentação Teórica

Teoria Culturológica

A teoria Culturológica, fomentada na França, pela Escola Sociológica Europeia, em 1930,


se contrapôs a ideia da teoria critica (1930), que afirmava que os meios de comunicação
alienavam o seu receptor, fazendo o meio, o foco do estudo.
Para a teoria culturológica, o mass media somente se adequa em transmitir exatamente
aquilo que a sociedade almeja, logo o estudo é em torno da relação entre a massa (consu-
midor) e a indústria cultural (objeto de consumo).

Por conseguinte, a teoria culturológica não diz directamente respeito


aos mass media e, muito menos, aos seus efeitos sobre os destinatários:
o objecto de análise que, programaticamente, se procura atingir é a de-
finição da nova forma de cultura da sociedade contemporânea. (WOLF.
2005, p.43)

Apesar dos produtos da indústria cultural fazerem parte do da rotina dos indivíduos, a
mídia não é um refletor do meio em que se situa, mas sim que ela se modifica para satis-
fazer as necessidades e desejos sociais. Isto é, se adequa ao padrão de comportamento
social, visando legitimar o que é a sociedade e o que essa sonha em ser.

“A contradição invenção-padronização é a contradição da cultura de massa. É o seu me-


canismo de adaptação ao público e de adaptação do público a ela.” (MORIN. 1977, p. 28)

Os filmes de contos de fadas da Disney condizem com essa teoria com base no contexto
histórico da época em que situam os seus lançamentos. Vamos a um exemplo: Branca de
Neve e os sete anões. Branca de Neve era uma moça bela, traços leves, delicada, simpá-
tica, uma satisfeita dona de casa de mão cheia, que apesar de todas as explorações de sua
madrasta mantinha-se sempre recatada. Seu sonho era se casar, o que levaria sua vida ao
ápice da felicidade.
O filme foi lançado em 1937, década em que a mulher é caracterizada pela dona do lar,
fora do mercado de trabalho. O maior alcance na vida de uma mulher na época era con-
seguir se casar, saindo das casas de sua família para, então, então ser livre em casa com
seu esposo. Para isso era preciso ser uma moça perfeita, quase como a própria Branca de
Neve se mostrava.

Nesses pontos percebemos a legitimação da sociedade a partir da mídia, em que a longa


metragem busca suprir os desejos da maioria das mulheres do período, mostrando-se ser
como algo comum do cotidiano das mesmas. Dessa maneira, esses valores são ainda mais
configurados, efetivando um estereótipo padrão na sociedade.

Como afirma Edgar Morin:

A cultura de massa forma um sistema de cultura, constituindo-se como


um conjunto de símbolos, valores, mitos e imagens que dizem respeito
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quer à vida prática quer ao imaginário coletivo. […]. A cultura de massa


não é autônoma no sentido absoluto do termo, pode embeber-se de cul-
tura nacional, religiosa ou humanística e, por sua vez, penetrar na cul-
tura nacional, religiosa ou humanística. (MORIN, 1962, p. 8).

No ano de 2009, “A princesa e o Sapo” teve o seu lançamento retratando o sonho da


personagem principal, Tiana, de abrir o seu próprio restaurante. A década em questão foi
marcada por uma maior participação da mulher não só no mercado empreendedor, mas
uma maior atuação da mulher negra na sociedade. Desta forma, o filme da Disney se
insere socialmente, legitimando uma característica, além de enaltecer essa ideologia aos
seus receptores.

“(...) a cultura de massa encontra o seu terreno ideal onde o desenvolvimento industrial e
Técnico cria novas condições de vida que desagregam as culturas anteriores e fazem
emergir novas necessidades individuais.” (MORIN, apud WOLF, 2005, p. 44)

Em suma, a nova geração de princesas da Disney, atua se adaptando aos novos aspectos
sociais, sejam eles reais ou imaginários. A companhia altera seus estereótipos de prince-
sas acompanhando o desenvolvimento social, sejam eles já existentes, ou como um desejo
da massa. A partir disso, a Disney serve para enaltecer ainda mais à sociedade, tais carac-
terísticas representadas.
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3. Metodologia

Pesquisa ou coleta de dados.

3.1. Método de pesquisa empregado

Pesquisa Bibliográfica: A partir de pesquisas e materiais já elaborados sobre o tema, li-


vros e artigos, que a pesquisa será realizada. Assim, a pesquisa contribuirá na continui-
dade do estudo do tema.

3.1.1. Classificação da Pesquisa

Descritiva e Explicativa: A pesquisa descreverá os estereótipos e a forma da representa-


ção feminina nos últimos filmes de princesas da Disney e explicará sua relação ao seu
contexto histórico.

3.1.2. Método de Análise


Análise de conteúdo estrutural.to

3.1.3. Abordagem de pesquisa

Quanti-qualitativa: Analisará estereótipos, comportamentos e padrões das princesas rela-


cionadas ao contexto histórico a qual está inserido o lançamento do filme, isto será reali-
zado a partir dos filmes, das pesquisas bibliográficas sobre o tema e sobre o comporta-
mento social.
Coletará dados por meio de um questionário que será feito com pais de crianças da faixa
etária de 3 à 12 anos, utilizando a ferramenta de formulários do Google e também ques-
tionário presencial em uma escola de educação infantil. O objetivo será a verificação de
se, atualmente, a nova geração de princesas Disney, tem seus filmes assistidos também
por meninos.

3.2. Participantes

Os objetos de análise serão os cinco últimos filmes de princesas lançados, sendo eles: A
Princesa e o Sapo (2009), Enrolados (2010), Valente (2012), Frozen (2013), e Moana
(2016). A análise focará, é claro, nas princesas, personagem principal de cada trama.

3.3. Descrição e Análise dos Dados


Os dados serão apresentados por meio de textos próprios. Talvez será utilizado algum
gráfico comparativo, indicando o público-alvo em relação aos filmes abordados na pes-
quisa.
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4. Referências Bibliográficas

BREDER, Fernanda Cabanez. Feminismo & príncipes encantados: A presentação femi-


nina nos filmes de princesa da Disney. Rio de Janeiro, 2013

JUNIOR, Norval Baitello. A Era da Iconofagia: reflexões sobre imagem, comunicação,


mídia e cultura. 1ª edição. São Paulo: Paullos, 2014
MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1977

QUEIROZ, M. H. T. Era uma vez... a construção do perfil feminino nos filmes da Disney
no século XX e XXI. 2016. 71f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Histó-
ria) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande: 2016.
WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Lisboa: Presença, 2003.

WOLF, Noami. O mito da beleza: Como as imagens da beleza são usadas contra as mu-
lheres. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
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5. Cronograma

Ago. Ago Set. Set, Out. Out. Nov. Nov. Dez.


1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª
Atividades quin- quin- quin quin- quin- quin- quin- quin- quin-
zena zena zena zena zena zena zena zena zena

Pesquisa X X X X X X X
Bibliogra-
fica
Redação X X X X X X
Parcial
Pesquisa X X X
Tabulação X X X
de Dados
Interpreta- X X
ção de
dados
Considera- X X
ções Finais
Redação X X
Final
Apresenta- X
ção Final

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