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O principal objetivo destas notas é didático. Elas se destinam a servir como texto
de base para um curso básico sobre projeto de Barragens de Terra e
Enrocamento (BTEs). Foram incluídos alguns aspectos geotécnicos de projetos de
barragens de concreto. As notas são utilizadas na cadeira COC739 do mestrado
em geotecnia da COPPE/UFRJ.
O texto, tal como está, costuma ser coberto em cerca de 20 horas de aula e
aborda os conceitos e os métodos de cálculo básicos utilizados em projetos de
BTEs. Procurou-se ilustrar os diferentes conceitos e justificar alguns dos métodos
com exemplos de comportamento observado e de acidentes em obras.
Por fascinante que seja a história antiga da Engenharia de barragens, não cabe
aqui entrar em detalhes posto que foi apenas a partir do final do século passado
que esta área da Engenharia começou a tomar a forma atual. Basta dizer que
praticamente todos os grandes povos em todas épocas construíram barragens, a
maioria das quais composta ao menos em parte, por materiais terrosos.
Recomenda-se ao leitor interessado o artigo de Schnitter (1988) sobre o assunto.
As regras acima são perfeitamente válidas, e às vezes não observadas, até hoje.
Exigir que o rei seja justo, alegre e rico, ou seja, que se disponha de recursos
financeiros, compatíveis com os custos e os prazos da obra a ser realizada, e de
organização para harmonizar o complexo conjunto de atividades, é um item
fundamental para a segurança das barragens.
Só final dos anos 30 e início dos anos 40 a função de filtro dos elementos
drenantes em barragens de terra ganhou reconhecimento amplo. Os principais
livros de referência para projeto de barragens dos anos 30, como o de Justin
acima referido e o manual Low Dams (NCR, 1938), precursor do popularíssimo
Design of Small Dams (USBR, 1958 e 1973), não possuem nenhuma referência a
critérios de filtragem. Os primeiros trabalhos sobre o assunto datam do início dos
anos 40, como o de Bertram (1940) que se inspirou em sugestões de Terzaghi.
O trecho a seguir, extraído do livro and Earth Rock Dams de Sherard et al (1963)
espelha uma posição que caracteriza o que se pensava no início dos anos 60 e
que vale até o presente:
Trabalhos mais recentes (Christian, Ladd & Baecher, 1994; Duncan, 2000, por
exemplo) sugerem que esta relativa simplificação das ferramentas estatísticas já
está se tornando realidade.
Na figura 1.3 estão mostradas esquemáticamente seções dos tipos mais comuns
de BTEs utilizadas em nosso País.