UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – Camva parecer opinando pela inviabilidade da decretação, mesmo
Curso: Bacharelado em Direito assim poderá decreta-lo.
Disciplina: Direito Constitucional II 10 – O controle político do estado de defesa (art. 136, §§ 4º a Professor: Sérgio Hoffmann 7º) é feito pelo Congresso Nacional. O ato da decretação é 29.03.18 apreciado pelo Congresso, que decide por maioria absoluta. Se rejeitado, o estado de defesa cessará imediatamente. O Temas controvertidos em D.Constitucional II (sistema controle político é concomitante, de acordo com o art. 140. constitucional de crises, poder judiciário e funções essenciais Uma Comissão de deputados e senadores acompanhará e à justiça). Leia compreensivamente e aprofunde o estudo dos fiscalizará a execução das medidas do estado de defesa. 35 pontos abaixo, como preparação para a próxima aula 11 – Existe controle jurisdicional, concomitante, do estado de presencial. defesa, segundo o art. 136, § 3º da CF. no que se refere à prisão realizada pelo Poder Executivo. Além disso, qualquer 01 – Na vigência do estado de defesa pode ser determinada lesão ou ameaça a direito será apreciada pelo Poder pelo executor da medida (e não por um juiz) a prisão por crime Judiciário, por maio do mandado de segurança, do hábeas contra o Estado (não superior a 10 dias), como exceção ao corpus e de qualquer outra medida jurisdicional. Mas a análise art. 5º, LXI. Mas o juiz competente, imediatamente do mérito discricionário é descabida, não podendo o Poder comunicado, poderá relaxá-la. Judiciário o exame da conveniência e da oportunidade da sua 02 – Segundo o art. 136, §§ 4º a 7º, o controle político da decretação. decretação do estado de defesa é exercido, 12 – Em caso de guerra ou resposta a agressão armada concomitantemente, pelo Congresso Nacional. Após o término estrangeira, qualquer garantia constitucional poderá ser da vigência do estado de defesa, o Presidente justificará e suspensa, desde que observando-se os princípios da relatará o ato perante o Congresso. Se as informações não necessidade e da temporariedade, prévia autorização do forem aceitas pelo Congresso, poderá caracterizar-se crime Congresso e, finalmente, que tenha sido indicado no decreto de responsabilidade, nos termos do art. 86 da CF/88 e Lei do estado de sítio as garantias que ficarão suspensas (art. 1.079/50. 138, caput). 03 – Na vigência do estado de sítio podem ser tomadas as 13 – A Advocacia Pública exerce a defesa em juízo das seguintes medidas: obrigação de permanência em localidade pessoas políticas e é desempenhada por detentores de determinada, detenção em edifício não destinado a acusados cargos, organizados em carreira, de Procurador do Estado ou ou condenados por crimes comuns, restrições às de Advogado da União. A Advocacia Pública integra o Poder inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das Executivo, a quem deve prestar consultoria e assessoria comunicações, à prestação de informações e à liberdade de jurídica. imprensa, radiodifusão e televisão, suspensão da liberdade de 14 – Um juiz não pode ser juiz titular em uma comarca e reunião, busca e apreensão em domicílio, intervenção nas residir em cidade vizinha pertencente a outra comarca. Exige empresas de serviços públicos e requisição de bens. o inciso VII do art. 93 da CF/88 que o juiz resida na comarca 04 – As hipóteses para a decretação do estado de sítio, de onde é titular, salvo autorização do Tribunal a que estiver previstas no art. 137, caput, da CF/88 são: comoção grave de vinculado. O objetivo da norma constitucional é garantia dada repercussão nacional, fatos que comprovem a ineficácia do ao jurisdicionado, a quem interessa que o juiz conheça a estado de defesa, declaração de estado de guerra ou resposta comunidade local. a agressão armada estrangeira. 15 – O princípio da indivisibilidade é uma implicação lógica do 05– O sistema constitucional de crises é o conjunto ordenado princípio da unidade. O ofício do MP não pode ser dividido. É de normas constitucionais que, baseadas nos princípios da possível que um membro do MP substitua outro, sem prejuízo necessidade e da temporariedade, tem por objeto as situações para a função desempenhada, pois é o MP (sem vinculação de crises com a finalidade de manutenção ou física a um de seus membros) que está a desempenhar restabelecimento da ordem constitucional. Neste caso, a aquela atribuição. legalidade normal é substituída por uma legalidade 16 – O princípio do promotor natural significa que o membro extraordinária, que define e rege o estado de exceção. Tudo do MP que deve oficiar em um processo ou inquérito é aquele destinado à estabilidade e defesa da Constituição contra a quem este ou aquele compete pelas regras ordinárias de processos traumáticos de mudança ou perturbação da ordem divisão de atribuição e serviço. Não está expresso no texto constitucional. constitucional, mas é uma decorrência da combinação da 06 – Os mecanismos de restabelecimento da normalidade independência funcional com a inamovibilidade, eliminando a (decretação do estado de defesa, do estado de sítio e o papel possibilidade de existência do acusador público de das Forças Armadas e das forças de segurança pública), encomenda. devem respeitar o princípio da necessidade, sob pena de 17 – A garantia da irredutibilidade de subsídio garante que a caracterizar-se arbítrio e golpe de estado. Devem também remuneração dos membros do Ministério Público não pode ser observar o princípio da temporariedade. Não o fazendo, o uso reduzida. Essa garantia tem caráter meramente nominal, ou dos mecanismos representarão a instauração de uma seja, não está assegurada em face da corrosão inflacionária ditadura. dos subsídios. 07 – As hipóteses de decretação do estado de defesa são: 18 – O MP da União e o MP dos Estados não se confundem para preservar ou prontamente restabelecer, em locais entre si, cada qual possuindo chefias próprias. Só há unidade restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social dentro de cada MP. Não existe unidade entre o MP da União e ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou dos Estados. Assim, o princípio da unidade e da atingidas por calamidades de grandes proporções na indivisibilidade do Ministério Público não impõe que o MP da natureza. União e o MP dos Estados adotem ponto de vista doutrinário e 08 – A titularidade para a decretação do estado de defesa é funcional equivalente. do Presidente da República, através do instrumento legislativo 19 – O princípio da inamovibilidade é relativo porque comporta chamado decreto (art. 84, IX, combinado com o art. 136 da a exceção da remoção compulsória por motivo de interesse CF). público, prevista no art. 93, VII e disciplinada pela Lei 09 – O titular da prerrogativa da decretação do estado de Orgânica da Magistratura (art. 45), dependendo do voto da defesa, isto é, o Presidente da República, deve ouvir antes o maioria absoluta dos membros do Tribunal, do respectivo Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. órgão especial ou do Conselho Nacional de Justiça. Mas a oitiva não tem caráter vinculativo, mas opinativo. O 20 – Os Municípios podem criar guardas municipais, Presidente da República da República, mesmo diante de um destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, nos termos do art. 144, § 8º da CF/88. Trata-se do policiamento administrativo contra a depredação dos bens relações com os antigos colegas que continuarão a exercer o públicos. cargo e poderão, eventualmente, julgar os processos por ele 21 – A vitaliciedade indica que os membros do MP, superados patrocinados. os dois anos do estágio probatório, só podem perder o cargo 31 – O Procurador Geral da República não pode interferir no mediante sentença judicial transitada em julgado. E a mérito da atuação de um Procurador relacionado com a sua vitaliciedade não excepciona o integrante da carreira da regra atuação profissional. O princípio da independência funcional geral da aposentadoria compulsória. assegura aos membros do MP a autonomia de convicção, 22 – O Poder Judiciário exerce papel fundamental na pois, no exercício de suas respectivas atribuições, não se fiscalização e limitação dos Poderes Legislativo e Executivo. submetem a nenhum poder hierárquico, ficando a hierarquia Como meio de limitação do próprio Poder Judiciário, recusa-se interna adstrita a questões de caráter administrativo. O que ele possa agir por iniciativa própria. A jurisdição não membro do MP não se reporta a ninguém, senão à própria acontece sem provocação externa. E todas as decisões consciência. devem ser fundamentadas. 32– Um juiz pode ser sócio de empresa. Segundo o art. 36, I a 23 – Segundo o art. 52, II da CF/88, os Ministros do STF (que III da LOMAN (LC 35/79), o juiz fica proibido de exercer o também são juízes) ficam sujeitos ao impeachment pelo comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como Senado Federal. cotista ou acionista. Pode ser sócio mas não administrador. 24 – A Constituição, nos §§ 2º e 3º do art. 127 assegura ao 33 – O MP deve fazer o controle externo da atividade policial. Ministério Público a autonomia funcional, administrativa e Mas o controle não pode recair sobre a atividade de financeira. Há autonomia para elaboração de propostas policiamento administrativo, mas somente da atividade de orçamentárias, respeitados os limites definidos na lei de polícia judiciária, que é a atividade principal da polícia civil diretrizes orçamentárias e complementada pela possibilidade (investigação) e secundária da polícia militar (investigação de de administração dos recursos que lhe forem destinados. Mas crimes militares). o Ministério Público está obrigado a submeter-se aos limites 34 – São princípios institucionais do MP a unidade, a orçamentários previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias indivisibilidade e a independência funcional. As garantias (LDO). pertencem a cada membro do MP para assegurar sua isenção 25 – O Procurador Geral da República não chefia o Ministério no exercício de suas atribuições: a vitaliciedade, a Público Estadual. O MP da União é chefiado pelo Procurador- inamovibilidade e a irredutibilidade de subsídios. Geral da República. Os MP’s dos Estados são chefiados pelos 35 – Os Defensores Públicos não têm as mesmas garantias e Procuradores-Gerais de Justiça. Cada Estado-membro deve prerrogativas dos membros do Ministério Público. As organizar e manter o MP que opera perante o Judiciário local defensorias públicas têm asseguradas a autonomia funcional e sua autonomia somente está limitada pela CF/88. e administrativa e a iniciativa de proposta orçamentária, dentro 26 – A indispensabilidade do advogado indica que, a princípio, dos limites aplicáveis. Além disso, os defensores públicos têm o advogado deve participar dos processos judiciais. Mas o garantida a inamovibilidde, vedada a advocacia fora das suas princípio não é absoluto. Norma infra-constitucional pode atribuições constitucionais. Como se vê, os Defensores estabelecer hipóteses em que a presença do advogado Públicos não têm a garantia da vitaliciedade. revele-se prescindível, a exemplo do que sucede nos juizados de pequenas causas e na Justiça do Trabalho, ou ainda em ações específicas como o habeas corpus e a revisão criminal. 27 - O MP de Contas (art. 130 da CF/88), segundo o STF, não integra o MP da União e, ademais, encontra-se consolidado na intimidade estrutural da própria Corte de Contas. Assim, a regulação de sua organização e atribuições, bem como a definição de seu estatuto é passível de veiculação mediante lei ordinária. 28 – O Ministério Público da União é comandado pelo Procurador-Geral da República, o qual é nomeado pelo Presidente da República entre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para uma investidura de dois anos, sem limite para recondução. O Procurador-Geral pode ser destituído pelo Presidente da República, mediante prévia autorização da maioria absoluta do Senado Federal. O STF já decidiu que a eleição e a nomeação do cargo de Novo Procurador-Geral devem-se dar por novo mandato (investidura a termo) de dois anos, e não pelo período restante de seu antecessor, sob pena de violação do disposto no art. 128, § 3º da CF/88. 29 – A Justiça Federal Comum é composta por cinco TRF’s e pelos juízes federais (art. 27, § 6º do ADCT e do art. 106, I e II da CF/88). Os juízes federais compõe a primeira instância, e suas decisões são submetidas, em grau de recurso, aos TRF’s. A competência da Justiça Federal Comum de primeira instância está definida no artigo 109 da CF/88 em razão da pessoa (incisos I, II, III, IV, VII e VIII) ou em razão da matéria (incisos V, VI, VII, IX, X e XI). 30 – Um juiz não pode, após aposentado ou exonerado, exercer imediatamente a advocacia. O inciso V do parágrafo único do art. 95 instituiu a quarentena. Ficou vedado aos juízes que se afastem do cargo em razão de aposentadoria ou exoneração exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram até três anos após o desligamento. Entende-se que o exercício da advocacia pelo juiz, logo após a aposentadoria ou exoneração, compromete a lisura de suas