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JOÃO PESSOA / PB
2006
CLAUDIA CRISTINA DE SOUZA COSTA ROZAN
JOÃO PESSOA / PB
2006
ROZAN, Claudia C de Souza Costa
Influência do ângulo Nasolabial e do Nariz na Estética
Facial. João Pessoa, 2006.
99 p. (Monografia)
1. ODONTOLOGIA – ORTODONTIA
I.Título
CLAUDIA CRISTIA DE SOUZA COSTA ROZA
FOLHA DE APROVAÇÃO
João Pessoa,____/_____/________.
Banca Examinadora
Agradeço a Deus, ao meu esposo Eleandro e aos filhos Giovanni e Gabriela por toda a
compreensão a tantas horas dedicadas a minha formação nesta especialização, agradeço a todos
os professores que neste período convivi, especialmente a minha orientadora Maria Helena
Henriques dos Santos. Agradeço ainda aos professores Wanderley F. de Amorim e Walber Alves
Moreira por todo carinho e dedicação.
“A procura da harmonia facial, quer por cirurgia ou ortodontia,
emana simplesmente uma finalidade transcendente, que é a
tentativa de integração da face com o espírito, da emoção com o
racional, visando estabelecer um equilíbrio interno que permita
ao paciente reencontrar-se, para que se sinta em harmonia com
sua própria imagem e com o universo que o cerca”.
Carlos Alberto Gregório Cabrera
RESUMO
The analysis of the nasolabial angle and the nose is of great aesthetic
importance in the face one. The evaluation of the fabric to tegumentar if have
become sovereign in the diagnosis and plan of treatment of the patients having
the variations of the values of the nasolabial angle presented in literature
in the despertado interest to evaluate its real importance and its correlation
with adjacent structures such as superior lip and nose. Its relation with the
face analysis was verified still, evidencing that this angle was presented as
an excellent indicative auxiliary of diagnosis of the jaw, being the average
value of the found nasolabial angle in this study of 105.66º.
1. ITRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ........................................................................................... 16
2.1. ÂGULO ASOLABIAL E SUAS VARIAÇÕES .................................................. 19
2.2. AÁLISE FACIAL E ÂGULO ASOLABIAL ................................................... 24
2.3. ÂGULO ASOLABIAL E ARIZ......................................................................... 31
3. PROPOSIÇÃO .................................................................................................................... 38
4. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 39
5. COCLUSÃO...................................................................................................................... 42
6. REFERÊCIAS .................................................................................................................. 43
1. ITRODUÇÃO
O conceito de beleza tem evoluído a cada década, que por sua vez escolhe diferentes
faces, porém com apenas um ponto em comum, o equilíbrio expressado na simetria dos traços
faciais. Desta forma a Ortodontia começou a considerar os tecidos moles de fundamental
importância para o diagnóstico e planejamento dos casos, usando a cefalometria como recurso
auxiliar relevante, mas não determinante para os seus planejamentos.
Raciocinar buscando a qualidade estética do tratamento direciona os especialistas a realizarem a
Análise Facial. Esta deverá buscar, dentro da individualidade do paciente, características de
étnica, de gênero, de cultura, de características familiares, não assumindo protocolos de
resultados. Verificar as assimetrias faciais também se faz necessário na determinação do
tratamento ortodôntico, onde pequenas assimetrias poderão ser aceitas, uma vez que não causem
prejuízo estético ou funcional ao paciente. Em relação à avaliação do posicionamento da maxila e
mandíbula deverão ser relacionadas as estruturas que as compõe e circundam, e dentre elas, o
ângulo nasolabial. Neste estudo, foi dado ênfase ao ângulo nasolabial verificando como o mesmo
se apresenta como referencial no diagnóstico maxilar, sofrendo alterações devido a projeção
maxilar, a individualizações da forma do nariz, lábios e da sua importância na estética facial.
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Burstone (1967) definiu que o ângulo nasolabial (fig.2) é formado pela intersecção de
uma linha originada no ponto subnasal tangente ao bordo inferior do nariz e uma linha do ponto
Sn ao ponto Ls. Esta foi a primeira referência importante do ângulo nasolabial, e o mesmo autor,
considerou evidente a tendência de abertura deste ângulo a partir da retração dos incisivos
superiores.
Peck e Peck (1970) realizaram um estudo analisando 52 adultos jovens, sendo estes
modelos profissionais, artistas, vencedores de concursos de beleza, ou seja, pessoas que eram
reconhecidas pela sua atratividade facial. Foram realizados cefalogramas e fotos padronizadas
para cada indivíduo. As análises utilizadas foram de Steiner, Dows e Margolis. Os autores
concluíram que a população admira indivíduos com um padrão dentofacial mais cheio e
protrusivo do que os padrões cefalométricos rotineiramente usados proporcionariam. Ainda os
mesmos autores concluíram que a beleza é difícil de ser equacionada, uma vez que nenhum
número ou artifício pode expressar totalmente a complexidade da estética facial.
Legan et al (1980) desenvolveu uma análise dos tecidos moles com o intuito de adicionar
as análises dentoesqueléticas nas análises cefalométricas. Esta análise estava indicada para
pacientes que tinham indicação orto-cirúrgica.
Mc Bride e Bell (1980) utilizaram uma linha de referência vertical que passa pelo ponto
subnasal e perpendicular a uma linha horizontal natural, que possibilita a avaliação da projeção
18
Silva Filho e Ferrari Junior (1998) estabeleceram que na análise facial a maxila, quanto ao
posicionamento antero-posterior, poderá ser avaliada sob dois aspectos importantes, são eles: a
avaliação da projeção zigomática e a avaliação do ângulo nasolabial. A projeção zigomática tem
papel fundamental na expressão de harmonia facial. A deficiência da projeção zigomática indica
a discrepância sagital da maxila, pois são equivalentes de crescimento. O ângulo nasolabial
reflete a projeção do lábio superior perante a base do nariz. Os autores relataram que o ângulo
nasolabial é usado como indicador auxiliar no diagnóstico da maxila.
Segundo Abdo et al (2000) o ângulo nasolabial é conhecido como o “centro estético da
face” e possui grande influência no perfil. Esse ângulo pode ser alterado com movimentações
ortodônticas ou cirúrgicas, através de alterações antero-posterior da maxila, da inclinação do
palato, da espessura do tecido tegumentar, do lábio superior, dos dentes superiores anteriores ou
da forma do nariz.
Segundo Boneco C., Jardim L., (2005) selecionar certas proporções faciais como
esteticamente mais desejáveis parece seguir a uma certa linha de continuidade, sobrepondo-se a
conceitos históricos, culturais e étnicos.
Owens et al. (1975) relatam que a relação do nariz e lábio superior e pode ser avaliada,
sendo que valores acima 113º para o ângulo nasolabial indicam retrusão maxilar e abaixo de 95º
protrusão maxilar. Ele ainda relata que ortodontistas e cirurgiões plásticos utilizam valores de 90
a 110º.
Waldman (1982) concluiu em análises cefalométricas de 41 pacientes de Classe II de
Angle que pacientes com inclinação exagerada do palato mostraram maiores alterações do ângulo
nasolabial. Este ângulo aumentou com a verticalização dos incisivos, não correlacionando-o com
a movimentação horizontal de incisivos. A média do ângulo nasolabial no final do tratamento era
de 113º, e o mesmo é o principal ângulo na definição sagital da maxila.
Robison et al (1986) investigaram a relação do padrão esquelético facial e a forma do
nariz. Para este estudo foram utilizadas 123 radiografias cefalométricas laterais, de indivíduos do
20
sexo feminino, com idades de 11 a 20 anos e seis meses de idade. Em 86% da amostragem houve
correlação da forma do nariz do padrão esquelético da face. O grupo I era formado por indivíduos
Classe I esquelético, onde 75% possuíam dorso nasal considerado retilíneo. O grupo II era
formado por indivíduos Classe II esquelética onde 92,5% destes indivíduos possuíam o dorso
nasal convexo. E o grupo III era formado por indivíduos Classe III esquelética que apresentavam
dorso nasal côncavo. O ângulo nasolabial encontrado em cada grupo foi de respectivamente,
109,50º, 116,02º, e de 109,61º.
Fitzgerald et al. (1992) avaliaram o ângulo nasolabial, a inclinação do nariz e lábio
superior. Foram utilizadas telerradiografias laterais de 104 indivíduos de ambos os sexos, sendo
80 homens e 24 mulheres. Todos possuíam má oclusão de Classe I de Angle, com perfil facial
considerado agradável e com idades variando de 22 a 32 anos de idade. Nos homens os valores
encontrados para o ângulo nasolabial foram de 113,5º e com variação de 9,5º. Nas mulheres
ocorreu um discreto aumento encontrando um valor médio 116,1º. Os autores descreveram que o
ângulo nasolabial é formado por uma linha tangente a base do nariz, e a outra ao lábio superior e
que elas não dependem entre si e seu valor regular é dado pela resultante de suas inclinações.
Com isso, quando ocorre alguma variação, a medida do ângulo não informa qual componente é
responsável pela variação, seja este o nariz, ou o lábio ou ambos. Relataram ainda que se o
ângulo nasolabial estiver aberto, deve-se evitar a retração cirúrgica ou ortodonticamente dos
incisivos superiores, o que ocasionaria a maior proeminência do nariz.
Arnett & Bergman (1993) relataram que o tratamento ortodôntico sem planejamento
facial poderá causar desarranjos faciais, relatando que a oclusão e face agradável são
interdependentes, apesar de ser o ângulo nasolabial muito variável, dependendo da raça, da
postura da cabeça, lábios relaxados ou tensos, tipo de crescimento e outros fatores. Os autores
verificaram diferenças no ângulo nasolabial entre o sexo masculino e feminino, sendo mais
obtuso para o sexo feminino, e com o valor entre 85 a 105º. Os autores estudaram a relação da
variabilidade do acompanhamento do lábio à retração, onde fatores como espessura e tônus
também estiveram associados a fatores inerentes ao tratamento e ao crescimento. E ainda
concluíram que o desequilíbrio facial poderia estar associado à inadequação ou redundância
labial causada pelo comprimento labial, problema no tônus ou rigidez labial ou ainda nos tecidos
subjacentes em desequilíbrio.
21
Czarnecki et al. (1993), desenvolveram um estudo para se verificar qual o perfil ideal, em
ambos os sexos. Foram obtidos valores médios do ângulo nasolabial de 105º dos perfis em
telerradiografias laterais.
Morris (1994) através da cefalometria realizou um estudo o crescimento a curto e longo
prazo das estruturas esqueletais e dento-alveolares, e dos tecidos moles da face. Utilizou
telerradiografias de pacientes de 6 a 18 anos de idade. Indicou que o perfil convexo, a posição e a
angulação dos incisivos superiores e inferiores são fatores importantes no equilíbrio estético e no
perfil de tecido mole. O ângulo nasolabial encontrado foi de 113º; com desvio padrão 8,08ºe que
o mesmo pode ser alterado pelo tratamento ortodôntico com retração dos incisivos, fator que irá
torná-lo mais obtuso.
Jacobson & Vlachos (1995) relataram que o valor médio do ângulo nasolabial é de 90 a
110º sendo influenciado pela columela do nariz e a posição do lábio superior.
McNamara e Brudon (1995) realizaram um estudo avaliando o tegumento da face através
de avaliação clínica e cefalométrica. Indicaram o uso do ângulo nasolabial, em média 82º com
variação de 8º; e a inclinação do lábio superior em relação à linha perpendicular ao plano de
Frankfurt que passa pelo ponto Násio, em média 14º com variação de 8º. Através da análise dos
tecidos duros para avaliar a posição antero-posterior da maxila recomendaram a medida entre o
ponto A e a linha perpendicular ao plano de Frankfurt.
Margolis (1997) fez um estudo facial dos pacientes direcionando a simetria, a proporção e
o equilíbrio facial, através de análise facial, com visão frontal e de perfil. O ângulo nasolabial
teve grande ênfase sendo o valor médio obtido de 100º. No movimento de retração dos incisivos
superiores, este ângulo se torna mais obtuso. Na projeção sagital maxilar podemos avaliar o
ângulo nasolabial, que reflete a projeção do lábio superior à base do nariz.
Bergman (1999) estudou as características do tecido mole relacionando com uma oclusão
equilibrada e com a harmonia facial. O mesmo estudou o ângulo nasolabial e considerou que este
ângulo é afetado por movimentações ortodônticas e cirúrgicas e que um valor cosmeticamente
agradável é de 102º com variação de 8º. O aumento do ângulo nasolabial pode ser causado por
modificações cirúrgicas do nariz ou retrocesso do lábio superior. Um ângulo nasolabial muito
agudo indica retração dos incisivos superiores ou da maxila, e um ângulo nasolabial mais obtuso
indica vestibularização de incisivos superiores e avanço da maxila. Neste estudo ainda foi
concluído que o ângulo nasolabial fica relativamente constante entre as idades de 7 a 17 anos
22
tendo variação média para o sexo masculino de 113,7 a 109,8º, e para o sexo feminino uma
variação média de 111,4º a 108,3º. O autor concluiu ainda que a harmonia facial não esta
diretamente relacionada a uma boa oclusão.
Shinozaki (2000) relata que para um perfil facial agradável o ângulo nasolabial deve estar
entre 100 a 110º, e enfatiza a importância da movimentação dos incisivos no resultado deste
ângulo. Com relação a influência nasal sobre o ângulo nasolabial verificamos que sua variação
ocorre devido ao abaixamento do componente nasal, pelo crescimento para baixo e para frente.
Segundo Silva Filho et al. (2004) a estimativa da tensão labial é um fator importante a ser
considerado no plano de tratamento ortodôntico para o ângulo nasolabial ser alcançado em
valores cosmeticamente aceitáveis. O mesmo autor relata que lábios tensos podem se mover mais
posteriormente acompanhando o movimento dentário e do osso basal e menos no sentido
anterior. Já os lábios flácidos podem se mover menos com o movimento dentário posterior e do
osso basal e menos com o movimento anterior. O mesmo autor descreve que com relação a
espessura labial anterior: lábios finos (6 a 10mm) podem se mover mais com o movimento de
extração dentária do que os lábios grossos. Segundo Silva Filho, todos os procedimentos devem
colocar este ângulo numa variação de 85 a 105º e que no sexo feminino, este ângulo tende a ser
mais obtuso. Ainda com relação ao ângulo nasolabial, os valores encontrados nas meninas são
maiores do que nos meninos e que com o passar dos anos ele diminui mais nas mulheres do que
nos homens.
Abaixo estão descritos todos os valores do ângulo nasolabial encontrados nesta revisão:
• Burstone (1967) encontou o ANL em média de 73,8º, com variação de 60 a 90º.
• Scheideman (1980) obteve 110º para o ANL, variando de 90 a 110º.
• Waldman (1982) indicou um ANL de 113º no final de um tratamento ortodôntico.
• Owen (1984) encontrou ANL entre 95 a 113º.
• Robison et al. (1986) relataram que o ANL encontrado foi de 109 a 116º.
• Nadkarni (1986) obteve valores de 95º a 103º, e com valor médio de 102º.
• Silva Filho et al. (1990) encontraram o ANL de 104 com variação de 11,5º.
• Genecov et al. (1990) obtiveram o ANL de 108º com variação de 11,42º.
• Fitzgerald et al. (1992) descreveram o ANL em 114º com variação de 10º.
• Arnett & Bergman (1993) obtiveram o ANL de 85º a 105º.
• Czarnecki et al. (1993) encontraram o ANL com valor médio de 105º.
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• Morris (1994) relatou que o ANL médio encontrado foi de 113,52º com desvio
padrão de 8,08º.
• Jacobson & Vlachos (1995) encontraram ANL com variação de 90 a 110º
• Suguino et al (1996) obtiveram uma variação de 85 a 110º para o ANL.
• Margolis (1997) obteve valor médio de 100º para o ANL.
• Silva Filho et al (1998) descreveram o ANL de 104, com desvio padrão de 12º.
• Nguyen e Turley (1998) indicaram com valor ideal de 128º, com variação de 11º.
• Bergman (1999) indicou que um ANL cosmeticamente agradável é de 102º com
variação de 8º.
• Dainesi et al. (2000) obtiveram para o ANL medidas de 110,17 com variação de
12,55º aos 6 anos de idade e 105,75 variando em 12,42º aos 18 anos de idade.
• Abdo et al. (2000) concluíram que o ANL pode variar de 106,25 com variação de
11,06º no inicio do tratamento ortodôntico a 111,03 com variação de 11,50º na finalização do
tratamento.
• Shinozaki (2000) concluiu que o ANL variou de 100 a 110º para um agradável
perfil.
• Brandão et al. (2001) encontraram o ANL em média de 97,9º variando 9,8º.
• Moraes et al. (2001) obtiveram valores de 116,77º e 113,81º para pacientes no
final do tratamento ortodôntico, sendo estes para pacientes com e sem extração respectivamente.
• Landgraf et al. (2002) indicaram os valores de 104º (90 – 112º) para o ANL.
• Salgado (2003) relatou um ANL constante nas idades de 7 a 17 anos e com
variação de 113º a 109,8º para o sexo masculino e de 111,4º a 108,3º para o sexo feminino.
• Siqueira (2003) encontrou ANL entre 110,13º a 114,40º.
• Kuramac et al (2005) obtiveram o ANL em 106, com variação de 13,78º.
24
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
-
Burstone
Scheideman
Owen
Waldman
Robison
Nadkarni
Minima Variação
Czarnecki
Genecov et al
Morris
Jacobson & Vlachos
Suguino et al
Margolis
Abdo et al
Shinozaki
Brandão et al
Silva Filho et al
Moraes et al
Landgraf et al
Salgado
Fitzgerald et al
Siqueira
Kuramac et al
Silva Filho et al
Autores
Segundo Langlade (1993) o crescimento do perfil ocorre nas meninas em média 2 anos
antes dos meninos. Neste ocorrem mudanças ao nível da convexidade do perfil, do nariz, dos
lábios e da espessura dos tecidos moles. Ao nascer, a criança apresenta uma grande convexidade
do perfil, que vai diminuindo entre os 6 meses aos 3 anos de idade. Entre os 4 e 8 anos de idade,
as alterações são relativamente significantes, aumentando até a adolescência (fig.4).
Figura 4 - Mudança do perfil durante o crescimento normal entre 8 e 18 anos de idade. Fonte: Langlade, 1993.
Segundo Nanda (1993) a sociedade na maior parte das vezes faz avaliações dos
indivíduos pelo aspecto frontal, contudo o ortodontista deveria se ater aos anseios do paciente,
considerando o ponto de vista estético frontal e de perfil, e quais as possibilidades reais a serem
alcançadas pelo tratamento ortodôntico. Cabe ao profissional reconhecer as particularidades
pertinentes ao indivíduo examinado, influência étnica, familiar, gênero, cultural. Assim,
considerar e ponderar a ansiedade do paciente dentro de limites ortodônticos aceitáveis,
relacionando sua idade, estágio de crescimento, e como sua face irá envelhecer será importante
29
para o prognóstico do tratamento; lembrando ainda que o paciente poderá estar fora das normas
médias, sem por isso apresentar um perfil patológico.
a linha vertical verdadeira, passando pelo ponto subnasal e perpendicular a posição horizontal
natural da cabeça, sendo que esta deveria estar a frente deste ponto quando houvesse retrusão
maxilar. Através deste estudo conclui-se que algumas medidas não há diferenças entre os homens
e as mulheres, como por exemplo, as médias dento-esqueléticas. Já com relação às espessuras
tegumentares, os homens obtiveram medidas superiores a das mulheres, assim como a projeção
nasal (16 mm para as mulheres e 17,4 mm para os homens, com variação média de 1,4 mm). As
mulheres apresentaram maior protrusão labial, maior exposição dos incisivos superiores, maior
espaço interlabial e maior projeção do pogônio. Assim os autores sugeriram que fossem
utilizados padrões separados para homens e mulheres em vista das diferenças encontradas entre
os gêneros.
Segundo Carreiro et al. (2001) em pacientes com oclusão normal não houve variação
significante do ângulo nasolabial entre os padrões meso, dólico e braquifaciais. Não há dados
disponíveis aos pacientes com Classe II, 1ª. Divisão, sendo estes, um dos maiores grupos que
buscam tratamento ortodôntico.
Segundo Sant’Ana (2003) a análise facial é o conjunto de mensurações e observações
frontais e laterais em porções moles da face, tais como comprimento da base alar nasal, espessura
dos lábios superior e inferior, suporte da ponta do nariz, contorno do zigomático, contato
interlabial, inclinação do plano maxilar, relacionamento entre as linhas médias da face e
dentárias, posicionamento do mento e exposição dos incisivos centrais superiores com o lábio em
repouso e durante o sorriso. Na análise facial pode ainda ser investigado o posicionamento
antero-posterior da maxila, o posicionamento vertical da maxila e o posicionamento da
mandíbula. Na Análise Facial de Perfil devemos verificar a proporcionalidade entre as estruturas
faciais, buscando a interrelação destas estruturas, produzindo um perfil harmonioso.
Segundo Arnett, McLauglin (2003) no exame clínico do perfil da área maxilar existem
quatro áreas de tecido mole da maxila a serem examinadas são elas: base nasal, proeminência do
lábio superior, suporte do lábio superior, projeção nasal e a ponta do nariz.
• A base nasal pode ser descrita como côncava, achatada, mole ou convexa.
A forma normal é a convexa sendo uma linha curvada anteriormente e, atrás da base alar
do nariz. Nela nos temos o ponto da base nasal, que é aquele da maior profundidade
adjacente a base alar do nariz.
31
O nariz desempenha grande importância por estar localizado no centro da face, por
determinar o perfil geral em razão do seu crescimento mais tardio do que os outros tecidos
tegumentares e ainda por representar aspectos de personalidade e de beleza.
Como castigo, na antiguidade, amputava-se o nariz dos inimigos de guerra e também nos
casos de infidelidade conjugal.
32
em meninas até os 16 anos, enquanto nos meninos o crescimento ocorre além dos 18 anos. Assim
os autores consideram que o impacto causado pelo crescimento nasal deve ser considerado no
planejamento ortodôntico.
Genecov et al. (1990) relataram que o ângulo nasolabial mostrou tendência para diminuir
de 3 a 4º no dois sexos, sem diferença estatística entre a amostra de crianças de 7, 12 e 17 anos
numa amostra de 32 indivíduos de Classe I e 32 de Classe II de Angle não tratados
ortodonticamente. Observaram ainda o crescimento antero-posterior da face e consequentemente
o crescimento anterior da projeção nasal em ambos os sexos. Com relação ao crescimento de
estruturas como o nariz, lábios e mento, as mesmas permaneciam constantes em ambos os
gêneros, independentemente do tecido ósseo subjacente. Porém, grande parte do crescimento dos
tecidos tegumentares ocorre no sexo feminino até os 12 anos, enquanto no sexo masculino, o
crescimento foi observado até os 17 anos.
Buschang et al. (1992) estudaram o crescimento horizontal anual da face em indivíduos
de 6, 10 e 14 anos. No ponto Pronasal (situado no ponto mais anterior do contorno nasal) foi
encontrado um crescimento de 1,54 mm na infância e de 1,89 mm durante a adolescência. No
ponto Subnasal (situado sobre a espinha nasal anterior e inferiormente à abertura piriforme) o
crescimento foi de 1,25 mm na infância e de 1,23 mm na adolescência. Já a Espinha Nasal
Anterior, para cada 1 mm de crescimento anual na infância, era acrescido 6 mm por ano nos dois
pontos descritos acima. E na adolescência, a proporção de crescimento foi de 1 mm/ano na
espinha nasal anterior para 1,1 mm ano no ponto Pronasal e de 1,2 mm no ponto Subnasal.
.
que o perfil do paciente poderá ser modificado pelo crescimento das estruturas do tecido mole do
órgão nasal ou em virtude das resultantes ortopédicas e ortodônticas adjacentes. Assim, um perfil
antiestético no final do tratamento poderá ser o resultado de uma falha em diagnosticar o
potencial de crescimento nasal excessivo.
Figura 7 - Sobreposição dos cefalogramas de uma mulher nas idades de 17 e 58 anos de idade. Fonte: Cabrera, 1997.
obtenção de uma boa harmonia facial e quando não previsto pelo profissional durante o plano de
tratamento, pode haver dificuldade no esclarecimento que o perfil antiestético final não é
decorrente ao tratamento ortodôntico. Ainda o mesmo autor relata que reduções ou obstruções
vias aéreas superiores podem estar relacionadas a deficiências de crescimento da região
nasomaxilar.
3. PROPOSIÇÃO
O ortodontista para obter uma oclusão equilibrada envolve estruturas como o periodonto,
a articulação temporomandibular, a estabilidade e equilíbrio facial. Como um dos objetivos do
tratamento ortodôntico é a obtenção da estética (Herzberg, 1952; Peck e Peck, 1970; McBridel e
Bell, 1980; Czarnick, Nanda e Currier, 1993; Arnett, Gunson, McLauglin,1993; Michelis e
Sather, 1994; Cabrera, 1997; Capelozza, 2004, Silva, 2006) as medidas tomadas no tecido
tegumentar devem ser preferidas. E quando as medidas clássicas cefalométricas são utilizadas,
deve-se atentar as variações inerente ao padrão facial.
A harmonia facial deveria estar diretamente relacionada ao adequado posicionamento dos
dentes e do esqueleto facial. Diversos estudos comprovaram, entretanto, que o tecido mole não
está diretamente relacionado ao tecido duro subjacente, pois não constitui uma cobertura
uniforme variando em espessura, comprimento e tônus postural, segundo Burstone (1958, 1967),
Subtelny (1959), Legan et al.(1980), Skinazi et al (2000). Portanto a Análise Facial deverá ser
soberana e preferida pelo ortodontista uma vez que um indivíduo que possui uma oclusão
equilibrada não necessariamente, apresentará beleza e harmonia do perfil, segundo Holdway
(1957), Burstone (1958), Mauchamp e Sassouni (1973), Langlade(1993), Arnett e Bergman
(1993), Arnett, Gunson, McLauglin (1993), Merrifield (1996), Bergman (1999), Capelozza
(2004), Silva (2006).
O ângulo nasolabial tende a aumentar durante o tratamento da má oclusão de Classe II de
Angle. Quando realizamos a retrusão dos incisivos as estruturas do tecido mole são alteradas, fato
que deve ser avaliado, uma vez que ocorre o achatamento do lábio superior. Caso esta retração
alterar os valores do ângulo nasolabial para valores não estéticos, indica-se evitar extrações e
retrações. Para cada 1mm de retração dos incisivos superiores, haverá um aumento médio de
40
1,63º do ângulo nasolabial (Silva Filho, Capelozza Filho e Ferrari Junior, 1998). Com um ângulo
nasolabial maior do que 105º retração cirúrgica ou ortodôntica dos incisivos deverá ser evitada no
plano de tratamento, segundo Elias (1980), Czarnick (1993), Morris(1994), Morris (1994),
Margolis (1997), Silva Filho (2004).
A projeção do lábio superior está correlacionada com o ângulo nasolabial e ângulo do
lábio superior. Estes refletem a espessura do lábio superior e a posição dos incisivos superiores.
Embora não se tenha medido o grau de retração de incisivos superiores, fica evidente que o
ângulo nasolabial se torna mais obtuso com o tratamento ortodôntico e ainda um maior aumento
deste ângulo para casos tratados com extração do que aqueles sem extração (Burstone, 1967;
Elias, 1980; Waldman, 1982; Arnett & Bergman, 1993; Morris, 1994; Margolis, 1997; Bergman,
1999; Shinozaki, 2000; Abdo et al, 2000; Moraes, 2001; Basciftci et al, 2003, Silva Filho et al,
1998, 2004). Com relação ao aumento da espessura do lábio superior, o gênero masculino
apresenta maior espessura do que o gênero feminino (Genecov et.al., 1990; Silva, 2006). Nas
mulheres ocorre um maior acompanhamento e redução da espessura do lábio superior nos casos
de retração dos incisivos (Fachin, 1986), e também referentes ao crescimento, segundo Burstone
(1967). Contudo, lábios tensos acompanham mais a retração dentária do que lábios flácidos
(Arnett e Bergman, 1993; Silva Filho et al., 2004). Já lábios finos acompanham mais o
movimento de retração do que os mais grossos (Silva Filho et al, 2004). Com o passar dos anos
comprimento do lábio superior se torna mais longo no sexo masculino do que no feminino
(Burstone, 1958, Langlade, 1993; Formby et al, 1994; Bishara et al, 1998; Silva, 2006). E a
tendência do ângulo nasolabial é de diminuir com a idade quando o crescimento do nariz, mento
e lábio se expressam mais intensamente (Langlade, 1999; Sakima, 2001; Silva, 2006). Outra
tendência encontrada é das mulheres apresentarem um ângulo nasolabial maior quando
comparado com o sexo masculino (Fitzgerald, 1992; Arnett & Bergman, 1993, Magnani, 2001).
Evidencia-se uma relação entre o perfil tegumentar e as estruturas dentoesqueléticas
subjacentes, principalmente em relação a retração dos incisivos superiores e de seu efeito sobre a
abertura do ângulo nasolabial (Burstone, 1958; Waldman, 1982; Arnett e Bergman, 1993;
Margolis, 1997; Silva Filho et al , 2004; Silva, 2006).
Com relação ao crescimento nasal, uma das maiores dificuldades durante o tratamento
ortodôntico é prever como e quanto o nariz vai crescer e o quanto este irá distorcer a face
(Subtelny, 1969; Chaconas, 1969; Burke, 1979; Cabrera, 1997, Silva, 2006). O seu
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