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DECISÃO:

Vistos.
Habeas corpus impetrado em favor de Rodrigo Jonas Soares,
apontando como autoridade coatora a Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que conheceu em parte do REsp nº 1.401.083/SC,
Relator o Ministro Moura Ribeiro, e, nessa extensão, deu-lhe provimento,
para reconhecido “o excesso de linguagem contido na r. sentença de pronúncia
e também no v. acórdão que a confirmou, apenas determin[ar] o
desentranhamento dessas decisões dos autos e os seus respectivos
envelopamentos, permitindo, com isso, a imediata submissão do paciente a
julgamento popular” (grifo dos impetrantes).
Narra a impetração que

“(...) o Ministério Público do Estado de Santa Catarina


ofereceu denúncia contra o paciente, dando-o como incurso nas
sanções dos artigos 121, caput, duas vezes, e 129, caput, duas
vezes, em concurso formal, do Código Repressivo, em
decorrência de acidente de trânsito (dolo eventual) ocorrido no
dia 17.02.01, por volta das 04:00 horas, na cidade de
Florianópolis/SC.
Observados os procedimentos de estilo sobreveio sentença
de pronúncia, dando o paciente como incurso nas sanções dos
artigos 121, caput, duas vezes, e 129, § 1º, I, c/c o art. 70, todos do
Código Penal.
Inconformado, o paciente recorreu ao E. Tribunal
Catarinense que, por maioria de votos, manteve a r. sentença
recorrida.
O paciente, então, interpôs recurso de embargos
infringentes, o qual também foi negado por maioria de votos.
Contra essas r. decisões foi interposto recurso especial,
alegando o paciente a existência de ofensa à lei federal (artigos
384, 413, § 1º, duas vezes, e 619 do CPP, 121, caput, e 129, § 1º, I,
ambos duas vezes, do CP), assim como o emprego de
entendimento diverso de outros tribunais sobre o assunto
debatido.
O apelo especial foi admitido na origem, em face da
possibilidade de revisão das r. decisões atacadas pela alegada
ofensa ao artigo 413, § 1º, do Código de Processo Penal.
Registra-se que ao apelo especial foi concedido efeito
suspensivo, a fim de evitar a ocorrência de julgamento popular
enquanto ainda pendente de recurso a r. sentença de pronúncia.
O E. Superior Tribunal de Justiça, por sua Quinta Turma,
conheceu parcialmente do reclamo e nessa específica parte deu-
lhe provimento para reconhecer o apontado vício de excesso de
linguagem existente tanto na r. sentença de pronúncia quanto
no v. acórdão que a confirmou.
Todavia, ao invés de declarar a nulidade absoluta dessas
referidas decisões, apenas e tão somente determinou os seus
desentranhamentos e envelopamentos, mediante certidão nos
autos, em homenagem ao princípio da economia processual.
Face isso, o paciente opôs embargos de declaração. No
entanto, os mesmos foram rejeitados.
Ato contínuo, o paciente opôs embargos de divergência,
por conta da existência de decisões da E. Sexta Turma do
Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o vício por
excesso de linguagem impõe a nulidade absoluta da decisão de
pronúncia, e, por isso, não se mostra adequado determinar o
seu desentranhamento dos autos e seu posterior
envelopamento, diante do que dispõe dos artigos 5º, XXXVIII,
“c”, da Constituição Federal, e 472, parágrafo único do Código
de Processo Penal.
Porém, os embargos de divergência não foram conhecidos
sob o argumento de que não é possível demonstrar a alegada
divergência a partir de precedentes provenientes de habeas
corpus.
Considerando isso, só resta ao paciente fazer uso da via do
habeas corpus para corrigir o equívoco contido na r. decisão
proferida pela E. Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça
que a par de reconhecer o alegado vício de excesso de
linguagem apenas determinou a exclusão da sentença de
pronúncia e do v. acórdão que a confirmou do processo”.

Buscam os impetrantes, em síntese,

“(...) a cassação da r. decisão proferida pela E. Quinta


Turma do Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso
especial (doc. 01) que a par de reconhecer o excesso de
linguagem contido na r. sentença de pronúncia e também no v.
acórdão que a confirmou, apenas determinou o
desentranhamento dessas decisões dos autos e os seus
respectivos envelopamentos, permitindo, com isso, a imediata
submissão do paciente a julgamento popular”.
Ao ver dos impetrantes,

“sem rodeios, tal decisão viola expressamente o princípio


que veda a existência de decisões ocultas e as normas
constantes dos artigos 5º, XXXVIII, “c”, da Constituição Federal,
e 472, parágrafo único do Código de Processo Penal.
Aliás, nesse exato sentido essa Colenda Suprema Corte
tem reiteradamente decidido, reconhecendo a nulidade
absoluta da decisão de pronúncia que contém o vício de excesso
de linguagem e determinando que outra seja proferida em seu
lugar e não apenas que a mesma seja desentranhada dos autos e
guardada num envelope”.

Defendem os impetrantes que

“[o] princípio da economia processual, invocado na r.


decisão recorrida como justificativa para não se determinar a
nulidade da r. sentença de pronuncia e do v. acórdão que a
confirmou, em hipótese alguma pode se sobrepor ao direito das
partes e dos próprios jurados de conhecerem os motivos pelos
quais o réu está sendo submetido a julgamento perante o E.
Conselho de Sentença.
Aliás, o princípio da economia processual não autoriza
nenhuma burla as fases naturais e obrigatórias do processo.
Ademais disso, se os jurados têm, por força de expressa
disposição legal (artigos 472, parágrafo único, e 480, caput e § 3º,
do Código de Processo Penal), o direito de consultar os autos e
especialmente de receber cópia da sentença de pronúncia e do
acórdão que a confirma por ocasião do julgamento, data vênia,
não se pode determinar, pura e simples, a exclusão dessas peças
do processo, sem que outra decisão exista, sob pena de se
sonegar aos mesmos o exercício desse legítimo direito.

Ante o exposto, requerem os impetrantes:

a) a concessão de medida liminar, para determinar o


sobrestamento da Ação Penal n. 023.01.060597-8, em trâmite na
Vara do Tribunal do Júri da Comarca da Capital, impedindo-
se a submissão do paciente a julgamento popular até final
julgamento do presente habeas corpus;
(…)
c) ao final, a concessão em definitivo da ordem de habeas
corpus em favor do paciente Rodrigo Jonas Soares, para cassar
o r. ato judicial atacado, determinando a anulação da r. sentença
de pronúncia e do v. acórdão que a confirmou, para que outra
seja proferida e retomada a marcha regular do processo, por ser
essa medida da mais salutar e humana forma de JUSTIÇA”
(grifos dos autores).

Examinados os autos, decido.


Transcrevo a ementa do julgado ora impugnado.

“RECURSO ESPECIAL – DIREITO PENAL E


PROCESSUAL PENAL – HOMICÍDIO SIMPLES E LESÃO
CORPORAL – DISPUTA AUTOMOBILÍSTICA (“RACHA”) –
PRONÚNCIA E ACÓRDÃO CONFIRMATÓRIO DA
PRONÚNCIA – EXCESSO DE LINGUAGEM – MATÉRIA
NÃO SUSCITADA POR OCASIÃO DE RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO E DE EMBARGOS INFRINGENTES –
NULIDADE – EXCESSO DE LINGUAGEM – JUÍZO DE
CERTEZA DE AUTORIA E AFASTAMENTO PEREMPTÓRIO
DE TESES DEFENSIVAS – INDEVIDA INVASÃO NA
COMPETÊNCIA DO CONSELHO DE SENTENÇA – TESE DE
VIOLAÇÃO AO ART. 619, DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL – NÃO OCORRÊNCIA – DOLO EVENTUAL E CULPA
CONSCIENTE – COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI –
TESE DE AFRONTA AO ART. 384, DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL – LESÕES CORPORAIS – SITUAÇÃO
FÁTICA DESCRITA NA DENÚNCIA – DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL – INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83 DO STJ
– RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E PROVIDO
PARA RECONHECER O EXCESSO DE LINGUAGEM.
1. O defeito de fundamentação na pronúncia implica
nulidade, por afrontar o princípio da soberania dos veredictos.
2. A pronúncia deve se limitar à indicação da
materialidade do fato e à existência de indícios suficientes de
autoria, uma vez que se trata de mero judicium accusationis (art.
413, § 1º, do Código de Processo Penal).
3. A decisão de pronúncia e o acórdão que analisou o
recurso em sentido estrito, ao proferirem verdadeiro juízo
condenatório, incorreram no excesso de linguagem que poderá
influir na convicção dos jurados, em prejuízo à defesa.
4. Não há que se falar em violação ao art. 619, do Código
de Processo Penal, pois a matéria do excesso de linguagem não
foi arguida no momento oportuno pelo recorrente e o Tribunal
de origem entendeu pela nulidade relativa do vício apontado.
Dessa forma, não se confunde a ausência de manifestação sobre
o tema com o vício da omissão que autoriza a oposição dos
aclaratórios.
5. O deslinde da controvérsia sobre o elemento subjetivo
do crime, se o acusado atuou com dolo eventual ou culpa
consciente, é de competência do Tribunal do Júri.
6. Ausência de afronta ao art. 384, do Código de Processo
Penal, pois o réu se defende dos fatos narrados na denúncia e
não da capitulação jurídica realizada pelo órgão acusador.
7. Recurso especial conhecido em parte e provido para
reconhecer o excesso de linguagem, determinando-se que o
Juízo de primeiro grau providencie o desentranhamento da
pronúncia e do acórdão que julgou o recurso em sentido estrito,
arquivando-os em pasta própria, mandando certificar nos autos
a condição de pronunciado do recorrente, com a menção dos
dispositivos legais nos quais ele foi julgado incurso, bem como
o acórdão que manteve aquela decisão, prosseguindo-se o
processo”.

Essa é a razão por que se insurgem os impetrantes.


O inconformismo procede.
A decisão ora impugnada colide com a jurisprudência pacífica do
Supremo Tribunal Federal, que tem censurado a determinação de
desentranhamento e envelopamento da pronúncia e a sua substituição
por mera certidão de inteiro teor, quando reconhecido o excesso de
linguagem, por subtrair aos jurados o conhecimento do conteúdo dessa
decisão.
Registro os seguintes precedentes:

“PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO


DE RECURSO ORDINÁRIO. DESCABIMENTO. ANÁLISE DAS RAZÕES
DA IMPETRAÇÃO PARA VERIFICAR A POSSIBILIDADE DE
CONCEDER A ORDEM DE OFÍCIO. TRIPLO HOMICÍDIO
DUPLAMENTE QUALIFICADO – ART. 121, § 2º, I E IV. ACÓRDÃO
DO TRIBUNAL A QUO QUE RECONHECEU O VÍCIO DE EXCESSO DE
LINGUAGEM NO ACÓRDÃO DO RECURSO EM SENTIDO.
DESENTRANHAMENTO E ENVELOPAMENTO DO ATO VICIADO.
IMPOSSIBILIDADE. ANULAÇÃO, COMO CONSECTÁRIO LÓGICO.
1. O excesso de linguagem posto reconhecido acarreta a
anulação da decisão de pronúncia ou do acórdão que incorreu
no mencionado vício; e não o simples desentranhamento e
envelopamento da respectiva peça processual, sobretudo em
razão de o parágrafo único do artigo 472 do CPP franquear o
acesso dos jurados a elas, na linha do entendimento firmado
pela Primeira Turma desta Corte no julgamento de questão
semelhante aventada no HC n. 103.037, Rel. Min. Cármen Lúcia,
restando decidido que o acórdão do Superior Tribunal de
Justiça “... representa não só um constrangimento ilegal imposto ao
Paciente, mas também uma dupla afronta à soberania dos veredictos
do júri, tanto por ofensa ao Código Penal, conforme se extrai do art.
472, alterado pela Lei n. 11.689/2008, quanto por contrariedade ao
art. 5º, inciso XXXVIII, alínea ‘c’, da Constituição da República”.
2. In casu, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu no
acórdão proferido nos autos do recurso em sentido estrito qual
o excesso de linguagem apto a influenciar o ânimo dos jurados;
todavia, em vez de anular o ato judicial viciado, apenas
determinou o seu desentranhamento, envelopamento e a
certificação de que o paciente estava pronunciado.
3. Habeas corpus extinto, por ser substitutivo de recurso
ordinário; ordem concedida, de ofício, para anular o acórdão
proferido nos autos do recurso em sentido estrito, a fim de que
outro seja prolatado sem o vício do excesso de linguagem (HC
nº 123.311/PR, Primeira Turma, Relator o Ministro Luiz Fux,
DJe 14/4/15).

HABEAS CORPUS. PENAL. TRIBUNAL DO JÚRI.


HOMICÍDIO SIMPLES. MAGISTRADO APOSENTADO.
SENTENÇA DE PRONÚCIA. EXCESSO DE LINGUAGEM.
NULIDADE ABSOLUTA. VOTO MÉDIO PROFERIDO PELO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
DESENTRANHAMENTO DA SENTENÇA DE PRONÚNCIA:
INVIABILIDADE. AFRONTA À SOBERANIA DO JÚRI.
ORDEM CONCEDIDA.
1. O Tribunal do Júri tem competência para julgar
magistrado aposentado que anteriormente já teria praticado o
crime doloso contra a vida objeto do processo a ser julgado.
Precedentes.
2. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é
firme no sentido de que o defeito de fundamentação na
sentença de pronúncia gera nulidade absoluta, passível de
anulação, sob pena de afronta ao princípio da soberania dos
veredictos. Precedentes.
3. Depois de formado o Conselho de Sentença e realizada
a exortação própria da solene liturgia do Tribunal do Júri, os
jurados deverão receber cópias da pronúncia e do relatório do
processo; permitindo-se a eles, inclusive, o manuseio dos autos
do processo-crime e o pedido ao orador para que indique a
folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada.
4. Nos termos do que assentado pelo Supremo Tribunal
Federal, os Juízes e Tribunais devem submeter-se, quando
pronunciam os réus, à dupla exigência de sobriedade e de
comedimento no uso da linguagem, sob pena de ilegítima
influência sobre o ânimo e a vontade dos membros integrantes
do Conselho de Sentença; excede os limites de sua competência
legal, o órgão judiciário que, descaracterizando a natureza da
sentença de pronúncia, converte-a, de um mero juízo fundado
de suspeita, em um inadmissível juízo de certeza. Precedente.
5. A solução apresentada pelo voto médio do Superior
Tribunal de Justiça representa não só um constrangimento
ilegal imposto ao Paciente, mas também uma dupla afronta à
soberania dos veredictos assegurada à instituição do júri, tanto
por ofensa ao Código de Processo Penal, conforme se extrai do
art. 472, alterado pela Lei n. 11.689/2008, quanto por
contrariedade ao art. 5º, inc. XXXVIII, alínea “c”, Constituição
da República.
6. Ordem concedida para anular a sentença de pronúncia e
os consecutivos atos processuais que ocorreram no processo
principal (HC nº 103.037/PR, Primeira Turma, Relatora a
Ministra Cármen Lúcia, DJe de 31/5/11)”.

Como destacado nesse último julgamento pelo Ministro Ricardo


Lewandowski,

“Também compartilho com os eminentes Ministros a


minha surpresa e até estupefacção pelo fato de poder existir, em
nosso ordenamento jurídico, uma peça processual secreta ou
sigilosa inclusive para os julgadores, porque, no Júri, quem
julga são os jurados. Quer dizer, a decisão de pronúncia é uma
peça essencial, a meu ver, porquanto ela, delimita a lide, porque
o juiz, ao proferir a decisão de pronúncia, indica quais os
artigos, em princípio, em que o acusado estaria incurso, trata,
nos termos do artigo 413, não apenas das circunstâncias
qualificadoras, mas também das causas de aumento de pena.
Portanto, é uma peça absolutamente essencial que não pode, em
hipótese nenhuma, ser subtraída aos julgadores, que, no caso,
são os jurados”.

No mesmo sentido:

“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


CONSTITUCIONAL. PENAL. DECISÃO DE TRIBUNAL EM
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. EXCESSO DE
LINGUAGEM DA DECISÃO CONFIRMATÓRIA DA
PRONÚNCIA. DESENTRANHAMENTO DAS PEÇAS DO
RECURSO SEM A DECLARAÇÃO DE NULIDADE:
INVIABILIDADE. AFRONTA À SOBERANIA DO JÚRI.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme
no sentido de gerar nulidade absoluta o defeito de
fundamentação na sentença confirmatória da pronúncia,
passível de anulação, sob pena de afronta ao princípio da
soberania dos veredictos. Precedentes.
2. Formado o Conselho de Sentença e realizada a
exortação própria da solene liturgia do Tribunal do Júri, os
jurados deverão receber cópias da pronúncia e do relatório do
processo, permitindo-se-lhes o manuseio dos autos do
processo-crime e o pedido ao orador para indicar a folha dos
autos onde está peça lida ou citada.
3. Assentou-se neste Supremo Tribunal que Juízes e
Tribunais, ao pronunciar os réus, devem submeter-se à dupla
exigência de sobriedade e de comedimento no uso da
linguagem, sob pena de ilegítima influência sobre o ânimo e a
vontade dos membros integrantes do Conselho de Sentença,
excedendo os limites da competência legal o órgão judiciário
que, descaracterizando a natureza da decisão confirmatória da
pronúncia, converte-a de juízo fundado de suspeita em
inadmissível juízo de certeza. Precedente.
4. A solução apresentada pelo Superior Tribunal de
Justiça representa constrangimento ilegal imposto ao
Recorrente e também dupla afronta à soberania dos veredictos
assegurada à instituição do júri, tanto ofender o Código de
Processo Penal, conforme se extrai do art. 472, alterado pela Lei
n. 11.689/2008, e por contrariar o art. 5º, inc. XXXVIII, al. c, da
Constituição da República.
5. Recurso ao qual se nega provimento. Ordem concedida
de ofício para determinar-se que o Tribunal de Justiça de
Sergipe emita novo julgamento sem a formação da pasta
decidida pelo Superior Tribunal de Justiça, garantindo-se a
soberania do júri, nos termos do decidido no precedente
(Habeas Corpus n. 103.037) - RHC nº 122.909/SE, Segunda Turma,
Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 12/12/14”.

Registro, por fim, precedente de minha relatoria nessa mesma


esteira: HC nº 127.193/PE, DJe de 26/5/15.

Ante o exposto, tratando-se de matéria consolidada na


jurisprudência desta Corte, concedo a ordem de habeas corpus, com
fundamento no art. 192, caput, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal, para determinar ao juízo de primeiro grau, diante da
nulidade da decisão de pronúncia, que outra seja proferida.
Comunique-se o Ministro Rogério Schietti Cruz, Relator, no
Superior Tribunal de Justiça, dos Embargos de Divergência no REsp nº
1.401.083/SC.
Publique-se.
Brasília, 8 de setembro de 2016.

Ministro DIAS TOFFOLI


Relator
Documento assinado digitalmente

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