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Ministério da Educação

Universidade Federal de Pelotas


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Projeto de Pesquisa – EDITAL Fapergs/Capes 12/2013


PROGRAMA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO NO RS

TÍTULO
DIFERENÇAS CULTURAIS E DESENHO URBANO: experiência de
transferenciabilidade de princípios entre as cidades de Pelotas e Oxford.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Coordenador: Eduardo Rocha
e-mail: amigodudu@yahoo.com.br
Área de Conhecimento 1: Ciências Sociais Aplicadas » Arquitetura e
Urbanismo » Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo » Teoria do
Urbanismo
Área de Conhecimento 2: Ciências Sociais Aplicadas » Planejamento Urbano
e Regional » Fundamentos do Planejamento Urbano e Regional » Teoria da
Urbanização
Área de Conhecimento 3: Ciências Sociais Aplicadas » Arquitetura e
Urbanismo » Projeto de Arquitetura e Urbanismo » Planejamento e Projeto
do Espaço Urbano

Grupo de Pesquisa/CNPq: Grupo de Estudos de Urbanismo


Contemporâneo (http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?
grupo=0045604HRY8JTO)

Instituição Executora: UFPel - Universidade Federal de Pelotas

Unidade Executora: [Rio Grande do Sul/RS] Faculdade de Arquitetura e


Urbanismo

Início Previsto: 01/04/2014

Duração: 12 meses
RESUMO DA PROPOSTA
A investigação é dedicada a mapear a aplicação de princípios de desenho urbano nas
regiões centrais das cidades de Pelotas (Brasil) e Oxford (Inglaterra). Esses princípios
são vividos no dia a dia pelos usuários das cidades, cada uma culturalmente diversa e
semelhante da outra em suas diferentes especificidades. A partir das obras
Responsive Environments (1985) de Ian Bentley et al. e Cities for People (2010) de
Jan Gehl (entre outras citadas na bibliografia), iremos experimentar os espaços
públicos das cidades para testar os princípios de: [1] encorajar a sustentabilidade
(flexibilidade, elasticidade), [2] trabalhar com características do lugar (identidade,
distintividade), [3] promover conexão e acesso (permeabilidade), [4] criar o fator bem
estar (vitalidade), [5] promover diversidade (variedade) e [6] promover fácil
entendimento do lugar (legibilidade), para tentar descobrir “do que é feito um bom
lugar?”, “quais as diferenças de desenho urbano entre esses lugares?” e; “se esses
princípios são transferíveis de uma cultura para outra?”. A pesquisa volta-se para as
áreas centrais das cidades, lugares onde o desenho urbano é vivido e sentido no dia a
dia por um grande número de usuários. A metodologia está dividida em três fases:
territorialização, desterritorialização e reterritorialização. Na etapa de
territorialização está previsto o reconhecimento dos lugares centrais das cidades e os
princípios de desenho urbano pelos pesquisadores e usuários das cidades, a partir da
produção de fotografias, vídeos, recursos infográficos e pesquisas documentais. A
etapa da desterritorialização pretende dar aos pesquisadores a oportunidade de
experimentar o desenho urbano do outro lugar, ou seja, experimentar em Oxford
(Inglaterra) os princípios de desenho urbano encontrados em Pelotas (Brasil) e vice-
versa, para tanto serão produzidos fotografias, vídeos e material infográfico, a partir de
uma intervenção no desenho urbano do outro pelo outro. A última etapa da pesquisa,
chamada aqui de reterritorialização, pretende dar sentido a novos vínculos e princípios
de desenho urbano, assim como encontrar os existentes já perdidos. Todas as etapas
serão também compostas por teleconferências e divulgação dos resultados em tempo
real por meio de website. Como resultado serão produzidos fotografias, vídeos,
desenhos, simulações (cenários de futuro: otimistas/pessimistas, temporais,
situacionais, etc.) e cruzamento de princípios de desenho urbano. As principais
contribuições esperadas são: avanços na área de desenho urbano de centros de
cidades; a produção local de metodologia e tecnologia, produção de conhecimento
sobre desenho urbano e interculturalidade. Por fim, é preciso ressaltar o intercâmbio
proposto nesse projeto entre o Joint Centre for Urban Design (JCUD/Oxford Brookes
University) referência internacional em metodologias de desenho urbano e o
Laboratório de Urbanismo da FAUrb/UFPel.

PALAVRAS-CHAVE
desenho urbano, planejamento urbano, contemporaneidade.

SÍNTESE DO PROJETO
Estudo da aplicação de princípios e soluções de desenho urbano nas cidades de
Pelotas (Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo -
PROGRAU/FAUrb/UFPel - Brasil) e Oxford (Joint Centre for Urban Design -
JCUD/Oxford Brookes University - Inglaterra), a partir de experimentos coletivos,
audiovisuais e infográficos. Detecção de diferenças culturais – interculturais – no uso
de espaços públicos das áreas centrais das cidades e sua relação com o desenho
urbano vigente a partir de movimentos territoriais contínuos.

INTRODUÇÃO
Depois do término da pesquisa: “Arquiteturas do Abandono – ou uma cartografia nas
fronteiras da arquitetura, da filosofia e da arte” – desenvolvida com bolsa CAPES,
junto ao Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura (PROPAR), da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), (2007-2010) – tornou-se
emergente o seguimento da metodologia de pesquisa da cartografia urbana e sua
relação direta com as estratégias de desenho urbano. Ampliando os casos estudados
para outras cidades brasileiras e do exterior, observando-se suas diferenças
econômicas, sociais e culturais; e todas as emergências advindas dos processos
globalizantes contemporâneos.
Contamos com a participação e acompanhamento de outros grupos de pesquisa no
Brasil e exterior, dos quais destacamos: o Grupo GPA – Gris Público Americano,
FADU (Faculdad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo), em Buenos Aires (Argentina),
que vem pesquisando na área, realizando workshops por diversas cidades latino-
americanas; e o Grupo Galpões de Reciclagem, coordenado pelo professor Fernando
Freitas Fuão, junto ao PROPAR/UFRGS, formado por pesquisadores (mestrandos e
doutorandos) que na última década tem se dedicado à pesquisa das relações entre a
cidade e a contemporaneidade, realizando diversos eventos nacionais e internacionais
e inúmeras publicações.
A origem dessa proposta se deu em abril/2012, durante o “I Encontro de Desenho
Urbano: Viva o território! Pensar o centro da cidade de Pelotas”, quando o
LabUrb/FAUrb/UFPel recebeu a professora Laura Azevedo (JCUD, Oxford Brookes
University), para uma série de oficinas denominadas Urban Design Experience
(http://www.urbandesignexperience.com/ude/Welcome.html). O objetivo era a
realização e o registro de vivências em espaços urbanos, relacionando a qualidade
ambiental com o desenho urbano a partir da produção de vídeos, a fim de produzir e
compartilhar conhecimentos sobre a cidade e o seu desenho urbano.
É importante destacar que o Laboratório de Urbanismo (LabUrb), da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo (FAUrb), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); da
qual fazem parte os pesquisadores dessa proposta de pesquisa e outros
colaboradores; vem se destacando em atividades e pesquisa no campo do ensino,
pesquisa e extensão, tais como:
a) atividades de ensino: disciplinas de “Planejamento Urbano” (Graduação), “Projeto
de Arquitetura e Urbanismo” (Graduação), “Cidade e Contemporaneidade” (Pós-
Graduação) e “Oficina de Modelagem Urbana” (Pós-graduação);
b) atividades de pesquisa: projeto “Simulação de crescimento urbano como
instrumento para o planejamento urbano e regional” (em andamento), “O Lugar do
Para-formal” (em andamento); demais atividades da Linha de Pesquisa em
“Arquitetura, Patrimônio e Sistemas Urbanos”, do Curso de Mestrado
PROGRAU/FAUrb;
c) atividades de extensão: projetos "Planejamento Urbano em São Lourenço do Sul",
Planejamento Urbano em Santa Vitória do Palmar" e “Planejamento Urbano em Arroio
Grande” (concluídos) e “Desenvolvimento Urbano em Jaguarão: ampliando as
fronteiras do saber” (em andamento).
Paralelamente, este projeto “DIFERENÇAS CULTURAIS E DESENHO URBANO”,
vem fortalecer a parceria entre as universidades e centros de pesquisa:
UFPel/PROGRAU (Pelotas) e Oxford Brookes University/JCUD (Inglaterra), reforçando
os trabalhos desenvolvidos por seus respectivos grupos de pesquisa e permitindo a
produção do conhecimento de modo colaborativo.

OBJETIVO GERAL
O objetivo geral da proposta é compreender e sistematizar os princípios de desenho
urbano experimentados nas cidades de Pelotas (Brasil) e Oxford (Inglaterra).
As metas a serem alcançadas são criar e enunciar princípios de desenho urbano
específicos para as cidades latino-americanas, baseados nos princípios europeus e
reconhecidos em bibliografias, relacionando-os às necessidades e possibilidades de
aplicação na cidade de Pelotas/RS. Organizar uma publicação com o material
sistematizado da pesquisa. Metodologizar as etapas de desenvolvimento da
pesquisa, para serem utilizadas em projetos futuros.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos do trabalho são: analisar diferentes princípios de desenho
urbano, ponderados a partir das obras Responsive Environments (1985) de Ian
Bentley1 et al. e Cities for People (2010) de Jan Gehl2 (entre outras citadas na
bibliografia), que são: [1] encorajar sustentabilidade (flexibilidade, elasticidade), [2]
trabalhar com características do lugar (identidade, distintividade), [3] promover
conexão e acesso (permeabilidade), [4] criar o fator bem estar (vitalidade), [5]
promover diversidade (variedade) e [6] promover fácil entendimento do lugar
(legibilidade); confeccionar plataformas interativas (através de website), que
suportem as fotografias (aprimorando a utilização da fotografia expandida como
ferramenta de análise da paisagem urbana), vídeos e mapas produzidos pelas
experiências realizadas no centro das cidades; elaborar e publicar um livro com o
material sistematizado pela pesquisa; perceber os usos dos espaços públicos como
um dos aspectos fundamentais para a sustentabilidade urbana; assim como estimular
a experiência corporal na cidade a partir de eventos que estimulem o pensar-cidade;
conhecer por meio da relação direta com o desenho urbano vivido nas cidades, seu
potencial cultural (intercultural) e pedagógico, entendendo mesmo que a cidade, como
poder ser, ensina; além de promover a integração entre centros de pesquisa que
estudam a cidade e a contemporaneidade, fortalecendo os estudos já realizados e
fomentando novas pesquisas na área para a qualidade do espaço urbano. Por fim,
avançar nas pesquisas individuais dos (mestrandos, doutorandos e pesquisadores)
envolvidos nesse projeto de internacionalização e a consolidação do conhecimento.

1
Ian Bentley é membro do emérito do Joint Centre for Urban Design/Oxford Brookes University.
2
Jan Gehl (nascido em 17 de setembro de 1936) é um arquiteto dinamarquês e consultor de design
urbano baseado em Copenhague, e cuja carreira tem se centrado na melhoria da qualidade de vida
urbana, reorientando o design da cidade para o pedestre e o ciclista. É sócio fundador do Architects Gehl.
RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se, através desse projeto, alcançar os objetivos gerais e específicos: criar e
enunciar princípios de desenho urbano específicos para as cidades latino-americanas,
baseados nos princípios europeus e reconhecidos em bibliografias; elaborar e publicar
um livro com o material sistematizado da pesquisa; metodologizar as etapas de
desenvolvimento da pesquisa, para ser utilizada em projetos futuros.
Além de, obter avanços na área de projeto de desenho urbano: com os resultados
obtidos nessa pesquisa será possível aproximar e levar em consideração nas
pesquisas tradicionais do campo do desenho urbano, as diferenças/igualdades
culturais e interculturais. Produção de metodologia e tecnologia local: que será
sistematizada durante o processo de pesquisa uma ação metodológica “nova”, que
aliada a outras que já fazem parte do repertório dos estudos; de desenho urbano e
planejamento urbano e regional; possibilitará sua reprodução por órgãos públicos e
outros centros de pesquisa, além de conjuntamente desenvolver “novos” recursos
infográficos/videográficos para a mesma. Produção de conhecimento sobre
metodologia de cartografia urbana: sistematização de metodologia emergente na
contemporaneidade, dando visibilidade a sensibilidades que afloram na cidade, a partir
de interdisciplinaridades.
Também são resultados esperados desse projeto, o fortalecimento do intercâmbio
entre PROGRAU (Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo -
PROGRAU/FAUrb/UFPel – Brasil) e Joint Centre for Urban Design (JCUD/Oxford
Brookes University – Inglaterra) e a consolidação do convênio entre UFPel e Oxford
Brookes University (Inglaterra) que se encontra nas últimas instâncias do processo de
aprovação (Anexo: Acordo.Brookes-UFPel). A linha de pesquisa Sistemas
Configuracionais Urbanos avançará nos estudos sobre a cidade contemporânea,
especialmente no que diz respeito ao desenho urbano de espaços públicos localizados
em áreas centrais das cidades. Espera-se também, um avanço nas pesquisas
individuais dos envolvidos (mestrandos, doutorandos e pesquisadores) nesse projeto
de internacionalização e a consolidação do conhecimento obtido, que poderá ser
compartilhado com a comunidade acadêmica em geral.

METODOLOGIA
A pesquisa vai acontecer simultaneamente em dois lócus, as cidades de
Pelotas3/RS/Brasil (Fig. 1) e em Oxford4/UK/Inglaterra (Fig.2). Serão alvo do

3
Pelotas é um município brasileiro da região sul do estado do Rio Grande do Sul. Considerado uma das
capitais regionais do Brasil, possui uma população de 327.778 habitantes e é a terceira cidade mais
populosa do estado. Está localizado às margens do Canal São Gonçalo que liga
as Lagoas dos Patos e Mirim, as maiores do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do
Brasil, ocupando uma área de 1.609 km² e com cerca de 92% da população total residindo na zona
urbana do município. Pelotas está localizada a 250 quilômetros de Porto Alegre, a capital do estado. A
cidade teve forte influência da estética portuguesa, com seus edifícios sem recuos e traçado reticulado.
Suas edificações históricas são conhecidas por seu estilo eclético historicista, edificadas em Pelotas entre
as datas de 1870 e 1931, coincidindo com um rico período econômico devido à produção de charque
(SANTOS, 2007).
4 2
Oxford, situada a 50 minutos de Londres, com 45,59km é uma cidade inglesa com origem no século 12,
quando o rei Henrique II resolveu trazer de volta à pátria os jovens britânicos que estudavam em Paris.
Hoje, Oxford tem aproximadamente 115.000 habitantes e tornou-se sinônimo de universidade. Possui
diversos edifícios de arquitetura medieval e gótica. Caminhar por suas ruas é quase uma volta aos
séculos XVIII e XIX. Em Oxford encontra-se o Joint Centre for Urban Design da Oxford Brookes
experimento as áreas centrais das cidades e seus desenhos urbanos vividos e
experimentados pelos usuários e pesquisadores de ambos os países participantes. A
escolha dessas duas cidades se deu em função de serem cidades de porte médio,
por sediarem os núcleos de pesquisas envolvidos e, principalmente, porque há uma
emergência na necessidade de estudos sobre cidades de pequeno e médio porte.
A metodologia está pautada pelos princípios dos experimentos coletivos e das
cartografias urbanas5, com a estratégia de ação dividida em 3 etapas: territorialização,
desterritorialização e reterritorialização (GUATTARI, 1993; HAESBAERT, 2006). Esses
conceitos (territorialização, desterritorialização e reterritorialização) serão abordados e
experimentados através das atividades propostas no projeto (oficinas, palestras, mesa
redonda, seminário e exposições).
1ª etapa - Territorialização: etapa que prevê o reconhecimento dos lugares centrais
das cidades (delimitação de áreas e trajetos) e os princípios de desenho urbano pelos
usuários e pesquisadores locais, tudo a partir da produção de vídeos6, recursos
infográficos, levantamento fotográfico e pesquisas documentais. Também será
realizada ampla revisão bibliográfica e confecção de instrumentos de coleta e
organização de dados.

(1) (2)

Figura 1: imagem aérea da cidade de Pelotas (Brasil)/Figura 2: imagem aérea da cidade de Oxford
(Inglaterra). Fonte: Google Earth, 2012.

2ª etapa - Desterritorialização: etapa intermediaria de troca de experiências entre os


grupos de pesquisa brasileiro e inglês, que pretende dar aos pesquisadores a
oportunidade de experimentar o desenho urbano do outro, ou seja, os princípios de
desenho urbano encontrados em Pelotas (Brasil) em Oxford (Inglaterra) e vice-versa,
para tanto serão produzidos vídeos, fotografias e material infográfico, a partir de uma
intervenção no desenho urbano do outro pelo outro.
3ª etapa - Reterritorialização: A última etapa da pesquisa chamada aqui de
reterritorialização pretende dar sentido a novos vínculos e princípios de desenho
urbano, assim como encontrar os existentes já perdidos.

University, criado em 1972, para promover uma melhor concepção de espaço urbano, tratando o desenho
urbano como uma atividade de natureza interdisciplinar.
5
As Cartografias Urbanas têm origem e se referem às seguintes “linhas de pensamento: a filosofia da
diferença e o pós-estruturalismo, em especial proposto por Gilles Deleuze, Félix Guattari, Michel Foucault,
Jacques Derrida e Michel de Certau; as análises situacionistas propostas por Guy Debord e os
Situacionistas; a análise polemológica das práticas proposta por Michel de Certau; os processos levados
a cabo por artistas visuais, imersos no chamado giro etnográfico das artes e diversos campos das artes
visuais, a etnografia e os estudos culturais; e nas ferramentas visuais a partir da fotografia e das imagens
fílmicas”. In: (ROCHA, 2008, pp. 166-167).
6
Ver mais em: OLIVIERI, Silvana. Quando o cinema vira urbanismo: o documentário como ferramenta de
abordagem da cidade. Salvador: UFBA, 2011.
Todas as etapas serão também compostas por teleconferências e divulgação dos
resultados em tempo real por meio de website.

CARACTERIZAÇÃO E RELEVÂNCIA DO TEMA


O espaço público das cidades na contemporaneidade não está definido e limitado
pelos planos urbanísticos. Em muitas ocasiões são os habitantes da cidade que
decidem qual espaço vai ser público e qual não vai ser; qual espaço cumprirá uma
função ou outra.
O desenho urbano é pensado aqui como sendo igual ao projeto do lugar urbano,
uma atividade multidisciplinar voltada para o processo de transformação urbana e os
espaços resultantes desse processo. Deve ser visto mais como um processo do que
como um produto acabado. O desenhista urbano lida diretamente com os diferentes
usuários no cotidiano das cidades, portanto, desenho urbano é a arte de fazer lugares
para as pessoas (GEHL, 2009).
Emerge daí o primeiro bloco de questionamentos a ser enfrentado: “do que é feito
um bom lugar?”, “quais são as suas qualidades e defeitos?”.
Um segundo bloco de questionamentos diz respeito às especificidades culturais
relacionadas ao desenho urbano das cidades de Pelotas (Brasil) e Oxford (Inglaterra).
Ambas cidades possuem acumulações históricas e sociais bastante marcantes, no
que diz respeito à imagem das cidades e no seu desenho urbano. Identidades e
diferenças. Indaga-se: “quais as diferenças/identidades no desenho urbano de
Pelotas (Brasil) e Oxford (Inglaterra)?”.
O último bloco de questionamentos trata de alguns princípios de desenho urbano,
ponderados a partir das obras Responsive Environments (1985) de Bentley et al. e
Cities for People (2010) de Jan Gehl, iremos experimentar os espaços públicos e
centrais dessas duas cidades para testar os princípios de: [1] encorajar
sustentabilidade (flexibilidade, elasticidade), [2] trabalhar com características do lugar
(identidade, distintividade), [3] promover conexão e acesso (permeabilidade), [4] criar o
fator bem estar (vitalidade), [5] promover diversidade (variedade) e [6] promover fácil
entendimento do lugar (legibilidade), para tentar descobrir “se esses princípios são
transferíveis de uma cultura para outra?”.

Desenho urbano para as pessoas


Porque nunca pensamos nos aspectos humanos na hora de criar ou intervir em
nossas cidades? Questiona-se Jan Gehl (2010). A prioridade nos processos de
desenho urbano7 deve ser as pessoas, o movimento delas nas cidades, os lugares
onde elas descansam, se comunicam, trabalham, brincam, conversam, etc.
Desde 1971, quando publicou Life Between Buildings, Gehl, se debruça sobre o
comportamento das pessoas nos espaço públicos, utilizando a Strøget, a primeira rua
de pedestres de Copenhague, como laboratório para mostrar que priorizar as pessoas
é a melhor alternativa para criar boas cidades. A Strøget era uma importante avenida
comercial e o anúncio de seu fechamento para virar um calçadão em 1962 causou
reações negativas. “Não somos italianos”, diziam os jornais para argumentar que o
clima gélido da Dinamarca impossibilitava uma vida ativa nos espaços públicos. “Um
ano depois, todos os comerciantes reconheciam: eles estavam errados”, conta Gehl.
As vendas triplicaram e esse calçadão de quase 1 quilômetro passou a ser ocupado
pelos habitantes da cidade. Estudar o assunto fez com que Gehl criasse uma
metodologia de planejamento que prioriza as pessoas.
Ian Bentley, desde os anos 70, também aponta para as relações sensíveis que
devem ser consideradas nos processo de desenho urbano e desde a publicação de

7
Não podemos deixar de citar outros importantes pesquisadores como: Kevin Lynch, Vicente del Rio,
Gordon Cullen, Carlos Nelson F. dos Santos, entre outros.
Responsive Environments (1985) vem apostando no desenho urbano como
instrumento essencial para a melhoria na qualidade da vida urbana, no bem estar.
Alguns princípios norteadores da proposta do desenho urbano para as pessoas
são:
[1] encorajar a sustentabilidade (flexibilidade, elasticidade, adaptabilidade) – é um
principio de desenho urbano que permeia todos os outros, englobando a
sustentabilidade em suas nuances econômicas, sociais, culturais e ecológicas.
[2] trabalhar com características do lugar (identidade, distintividade): conhecer o
lugar é requisito para criar riqueza e originalidade.
[3] promover conexão e acesso (permeabilidade) – desenho que evita segregação,
misturando e integrando áreas para produzir espaços de boa qualidade.
[4] criar o fator bem estar (vitalidade) – a partir de fachadas ativas e espaços
públicos observados. A vitalidade não diz respeito somente a aspectos visuais, mas
também a outras sensações tais como: segurança, interação de fatores psicológicos,
econômicos, etc.
[5] promover diversidade (variedade) - existência de diversos usos/equipamentos
necessários à população local. Aplicação de usos mistos em edificações, quarteirões e
ruas, assim como variedade de usuários.
[6] promover fácil entendimento do lugar (legibilidade) – os prédios e o tecido
urbano devem ser de fácil compreensão ao usuário e as localizações de atividades
devem estar em posições estratégicas.
Por fim, o desenvolvimento de um instrumental de desenho urbano é de
fundamental importância na elaboração de projetos urbanos contemporâneos e uma
estética urbana atual, preocupando-se com a identidade, a legibilidade e a
orientabilidade no desenho das cidades contemporâneas, marcadas por uma nova
espacialidade e temporalidade.

Interculturalidade
O conceito de interculturalidade, usado para indicar um conjunto de propostas de
convivência democrática entre diferentes culturas, buscando a integração entre elas
sem anular sua diversidade, ao contrário, “fomentando o potencial criativo e vital
resultante das relações entre diferentes agentes e seus respectivos contextos”
(FLEURI, 2005), norteia a troca entre as duas cidades (Pelotas e Oxford) propostas
para análise nesse projeto.
O termo interculturalidade tem origem e vem sendo utilizado com frequência nas
teorias e ações pedagógicas, mas saiu do contexto educacional e ganhou maior
amplitude passando a referir-se também a praticas culturais e políticas públicas.
Este termo diferencia-se de outro bastante usado no estudo da diversidade cultural
que é o da multiculturalidade que indica apenas a coexistência de diversos grupos
culturais na mesma sociedade sem apontar para uma política de convivência (FLEURI,
2005).
A questão da interculturalidade ultrapassou os limites dos países hegemônicos a
partir do final do séc. XX com o crescimento dos processos globalizadores mercantis
operados por instituições transnacionais e a diminuição do poder dos estados-nações.
A criação de um mercado mundial, onde são efetuadas trocas de bens materiais,
mensagens e imigrantes proporcionou um aumento de fluxos e interações e diminuiu
as fronteiras. O desenvolvimento das tecnologias de comunicações e as facilidades de
deslocamento que permitem um aumento dos contatos de pessoas, ideias, bens e
significados provocaram também um maior contato entre as diversas culturas.
Canclini aponta as características ambivalentes do atual panorama cultural
mundial, de um lado o processo de globalização, com tendências de integração
reveladas em práticas mercadológicas e ideologias homogeneizantes, de outro, a
conscientização da fragmentação do planeta em uma miríade de diversidades
culturais.
A globalização, quando definida em termos políticos e econômicos, aponta para
uma submissão da civilização mundial às práticas do mercado com a prevalência do
modelo centro-periferia. Mas, ao considerarmos a cultura como fator subjacente às
práticas econômicas, ou o cultural definido por Canclini8, como o conjunto de
processos através dos quais grupos expressam imaginariamente o social e estruturam
as relações com outros grupos, marcando suas diferenças, verificamos que o
fenômeno da globalização tem o efeito de evidenciar a diversidade cultural do mundo
e apontar para a necessidade de diálogo entre estas diferentes civilizações. Ou seja, a
globalização também pode ser considerada como uma complexa rede de projetos de
sociedade e de diversidade de interesses traduzidos nas disputas das representações
ideológicas, políticas e culturais que estão em curso atualmente (CANCLINI, 2004).
Canclini prefere chamar estes produtos resultantes da interface entre grupos
culturais distintos de hibridação, termo escolhido para “designar as misturas
interculturais propriamente modernas, entre outras, aquelas geradas pelas integrações
dos Estados nacionais, os populismos políticos e as indústrias culturais” (CANCLINI,
2003, p. XXVII). A hibridação seria o termo adequado para traduzir os processos
derivados da interculturalidade, não só as fusões raciais comumente denominadas de
mestiçagem ou o sincretismo religioso, mas também as misturas modernas do
artesanal com o industrial, do culto com o popular e do escrito com o visual, ou seja,
trata-se de um conceito de maior amplitude e atualidade que explicaria melhor os
complexos processos combinatórios contemporâneos “não só as combinações de
elementos étnicos ou religiosos, mas também a de produtos de tecnologia avançadas
e processos sociais modernos ou pós-modernos” (CANCLINI, 2003, p. XXIX).
Nesse sentido, a relevância do tema dessa proposta de internacionalização está
na transferenciabilidade dos princípios de desenho urbano a partir da ideia do cross-
cultural9, na intenção de que esse cruzamento possa criar novas diretrizes de leitura e
qualificação do espaço público e da vida urbana na cidade contemporânea.

IMPACTOS ESPERADOS
Os principais impactos esperados com a realização desse projeto são: a consolidação
e o fortalecimento do convênio (em andamento) entre UFPel e Oxford Brookes
University (Anexo: Acordo.Brookes-UFPel) nos próximos anos; e a descoberta de
como se dá a aplicação dos princípios de desenho urbano criados por teóricos
europeus, há muito tempo estudados pelos urbanistas brasileiros, no Brasil e,
especialmente, em uma cidade de porte médio como Pelotas/RS; trazendo respostas
da Europa para a América Latina. Outro importante impacto esperado é a qualificação
dos projetos de pesquisa que vêm sendo desenvolvidos por acadêmicos do
PROGRAU/FAUrb/UFPel acerca do desenho urbano e da cidade contemporânea,
através do intercâmbio com a pesquisadora visitante estrangeira e demais atividades
propostas nesse projeto.

8
Conceito desenvolvido no livro “Diferente, desiguales y desconectados” (2004) de Nestor Garcia
Canclini.
9
Cross-cultural refere-se aos estudos interculturais, uma tendência comparativa em vários campos da
análise cultural; à comunicação intercultural - campo de estudo que analisa a forma como as pessoas de
diferentes culturas se comunicam; às várias formas de interatividade entre membros de grupos culturais
distintos. (TRIMMER;WARNOCK, 1992).
RISCOS E ATIVIDADES
O principal risco ao bom andamento das atividades propostas nesse projeto diz
respeito às intempéries climáticas (chuva e/ou vento em excesso) que poderão
comprometer as ações previstas para realização em espaços abertos (levantamento
fotográfico, percursos e atividades de observações). No entanto, a duração prevista
para as missões e a época do ano em que estas serão realizadas minimizam tais
riscos, ou seja, o período proposto para as missões permite que as atividades sejam
adiadas ou antecipadas para dias com clima adequado. Outro risco diz respeito à
possível dificuldade de comunicação entre os participantes do projeto, devido às
diferentes línguas que estarão sendo utilizadas conjuntamente nas atividades
(português e inglês). Para diminuir esse risco e facilitar a comunicação entre os
pesquisadores e os demais participantes do projeto os integrantes da equipe
proponente possuem proficiência em língua inglesa e estão constantemente se
atualizando, contamos também com o auxílio da pesquisadora visitante estrangeira
que possui fluência em ambas as línguas.

JUSTIFICATIVA PARA A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL


Essa cooperação internacional justifica-se principalmente pela aproximação entre o
PROGRAU (Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo -
PROGRAU/FAUrb/UFPel – Brasil) e o Joint Centre for Urban Design (JCUD/Oxford
Brookes University – Inglaterra) visto que ambos possuem núcleos dedicados ao
estudo do desenho urbano da cidade contemporânea. O Joint Centre for Urban Design
(JCUD/Oxford Brookes University – Inglaterra) é uma referência no desenho urbano
internacional. O Centro foi criado em 1972 para promover uma melhor concepção da
esfera pública urbana, e desde o início têm desenvolvido grupos de estudo e cursos
com o objetivo de enfrentar questões relacionadas à produção e à qualidade dos
espaços públicos. O JCUD propõe atividades interdisciplinares reunindo a teoria e a
prática de diversas áreas, incorporadas na sua estrutura de gestão. O principal foco
de abordagem integrativa é a prática, procurando dotar os alunos de conhecimento
para intervir eficazmente na produção de uma esfera pública melhorada, através de
uma prática crítica e reflexiva - sobre as formas atuais de produção do espaço -, e
integrada com a teoria. De maneira semelhante, o PROGRAU possui um núcleo de
pesquisa que se dedica ao estudo da cidade contemporânea, descrevendo e
explorando aspectos de sua configuração e paisagem, relacionando espaço e
sociedade e desenvolvendo a teoria urbana para a produção espacial; estudando a
percepção, a dinâmica urbana, os agentes de produções e suas práticas, a estrutura
intra-urbana, o crescimento urbano, a ecologia de paisagem e o relacionamento das
partes da cidade com o conjunto que integra, além de articular-se em torno de
abordagens multidisciplinares de questões teórico-críticas relacionadas a estéticas
urbanas atuais.
Essa integração tende a fortalecer os dois núcleos de pesquisa, permitindo com que
as áreas de concentração do PROGRAU tenham visibilidade internacional no âmbito
europeu de pesquisa, ensino e extensão, consolidando o conhecimento nessa área a
partir da mobilidade discente e docente e da troca de saberes.
INTERAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DAS PARCERIAS
O Joint Centre for Urban Design da Oxford Brookes University vem desenvolvendo e
atuando mutuamente com o Laboratório de Urbanismo (LabUrb/FAUrb) da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel) na orientação e consultoria em pesquisas de
iniciação científica e pós-graduação, projetos de extensão e atividades de ensino.
Fortalecendo essa parceria, um convênio entre UFPel e Oxford Brookes University
(Inglaterra) se encontra nas últimas instâncias do processo de aprovação (Anexo:
Acordo.Brookes-UFPel). Anteriormente ao acordo aconteceram as seguintes ações
colaborativas:

 1º ENCONTRO DE DESENHO URBANO: VIVA TERRITÓRIO! – pensar o centro


da cidade de Pelotas
Aconteceu entre os dias 15 de março e 11 de abril de 2012, na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, contando com oficinas
presenciais e encontros via Skype com a Profª. Dra. Laura Novo de Azevedo e Prof.
Dr. Tim Jones da Oxford Brookes University. Coordenado pelos Prof. Dr. Eduardo
Rocha e Prof. Dr. Mauricio Couto Polidori do PROGRAU/UFPel. O público foram
acadêmicos de graduação e pós-graduação da UFPel, e participantes de outras
universidades e instituições relacionadas ao planejamento de cidades.

 WORKSHOP URBAN COLLAGE


Aconteceu entre os dias 25 de março e 27 de março de 2013, no Joint Centre for
Urban Design da Oxford Brookes University, contando com oficina e palestra
presencial ministrada pelo Prof. Dr. Eduardo Rocha para um grupo de quinze
acadêmicos de graduação e pós-graduação do Department of Planning. Coordenado
pela Profª. Dra. Laura Novo de Azevedo.

 I CURSO DE DESENHO URBANO – prática projetual e pesquisa na cidade real


O PROGRAU, a UFPel, a Prefeitura Municipal de Pelotas e o Conplad em uma ação
conjunta trouxeram a Pelotas, de 20 a 24 de maio de 2013, o Professor britânico Ian
Bentley. O Professor Bentley durante mais de 4 décadas lecionou na Oxford Brookes
University em Oxford, sendo um dos fundadores do curso de Desenho Urbano naquela
universidade. Hoje é reconhecido como um dos maiores profissionais e pesquisadores
internacionais na área de desenho urbano. A disciplina de desenho urbano passou a
ser reconhecida mundialmente como tal a partir da década de 1980, com a publicação
do livro „Responsible Environment‟ (Ian Bentley), que marcou uma dicotomia entre o
que é urbanismo, planejamento urbano e desenho urbano. O curso foi organizado pela
Profª. Dra. Adriana Portela - PROGRAU/UFPel.

 2º ENCONTRO DE DESENHO URBANO: !VIVA TERRITÓRIO! - conjuntos


habitacionais ao longo das Avenidas Ferreira Vianna e Adolfo Fetter
Aconteceu entre os dias 24 de março a 28 de maio de 2013, na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, contando com oficinas
presenciais e encontros via Skype com a Profª. Dra. Laura Novo de Azevedo e um
grupo de cinco acadêmicos do Department of Planning
Joint Centre for Urban Design da Oxford Brookes University. Coordenado pelos Prof.
Dr. Eduardo Rocha e Prof. Dr. Mauricio Couto Polidori do PROGRAU/UFPel. O público
principal foram acadêmicos de graduação e pós-graduação da UFPel, além de
participantes de outras universidades e instituições relacionadas ao planejamento de
cidades.
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES

Meses

ATIVIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
14 14 14 14 14 14 14 14 14 15 15 15
[01] Revisão da bibliografia
(Pelotas e Oxford)
[02] Reuniões por
Teleconferência (entre Pelotas e
Oxford)
[03] Reuniões de preparação das
missões de trabalho (Pelotas)
[04] Elaboração de website
(Pelotas)
[05] Atualização de website
(Pelotas e Oxford)
[06] Oficina Espiando o Desenho
Urbano (Pelotas e Oxford)
[07] Oficina de Fotografia
Expandida (Pelotas e Oxford)
[08] Mesa Redonda (Oxford)

[09] Palestra com pesquisador


visitante estrangeiro (Pelotas)
[10] Orientações individuais com
visitante estrangeiro (Pelotas)
[11] Sistematização dos dados e
avaliação parcial (Pelotas)
[12] Exposições Fotográficas
(Pelotas e Oxford)
[13] Seminário de
Reterritorialização (Pelotas)
[14] Avaliação final, elaboração
do relatório final e da publicação -
livro (Pelotas)
[15] Divulgação dos resultados
finais e publicação de livro
(Pelotas/Oxford)

Obs.: as atividades e cronograma estão sujeitos a alterações em função dos


calendários do PROGRAU (Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo)
e JCUD (Joint Centre for Urban Design).

PLANO DE ATIVIDADES DOS CANDIDATOS ÀS MISSÕES DE ESTUDO E DE


TRABALHO

1 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA

ABRIL - NOVEMBRO DE 2014 (Pelotas e Oxford, simultaneamente)


A revisão bibliográfica será realizada nos primeiros 8 meses do projeto e terá como
objetivo principal o desenvolvimento de um referencial teórico para avanço e
consolidação do conhecimento acerca dos princípios de desenho urbano que são o
objeto de estudo da pesquisa proposta. Este referencial teórico servira como base
para a análise dos resultados de todas as oficinas do projeto. Serão revisados textos
referentes ao: desenho urbano, cartografias urbanas e fundamentos do urbanismo,
Serão realizadas reuniões periódicas por teleconferência (ver item 2) para
apresentação e discussão de conteúdos estudados, especialmente as convergências
e divergências que serão identificadas Essas reuniões tem como objetivo comparar e
mapear tópicos previamente definidos e iniciar a análise comparativa de ambos os
contextos em suas dimensões culturais, sociais, políticas e econômicas.

2 REUNIÕES POR TELECONFERÊNCIA

ABRIL DE 2014 - MARÇO DE 2015 (Pelotas e Oxford, simultaneamente)


Nos meses que precedem as missões de trabalho previstas no projeto serão
realizadas teleconferências entre a equipe proponente e a pesquisadora visitante
estrangeira, possibilitando uma organização articulada das atividades propostas. Ao
final das missões de trabalho, as reuniões por teleconferência se repetirão, de modo a
viabilizar a construção conjunta do relatório final e do compartilhamento de resultados.
Reuniões mensais também serão realizadas para manter a sincronia de trabalho entre
os grupos.

3 REUNIÕES DE PREPARAÇÃO DAS MISSÕES DE TRABALHO

ABRIL - MAIO DE 2014 (Pelotas)


Nos dois primeiros meses do projeto, a equipe proponente terá reuniões dedicadas à
preparação das missões de trabalho (tanto missões em Pelotas/Brasil quanto em
Oxford/Inglaterra), para providenciar passagens e estadia para as viagens, aprimorar
propostas de oficinas, sistematizar materiais necessários, definir espaço físico para a
realização de oficinas, palestras, mesas redondas, seminários e exposições, divulgar
as atividades previstas, discutir divulgação online do projeto (via website e através de
redes sociais) e outras demandas que surgirem.

4 ELABORAÇÃO DE WEBSITE

JUNHO – JULHO DE 2014 (Pelotas)


Um website será criado no início do projeto (mediante a contratação de serviços de
terceiros) para viabilizar a divulgação de atividades e o compartilhamento de imagens,
vídeos e textos produzidos no decorrer do projeto. Além disso, o website irá possibilitar
uma aproximação entre a comunidade acadêmica do Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo da UFPel e do Joint Centre for Urban Design da Oxford
Brookes University, através de ferramentas interativas de discussão, e de ambos os
centros com a comunidade não acadêmica. O website terá caráter colaborativo e
estará fortemente ligado a redes sociais na internet (linkedin, facebook, twitter,
academia.edu entre outras). Uma forte presença online auxiliará a aumentar o impacto
do projeto junto a grupos acadêmicos e profissionais da área. A Oxford Brookes
University foi recentemente reconhecida como entre as cinco universidades do Reino
Unido com mais presença nas redes sociais e o número de grupos acadêmicos que
vem utilizando-se da internet como forma de aumentar o impacto de seus resultados
de pesquisa tem crescido (http://www.brookes.ac.uk/about-brookes/news/leading-the-
way-in-social-interaction/).

5 ATUALIZAÇÃO DE WEBSITE

JULHO DE 2014 - MARÇO DE 2015 (Pelotas e Oxford, simultaneamente)


Após a criação do website está prevista sua atualização constante, no decorrer das
atividades que estarão sendo realizadas, de modo a promover o compartilhamento dos
produtos das ações: oficinas, exposições, palestra, mesa redonda e seminário. O
caráter colaborativo do site permitirá que ambos os parceiros tenham possibilidade de
atualizá-lo e divulga-lo.

6 OFICINA ESPIANDO O DESENHO URBANO (PELOTAS E OXFORD)

JUNHO e AGOSTO DE 2014 (Pelotas e Oxford, respectivamente)


A oficina “espiando o desenho urbano” será realizada duas vezes, uma em Pelotas, no
Brasil, outra em Oxford, na Inglaterra e permitirá comparações entre espaços similares
em contextos culturais diferenciados.
Em Pelotas, a oficina contemplara o processo de territorialização, que prevê o
reconhecimento do “Calçadão da Andrade Neves”, um dos espaços mais centrais da
cidade, através da delimitação de áreas e trajetos e da experimentação do lugar. Os
princípios de desenho urbano estudados serão experimentados e registrados pelos
pesquisadores e demais participantes da atividade, através da produção de imagens
fotográficas e de vídeos. As imagens produzidas em Pelotas serão compartilhadas
com a comunidade acadêmica de Oxford através do website e de exposição
fotográfica física (item 12), que será realizada durante a missão de trabalho em
Oxford.
De modo semelhante, a oficina será realizada também em Oxford, durante a missão
de trabalho da equipe proponente, visando experimentar e registrar os mesmos
princípios noutro lugar, a “Cornmarket Street”, uma rua central de Oxford, com funções
semelhantes às da rua estudada em Pelotas, mas com soluções de desenho urbano
diferentes. Durante a realização da oficina em Oxford, o processo experimentado será
o de desterritorialização, que se baseia na troca de experiências entre os grupos de
pesquisa brasileiro e inglês, pretendendo dar aos pesquisadores a oportunidade de
experimentar o desenho urbano do outro e discutir semelhanças e diferenças em
relação aos lugares experimentados. Os resultados serão compartilhados também de
modo semelhante, através do website e de exposição.
A divulgação dos resultados online permitirá que participantes externos ao projeto
também contribuam com comentários (mediante a conexão do website com redes
sociais) que adicionarão à análise dimensões interculturais na avaliação das oficinas.
Essa oficina pretende desenvolver a capacidade de ver a diferença (conceito advindo
da filosofia da diferença, que pensa a diferença em si, na estrutura da cidade) nas
soluções de desenho urbano adotadas nos lugares estudados e nos modos de
apropriação desses lugares pelas pessoas. Observar, vivenciar, experimentar,
registrar e compartilhar o lugar e suas sensações são os objetivos principais dessa
oficina. Os resultados dessas experiências e vivências será analisado em relação ao
referencial teórico desenvolvido na revisão da literatura.
Formato das oficinas: O período de duração de cada oficina varia de sete à dez dias,
dependendo das condições climáticas. No primeiro dia, a proposta é apresentada e
discutida com os participantes da atividade e logo após é realizada uma primeira
caminhada no percurso proposto. Nos dias seguintes, os participantes devem voltar ao
local, em dias e horários diferentes, procurando entender a dinâmica do lugar e
mapear, através de imagens, a aplicação de princípios de desenho urbano, tendo em
mente as seguintes questões, que serão apresentadas previamente: “do que é feito
um bom lugar?”, “quais as relações percebidas entre forma urbana e comportamento
humano”, “quais as relações entre forma urbana e qualidade do lugar”. Durante a
etapa de desterritorializacao, em Oxford, participantes também serão estimulados a
discutir “quais as diferenças de desenho urbano entre os dois lugares
experienciados?” e “esses princípios são transferíveis de uma cultura para outra?”.
Após o período de experimentação e registro de cada lugar, será realizada uma
rodada de discussões entre os participantes, ocasião em que cada um deverá
explanar suas impressões e compartilhar o material coletado em discussão presencial.
A etapa seguinte consiste na sistematização dos produtos das oficinas para o
compartilhamento através do website (item 5) e de exposições (item 12). O processo
de reterritorialização se dará através do seminário (item 13) que será realizado ao final
do processo, objetivando dar sentido a novos vínculos e princípios de desenho urbano.

7 OFICINA DE FOTOGRAFIA EXPANDIDA

JUNHO e AGOSTO DE 2014 (Pelotas e Oxford, respectivamente)


A oficina de “fotografia expandida” será realizada duas vezes, uma em Pelotas, no
Brasil, outra em Oxford, na Inglaterra e permitirá comparações, justaposições e
sobreposições entre espaços similares em contextos culturais diferenciados (o
“Calçadão da Andrade Neves”, em Pelotas/RS e a “Cornmarket Street”, em
Oxford/Inglaterra), através da criação de imagens fotográficas a partir de um processo
com ênfase no fazer, buscando a diversidade e multiplicidade dos procedimentos. O
conceito de fotografia expandida é sinônimo de fotografia contemporânea, híbrida,
criativa, múltipla, experimental, manipulada, construída, contaminada, precária, entre
outros.
A fotografia arquitetura, urbanismo e desenho urbano tradicionalmente é mais técnica
do que artística, mais representativa do que criativa. A fotografia expandida procura
superar essas convenções e a proposta dessa atividade é subverter “as tradições” e
produzir imagens com caráter artístico e criativo mais marcantes. O programa das
oficinas de “fotografia expandida” (tanto em Pelotas, quanto em Oxford) está baseado
nos princípios da fotografia expandida: valorização do processo de criação e dos
procedimentos do artista; libertação das amarras da fotografia convencional; produção
de imagens perturbadoras; subversão dos modelos, desarticulação das referências;
invenção de um processo ao invés do cumprimento de um programa; ampliação dos
limites da fotografia enquanto linguagem e; fuga da homogeneidade visual.
O formato das oficinas de “fotografia expandida” se assemelham ao formato das
oficinas “espiando o desenho urbano”, ou seja, o período de duração de cada oficina
varia de sete à dez dias, dependendo das condições climáticas. No primeiro dia, a
proposta é apresentada e discutida com os participantes da atividade e logo após é
realizada uma primeira saída fotográfica no percurso proposto. Nos dias seguintes, os
participantes devem voltar ao local, em dias e horários diferentes, procurando
entender a dinâmica do lugar e mapear, através de imagens, a aplicação de princípios
de desenho urbano, tendo em mente as seguintes questões, que serão apresentadas
previamente: “do que é feito um bom lugar?”, “quais as relações percebidas entre
forma urbana e comportamento humano”, “quais as relações entre forma urbana e
qualidade do lugar”. Em Pelotas será experimentado o processo de territorialização,
que prevê o reconhecimento do “Calçadão da Andrade Neves”, um dos espaços mais
centrais da cidade, através da delimitação de áreas e trajetos e da experimentação do
lugar. Os princípios de desenho urbano estudados serão experimentados e registrados
pelos pesquisadores e demais participantes da atividade, através da produção de
imagens fotográficas e de vídeos. As imagens produzidas em Pelotas serão
compartilhadas com a comunidade acadêmica de Oxford através do website e de
exposição fotográfica física (item 12), que será realizada durante a missão de trabalho
em Oxford. Em Oxford, a etapa de desterritorializacao propõe experimentar e registrar
os mesmos princípios noutro lugar, a “Cornmarket Street”, uma rua central de Oxford,
com funções semelhantes às da rua estudada em Pelotas, mas com soluções de
desenho urbano diferentes. O processo de desterritorialização se baseia na troca de
experiências entre os grupos de pesquisa brasileiro e inglês, pretendendo dar aos
pesquisadores a oportunidade de experimentar o desenho urbano do outro e discutir
semelhanças e diferenças em relação aos lugares experimentados. Nessa ocasião os
participantes também serão estimulados a discutir “quais as diferenças de desenho
urbano entre os dois lugares experienciados?” e “esses princípios são transferíveis de
uma cultura para outra?”.
Após o período de experimentação e registro de cada lugar, será realizada uma
rodada de discussões entre os participantes, ocasião em que cada um deverá
explanar suas impressões e compartilhar as imagens coletadas em discussão
presencial. Posteriormente, as imagens serão manipuladas (sobrepostas, justapostas),
e sistematizadas para o compartilhamento através do website (item 5) e de exposições
(item 12). O processo de reterritorialização se dará através do seminário (item 13) que
será realizado ao final do processo, objetivando dar sentido a novos vínculos e
princípios de desenho urbano.

8 MESA REDONDA

AGOSTO DE 2014 (Oxford)


A missão da equipe proponente em Oxford será realizada em agosto de 2014 e inicia
com uma mesa redonda aberta ao público para estimular a participação e o debate
através de uma audiência internacional. O formato da mesa redonda será o seguinte:
Apresentação sobre a temática de qualidades urbanas em contextos culturais
diferenciados.
Discussão aberta, mediada pelos seguintes participantes e coordenada pela Prof. Dr.
Laura Novo de Azevedo:
- Prof. PhD. Georgia Butina Watson – Professora e coordenadora do
Departamento de Planejamento e Pesquisa no Joint Centre for Urban
Design, Oxford Brookes University;
- Prof. PhD. Laura Novo de Azevedo – Professora no Joint Centre for
Urban Design, Oxford Brookes University;
- Me. Xiaouye Zeng – Pesquisador na área de Desenho Urbano,
especificamente no que diz respeito à transferenciabilidade de
qualidades de desenho urbano no contexto chinês (participação via
teleconferência a partir da China);
- Me. Zhiar Mustafa – Pesquisador na área de Desenho Urbano,
especificamente no que diz respeito à transferenciabilidade de
qualidades de desenho urbano no contexto Iraquiano. (participação via
teleconferência a partir do Iraque);
- Prof. Dr. Eduardo Rocha – Coordenador e professor no Programa de
Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal
de Pelotas;
A discussão gerada na mesa redonda servirá para instigar o debate sobre a
universalidade e a transferenciabilidade dos princípios de desenho urbano. Todos os
estudantes de mestrado e doutorado do Joint Centre for Urban Design, assim como
demais alunos e professores da Escola de Arquitetura e Departamento de
Planejamento da Oxford Brookes University serão convidados a participar do debate.

9 PALESTRA COM PESQUISADOR VISITANTE ESTRANGEIRO

SETEMBRO DE 2014 (Pelotas)


O pesquisador visitante estrangeiro fará uma palestra inicial como introdução às
atividades de pesquisa em ambos contextos (Pelotas/Brasil e Oxford/Inglaterra). A
palestra terá foco na questão da transferenciabilidade das qualidades urbanas
aceitadas pela literatura anglo-saxônica como universais mas pouco investigadas em
contextos internacionais. A estrutura proposta poderá sofrer alterações em função dos
resultados da revisão bibliográfica, que será desenvolvida no estágio inicial da
pesquisa. A palestra seguirá a estrutura proposta abaixo.
- Introdução sobre a temática do desenho urbano e suas dimensões
culturais e interculturais;
- Introdução sobre qualidades urbanas discutidas como objetivos do
desenho urbano;
- Apresentação de resultados de pesquisas atuais sobre a
transferenciabilidade das qualidades urbanas para outros contextos
culturais (baseada em trabalho da autora juntamente com
estudantes do Mestrado em Desenho Urbano da Oxford Brookes
University);
- Discussão de ambos os contextos (Pelotas e Oxford) em suas
dimensões culturais, interculturais, sociais, econômicas e
ambientais;
A palestra terá formato explanatório e interativo e procurará encorajar a interação
sobre o grupo proponente brasileiro e o grupo de participantes da Oxford Brookes
University. A palestra será aberta para todos os estudantes e professores do
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFPel, estudantes de
graduação em Arquitetura e Urbanismo e comunidade acadêmica em geral.

10 ORIENTAÇÕES INDIVIDUAIS COM VISITANTE ESTRANGEIRO

SETEMBRO DE 2014 e JANEIRO DE 2015 (Pelotas)


Durante sua estada no Brasil, a pesquisadora visitante estrangeira realizará
orientações individuais e em grupos com pesquisadores da Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas. As orientações focarão
em duas temáticas principais:
1. Metodologia e Ética: discussão sobre métodos utilizados em pesquisa na área
do desenho urbano, incluindo métodos tradicionais (como entrevistas e focus
grupos) e inovações metodológicas (como utilização de tecnologias moveis e
uso de redes sociais); discussão de dimensões éticas de pesquisa em ambos
contextos;
2. Impacto e Disseminação: Discussão da necessidade e importância do impacto
de pesquisas realizadas na Pós-Graduação; impacto e principais formas de
disseminação para impacto na comunidade acadêmica (revistas e rankings
internacionais) e formas de disseminação para impacto na comunidade não
acadêmica (uso de redes sociais, publicação online);
3. Conteúdo de desenho urbano: discussão de tópicos específicos de cada
trabalho; discussão de literatura relevante e exploração de possíveis
contribuições inovadoras para o desenvolvimento do campo do desenho
urbano em nível internacional.
Reuniões com professores do programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas também serão realizadas para discutir
os mesmos tópicos listados acima e trocar práticas e experiências para aprimorar
aspectos relacionados a internacionalização do currículo de ambos os cursos de pós-
graduação: PROGRAU – UFPel e JCUD – Brookes.

11 SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS E AVALIAÇÃO PARCIAL

OUTUBRO DE 2014 – JANEIRO DE 2015 (Pelotas)


Os dados coletados em todas as etapas e ações do projeto serão analisados em
relação ao referencial teórico desenvolvido nas etapas iniciais e serão sistematizados
e compartilhados de forma a auxiliar o entendimento de diferenças e semelhanças
culturais e interculturais. Esses dados também auxiliarão na compreensão e aplicação
de princípios para gerar as qualidades de desenho urbano abordadas nesse projeto. A
produção audiovisual atenderá às diretrizes de direitos autorais e licenças
internacionais.
A avaliação parcial tem como objetivos: detectar dificuldades e potencialidades das
ações já realizadas; corrigir possíveis erros e; ajustar o planejamento das atividades
seguintes. A avaliação se dará em duas instâncias: uma avaliação interna realizada
pela equipe proponente e pesquisadora visitante estrangeira e uma avaliação aberta
através do website do projeto. Os principais indicadores da avaliação são o número de
pessoas envolvidas nas atividades, registro de acessos ao site do projeto e opinião
dos envolvidos.

12 EXPOSIÇÕES FOTOGRÁFICAS

AGOSTO DE 2014 e JANEIRO DE 2015 (em Oxford e Pelotas, respectivamente)


As exposições fotográficas ocorrerão em Oxford/Inglaterra e em Pelotas/Brasil,
durante as missões de trabalho, com o objetivo de expor as imagens produzidas nas
oficinas “Espiando o Desenho Urbano” e “Fotografia Expandida”, mostrando os
resultados de Pelotas em Oxford e vice-versa. A exposição de Oxford será realizada
ao mesmo tempo que a Mesa Redonda (item 8), durante a etapa de
desterritorialização e em Pelotas ocorrerá simultaneamente ao Seminário de
reterritorializaçao (item 13).
O material fotográfico produzido nas oficinas “Espiando o Desenho Urbano” será
exposto através de uma instalação com imagens panorâmicas das áreas estudadas e
monóculos com imagens associados espacialmente às fotografias panorâmicas. As
imagens expostas relacionam-se aos princípios e soluções de desenho urbano
encontrados nas áreas centrais das duas cidades. As imagens produzidas durante as
oficinas de “Fotografia Expandida” serão expostas através de projeções e de imagens
impressas.
As exposições ocorrerão em espaços coletivos das universidades, propondo a
interação do público com as imagens e abrangendo a comunidade acadêmica e não
acadêmica.

13 SEMINÁRIO DE RETERRITORIALIZAÇÃO

JANEIRO DE 2015 (Pelotas)


O Seminário de Reterritorialização representa a etapa de consolidação dos resultados
obtidos até então. Contará com apresentação e discussão dos resultados obtidos no
decorrer do projeto, por toda a equipe proponente e pela pesquisadora visitante
estrangeira. Nessa ocasião, as estudantes de Pós-Graduação que compõe a equipe
proponente desse projeto apresentarão seus trabalhos individuais destacando os
avanços no desenvolvimento de suas pesquisas decorrentes das ações realizadas.
Será também um momento destinado à apresentação de trabalhos de outros alunos e
professores cujas pesquisas receberam contribuições através das oficinas,
orientações e demais ações promovidas por esse projeto de internacionalização.
O Seminário ocorrerá simultaneamente à exposição fotográfica final, na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas. O seminário terá
transmissão on-line em tempo real através do site do projeto, permitindo a participação
de pessoas de outros lugares.

14 AVALIAÇÃO FINAL, ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO FINAL E DA


PUBLICAÇÃO (LIVRO)

FEVEREIRO – MARÇO DE 2015 (Pelotas)


A avaliação final tem como objetivos a detecção de dificuldades, potencialidades e
avanços das ações realizadas a partir da avaliação parcial. Também objetiva a
indicação de continuidades e a correção de eventuais erros. A avaliação se dará em
duas instâncias: uma avaliação interna realizada pela equipe proponente e
pesquisadora visitante estrangeira e uma avaliação aberta através do website do
projeto. Os principais indicadores da avaliação são o número de pessoas envolvidas
nas atividades (oficinas, palestra, mesa redonda, exposições, seminário e
orientações), registro de acessos ao site do projeto e opinião dos envolvidos.
O relatório final será elaborado seguindo as guias requisitadas pelo órgão financiador.
Também serão elaboradas outras versões, dedicadas à publicações em periódicos,
em eventos da área e em website. Através do website será possível que a
comunidade em geral, que compõe grande parte da população afetada por decisões
sobre a forma urbana resultante na cidade, tenha acesso aos resultados do projeto,
através de ambiente interativo e linguagem simples. Além disso, uma publicação será
organizada no formato de um livro, contribuindo fortemente para a consolidação dos
resultados e para a internacionalização do Programa de Pós-Graduação gaúcho.

15 DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS FINAIS E PUBLICAÇÃO DO LIVRO

FEVEREIRO – MARÇO DE 2015 (Pelotas e Oxford)


Resultados e produtos parciais serão compartilhados e discutidos ao longo do projeto.
Ao final teremos a consolidação dos resultados parciais e conclusões que serão
compartilhadas através do relatório final, da elaboração e publicação de artigos
científicos, da participação em eventos, da publicação do livro e do website do projeto,
em língua portuguesa e inglesa. A publicação do livro também representará uma
publicação de caráter mais permanente e será composto de imagens e textos
contemplando o processo, resultados obtidos e conclusões acerca da
transferenciabilidade de princípios de desenho urbano entre as cidades de Pelotas e
de Oxford.

ORÇAMENTO

ITENS VALOR (R$)


Diárias 30.200,00
Material de Consumo 2.650,00
Passagens 26.000,00
Outros Serviços de Terceiros (Pessoa Jurídica) 30.748,00
Total 89.598,00

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