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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO QUANTO AO USO DE

MATERIAL ASFÁLTICO FRESADO PARA CAMADA DE BASE E/OU SUB-BASE


NA BR-163 EM MATO GROSSO DO SUL

Eduardo Rodolpho Alcantú


Martinho Estevão Correa Neto
David Alex Arancibia Suárez
Daniel Anijar de Matos
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
LATRAN

Glauco Túlio Pessa Fabri


Universidade de São Paulo
Escola de Engenharia de São Carlos
Departamento de Engenharia de Transportes

RESUMO
O presente artigo apresenta um estudo sobre a utilização de material asfáltico fresado proveniente da rodovia
BR-163, jazida próxima à cidade de São Gabriel do Oeste no estado de Mato Grosso do Sul, avaliando as suas
características técnicas, com e sem adição de aglomerantes, para aplicação em camadas de base e/ou sub-base de
pavimentos rodoviários. Com base na teoria de experimentos com misturas de Cornell (2002), foram utilizadas
misturas de material asfáltico fresado com solo nas proporções em peso de “25% e 75%”, “50% e 50%” e “75%
e 25%”. Nestas combinações ainda foram adicionados estabilizantes químicos (cimento e cal) às misturas, nas
proporções de 0%, 3% e 6%. Foram realizados ensaios de compactação, de resistência à compressão simples e
de resistência à tração por compressão diametral, com o objetivo de analisar a ação de cada elemento nas
misturas e encontrar resistências e comportamentos mecânicos satisfatórios, visando a aplicação em pavimentos
rodoviários.

ABSTRACT
The study analyzes the utilization of residual asphalt pavement (RAP) removed from the BR-163 highway,
specifically from a soil removal site near the city of São Gabriel do Oeste, state of Mato Grosso do Sul, in order
to evaluate the technical characteristics of its application in construction of subbase and/or base courses for
highway pavements, with and without addition of asphalt binder. Based on Cornell’s theory of experiments with
mixtures (2002), RAP and soil were used to compose mixtures, with the following respective weight
proportions: 25% and 75%, 50% and 50%, 75% and 25%. Still, chemical stabilizers (cement and lime) were
added in the mixtures in proportions of 0%, 3% and 6%. Some assays were performed: compaction tests,
resistance to simple compression and resistance to traction by diametral compression, in order to verify the
effects of each element in the mixtures and find out satisfactory resistances and mechanical behaviors, seeking
an improved application in highway pavement.

1. INTRODUÇÃO
A matriz de transportes brasileira tem a forte predominância do modal rodoviário. No estado
de Mato Grosso do Sul a predominância desse sistema é ainda maior. Trata-se do principal
modal de escoamento de carga e transporte de passageiros utilizado (IPEA, 2016).

A BR-163, para o Mato Grosso do Sul, é o maior corredor de exportação da produção interna
do estado, para atingir os portos dos estados do Paraná e de Santa Catarina (DNIT, 2016).

A reciclagem de pavimentos é uma técnica de reaproveitamento em que, na totalidade ou


parcialmente, a camada do pavimento existente é reutilizada na construção de uma nova
camada, adotando ou não o uso de novos materiais. (FONSECA, 2009).
Além da questão ecológica na preservação de recursos minerais escassos, existem muitas
vantagens em se reutilizar, na mesma obra, o material obtido da fresagem de pavimentos
asfálticos, tais como menores distâncias de transportes e menor solicitação de trechos já
construídos numa mesma obra rodoviária (DNIT, 2006).
Mediante isso, justifica-se o desenvolvimento de pesquisas visando a reutilização do material
asfáltico fresado em camadas estruturais de pavimentos na BR-163, a fim de melhorar o
desempenho mecânico e a vida útil destes.

A estabilização química foi empregada neste trabalho, com a finalidade de obter resistências e
comportamentos mecânicos satisfatórios, a partir de combinações de misturas com três
componentes, em diferentes proporções. As misturas analisadas foram: material asfáltico
fresado com solo, cimento e cal.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Estabilização de solos


Quando o solo não possui as características geotécnicas necessárias para suportar a obra
projetada em relação à resistência exigida, faz-se a estabilização do solo. Esta pode-se dar por
processos físicos ou químicos. Na estabilização física, adicionam-se ou subtraem-se
componentes, enquanto na estabilização química usa-se ação de agentes. A escolha da técnica
empregada deve ter como base a finalidade da obra, e ainda levar em consideração parâmetros
como as propriedades do solo e uma boa relação custo-benefício (GUIMARÃES apud
BARROS, 1971).

2.2. Cimento
As principais variáveis que influenciam na resistência e na deformabilidade da mistura,
quanto à adição de cimento são: teor de água, grau de compactação e a porcentagem de
cimento (VITALI, 2008).

A adição de cimento traz muitas vantagens quando aplicada em base de pavimentos, tais
como: aumenta a resistência, diminui as pressões no sub-leito, é pouco deformável quando
submetido a carregamentos e diminui significativamente a perda de resistência na presença de
água. (PITTA, 1984).

2.3. Cal
As principais vantagens de se utilizar a cal hidratada para estabilização de camadas de
rodovias é melhorar permanentemente as características do solo e aumentar a capacidade de
suporte (BAPTISTA, 1976).

A cal diminui a susceptibilidade do solo ante ação da água. Foram constatados ainda menor
sensibilidade a variações na umidade de compactação e aumento considerável a coesão dos
solos com o tempo de cura, resultando ganho na resistência à compressão simples.
(KLINSKY, 2014)

Solos finos, como argilas, reagem melhor à adição da cal hidratada. Já areias, de modo geral,
não reagem com a adição de cal hidratada por não apresentarem argilo minerais em sua
composição. Portanto, misturas com quantidades adequadas de argilas reativas podem ser
estabilizadas com cal. (KLINSKY, 2014).

A estabilização do solo com a cal envolve processos químicos de reações de trocas de cátions
e floculação ou aglomeração. Esses processos ocorrem logo após a cal entrar em contato com
o solo e podem perdurar de minutos a dias. E durante meses ou até anos, ocorrem ainda
reações pozolânicas que provocam aumento significativo da resistência mecânica das misturas
de solo-cal. (LITTE apud BARROS, 1995)

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi utilizada análise estatística como ferramenta na metodologia de experimentos com
misturas de CORNELL (2002), com base no delineamento do experimento. Esta técnica de
experimentos com misturas tem caráter empírico por ser experimental e fundamentada na
teoria estatística de misturas. Ao final, foi gerado um delineamento para análise da relação de
dependência e interação de três componentes: mistura material asfáltico fresado com solo,
cimento e cal.

3.1. Material Asfáltico Fresado (F)


O material asfáltico fresado coletado de um depósito na BR-163 de coordenadas
54o25’59,8”W 19o34’32,6”S (Foto 1), próxima à cidade de São Gabriel do Oeste no estado
de Mato Grosso do Sul, foi empregado para compor as misturas.
Após a coleta, os solos foram peneirados e secos para depois serem homogeneizados e
armazenados em tambores lacrados. Seguindo metodologia apresentada por SUAREZ (2008).

Em seguida, foram separadas e secas duas amostras de aproximadamente 10 kg, para fazer o
peneiramento e a determinação das curvas granulométricas. A média obtida a partir dos dois
ensaios foi a adotada e é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1: Média das porcentagens em peso passadas acumuladas de material asfáltico fresado
Peneira Massa passada
Nº. Abertura (mm) acumulada (%)
2 50 100
1.1/2 38 97.39
1 25 89.74
3/4 19 82.14
3/8 9.50 57.92
4 4.8 40.35
10 2 18.76
16 1.2 16.16
30 0.6 11.65
40 0.42 9.6
50 0.3 5.1
100 0.15 3.35
200 0.075 1

Após o peneiramento, o material retido na peneira 3/4 (abertura 19mm), foi removido
adotando a Norma DNIT 142/2010 e novamente feita a a homogeneização do material
asfáltico fresado.
Foram escolhidas para determinação das umidades ótimas (ωo) a serem utilizadas no estudo
as composições apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2: Dosagens dos ensaios de compactação.


Mistura Cim Cal
N Proporções
S+F (g) (g) (g)
1 25% F + 75% S 3000 0 0
2 50% F + 50%S 3000 0 0
3 75% F + 25%S 3000 0 0
25% F +75% S
4 3000 180 180
+6% Ci + 6% Ca
50% F +50% S
5 3000 180 180
+6% Cim + 6% Cal
75% F +25% S
6 3000 180 180
+6% Cim + 6% Cal

3.2. Solo (S)


O solo coletado de uma jazida na BR-163, próximo à jazida de material asfáltico fresado, foi
empregado para compor as misturas.

O ensaio de granulometria foi executado conforme NBR 7182 (ABNT, 1984).

Tabela 3: Limites de Atterberg

Os Limites de Atterberg na Tabela 3 indicam que o solo possui um comportamento


fracamente plástico, com valor próximo de 1% do índice de plasticidade (IP). Os limites de
contração (LC), limite de plasticidade (LP) e limite de liquidez (LL) também foram realizados
em laboratório segundo as NBR – 7183/1982 – Determinação do limite e relação de contração
de solos, NBR – 7180/1984 – Limite de plasticidade, NBR – 6459/1984 – Limite de liquidez,
respectivamente.
Tabela 4: Classificação dos Solos

Comparando os limites (Tabela 3) com a Tabela 4, a classificação TRB (antigo HRB) -


AASHTO (DNIT, 2006), com 33% dos materiais granulares passando na peneira nº. 200,
encontra-se com valores de IG=0, menos de 40% de LL e menos de 10% de IP. Classificando-
o no grupo A-2-4, conferindo um comportamento como subleito de excelente a bom.

3.3. Mistura de Material Asfáltico Fresado com Solo (F+S)


O material asfáltico fresado coletado, esteve armazenado em tambores lacrados até ser
homogeneizado uma quantidade de aproximadamente 300 kg do material, e ensacados em
volumes menores para posteriormente serem moldados os corpos de prova.

Para o solo, o LATRAN (Laboratório de Transportes da UFMS) forneceu o material já


homogeneizado. Foi então ensacado em volumes menores do mesmo tamanho.
Das misturas de material asfáltico fresado com solo (sem adição de aglomerantes), nas
proporções do experimento ("25%F+75%S", "50%F+50%S", "75%F+25%S"), realizaram-se
mais três ensaios de granulometria, descritos na Tabela 3.
Tabela 5: Porcentagens em peso passadas acumuladas das três misturas (F+S).

Segundo a Norma 141 (DNIT, 2010), para ser empregada a estabilização granulométrica e ser
aplicada em base de pavimentos rodoviários, deve-se enquadrar a mistura em uma das faixas
preestabelecidas. A Figura 1 compara a granulometria das três misturas de fresado com solo
(Tabela 3), ressaltando as faixas do DNIT em ordem decrescente que melhor enquadram as
granulometrias. Logo a faixa "C", como é a que melhor enquadra as granulometrias, está
sobre as demais.

Figura 1: Granulometria das três misturas entre Fresado e Solo, comparadas com faixas do
DNIT

3.4. Cimento (Cim)


Foi utilizado o Cimento Itaú CPII-E-32, produzido pela empresa Votorantim Cimentos, para a
moldagem dos corpos de prova.
Este tipo específico de cimento Portland possui uma composição intermediária entre o
cimento Portland comum e o cimento Portland com adições (pozolânico e alto-forno).
Equilibra bons resultados de calor de hidratação, com aumento de resistência.

3.5. Cal
De acordo com a pureza dos hidróxidos de cálcio, há três variedades de cal hidratada: cal
hidratada cálcica (CH-I), cal hidratada magnesiana (CH-II) e cal hidratada dolomítica (CH-
III) (SOUZA, 2014). Devido a quantidade (Tabela 7) de anidrido carbônico presente, óxidos
de cálcio e magnésio não hidratados e óxidos totais na base de não voláteis, esta é classificada
como uma cal dolomítica.

Em ensaios de resistência a compressão simples, LOVATO (2004) observou maiores


resistências em solos ricos em caulinita, na estabilização de um solo laterítico usando cal
cálcica e cal dolomítica.

Foi utilizada a cal hidratada Itaú CH-III, produzida pela empresa Votorantim Cimentos, para a
moldagem dos corpos de prova.

3.6. Água
A água destilada foi empregada para a moldagem dos corpos de prova, adotando metodologia
descrita na NBR 7182 (ABNT, 1986). Posteriormente, na fase de cura, foi utilizada água
comum para molhar os corpos de prova por processo de regagem.

4. ESPAÇO AMOSTRAL

4.1. Combinações
O cálculo das combinações dos elementos mistura (material fresado com solo), cimento e cal
foi elaborado com base na teoria de experimentos com misturas de Cornell, (2002). A soma
de todos os elementos para cada amostra foi estipulada em 3000g. Foram utilizadas três
combinações de mistura entre material asfáltico fresado e solo, com proporções
respectivamente em “25% e 75%”, “50% e 50%” e “75% e 25%”. Para cimento e cal,
respeitam ordens de 0%, 3% ou 6% (retirada da massa da mistura de solo com material
fresado). Na Tabela 6 estão descritas as quantidades de materiais a serem combinados. Na
Tabela 7, estão descritas as combinações geradas por estes.

Tabela 6: Elementos a serem combinados.


Tabela 7: Combinações de dosagens para os corpos de prova.

4.2 Adição de aglomerantes


Desse subtotal da mistura de material fresado com solo, com as umidades ótimas advindas dos
ensaios de compactação foram subtraídos 0, 90 (3%) ou 180 gramas (6%) para adição de
cimento ou cal com as mesmas respectivas massas. Amostras onde estavam combinados
cimento e cal em um mesmo corpo de prova, tiveram subtrações de 180 (90+90), 270
(90+180) ou 360 (180+180) gramas do material para adição desses aglomerantes.

4.3. Total
Para cada uma das 27 combinações de dosagens (descritos na Tabela 5), foram moldados 8
corpos de prova.

5. MÉTODO EXPERIMENTAL
Os corpos de prova foram moldados na energia de compactação intermediária, adotada da
norma NBR 7182 (ABNT, 1986), nas dimensões do cilindro pequeno (Proctor) em três
camadas de vinte e um golpes cada, com uso do soquete grande.

Após moldados cada corpo de prova era envolto com papel filme (PVC) a fim de manter a
umidade e então armazenado em local seco e protegido do sol. Para minimizar a perda de
umidade dos corpos de prova, eram molhadas por processo de regagem a cada 48 horas.

Os corpos de prova foram rompidos por ensaios de resistência à compressão simples e


resistência à tração por compressão diametral. Ambos os ensaio a 7 e 28 dias.

5.1. Delineamento
Usando a teoria de experimentos com misturas Cornell, (2002), que, com base nas restrições
dos componentes adotados (mistura entre material fresado com solo entre 88 e 100%, cimento
entre 0 e 6%, cal entre 0 e 6%), é definida a região experimental objeto de estudo. Após
coletados os dados, efetua-se o ajuste polinomial (em nosso caso, cúbico completo). Trata-se
de um artifício estatístico para visualizar efeitos isolados de variação dos componentes da
mistura. Neste ainda são geradas superfícies de resposta - curvas de nível que avaliam efeitos
de interação dos componentes.

As combinações já descritas no Espaço Amostral deste trabalho (Item 4.1), foram


selecionadas com base em um experimento delineado da técnica estatística de experimento de
misturas (CORNELL, 2002) e são apresentadas em um modelo Simplex no Gráfico 5.

6. ANÁLISE DE RESULTADOS
A porcentagem ideal de cimento a ser usada, pode ser obtida de forma experimental de acordo
com a NBR 12253. O teor mínimo de cimento sugerido pela norma é de 5% em massa, porém
ainda permite-se utilizar até 3,5%, em massa, para solos do tipo A1-a, A1-b ou A-2-4,
contanto que seja atingida a resistência de 2,1 MPa, no ensaio de resistência à compressão
simples.

Já para resistências à tração por compressão diametral, valores entre 0,6 e 2,0 MPa são usuais,
dependendo do teor de cimento e tipo de solo (CERATTI apud BERNUCCI, 2001).

Neste trabalho, foram então adotados valores de 2,1 MPa para resistência à compressão
simples e 0,6 MPa para resistência à tração por compressão diametral, como valores de
referência para análises. As superfícies de contorno à serem comparadas neste trabalho,
apresentam-se sempre na mesma escala, para melhor visualização dos parâmetros à serem
analisados.

Para este trabalho, embora os dados de resistência tenham sido obtidos tanto em laboratório
quanto por meio de estimativas utilizando técnicas de modelagem, será apresentada de forma
sucinta os resultados das deformações na compressão simples e diametral.

6.1. Deformações de ruptura nos ensaios de resistência à compressão simples, de 7 para


28 dias
A Tabela 8 mostra uma análise do comportamento dos materiais apresentados na Figura 2
Figura 2: Superfícies de resposta para a deformação na resistência à compressão simples
(25% Fresado com 75% Solo) de 7 para 28 dias.

Tabela 8: Resumo de deformações nos ensaios de resistência à compressão simples (25%


Fresado com 75% Solo) de 7 para 28 dias.

6.2. Deformações de ruptura nos ensaios de resistência à tração por compressão


diametral, de 7 para 28 dias

A Tabela 9 mostra uma análise do comportamento dos materiais apresentados no Figura 3.


Figura 3: Superfícies de resposta para a deformação na resistência à tração por
compressão diametral (25% Fresado com 75% Solo) de 7 para 28 dias.

Tabela 9: Resumo de deformações nos ensaios de resistência à tração por compressão


diametral (25% Fresado com 75% Solo) de 7 para 28 dias.
7. CONCLUSÕES
Este trabalho teve por objetivo a apresentação de um procedimento empírico destinado à
seleção de concentrações adequadas de material asfáltico fresado, solo, cimento e cal.

Comparando as resistências mínimas satisfatórias adotadas da NBR 12253 (ABNT, 1992) e


de CERATTI (1991). Várias análises foram apresentadas, do qual foram obtidas as seguintes
conclusões:

Para as três proporções de fresado-solo, o efeito da porcentagem de cimento se expressa no


aumento da massa específica seca, já a cal gera um efeito contrário.

O aumento na resistência nos ensaios à compressão simples e à tração por compressão


diametral, tem predominante relação com o cimento. Já a cal, costuma aumentar levemente a
resistência por conta de suas propriedades cimentantes, quando aplicada isolada no solo (em
ambos os ensaios) e tende a diminuir a eficácia do cimento quanto à resistência.

Tanto a ação do cimento quanto a ação da cal diminuem as deformações em ambos os ensaios
feitos (RCS e RTCD). A cal manifesta menos esse comportamento, principalmente nos
primeiros 7 dias, porém ainda é considerável a partir dos 28 dias.

Conforme a Tabela 21, várias misturas mostraram resistências satisfatórias, adotadas da NBR
12253 (ABNT, 1992) e Ceratti (1991).

A Tabela 10 apresenta as principais tendências encontradas durante o trabalho e avalia


resistências satisfatórias.

Dentro da região da mistura ensaiada, é possível utilizar outras misturas ajustando-as às


necessidades de projeto, como por exemplo vias para baixo volume de tráfego ou camadas
com menores solicitações. Contudo, deve-se levar em consideração que altos teores de
cimento podem acarretar trincamentos por retração.

Tabela 10: Resumo das análises


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Martinho Estevão Correa Neto (martinhoneto@me.com)


Eduardo Rodolpho Alcantú (latran.faeng@ufms.br)
David Alex Arancibia Suarez (alex.arancibia@ufms.br)
Daniel Anijar de Matos (daniel.matos@ufms.br)
Glauco Túlio Pessa Fabbri (glauco@sc.usp.br)
Laboratório de Transportes, Faculdade de Engenharia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

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