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Dimensionamento de Treliças de Madeira PDF
Dimensionamento de Treliças de Madeira PDF
UNIÃO DA VITÓRIA – PR
2010
OTAVIO FERNANDO TOMCZYK
UNIÃO DA VITÓRIA – PR
2010
OTAVIO FERNANDO TOMCZYK
BANCA EXAMINADORA:
Peterson Jaeger
Mestre, Centro Universitário de União da Vitória – UNIUV.
09 DE DEZEMBRO DE 2010
4
(Sócrates)
7
RESUMO
ABSTRACT
This study aims to promote the calculations needed for designing a structure shaped
wooden lattice, dedicated to coverage of buildings, from a model with specific design
characteristics, created by a company that produces and markets without technical
monitoring. This structure was conceived, designed and built by empirical criteria,
based on personal experimentation and practice. In the face of it, this study seeks to
show how it would be the same structure with possible modifications based on
technical criteria, with the analysis offered by technical standards relevant to the
subject and application of a widely accepted calculation methodology. At the end
there was made a comparison between both projects, particularly on cross-sections
obtained for the loads on the empirical method and the technical, seeking points for
improvement, where there are excesses in the use of materials or need to adjust
according to resistance required.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
1.1 PROBLEMA IDENTIFICADO PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA .............. 17
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 17
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 17
2.REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 18
2.1. ESTRUTURAS DE MADEIRA ............................................................................ 18
2.1.1. Treliças de madeira ......................................................................................... 18
2.2. MÉTODO EMPÍRICO ......................................................................................... 20
2.3. MÉTODO TÉCNICO .......................................................................................... 20
2.3.1. Normas pertinentes ......................................................................................... 21
2.4. DIMENSIONAMENTO........................................................................................ 22
2.4.1. Concepção da estrutura .................................................................................. 23
2.4.2. Dimensões....................................................................................................... 24
2.4.3. Carregamento da estrutura ............................................................................. 25
2.4.3.1. Ação do Vento .............................................................................................. 25
2.4.3.1.1. Fator Topográfico ...................................................................................... 25
2.4.3.1.2. Fator de Rugosidade ................................................................................ 26
2.4.3.1.3. Fator Estatístico ........................................................................................ 27
2.4.3.1.4. Pressão do vento ...................................................................................... 28
2.4.3.2. Peso das telhas ............................................................................................ 29
2.4.3.3. Sobrecarga de montagem ............................................................................ 29
2.4.3.4. Peso da Própria Estrutura ............................................................................ 30
2.4.3.5. Cargas Adicionais do Uso ............................................................................ 30
2.4.3.6. Reações nos Apoios da Estrutura ................................................................ 31
2.4.3.7. Área de Influência ........................................................................................ 31
2.4.4. Dimensionamento da Terça ............................................................................ 32
2.4.4.1. Resistência................................................................................................... 33
2.4.4.2. Deformação .................................................................................................. 33
13
1. INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A principal característica das treliças é que nas diversas barras que compõe a
sua estrutura há a alternância entre esforços de tração e compressão apenas,
variando quanto a um ou outro de acordo com a disposição do carregamento da
estrutura e o modelo de treliça que foi adotado.
Existem diversos tipos construtivos de treliças, embora todas sejam
constituídas por barras unidas entre si pelos chamados nós.
Usualmente as treliças concebidas para coberturas apresentam quatro tipos
de barras, denominadas de banzo superior, banzo inferior, diagonais e montantes
(MOLITERNO, 2006).
O banzo superior é a parte superior da treliça, na qual geralmente são
apoiados os demais itens que sustentam o telhado, como as terças, caibros, ripões e
telhas.
Nos tipos construtivos mais comuns de treliças o banzo superior tem a
mesma inclinação do próprio telhado, obedecendo às chamadas águas, que são as
inclinações projetadas para o escoamento da água proveniente da chuva.
O banzo inferior fica na parte inferior da treliça, apoia-se sobre estruturas que
servem para receber as cargas da treliça.
Montantes são as peças que ligam o banzo superior ao inferior, sempre na
vertical, fazendo a transição das cargas entre os componentes da estrutura.
Diagonais, assim como os montantes ligam o banzo superior ao inferior,
auxiliam na distribuição das cargas pela estrutura, porém diferem por serem barras
inclinadas.
A localização das diversas peças mencionadas está mais clara na figura 1
logo abaixo:
Por ser uma forma de estrutura bastante comum, em muitos casos o seu
dimensionamento com base em critérios técnicos é negligenciado, passando a ser
realizado de modo empírico.
2.4. DIMENSIONAMENTO
2.4.2. Dimensões
valores de variáveis que serão empregadas em uma fórmula, onde também será
calculada a altura total da edificação.
Estes procedimentos de cálculo, bem como a fórmula, estão detalhados no
item referente aos métodos, onde ocorre a aplicação da teoria exposta nesta seção.
As cargas apuradas até agora são indicadas em unidades de força por área,
ou seja, em unidades de pressão, mas para que seja feito o dimensionamento estas
unidades de pressão devem ser convertidas em cargas, forças, vislumbrando a sua
atuação sobre a treliça.
Para tanto deve ser determinado primeiro a área de influência de uma peça,
essencialmente esta área é o campo onde as forças aplicadas serão suportadas por
determinada peça e não pela subsequente.
Esta área é delimitada pelos pontos médios entre as peças, por exemplo, se
há duas treliças posicionadas a três metros uma da outra, as cargas que forem
aplicadas do ponto da treliça da esquerda até 1,5 metros a sua direita em toda
extensão de seu comprimento, estarão atuando sobre esta treliça.
Deste modo é delimitada uma área, onde todas as cargas que atuem dentro
deste limite sejam consideradas para fins de calculo como descarregadas
diretamente sobre os nós da treliça.
32
Deste modo, adota-se a carga cujo valor em módulo for mais significativo,
pois resistindo ao quadro mais nocivo, haverá resistência de sobra para a situação
mais branda.
2.4.4.1. Resistência
(1)
2.4.4.2. Deformação
( ) (2)
2.4.4.3. Cisalhamento
(3)
duas barras, restando apenas o momento gerado pela força da terceira barra que
ainda permanece como incógnita.
Com apenas uma incógnita procede-se o cálculo avaliando o momento de
todas as forças atuantes na seção selecionada da treliça encontrando-se o valor do
esforço ainda desconhecido para a respectiva barra.
Este procedimento deve ser realizado para as duas situações de
carregamento previstos, o de sobrepressão e o de sucção sempre que o módulo das
cargas de um e outro forem próximos.
Com os resultados para os esforços das barras faz-se o dimensionamento em
separado para as barras que sofrem tração e para as que sofrem compressão.
2.4.5.1. Compressão
√ (4)
(5)
(6)
√
* ( )+ (7)
( ) (8)
(9)
38
2.4.5.2. Tração
(10)
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. MATERIAIS
3.1.1. Localização:
3.1.2. Estrutura:
3.2. MÉTODOS
887,4
cm
236cm
860cm
13
11
9
7
5
3
1
8 4 2
Figura 4– Identificação dos nós da treliça. Fonte: acervo do autor, 2010.
Na figura 5, logo abaixo se tem uma vista da seção transversal das barras
diagonais, demonstrando as espessuras e larguras das peças que o compõe.
Reforço
2.2cm
4.4cm
6.6cm
5.0cm
11.5cm
3.3.4.1. Diagonal 23
Barra 23
°
55
32,9
2,7c
cm
36,9
4,1c
m
cm
°
70
Figura 6– Vista lateral da barra diagonal 23. Fonte: acervo do autor, 2010.
3.3.4.2. Diagonal 34
Barra 34
60°
m
cm
,5c
,4
4
16
5
m
,4c
14 m
,5c
49
45°
Figura 7– Vista lateral da barra diagonal 32. Fonte: acervo do autor, 2010.
3.3.4.3. Diagonal 45
°
55
55,9
25,6
59,8
27,1
cm
cm
cm
cm
°
70
Figura 8– Vista lateral da barra diagonal 45. Fonte: acervo do autor, 2010.
3.3.4.4. Diagonal 56
Barra 56
60°
m
cm
,7c
,3
84
46
cm
5 ,2
4 cm
,8
79
45°
Figura 9– Vista lateral da barra diagonal 56. Fonte: acervo do autor, 2010.
3.3.4.5. Diagonal 67
°
55
88,1
57,6
92,1
59,3
cm
cm
cm
cm
°
70
Figura 10– Vista lateral da barra diagonal 67. Fonte: acervo do autor, 2010.
3.3.4.6. Diagonal 78
Barra 78
60°
cm
cm
,1
27
,6
88
1
m
, 5c cm
87 2,2
12
45°
Figura 11– Vista lateral da barra diagonal 78. Fonte: acervo do autor, 2010.
3.3.4.7. Diagonal 89
Barra 89
°
55
132
102
103
136
,5cm
cm
,7cm
,4cm
°
70
Figura 12– Vista lateral da barra diagonal 89. Fonte: acervo do autor, 2010.
49
60°
15 6cm
m
18
4c
m
2c
m
6,
3c
14
1,
18
45°
Figura 13 – Vista lateral da barra diagonal 910. Fonte: acervo do autor, 2010.
Barra 1011
°
55
194
163
197
cm
,4cm
165
,9cm
cm
°
70
Figura 14– Vista lateral da barra diagonal 1011. Fonte: acervo do autor, 2010.
Barra 1112
60°
24 cm
m
4,2
0c
23
m
3c
32,
cm
2
8,1
25
45°
Figura 15– Vista lateral da barra diagonal 1112. Fonte: acervo do autor, 2010.
3.3.5. Montante
11.5cm
2.2cm
4.4cm
6.6cm
°
75
11,5cm
11,5cm
221,5cm
218,3cm
236,8cm
243,3cm
Barra 1213
2.2cm
4.4cm
6.6cm
Figura 18– Seção transversal do banzo inferior. Fonte: acervo do autor, 2010.
250,3cm 174,9cm
14,5cm
860cm
Figura 19– Vista lateral do banzo inferior com detalhes da parte interna da
barra. Fonte: acervo do autor, 2010.
Assim como o banzo inferior, o banzo superior também é formado por três
peças justapostas, conforme demonstrado na vista da seção transversal do banzo
na figura 20.
55
11.5cm
2.2cm
4.4cm
6.6cm
Das três peças que compõe o banzo superior, as duas laterais são contínuas
emendadas, e a central descontinuada, visando facilitar o encaixe das peças das
barras diagonais, de acordo com a figura 21.
165,4 204,4
cm cm
188,9 139,7
cm cm
93cm
123,4
cm 59,6c
m
76,1c 68,7c
m m
Espaços destinados ao encaixe da peças centrais das diagonais.
42,2c
m
5,5cm
887,4
cm
831,5
cm
Figura 21 – Vista lateral do banzo superior com detalhes da parte interna da barra.
Fonte: acervo do autor, 2010.
56
13 199,9
cm
11 231,7
cm
9 167c
236cm
m
m
3c
7 120,3
202
26
m cm
1c
4,
,4c
86,4c
5
141
19 cm m
m
5 82,2c
13 cm 3
,6c
m m
,7 ,6c
97c
91
m
61
65
m
1
,7c
m
12 274,7cm
10 203,4cm 8 146,6cm 6 105,2cm 4 69,7cm2 61,2cm
42
,7c
m
Figura 22– Comprimento teórico das barras. Fonte: acervo do autor, 2010.
Toda a estrutura deve ser dimensionada não somente para suportar a ação
das cargas, mas também resistir ao seu próprio peso.
59
13
11 11
9 9
7 7
5 5
3 3
1 1
2 4 6 8 10 12 10 8 6 4 2
Figura 23– Cargas suspensas na treliça em virtude de seu uso. Fonte: acervo do
autor, 2010.
62
( ) (11)
( )
(12)
Com a substituição dos valores obtidos nos itens anteriores na fórmula 12,
temos o seguinte cálculo:
66
(13)
Tem-se o Cpe:
( ) (14)
( )
( ( ))
( )
( ( ))
( )
( )
69
( ) ( )
( )
( )
( )
70
97,3
cm
213,1
cm
199,4
cm
143,7
cm
103,5
cm
84cm
41,2c
m
Como o peso próprio da treliça foi calculado com base na área do plano
paralelo ao banzo inferior, se faz necessário também a análise da área de influência
para este plano, como mostra a figura 25.
Área de descarga do
nó 13 Área de descarga do
nó 11 Área de descarga do
nó 9
Área
Área de de
descarga do nó descarga
7 Área de
descarga do do nó
nó 5 Área de 1
descarga
do nó 3
( ) ( )
( ) ( )
3.5. DIMENSIONAMENTO
Há também que se optar por uma entre as duas hipóteses que podem ocorrer
na cobertura, a sucção e a sobrepressão, que no caso do dimensionamento da terça
deve ser o maior valor em módulo.
Isto se deve ao fato de que a terça é projetada para resistir cargas que atuem
perpendicularmente ao seu sentido de seu comprimento, sendo assim irrelevante se
a carga será proveniente de baixo para cima ou de cima para baixo.
Porém como já mencionado deve haver resistência suficiente para suportar a
maior carga, indicada pelo maior valor em módulo.
Neste caso concreto o maior valor em módulo é a dada pela carga à sucção,
de 206,38735 kgf atuante na terça que está sobre o nó 11, que somada à carga de
16,69 kgf, relativa ao próprio peso da terça apoiada sobre este nó, ter-se-á o total de
223,07735 kgf.
No entanto esta carga está atuando no plano vertical, e para o
dimensionamento da peça da terça as cargas devem estar expressas nos planos
perpendicular e paralelo a cobertura.
Como se sabe que a inclinação da cobertura é de 15º, e as peças da terça
estão no plano do banzo superior da cobertura, verifica-se que o ângulo entre a
vertical das cargas e o plano paralelo a terça é de 75º, de acordo com a figura 26.
Carga atuando na
vertical. Carga atuando
inclinada no plano
perpendicular à
terça.
5 ° 15°
Carga decomposta no plano 7
paralelo à cobertura e
perpendicular à terça.
15°
Dados iniciais:
Resistência à flexão segundo Pfeil (2003)
(1)
77
b) Verificação a deformação:
Dados iniciais:
Módulo de elasticidade longitudinal, de acordo com Pfeil (2003):
Como o peso das telhas está indicado com base na área, se faz necessária a
conversão para uma carga que esteja atuando sobre a terça do nó 11 que se está
calculando, por meio da multiplicação desta carga por área pela distância entre
terças neste ponto.
78
O peso da terça foi estimado em 16,69 kgf por peça de 2,5 metros, logo o
peso específico é obtido pela divisão do peso da peça pelo seu comprimento:
A carga q, relativa a cargas acidentais tem-se o vento, que atua com uma
carga específica por área em módulo de 120,85 kgf/m², que também deve ser
considerada agindo sobre a terça, através da multiplicação por 2,131 metros, que é
a distância entre terças, e como atuando perpendicular a cobertura, pela
multiplicação pelo cosseno da inclinação, como abaixo.
Logo:
(2)
79
(3)
Neste caso deve-se adotar o maior valor obtido para a dimensão h da terça,
pois esta é necessária para a pior situação verificada no cálculo da deformação.
Portanto a dimensão da seção transversal da terça deve ser de 7,62 x 12,7
(3” x 5”).
Nota-se que os valores obtidos para as forças atuantes em cada barra, tanto
na sucção como na sobrepressão, quando usadas em módulo, são bastante
próximas, em virtude disto se faz necessário o dimensionamento das peças
considerando ambas as possibilidades e adotar a mais nociva.
Para o dimensionamento da treliça se faz necessário conhecer as cargas e as
reações que estas causam nas peças da estrutura, para isso na figura 27 abaixo
apresenta uma síntese de todas as cargas atuantes na peça.
81
O método de Ritter consiste no cálculo por meio do momento fletor a que está
sendo submetida a estrutura. Para isto devem-se avaliar as cargas atuantes em
determinada seção, onde haja o corte simultâneo de três barras, com a vantagem da
escolha de qualquer parte da estrutura, desde que se tenha como referência algum
ponto comum a duas das barras seccionadas, como se vê a seguir no exemplo do
calculo da barra 35, figura 30:
Figura 30 – Seção da treliça com diagrama de cargas. Fonte: acervo do autor, 2010.
( )
√ (4)
(6)
√
(5)
√ √
Com base na instrução acima, uma barra com essas características seria uma
peça medianamente esbelta e abaixo do λlim.
87
A fórmula usada para o cálculo tensão admissível, que mais tarde irá
determinar a seção da peça, também depende do resultado que se obteve para o λ,
como a seguir nas equações 7 e 8:
Se λo ≥ λ, então usa-se:
* ( )+ (7)
( ) (8)
( )
( )
(9)
Como convencionou-se que a base da barra é 6,6 cm, para o cálculo da altura
requerida se faz o seguinte:
88
Se durante o cálculo for verificado que a altura necessária para a carga for
menor que a base, deve-se aumentar ligeiramente a altura para que esta não seja a
dimensão propensa à flambagem.
(10)
Como não se faz necessária uma seção igual para todas as barras, cada qual
pode ser concebida com base em sua dimensão ideal apontada pela tabela.
97
A barra do montante, denominada barra 1213 deverá ter seção de 6,6 x 7,5
cm para que seja adequada ao esforço que será submetida, conforme a tabela 18
abaixo:
4. RESULTADOS OBTIDOS
120
100
80
Área de seção
60
transversal (cm²)
40
20
5. RECOMENDAÇÕES
6. REFERÊNCIAS