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SIDICATO DOS ODOTOLOGISTAS DA PARAÍBA – SIDIODOTO / PB

Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares

CLAUDIA CRISTINA DE SOUZA COSTA ROZAN

IFLUÊCIA DO ÂGULO ASOLABIAL E DO ARIZ A ESTÉTICA FACIAL

JOÃO PESSOA / PB
2006
CLAUDIA CRISTINA DE SOUZA COSTA ROZAN

INFLUÊNCIA DO ÂNGULO NASOLABIAL E DO NARIZ NA ESTÉTICA FACIAL

Monografia apresentada do SINDIODONTO em


cumprimento dos requisitos necessários para
obtenção de título de Especialista em Ortodontia e
Ortopedia dos Maxilares.

Orientadora: Profª. Maria Helena Henriques dos Santos

JOÃO PESSOA / PB
2006
ROZAN, Claudia C de Souza Costa
Influência do ângulo Nasolabial e do Nariz na Estética
Facial. João Pessoa, 2006.
99 p. (Monografia)
1. ODONTOLOGIA – ORTODONTIA
I.Título
CLAUDIA CRISTIA DE SOUZA COSTA ROZA

FOLHA DE APROVAÇÃO

Influência do Ângulo asolabial e do ariz na Estética Facial.

Monografia apresentada ao curso de


Especialização em Ortodontia e Ortopedia
dos Maxilares do Sindicato dos
Odontologistas da Paraíba para obtenção
do título de Especialista em Ortodontia e
Ortopedia dos Maxilares. João Pessoa /
PB ; 2006.

João Pessoa,____/_____/________.

Banca Examinadora

1. Prof (a) Dr (a):


Titulação:_______________________________________________________________
Julgamento:________________________ Assinatura:

2. Prof (a) Dr (a):


Titulação:______________________________________________________________
Julgamento:________________________ Assinatura:

3. Prof (a) Dr (a):


Titulação:______________________________________________________________
Julgamento:________________________ Assinatura:
Dedico este trabalho monográfico a Deus, aos
meus pais Jorge e Sonia, ao meu esposo Eleandro
e aos meus filhos Giovanni e Gabriela que são tão
importantes em minha vida.
AGRADECIMETOS

Agradeço a Deus, ao meu esposo Eleandro e aos filhos Giovanni e Gabriela por toda a
compreensão a tantas horas dedicadas a minha formação nesta especialização, agradeço a todos
os professores que neste período convivi, especialmente a minha orientadora Maria Helena
Henriques dos Santos. Agradeço ainda aos professores Wanderley F. de Amorim e Walber Alves
Moreira por todo carinho e dedicação.
“A procura da harmonia facial, quer por cirurgia ou ortodontia,
emana simplesmente uma finalidade transcendente, que é a
tentativa de integração da face com o espírito, da emoção com o
racional, visando estabelecer um equilíbrio interno que permita
ao paciente reencontrar-se, para que se sinta em harmonia com
sua própria imagem e com o universo que o cerca”.
Carlos Alberto Gregório Cabrera
RESUMO

A análise do ângulo nasolabial e do nariz são de grande importância na estética facial. A


avaliação do tecido tegumentar tem se tornado soberana no diagnóstico e plano de tratamento dos
pacientes tendo as variações dos valores do ângulo nasolabial apresentadas na literatura nos
despertado interesse para avaliarmos a sua real importância e sua correlação com estruturas
adjacentes tais como lábio superior e nariz. Foi verificada ainda sua relação com a análise facial,
constatando que este ângulo apresentou-se como um excelente indicativo auxiliar de diagnóstico
da maxila, sendo o valor médio do ângulo nasolabial encontrado neste estudo de 105.66º.

Palavras chave: Ângulo Nasolabial, nariz e análise facial.


ABSTRACT

The analysis of the nasolabial angle and the nose is of great aesthetic
importance in the face one. The evaluation of the fabric to tegumentar if have
become sovereign in the diagnosis and plan of treatment of the patients having
the variations of the values of the nasolabial angle presented in literature
in the despertado interest to evaluate its real importance and its correlation
with adjacent structures such as superior lip and nose. Its relation with the
face analysis was verified still, evidencing that this angle was presented as
an excellent indicative auxiliary of diagnosis of the jaw, being the average
value of the found nasolabial angle in this study of 105.66º.

Key Words: Nasolabial angle, nose and face analysis.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Apolo de Belvedere. Fonte ACCTION CHILENA ...................................................... 13


Figura 2 - Ângulo nasolabial. Fonte: Arnett e McLaughlin, 2004. ............................................... 17
Figura 3 - Perfis relacionados a oclusões normais. Fonte: Langlade, 1993. ................................. 25
Figura 4 - Mudança do perfil durante o crescimento normal entre 8 e 18 anos de idade. Fonte:
Langlade, 1993. ............................................................................................................................. 28
Figura 5 - Crescimento nasal. Fonte: Langlade, 1993................................................................... 33
Figura 6 - Direção do crescimento nasal. Fonte: Langlade, 1993. ................................................ 34
Figura 7 - Sobreposição dos cefalogramas de uma mulher nas idades de 17 e 58 anos de idade.
Fonte: Cabrera, 1997. .................................................................................................................... 35
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Variações do Ângulo Nasolabial ................................................................................ 24


SUMÁRIO

1. ITRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ........................................................................................... 16
2.1. ÂGULO ASOLABIAL E SUAS VARIAÇÕES .................................................. 19
2.2. AÁLISE FACIAL E ÂGULO ASOLABIAL ................................................... 24
2.3. ÂGULO ASOLABIAL E ARIZ......................................................................... 31
3. PROPOSIÇÃO .................................................................................................................... 38
4. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 39
5. COCLUSÃO...................................................................................................................... 42
6. REFERÊCIAS .................................................................................................................. 43
1. ITRODUÇÃO

Durante o desenvolvimento das civilizações, ao longo da história houve uma crescente


preocupação com a beleza facial.
Desde a civilização egípcia, á 5.000 anos passados, o interesse com a estética e harmonia
facial já estavam presentes, e eram expressadas nas artes da época. Aproximadamente, a 1.000
após, uma rainha chamada Nefertiti simbolizou como perfil ideal para a época, aquele que
possuísse uma mandíbula bem desenvolvida.
Na Grécia Antiga, filósofos discutiam a teoria do belo e o significado da beleza. A face
grega apresentava-se em forma oval, ligeiramente afilada à frente do queixo, com uma extensão
reta desde a fronte até o ápice do nariz, o lábio superior ondulado, o lábio inferior ligeiramente
evertido, o queixo definido e espesso, como a face de Apollo de Belvedere (Fig.1). Anos após, no
Renascentismo italiano, as inspirações estéticas se tornaram mais intensas.
No final do século XX e início do século XXI, instituíram-se outros modelos de beleza e
então inúmeros recursos passaram a estar disponíveis para que este paradigma de belo fosse
estabelecido como na cosmética, cirurgia plástica, ortodontia e outras.

Figura 1 - Apolo de Belvedere. Fonte ACCTION CHILENA


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Na ortodontia, Angle (1907) destacou a importância da avaliação dos tecidos moles


escrevendo sobre harmonia facial. Considerava a boca como elemento chave na composição da
face, e que sua forma e beleza dependiam das relações oclusais com os dentes. Afirmava ainda
que quanto mais severa fosse a maloclusão, maior seria a desarmonia do equilíbrio da boca com o
resto da face. Com relação à beleza da face de Apollo de Belvedere caracterizada pelos pintores e
escultores da época, o autor julgou como “impraticável e enganosa para servir de comparação à
harmonia ou desarmonia de outras faces”. O mesmo autor defendia que as regras de harmonia
adotas por artistas da época não poderiam ser usadas por ortodontistas, pois como já descrito
acima, o perfil facial grego era produto de uma raça pura e a miscigenação racial já era uma
realidade no mundo inteiro, assim nenhuma linha ou medida poderia ser aplicada universalmente.
Ainda Angle referiu os termos “equilíbrio, harmonia, beleza e fealdade”, e salientou que o estudo
da Ortodontia e da Arte são indissociáveis, através da sua relação comum com a face humana.
Relatou que a região oral seria sempre um fator importante na construção ou na destruição do
caráter e da beleza da face. O mesmo acreditava ainda que a curvatura do lábio superior era
estabelecida pelos incisivos superiores, e não pelos incisivos inferiores.
Autores como Case (1921) e Brodbent (1931) acreditavam que a oclusão normal não
necessariamente resultaria na correção das deformidades dentofaciais. A harmonia facial seria a
única base verdadeira de diagnóstico e tratamento, ou seja, o equilíbrio das relações oclusais,
objetivando a mastigação e harmonia na área dentofacial.
Tweed (1944) relatava que todos os indivíduos em que a face, para ele, apresentavam o
conceito normal em estética facial, eram portadores de oclusão normal ou mal oclusão Classe I.
Estas pessoas tinham os incisivos inferiores bem posicionados no seu osso basal. A posição
encontrada pelo autor da inclinação axial de tais dentes em relação ao plano formado pela borda
inferior da mandíbula foi de 90º com variação de 5º. O autor correlacionou o perfil facial
equilibrado a esta posição dos incisivos inferiores.
Neste período, os ortodontistas da época avaliavam as discrepâncias esqueléticas como a
maior limitação ao tratamento das anomalias dento-faciais, e a cefalometria era soberana no
planejamento. Atualmente a avaliação correta do equilíbrio e da harmonia facial assume extrema
importância no estabelecimento do diagnóstico, e consequentemente, no plano de tratamento.
Assim, os tecidos tegumentares tornaram–se determinantes nos resultados do tratamento.
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O conceito de beleza tem evoluído a cada década, que por sua vez escolhe diferentes
faces, porém com apenas um ponto em comum, o equilíbrio expressado na simetria dos traços
faciais. Desta forma a Ortodontia começou a considerar os tecidos moles de fundamental
importância para o diagnóstico e planejamento dos casos, usando a cefalometria como recurso
auxiliar relevante, mas não determinante para os seus planejamentos.
Raciocinar buscando a qualidade estética do tratamento direciona os especialistas a realizarem a
Análise Facial. Esta deverá buscar, dentro da individualidade do paciente, características de
étnica, de gênero, de cultura, de características familiares, não assumindo protocolos de
resultados. Verificar as assimetrias faciais também se faz necessário na determinação do
tratamento ortodôntico, onde pequenas assimetrias poderão ser aceitas, uma vez que não causem
prejuízo estético ou funcional ao paciente. Em relação à avaliação do posicionamento da maxila e
mandíbula deverão ser relacionadas as estruturas que as compõe e circundam, e dentre elas, o
ângulo nasolabial. Neste estudo, foi dado ênfase ao ângulo nasolabial verificando como o mesmo
se apresenta como referencial no diagnóstico maxilar, sofrendo alterações devido a projeção
maxilar, a individualizações da forma do nariz, lábios e da sua importância na estética facial.
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Riedel (1950) analisou os tecidos esqueléticos e dentários, objetivando diferenciar um


perfil bom de um pobre, através da relação da estética com o tratamento ortodôntico. Para realizar
este estudo ele utilizou modelos de gesso, fotografias e telerradiografias. Separou os pacientes em
dois grupos: os tratados e os não tratados ortodônticamente, sendo estes crianças e adultos. Foram
realizados 24 contornos e estes foram avaliados por 72 ortodontistas. Todos os traçados que
obtiveram as melhores avaliações possuíam uma boa relação dos tecidos tegumentares com os
tecidos duros e os dentes. Assim, o mesmo autor concluiu que o contorno do tegumento foi
influenciado pela relação maxilo-mandibular no sentido antero-posterior, pelo grau de
convexidade facial e pela relação dos dentes com a face e com suas respectivas bases ósseas.
Herzberg (1952) e Skinazi et al (1994), constataram que a maioria dos pacientes
procurava o tratamento por razões estéticas.
Steiner (1953) estudando a cefalometria utilizava medidas de outros autores e algumas
próprias. Utilizava as linhas NA, NB e o longo eixo dos incisivos superiores e inferiores e
determinou que medidas angulares ideais para o Na com os incisivos superiores era de 22º e do
NB com os incisivos inferiores era de 25º.
Subtelny (1959) ao estudar as relações dos tecidos tegumentares com suas bases ósseas
ressaltou que o tegumento pode apresentar variações e com isso não refletir a verdadeira posição
dos tecidos ósseos e dentários subjacentes. Em 1961, o mesmo autor publicou um artigo
relacionando os tecidos tegumentares, o crescimento, e o tratamento ortodôntico. Ressaltou que
as mudanças ocorridas em virtude do crescimento com alteração no perfil mole se tornavam mais
evidentes na região de nariz, queixo e lábios. Correlacionou ainda a postura labial com a postura
das estruturas dento-alveolares e enfatizou a influência do ortodontista neste posicionamento
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Burstone (1967) definiu que o ângulo nasolabial (fig.2) é formado pela intersecção de
uma linha originada no ponto subnasal tangente ao bordo inferior do nariz e uma linha do ponto
Sn ao ponto Ls. Esta foi a primeira referência importante do ângulo nasolabial, e o mesmo autor,
considerou evidente a tendência de abertura deste ângulo a partir da retração dos incisivos
superiores.

Figura 2 - Ângulo nasolabial. Fonte: Arnett e McLaughlin, 2004.

Peck e Peck (1970) realizaram um estudo analisando 52 adultos jovens, sendo estes
modelos profissionais, artistas, vencedores de concursos de beleza, ou seja, pessoas que eram
reconhecidas pela sua atratividade facial. Foram realizados cefalogramas e fotos padronizadas
para cada indivíduo. As análises utilizadas foram de Steiner, Dows e Margolis. Os autores
concluíram que a população admira indivíduos com um padrão dentofacial mais cheio e
protrusivo do que os padrões cefalométricos rotineiramente usados proporcionariam. Ainda os
mesmos autores concluíram que a beleza é difícil de ser equacionada, uma vez que nenhum
número ou artifício pode expressar totalmente a complexidade da estética facial.
Legan et al (1980) desenvolveu uma análise dos tecidos moles com o intuito de adicionar
as análises dentoesqueléticas nas análises cefalométricas. Esta análise estava indicada para
pacientes que tinham indicação orto-cirúrgica.
Mc Bride e Bell (1980) utilizaram uma linha de referência vertical que passa pelo ponto
subnasal e perpendicular a uma linha horizontal natural, que possibilita a avaliação da projeção
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do nariz do lábio e do queixo. Os autores concluíram que indivíduos caucasianos, a projeção do


queixo deve ser tangente a esta linha com os lábios ligeiramente anterior a ela.
Elias (1980) relatou que o ângulo nasolabial fica mais aberto quando da retração dos
incisivos superiores. Procurou enfatizar ainda a importância de se avaliar o ângulo nasolabial não
apenas pelo seu valor absoluto, mas principalmente em relação ao seu comportamento espacial,
relacionando os vetores labial e nasal com o Plano de Frankfurt.
Czarnecki, Nanda e Currier (1993) estudaram a avaliação de perfis equilibrados realizadas
por profissionais de Odontologia. Foi desenvolvida uma série de perfis faciais, toda baseada num
perfil andrógeno ideal construído para ser avaliado por 545 profissionais de Odontologia. Para
evitar interferência, os perfis foram apresentados com uma silhueta preta. Os autores esperavam
obter as combinações mais aceitáveis, assim como as menos desejáveis. Eram avaliados as
variações do tamanho do nariz, lábios, mento, ângulo de convexidade facial, e ângulo facial. Os
perfis foram apresentados em duas partes e foi pedido aos avaliadores que os graduassem de
forma separada para homens e mulheres, para que pudesse ser avaliado o grau de percepção dos
avaliadores sobre equilíbrio facial e se esta avaliação estava ou não sendo influenciada pelo
gênero dos perfis avaliados. O resultado mostrou que o perfil reto foi o preferido para os homens,
e para as mulheres o perfil convexo. As combinações menos desejadas apresentavam queixos
extremamente recessivos ou perfis bastante convexos. Quando os perfis, em ambos os sexos,
possuíam queixos e narizes maiores, uma protrusão labial maior foi aceita. Sugeriram que o
objetivo do tratamento deveria ser voltado para se obter faces equilibradas e harmônicas mais do
que se atingir padrões dentários e normas esqueléticas. Ressaltaram ainda que o tratamento em
adolescentes deveria ser considerado o crescimento de estruturas como nariz, queixo e lábios.
Arnett, Gunson e McLauglin (1993) estudam a essência da beleza facial. Em seus estudos
os autores indicam a análise dos tecidos moles da face no planejamento ortodôntico. Acreditam
que a análise cefalométrica dos tecidos duros da face não é suficiente para proporcionar a
harmonia e beleza facial. Estruturas como textura da pele, cabelos, forma, olhos, dentes, gengiva
são elementares para o paciente seja considerado belo. O importante é que o indivíduo não
possua alguma característica negativa que domine as outras partes que compõe a face, o que
tornaria mais difícil de ser disfarçada. Assim o profissional deverá avaliar a face como um todo e
tornar o seu planejamento o mais favorável aquele indivíduo que está sendo tratado.
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Silva Filho e Ferrari Junior (1998) estabeleceram que na análise facial a maxila, quanto ao
posicionamento antero-posterior, poderá ser avaliada sob dois aspectos importantes, são eles: a
avaliação da projeção zigomática e a avaliação do ângulo nasolabial. A projeção zigomática tem
papel fundamental na expressão de harmonia facial. A deficiência da projeção zigomática indica
a discrepância sagital da maxila, pois são equivalentes de crescimento. O ângulo nasolabial
reflete a projeção do lábio superior perante a base do nariz. Os autores relataram que o ângulo
nasolabial é usado como indicador auxiliar no diagnóstico da maxila.
Segundo Abdo et al (2000) o ângulo nasolabial é conhecido como o “centro estético da
face” e possui grande influência no perfil. Esse ângulo pode ser alterado com movimentações
ortodônticas ou cirúrgicas, através de alterações antero-posterior da maxila, da inclinação do
palato, da espessura do tecido tegumentar, do lábio superior, dos dentes superiores anteriores ou
da forma do nariz.
Segundo Boneco C., Jardim L., (2005) selecionar certas proporções faciais como
esteticamente mais desejáveis parece seguir a uma certa linha de continuidade, sobrepondo-se a
conceitos históricos, culturais e étnicos.

2.1. ÂGULO ASOLABIAL E SUAS VARIAÇÕES

Owens et al. (1975) relatam que a relação do nariz e lábio superior e pode ser avaliada,
sendo que valores acima 113º para o ângulo nasolabial indicam retrusão maxilar e abaixo de 95º
protrusão maxilar. Ele ainda relata que ortodontistas e cirurgiões plásticos utilizam valores de 90
a 110º.
Waldman (1982) concluiu em análises cefalométricas de 41 pacientes de Classe II de
Angle que pacientes com inclinação exagerada do palato mostraram maiores alterações do ângulo
nasolabial. Este ângulo aumentou com a verticalização dos incisivos, não correlacionando-o com
a movimentação horizontal de incisivos. A média do ângulo nasolabial no final do tratamento era
de 113º, e o mesmo é o principal ângulo na definição sagital da maxila.
Robison et al (1986) investigaram a relação do padrão esquelético facial e a forma do
nariz. Para este estudo foram utilizadas 123 radiografias cefalométricas laterais, de indivíduos do
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sexo feminino, com idades de 11 a 20 anos e seis meses de idade. Em 86% da amostragem houve
correlação da forma do nariz do padrão esquelético da face. O grupo I era formado por indivíduos
Classe I esquelético, onde 75% possuíam dorso nasal considerado retilíneo. O grupo II era
formado por indivíduos Classe II esquelética onde 92,5% destes indivíduos possuíam o dorso
nasal convexo. E o grupo III era formado por indivíduos Classe III esquelética que apresentavam
dorso nasal côncavo. O ângulo nasolabial encontrado em cada grupo foi de respectivamente,
109,50º, 116,02º, e de 109,61º.
Fitzgerald et al. (1992) avaliaram o ângulo nasolabial, a inclinação do nariz e lábio
superior. Foram utilizadas telerradiografias laterais de 104 indivíduos de ambos os sexos, sendo
80 homens e 24 mulheres. Todos possuíam má oclusão de Classe I de Angle, com perfil facial
considerado agradável e com idades variando de 22 a 32 anos de idade. Nos homens os valores
encontrados para o ângulo nasolabial foram de 113,5º e com variação de 9,5º. Nas mulheres
ocorreu um discreto aumento encontrando um valor médio 116,1º. Os autores descreveram que o
ângulo nasolabial é formado por uma linha tangente a base do nariz, e a outra ao lábio superior e
que elas não dependem entre si e seu valor regular é dado pela resultante de suas inclinações.
Com isso, quando ocorre alguma variação, a medida do ângulo não informa qual componente é
responsável pela variação, seja este o nariz, ou o lábio ou ambos. Relataram ainda que se o
ângulo nasolabial estiver aberto, deve-se evitar a retração cirúrgica ou ortodonticamente dos
incisivos superiores, o que ocasionaria a maior proeminência do nariz.
Arnett & Bergman (1993) relataram que o tratamento ortodôntico sem planejamento
facial poderá causar desarranjos faciais, relatando que a oclusão e face agradável são
interdependentes, apesar de ser o ângulo nasolabial muito variável, dependendo da raça, da
postura da cabeça, lábios relaxados ou tensos, tipo de crescimento e outros fatores. Os autores
verificaram diferenças no ângulo nasolabial entre o sexo masculino e feminino, sendo mais
obtuso para o sexo feminino, e com o valor entre 85 a 105º. Os autores estudaram a relação da
variabilidade do acompanhamento do lábio à retração, onde fatores como espessura e tônus
também estiveram associados a fatores inerentes ao tratamento e ao crescimento. E ainda
concluíram que o desequilíbrio facial poderia estar associado à inadequação ou redundância
labial causada pelo comprimento labial, problema no tônus ou rigidez labial ou ainda nos tecidos
subjacentes em desequilíbrio.
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Czarnecki et al. (1993), desenvolveram um estudo para se verificar qual o perfil ideal, em
ambos os sexos. Foram obtidos valores médios do ângulo nasolabial de 105º dos perfis em
telerradiografias laterais.
Morris (1994) através da cefalometria realizou um estudo o crescimento a curto e longo
prazo das estruturas esqueletais e dento-alveolares, e dos tecidos moles da face. Utilizou
telerradiografias de pacientes de 6 a 18 anos de idade. Indicou que o perfil convexo, a posição e a
angulação dos incisivos superiores e inferiores são fatores importantes no equilíbrio estético e no
perfil de tecido mole. O ângulo nasolabial encontrado foi de 113º; com desvio padrão 8,08ºe que
o mesmo pode ser alterado pelo tratamento ortodôntico com retração dos incisivos, fator que irá
torná-lo mais obtuso.
Jacobson & Vlachos (1995) relataram que o valor médio do ângulo nasolabial é de 90 a
110º sendo influenciado pela columela do nariz e a posição do lábio superior.
McNamara e Brudon (1995) realizaram um estudo avaliando o tegumento da face através
de avaliação clínica e cefalométrica. Indicaram o uso do ângulo nasolabial, em média 82º com
variação de 8º; e a inclinação do lábio superior em relação à linha perpendicular ao plano de
Frankfurt que passa pelo ponto Násio, em média 14º com variação de 8º. Através da análise dos
tecidos duros para avaliar a posição antero-posterior da maxila recomendaram a medida entre o
ponto A e a linha perpendicular ao plano de Frankfurt.
Margolis (1997) fez um estudo facial dos pacientes direcionando a simetria, a proporção e
o equilíbrio facial, através de análise facial, com visão frontal e de perfil. O ângulo nasolabial
teve grande ênfase sendo o valor médio obtido de 100º. No movimento de retração dos incisivos
superiores, este ângulo se torna mais obtuso. Na projeção sagital maxilar podemos avaliar o
ângulo nasolabial, que reflete a projeção do lábio superior à base do nariz.
Bergman (1999) estudou as características do tecido mole relacionando com uma oclusão
equilibrada e com a harmonia facial. O mesmo estudou o ângulo nasolabial e considerou que este
ângulo é afetado por movimentações ortodônticas e cirúrgicas e que um valor cosmeticamente
agradável é de 102º com variação de 8º. O aumento do ângulo nasolabial pode ser causado por
modificações cirúrgicas do nariz ou retrocesso do lábio superior. Um ângulo nasolabial muito
agudo indica retração dos incisivos superiores ou da maxila, e um ângulo nasolabial mais obtuso
indica vestibularização de incisivos superiores e avanço da maxila. Neste estudo ainda foi
concluído que o ângulo nasolabial fica relativamente constante entre as idades de 7 a 17 anos
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tendo variação média para o sexo masculino de 113,7 a 109,8º, e para o sexo feminino uma
variação média de 111,4º a 108,3º. O autor concluiu ainda que a harmonia facial não esta
diretamente relacionada a uma boa oclusão.
Shinozaki (2000) relata que para um perfil facial agradável o ângulo nasolabial deve estar
entre 100 a 110º, e enfatiza a importância da movimentação dos incisivos no resultado deste
ângulo. Com relação a influência nasal sobre o ângulo nasolabial verificamos que sua variação
ocorre devido ao abaixamento do componente nasal, pelo crescimento para baixo e para frente.
Segundo Silva Filho et al. (2004) a estimativa da tensão labial é um fator importante a ser
considerado no plano de tratamento ortodôntico para o ângulo nasolabial ser alcançado em
valores cosmeticamente aceitáveis. O mesmo autor relata que lábios tensos podem se mover mais
posteriormente acompanhando o movimento dentário e do osso basal e menos no sentido
anterior. Já os lábios flácidos podem se mover menos com o movimento dentário posterior e do
osso basal e menos com o movimento anterior. O mesmo autor descreve que com relação a
espessura labial anterior: lábios finos (6 a 10mm) podem se mover mais com o movimento de
extração dentária do que os lábios grossos. Segundo Silva Filho, todos os procedimentos devem
colocar este ângulo numa variação de 85 a 105º e que no sexo feminino, este ângulo tende a ser
mais obtuso. Ainda com relação ao ângulo nasolabial, os valores encontrados nas meninas são
maiores do que nos meninos e que com o passar dos anos ele diminui mais nas mulheres do que
nos homens.
Abaixo estão descritos todos os valores do ângulo nasolabial encontrados nesta revisão:
• Burstone (1967) encontou o ANL em média de 73,8º, com variação de 60 a 90º.
• Scheideman (1980) obteve 110º para o ANL, variando de 90 a 110º.
• Waldman (1982) indicou um ANL de 113º no final de um tratamento ortodôntico.
• Owen (1984) encontrou ANL entre 95 a 113º.
• Robison et al. (1986) relataram que o ANL encontrado foi de 109 a 116º.
• Nadkarni (1986) obteve valores de 95º a 103º, e com valor médio de 102º.
• Silva Filho et al. (1990) encontraram o ANL de 104 com variação de 11,5º.
• Genecov et al. (1990) obtiveram o ANL de 108º com variação de 11,42º.
• Fitzgerald et al. (1992) descreveram o ANL em 114º com variação de 10º.
• Arnett & Bergman (1993) obtiveram o ANL de 85º a 105º.
• Czarnecki et al. (1993) encontraram o ANL com valor médio de 105º.
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• Morris (1994) relatou que o ANL médio encontrado foi de 113,52º com desvio
padrão de 8,08º.
• Jacobson & Vlachos (1995) encontraram ANL com variação de 90 a 110º
• Suguino et al (1996) obtiveram uma variação de 85 a 110º para o ANL.
• Margolis (1997) obteve valor médio de 100º para o ANL.
• Silva Filho et al (1998) descreveram o ANL de 104, com desvio padrão de 12º.
• Nguyen e Turley (1998) indicaram com valor ideal de 128º, com variação de 11º.
• Bergman (1999) indicou que um ANL cosmeticamente agradável é de 102º com
variação de 8º.
• Dainesi et al. (2000) obtiveram para o ANL medidas de 110,17 com variação de
12,55º aos 6 anos de idade e 105,75 variando em 12,42º aos 18 anos de idade.
• Abdo et al. (2000) concluíram que o ANL pode variar de 106,25 com variação de
11,06º no inicio do tratamento ortodôntico a 111,03 com variação de 11,50º na finalização do
tratamento.
• Shinozaki (2000) concluiu que o ANL variou de 100 a 110º para um agradável
perfil.
• Brandão et al. (2001) encontraram o ANL em média de 97,9º variando 9,8º.
• Moraes et al. (2001) obtiveram valores de 116,77º e 113,81º para pacientes no
final do tratamento ortodôntico, sendo estes para pacientes com e sem extração respectivamente.
• Landgraf et al. (2002) indicaram os valores de 104º (90 – 112º) para o ANL.
• Salgado (2003) relatou um ANL constante nas idades de 7 a 17 anos e com
variação de 113º a 109,8º para o sexo masculino e de 111,4º a 108,3º para o sexo feminino.
• Siqueira (2003) encontrou ANL entre 110,13º a 114,40º.
• Kuramac et al (2005) obtiveram o ANL em 106, com variação de 13,78º.
24

Variações do Ângulo Nasolabial

140,00

120,00

100,00

80,00

60,00

40,00

20,00

-
Burstone
Scheideman

Owen
Waldman

Robison
Nadkarni

Arnett & Bergman

Minima Variação
Czarnecki
Genecov et al

Morris
Jacobson & Vlachos
Suguino et al
Margolis

Nguyen & Turley


Bergman
Dainesi et al

Abdo et al
Shinozaki
Brandão et al
Silva Filho et al

Moraes et al
Landgraf et al

Salgado
Fitzgerald et al

Siqueira

Kuramac et al
Silva Filho et al

Autores

Minima Variação Maxima Variação

Gráfico 1 - Variações do Ângulo Nasolabial

2.2. AÁLISE FACIAL E ÂGULO ASOLABIAL

Embora os ortodontistas desejassem oferecer a função e estética de um sorriso bonito,


com dentes perfeitamente alinhados e, nivelados e engrenados e tratados segundo uma norma
cefalométrica, isto ainda não é o bastante aos nossos pacientes. O paciente, mesmo como leigo,
faz uma análise de seu equilíbrio facial, ou seja, do seu sorriso e dentes, elementos estes que
fazem parte da face e não o contrário.
Estudos realizados a partir de 1950 demonstraram pacientes com excelente harmonia
facial podem estar associados à má oclusão, segundo Holdway (1957), (1983); assim como são
encontrados pacientes com oclusões excelentes associados a faces desarmônicas (fig.3), segundo
Neger e Newark (1959).
25

Figura 3 - Perfis relacionados a oclusões normais. Fonte: Langlade, 1993.

A. Tendência retrusiva de senelidade precoce;


B. Tendência mediana, cujo futuro depende do crescimento do nariz, do mento, e da
musculatura.
C. Tendência protrusiva do tipo juvenil.
Segundo Burstone (1958) o tratamento ortodôntico acarreta modificações na estrutura
dentoesquelética e tegumentar, podendo estas mudanças ser desejáveis ou não em relação ao
contorno da face. De modo geral, muitas alterações do tecido mole frente ao crescimento são
positivas, e é desta forma que o profissional recebe o crédito por elas, quando, muitas vezes,
fogem de sua influência.
A forma facial pode ser dividida em dois planos do espaço: frontal e sagital. O plano
médio sagital produz um contorno que é referido como perfil, segundo Burstone et al. (1958). A
ênfase maior é dada ao perfil porque muitas maloclusões, assim como as mudanças terapêuticas
são mais evidentes neste plano e espaço. Além disso, as notas normalmente dadas em análises
faciais realizadas por leigos terão sempre menor nota no quesito perfil, tendo como fatores de
maior desagrabilidade, o nariz e o queixo.
26

Em se tratando de diagnóstico ortodôntico, além das bases ósseas, dentes


e Articulação Têmporo-Mandibular, a avaliação dos tecidos moles é um dos
critérios mais importantes, em função de sua importância no aspecto estético e
harmonia ao final do tratamento. Esta variação quando discordante do contorno
esquelético / dentoalveolar, deve ser soberana, em função da grande variabilidade
existente na interrelação do perfil tegumentar e o tecido duro. Weber Ursi (2000).

Burstone (1958) ainda relacionou as diferenças em relação ao sexo e maturação nos


contornos dos tecidos tegumentares. O autor constatou que indivíduos que apresentavam mal
oclusão exibiram grande variação do contorno facial comparado aqueles que apresentavam perfil
agradável. Em relação às diferenças do sexo, áreas inferiores ao nariz, nos homens,
apresentavam-se geralmente com maior extensão horizontal de tecido tegumentar e modificações
do perfil foram notadas do adolescente para o adulto jovem, tornando-se mais achatado com o
avanço da idade.
Subtelny (1961) relatou que existe uma pequena diferença entre o sexo masculino e
feminino, resultando num perfil mais reto para os homens e mais convexo para as mulheres.
Merrifield (1966) fez um estudo com 120 telerradiografias das quais 40 eram indivíduos
não tratados ortodonticamente de acordo com os critérios de Tweed, 40 indivíduos tratados
ortodonticamente por Tweed e considerados finalizados com oclusão normal, e 40 indivíduos
tratados ortodonticamente por Merrifield e também finalizados com uma oclusão considerada
normal, mas baseada na estética facial. O mesmo apresentou uma linha do perfil denominada
com a letra Z, como auxiliar da avaliação da estética facial. Esta linha é formada pela intersecção
do Plano de Frankfurt com a linha tangente pelo pogônio mole e do lábio superior mais
proeminente. A partir deste estudo, ele recomendou valores para o ângulo Z de 80º para adultos e
de 78º para adolescentes de entre 11 e 15 anos de idade, com variação de 5º para ambos. Ainda
Merrifield concluiu que um perfil para ser considerado estético a linha do perfil deveria
tangenciar o lábio superior, estando o lábio inferior tangente ou ligeiramente atrás desta linha.
Nanda (1971), estudando as alterações ocorridas no perfil facial devido ao crescimento
conclui que em indivíduos do gênero masculino, o crescimento da região inferior da face resultou
em regiões mais retas, quadradas e angulosas. Em indivíduos do gênero feminino, as faces
apresentavam-se mais redondas com perfis mais convexos. E ainda conclui que indivíduos
portadores de má oclusão de Classe I apresentavam um crescimento menor em relação aos
indivíduos considerados com oclusão normal.
27

Mauchamp & Sassoini (1973) relacionaram as diferenças de crescimento entre o tecido


ósseo e o tecido tegumentar dos perfis faciais. Encontraram diferenças no dimorfismo sexual
maior no tecido ósseo. Ainda os mesmos autores encontraram variações nas medidas dos pontos
Pronasal e Subnasal que aumentaram sua espessura com a idade, sendo maior no gênero
masculino e mais rápido no gênero feminino.
Farkas et al. (1985) realizou um estudou comparando 49 trabalhos realizados por artistas
renascentistas, pós-renascentistas e contemporâneos. Estes trabalhos foram desenhados por
ortodontistas, cirurgiões plásticos, anatomistas e antropologistas. Os autores relacionaram figuras
clássicas de beleza com as inclinações do perfil facial e encontraram perfis clássicos com nariz
mais proeminentes e lábios mais verticais ou retruídos.
Fachin (1986) investigou as alterações ocorridas no perfil mole facial na região de lábios
superiores e inferiores e nas correspondentes estruturas subjacentes, em pacientes tratados
ortodonticamente. Desses, 13 eram de indivíduos Classe I com protrusão e 33 Classe II, 1ª.
Divisão. O trespasse médio horizontal em mulheres eram de 8 mm e nos homens de 7,5 mm. O
mesmo autor, concluiu que após a finalização do tratamento, nos pacientes do sexo feminino
ocorreu um bom acompanhamento do lábio superior e um pequeno aumento de espessura. Já no
sexo masculino o aumento de espessura foi maior, porém com discreto acompanhamento do lábio
superior. Com relação ao lábio inferior, em ambos os sexos, ocorreram um acompanhamento
significativo.
Segundo Moraes (1992) a face considerada bela é aquela que apresenta harmonia e
equilíbrio entre as suas partes.
Reconhecer uma face bela é uma habilidade inata e traduzir terapêuticas definidas e
objetivas ao plano de tratamento torna-se uma tarefa árdua. O planejamento das mudanças
estéticas faciais é difícil especialmente em relação a sua integração com a correção da oclusão.
Assim, as medidas dos tecidos duros podem desviar-se da forma facial que os pacientes
apresentam através dos tecidos moles. E pacientes poderão apresentar um perfil mais ou menos
convexo do que o indicado na cefalometria, causado pela diferença da espessura do tecido
tegumentar, principalmente na junção do nariz com o lábio superior e na região do mento.
Analogamente, os lábios podem estar mais ou menos protruídos ou retruídos do que o indicado
pelas medidas dentoesqueléticas, em função do tecido estar excessivamente espesso ou fino.
28

Segundo Langlade (1993) o crescimento do perfil ocorre nas meninas em média 2 anos
antes dos meninos. Neste ocorrem mudanças ao nível da convexidade do perfil, do nariz, dos
lábios e da espessura dos tecidos moles. Ao nascer, a criança apresenta uma grande convexidade
do perfil, que vai diminuindo entre os 6 meses aos 3 anos de idade. Entre os 4 e 8 anos de idade,
as alterações são relativamente significantes, aumentando até a adolescência (fig.4).

Figura 4 - Mudança do perfil durante o crescimento normal entre 8 e 18 anos de idade. Fonte: Langlade, 1993.

Segundo Nanda (1993) a sociedade na maior parte das vezes faz avaliações dos
indivíduos pelo aspecto frontal, contudo o ortodontista deveria se ater aos anseios do paciente,
considerando o ponto de vista estético frontal e de perfil, e quais as possibilidades reais a serem
alcançadas pelo tratamento ortodôntico. Cabe ao profissional reconhecer as particularidades
pertinentes ao indivíduo examinado, influência étnica, familiar, gênero, cultural. Assim,
considerar e ponderar a ansiedade do paciente dentro de limites ortodônticos aceitáveis,
relacionando sua idade, estágio de crescimento, e como sua face irá envelhecer será importante
29

para o prognóstico do tratamento; lembrando ainda que o paciente poderá estar fora das normas
médias, sem por isso apresentar um perfil patológico.

Sabendo definir e reconhecer o conjunto de características sinônimo de


equilíbrio e predisponente a beleza, e sabendo avaliar tecnicamente as
características de um indivíduo em exame, pode-se saber que distância ele guarda
do perfeito. Se ele não pertence à estreita casta dos perfeitos e se conhecem os
limites da aceitabilidade, poder-se-á definir se ele e aceitável ou desagradável.
Capelozza (2004, p.66)

Michielis e Sather (1994) relataram que a telerradiografia de perfil não se constitui no


exame indicado para a análise facial, sendo esta mais específica para a avaliação de estruturas
dentárias e esqueléticas. Estes autores testaram a fidelidade na avaliação de um mesmo paciente,
em norma lateral por meio do cefalograma e de fotografia lateral e observaram as diferenças entre
os dois métodos. Concluíram que a cor e textura da pele, além da expressão facial podem mudar a
concepção das proporções faciais nos planos sagital e vertical. Com isso, estes caracterizaram
como recursos mais adequados para a análise do perfil facial as fotografias de perfil a observação
direta do perfil. Segundo os autores, o exame clínico direto da face, apesar de fornecer valiosas
informações, não permite medições angulares e não permite a perpetuação da imagem do
paciente para fins diagnósticos de comparação ou mesmo para pesquisa. Já o estudo do perfil
facial em fotografias padronizadas permite a avaliação do contorno facial, sem a influência do
padrão esquelético e dentário, determinando para o paciente as mudanças necessárias a um perfil
mais equilibrado.
Merrifield (1996) relata a importância da avaliação do tecido mole nos estudos iniciais e
planejamento dos casos, bem como sua finalização e estabilidade. Um dos principais objetivos do
tratamento ortodôntico ou ortodôntico-cirúrgico é a obtenção de uma face harmoniosa e
equilibrada, o que exige uma criteriosa avaliação dos tecidos moles e da sua relação com as
partes esqueléticas e dentárias. No entanto, a colocação dos dentes e estruturas esqueléticas de
suporte numa posição padrão não leva necessariamente a um resultado de harmonia facial.
Assim, a avaliação correta do equilíbrio e da harmonia facial assume uma importância cada vez
maior no estabelecimento e prognóstico do tratamento.
Arnett et al. (1999) realizaram um estudo com 46 indivíduos brancos, sendo 20 homens e
26 mulheres. Todos possuíam um perfil razoável e tinham oclusões Classe I de Angle. Foram
obtidas telerradiografias em posição natural da cabeça e com os lábios relaxados. Foi estabelecida
30

a linha vertical verdadeira, passando pelo ponto subnasal e perpendicular a posição horizontal
natural da cabeça, sendo que esta deveria estar a frente deste ponto quando houvesse retrusão
maxilar. Através deste estudo conclui-se que algumas medidas não há diferenças entre os homens
e as mulheres, como por exemplo, as médias dento-esqueléticas. Já com relação às espessuras
tegumentares, os homens obtiveram medidas superiores a das mulheres, assim como a projeção
nasal (16 mm para as mulheres e 17,4 mm para os homens, com variação média de 1,4 mm). As
mulheres apresentaram maior protrusão labial, maior exposição dos incisivos superiores, maior
espaço interlabial e maior projeção do pogônio. Assim os autores sugeriram que fossem
utilizados padrões separados para homens e mulheres em vista das diferenças encontradas entre
os gêneros.
Segundo Carreiro et al. (2001) em pacientes com oclusão normal não houve variação
significante do ângulo nasolabial entre os padrões meso, dólico e braquifaciais. Não há dados
disponíveis aos pacientes com Classe II, 1ª. Divisão, sendo estes, um dos maiores grupos que
buscam tratamento ortodôntico.
Segundo Sant’Ana (2003) a análise facial é o conjunto de mensurações e observações
frontais e laterais em porções moles da face, tais como comprimento da base alar nasal, espessura
dos lábios superior e inferior, suporte da ponta do nariz, contorno do zigomático, contato
interlabial, inclinação do plano maxilar, relacionamento entre as linhas médias da face e
dentárias, posicionamento do mento e exposição dos incisivos centrais superiores com o lábio em
repouso e durante o sorriso. Na análise facial pode ainda ser investigado o posicionamento
antero-posterior da maxila, o posicionamento vertical da maxila e o posicionamento da
mandíbula. Na Análise Facial de Perfil devemos verificar a proporcionalidade entre as estruturas
faciais, buscando a interrelação destas estruturas, produzindo um perfil harmonioso.
Segundo Arnett, McLauglin (2003) no exame clínico do perfil da área maxilar existem
quatro áreas de tecido mole da maxila a serem examinadas são elas: base nasal, proeminência do
lábio superior, suporte do lábio superior, projeção nasal e a ponta do nariz.
• A base nasal pode ser descrita como côncava, achatada, mole ou convexa.
A forma normal é a convexa sendo uma linha curvada anteriormente e, atrás da base alar
do nariz. Nela nos temos o ponto da base nasal, que é aquele da maior profundidade
adjacente a base alar do nariz.
31

• Na proeminência do lábio superior verificaremos se este apresenta-se


retruído, normal, ou protruído. O sulco maxilar é ligeiramente curvo e pode ser descrito
relacionando-o com o lábio superior.
• O suporte do lábio superior pode ser considerado como fraco, normal ou
forte.
• A projeção nasal: longa, normal ou curta.
• A ponta do nariz pode ser descrita como inclinada para cima ou inclinada
para baixo. E a ponte nasal pode ser adunca ou em sela.
Segundo Capelozza (2004) os ortodontistas deveriam realizar uma análise facial subjetiva,
permitindo grande variabilidade aos indivíduos aceitáveis. Estabelecer limites desta
permissividade e fazer uma correta avaliação da face, com subjetividade e baseado em
conhecimentos técnicos é de grande importância e deve sempre ser acrescido por meio de
pesquisas e pela prática.
Segundo o mesmo autor, haveria uma tendência a se fazer faciometria ao invés de análise
facial. Faciometria é seguir números para determinar se a face examinada é normal, o que se
caracteriza novamente em um erro. Existem várias análises faciais disponíveis na literatura. O
autor relata que considerar de forma rígida os conceitos advindos daquela análise facial escolhida
para formular diagnóstico é um equívoco, uma vez que os dados considerados normativos nem
sempre são adequados ao indivíduo estudado. Isto é devido a grande variação numérica para o
parâmetro de indivíduos normais utilizado nestas análises. Assim, o total desequilíbrio facial é
facilmente observado, porém desequilíbrio ou assimetria facial subclinica é um desafio para os
profissionais. Ainda o mesmo autor descreve que avaliações das medidas do perfil facial atuam
como auxiliares no planejamento ortodôntico.

2.3. ÂGULO ASOLABIAL E ARIZ

O nariz desempenha grande importância por estar localizado no centro da face, por
determinar o perfil geral em razão do seu crescimento mais tardio do que os outros tecidos
tegumentares e ainda por representar aspectos de personalidade e de beleza.
Como castigo, na antiguidade, amputava-se o nariz dos inimigos de guerra e também nos
casos de infidelidade conjugal.
32

Posen (1967) estudou o crescimento nasal através da telerradiografia e verificou que os


ossos nasais cresceram 12,76 mm em média, em altura 29,55 mm e em profundidade 12 mm e o
dorso 28 mm, sendo que 90 % desse crescimento ocorreu entre 3 meses e 13 anos de idade, e um
novo surto de crescimento dos 13 aos 18 anos para o sexo masculino. O autor verificou que o
comprimento médio do nariz é maior nos homens que nas mulheres, em todas as idades.
Chaconas & Bartroff (1975) utilizaram linhas estéticas para avaliar o crescimento nasal,
avaliando a convexidade facial. Além de concluir que o crescimento do gênero masculino é maior
do que o constatado no gênero feminino, os mesmos constataram que houve aumento da
convexidade da facial até os 16 anos, sem diferença definida entre os gêneros.
Powell & Rayson (1976) estudaram os resultados produzidos no perfil facial devido ao
tratamento ortodôntico. Concluíram que as proporções do nariz, lábios e tecido mole do mento
relacionavam-se entre si. Assim qualquer alteração destes elementos resultava em alteração na
harmonia facial, sendo fundamental a inclusão destas estruturas no planejamento ortodôntico.
Burke (1979) realizou um estudo através de fotografias do tecido tegumentar. Relatou que
os maiores incrementos ocorreram nas medidas do nariz, especialmente a distância do canto do
olho à ponta do nariz. Observou um maior crescimento nasal no gênero masculino em relação ao
feminino, considerando fases de pico de crescimento.
Macnamara Junior (1984) utilizou o ângulo nasolabial em sua avaliação cefalométrica,
demonstrando a relação do mesmo na verificação da relação do lábio superior com a linha da
columela. Caso ocorra diminuição do ângulo, tem-se protrusão, seja ela dentária ou esquelética, e
em caso de aumento, tem-se retrusão. Macnamara ainda sugeriu a utilização do ângulo nasolabial
como principal guia de definição da posição sagital da maxila. O ângulo nasolabial indica a
inclinação maxilar, pois quando o mesmo se encontra aumentado, reflete uma retrusão maxilar, e
quando diminuído, uma protrusão maxilar.
Awofala (1985) estudou a relação do perfil nasal de crianças por meio de linhas centrais.
Concluiu que a inclinação nasal não está condicionada aos elementos dentários. E que a
proeminência do nariz foi considerada mais aparente do que real.
Meng et al (1988) realizou um estudo através de telerradiografias, sendo 17 de homens e
23 de mulheres, com idades entre 7 a 18 anos de idade. Os indivíduos eram considerados
portadores de oclusão normal, relação Classe I de molar, overjet normal, perfil normal. Os
resultados indicaram que o crescimento nasal em altura, profundidade e inclinação se completa
33

em meninas até os 16 anos, enquanto nos meninos o crescimento ocorre além dos 18 anos. Assim
os autores consideram que o impacto causado pelo crescimento nasal deve ser considerado no
planejamento ortodôntico.
Genecov et al. (1990) relataram que o ângulo nasolabial mostrou tendência para diminuir
de 3 a 4º no dois sexos, sem diferença estatística entre a amostra de crianças de 7, 12 e 17 anos
numa amostra de 32 indivíduos de Classe I e 32 de Classe II de Angle não tratados
ortodonticamente. Observaram ainda o crescimento antero-posterior da face e consequentemente
o crescimento anterior da projeção nasal em ambos os sexos. Com relação ao crescimento de
estruturas como o nariz, lábios e mento, as mesmas permaneciam constantes em ambos os
gêneros, independentemente do tecido ósseo subjacente. Porém, grande parte do crescimento dos
tecidos tegumentares ocorre no sexo feminino até os 12 anos, enquanto no sexo masculino, o
crescimento foi observado até os 17 anos.
Buschang et al. (1992) estudaram o crescimento horizontal anual da face em indivíduos
de 6, 10 e 14 anos. No ponto Pronasal (situado no ponto mais anterior do contorno nasal) foi
encontrado um crescimento de 1,54 mm na infância e de 1,89 mm durante a adolescência. No
ponto Subnasal (situado sobre a espinha nasal anterior e inferiormente à abertura piriforme) o
crescimento foi de 1,25 mm na infância e de 1,23 mm na adolescência. Já a Espinha Nasal
Anterior, para cada 1 mm de crescimento anual na infância, era acrescido 6 mm por ano nos dois
pontos descritos acima. E na adolescência, a proporção de crescimento foi de 1 mm/ano na
espinha nasal anterior para 1,1 mm ano no ponto Pronasal e de 1,2 mm no ponto Subnasal.
.

Figura 5 - Crescimento nasal. Fonte: Langlade, 1993.


34

Langlade (1993) o crescimento nasal é constante, entre as idades de 1 a 18 anos. O comprimento


nasal aumenta, em média, 26,1 mm para mulheres e 27 mm para os homens (fig.5) desde o
nascimento até a fase adulta. A ponta nasal aumenta entre os 9 e 15 anos de idade.O crescimento
desta ocorre para frente do plano facial 1mm por ano mas, poderá chegar a 2mm ao ano durante a
fase de pico de crescimento puberal. As mulheres apresentam crescimento uniforme, já nos
homens entre os 13 e 15 anos de idade ocorre um pico de crescimento nasal. O crescimento do
nariz se faz para baixo e para frente com um vetor vertical maior do que o horizontal. Numa
segunda alternativa, poderá permanecer paralelo e induzir o crescimento constante, ou
finalmente, ocorrer um pico de crescimento para baixo, seguindo o ângulo da base do nariz,
formando um ângulo mais agudo (fig.6). O mesmo autor relata que os narizes finos ou
arrebitados possuem um crescimento menor que os redondos e achatados

Figura 6 - Direção do crescimento nasal. Fonte: Langlade, 1993.

Formby et al (1994) realizaram um estudo avaliando o crescimento horizontal do


complexo crânio facial em adultos, entre eles 24 do sexo masculino e 23 do sexo feminino, nas
idades entre 18 a 42 anos de idade, e que apresentassem Classe I de molar e que não
apresentassem excessivas protrusões ou retrusões maxilares. Concluíram que os lábios se tornam
mais retrusivos e o nariz aumentou com a idade no gênero masculino. No gênero feminino, só o
nariz apresentou o mesmo comportamento.
Segundo Cabrera (1997), o envelhecimento da face humana irá refletir nas estruturas do
tecido mole da face. Os traçados cefalométricos sobrepostos de uma mulher dos 17 aos 58 anos
de idade demonstraram as mudanças ocorridas na face durante este período (fig.7). O autor relata
35

que o perfil do paciente poderá ser modificado pelo crescimento das estruturas do tecido mole do
órgão nasal ou em virtude das resultantes ortopédicas e ortodônticas adjacentes. Assim, um perfil
antiestético no final do tratamento poderá ser o resultado de uma falha em diagnosticar o
potencial de crescimento nasal excessivo.

Figura 7 - Sobreposição dos cefalogramas de uma mulher nas idades de 17 e 58 anos de idade. Fonte: Cabrera, 1997.

Dainesi et al. (2000) avaliaram as alterações de perfil tegumentar, baseado no crescimento


horizontal da face, através de análise cefalométrica em pacientes braquifaciais de 6 a 18 anos de
idade. Foi verificado que se realizado extrações em ambos os arcos para retração anterior, o perfil
poderá ficar bem prejudicado devido ao aumento do apêndice nasal presente neste tipo de
crescimento da face. Uma das conclusões encontradas foi a diminuição do ângulo nasolabial
decorrente do aumento em espessura do nariz.
Abdo et al. (2000) compararam as alterações do ângulo nasolabial pré e pós-tratamento
ortodôntico em 14 pacientes Classe II divisão I de Angle, tratados com extração de pré-molares
tendo o ângulo nasolabial dividido em duas variáveis, consideradas independentes, lábio superior
e base do nariz. Foi verificado qual delas seria mais influenciada pelo tratamento ortodôntico: se
o lábio superior, a base do nariz, ou ambos. A modificação principal foi dada ao lábio superior
devido à retração dos incisivos superiores.
Segundo Sakima (2001), o ângulo nasolabial tende aumentar durante o tratamento da mal
oclusão de Classe II de Angle. Ainda o mesmo autor relata que o ângulo nasolabial diminui com
36

a idade, principalmente até a adolescência, quando o crescimento do mento, nariz e lábios se


expressam mais intensamente.
Segundo Salgado (2003) tem-se que avaliar a inclinação da columela nasal porque muitas
vezes deverá ser indicada a cirurgia plástica, uma vez que a columela tem grande relação com o
ângulo nasolabial.
Segundo Silva Filho et al. (2004) o ângulo nasolabial diminui com a idade. Com relação
ao crescimento nasal, o mesmo deve estar relacionado ao crescimento do esqueleto a uma
determinada proporção, porém o crescimento do tecido mole é o maior responsável pela
diferença em tamanho entre meninos e meninas. Ainda o mesmo autor relata que se o ângulo
nasolabial estiver aberto (em torno de 105º), a retração ortodôntica e cirúrgica de dentes
anteriores deverá ser evitada no plano de tratamento. Da mesma forma um nariz longo ficará
mais proeminente com relação a retração labial. E em seus estudos o mesmo autor relata que a
projeção nasal – medida horizontal do subnasal à ponta do nariz – normalmente entre 16 a 20mm,
é utilizada como principal guia de posicionamento antero-posterior da maxila. Este comprimento
se torna indispensável no planejamento cirúrgico, uma vez que o avanço maxilar fica contra-
indicado em caso de um nariz com projeção reduzida. Já nos casos de pacientes com maloclusão
de Classe III de Angle, nariz curto e todos os outros fatores iguais, indica-se retroposicionamento
mandibular.
Segundo Silva (2006) durante a puberdade a velocidade do crescimento nasal permanece
constante ou mesmo decresce com um vetor levemente antero-superior, o que leva ao aumento do
ângulo nasolabial. O motivo para este fenômeno ocorrer parece estar relacionado ao fato de que a
ponta do nariz é suportada pelo septo nasal e espinha nasal anterior, sendo a espinha deslocada
para anterior devido ao crescimento e ao aumento da concavidade do ponto A, através da
reabsorção óssea da região. O autor relata que mudanças ocorridas no perfil mole são tão
significativas quanto as que ocorrem no perfil esquelético, sendo observadas mais tardiamente
para indivíduos do sexo masculino entre 15 e 25 anos de idade, enquanto nos indivíduos do sexo
feminino, foram observadas modificações entre 10 e 15 anos de idade. Os lábios apresentam
aceleradas taxas de crescimento durante a adolescência masculina em relação a feminina,
tornando se mais espessos e longos. E quando ocorre a combinação do crescimento do nariz e do
mento parece ocorrer o recuo dos lábios nesta mesma fase, estabelecendo-se que quanto maior o
crescimento nestas regiões, mais côncavo se torna o perfil. Este fator se torna indesejável para a
37

obtenção de uma boa harmonia facial e quando não previsto pelo profissional durante o plano de
tratamento, pode haver dificuldade no esclarecimento que o perfil antiestético final não é
decorrente ao tratamento ortodôntico. Ainda o mesmo autor relata que reduções ou obstruções
vias aéreas superiores podem estar relacionadas a deficiências de crescimento da região
nasomaxilar.
3. PROPOSIÇÃO

Propusemo-nos a avaliar a influência do ângulo nasolabial e do nariz sobre a análise


facial, e como o tratamento ortodôntico poderá favorecer a beleza facial, estudando:
Ângulo nasolabial e suas variações

Análise facial e ângulo nasolabial

Ângulo Nasolabial e Nariz


4. DISCUSSÃO

O ortodontista para obter uma oclusão equilibrada envolve estruturas como o periodonto,
a articulação temporomandibular, a estabilidade e equilíbrio facial. Como um dos objetivos do
tratamento ortodôntico é a obtenção da estética (Herzberg, 1952; Peck e Peck, 1970; McBridel e
Bell, 1980; Czarnick, Nanda e Currier, 1993; Arnett, Gunson, McLauglin,1993; Michelis e
Sather, 1994; Cabrera, 1997; Capelozza, 2004, Silva, 2006) as medidas tomadas no tecido
tegumentar devem ser preferidas. E quando as medidas clássicas cefalométricas são utilizadas,
deve-se atentar as variações inerente ao padrão facial.
A harmonia facial deveria estar diretamente relacionada ao adequado posicionamento dos
dentes e do esqueleto facial. Diversos estudos comprovaram, entretanto, que o tecido mole não
está diretamente relacionado ao tecido duro subjacente, pois não constitui uma cobertura
uniforme variando em espessura, comprimento e tônus postural, segundo Burstone (1958, 1967),
Subtelny (1959), Legan et al.(1980), Skinazi et al (2000). Portanto a Análise Facial deverá ser
soberana e preferida pelo ortodontista uma vez que um indivíduo que possui uma oclusão
equilibrada não necessariamente, apresentará beleza e harmonia do perfil, segundo Holdway
(1957), Burstone (1958), Mauchamp e Sassouni (1973), Langlade(1993), Arnett e Bergman
(1993), Arnett, Gunson, McLauglin (1993), Merrifield (1996), Bergman (1999), Capelozza
(2004), Silva (2006).
O ângulo nasolabial tende a aumentar durante o tratamento da má oclusão de Classe II de
Angle. Quando realizamos a retrusão dos incisivos as estruturas do tecido mole são alteradas, fato
que deve ser avaliado, uma vez que ocorre o achatamento do lábio superior. Caso esta retração
alterar os valores do ângulo nasolabial para valores não estéticos, indica-se evitar extrações e
retrações. Para cada 1mm de retração dos incisivos superiores, haverá um aumento médio de
40

1,63º do ângulo nasolabial (Silva Filho, Capelozza Filho e Ferrari Junior, 1998). Com um ângulo
nasolabial maior do que 105º retração cirúrgica ou ortodôntica dos incisivos deverá ser evitada no
plano de tratamento, segundo Elias (1980), Czarnick (1993), Morris(1994), Morris (1994),
Margolis (1997), Silva Filho (2004).
A projeção do lábio superior está correlacionada com o ângulo nasolabial e ângulo do
lábio superior. Estes refletem a espessura do lábio superior e a posição dos incisivos superiores.
Embora não se tenha medido o grau de retração de incisivos superiores, fica evidente que o
ângulo nasolabial se torna mais obtuso com o tratamento ortodôntico e ainda um maior aumento
deste ângulo para casos tratados com extração do que aqueles sem extração (Burstone, 1967;
Elias, 1980; Waldman, 1982; Arnett & Bergman, 1993; Morris, 1994; Margolis, 1997; Bergman,
1999; Shinozaki, 2000; Abdo et al, 2000; Moraes, 2001; Basciftci et al, 2003, Silva Filho et al,
1998, 2004). Com relação ao aumento da espessura do lábio superior, o gênero masculino
apresenta maior espessura do que o gênero feminino (Genecov et.al., 1990; Silva, 2006). Nas
mulheres ocorre um maior acompanhamento e redução da espessura do lábio superior nos casos
de retração dos incisivos (Fachin, 1986), e também referentes ao crescimento, segundo Burstone
(1967). Contudo, lábios tensos acompanham mais a retração dentária do que lábios flácidos
(Arnett e Bergman, 1993; Silva Filho et al., 2004). Já lábios finos acompanham mais o
movimento de retração do que os mais grossos (Silva Filho et al, 2004). Com o passar dos anos
comprimento do lábio superior se torna mais longo no sexo masculino do que no feminino
(Burstone, 1958, Langlade, 1993; Formby et al, 1994; Bishara et al, 1998; Silva, 2006). E a
tendência do ângulo nasolabial é de diminuir com a idade quando o crescimento do nariz, mento
e lábio se expressam mais intensamente (Langlade, 1999; Sakima, 2001; Silva, 2006). Outra
tendência encontrada é das mulheres apresentarem um ângulo nasolabial maior quando
comparado com o sexo masculino (Fitzgerald, 1992; Arnett & Bergman, 1993, Magnani, 2001).
Evidencia-se uma relação entre o perfil tegumentar e as estruturas dentoesqueléticas
subjacentes, principalmente em relação a retração dos incisivos superiores e de seu efeito sobre a
abertura do ângulo nasolabial (Burstone, 1958; Waldman, 1982; Arnett e Bergman, 1993;
Margolis, 1997; Silva Filho et al , 2004; Silva, 2006).
Com relação ao crescimento nasal, uma das maiores dificuldades durante o tratamento
ortodôntico é prever como e quanto o nariz vai crescer e o quanto este irá distorcer a face
(Subtelny, 1969; Chaconas, 1969; Burke, 1979; Cabrera, 1997, Silva, 2006). O seu
41

desenvolvimento é um dos principais fatores avaliados na harmonia facial, em especial para


pacientes onde a retração dos dentes anteriores é necessária. Nesses casos, o nariz é um fator
importante a ser considerado no perfil, uma vez que sua proeminência pode levar a redução da
convexidade, e sua inclusão no planejamento inicial é necessária para não acentuar sua
importância no final do tratamento (Meng et.al., 1988; Bishara et.al., 1990; Arnett, Gunsen,
McLauglin 1993, Formy et.al., 1994; Cabrera, 1997, Silva, 2006). Assim, o profissional deverá
avaliar a mecanoterapia empregada para não prejudicar o perfil do paciente. Mesmo sendo
incluído no planejamento, em muitos casos o tratamento ortodôntico estará combinado a cirurgia
ortognática e a rinoplastia, (Cabrera, 1997, Salgado, 2003).
O crescimento nasal é maior nos indivíduos do sexo masculino do que no sexo feminino
em todas as idades e fatores étnicos e genéticos familiares devem ser considerados na previsão do
tamanho e da morfologia nasal fina l(Subtelny, 1961; Posen, 1967; Chaconas e Barthoff, 1975;
Burke, 1979; Langlade, 1993, Silva, 2006) e se completa nas mulheres aos 16 anos e nos homens
aos 18 anos (Posen, 1967; Meng, 1988; Langlade, 1993).
Langlade (1993), Chaconas (1969), relatam que é necessário salientar que um perfil
retruído envelhece mais depressa que um pouco protruído. O sorriso se torna marcado de cada
lado do nariz e aquele perfil que era agradável na adolescência, fica mais côncavo com o
crescimento e envelhecimento.
O ângulo nasolabial sofre influencia direta da forma do nariz, além da projeção antero-
posterior da maxila, sendo mais aberto para nariz tipo arrebitado, e mais fechado para nariz de
forma adunco. Assim, pode-se aceitar uma maxila mais protrusa para indivíduos com nariz
arrebitado, e maxila mais retrognática para indivíduos com nariz adunco. Estas considerações
deverão ser realizadas analisando todo o conjunto do paciente (Silva Filho e Ferrari Jr., 1998;
Landgraf et.al., 2002; Silva, 2006).
A columela nasal (ponto médio entre Subnasal e Pronasal) tem grande influência com
relação a alteração do ângulo nasolabial devido ao componente nasal (Sakima, 2000) e quando
ocorrer o aumento de sua espessura, resultará na diminuição deste ângulo (Dainesi et al., 2000).
5. COCLUSÃO

O ângulo nasolabial reflete a projeção do lábio superior perante a base do nariz.


O valor médio do ângulo nasolabial encontrado foi de 105.66º, variando de 73,8 a
114,40º.
O valor do ângulo nasolabial não indica qual das suas variáveis é responsável pela sua
alteração, se é o nariz, lábios ou ambos.
O ângulo nasolabial encontrado nas mulheres é maior do que nos homens.
O crescimento médio do nariz é maior nos homens do que nas mulheres.
O crescimento nasal diminui o ângulo nasolabial devido ao abaixamento e aumento da
columela e ao crescimento para baixo e para frente.
A forma do nariz tem grande influencia sobre o ângulo nasolabial e a estética.
O nariz desempenha grande importância na avaliação do perfil.
A estética facial não depende apenas do tecido duro, está intimamente ligada aos tecidos
tegumentares.
Diante de todas estas alterações se torna imprescindível a avaliação do ângulo nasolabial e
do nariz no planejamento ortodôntico para que o equilíbrio e a beleza facial não sejam
prejudicados.
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