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John Maynard Keynes

Antonio Matheus Sá

Os Postulados da Economia Clássica


• Salário real é igual ao produto marginal do trabalho;
- O salário de uma pessoa empregada é igual ao valor que se perderia se o emprego fosse
reduzido em 1 unidade, deduzindo-se os custos dessa redução;
𝐖 𝐖
- = 𝐏𝐌𝐠𝐋 → Se ↑ 𝐏𝐌𝐠𝐋 → ↓ 𝐏 →↑ →↑ 𝐋𝐒
𝐏 𝐏
• A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume de trabalho, é igual à
desutilidade marginal nesse mesmo volume de emprego;
- O salário real de uma pessoa empregada é exatamente suficiente para ocasionar o volume
de mão-de-obra efetivamente ocupado;
- A mão de obra estaria sempre empregada, desde que se submetesse a trabalhar às taxas
salariais de mercado, que eram determinadas de acordo com a oferta e procura de emprego;
- Desutilidade marginal é qualquer motivo que induza um homem ou grupo de homens a
recusar trabalho, em vez de aceitar um salário que para eles representa uma utilidade inferior a
certo limite mínimo;
𝐖
- UMg do = DMg de L
𝐏
• A teoria clássica não admite o chamado Desemprego Involuntário, há somente
Desemprego Voluntário e Friccional, os indivíduos desempregados são aqueles que não aceitam
𝐖
o salário ( );
𝐏
- Desemprego Friccional → Oriundo de uma desproporção temporária dos recursos
especializados ou da proporção de recursos não empregados entre um e outro trabalho (quando
se está mudando de trabalho). Seguno Keynes, está presente no 2º postulado clássico;
- Desemprego Voluntário → Também proposto pelos clássicos, significa a recusa ou a
incapacidade de determinada unidade de mão-de-obra em aceitar uma remuneração equivalente
à sua produtividade marginal;
• Formas de aumentar o emprego;
- Melhorias da organização, diminuindo o Desemprego Friccional;
- Redução de Desutilidade Marginal do Trabalho (DMgL), mantendo a oferta de trabalho (LS)
e reduzindo o Desemprego Voluntário;
- Aumento na produção marginal (PMg) dos setores de bens–salário (bens de cujos preços
depende a utilidade dos salários nominais);
- Aumento dos preços (P) dos bens não-salário, de forma que relativamente o preço (P) dos
bens salário melhore;
• Rejeição do segundo postulado:
- “Será verdade que as categorias anteriores abrangem todo o problema, considerando que,
de modo geral, a população raramente encontra tanto emprego quanto desejaria ao salário
corrente?”;
- Keynes rejeita o segundo postulado com o argumento de que a a teoria clássica afirma que
a determinação do salário é dado somente por “barganha” entre empresários e trabalhadores;
- Os teóricos esquecem do papel dos preços, pois afirmam que o salário escolhido é o real
𝑾
( 𝑷 ), e na verdade é o nominal (W);
- Os trabalhadores, na prática, não abandonam seus empregos por queda nos salários
nominais;
- Não é verdade (como se verificou após a crise de 29) que o desemprego se deve à recusa
da mão de obra em aceitar uma diminuição dos salários nominais;
- No caso de uma variação no nível geral dos salários, argumenta Keynes, a elevação nos
salários nominais provoca queda nos salários reais e vice-versa, diminuindo o emprego;
- Os bens de consumo de assalariados equivalentes ao salário nominal vigente não
representam a verdadeira medida da desutilidade marginal do trabalho e, assim, o segundo
postulado deixa de ser válido;
• Duas objeções ao segundo postulado:
𝑾
- Comportamento Efetivo do Trabalhor → Se caem os salários reais (↓ 𝑷 ) por um aumento
no nível dos preços (↑P), sem que os salários nominais tenham subido (↑W), pela teoria clássica,
levaria uma queda na oferta de trabalho (↓LS), o que não é visto empiricamente;
𝑾
- Contestação da hipótese de que o nível geral dos salários reais ( 𝑷 ) seja diretamente
determinado pelo caráter das negociação sobre salários: não é possível que os trabalhadores
possuam meios para coincidir o equivalente do nível geral dos salários nominais (expresso em
bens de consumo) com a desutilidade marginal do volume de emprego existente. Para Keynes
isso é uma hipótese arbitrária;
• Os trabalhadores reagem, portanto, à redução dos seus salários nominais (e não dos reais,
como diziam os clássicos), mesmo que o equivalente real desses salários exceda a desutilidade
marginal do emprego existente;
• Desemprego Involuntário → Keynes adiciona um novo conceito de desemprego, como é
visto na seguinte passagem:
- “Existem desempregos involuntários quando, no caso de uma ligeira elevação dos preços
dos bens de consumo assalariados (↑P) relativamente aos salários nominais (W), tanto a oferta
agregada de mão-de-obra disposta a trabalhar pelo salário nominal corrente (LS > L), quanto a
procura agregada da mesma ao dito salário são maiores que o volume de emprego existente (LD
> L)”;
- Para os clássicos havia somente o desemprego voluntário, causado por um desequilíbrio
em virtude de os trabalhadores não aceitarem trabalhar por salários irrisórios. Para Keynes, no
entanto, mesmo que haja uma variação no salário real de mercado, tanto a oferta quando a
demanda de mão de obra não se equilibram, pois o nível de emprego não é determinado no
mercado de trabalho, mas sim pelo princípio da demanda efetiva;
• Há situações em que tanto a oferta de trabalho (LS) quando a demanda (LD) são superiores
ao volume de emprego (L) sem que haja redução do desemprego;
- Ou seja, há pessoas e postos de trabalho disponíveis sem que sejam preenchidos;
• Conclui-se que como a teoria clássica é restrita ao pleno emprego, situação na qual não
há Desemprego Involuntário, sua teoria negligencia esse tipo e afirma só ter Desemprego
Voluntário e Friccional;
• Qualquer meio para aumentar o emprego conduzirá indubitavelmente à diminuição paralela
do Pmg, logo, do nível dos salários medido em termos desse produto;
• Keynes confirma sua concordância com o primeiro postulado, afirmando que “se o emprego
aumenta, isso quer dizer que em períodos curtos a remuneração por unidade de trabalho,
expressa em bens de consumo dos assalariados, deve, em geral, diminuir e os lucros devem
aumentar”;
• Lei de Say → A economia clássica faz uso desse argumento, que a princípio afirma que, a
oferta cria sua própria procura, ou também, que o total de custos de produção deve ser gasto
por completo, direta ou indiretamente, na compra do produto;
• Hipóteses fundamentais da teoria clássica:
𝐖
- = 𝐃𝐌𝐠𝐋 (desutilidade);
𝐏
- Não existe Desemprego Involuntário;
- A oferta cria a sua própria procura, no sentido de que o preço da procura agregada é igual
ao preço da oferta agregada para todos os nível de produção;
O Princípio da Demanda Efetiva
• O capítulo inicia-se com a definição do que vem a ser Valor da Produção e Renda Agregada;
- Valor da Produção → É composto pela soma de três fatores: Custo de Fatores + Custo de
Uso + Lucro;
- Custo de Fatores → Custos efetivos em compra de material para produção,
material para agregar valor;
- Custo de Uso → Semelhante aos “Custos Intermediários”, são os produtos que
se compram de outros empresários e se agrega valor a eles com os Custos de Fatores, sejam
máquinas ou produtos;
- Lucro → É o que se busca maximizar na produção;
- Renda Agregada → Por sua vez, não leva em conta os Custos de Uso, de forma que: Renda
Agregada = Custo dos Fatores + Lucro;
• Demanda Agregada → Qual a demanda (produção) que terá no futuro pelo emprego de N
trabalhadores;
• Função da Oferta Agregada → Z = ф (N), a oferta é uma função do número de empregados
(N), pois o capital (K) é constante no curto prazo;
- 𝐟(𝐊, 𝐋) = 𝐟(𝐊̄, 𝐋) = 𝐟(𝐋)
• Demanda Agregada (2) → É a produção (produto) que os empresários esperam receber
pelo emprego de N homens;
- D = f (N)
• Demanda Efetiva → A demanda efetiva acontece quando as expectativas dos empresários
são realizadas;
- Ou seja, no ponto em que a oferta se iguala com a demanda;
• O que Keynes chamou de ponto de demanda efetiva determina o nível de emprego e forma
um “equilíbrio” independente do nível de pleno emprego;
- Desse modo, de acordo com as expectativas, os empresários tomam suas decisões de
produção, o grau de incerteza e confiança definem o comportamente dos agentes em relação à
demanda por moeda (Md) como ativo e empregam os fatores de produção de acordo com a
demanda efetiva. Caso este ponto esteja abaixo do pleno emprego, trabalhadores
involuntáriamente ficam desocupados e não há mecanismos auto-ajustáveis. Sendo assim, o
ponto de demanda efetiva conforma-se como um “equilíbrio” que apenas eventualmente se dá
com o pleno emprego da força de trabalho;

• Se a demanda esperada é superior a oferta esperada (D>Z), os empresários expandem o


emprego N. Se a demanda efetiva é inferior ao produto esperado (D<Z), os empresarios
contraem o emprego;
• Teoria Clássica → f (N) e ф (N), são iguais para todo N;
- Havendo equilíbrio em todos os pontos há infinitos pontos de demanda efetiva;
• Há concorrência por N entre os empresários até o Pleno Emprego;
• Sumário da Teoria do Emprego (é suposto que: ̄ e que custos
W ̄ ):
- Renda (monetário e real) depende do volumo de emprego N;
- Consumo depende da renda. Definido pela propensão a consumir. E, portanto, o consumo
depende de N. C = c0 + c1 Y;
- N depende de D, onde D = D1 + D2 = C + I. Onde D1 = Gasto em consumo e D2 = Aplicação
em novos investimentos;
- O D1 é uma função de N, de forma que podemos escrever como λ (N), D = ф (N) e D1 = C = λ
(N) → ф (N) = λ (N) + D2 → D2 = ф (N) - λ (N);
- Nível de emprego de equilíbrio (Teoria Geral do Emprego):
Função de Oferta Agregada, ф (N) = Z;
Propensão a consumir, C1 o X;
Investimento, D2;
𝐖 𝐖
- 𝐏𝐌𝐠(𝐍) = e, portanto, N não pode ser maior que o valor que 𝐃𝐌𝐠(𝐍) = 𝐏 , logo, PMg=DMg;
𝐏
- Teoria Clássica → D = ф (N), para todo N;
- Quando ↑ N, também ↑ D1, no entanto ΔD1 < ΔD;
• Investimento e Poupança:
- Ao contrário da economia clássica, o nível de emprego não é determinado em um mercado,
𝐖
tal que, 𝐏 = PMg;
- Para Keynes, o nível de emprego é determinado pela demanda esperada dos empresários,
ou seja, o investimento que os empresários irão usar em função da renda esperada que
determinará o D e se for correto, Z = D (Demanda Efetiva);
- Ou seja, o I que irá medir o gasto e o “restante” será o poupado, ou seja, o investimento
é visto como criador e não derivado da poupança: I → S;

A Eficiência Marginal do Capital


• De início, é definido os fatores que determinam a EMgK;
- Fluxo Esperado de Renda ( 𝑸𝟏 𝒆 + 𝑸𝟐 𝒆 + ... 𝑸𝑺 𝒆 ) → Compreende os somatórios dos
rendimentos que se espera do investimento;
- Preço do Capital ou Custo de Reposição (PK) → Não é efetivamento o preço de compra do
capital, mas o preço que induza o fabricandte à produzir uma unidade a mais do produto;
- Estoque de Capital (𝑲̅ ) → O estoque efetivo de capital também é responsável por influenciar
a EMgK;
• Teremos então: EMgK (𝑸𝑺 𝒆 + , PK - , 𝑲 ̅ -)
- 𝑸𝑺 𝒆 ↑ → EMgK ↑
- PK ↓ → EMgK ↓
-𝑲̅ ↓ → EMgK ↓
• A Eficiência Marginal do Capital define quando o capital será o ativo mais atrativo entre
todos, levando ao investimento;
- Em síntese, consiste nas taxas de retorno esperadas em relação às oportunidades de
investimento existentes;
- É um valor esperado e não um valor conhecido;
• Demanda por Investimento → Dada a ideia da EMgK, estudaremos os componentes do
investimento, que é da seguinte forma: I (i - , EMgK +)
- Na medida em que I ↑, a EMgK ↓, fazendo com que o investimento não seja tão atrativo
pelo fato de não existirem mais classes de capital mais eficientes;
• Taxa de Juros → Custo de oportunidade de reter moeda em vista de poder transforma-la
em outro tipo de ativo. Também é o custo de alocar a moeda em K, ao invés de outro ativo;
• Agora, como há variação do investimento levando em conta a taxa de juros:
- Se o valor da moeda aumenta, ou seja, i ↑, há um estímulo em reter a moeda e não
transforma-la em investimento. Portanto, i ↑ → I ↓
- No caso contrário, se o valor da moeda cair i ↓, a moeda não é mais atrativa, pois rende
menos. O capital torna-se mais rentável;
• No plano teórico a demanda esperada é subjetiva e, portanto, indeterminada. No plano
𝟏
empírico, dada a propensão consumir c, o multiplicador ΔY = (𝟏−𝒄) ΔI mostra que a variação dos
gastos em investimento determina a variação da demanda agregada e, portanto, da demanda
esperada. Mas o que determina o investimento?
- Para Keynes o preço de oferta dos bens de capital e a quase-renda esperada destes ativos
determinam a Eficiência Marginal do Capital (EMgK);
- De outro lado, a prefêrencia pela liquides (PPL) e a oferta de moeda (Ms) são fatores que
determinam a taxa de juros (i);
- A relação entre a EMgK e a taxa de juros (i) determina o investimento (I) que (por meio
do multiplicador) determina a demanda agregada (D.A.);
- A expectativa quanto à demanda determina o produto esperado que, por meio da curva de
oferta agregada, determina o emprego e o salário real;
• Segundo Keynes, em virtude da incerteza quanto à demanda efetiva no futuro, a
expectativa de renda Q deve levar em conta tanto a probabilidade de um prognóstico, quanto o
grau de confiança neste prognóstico;
- Nestas condições, o baixo grau de confiança inviabilizaria a decisão de investimento, se
esta fosse baseada apenas em cálculos racionais;
- Para “driblar a incerteza”, os empresários seguem a convensão de projetar o presente se
não existem motivos para esperar uma mudança e de seguir a opinião geral do mercado;

Propriedades Essenciais do Juros e do Dinheiro


• De início, há a distinção dos bens em três características (atributos);
- q → Rendimento Esperado
- c → Custo de manutenção, para estudarmos usaremos a expressão q – c, ou seja, os
Rendimentos Líquidos (q – c);
- Outro fator importante é a Liquidez. Por essa, subentende-se ser o tempo de conversão de
um ativo ao se transformar em outro. Além disso, é a capacidade dele conservar valor no tempo
e na conversão (Tempo de Conversão & Capacidade de Conservar Valor);
• Preferência pela Liquidez → Um termo usual para Keynes, o qual ele usa em alusão à
demanda por moeda (Md), pois este é o ativo com mais liquidez;
- Determina a quantidade de moeda que o público deseja reter de acordo com o valor da
taxa de juros (i);
- Para Keynes a Taxa de Juros (i) é um fator responsável pelo nível da preferência pela
liquidez (PPL) dentro de uma economia. De acordo com sua teoria a taxa de juros (i) é um
“prêmio” por abrir mão da riqueza em forma monetária, é a recompensa, por não entesourar;
• Não-Neutralidade da Moeda → Outro fator que entra em oposição com o teoria clássica.
Keynes afirma que a moeda não é neutra, ou seja, ela influência no equilíbrio da economia, ela
afeta variáveis reais;
- A moeda entra na economia de modo não neutro pois se constitui num dos principais
ativos. Na presença de uma ignorância muito forte em relação ao futuro, um ativo ultra líquido
(moeda) é capaz de oferecer proteção aos portfólios dos investidores;
• Além disso, são enunciadas duas características da moeda:
- Elasticidade-Produção → Como a moeda é produzida pelo BC, ela não é feita visando o
lucro. Os empresários não são capazes de produzir moedas. Com isso, os empresários não
satisfazem todos os seus desejos e podem haver flutuações em Md e Ms;
- Elasticidade-Subst → Não existe nenhum outro ativo ou bem capaz de substituir a moeda.
Se seu valor sobe, você não pode substituir por outra coisa equivalente;
• Incerteza → Fundamental para a teoria de Keynes. Há estreita relação entre a incerteza e
os termos listados anteriormente (preferência pela liquidez & elasticidades da moeda);
- Incerteza ↑ → Md ↑ (PPL) → Md > Ms → i ↑ → I ↓ → D.A. ↓ → Como a moeda depende da
escolha do BC, caso Ms ↑ até Ms = Md → ↑ Desemprego Involuntário
- Em situações de incerteza a PPL aumenta, pois a moeda é o ativo com maior liquidez;
• Quanto maior for a demanda por moeda (Md), isto é, quanto maior for a preferência pela
liquidez (PPL), menor será a demanda pelos bens e serviços, menor será a demanda efetiva;
- Isso por sua vez acaba por acarretar uma queda no nível de emprego da economia. Com
base nisso surge um ideal de política econômica no modelo keynesiano. Em situações de crises
caberia ao Estado diminuir as incertezas que rodam a economia;
• Motivos para os agentes demandarem moeda (Md);
- Transação: 𝑴𝑻 = 𝒍 (𝒀) → Agentes demandam moeda quando sua renda aumenta para serem
capazes de efetuar mais transações com mais facilidade;
- Precaução: 𝑴𝑷 = 𝒍 (𝒀) → Em situações de incerteza a PPL aumenta para fazer frente a
imprevistos;
- Especulação: 𝑴𝑬 = 𝒍 (𝒊) → Quando as taxas de juros sobem (↑ i), as pessoas tendem a
guardar menos dinheiro na forma de papel moeda (↓ PPL), aplicando mais em títulos;
𝒊 > 𝒊𝒆 → 𝑴𝑬 ↓
𝑷𝒆 do ativo (𝑷𝑨𝑭 𝒆 ) ↑ → 𝒊𝒆 ↓ → Md hoje cai pois compra-se o ativo;
𝑷𝑨𝑭 𝒆 ↓ → 𝒊𝒆 ↑ → Md ↑ pois o indivíduo quer se livrar do ativo agora e ter moeda;
𝒊 < 𝒊𝒆 → hoje → Md ↑
- Finance: 𝑴𝑭 = 𝒍 (𝑰) → Moeda para efetivar o investimento;
• Outra constatação que Keynes tira é sobre a relação entre salários e EMgK;
- ↓ Wt e ↑ 𝑾𝒆 t+1 → Situação Favorável → ↑ EMgK
- ↑ Wt e ↓ 𝑾𝒆 t+1 → Situação Desfavorável → ↓ EMgK
• Ainda na EMgK, há também a relação com o I;
- EMgK > i → I ↑
- No equilíbrio (Pleno Emprego) → EMgK = i
• Fica explícito, voltando ao assunto da liquidez, que existem diferentes graus de liquidez e
de custos de manutenção;

Ativos a q–c l a = Valorização Esperada


Bkapital - + Baixo q = Rendimentos Esperados
M 0 0 Alto c = Custo de Manutenção
A. F +- + +- l = Prêmio de Liquidez

• Armadilha da Liquidez → Em cenários de grande incerteza, há a preferência pelo liquidez,


de forma que Md ↑. Com isso, qualquer aumento da Ms fica retido em moeda e não tem efeito
nas variáveis reais, pelo fato da moeda não virar A . F e, consequentemente, não altera a taxa
de juros;

Novo Enunciado da Teoria Geral do Emprego


• Temos como dados ao fazer a análise: a capacidade e quantidade de L, a qualidade e
quantidade de K, técnica, concorrência e a distribuição de Y;
• Teremos no modelo então:
- Variáveis Independentes ou Exógenas → Propensão marginal a consumir (PMgC), eficiência
marginal do capital (EMgK) e taxa de juros (i);
- Variáveis Dependentes ou Endógenas → Nível de emprego (N) e produto ou renda (Y);
• Keynes também separa as variáveis independentes finais:
- Três fatos psicológicos (PMC , PPL , 𝑸𝑺 𝒆 );
- Uso da unidade de W;
- Ms é determinada por políticas monetárias do Banco Central;
• Multiplicador → Tem como objetivo definir o índice de aumento na renda nacional resultante
de um dado aumento na quantidade de investimentos;
- Pelo efeito do multiplicador, um aumento nos investimentos gera um aumento
proporcionalmente maior na renda;
- Quando há o incremento do Investimento (↑I), há o aumento da Renda Agregada (↑Y), de
forma que de acordo com a Propensão Marginal a Consumir (PMgC), há um aumento no consumo
(↑C) que levará a um novo aumento da renda (↑Y), no entanto, menor que o inicial. Há a
perpetuação desse processo até que ∆Y = 0;
• Teoria Geral:
Ms → i →
PPL (Md) → i → PMgC (mult)
𝑾
PBK → EMgK → I → Y(N) → c → 𝑷
𝒆 𝑾
𝑸𝑺 → EMgK → →s → 𝑷
K → EMgK →
• Mesmo com o investimento (I) sendo volátil, há fatores que levam a uma certa estabilidade
da economia;
- Multiplicador (α) > 1 , mas não muito grande → Na medida em que Y ↑ a PMgC tende a
diminuir, condição totalmente plausível. Se o multiplicador fosse alto, variações de I se
perpetuariam por muito tempo, o que parece ótimo quando I ↑, no entanto, o multiplicador
também serve quando I ↓ e, consequentemente, Y ↓;
- A sensibilidade do I a ∆i e ∆EMgK não é grande → Caso fosse muito sensível, a economia
seria altamente instável, gerando uma economia sempre com incerteza;
- ∆N não provocam grandes ∆W → Hipótese fundamental para manter a estabilidade de P.
Pois na medida em que N ↑ há um aumento na satisfação geral. E, por outra ótica, os
trabalhadores aceitarão uma queda de N em vista que W não caia muito;
- ∆I → ∆K → ∆EMgK → Há essa reação em cadeia de forma que a economia sempre seja
capaz de se ampliar ao longo do tempo: “As nossas quatro condições tomadas em conjunto
bastam, portanto, para explicar os aspectos salientes da nossa experiência real, isto é, mostram
que oscilamos, evitando os extremos mais graves das flutuações no emprego e nos preços em
ambas direções”;

Variações nos Salários Nominais


• Segundo Keynes, uma redução nos salários nominais estimulará a demanda ao fazer baixar
o preço dos produtos acabados, aumentando, portanto, a produção e o emprego até o ponto em
que a redução que os operários concordaram aceitar em seus salários nominais fique
compensada justamente pela eficiência marginal decrescente do trabalho à medida que aumenta
a produção;
• Primeiro defende-se a teoria clássica, na qual é explicado que, uma variação no salário
nominal (∆W), no caso uma redução, estimulará a demanda via redução dos preços dos
produtos: ∆W → ∆P → ∆D.A.
• Por sua vez, Keynes propõe uma visão diferente da clássica, ele acredita que o nível de
trabalhadores só varia por conta de uma ∆W, caso o ∆W afete fatores como:
- Propensão Marginal a Consumir (PMgC) → Caso o salário aumente de forma que o consumo
aumente, mais pessoas buscarão emprego;
𝑾
- ∆EMgK → Numa situação favorável é quando o está tão baixo que qualquer ↑ EMgK levará
𝑷
à ∆W → ∆N;
→ Numa situação mais desfavorável quando W ↓ de forma que se cria desconfiança
na economia, esse fato multiplicará a queda do W;
- Taxa de Juros → Como a taxa de juros varia de acordo com a Ms e Md teremos como uma
escolha do trabalhador ofertar ou não mão-de-obra. O Banco Central, por exemplo, pode ↑ Ms e
↓ i, de forma que os trabalhadores ganhem poder de compra ↓ P, e tendem a ↑ Ls;
• Keynes argumenta que uma política monetária expansionista é muito mais atrativa que o
arroxo salarial proposto pelos clássicos;
- ∆W ↓ → ∆P ↓ → ↓ PPL → Ms > Md → ↓ i
- PME = Ms ↑ → Ms > Md → ↓ i → ↑ I

A Teoria dos Preços


• A primeira afirmação de Keynes à cerca dos preços é que eles dependem de moeda (M),
custo marginal (CMg) e da escala de produção;
• Para efeito de simplificação, vamos considerar as seguintes suposições:
- Recursos dos trabalhores são homogêneos e intercambiáveis;
- Fatores de produção entram no CMg, aceitam o mesmo W enquanto houver desemprego;
• Teremos então, em relação à elasticidade:
- C0 = 1, enquanto há desemprego, quando se chega ao pleno emprego, C0 = 0;
- C0 → Elasticidade da Oferta;
• Enunciado da Teoria Quantitativa da Moeda (TQM):
- “Enquanto houver desemprego, o emprego variará proporcionalmente à quantidade de
moeda e, quando o pleno emprego é alcançado, os preços variarão proporcionalmente à
quantidade de moeda”;
• Keynes também enumera as complicações da TQM:
- A Demanda Efetiva não varia na mesma proporção da quantidade de moeda;
- Recursos não são homogêneos, os rendimentos serão decrescentres e não constantes na
medida que N ↑;
- Se os recursos não são intercambiáveis, a C0 de determinado bem se tornará inelástica
(C0= 0), mesmo havendo disponibilidade para outros bens;
∆𝑾
- deverá aumentar antes que se tenha pleno emprego;
𝑾
- As remunerações dos fatores que entram no CMg variam na mesma proporção;
• Portanto, no Pleno Emprego temos: C0 = 0 e CP = 1;
- Por sua vez, nos casos onde há desemprego, teremos: C0 = 1 e CP = 0;
• De início, Keynes afirma que primariamente, o efeito de uma ∆M sobre a ∆D.A., dependerá
de:
- PPL , EMgK , Multiplicador do I (α)
- No entanto, esses três itens estão associados às complicações da TQM;
• Velocidade-Renda da Moeda → Segundo Keynes, esse conceito não diz nada por si próprio;

Notas Sobre o Ciclo Econômico


• O principal fator responsável pela regularidade, duração e sua ocorrência estão
relacionados com a Eficiência Marginal do Capital;
- Segundo Keynes, o ciclo econômico deve, de preferência, ser considerado como o resultado
de uma variação cíclica na eficiência marginal do capital;
• Há um efeito cumulativo tanto na ascenção quanto na depressão, no entanto, perdem
gradualmente a força até que aconteça a reversão da economia;
• Como sugere o próprio nome “ciclo”, eles são regulares e necessários. Contudo, não há
como prever quando entrará ou sairá da recessão, o evento não é previsível, mas sabe-se que
irá acontecer;
• Para entender os acontecimentos a seguir, é importante lembrar que toda flutuação no
investimento não compensada por uma variação na PMgC resultará em uma flutuação do
emprego;
- ∆I → ∆PMC → ∆N
• Crise → Substituição de uma fase ascendente por uma descendente. Essa “virada” na
̅ );
economia se da por conta, principalmente, da EMgK (𝑸𝑺 𝒆 , PBK , 𝑲
• O papel do multiplicador acontece em ambos os casos, na ascensão e na recessão. A
seguinte sequência lógica exemplifica como acontece: crise → incerteza → ↑ PPL → ↑ Md → ↑ i
• O ↑ PPL acontece depois que a economia entra em crise, ou seja, somente após a EMgK ↓
é que há o cenário de incerteza, e, consequentemente, os agentes ↑ Md ou PPL;
• É importante ressaltar que há grande importância do fator tempo no ciclo econômico. Há
uma certa defasagem temporal entre ↓ EMgK e ↓ Y;
• Composição dos Ciclos:
- Auge → abundância de K ; ↑ dos custos de produção de K ; ↑ da taxa de juros (Fatores
Negativos);
- A crise acontece quando há a reversão das expectativas dos agentes econômicos:
↑ Y → ↑ Md(Y) → Md > Ms → Bs > Bd → ↑ i
- Crise → Acontece quando a expectativa otimista não é mais suficiente para dar conta dos
fatores negativos;
- Após a reversão das expectativas, há a queda da EMgK e ↑ i → ↓ I → crise → ↑ incerteza → ↑
Md(PPL) → ↑ i
- Retomada → Acontece quando a ↓ EMgK e ↑ i levam a ↓ I, em um momento posterior há a
obsolência e escassez de K, que reduzirá o PBK, e elevará o nível de investimento;
- Efeitos cumulativos para ↓ 𝐄𝐌𝐠𝐊 → Abundância de K + Aumento dos Custos + ↑ i
• Obs: Desilusão sinalizada por:
- Rendimento atual (estoque de K , EMgK) sinializa baixa;
- Aumento nos custos de produção, baixo incentivo a produzir K = ↑ PBK → ↓ EMgK, esse fato
leva à diminuição no investimento (↓ I);
• Observações:
- EMgK → Próxima para a rentabilidade do Bem de Capital. Enquanto a EMgK for maior que
a rentabilidade dos demais ativos, valerá a pena investir em BK;
̅ -) → ↓ K → ↑
- Obsolescência de K → Redução do Estoque de K → EMgK (𝑸𝑺 𝒆 + , PBK - , 𝑲
EMgK

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