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A verdade não está no juízo, mas sim o juízo na verdade

Introdução

O objetivo do ensaio é propor a importante reflexão de reconduzir o problema Commented [1]: É pouco profissional adjetivar o próprio
texto. Quem determina a importância sou eu, que estou
da verdade da abordagem que a trata como adequação do juízo à coisa a uma gastando tempo lendo.

análise ontológica, onde o juízo, longe de se mostrar como lugar essencial da


verdade, figura como sendo lugar de seu aparecimento derivado. Para isso,
resgatarei o §44 da obra Ser e Tempo de Martin Heidegger, onde ele discute e Commented [2]: O texto tem 5 páginas e o termo
“heidegger” aparece 16 vezes.
mostra as insuficiências quando analisada o fundamento ontológico das seguintes
teses, que têm sua origem no preconceito formado em cima de Aristóteles1: 1. O Commented [3]: É um termo técnico, falta definição, o
que deve ser feito justamente na introdução.
“lugar” da verdade é enunciado (o juízo); 2. a essência da verdade reside na
Commented [4]: Faltou um “o”. Caso contrário está
“concordância”(Übereinstimmung) entre o juízo e o seu objeto; 3. Aristóteles foi dizendo que o lugar da verdade é enunciado [por alguém].
Commented [5]: Faltou espaço.
quem consolidou como sendo o juízo o lugar originário da verdade e colocou em
voga a definição da verdade como concordância. Prescindindo de retomar
minuciosamente os pontos da analítica existencial, retomo o referido parágrafo
apenas para tratar da primeira e segunda tese. Na análise destas, mostrarei,
tentando reconstruir o argumento de Heidegger, os fundamentos ontológicos da Commented [6]: É apenas 1?

verdade do juízo e como eles mostram que, na verdade, possuem uma


instância/raíz mais originária a que Heidegger chamará de abertura, a estrutura Commented [7]: Sem acento.

ontológica do homem cuja função é des-velar/des-cobrir os entes.


Commented [8]: Isso é um termo técnico, falta definição,
o que deve ser feito justamente na introdução.
Commented [9]: “Humano”.
1. A verdade proposicional e seus fundamentos ontológicos.
Commented [10]: Isso é um termo técnico, falta definição,
o que deve ser feito justamente na introdução.

No senso comum, se perguntarmos a qualquer pessoa, o que é a verdade, Commented [11]: Seu título diz “fundamentos
ontológicos” e sua primeira frase é uma tomada arbitrária e
na maioria das vezes ouviremos a seguinte resposta resposta: verdade é quando o hipotética de sentença do senso comum. A frase seguinte é
uma indução falaciosa.
que eu digo corresponde aos fatos, i.e., quando o juízo emitido retira da coisa sobre
Commented [12]: Também poderia ser a expressão
que fala aquilo que fala. Doxograficamente, na literatura filosófica, Heidegger simplificada de teses filosóficas do círculo de viena.
Commented [13]: Ambíguo. Retira? Então há algo lá
localiza a fonte da tese da verdade como sendo adequação do juízo à coisa em extrusado em detrimento do ajuizar?
Aristóteles2. O estagirita defende que as palavras faladas são símbolos das Commented [14]: É onde ele localiza o papelzinho mais
antigo enunciando isso. Não é como se nesse papelzinho
tivesse apenas isso. E doxograficamente ele não localiza a
apropriação desta tese noutros filósofos, localiza, em recortes
1 É importante notar que não se trata de dizer que Aristóteles propôs a tese, mas sim que a partir de dele grosseiros, o anúncio de semelhante frase, que assim como
foi que ela foi fundada. Como o próprio Heidegger “Aristóteles jamais defendeu a tese de que o “lugar” em Aristóteles não significou sua tese sobre a Verdade,
originário da verdade fosse o juízo” HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 10. ed. Bragança Paulista: Vozes, também não implica que nos outros implica. Chama-se
2016. Tradução revisada de Márcia de Sá Cavalcante. p. 297 falácia (O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que
2 Ibid. p. 284 significa enganar) non sequitur.
afecções da alma e estas são imagens das coisas a que os símbolos se referem 3. A
partir de Aristóteles, essa ideia consolidou-se no período medieval através de
Tomás de Aquino com a tese da verdade como sendo adaequatio intellectus et rei4 Commented [15]: Isso é um mero comentário
desprovido de fontes textuais. E ainda que as tivesse,
de modo ainda desempenhar algum papel na filosofia crítica de Kant como incorreria na mesma situação de Aristóteles. Ele
escreveu isso, em alguma passagem, desenvolvendo
adequação, malgrado todo desenvolvimento das condições apriorística do sujeito alguma questão, no entanto, não encerra sua tese
sobre a Verdade.
transcendental5. O que Heidegger tem a dizer sobre essa posição é o seguinte: “A
Commented [16]: Kant fala de 3 tipos de juízos, sendo
caracterização da verdade como “concordância”, adaequatio, homoiossis, é, que apenas 2 deles referem-se a objetos que se
mostrarm no domínio empírico. Em textos
certamente, por demais vazia e universal”6. Passemos ao desenvolvimento dessa suplementares (E na Doutrina Transcendental do
Método) ele faz as devidas distinções de modo tal que
afirmação. sua observação é totalmente parcial e exerce mera
função retórica, apoiada na observação acrítica de
Heidegger sobre essas filosofias.

A. Via da análise do que diz o termo “concordar”, “adequar”. Commented [17]: Recurso do método filológico
(oferecido por Heidegger). Não explicitou o método,
mas sem problemas. No entanto, cuidado ao supor
que é o método de investigação por excelência, pois
O que está em jogo nessa relação? Temos 1. concordância 2. o juízo e 3. a ele lhe oferecerá apenas uma faceta da coisa
investigada.
coisa com a qual o juízo deve concordar para ser verdadeiro. Temos como primeira
via, a adotada por Heidegger, a análise do termo concordância. Concordância têm o Commented [18]: Análise [...]

caráter de uma relação formal de algo com algo. No entanto, nem toda relação de
algo com algo é uma concordância, exemplo: a relação entre o sinal e o assinalado
no assinalar, os dois possuem uma relação, mas não concordância. Ainda: nem Commented [19]: Por que não? E qual é o tipo de
relação?
toda concordância significa a espécie de conveniência que esperamos que haja
Commented [20]: Donde surgiu conveniência? Você
entre o juízo e a coisa, exemplo: o número 6 concorda com o número 16-10, i.e., espera isso, né?
Commented [21]: Péssimo exemplo, as entidades
concordam e são iguais. A igualdade é um modo de concordância e a ela, diz matemáticas engendram o debate sobre sua natureza,
e até então você falava (ou foi o que deu a indicar) de
Heidegger, pertence uma perspectiva, a ponto de surgir a pergunta: “O que é isso objetos empíricos. Ao citar Aristóteles ele se refere a
objetos empíricos. Isso caracteriza uma falácia da
ladeira escorregadia.
Commented [22]: Não são. Kant diria que isso foi um
sintético a priori, pois o conceito de 6 não está
3 “As palavras faladas são simbolos das afecções de alma, e as palavras escritas são símbolos das embutido analiticamente no conceito de subtração, ou
palavras faladas. E como a escrita não é igual em toda a parte, também as palavras faladas não são as mesmas de 10, foi acrescentado um elemento novo. Você já
em toda a parte, ainda que as afecções de alma de que as palavras são signos primeiros, sejam idênticas, tal está recheado de pressupostos tácitos nesse exemplo.
como são idênticas as coisas de que as afecções são imagens.” ARSITÓTELES. Organon: Periérmeneias. Lhe avisei que iniciar pelo exemplo conduziria a uma
Lisboa: GuimarÃes Editores Lda., 1985. Tradução, prefácio e notas de Pinharanda Gomes. p. 121 petição de princípio.
4 Não estamos discutindo aqui os pressupostos ontológicos de Aquino que fariam dessa adequação não
direta, que seria pensada em termos da relação ens creatum e ens increatum, com dependência ontológica do
primeiro em relação ao último.
5 Cf. KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. 4. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1997. Tradução de
Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Kant diz em sua Crítica da Razão Pura,
imediatamente após a estética transcendental, onde ele estava demarcando o lugar da Lógica Transcendental
frente à lógica geral: “Que é a verdade? A definição nominal do que seja a verdade, que consiste na
concordância do conhecimento com o seu objecto, admitimo-la e pressupomo-la aqui (…)” p 93. Ou ainda na
dialética transcendental: “Porque a verdade ou a aparência não estão no objecto, na medida em que é intuído,
mas no juízo sobre ele, na medida em que é pensado”.p 295. As paginações se referem a edição supracitada.
6 HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 10. ed. Bragança Paulista: Vozes, 2016. Tradução revisada de
Márcia de Sá Cavalcante. p. 285
em cuja perspectiva concorda aquilo que, na adaequatio, se relaciona?”7, i.e., para
que se dê a verdade; e outra “Em que perspectiva intellectus e res concordam?”8.
Assim, o que começou com a pergunta pela “concordância” é reconduzido a um
questionamento da especificidade ontológica dos membros da relação, a saber, o
objeto e o juízo, para que eles possam concordar numa perspectiva. Em outras
palavras, o que são objeto e juízo para que eles possam vir a “concordar”? Commented [23]: Vais finalmente iniciar o momento
propositivo do artigo. Apenas na metade dele. Como
apontei, preparou o terreno entre falácias, preconceitos
e dogma.
B. Via da análise ontológica dos membros da relação

Para analisar os membros, vamos adotar como ponto de partida as seguintes Commented [24]: Me colocou neste bojo, vai ter que
sambar pra me convencer.
afirmações: 1. só o conhecimento é verdadeiro, 2. conhecer é julgar e 3. no
Commented [25]: Que razão tenho eu para aceitar
julgamento há 3.1 o processo psíquico real de julgar e 3.2 o conteúdo ideal do esse ponto de partida? Quem o defende? E não puxe
o Kant da bolsa, pois que não é o caso. O
julgamento, aquilo que deve concordar com a coisa9. Nesses termos, a verdade conhecimento para ele, afinal, tende, mas esse
horizonte acabado da Verdade ela mesma é inatingível
seria a concordância entre um algo ideal e outro real. O que dá margem à seguinte ao conhecimento científico e também ao metafísico. A
não ser que conheças bem os demais usos da razão,
pergunta: “Como se deve apreender ontologicamente a relação entre o ente ideal e além do teórico, pode tentar sustentar sua tese por aí.
Tomás de Aquino? Duvido bastante, acho mais
o real simplesmente dado?” Esse ponto de partida, segundo Heidegger, mostra-se provável que para ele Verdade é do domínio teológico.
Commented [26]: E esse, que razão tenho para
equivocado para analisar a verdade, pois segundo ele, na própria ação de julgar, adotar? Desconheço filosofias com proposições desta
natureza.
pressupondo-se esse estado de coisas, há uma relação entre os dois, pois na
Commented [27]: Termos técnicos, imagino que de
própria ação de julgar surge a questão como esse ato(real) se relaciona com seu Heidegger, não elucidados. Poderia botar em grego aí
e daria no mesmo. Não vou adivinhar o significado dos
conteúdo(ideal). Assim, questiona-se: qual legitimidade dessa distinção ontológica? termos pelas palavras.

Essa aporia o faz reconduzir a análise para uma terceira via de análise: o modo de Commented [28]: Tese sua, erigida sobre um
espantalho. Pode considerar meus comentários às
ser do conhecimento e como a verdade se dá nele. duas primeiras páginas como uma acusação de falácia
do espantalho.
Há distinções sofisticadas nos metafísicos entre entes
de razão e entes reais, e não é disso que se trata.
c. Via da análise do fenômeno da verdade no conhecimento Commented [29]: Mas sempre há uma relação entre
o sujeito de conhecimento e o objeto conhecido (ou
conhecível). Poucos, como Berkeley, disseram algo
diferente. Não é como se algo ignorado estivesse
Admitimos anteriormente que a verdade está no conhecimento. No entanto, sendo trazido à tona aqui.
quando é que ela se torna expressa? Quando o conhecimento se mostra como Commented [30]: Você que a propôs, diga aí. Ou ele
talvez, também pode ser.
verdadeiro10. Assim, visualizaremos não pela análise da concordância nem pelo
Commented [31]: Essa expressão foi usada 8 vezes.

7 Ibid. p 286
8 Ibid.
9 Aqui já se pressupõe uma superação do psicologismo que trata como indistinto o julgamento, enquanto
processo psíquico real temporal e o julgado enquanto conteúdo ideal.
10 “É a própria verificação de si mesmo que lhe assegura sua verdade.” HEIDEGGER, Martin.
Ser e Tempo. 10. ed. Bragança Paulista: Vozes, 2016. Tradução revisada de Márcia de Sá Cavalcante. p. 287-
288
estatuto ontológico dos termos, mas essa concordância no contexto fenomenal11 da
verificação onde se dá o fenômeno da verdade. Passemos a ela.
Heidegger, mostrando como a verdade se dá nesse contexto de verificação,
reconstrói uma situação comum e cotidiana onde são tiradas conclusões essenciais
para o tema em questão. Alguém emite o enunciado verdadeiro para uma outra
pessoa que está de costas para um quadro: “o quadro na parede está torto”. No
entanto, o enunciado só se torna verdadeiro quando se persegue sua referência e
aquilo a que o enunciado se refere e como ele se refere, mostra-se como está de
fato, tal como me aparece. Ou seja, aqui não se verifica uma referência a Commented [32]: Se não entendi de maneira
inadequada, a verdade não reside no enunciado
“representações”, nem a imagem da coisa: “Segundo seu sentido mais próprio, o concordar com a situação do quadro, mas em o quadro
mostrar-se nessa situação enunciada. Uma forma de
enunciado que “apenas representa” remete ao quadro real na parede. É a ele que realismo direto.

se visa e não a outra coisa. (...) O enunciado é um ser para própria coisa que é.”12
Ou seja, há somente o enunciado e a coisa para qual o enunciado é na
reconstrução desse contexto fenomenal.
Aqui13 Heidegger deixa entrevê a função descobridora do enunciado, pois Commented [33]: “entrever”, é um verbo. O sujeito
está executando uma ação.
para esse filósofo alemão, o mundo enquanto significação é condição de
possibilidade para que as coisas nos apareçam tais como são. Mas esse vir ao
encontro das coisas é possibilitado pela disposição14, que permite com que nós
sejamos afetados, tocados pelos entes. Nisso que somos tocados pelos entes,
deixando com que eles venham ao nosso encontro, de maneira cooriginária, eles já Commented [34]: Não sei se essa proposição aqui é
adequada.
se abrem segundo suas possibilidades de emprego, manuseio e projetos de ser em
Commented [35]: Novamente um termo técnico não
geral, que estabelecemos para nós segundo as possibilidades consolidadas pela explicitado.

cultura. Assim, a partir desse estado de coisas, vemos que o mundo, numa primeira Commented [36]: E essa tese solta aqui?

visada, já é totalmente significativo e multicolorido; de tal forma que, quando

11 Fenomenal, segundo as palavras de Heidegger: “Chama-se “fenomenal” o que se dá e se


pode explicitar segundo o modo de encontro com os fenômenos” Ibid. p77. Para maiores
informações sobre o conceito preliminar de fenomenologia bem como o que é objeto de fenômeno da
fenomenologia cf. §7 Ser e Tempo.
12 Ibid. p. 288
13 Essa é a parte mais dura e decisiva do ensaio em que tive que sacrificar a clareza em prol
da quantidade de palavras delimitada. O que será exposto aqui de maneira diluída é a tese de
Heidegger que o ser-aí é o ser 1. pertence um ter de ser de tal maneira que seu ser não é-lhe
indiferente; 2. e pertence ao ser-aí o ter que assumir sempre seu próprio ser. Análise esta que pode
ser encontrada sobretudo na introdução de ST §§1-9. Além disso, há um constante uso das
estruturas ontológicas básicas que possuam a função de abertura do ser-aí: disposição,
compreensão e fala que tem uma análise mais detalhada nos parágrafos §§28-34 ST, de onde eu tiro
somente o que interessa a este ensaio.
14 “Na disposição subsiste existencialmente um liame de abertura com o mundo, a partir do
qual algo que toca pode vir ao encontro” cf.§29 ST
emitimos um enunciado. ele, longe de mostrar as coisas tais como são (correlação Commented [37]: Vírgula.

entre ser e verdade) pela primeira vez, detendo o lugar originário da verdade, as Commented [38]: Você está inserindo termos técnicos
diferentes dos quais usara antes. ‘Ser’ é um termo
coisas já se abriram num primeiro momento tais como são para nós. Desse modo, a técnico da Filosofia, e não era partícipe da análise de
contraste erigida anteriormente.
verdade no enunciado é uma verdade derivada que tem seu fundamento na verdade
da abertura do ser-aí, do homem que tem seu ser em um aí, cujo “em”, a saber, Commented [39]: Humano.

como ele está no mundo, é constituído pela tripla estrutura ontológica, que possuem
uma relação de cooriginariedade entre si: 1. compreensão (estabelecer significados,
remissões de manuseio, etc.) 2. disposição e 3. fala (existencial que é a condição de
possibilidade da linguagem15). Commented [40]: Levantou teses que demandariam
serem explanadas e não poderá fazê-lo. É uma falácia
Assim, retornando ao nosso exemplo para concluir: o que está em jogo no de definição obscura.

ser-descobridor do enunciado na situação do quadro? Que o ente, tal como é em si


mesmo, já se abriu para nós e que o enunciado que articulou aquela compreensão,
longe de comparar um conteúdo ideal com um real, nem uma representação com o
representado, ele remete ao ser descoberto do próprio ente que se mostra tal como
é em si mesmo — caso o enunciado se verifique verdadeiro.16 Assim, aquele que
persegue a referência do enunciado verdadeiro irá verificar seu caráter de
verdadeiro somente através da confirmação que nada mais é que o ente se
mostrando tal como é em si mesmo17, possibilitando/fundando, assim, a verdade do
enunciado.

Conclusão

Aqui nos propomos a analisar algumas vias em que se podia estabelecer de Commented [41]: “propusemos”, é no pretério.

que modo a tese sobre Aristóteles, que defende que a verdade é adequação, Commented [42]: Que o Heidegger imputou à
tradição, falaciosamente, conduzindo à uma falácia da
mostra-se insuficiente e aporética para tratar da verdade quando se prescinde de falsa dicotomia, o que projeta essa alternativa como a
única.
uma recondução ao ser descobridor do homem e sua dimensão mais originária(seu
Commented [43]: Espaço.
ser ontológico). No entanto, a análise poderia deixar a desejar, pois o que tentou ser Commented [44]: “Eu” tentou? “Nós” tentou? A tese
tentou se defender autonomamente? O que nós
defendido foi a necessidade da recondução ontológica ao ser do homem para tentamos…
Ou
analisar a essência da verdade, a verdade em seu caráter originário e não em que O que tentou-se...
consiste essa verdade. Portanto, o seguinte ensaio contenta-se com — e esse foi o
seu objetivo: traçar a necessidade de se reconduzir o fenômeno da verdade ao ser Commented [45]: Um argumento sustentado por
falácias não implica em necessidade real. Mas fica a
seu critério lidar com elas ou não.
15 Cf. §34 de ST
16 “O próprio ente visado mostra-se assim como ele é em si mesmo, ou seja, que, em si
mesmo, ele é assim como se mostra e descobre sendo no enunciado.” Ibid. p. 288
17 Ibid. p. 289
do homem como ser-descobridor.18

18 Para a delimitação completa da tese do homem enquanto lumen naturale, ou “clareira do


ser” é necessário adentrar na analítica ontológica em Ser e Tempo e a proposta da diferença
ontológica do referido tratado.

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