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ESCOLA SECUNDÁRIA DE SEOMARA DA COSTA PRIMO

Língua Portuguesa – 10.º 1,2,3,4 (PLNM) – Prof. Carlos Severino

Nome: Data: ___/___/_____

Classificação: O Professor:

O/A Encarregado/a de Educação:

Grupo I – Compreensão Oral

Escute atentamente a gravação responda às seguintes perguntas.


A gravação vai ser repetida três vezes.

1. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em relação às seguintes afirmações.


a) O noticiário refere-se à entrada, a 22 de Setembro de 2002, de Timor-leste para a
Organização das Nações Unidas. ___
b) O Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, recebeu de braços abertos Timor-leste e
considerou que se chegou ao fim da estrada. ___
c) Kofi Annan acredita que o Comité Internacional vai continuar a apoiar o país na
área económica, social e financeira. ___
d) A entrada celebra-se três anos depois do conflito de votação do referendo em
que se decidiu a independência do país. ___
e) No mesmo dia, o Primeiro-ministro de Portugal promoveu um jantar com Kofi
Annan, o Presidente da República, o Primeiro-ministro, o Ministro dos Negócios
Estrangeiros de Timor, além do bispo Ximenes Belo. ___
f) O jantar reuniu, assim, três Prémios Nobel da Paz e um Prémio Sakarov, Xanana
Gusmão. ___
g) Xanana Gusmão elogiou o espírito de sacrifício e a coragem do povo, bem como
a luta pela melhoria de vida. ___
h) D. Carlos Ximenes Belo considerou que este acontecimento é um passo muito
importante para o país e que Timor terá a obrigação de trabalhar pela paz no
mundo e defender os Direitos Humanos. ___
i) O dia 22 de Setembro também poderá ser importante para um outro país de
língua oficial portuguesa pela sua possível entrada no Conselho de Segurança da
ONU, como membro permanente. ___
j) A cobertura deste acontecimento foi feita pelos jornalistas Luís Ochoa, em
Lisboa, Manuela Rebelo em Nova Iorque e António Veladas em Díli. ___
ESCOLA SECUNDÁRIA DE SEOMARA DA COSTA PRIMO
Língua Portuguesa – 10.º 1,2,3,4 (PLNM) – Prof. Carlos Severino

1 Terrorismo é uma coisa, estupidez é outra


Os serviços secretos de Espanha andam a brincar connosco. (…) Na semana
passada comunicaram-nos que a Al-Qaeda ameaça praticar actos terroristas em
Portugal. E nós, parvos, acreditámos. (…)
5 Como é evidente, só um terrorista muito estúpido é que vem exercer a
profissão cá. Com a vigilância que existe, hoje em dia, nos aeroportos, os terroristas
só podem entrar no país de carro. E vir andar de carro para as nossas estradas é das
decisões mais obtusas1 que uma pessoa pode tomar. É verdade que eles são suicidas,
mas não exageremos. Vai uma grande diferença entre ser suicida e ser burro.
10 Por outro lado, os terroristas que tiverem a infeliz ideia de entrar no país terão
de construir a bomba cá. Não se faz uma viagem Paquistão-Portugal com um
engenho explosivo debaixo do braço. Há que ir a uma loja comprar peças. E é aqui
que as chatices começam. «Esta peça, só mandando vir do estrangeiro, chefe. Daqui
a duas semanas mete-se o Carnaval, por isso agora só em Março.»
15 Se o explosivo levar combustível, pior ainda. Eles que vejam o preço a que está
a nossa gasolina a ver se continua a apetecer-lhes rebentar coisas. É muito fácil
apanhar terroristas em Portugal. São os tipos de turbante que estão nas bombas da
Galp a chorar. Os que lá andam a chorar sem turbante somos nós.
E depois temos as contingências2 inerentes3 a uma actividade tão perigosa
20 como é o fabrico de um engenho explosivo. O terrorista corre inúmeros riscos, o
maior dos quais é ir parar a um hospital português. Basicamente, o sistema de saúde
português oferece-lhe três hipóteses: pode morrer no caminho, pode morrer na sala
de espera e pode morrer já dentro do hospital. É certo que o esperam 71 virgens no
paraíso, mas aposto que, morrendo num hospital português, o terrorista fica em lista
25 de espera até as virgens serem septuagenárias, altura em que a virgindade perde
muito do seu encanto.
Quando, finalmente, os terroristas conseguem reunir condições para construir
a bomba, o prédio que tinham planeado mandar pelos ares já explodiu há dois
meses, ou por mau funcionamento da canalização de gás ou porque o esquentador
30 de quatro ou cinco condóminos está instalado na casa de banho. Portugal pode ser
um bom destino turístico, mas para fazer terrorismo não tem condições nenhumas.
Ricardo Araújo Pereira, Novas Crónicas da Boca do Inferno
(Lisboa: Tinta da China, 2009, p.51s) (texto com supressões)

1 (adj.) estúpido, inadaptado, inepto.


2 (n.) eventualidade, situação incerta.
3 (adj.) inseparável, próprio de…
ESCOLA SECUNDÁRIA DE SEOMARA DA COSTA PRIMO
Língua Portuguesa – 10.º 1,2,3,4 (PLNM) – Prof. Carlos Severino

Nome: Data: ___/___/_____

Classificação: O Professor:

O/A Encarregado/a de Educação:

Grupo II – Compreensão Escrita


Leia o texto com atenção e responda às seguintes perguntas.

1. Qual é o assunto do texto? Justifique com uma afirmação do texto.

2. De acordo com o texto, o autor acha que o povo português é como?

3. O autor aponta vários entraves para um ataque terrorista em Portugal.


3.1. Identifique o primeiro impedimento e justifique porque é má ideia.

4. Ao querer construir uma bomba em Portugal, o terrorista encontrará outro


problema. Qual?

5. O que diz o discurso directo sobre o carácter português?


6. Qual é o terceiro entrave que os terroristas encontram?

6.1. Por que motivo é um impedimento?

7. “O maior dos riscos é ir parar a um hospital português”.


7.1. Quais são as críticas feitas ao sistema de saúde português?

8. Mesmo se o terrorista ultrapassar todos os obstáculos, por que razão não


consegue alcançar o seu objectivo de bombista?

9. A que conclusão chega o autor do texto?

10. Em que pessoa está escrito o texto?


11. O texto tem vários momentos cómicos. Retire um exemplo do texto.

Grupo III

1. Faça a divisão silábica das seguintes palavras.


a) Terroristas c) Vigilância e) Contingências
b) Portugal d) Obtusas f) Inúmeros

2. Acentue as palavras que conseguir necessárias na seguinte frase (´/`/^/~).


“O Anibal! De uma saltada a fabrica, e, se lhe for possivel, traga de la mais
peças novas, iguais aquelas que ali estao.”

3. Diga a classe das palavras que estão na seguinte frase.


“Nós, parvos, acreditámos!”

4. Transforme as seguintes frases da voz activa para a voz passiva.


a) “Na semana passada, um terrorista destruiu o centro comercial da baixa.”

b) Em breve, os seguranças reforçarão a vigilância dos aeroportos.

5. Substitua os complementos sublinhados pelos seus pronomes.


a) Os terroristas tiveram uma infeliz ideia ao vir para Portugal.

b) O terrorista não corre riscos se for parar ao hospital.

c) O terrorista convidaria os jornalistas para o atentado.

d) Os terroristas continuarão a matar pessoas.


Grupo IV

Num texto cuidado e bem redigido (entre 10 e 15 linhas), exponha a sua opinião sobre o
terrorismo, por motivos religiosos ou outros.
Atenção à acentuação, ortografia, pontuação e ligação entre as partes do texto!

Bom trabalho e boa sorte!


Prof. Carlos Severino
1. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em relação às seguintes afirmações.
a) O noticiário refere-se à entrada, a 22 de Setembro de 2002, de Timor-leste para a
Organização das Nações Unidas. ___ V
b) O Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, recebeu de braços abertos Timor-leste e
considerou que se chegou ao fim da estrada. ___ F
c) Kofi Annan acredita que o Comité Internacional vai continuar a apoiar o país na
área económica, social e financeira. ___ V
d) A entrada celebra-se três anos depois do conflito de votação do referendo em
que se decidiu a independência do país. ___ V
e) No mesmo dia, o Primeiro-ministro de Portugal promoveu um jantar com Kofi
Annan, o Presidente da República, o Primeiro-ministro, o Ministro dos Negócios
Estrangeiros de Timor, além do bispo Ximenes Belo. ___ F
f) O jantar reuniu, assim, três Prémios Nobel da Paz e um Prémio Sakarov, Xanana
Gusmão. ___ V
g) Xanana Gusmão elogiou o espírito de sacrifício e a coragem do povo, bem como
a luta pela melhoria de vida. ___ F
h) D. Carlos Ximenes Belo considerou que este acontecimento é um passo muito
importante para o país e que Timor terá a obrigação de trabalhar pela paz no
mundo e defender os Direitos Humanos (e trabalhar com os outros países no
desenvolvimento da Humanidade). ___ F
i) O dia 22 de Setembro também poderá ser importante para um outro país de
língua oficial portuguesa pela sua possível entrada no Conselho de Segurança da
ONU, como membro permanente. ___ F
j) A cobertura deste acontecimento foi feita pelos jornalistas Luís Ochoa, em
Lisboa, Manuela Rebelo em Nova Iorque e António Veladas em Díli. ___ V
Terrorismo é uma coisa, estupidez é outra

Os serviços secretos de Espanha andam a brincar connosco. Há uns séculos, os


espanhóis levaram uns bofetões de uma profissional da indústria da panificação e não deve
passar um dia em que não pensam na vingança. Na semana passada comunicaram-nos que
a Al-Qaeda ameaça praticar actos terroristas em Portugal. E nós, parvos, acreditámos. Até
onde chega a credulidade dos portugueses… Primeiro acreditámos no Sócrates, e agora nos
espanhóis. Há que aprender a lição.
Como é evidente, só um terrorista muito estúpido é que vem exercer a profissão cá.
Com a vigilância que existe, hoje em dia, nos aeroportos, os terroristas só podem entrar no
país de carro. E vir andar de carro para as nossas estradas é das decisões mais obtusas 4 que
uma pessoa pode tomar. É verdade que eles são suicidas, mas não exageremos. Vai uma
grande diferença entre ser suicida e ser burro.
Por outro lado, os terroristas que tiveram a infeliz ideia de entrar no país terão de
construir a bomba cá. Não se faz uma viagem Paquistão-Portugal com um engenho
explosivo debaixo do braço. Há que ir a uma loja comprar peças. E é aqui que as chatices
começam. «Esta peça, só mandando vir do estrangeiro, chefe. Daqui a duas semanas mete-
se o Carnaval, por isso agora só em Março.»
Se o explosivo levar combustível, pior ainda. Eles que vejam o preço a que está a nossa
gasolina, a ver se continua a apetecer-lhes rebentar coisas. É muito fácil apanhar terroristas
em Portugal. São os tipos de turbante que estão nas bombas da Galp a chorar. Os que lá
andam a chorar sem turbante somos nós.
E depois temos as contingências inerentes a uma actividade tão perigosa como é o
fabrico de um engenho explosivo. O terrorista corre inúmeros riscos, o maior dos quais é ir
parar a um hospital português. Basicamente, o sistema de saúde português oferece-lhe três
hipóteses: pode morrer no caminho, pode morrer na sala de espera e pode morrer já dentro
do hospital. É certo que o esperam 71 virgens no paraíso, mas aposto que, morrendo num
hospital português, o terrorista fica em lista de espera até as virgens serem septuagenárias,
altura em que a virgindade perde muito do seu encanto.
Quando, finalmente, os terroristas conseguem reunir condições para construir a
bomba, o prédio que tinham planeado mandar pelos ares já explodiu há dois meses, ou por
maus funcionamento da canalização de gás, ou porque o esquentador de quatro ou cinco
condóminos está instalado na casa de banho. Portugal pode ser um bom destino turístico,
mas para fazer terrorismo não tem condições nenhumas.

Ricardo Araújo Pereira, Novas Crónicas da Boca do Inferno (Lisboa: Tinta da China, 2009, p.51s)

4 Antiquadas, inadaptadas.

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