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CRONOGRAMA DE METAS

3º MÊS - 1º BLOCO

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Mapa de matérias e assuntos do 3º mês – bloco 01 – 14 dias

Contratos: a) Generalidades e classificação; b) Princípios; c)


Contratos inominados; d) Estipulação em favor de terceiro; e)
Promessa de fato de terceiro; f) Vício redibitório; g) Evicção; h)
Extinção; i) Contratos nominados: compra e venda, troca ou
permuta, contrato estimatório, doação, locação de coisas,
comodato, mútuo, prestação de serviço, empreitada, depósito,
DIA 57 DIREITO CIVIL
mandato, comissão, agência e distribuição, corretagem,
transporte, seguro, fiança, transação e compromisso; j)
promessa e compromisso de compra e venda; l) Declarações
unilaterais de vontade; m) Pagamento indevido; n)
Enriquecimento sem causa. – PARTE I

DIA 58 REVISÃO Revisão de Direito Constitucional.

Controle administrativo, legislativo e judicial da


Administração. Mandado de Segurança individual. Mandado
DIA 59 DIREITO ADMINISTRATIVO de Segurança Coletivo. Ação Popular. Ação Civil Pública.
Mandado de Injunção. Habeas Data. Prescrição
administrativa.

Contratos: a) Generalidades e classificação; b) Princípios; c)


Contratos inominados; d) Estipulação em favor de terceiro; e)
Promessa de fato de terceiro; f) Vício redibitório; g) Evicção; h)
Extinção; i) Contratos nominados: compra e venda, troca ou
DIA 60 DIREITO CIVIL permuta, contrato estimatório, doação, locação de coisas,
comodato, mútuo, prestação de serviço, empreitada, depósito,
mandato, comissão, agência e distribuição, corretagem,
transporte, seguro, fiança, transação e compromisso; j)
promessa e compromisso de compra e venda; l) Declarações
unilaterais de vontade; m) Pagamento indevido; n)
Enriquecimento sem causa. – PARTE II

DIA 61 DIREITO PROCESSUAL CIVIL Mandado de Segurança.

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ICMS: Disciplina constitucional e infraconstitucional.
Hipóteses de incidência, contribuintes, responsáveis,
DIA 62 DIREITO TRIBUTÁRIO substitutos. Base de cálculo. Alíquota. O princípio da não-
cumulatividade. Regime de apuração e de pagamento.
Administração do ICMS: fiscalização; auto de infração; defesa
do contribuinte; parcelamento de débitos.

DIA 63 REVISÃO Revisão de Direito Processual Civil.

(Domingo)

DIA 64 DIREITO ADMINISTRATIVO Licitação e RDC – PARTE I

Contratos: a) Generalidades e classificação; b) Princípios; c)


Contratos inominados; d) Estipulação em favor de terceiro; e)
Promessa de fato de terceiro; f) Vício redibitório; g) Evicção; h)
Extinção; i) Contratos nominados: compra e venda, troca ou
DIA 65 DIREITO CIVIL permuta, contrato estimatório, doação, locação de coisas,
comodato, mútuo, prestação de serviço, empreitada, depósito,
mandato, comissão, agência e distribuição, corretagem,
transporte, seguro, fiança, transação e compromisso; j)
promessa e compromisso de compra e venda; l) Declarações
unilaterais de vontade; m) Pagamento indevido; n)
Enriquecimento sem causa. – PARTE III

DIA 66 DIREITO ADMINISTRATIVO Licitação e RDC – PARTE II

DIA 67 DIREITO PROCESSUAL CIVIL Execução Fiscal.

Responsabilidade pelo dano ambiental: Responsabilidade


administrativa. Infrações e sanções administrativas
DIA 68 AMBIENTAL ambientais. Responsabilidade civil. Responsabilidade
criminal.

DIA 69 DIREITO CIVIL Empresário, Sociedade, Estabelecimento empresarial,


Registro, Nome empresarial, Prepostos e Escrituração.

DIA 70 REVISÃO Revisão de Direito e Processual Trabalhista.


(Domingo)

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CALENDÁRIO DE METAS – MÊS 03 – BLOCO 01:

DIA 57

DIREITO CIVIL

Contratos: a) Generalidades e classificação; b) Princípios; c) Contratos


inominados; d) Estipulação em favor de terceiro; e) Promessa de fato de
terceiro; f) Vício redibitório; g) Evicção; h) Extinção; i) Contratos
nominados: compra e venda, troca ou permuta, contrato estimatório,
doação, locação de coisas, comodato, mútuo, prestação de serviço,
empreitada, depósito, mandato, comissão, agência e distribuição,
corretagem, transporte, seguro, fiança, transação e compromisso; j)
promessa e compromisso de compra e venda; l) Declarações unilaterais de
vontade; m) Pagamento indevido; n) Enriquecimento sem causa. – PARTE I
(Item 13)
OBSERVAÇÃO!

O aluno que se sente à vontade com a disciplina pode simplesmente ler o Código Civil e
resolver as questões, sanando as dúvidas que surgirem com as questões no livro. Nesse
caso, o aluno deve resolver, pelo menos, o dobro do número de questões recomendadas
para o cumprimento normal da meta.

O aluno deve ter em mente que a parte de Teoria Geral dos Contratos é bastante
importante. Por essa razão recomenda-se que, ao menos, quanto a essa parte, o aluno leia
alguma doutrina.

O aluno que não tem base ou nunca estudou com afinco a disciplina deve ler um dos livros
indicados na bibliografia ou algum material de que goste ou uma boa sinopse (JusPodivm),
a fim suprir a deficiência nesse momento pré-edital.

Como o assunto é extenso, o aluno deve ler o máximo que der hoje e, depois, continuar nas
metas do dia 60 e 65.

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Sugestão do curso para organização do aluno:

PARTE I – Teoria Geral dos Contratos.


PARTE II – Contratos em espécie, focando nos mais importantes (serão indicados).
PARTE III – Atos unilaterais.

COMO ESTUDAR?

 Ler o assunto pelo livro de preferência do aluno (entre os livros


indicados na bibliografia);

 Ler os artigos 421 a 886;

 Resolver 40 questões sobre o assunto na PARTE I, na PARTE II, e na


PARTE III, o que totaliza 120 questões.

O QUE É IMPORTANTE?

 Contratos: classificações;

 Princípios contratuais;

o Autonomia privada

o Obrigatoriedade da convenção

o Função social dos contratos IMPORTANTE!

o Conservação do contrato

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o Boa fé: Função tríplice da boa fé (interpretativa, integrativa,
controle), figuras parcelares da boa fé objetiva, adimplemento
substancial IMPORTANTE!

o Princípio da interpretação mais favorável ao aderente;

 Proibição da pacta corvina (Art. 426 do CC);

 Contrato preliminar x Contrato definitivo;

 Vícios redibitórios: ações redibitórias, prazos, início do prazo, garantia


contratual;

 Evicção: hipóteses de cabimento, (des)necessidade do trânsito em


julgado, valor da indenização, (des)necessidade da denunciação à lide;

 Contratos aleatórios: emptio spei x emptio spei speratae;

 Formas de extinção do contrato;

 Teoria da imprevisão ou teoria da onerosidade excessiva? Requisitos e


diferença da teoria da base objetiva do negócio jurídico.

 Principais contratos em espécie: compra e venda, fiança, seguro e


doação. OBSERVAÇÃO! Vale a pena ler tais contratos por algum
material doutrinário. Para os demais, a leitura do CC e a resolução de
exercícios é o bastante.

 Enriquecimento sem causa;

 Pagamento de dívida prescrita: direito à devolução?

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ALGUMAS SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO:

Súmula 35 do STJ: Incide correção monetária sobre as prestações


pagas, quando de sua restituição, em virtude da retirada ou exclusão do
participante de plano de consórcio.

Súmula 61 do STJ: O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado.

Súmula 76 do STJ: A falta de registro do compromisso de compra e


venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para constituir em
mora o devedor.

Súmula 322: Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de


crédito em conta-corrente, não se exige a prova do erro.

Súmula 332: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges


implica a ineficácia total da garantia.

Súmula 380: A simples propositura da ação de revisão de contrato não


inibe a caracterização da mora do autor.

Súmula 538: As administradoras de consórcio têm liberdade para


estabelecer a respectiva taxa de administração, ainda que fixada em
percentual superior a dez por cento.

ALGUNS JULGADOS SOBRE O ASSUNTO:

Informativo n. 589: É nulo o contrato firmado entre particulares de compra e


venda de imóvel de propriedade da União quando ausentes o prévio
recolhimento do laudêmio e a certidão da Secretaria do Patrimônio da União
(SPU), ainda que o pacto tenha sido registrado no Cartório competente. Para
melhor compreensão da controvérsia, transcreve-se o art. 3º do Decreto-Lei n.
2.398/1987, que dispõe sobre foros, laudêmios e taxas de ocupação relativas

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a imóveis de propriedade da União, e dá outras providências: "Art. 3º A
transferência onerosa, entre vivos, do domínio útil e da inscrição de ocupação
de terreno da União ou cessão de direito a eles relativos dependerá do prévio
recolhimento do laudêmio, em quantia correspondente a 5% (cinco por cento)
do valor atualizado do domínio pleno do terreno, excluídas as benfeitorias. §
1º As transferências parciais de aforamento ficarão sujeitas a novo foro para a
parte desmembrada. § 2º Os Cartórios de Notas e Registro de Imóveis, sob
pena de responsabilidade dos seus respectivos titulares, não lavrarão nem
registrarão escrituras relativas a bens imóveis de propriedade da União, ou
que contenham, ainda que parcialmente, área de seu domínio: I - sem certidão
da Secretaria do Patrimônio da União - SPU que declare: a) ter o interessado
recolhido o laudêmio devido, nas transferências onerosas entre vivos; b) estar
o transmitente em dia, perante o Patrimônio da União, com as obrigações
relativas ao imóvel objeto da transferência; e c) estar autorizada a
transferência do imóvel, em virtude de não se encontrar em área de interesse
do serviço público; II - sem a observância das normas estabelecidas em
regulamento". Os bens públicos podem ser classificados como bens de uso
comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais. A diferença principal
entre eles reside no fato de que as duas primeiras espécies possuem
destinação pública, enquanto a terceira não a possui. Os terrenos
pertencentes à União são bens públicos, apesar de os bens dominicais terem
destinação precipuamente particular. Seguindo o escólio de doutrina "o regime
dos bens dominicais é parcialmente público e parcialmente privado". Por isso,
deve-se ter consciência de que a sua natureza não é exclusivamente
patrimonial, pois a Administração Pública não deseja apenas auferir renda,
mas também observar o interesse coletivo representado pelo domínio direto do
imóvel. Conforme explicitado, os bens dominicais possuem especificidades
com relação à propriedade privada, que é regulada exclusivamente pelo
Código Civil. Dentre elas, existe o direito de transferir onerosamente o domínio
útil do imóvel mediante o pagamento de laudêmio, pois se trata, como dito
alhures, de relação de natureza híbrida. Portanto, o contrato de compra e
venda desses imóveis deve se revestir de formalidades sem as quais se

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desnatura a sua natureza jurídica. Logo, não é somente o pagamento do
laudêmio que diferencia essa espécie de transferência onerosa entre vivos,
mas, e, principalmente, a autorização da União para a realização do negócio
jurídico. Como se trata de bem público de interesse da União, ela deve
acompanhar de perto, por meio da SPU, a realização de sua transferência,
pois, como dispõe a lei, pode ocorrer a vinculação do imóvel ao serviço público.
Ademais, os Cartórios de Registro de Imóveis têm a obrigação de não lavrar
nem registrar escrituras relativas a bens imóveis de propriedade da União
sem a certidão da SPU, sob pena de responsabilidade dos seus titulares.
Precedente citado: REsp 1.201.256-RJ, Primeira Turma, DJe 22/2/2011. REsp
1.590.022-MA, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em
9/8/2016, DJe 8/9/2016.

Informativo n. 581: O prazo decadencial para herdeiro do cônjuge


prejudicado pleitear a anulação da fiança firmada sem a devida outorga
conjugal é de dois anos, contado a partir do falecimento do consorte que não
concordou com a referida garantia. Dispõe o art. 1.647 do CC que,
"Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: [...] III - prestar
fiança ou aval". Por sua vez, o art. 1.649 do CC estabelece que "A falta de
autorização, não suprimida pelo juiz, quando necessário (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até
dois anos depois de terminada a sociedade conjugal". Nota-se, por meio da
comunhão dos artigos acima citados, que o CC dispõe, de forma categórica, os
atos que não podem ser realizados sem que haja a observância do
consentimento do outro consorte - uxória ou marital -, já que essa anuência se
consubstancia como elemento essencial para a validade da relação jurídica
firmada com terceiro. Logo, não se pode perenizar uma relação jurídica se ao
constituí-la houver a inobservância de elemento essencial para sua validade,
tal como a outorga conjugal. Por isso, o CC institui meios de o cônjuge
prejudicado anular essa garantia, como forma de impedir a manutenção de

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uma situação inválida. Com efeito, no contexto que a codificação faz para
questionar a garantia dada sem a anuência do outro consorte, há a expressa
previsão de que tal contenda só será deflagrada apenas, e tão somente, pelo
outro cônjuge, ou, com o seu falecimento, pelos herdeiros - como legitimado
sucessivo. Aliás, ressalte-se, que tanto a doutrina civilista quanto a
jurisprudência pátria possuem reiterados entendimentos no sentido de que
não há substrato jurídico para o cônjuge que praticou ato sem a devida
outorga instaurar ação para anular o que ele mesmo realizou, devido à
ocorrência do venire contra factum proprium (AgRg no REsp 1.232.895-SP,
Quarta Turma, DJe 13/8/2015). Assim, a legitimidade para ingressar com
ação de anulabilidade contra fiança firmada sem a necessária outorga
conjugal está adstrita ao cônjuge prejudicado, podendo se estender apenas
aos herdeiros, no caso de falecimento daquele. É essa a redação do art. 1.650
do CC, o qual dispõe que "A decretação de invalidade dos atos praticados sem
outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser
demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros".
Com isso, o olhar lançado nessa temática deve ser abrangente, já que o
comando do art. 1.650 se mostra como complemento daquele delineado no art.
1.649. Isso aponta para o fato de que, por meio do princípio geral da
operabilidade, o legislador conjugou os dois artigos por meio de uma
interpretação lógico-sistemática. Ou seja, fica evidente que os legitimados
apontados no artigo subsequente (1.650) deverão observar as exigências do
artigo antecedente (1.649). Por isso, havendo uma complementariedade dos
dispositivos, parece melhor a interpretação no sentido de que os herdeiros
também observem o prazo delimitado para o próprio consorte quando em vida
- 02 anos, caso queiram ingressar em juízo. REsp 1.273.639-SP, Rel. Luis
Felipe Salomão, julgado em 10/3/2016, DJe 18/4/2016.

Informativo n. 577: O direito de preferência previsto no art. 504 do CC


aplica-se ao contrato de compra e venda celebrado entre condômino e terceiro,
e não àquele ajustado entre condôminos. O art. 504 do CC enuncia que: "Não
pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se

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outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der
conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena
de decadência. Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que
tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão
maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os
comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço". Partindo-
se da literalidade do previsto nesse artigo, infere-se que o direito de
preferência deve ser observado apenas nos casos em que a alienação se
pactue entre consorte e estranho, e não entre consortes. Efetivamente, o caput
do aludido dispositivo é bastante claro quanto à incidência da preempção
apenas nas hipóteses de negócio jurídico envolvendo terceiro/estranho ao
condomínio. Aliás, necessário destacar que a ratio da positivação da referida
norma sobre o direito de prelação se cinge justamente à conciliação dos
objetivos particulares daquele que pretende alienar sua fração com a (possível)
manutenção da comunidade de coproprietários, até porque, conforme
entendimento doutrinário, "[...] a função social recomenda ser mais cômodo
manter a propriedade entre os titulares originários, evitando desentendimento
com a entrada de um estranho no grupo". A referida preocupação está
inserida, outrossim, no parágrafo único do art. 1.314 do CC, segundo o qual:
"Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar
posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros". Com efeito,
a alienação de frações ideais entre condôminos refoge à finalidade intrínseca
ao direito de preferência, uma vez que não se tratará de hipótese de ingresso
de terceiro/estranho à comunhão. Pelo contrário, serão mantidos os consortes,
apenas com alterações no percentual da parte ideal daquele que adquiriu a
parcela de outrem. Esse entendimento, aliás, já foi adotado por esta Corte, em
antigo precedente da Terceira Turma (REsp 19.538-SP, DJ 17/5/1993), no
qual analisado o art. 1.139 do CC/1916 - norma correspondente ao atual art.
504 do CC. Além disso, não é cabível o argumento de que o parágrafo único do
art. 504 do CC, ao enunciar que: "Sendo muitos os condôminos, preferirá o que
tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão

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maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os
comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço", teria
estendido o direito de preempção às hipóteses de alienação entre consortes.
Em verdade, o referido parágrafo único apenas complementa a norma
enunciada no caput, estabelecendo o procedimento a ser adotado caso mais
de um condômino venha manifestar o seu direito de preferência, por ocasião
da alienação de fração ideal à terceiro alheio à comunhão. Ademais, tratando-
se de restrição à liberdade de contratar, o instituto em comento - direito de
preferência - deve ser interpretado de forma restritiva. Assim, se a lei de
regência (art. 504 do CC) apenas o institui em relação às alienações a
estranhos, não cabe ao intérprete, extensivamente, aplicar essa norma aos
casos de compra e venda entre consortes. REsp 1.137.176-PR, Rel. Min. Marco
Buzzi, julgado em 16/2/2016, DJe 24/2/2016.

Informativo n. 577: É inválida a doação realizada por meio de procurador se


o instrumento procuratório concedido pelo proprietário do bem não mencionar o
donatário, sendo insuficiente a declaração de poderes gerais na procuração.
Nos termos legais (art. 538 do CC), objetivamente, "Considera-se doação o
contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio
bens ou vantagens para o de outra". De forma subjetiva, a doação representa
um gesto de generosidade ou filantropia que resulta da vontade
desinteressada do doador de praticar uma liberalidade. É contrato festejado
na sociedade em virtude da valorização que se dá às condutas animadas por
solidariedade e caridade. A despeito do caráter de liberalidade (animus
donandi), segundo doutrina, existe no âmbito jurídico uma dupla preocupação
relativamente a essa modalidade contratual: "de um lado, a permissão da
prática da liberalidade como legítima e espontânea manifestação de vontade;
de outra banda, o estabelecimento de uma proteção fundamental à pessoa do
doador, evitando prejuízos a quem pratica um ato de generosidade". Assim,
atento ao risco de o nobre propósito de doar ser desvirtuado ou forjado,
inclusive por mascarar negócio jurídico distinto, existem institutos
vocacionados a controlar a sua regularidade, sendo que sua caracterização

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depende da conjugação de elementos subjetivos e objetivos, quais sejam: a) o
sujeito (doador e donatário); b) o objeto a ser doado; c) o animus donandi
(intenção/vontade do doador de praticar a liberalidade visando enriquecer o
donatário); d) a transferência de bens ou vantagens em favor do donatário; e)
a aceitação de quem recebe, afinal é com o consentimento de quem se
beneficia que passa o donatário a assumir deveres éticos, morais e jurídico
para com o benfeitor; e f) a forma pela qual se opera a doação. Ressalte-se que
o ordenamento jurídico permite a doação por procurador constituído pelo
doador, desde que ostente instrumento de mandato com poderes especiais,
nos termos do art. 661, §1º, do CC: "Para alienar, hipotecar, transigir, ou
praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária,
depende a procuração de poderes especiais e expressos". Assim, diante da
solenidade que a doação impõe, em razão da disposição de patrimônio que
acarreta, somente o mandatário munido de poderes especiais para o ato é que
pode representar o titular do bem a ser doado. Assinale-se que a doutrina e a
jurisprudência brasileiras têm admitido a doação por procuração, desde que o
doador cuide de especificar o objeto da doação e o beneficiário do ato
(donatário). A propósito, o STJ já exarou o entendimento de que o animus
donandi materializa-se pela indicação expressa do bem e do beneficiário da
liberalidade, razão por que é insuficiente a cláusula que confere poderes
genéricos para a doação (REsp 503.675-SP, Terceira Turma, DJ 27/6/2005).
REsp 1.575.048-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/2/2016, DJe
26/2/2016.

Informativo n. 575: É válida cláusula inserta em contrato de promessa


de compra e venda de imóvel situado em terreno de marinha que estipule ser
da responsabilidade do promitente-adquirente o pagamento do laudêmio
devido à União, embora a referida cláusula não seja oponível ao ente
público. O recolhimento do laudêmio em favor da União, em se tratando de
transferência onerosa, é obrigação legal decorrente de uma relação jurídica,
regida por regras do direito administrativo, entre o proprietário do domínio
direto (a União) e o proprietário do domínio útil do imóvel (o particular). Ocorre

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que, quando se trata de transferência onerosa, há outra relação jurídica
envolvida (entre o promitente-adquirente e o promitente-vendedor), a qual é de
natureza meramente contratual e privada, envolvendo direitos disponíveis. E é
dessa relação jurídica que trata o presente caso. A relação jurídica em questão
refere-se a um contrato particular de promessa decompra e venda de imóvel,
em que as partes estabelecem entre si, livremente, as condições do negócio,
devendo prevalecer a vontade das partes, desde que não contrarie proibição
estabelecida por lei (art. 82 do CC/1916 e art. 104 do CC/2002). Diante das
circunstâncias que norteiam o negócio específico da promessa
de compra e venda de imóvel, com destaque para o acordo referente ao preço,
forma e condições de pagamento, é perfeitamente possível e lícito estipular-se,
para validade no negócio, a inversão da obrigação no que diz respeito ao
pagamento do laudêmio devido à União, mesmo porque, para esta, o que
importa para a efetiva transferência do domínio útil é o recolhimento do
laudêmio ao Tesouro Nacional. Nesse sentido, o fato de, na relação jurídica de
direito público, a lei impor o pagamento do laudêmio a determinada parte
envolvida na relação contratual de alienação onerosa de imóvel situado em
terreno de marinha (art. 686 do CC/1916) não impede que os particulares,
numa relação de direito privado, ajustem entre si a transferência do encargo
de cumprir a obrigação legal. Trata-se, inclusive, de fato comum, por exemplo,
nas relações jurídicas tributárias, nas quais, frequentemente, têm-se as
figuras do contribuinte de direito (obrigado na relação tributária) e do
contribuinte de fato (a quem, na prática, é transferido o encargo de suportar o
ônus tributário). Aliás, nos contratos de locação, exemplificativamente,
normalmente é transferido ao inquilino o encargo de pagar o IPTU incidente
sobre o imóvel (além de outros encargos). Esse ajuste, saliente-se, obriga
apenas as partes contratantes, não sendo oponível à União, naquela relação
jurídica diversa, de cunho legal. REsp 888.666-SE, Rel. Min. Raul Araújo,
julgado em 15/12/2015, DJe 1º/2/2016.

Informativo n. 573: Ainda que sem prévia ou concomitante rescisão do


contrato de compra e venda com reserva de domínio, o vendedor pode, ante o

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inadimplemento do comprador, pleitear a proteção possessória sobre o bem
móvel objeto da avença. A cláusula de reserva de domínio ou pactum reservati
dominii é uma disposição inserida nos contratos de compra e venda que
permite ao vendedor conservar para si a propriedade e a posse indireta da
coisa alienada até o pagamento integral do preço pelo comprador, o qual terá
apenas a posse direta do bem, enquanto não solvida a obrigação. Neste
contexto, segundo doutrina, "o domínio não se transmite com o contrato e
entrega da coisa, mas automaticamente com o pleno pagamento". Desde que
formulado o pacto com reserva de domínio, o comprador tem conhecimento que
recebe a mera posse direta do bem e o vendedor, por pressuposto, sabe que a
sua propriedade é resolúvel, uma vez que o primeiro poderá adquirir a
propriedade do bem com o pagamento integral do preço, sendo franqueado à
parte vendedora/credora optar pelo procedimento que melhor lhe convier a fim
de ressarcir-se dos prejuízos havidos com o ajuste inadimplido. Saliente-se
que nem a lei nem a doutrina impõem, textual ou implicitamente, a
necessidade de ajuizamento preliminar de demanda rescisória do contrato de
compra e venda com reserva de domínio, para a obtenção da retomada do
bem. Isso porque não se trata, aqui, da análise do ius possessionis (direito de
posse decorrente do simples fato da posse), mas sim do ius possidendi, ou
seja, do direito à posse decorrente do inadimplemento contratual, onde a
discussão acerca da titularidade da coisa é inviabilizada, haja vista se tratar
de contrato de compra e venda com reserva de domínio onde a transferência
da propriedade só se perfectibiliza com o pagamento integral do preço, o que
não ocorreu em razão da inadimplência do devedor. A fim de melhor elucidar a
questão, o ius possessionis é o direito de posse, ou seja, é o poder sobre a
coisa e a possibilidade de sua defesa por intermédio dos interditos (interdito
proibitório, de manutenção da posse ou de reintegração de posse). Trata-se de
conceito que se relaciona diretamente com a posse direta e indireta. Já o ius
possidendi é o direito à posse, decorrente do direito de propriedade, ou seja, é
o próprio domínio. Em outras palavras, é o direito conferido ao titular de
possuir o que é seu, independentemente de prévio ajuizamento de demanda
objetivando rescindir o contrato de compra e venda, uma vez que, nos ajustes

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cravados com cláusula de reserva de domínio, a propriedade do bem, até o
pagamento integral do preço, pertence ao vendedor, ou seja, não se consolida
a transferência da propriedade ao comprador. Destaque-se que não se trata
das hipóteses em que o STJ assevera que o deferimento da proteção
possessória está condicionado à prévia conclusão do contrato (AgRg no REsp
1.337.902-BA, Quarta Turma, DJe 14/3/2013; e AgRg no REsp 1.292.370-
MS, Terceira Turma, DJe 20/11/2012). Isso porque, nas ações em que se
discute o ius possessionis, ainda que fundada em contrato de compra e venda
inadimplido, no qual não consta cláusula de reserva de domínio, a
propriedade já se transfere de plano, razão pela qual, por não comportar a
tutela possessória dilação processual necessária à discussão da ocorrência,
ou não, do inadimplemento contratual, essa não pode ser requerida sem que
seja oportunizado ao comprador/devedor questionar o descumprimento da
obrigação, em face da abusividade das cláusulas contratuais ou purgar a
mora quando se verificar a ocorrência de pagamento substancial do preço.
Desta feita, a discussão do contrato e, por conseguinte, a sua rescisão deve se
dar em momento anterior ao ajuizamento da ação possessória ou, ao menos
de forma concomitante, em cumulação de ações, sendo o pleito possessório
pedido subsidiário em relação à pretensão rescisória do contrato, pelo
inadimplemento obrigacional, uma vez que somente após a resolução
contratual é que poderá haver posse injusta a aclamar a retomada do bem.
REsp 1.056.837-RN, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 3/11/2015, DJe
10/11/2015.

Informativo n. 564: Se o segurado se suicidar dentro dos dois primeiros


anos de vigência de contrato de seguro de vida, o segurador, a despeito de
não ter que pagar o valor correspondente à indenização, será obrigado a
devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada, mesmo
diante da prova mais cabal de premeditação do suicídio. Realmente, conforme
a redação do art. 798, caput, do CC/2002, o "beneficiário não tem direito ao
capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de
vigência inicial do contrato [...], observado o disposto no parágrafo único do

16
artigo antecedente". Por sua vez, o parágrafo único do art. 797 do CC/2002
estabelece que, se o segurado se suicidar dentro do prazo de carência do
seguro, o beneficiário - conquanto não tenha direito ao capital estipulado (art.
798, caput) - terá direito ao ressarcimento do "montante da reserva técnica já
formada". Ao contrário do CC/1916, não há, no CC/2002, previsão acerca do
caráter premeditado ou não do suicídio, visto que a intenção do novo Código é
precisamente evitar a dificílima prova da premeditação e da sanidade mental
e capacidade de autodeterminação no momento do suicídio. Percebe-se,
portanto, que o art. 798 do CC/2002 adotou critério objetivo temporal para
determinar a cobertura relativa ao suicídio do segurado, afastando o critério
subjetivo da premeditação. Nesse contexto, deve-se ressaltar o fato de que a
Súmula 105 do STF ("Salvo se tiver havido premeditação, o suicídio do
segurado no período contratual de carência não exime o segurador do
pagamento do seguro") foi formada, antes do CC/2002, a partir de
precedentes nos quais se invalidava a cláusula de exclusão de cobertura
simplesmente porque não havia previsão legal, na época, para esta cláusula.
Posteriormente a essa Súmula, surgiu a Súmula 61 do STJ ("O seguro de vida
cobre o suicídio não premeditado"), em data também anterior ao CC/2002, em
uma época em que o pressuposto de todos os precedentes tanto da
mencionada Súmula do STF quanto da referida Súmula do STJ era a ausência
de previsão legal que autorizasse a estipulação de cláusula que eximisse a
seguradora da cobertura por suicídio não premeditado, o contrário do que
sucede hoje, quando a lei expressamente estabelece que o de suicídio durante
os primeiros dois anos de vigência da apólice é um risco não coberto (art. 798,
caput). REsp 1.334.005-GO, Rel. originário Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
Rel. para acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/4/2015, DJe
23/6/2015.

Informativo n. 561: A cláusula de contrato de seguro de vida que estabelece


o aumento do prêmio do seguro de acordo com a faixa etária mostra-se
abusiva quando imposta ao segurado maior de 60 anos de idade e que conte
com mais de 10 anos de vínculo contratual. Com efeito, embora se mostre

17
abusiva a cláusula que prevê fatores de aumento diferenciados por faixa
etária, uma vez que oneram de forma desproporcional os segurados na velhice
e possuem, como objetivo precípuo, compelir o idoso à quebra do vínculo
contratual, afrontando, dessa maneira, a boa-fé que deve perdurar durante
toda a relação contratual, há que se ressaltar que, em relação aos contratos
de seguro de vida, a jurisprudência do STJ segue no sentido de se declarar
abusivos somente aqueles reajustes diferenciados do prêmio incidentes após o
implemento da idade de 60 anos do segurado e desde que já conte ele com
mais de 10 anos de vínculo contratual. Isso se dá pela aplicação analógica
das regras que incidem sobre os contratos de plano de saúde (art. 15,
parágrafo único, da Lei 9.656/1998). Precedentes citados: EDcl no AgRg no
REsp 1.453.941-RS, Terceira Turma, DJe 4/12/2014; e AgRg no AREsp
586.995-RS, Terceira turma, DJe 7/4/2015. REsp 1.376.550-RS, Rel. Min.
Moura Ribeiro, julgado em 28/4/2015, DJe 12/5/2015.

Informativo n. 554: Quando o vício oculto, por sua natureza, só puder ser
conhecido mais tarde (art. 445, § 1°, CC), o adquirente de bem móvel terá o
prazo de trinta dias (art. 445, caput, do CC), a partir da ciência desse defeito,
para exercer o direito de obter a redibição ou abatimento no preço, desde que o
conhecimento do vício ocorra dentro do prazo de cento e oitenta dias da
aquisição do bem. O prazo decadencial para exercício do direito de obter a
redibição ou abatimento no preço de bem móvel é o previsto no caput do art.
445 do CC, isto é, trinta dias. O § 1º do art. 445 do CC apenas delimita que,
se o vício somente se revelar mais tarde, em razão de sua natureza, o prazo
de 30 dias fluirá a partir do conhecimento desse defeito, desde que revelado
até o prazo máximo de 180 dias, com relação aos bens móveis. Desse modo,
no caso de vício oculto em coisa móvel, o adquirente tem o prazo máximo de
cento e oitenta dias para perceber o vício e, se o notar neste período, tem o
prazo de decadência de trinta dias, a partir da verificação do vício, para
ajuizar a ação redibitória. Nesse sentido, o enunciado 174 do CJF dispõe que:
"Em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os prazos do caput do art.
445 para obter redibição ou abatimento do preço, desde que os vícios se

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revelem nos prazos estabelecidos no parágrafo primeiro, fluindo, entretanto, a
partir do conhecimento do defeito". REsp 1.095.882-SP, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 9/12/2014, DJe 19/12/2014.

Informativo n. 519: Para que o evicto possa exercer os direitos resultantes


da evicção, na hipótese em que a perda da coisa adquirida tenha sido
determinada por decisão judicial, não é necessário o trânsito em julgado da
referida decisão. A evicção consiste na perda parcial ou integral do bem, via
de regra, em virtude de decisão judicial que atribua seu uso, posse ou
propriedade a outrem em decorrência de motivo jurídico anterior ao contrato de
aquisição. Pode ocorrer, ainda, em razão de ato administrativo do qual
também decorra a privação da coisa. A perda do bem por vício anterior ao
negócio jurídico oneroso é o fator determinante da evicção, tanto que há
situações em que os efeitos advindos da privação do bem se consumam a
despeito da existência de decisão judicial ou de seu trânsito em julgado,
desde que haja efetiva ou iminente perda da posse ou da propriedade e não
uma mera cogitação da perda ou limitação desse direito. Assim, apesar de o
trânsito em julgado da decisão que atribua a outrem a posse ou a propriedade
da coisa conferir o respaldo ideal para o exercício do direito oriundo da
evicção, o aplicador do direito não pode ignorar a realidade comum do trâmite
processual nos tribunais que, muitas vezes, faz com que o processo
permaneça ativo por longos anos, ocasionando prejuízos consideráveis
advindos da constrição imediata dos bens do evicto, que aguarda, impotente,
o trânsito em julgado da decisão que já lhe assegurava o direito. Com efeito,
os civilistas contemporâneos ao CC/1916 somente admitiam a evicção
mediante sentença transitada em julgado, com base no art. 1.117, I, do
referido código, segundo o qual o adquirente não poderia demandar pela
evicção se fosse privado da coisa não pelos meios judiciais, mas por caso
fortuito, força maior, roubo ou furto. Ocorre que o Código Civil vigente, além de
não ter reproduzido esse dispositivo, não contém nenhum outro que preconize
expressamente a referida exigência. Dessa forma, ampliando a rigorosa
interpretação anterior, jurisprudência e doutrina passaram a admitir que a

19
decisão judicial e sua definitividade nem sempre são indispensáveis para a
consumação dos riscos oriundos da evicção. REsp 1.332.112-GO, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013.

Informativo n. 519: O exercício do direito oriundo da evicção independe da


denunciação da lide ao alienante do bem na ação em que terceiro reivindique
a coisa. O STJ entende que o direito do evicto de recobrar o preço que pagou
pela coisa evicta independe, para ser exercitado, de ele ter denunciado a lide
ao alienante na ação em que terceiro reivindique a coisa. A falta da
denunciação da lide apenas acarretará para o réu a perda da pretensão
regressiva, privando-o da imediata obtenção do título executivo contra o
obrigado regressivamente. Restará ao evicto, ainda, o direito de ajuizar ação
autônoma. Precedentes citados: REsp 255.639-SP, Terceira Turma, DJ
11/6/2001, e AgRg no Ag 1.323.028-GO, Quarta Turma, DJe 25/10/2012.
REsp 1.332.112-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013.

Informativo n. 518: Ainda que o negócio jurídico de compra e venda de


imóvel não se concretize em razão do inadimplemento do comprador, é devida
comissão de corretagem no caso em que o corretor tenha intermediado o
referido negócio jurídico, as partes interessadas tenham firmado contrato de
promessa de compra e venda e o promitente comprador tenha pagado o sinal.
Conforme o art. 725 do CC/2002, "a remuneração é devida ao corretor uma
vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou
ainda que este não se efetive em virtude do arrependimento das partes". A
realização de um negócio jurídico de compra e venda de imóvel é um ato
complexo, que se desmembra em diversas fases - incluindo, por exemplo, as
fases de simples negociação, de celebração de contrato de promessa de
compra e venda ou de pagamento de arras - até alcançar sua conclusão com a
transmissão do imóvel, quando do registro civil do título imobiliário no
respectivo Cartório de Registro, nos termos do art. 1.227 do CC/2002. Nesse
contexto, somente com a análise, no caso concreto, de cada uma dessas fases,
é possível aferir se a atuação do corretor foi capaz de produzir um resultado

20
útil para a percepção da remuneração de que trata o art. 725 do CC/2002.
Assim, para o efeito de tornar devida a remuneração a que faz jus o corretor, a
mediação deve corresponder somente aos limites conclusivos do negócio
jurídico, mediante acordo de vontade entre as partes, independentemente da
execução do próprio negócio. A inadimplência das partes, após a conclusão
deste, mesmo que acarrete a rescisão contratual, não repercute na pessoa do
corretor. REsp 1.339.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
12/3/2013.

COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1. (CESPE/TCEPR/2016): Acerca da disciplina dos contratos no Código Civil,


assinale a opção correta.
a) Se coisa recebida em virtude de contrato comutativo for enjeitada por defeito
oculto que lhe diminua o valor, o alienante terá de restituir o que receber,
acrescido de perdas e danos, ainda que desconheça o vício.
b) A ausência de fixação de preço em determinado contrato de compra e venda de
material de construção tornaria nulo o referido contrato.
c) Decretada judicialmente a nulidade de um contrato por ter a prestação do
devedor se tornado excessivamente onerosa, a sentença terá efeito a partir de sua
publicação.
d) Sob pena de nulidade, o contrato preliminar deve observar a mesma forma
prescrita em lei para a celebração do contrato definitivo.
e) Aprovado o projeto, é lícito ao proprietário da obra introduzir
modificações de pequena monta sem anuência do autor, ainda que a
execução tenha sido confiada a terceiro por contrato de empreitada.

2.(FCC/DPEBA/2016): A boa-fé, como cláusula geral contemplada pelo Código


Civil de 2002, apresenta
a) indeterminação em sua fattispecie a fim de permitir ao intérprete a
incidência da hipótese normativa a diversos comportamentos do mundo do
ser que não poderiam ser exauridos taxativamente no texto legal.

21
b) como sua antítese a má-fé, sendo que esta tem a aptidão de macular o ato no
plano de sua validade em razão da ilicitude de seu objeto.
c) alto teor de densidade normativa, estreitando o campo hermenêutico de sua
aplicação à hipótese de sua aplicação à hipótese expressamente contemplada pelo
texto normativo, em consonância com as exigências de legalidade estrita.
d) necessidade de aferição do elemento volitivo do agente, consistente na crença
de agir em conformidade com o ordenamento jurídico.
e) duas vertentes, isto é, a boa-fé subjetiva, que depende da análise da
consciência subjetiva do agente, e a boa-fé objetiva, como standard de
comportamento.

3. (FCC/DPEBA/2016): Em um contrato de compra e venda, a violação de


deveres laterais de conduta, a falta de pagamento pelo comprador e o pagamento
realizado em local diverso do pactuado sem o consentimento do credor
constituem
a) a violação positiva do contrato, o inadimplemento absoluto e mora,
respectivamente.
b) a violação positiva do contrato e, as duas últimas, formas de inadimplemento
absoluto da obrigação, respectivamente.
c) formas de inadimplemento absoluto da obrigação.
d) manifestações da teoria do adimplemento substancial.
e) formas de violação positiva do contrato.

4. (FCC/PGEMA/2016): Fábio locou imóvel residencial para Cláudio. Luiz


afiançou o contrato, embora contra a vontade de Cláudio e em valor inferior ao da
obrigação principal, renunciado ao benefício de ordem. Tal contrato é
a) inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do
devedor, e em valor inferior ao da obrigação principal, é nula a renúncia ao
benefício de ordem, tendo em vista que a fiança não pode receber interpretação
extensiva.
b) válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do devedor e
em valor inferior ao da obrigação principal, e havendo renunciado ao benefício de

22
ordem, Luiz terá direito de exigir sejam excutidos, antes dos seus, os bens do
devedor.
c) inválido, pois a fiança, assim como qualquer contrato, não pode ser estipulada
contra a vontade de uma das partes.
d) inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do
devedor, deve necessariamente compreender o valor integral da obrigação
principal.
e) válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do
devedor e em valor inferior ao da obrigação principal, mas havendo
renunciado ao benefício de ordem, Luiz não terá direito de exigir sejam
excutidos, antes dos seus, os bens do devedor.

5. (FCC/PGEMT/2016): Isac vendeu seu veículo a Juliano, por preço bem inferior
ao de mercado, fazendo constar, no contrato de compra e venda, que o bem
estava mal conservado e poderia apresentar vícios diversos e graves. Passados
quarenta dias da realização do negócio, o veículo parou de funcionar. Juliano
ajuizou ação redibitória contra Isac, requerendo a restituição do valor pago, mais
perdas e danos. A pretensão de Juliano
a) improcede, porque, embora a coisa possa ser enjeitada, em razão de vício
redibitório, as perdas e danos apenas seriam devidas se Isac houvesse procedido
de má-fé.
b) procede, porque a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser
enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é
destinada, ou lhe diminuam o valor.
c)improcede, porque firmou contrato comutativo, assumindo o risco de que o bem
viesse a apresentar avarias.
d) improcede, porque não configurados os elementos definidores do vício
redibitório e o comprador assumiu o risco de que o bem viesse a apresentar
avarias.
e) procede, porque a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser
enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é

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destinada, ou lhe diminuam o valor, mas está prescrita, porque se passaram
mais de 30 dias da realização do negócio.

ANOTAÇÕES:
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DIA 58

REVISÃO

Revisão de Direito Constitucional.

COMO ESTUDAR?

 Revisão: O aluno deve revisar todo conteúdo estudado até aqui de


Direito Constitucional. O ideal é que o aluno dê uma lida rápida em
seus grifos e resolva 100 questões sobre todo o assunto visto. À
medida que os erros e lacunas foram surgindo, o aluno deve fazer a
leitura pontual dos tópicos dos assuntos que erra ou que suscitam
dúvidas.

 Itens de Direito Constitucional estudados:

 Poder Constituinte.
 Controle de Constitucionalidade.
 Organização Política do Estado.
 Poder Executivo.

ANOTAÇÕES:
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DIA 59

DIREITO ADMINISTRATIVO

Controle administrativo, legislativo e judicial da Administração. Mandado


de Segurança individual. Mandado de Segurança Coletivo. Ação Popular.
Ação Civil Pública. Mandado de Injunção. Habeas Data. Prescrição
administrativa.

Observação: O aluno não precisa se aprofundar em Mandado de Segurança. A meta 61 foi


destinada para o assunto.

(Item 19)

COMO ESTUDAR?

 Ler o assunto pelo material do coaching OU pelo livro de preferência


do aluno (entre aqueles indicados na bibliografia);

 Ler os artigos 70 a 75 da Constituição Federal;

 Ler a Lei n. 13.300/2016;

 Ler o tópico “TRIBUNAIS DE CONTAS” no “Vade Mecum de


Jurisprudência” do Dizer o Direito (pg. 64 a 70);

 Resolver 30 questões sobre o assunto;

 Resolver 30 questões sobre Improbidade administrativa, Ação Popular,


e Ação Civil Pública. Dica! O aluno deve resolver as questões e, depois,
revisar o assunto pontualmente a partir das questões erradas.

27
O QUE É IMPORTANTE?

 Controle externo x Controle interno;

 Tribunais de Contas:

o Pessoas sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas.

o Situação das sociedades de economia mista e empresas


públicas.

o Composição do TCU e dos TCE´s.

o (In)existência de Tribunais de Contas dos Municípios.

o Súmula Vinculante n. 3.

 Autotutela;

 Recurso Hierárquico próprio x Recurso Hierárquico impróprio;

 Limites ao controle judicial.

ALGUMAS SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO:

Súmula n. 653 do STF: No tribunal de contas estadual, composto por sete


conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três
pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre
auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua
livre escolha.

COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1.(CESPE/TCEPR/2016): A respeito do controle judicial dos atos administrativos,


assinale a opção correta.

28
a) Em razão da presunção de legitimidade e autoexecutoriedade do ato
administrativo, o controle judicial deste se dá, em regra, posteriormente à
sua edição, podendo, todavia, ocorrer de forma prévia, a fim de evitar
ameaça de lesão a direito.
b) No ordenamento jurídico pátrio, inexiste hipótese em que o acesso ao Poder
Judiciário somente seja admitido após o esgotamento da instância
administrativa.
c) A ação de improbidade administrativa é meio de controle judicial de condutas
de improbidade praticadas no âmbito da administração pública, para as quais
são previstas penalidades de cassação dos direitos políticos, perda da função
pública e ressarcimento ao erário, entre outras.
d) Em razão do sistema do contencioso administrativo, adotado no Brasil,
determinadas causas, quando julgadas em última instância na esfera
administrativa, não podem ser reapreciadas pelo Poder Judiciário.
e) Com base no princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Poder Judiciário
pode reapreciar o mérito dos atos administrativos relativamente aos critérios de
oportunidade e conveniência utilizados pelo administrador público.

2.(FCC/PGEMT/2016) O Tribunal de Contas do Estado exerce relevante atividade


visando à observância dos princípios administrativos na condução dos negócios e
na gestão do patrimônio público. No exercício de suas funções, o Tribunal de
Contas do Estado a)pode determinar o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras dos acusados nos processos de tomada de
contas.
b) produz atos administrativos com força de título executivo.
c)não possui jurisdição sobre os municípios, que estão sob controle externo dos
Tribunais de Contas municipais.
d)julga as contas do Governador do Estado, sendo sua decisão sujeita ao
referendo pela Assembleia Legislativa.
e)tem o poder de sustar imediatamente atos ou contratos considerados ilegais,
caso o órgão ou entidade, previamente notificados, não providenciem sua
correção.

29
3. (CESPE,PCPE,2016) A permissão da empresa Alfa, permissionária de serviços
públicos de transporte coletivo de passageiros, conforme contrato de delegação
firmado com o governo estadual, foi unilateralmente revogada pelo poder público,
por motivos de oportunidade e conveniência. A empresa interpôs pedido de
reconsideração junto ao Departamento de Regulação de Transporte Coletivo,
órgão da Secretaria Estadual de Transportes, responsável pelos contratos de
permissão de transporte coletivo. O pedido foi indeferido por Caio, diretor do
referido departamento, que alegou a existência de interesse público na revogação.
Diante desse indeferimento, a empresa interpôs recurso administrativo. Caio
manteve a decisão anterior e encaminhou o recurso ao secretário de transportes,
autoridade hierarquicamente superior. Semanas após, Caio foi nomeado
secretário estadual de transportes e, nessa qualidade, conheceu do recurso
administrativo e negou-lhe provimento, mantendo a decisão recorrida
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a)O fato de Caio não ter reconsiderado a sua decisão não equivale a julgamento
de recurso. Assim, houve uma única decisão administrativa em sede de recurso
administrativo, sendo irrelevante que a autoridade julgadora tenha emitido uma
decisão anterior sobre a questão.
b)O recurso administrativo deveria ter sido apreciado por autoridade
hierarquicamente superior e diferente daquela que decidira anteriormente o
pedido de reconsideração. Como Caio estava impedido de julgar o recurso
administrativo, há de se concluir que a decisão do recurso foi nula.
c)No caso em tela, haveria a suspeição de Caio, razão pela qual ele não poderia
julgar o recurso administrativo. Dessa forma, Caio deveria anular a decisão sobre
o recurso e delegar a algum subordinado seu a competência para o julgamento.
d)A permissão de serviço público é feita a título precário e, por esse motivo, a
empresa permissionária não tem direito a recorrer administrativamente do ato
administrativo que revogou a sua permissão.
e)Em razão do princípio da intranscendência subjetiva, é juridicamente possível
que uma mesma pessoa decida sobre o pedido de reconsideração e o recurso
administrativo, uma vez que, legalmente, eles foram decididos por autoridades
administrativas distintas.

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ANOTAÇÕES:
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DIA 60

DIREITO CIVIL

Contratos: a) Generalidades e classificação; b) Princípios; c) Contratos


inominados; d) Estipulação em favor de terceiro; e) Promessa de fato de
terceiro; f) Vício redibitório; g) Evicção; h) Extinção; i) Contratos
nominados: compra e venda, troca ou permuta, contrato estimatório,
doação, locação de coisas, comodato, mútuo, prestação de serviço,
empreitada, depósito, mandato, comissão, agência e distribuição,
corretagem, transporte, seguro, fiança, transação e compromisso; j)
promessa e compromisso de compra e venda; l) Declarações unilaterais de
vontade; m) Pagamento indevido; n) Enriquecimento sem causa. – PARTE II

OBSERVAÇÃO! Vide meta 57.

(Item 13)

ANOTAÇÕES:
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DIA 61

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Mandado de Segurança.
(Item 23 - parcial)

COMO ESTUDAR?

 Ler o capítulo pelo livro de preferência do aluno (entre os indicados na


bibliografia);

 Ler a Lei n. 12.016/09;

 Ler as Súmulas do STJ e STF sobre o assunto (GRANDE


QUANTIDADE!)

 Ler os julgados de Mandado de Segurança no “Vade Mecum” do Dizer


o Direito (pg. 495 a 499). OBSERVAÇÃO: O aluno que ainda não tiver
adquirido pode ler no livro dos julgados resumidos.

 Resolver 50 questões sobre o assunto.

O QUE É IMPORTANTE?

 Conceito de direito líquido e certo (prova pré-constituída);

 Impossibilidade de utilização do Mandado de Segurança como


sucedâneo da ação de cobrança;

 Contagem do prazo decadencial de 120 dias da ciência;

 Teoria da encampação: requisitos;

35
 Possibilidade de desistência do MS, sem anuência do impetrado,
mesmo após prolação de decisão de mérito. Exceção: não pode se o
intuito do impetrante desistente for o de evitar a formação da coisa
julgada;

 Amicus curiae em Mandado de Segurança? Sob a égide do CPC antigo,


STF entendeu que não, porque ordinariza o rito. O FPPC entende que
é possível, conforme enunciado de n. 249. Se cair alguma questão a
respeito disso, ela terá que ser blindada;

 MS Coletivo (legitimidade, coisa julgada, efeitos na ação individual,


etc.).

ALGUMAS SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO:

Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não substitui a ação


popular.

Súmula 248 do STF: É competente, originariamente, o Supremo Tribunal


Federal, para mandado de segurança contra ato do tribunal de contas da
união.

Súmula 266 do STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em


tese.

Súmula 266 do STF: Não cabe mandado de segurança contra ato


judicial passível de recurso ou correição.

Súmula 268 do STF: Não cabe mandado de segurança contra decisão


judicial com trânsito em julgado.

Súmula 268 do STF: O mandado de segurança não é substitutivo de


ação de cobrança.

Súmula 270 do STF: Não cabe mandado de segurança para impugnar

36
enquadramento da lei 3.780, de 12 de julho de 1960, que envolva exame
de prova ou de situação funcional complexa.

Súmula 271 do STF: Concessão de mandado de segurança não produz


efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.

Súmula 272 do STF: Não se admite como ordinário recurso


extraordinário de decisão denegatória de mandado de segurança.

Súmula 294 do STF: São inadmissíveis embargos infringentes contra


decisão do supremo tribunal federal em mandado de segurança.

Súmula 299 do STF: O recurso ordinário e o extraordinário interpostos


no mesmo processo de mandado de segurança, ou de "habeas-corpus",
serão julgados conjuntamente pelo tribunal pleno.

Súmula 304 do STF: Decisão denegatória de mandado de segurança,


não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação
própria.

Súmula 319 do STF: O prazo do recurso ordinário para o supremo


tribunal federal, em "habeas-corpus" ou mandado de segurança, é de
cinco dias.

Súmula 330 do STF: O supremo tribunal federal não é competente para


conhecer de mandado de segurança contra atos dos tribunais de justiça
dos estados.

Súmula 392 do STF: O prazo para recorrer de acórdão concessivo de


segurança conta-se da publicação oficial de suas conclusões, e não da
anterior ciência à autoridade para cumprimento da decisão.

Súmula 405 do STF: Denegado o mandado de segurança pela


sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a
liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.

37
Súmula 429 do STF: A existência de recurso administrativo com efeito
suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão
da autoridade.

Súmula 430 do STF: Pedido de reconsideração na via administrativa


não interrompe o prazo para o mandado de segurança.

Súmula 433 do STF: É competente o tribunal regional do trabalho para


julgar mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução
de sentença trabalhista.

Súmula 474 do STF: Não há direito líquido e certo, amparado pelo


mandado de segurança, quando se escuda em lei cujos efeitos foram
anulados por outra, declarada constitucional pelo supremo tribunal
federal.

Súmula 506 do STF: O agravo a que se refere o art. 4 da lei 4.348, de


26.06.1964, cabe, somente, do despacho do presidente do supremo
tribunal federal que defere a suspensão da liminar, em mandado de
segurança, não do que a denega.

Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de


competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a
medida judicial.

Súmula 511 do STF: Compete a justiça federal, em ambas as


instâncias, processar e julgar as causas entre autarquias federais e
entidades públicas locais, inclusive mandados de segurança, ressalvada
a ação fiscal, nos termos da constituição federal de 1967, art. 119,
parágrafo 3.

Súmula 512 do STF: Não cabe condenação em honorários de advogado


na ação de mandado de segurança.

Súmula 597 do STF: Não cabem embargos infringentes de acórdão que,


em mandado de segurança decidiu, por maioria de votos, a apelação.

38
Súmula 622 do STF: Não cabe agravo regimental contra decisão do
relator que concede ou indefere liminar em mandado de segurança.

Súmula 623 do STF: Não gera por si só a competência originária do


supremo tribunal federal para conhecer do mandado de segurança com
base no art. 102, i, n, da constituição, dirigir-se o pedido contra
deliberação administrativa do tribunal de origem, da qual haja
participado a maioria ou a totalidade de seus membros.

Súmula 624 do STF: Não compete ao supremo tribunal federal conhecer


originariamente de mandado de segurança contra atos de outros
tribunais.

Súmula 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede


concessão de mandado de segurança.

Súmula 626 do STF: A suspensão da liminar em mandado de


segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir,
vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da
segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo supremo
tribunal federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou
parcialmente, com o da impetração.

Súmula 627 do STF: No mandado de segurança contra a nomeação de


magistrado da competência do presidente da república, este é
considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração
seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.

Súmula 629 do STF: A impetração de mandado de segurança coletivo


por entidade de classe em favor dos associados independe da
autorização destes.

Súmula 630 do STF: A entidade de classe tem legitimação para o


mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse
apenas a uma parte da respectiva categoria.

39
Súmula 631 do STF: Extingue-se o processo de mandado de segurança
se o impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do
litisconsorte passivo necessário.

Súmula 632 do STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência


para a impetração de mandado de segurança.

Súmula 701 do STF: No mandado de segurança impetrado pelo


ministério público contra decisão proferida em processo penal, é
obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.

Súmula 41 do STJ: O superior tribunal de justiça não tem competência


para processar e julgar, originariamente, mandado de segurança contra
ato de outros tribunais ou dos respectivos órgãos.

Súmula 105 do STJ: Na ação de mandado de segurança não se admite


condenação em honorários advocatícios.

Súmula 169 do STJ: São inadmissíveis embargos infringentes no


processo de mandado de segurança.

Súmula 177 do STJ: O superior tribunal de justiça é incompetente para


processar e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de
órgão colegiado presidido por ministro de estado.

Súmula 202 do STJ: A impetração de segurança por terceiro contra ato


judicial, não se condiciona à interposição de recurso.

Súmula 213 do STJ: O mandado de segurança constitui ação


adequada para a declaração do direito à compensação tributária.

Súmula 217 do STJ: Não cabe agravo de decisão que indefere o pedido
de suspensão da execução da liminar, ou da sentença em mandado de
segurança.

40
ALGUNS JULGADOS SOBRE O ASSUNTO:

Informativo n. 578: O prazo decadencial para impetrar mandado de


segurança contra redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de
remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A citada redução, ao
revés da supressão de vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois
não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o prazo
decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês.
Precedente citado: AgRg no REsp 1.211.840-MS, Segunda Turma, DJe
6/2/2015. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 16/12/2015, DJe 25/2/2016.

Informativo n. 578: Em mandado de segurança impetrado contra redução


do valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor
público, os efeitos financeiros da concessão da ordem retroagem à data do ato
impugnado. Não se desconhece a orientação das Súmulas n. 269 e 271 do
STF, à luz das quais caberia à parte impetrante, após o trânsito em julgado da
sentença mandamental concessiva, ajuizar nova demanda de natureza
condenatória para reivindicar os valores vencidos em data anterior à
impetração do mandado de segurança. Essa exigência, contudo, não
apresenta nenhuma utilidade prática e atenta contra os princípios da justiça,
da efetividade processual, da celeridade e da razoável duração do processo.
Ademais, essa imposição estimula demandas desnecessárias e que
movimentam a máquina judiciária, de modo a consumir tempo e recursos de
forma completamente inútil, e enseja inclusive a fixação de honorários
sucumbenciais, em ação que já se sabe destinada à procedência.
Corroborando esse entendimento, o STJ firmou a orientação de que, nas
hipóteses em que o servidor público deixa de auferir seus vencimentos ou
parte deles em razão de ato ilegal ou abusivo do Poder Público, os efeitos
financeiros da concessão de ordem mandamental devem retroagir à data do
ato impugnado, violador do direito líquido e certo do impetrante. Isso porque os
efeitos patrimoniais são mera consequência da anulação do ato impugnado

41
que reduz o valor de vantagem nos proventos ou remuneração do impetrante
(MS 12.397-DF, Terceira Seção, DJe 16/6/2008). Precedentes citados: EDcl no
REsp 1.236.588-SP, Segunda Turma, DJe 10/5/2011; e AgRg no REsp
1.090.572-DF, Quinta Turma, DJe 1º/6/2009. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015, DJe 25/2/2016.

Informativo n. 576: No mandado de segurança impetrado por servidor


público contra a Fazenda Pública, as parcelas devidas entre a data de
impetração e a de implementação da concessão da segurança devem ser
pagas por meio de precatórios, e não via folha suplementar. Destaca-se,
inicialmente, que a jurisprudência das Turmas da Primeira Seção do STJ se
firmou no sentido de que, no mandado de segurança impetrado por servidor
público contra a Fazenda Pública, não se aplica o rito dos precatórios (arts.
100 da CF e 730 do CPC) às verbas devidas entre a data de impetração e a de
implementação da concessão da segurança, devendo esses valores serem
pagos mediante inclusão em folha suplementar, diante da natureza
mandamental da decisão concessiva (AgRg no AREsp 360.999-GO, Primeira
Turma, DJe 9/6/2015; AgRg no REsp 1.247.993-AM, Segunda Turma, DJe
24/4/2015). O STF, no entanto, ao apreciar o RE 889.173-MS (DJe
17/8/2015), reconheceu a repercussão geral da matéria e julgou-a de maneira
diversa da firmada pelo STJ, tendo o Min. Rel. Luiz Fux, na ocasião, exarado
que: "os pagamentos devidos pela Fazenda Pública estão adstritos ao sistema
de precatórios, nos termos do que dispõe o artigo 100 da Constituição Federal,
o que abrange, inclusive, as verbas de caráter alimentar, não sendo suficiente
a afastar essa sistemática o simples fato de o débito ser proveniente de
sentença concessiva de mandado de segurança". Portanto, imperiosa a
aplicação do entendimento firmado pelo STF à hipótese. REsp 1.522.973-MG,
Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região),
julgado em 4/2/2016, DJe 12/2/2016.

Informativo n. 565: O servidor não filiado não detém legitimidade para


executar individualmente a sentença de procedência oriunda de ação coletiva -

42
diversa de mandado de segurança coletivo - proposta por associação de
servidores. De fato, não se desconhece que prevalece na jurisprudência do STJ
o entendimento de que, indistintamente, os sindicatos e associações, na
qualidade de substitutos processuais, detêm legitimidade para atuar
judicialmente na defesa dos interesses coletivos de toda a categoria que
representam; por isso, caso a sentença coletiva não tenha uma delimitação
expressa dos seus limites subjetivos, a coisa julgada advinda da ação coletiva
deve alcançar todas as pessoas da categoria, legitimando-as para a
propositura individual da execução de sentença. Contudo, não pode ser
ignorado que, por ocasião do julgamento do RE 573.232-SC, sob o regime do
artigo 543-B do CPC, o STF proferiu decisão, com repercussão geral,
vinculando horizontalmente seus magistrados e verticalmente todos os
demais, reiterando sua jurisprudência, firmada no sentido de que "as balizas
subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação, é
definida pela representação no processo de conhecimento, presente a
autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à inicial". À luz
da interpretação do art. 5º, XXI, da CF, conferida por seu intérprete maior, não
caracterizando a atuação de associação como substituição processual - à
exceção do mandado de segurança coletivo -, mas como representação, em
que é defendido o direito de outrem (dos associados), não em nome próprio da
entidade, não há como reconhecer a possibilidade de execução da sentença
coletiva por membro da coletividade que nem sequer foi filiado à associação
autora da ação coletiva. Assim, na linha do decidido pelo STF, à exceção do
mandado de segurança coletivo, em se tratando de sentença de ação coletiva
ajuizada por associação em defesa de direitos individuais homogêneos, para
se beneficiar do título, ou o interessado integra essa coletividade de filiados (e
nesse caso, na condição de juridicamente interessado, é-lhe facultado tanto
dar curso à eventual demanda individual, para ao final ganhá-la ou perdê-la,
ou então sobrestá-la, e, depois, beneficiar-se da eventual coisa julgada
coletiva); ou, não sendo associado, pode, oportunamente, litisconsorciar-se ao
pleito coletivo, caso em que será recepcionado como parte superveniente (arts.
103 e 104 do CDC). É oportuno frisar que, embora o mencionado leading case

43
do STF não tenha deixado claro se a sentença coletiva pode vir a beneficiar
aqueles que se filiam à associação posteriormente - tema de repercussão geral
número 499, que será dirimido por ocasião do julgamento do RE 612.043-PR -,
não há dúvidas de que a sentença coletiva, prolatada em ação de rito
ordinário, só pode beneficiar os associados. Por último, a título de oportuno
registro, cabe ressaltar que a legitimação concorrente, prevista no art. 82, IV,
do CDC para defesa coletiva de interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos de consumidores e das vítimas, é manifestamente impertinente
ao caso em exame, pois o dispositivo restringe essa hipótese de atuação às
associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e "que incluam
entre seus fins institucionais a defesa dos direitos protegidos pelo Código
consumerista". REsp 1.374.678-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
23/6/2015, DJe 4/8/2015.

Informativo n. 551: Nos casos de equívoco facilmente perceptível na


indicação da autoridade coatora, o juiz competente para julgar o mandado de
segurança pode autorizar a emenda da petição inicial ou determinar a
notificação, para prestar informações, da autoridade adequada - aquela de
fato responsável pelo ato impugnado -, desde que seja possível identificá-la
pela simples leitura da petição inicial e exame da documentação anexada. De
fato, nem sempre é fácil para o impetrante identificar a autoridade
responsável pela concretização do ato que entende violador de seu direito
líquido e certo. A nova Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/2009),
entretanto, trouxe importante dispositivo em seu art. 6º, § 3º, que muito
contribuiu para a solução do problema, permitindo ao julgador, pela análise do
ato impugnado na exordial, identificar corretamente o impetrado, não ficando
restrito à eventual literalidade de equivocada indicação. Precedente citado:
AgRg no RMS 32.184-PI, Segunda Turma, Dje 29/5/2012. RMS 45.495-SP,
Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 26/8/2014.

Informativo n. 545: O termo inicial do prazo decadencial para a impetração


de mandado de segurança no qual se discuta regra editalícia que tenha

44
fundamentado eliminação em concurso público é a data em que o candidato
toma ciência do ato administrativo que determina sua exclusão do certame, e
não a da publicação do edital. Precedente citado: EREsp 1.266.278-MS, Corte
Especial, DJe 10/5/2013. REsp 1.124.254-PI, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado
em 1º/7/2014.

Informativo n. 533: O impetrante pode desistir de mandado de segurança


sem a anuência do impetrado mesmo após a prolação da sentença de mérito.
Esse entendimento foi definido como plenamente admissível pelo STF. De fato,
por ser o mandado de segurança uma garantia conferida pela CF ao
particular, indeferir o pedido de desistência para supostamente preservar
interesses do Estado contra o próprio destinatário da garantia constitucional
configuraria patente desvirtuamento do instituto. Essa a razão por que não se
aplica, ao processo de mandado de segurança, o que dispõe o art. 267, § 4º,
do CPC ("Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá,
sem o consentimento do réu, desistir da ação."). Precedentes citados do STF:
RE 669.367-RJ, Pleno, DJe 9/8/2012; e RE-AgR 550.258-PR, Primeira Turma,
DJe 26/8/2013. REsp 1.405.532-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em
10/12/2013.

COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1.(FCC/CNMP/2015): No âmbito do mandado de segurança coletivo,


a)uma associação de Municípios tem legitimidade ativa para, em nome próprio,
ajuizá-lo em defesa dos Municípios que represente.
b)os partidos políticos têm legitimidade para impetrá-lo contra ato de autoridade
que ilegalmente faça exigência tributária indevida.
c)o Estado-membro tem legitimidade ativa para propô-lo contra ato de autoridade
federal.
d)a impetração por entidade de classe em favor dos associados depende de
autorização destes.

45
e)a entidade de classe tem legitimação ainda quando a pretensão veiculada
interesse apenas uma parte da respectiva categoria.

2. (FCC/TCMRJ/2015) Quanto ao mandado de segurança, tem-se que:


a)se a segurança for concedida, está sujeita apenas a recurso voluntário da
autoridade apontada como coatora.
b)não será concedido quando se tratar de decisão judicial da qual caiba
recurso com efeito suspensivo.
c)a sentença que o tenha concedido pode ser executada provisoriamente em
qualquer hipótese.
d)da sentença que o denega cabe apelação, pelo término do processo; da sentença
que o concede cabe agravo, pelo prosseguimento do feito.
e)não se concederá a segurança de decisão judicial transitada em julgado, salvo
se ultrapassado o prazo para ajuizamento de ação rescisória.

3. (FCC/DPE-CE/2014) Em relação ao mandado de segurança, é correto afirmar:


a)O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 90
(noventa) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
b)A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, decidindo ou não
o mérito da impetração, não impedirá que o requerente, por via autônoma,
pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.
c)No coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, bem como do órgão
ministerial, ambos a serem ouvidos em 24 horas.
d)O coletivo induz litispendência para as ações individuais, motivo pelo qual os
efeitos da coisa julgada só beneficiarão o impetrante a título individual se houver
desistência de sua impetração em dez dias, a contar da ciência inequívoca da
impetração da segurança coletiva.
e)No coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do
grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

4. (FCC/MPEPA/2014) Em relação ao mandado de segurança é correto afirmar:

46
a)Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo são exclusivamente
os de interesse coletivo, assim entendidos os de natureza indivisível, de que seja
titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária
por uma relação jurídica básica.
b)O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a
título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração
da segurança coletiva.
c)A sentença fará coisa julgada oponível erga omnes, quer se trate da defesa de
direitos difusos, quer se trate da defesa de direitos coletivos.
d)Como regra, o mandado de segurança coletivo induz litispendência para as
ações individuais sobre a mesma matéria.
e)A liminar só poderá ser deferida após oitiva prévia da autoridade impetrada,
tendo em vista a eficácia erga omnes de sua concessão.

ANOTAÇÕES:
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DIA 62

DIREITO TRIBUTÁRIO

ICMS: Disciplina constitucional e infraconstitucional. Hipóteses de


incidência, contribuintes, responsáveis, substitutos. Base de cálculo.
Alíquota. O princípio da não-cumulatividade. Regime de apuração e de
pagamento. Administração do ICMS: fiscalização; auto de infração; defesa
do contribuinte; parcelamento de débitos.

(Item 11)

COMO ESTUDAR?

 Ler o tema no livro de preferência do aluno (entre os indicados na


bibliografia);
 Ler o art. 155 da Constituição Federal;
 Ler a Lei Complementar n. 87/96;
 Ler a Lei Complementar n. 24/75;

 Ler os julgados do assunto no “Vade Mecum” do Dizer o Direito.


OBSERVAÇÃO: O aluno que ainda não tiver adquirido pode ler no
livro dos julgados resumidos.
 Resolver 40 questões sobre o assunto.

O QUE É IMPORTANTE?

 ICMS como imposto indireto: repercussão na repetição do indébito;

 Imunidades previstas na Constituição Federal;

 Não cumulatividade;

49
 ISS x ICMS;

 Protocolo 21 CONFAZ (ADI 4628);

 Súmula Vinculante n. 28 do STF;

 Súmula Vinculante n. 32 do STF;

 Pauta Fiscal x Substituição Tributária x Arbitramento de valores (AgRg


no AgRg no AREsp 350678)

ALGUMAS SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO:

Súmula 20 do STJ: A mercadoria importada de país signatário do GATT é


isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o similar nacional.

Súmula 68 do STJ: A parcela relativa ao ICM inclui-se na base de cálculo do


PIS.

Súmula 71 do STJ: O bacalhau importado de país signatário do GATT é


isento do ICM.

Súmula 80 do STJ: A taxa de melhoramento dos portos não se inclui na


base de cálculo do ICMS.

Súmula 87 do STJ: A isenção do ICMS relativa a rações balanceadas para


animais abrange o concentrado e o suplemento.

Súmula 94 do STJ: A parcela relativa ao ICMS inclui-se na base de cálculo


do Finsocial.

Súmula 95 do STJ: A redução da alíquota do imposto sobre produtos


industrializados ou do imposto de importação não implica redução do ICMS.

50
Súmula 129 do STJ: O exportador adquire o direito de transferência de
crédito do ICMS quando realiza a exportação do produto e não ao estocar a
matéria-prima.

Súmula 135 do STJ: O ICMS não incide na gravação e distribuição de


filmes e videoteipes.

Súmula 155 do STJ: O ICMS incide na importação de aeronave, por pessoa


física, para uso próprio.

Súmula 163 do STJ: O fornecimento de mercadorias com a simultânea


prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares
constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.

Súmula 166 do STJ: Não constitui fato gerador do ICMS o simples


deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte.

Súmula 198 do STJ: Na importação de veículo por pessoa física, destinado


a uso próprio, incide o ICMS.

Súmula 237 do STJ: Nas operações com cartão de crédito, os encargos


relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS.

Súmula 334 do STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedores de


acesso à Internet.

Súmula 350 do STJ: O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de


telefone celular.

51
COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1.(FCC/Copergás/2016) De acordo com a Constituição Federal, o imposto sobre


operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS
a)não incide sobre operações que destinem lubrificantes a outros Estados, mas
incide, nesse mesmo tipo de operações, quando se tratar de combustíveis
gasosos, derivados de petróleo, e de álcool combustível.
b)não incide sobre operações que destinem energia elétrica a outros
contribuintes, nem sobre operações que destinem mercadorias para o exterior.
c)incide sobre operações que destinem brincos e anéis de ouro a outros
Estados, mas não incide sobre serviços prestados a destinatários no
exterior.
d)incide nas prestações de serviço de comunicação, nas modalidades de
radiodifusão de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
e)incide sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas
com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios, bem
como sobre operações que destinem petróleo não refinado a outros Estados.

2. (FCC/TJPI/2015) A empresa Soma Importadora S/A tem sede em Teresina,


Piauí. No regular exercício de suas atividades importa e comercializa produtos
para revendedores e consumidores finais localizados em Teresina e arredores e
em outros Estados da federação, estando sujeita ao pagamento do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias − ICMS nestas operações.
Desde 2014, a legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação
de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação −
ICMS do Estado do Piauí prevê a redução da base de cálculo para comercialização
de pescados em seu território, de modo a incentivar a indústria pesqueira local,
nos termos autorizados por Convênio celebrado no âmbito do CONFAZ e
incorporado à ordem jurídica estadual por meio de lei aprovada pela Assembleia
Estadual do Piauí.

52
Em janeiro de 2015 o Congresso Nacional ratificou um tratado internacional com
o Vietnã, prevendo que as mercadorias importadas pelas partes contratantes
terão a mesma tributação dos respectivos similares nacionais. O ato normativo
que incorporou este tratado em nossa ordem jurídica foi publicado no Diário
Oficial em agosto de 2015.
Em outubro de 2015 a empresa Soma Importadora S/A promove a importação de
pescados do Vietnã e pretende revendê-los aos consumidores finais domiciliados
no Piauí, pagando o ICMS com os benefícios concedidos pelo Convênio celebrado
no âmbito do CONFAZ. Esta pretensão da empresa usufruir do benefício fiscal
concedido pelo referido tratado internacional
a) aplica-se em relação ao ICMS desde a ratificação do tratado internacional
pelo Congresso Nacional.
b) não se aplica ao ICMS, pois tratados internacionais não podem dispor sobre
tributos de competência estadual e municipal, senão que apenas em relação aos
tributos federais.
c) aplica-se em relação ao ICMS a partir de 01/01/2016, por força do princípio da
anterioridade.
d) aplica-se em relação ao ICMS, após sua ratificação por lei estadual.
e) aplica-se em relação ao ICMS no primeiro dia do exercício financeiro seguinte à
sua ratificação pela legislação estadual.

3. (FCC/TJPI/2015) A empresa Soma Importadora S/A tem sede em Teresina,


Piauí. No regular exercício de suas atividades importa e comercializa produtos
para revendedores e consumidores finais localizados em Teresina e arredores e
em outros Estados da federação, estando sujeita ao pagamento do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias − ICMS nestas operações.
A insuficiência de recursos financeiros da Soma Importadora S/A fez com que, ao
longo de 2013, a empresa deixasse de recolher o ICMS declarado à fiscalização
estadual por meio de documento fiscal próprio.
Após um dos sócios subscrever e integralizar o valor de suas quotas na
sociedade, capitalizando a sociedade em montante aparentemente suficiente para
liquidar a dívida, a importadora poderá

53
a) pagar o ICMS devido com os benefícios da denúncia espontânea.
b) denunciar espontaneamente o ICMS que se deixou de recolher, podendo
parcelá-lo.
c) parcelar o ICMS devido, sendo vedada a realização de denúncia
espontânea.
d) denunciar espontaneamente o ICMS que se deixou de recolher, sendo vedado o
seu parcelamento.
e) parcelar o ICMS devido com os benefícios da denúncia espontânea.

ANOTAÇÕES:
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54
DIA 63

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Revisão de Direito Processual Civil.

COMO ESTUDAR?

• O aluno deve revisar todo o assunto de Processual Civil estudado


pelo Poder Público em Juízo ou pela Fazenda Pública em Juízo.

ANOTAÇÕES:
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55
DIA 64

DIREITO ADMINISTRATIVO

Licitação e RDC. – PARTE I

OBSERVAÇÃO:
Fazer uma breve revisão de Contratos Administrativos antes de começar o estudo da meta
de hoje.
O tema é grande e importante. Por isso, foram destinadas as metas 64 e 66 para seu
estudo.

(Itens 9 e 11)

COMO ESTUDAR?

 Leitura pelo livro de preferência do aluno (entre aqueles indicados na


bibliografia);

 Leitura do material do Coaching PGE (aprofundamento e dúvidas


teóricas);

 Leitura da Lei n.º 8.666/93 (até art. 53);

 Leitura da Lei n.º 12.462/11;

 Resolver 70 questões sobre o assunto.

O QUE É IMPORTANTE?

Licitações:

 Princípios licitatórios;

 Modalidades, tipos, espécies e requisitos para contratação direta;

56
 Revogação e anulação de licitação e efeitos;

 Registro de preços e efeito “carona”.

 Licitação frustrada (quando todas as propostas são


desclassificadas) x Licitação deserta (quando não comparecem
interessados);

 CUIDADO com a jurisprudência do STJ sobre a possibilidade de o


edital de licitação exigir qualificação técnica tanto da empresa
licitante (capacitação técnico-operacional), como do quadro de
pessoal (capacitação técnico-profissional).

RDC:

 Atenção para as novidades surgidas em 2015;

 Atenção com os incisos do art. 1º, com destaque para as


inovações promovidas pela Lei n.º 13.190/2015;

 Atenção para a inversão das fases de julgamento e habilitação;

 Sigilo no orçamento;

 Modalidade contratação integrada e responsabilidades sobre a


elaboração dos projetos básico e executivo;

 Fase recursal única a ser realizada após a habilitação.

COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1. (FCC/PGM Campinas/2016) Há princípios específicos que regem as licitações,


o que não afasta a incidência dos princípios gerais aplicáveis a todas as
atividades da Administração pública. Nesse sentido, considere:

57
I. O processo de dispensa ou de inexigibilidade de licitação deve ser
necessariamente instruído com as razões que fundamentam a contratação direta
e a demonstração de compatibilidade do valor de mercado, em analogia ao
princípio do julgamento objetivo das propostas, para possibilitar que a
economicidade da escolha seja demonstrada e comparada com outras
possibilidades.
II. É admitida nas licitações para aquisição de softwares a indicação de marca,
desde que reste demonstrada a necessidade e haja justificativa prévia para a
aquisição, como expressão, dentre outros, do princípio da motivação, na medida
em que desta é possível identificar esclarecimentos para afastar alegações de
direcionamento, impertinência e irregularidade da conduta.
III. O princípio do julgamento objetivo das propostas traduz-se como condição de
eficácia para os contratos firmados pela Administração mediante prévia licitação,
tal qual o princípio da publicidade que obriga a publicação dos instrumentos
contratuais na Imprensa Oficial constitui condição de validade daqueles.
IV. A impossibilidade de promover alterações contratuais qualitativas nos
contratos administrativos, como expressão do princípio da legalidade e do
princípio da vinculação ao instrumento convocatório.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III.
b) I e II.
c) II e IV.
d) II.
e) III e IV.

2. (FCC/PGM Campinas/2016) A escolha do Regime Diferenciado de


Contratações está relacionada aos objetivos de ampliação da eficiência nas
contratações públicas e da competitividade, troca de experiências e tecnologias,
incentivo à inovação tecnológica e garantia de tratamento isonômico entre os
licitados e a seleção da proposta mais vantajosa à Administração pública.
Além das justificativas aderentes aos objetivos expressamente previstos na Lei n°
12.462/2011,

58
a) as licitações e contratos regidos por essa lei podem contemplar
parcelamento de objeto, com vistas à ampliação da competição entre os
licitantes, sem que haja perda de economia de escala.
b) podem ser objeto de Regime Diferenciado de Contratações os contratos de
aquisição de bens e prestação de serviços, de valor superior a R$ 1.000.000,00
(um milhão de reais), em razão do vulto, desde que presente a característica de
inovação tecnológica.
c) o edital de licitação deve observar a inversão de fases, não obstante a
documentação pertinente à habilitação deva ser entregue junto com as propostas
por todos os licitantes.
d) poderá ser adotado o critério de maior desconto para o julgamento das
licitações submetidas a esse regime, vedado, no entanto, a divulgação do
orçamento referencial da Administração antes do fim do certame.
e) nos casos de licitações que visem à contratação integrada, é vedada a
celebração de aditivos para reequilíbrio econômico-financeiro, permitidos apenas
para alteração de projeto, por causas supervenientes.

3. (FCC/Procurador/TCM/RJ/2015) O artigo 24, inciso VII, da Lei n°


8.666/1993, admite a contratação direta, com dispensa de licitação, “quando as
propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos
praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos
órgãos oficiais competentes,...”, não obstante, numa licitação realizada pelo
Regime Diferenciado de Contratações, seja viável, tal como já entendeu o Tribunal
de Contas da União,
a) autorizar, excepcionalmente, a divulgação do valor do orçamento público
referencial antes do legalmente previsto, caso todas as propostas fiquem
acima do preço máximo.
b) a regra é inaplicável a esse regime, que tramita em segredo absoluto, tendo em
vista que o orçamento é sigiloso, sendo necessário abrir nova licitação caso
nenhum licitante alcance o valor máximo a que se dispõe a pagar a
Administração.

59
c) é imprescindível manter o sigilo do valor do orçamento público até o fim da
contratação, diferentemente do pregão, em que o valor é divulgado desde o início
para facilitar a fase de lances.
d) por conveniência e oportunidade da Administração pública, é possível divulgar,
desde a abertura, o valor do orçamento público, para que não sejam iniciadas
licitações que resultem frustradas, com dispêndio inútil de tempo e recursos
públicos.
e) o orçamento é fechado ao público, mas é passível de ser informado aos
licitantes, embora esses não tenham conhecimento dos valores das propostas
apresentadas pelos concorrentes.

ANOTAÇÕES:
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61
DIA 65

DIREITO CIVIL

Contratos: a) Generalidades e classificação; b) Princípios; c) Contratos


inominados; d) Estipulação em favor de terceiro; e) Promessa de fato de
terceiro; f) Vício redibitório; g) Evicção; h) Extinção; i) Contratos
nominados: compra e venda, troca ou permuta, contrato estimatório,
doação, locação de coisas, comodato, mútuo, prestação de serviço,
empreitada, depósito, mandato, comissão, agência e distribuição,
corretagem, transporte, seguro, fiança, transação e compromisso; j)
promessa e compromisso de compra e venda; l) Declarações unilaterais de
vontade; m) Pagamento indevido; n) Enriquecimento sem causa. – PARTE II

OBSERVAÇÃO! Vide meta 57.

(Item 13)

ANOTAÇÕES:
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63
DIA 66

DIREITO ADMINISTRATIVO

Licitação e RDC. – PARTE II

OBSERVAÇÃO: Vide meta 64.

(Itens 9 e 11)

ANOTAÇÕES:

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64
DIA 67

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Execução Fiscal.

(Item 10 de Direito Tributário e item 28 de Direito Processual Civil)

COMO ESTUDAR?

 Ler o assunto pelo material do coaching ou pelo livro de preferência do


aluno (dentre os livros indicados na bibliografia);

 Leitura dos informativos sobre o assunto pelo “Vade Mecum de


Jurisprudência” do Dizer o Direito;

 Resolver 40 questões sobre o assunto.

O QUE É IMPORTANTE?

 Necessidade de garantia do juízo? (art. 16 da LEF);

 Ordem de preferência para garantia da execução;

 Garantia da execução com precatórios? Possibilidade e limites;

 Embargos infringentes de alçada.

65
ALGUMAS SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO:

Súmula 314 do STJ: Em execução fiscal, não localizados bens


penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o
prazo da prescrição quinquenal intercorrente.

Súmula 392 do STJ: A Fazenda Pública pode substituir a certidão de


dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se
tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do
sujeito passivo da execução.

Súmula 393 do STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na


execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não
demandem dilação probatória.

Súmula 394 do STJ: É admissível, em embargos à execução,


compensar os valores de imposto de renda retidos indevidamente na
fonte com os valores restituídos apurados na declaração anual.

Súmula 400 do STJ: O encargo de 20% previsto no DL n. 1.025/1969 é


exigível na execução fiscal proposta contra a massa falida.

Súmula 406 do STJ: A Fazenda Pública pode recusar a substituição do


bem penhorado por precatório.

Súmula 409 do STJ: Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da


propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC).

Súmula 414 do STJ: A citação por edital na execução fiscal é cabível


quando frustradas as demais modalidades.

Súmula 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela


sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-
gerente.

66
Súmula 435 do STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa
que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos
órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal
para o sócio-gerente.

Súmula 451 do STJ: É legítima a penhora da sede do estabelecimento


comercial.

Súmula 497 do STJ: Os créditos das autarquias federais preferem aos


créditos da Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o
mesmo bem.

Súmula 515 do STJ: A reunião de execuções fiscais contra o mesmo


devedor constitui faculdade do Juiz.

Súmula 558 do STJ: Em ações de execução fiscal, a petição inicial não


pode ser indeferida sob o argumento da falta de indicação do CPF e/ou
RG ou CNPJ da parte executada.

COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1.(FCC, PGEMA, 2016) A respeito da penhora, a Lei das Execuções Fiscais (Lei nº
6.830/1980) determina:
a) São impenhoráveis direitos e ações.
b) Deverá ser penhorado em primeiro lugar pedras e metais preciosos e, em
segundo lugar, dinheiro.
c) A penhora efetuada em dinheiro não poderá ser convertida no depósito.
d)Somente na fase final do processo, o Juiz ordenará de ofício a remoção do bem
penhorado para depósito judicial, particular ou da Fazenda Pública exequente.
e) Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento
comercial, industrial ou agrícola, bem como em plantações ou edifícios em
construção.

67
2. (FCC,PGEMT,2016) Segundo a jurisprudência dominante no Superior Tribunal
de Justiça a respeito das execuções fiscais,
a)o fluxo do prazo prescricional em ação de execução fiscal somente se
interrompe pela citação pessoal válida.
b)deve ser reconhecida a prescrição intercorrente caso o processo fique
paralisado por mais de cinco anos após a decisão que determinou o
arquivamento da execução fiscal em razão do pequeno valor do débito
executado, sem baixa na distribuição, uma vez que não há suspensão do
prazo prescricional.
c)deve ser reconhecida a prescrição intercorrente caso o processo de execução
fiscal fique paralisado por cinco anos sem a localização de bens penhoráveis.
d)é cabível a citação por edital quando, na execução fiscal, não se obteve êxito na
citação postal, independentemente de diligências ou certidões levadas a efeito
pelo oficial de justiça.
e)a interrupção do prazo prescricional, para fins de execução fiscal, se dá pelo
despacho do juiz que ordena a citação, de modo que este será o termo a quo.

3. (CESPE,PCPE,2016) A respeito da execução fiscal, assinale a opção correta.


a)É admissível, nos embargos à execução fiscal, compensar os valores do
imposto de renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos
apurados na declaração anual.
b) A penhora não poderá recair, em nenhuma hipótese, sobre estabelecimento
comercial, industrial ou agrícola.
c) A dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção absoluta de certeza e
liquidez.
d) A produção de provas pela fazenda pública depende de requerimento na
petição inicial.
e) Os embargos do devedor na fase de execução fiscal prescindem de garantia à
execução.

68
ANOTAÇÕES:
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69
DIA 68

DIREITO AMBIENTAL

Responsabilidade pelo dano ambiental: Responsabilidade administrativa.


Infrações e sanções administrativas ambientais. Responsabilidade civil.
Responsabilidade criminal.
(Item 13)

COMO ESTUDAR?

 Ler o assunto pelo livro de preferência do aluno (dentre os livros


indicados na bibliografia). OBSERVAÇÃO: O aluno deve estudar o
tema em ritmo de revisão, vez que, quando da meta relativa à
“POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE”, o tema já foi
estudado;
 Leitura de TODOS os informativos de Direito Ambiental pelo “Vade
Mecum de Jurisprudência” do Dizer o Direito; OBSERVAÇÃO: Não
importa o assunto dos informativos. A leitura é de TODOS os
informativos.
 Resolver 40 questões sobre o assunto.

O QUE É IMPORTANTE?

 Conceito legal de poluidor: “a pessoa física ou jurídica, de direito


público ou privado, responsável, diretamente ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental” (art. 3º, IV, da Lei n.
6.938/1981);
 Os últimos precedentes do STJ declararam a responsabilidade objetiva
do Estado por danos ambientais, mesmo em se tratando de omissão
na fiscalização ambiental – POSIÇÃO DO CESPE E POSIÇÃO MAIS

70
SEGURA PARA PROVAS OBJETIVAS! CUIDADO com o livro do
Romeu Thomé!;
 Apesar de ser solidária, a atual jurisprudência dominante no STJ é no
sentido de que a responsabilidade civil do Poder Público é de execução
subsidiária, na hipótese de omissão de cumprimento adequado do seu
dever de fiscalizar que foi determinante para a concretização ou o
agravamento do dano causado pelo seu causador direto - AgRg no
REsp 100178;
 Possibilidade de inversão do ônus da prova nas ações de reparação dos
danos ambientais;
 A responsabilidade de adquirente de imóvel já danificado dispensa a
prova do nexo de causalidade porque, independentemente de ter sido
ele ou o dono anterior o real causador dos estragos, imputa-se ao novo
proprietário a responsabilidade pelos danos;
 Abandono da teoria da dupla imputação no âmbito criminal pelo STF e
pelo STJ.

COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1. (CESPE, AGU,2015) Na zona costeira nordestina, uma empresa estrangeira


construiu um empreendimento turístico hoteleiro de grande porte próximo ao
mar, sem o licenciamento ambiental prévio exigido por lei, ocupando
ilegalmente área de preservação permanente na margem de um rio e afetando
diretamente uma comunidade lindeira composta em sua maioria por
pescadores. Seis meses após a inauguração do empreendimento, o empresário
estrangeiro vendeu o negócio a uma empresa brasileira, que vem operando o
hotel há cerca de um ano, sem, contudo, ter efetuado ainda a regularização do
licenciamento ambiental. Além disso, após reclamações provenientes da
comunidade afetada, foram constatados os seguintes problemas: ausência de
recolhimento e de disposição adequados dos resíduos líquidos e sólidos, com
prejuízos ao bem-estar da referida comunidade; e impedimento de livre acesso
à praia, o que prejudicou as atividades econômicas dos pescadores da

71
comunidade. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir
em consonância com as normas ambientais e a jurisprudência pertinente.

1.1.Conforme jurisprudência do STJ, ao contrário da responsabilidade


administrativa ambiental, em que se exige pessoalidade da conduta, a
responsabilidade civil ambiental pode ser exigida do novo proprietário do
empreendimento, que deverá promover a recomposição da área de preservação
permanente ilegalmente ocupada. CERTO

1.2.Os efeitos do empreendimento irregular que prejudicam o bem-estar da


comunidade e sua atividade econômica de pesca enquadram-se na definição
de degradação ambiental, de modo a ensejar a responsabilização civil
ambiental. CERTO

1.3.Uma vez que o empreendimento irregular está localizado na zona costeira,


patrimônio ambiental nacional e bem da União, a fiscalização e a aplicação de
penalidade administrativa ambiental ao empreendimento compete
exclusivamente ao órgão ambiental federal. ERRADO

1.4. A emissão de licença de operação para o funcionamento do


empreendimento construído irregularmente e que se encontra consolidado
será inexigível caso a reparação civil dos danos ambientais causados seja
cumprida integralmente. ERRADO

2. (CESPE,PGDF,2013) Na medida em que o conceito de poluidor, em matéria


ambiental, abrange toda pessoa responsável por atividade causadora de
degradação ambiental, o mandado de segurança na tutela do meio ambiente
pode ser impetrado não apenas contra autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do poder público, mas também contra
qualquer pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, que cause
dano ambiental. ERRADO

3. (CESPE, CPRM,2013) Se a atividade de um empreendedor, seja pessoa física


ou jurídica, gerar prejuízo ao meio ambiente, estará ele sujeito a sanções de

72
natureza penal e administrativa, independentemente da obrigação de reparar o
dano causado. CERTO

4. (CESPE, ANP,2013) O dano ambiental pode gerar ao causador a obrigação de


pagar dano moral coletivo, sem prejuízo da obrigação de adotar medidas
reparatórias. CERTO

ANOTAÇÕES:
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74
DIA 69

DIREITO CIVIL

Empresário, Sociedade, Estabelecimento empresarial, Registro, Nome


empresarial, prepostos e Escrituração.

(Item 16)

COMO ESTUDAR?

 Ler o tema no livro de preferência do aluno (entre os indicados na


bibliografia);

 Ler os seguintes artigos do CC: art. 966 a 980-A e 1.142 a 1.195;

 Resolver 60 questões sobre o assunto.

O QUE É IMPORTANTE?

 Teoria da Empresa;

 Empresário x Sociedade empresária x Empresa;

 Requisitos para ser empresário;

 Trespasse;

 Nome empresarial: firma e denominação;

 Registro: matrícula, arquivamento e autenticação.

75
ENUNCIADOS DO CJF:

Enunciado nº 5 - Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o


empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá
primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade
econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil.

Enunciado n° 6 - O empresário individual regularmente inscrito é o


destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou
gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o
caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo
tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus
real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis.

Enunciado nº 54– Art. 966: é caracterizador do elemento empresa a


declaração da atividade-fim, assim como a prática de atos empresariais.

Enunciado nº 202 - O registro do empresário ou sociedade rural na Junta


Comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime
jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário ou sociedade
rural que não exercer tal opção.

Enunciado n° 468 - A empresa individual de responsabilidade limitada só


poderá ser constituída por pessoa natural.

Enunciado n° 469 - A empresa individual de responsabilidade limitada


(EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado.

Enunciado n° 470 - O patrimônio da empresa individual de responsabilidade


limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com

76
o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do
instituto da desconsideração da personalidade jurídica.

Enunciado n° 471 - Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no


registro competente, para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta
de arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos configura
irregularidade superveniente.
Enunciado n° 472 - É inadequada a utilização da expressão "social" para as
empresas individuais de responsabilidade limitada.

Enunciado n° 473 - A imagem, o nome ou a voz não podem ser utilizados


para a integralização do capital da EIRELI.

Enunciado n° 483 - Admite-se a transformação do registro da sociedade


anônima, na hipótese do art. 206, 1, d, da Lei n. 6.404/1976, em empresário
individual ou empresa individual de responsabilidade limitada.

ALGUNS JULGADOS SOBRE O ASSUNTO:

Informativo 561 do STJ: Quando a relação estabelecida entre as partes for


eminentemente comercial, a cláusula que estabeleça dever de abstenção de
contratação com sociedade empresária concorrente pode irradiar efeitos após
a extinção do contrato, desde que limitada espacial e temporalmente.
Inicialmente, deve-se buscar, na hipótese em análise, a finalidade pretendida
pelas partes ao firmarem a cláusula de não concorrência para, então,
compreender-se sua adequação, ou não, à autonomia privada conformada
pela funcionalização do direito privado, nos termos do art. 421 do CC. Com
efeito, a restrição à concorrência no ambiente jurídico nacional, em que vige a
livre iniciativa privada, é excepcional e decorre da convivência
constitucionalmente imposta entre as liberdades de iniciativa e de

77
concorrência. Saliente-se que essa mesma preocupação com os efeitos
concorrenciais potencialmente negativos forneceu substrato doutrinário e
ideológico a suportar a vedação de restabelecimento em casos de trespasse de
estabelecimento. A referida vedação passou a integrar o ordenamento jurídico
nacional por meio do art. 1.147 do CC, segundo o qual, “Não havendo
autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer
concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência”.
Diferentemente da hipótese em análise, a vedação ao restabelecimento nos
casos de trespasse decorre de lei, o que afasta discussões acerca da
proporcionalidade da medida. A par disso, tratando-se a concorrência de valor
institucional a ser protegido por imposição constitucional, extrai-se a função
social de cláusulas autorregulatórias privadas que se adequem a esta
finalidade. Por óbvio, essa admissão deverá atender a certos limites, sob pena
de se desviarem de sua função, passando a representar conduta abusiva de
alguma das partes. Nesse contexto, deve também ser afastada a conclusão no
sentido de que, resolvido o vínculo contratual, não teria qualquer eficácia a
cláusula de não concorrência. Primeiramente, esse entendimento retira da
cláusula toda sua funcionalidade, existente, como demonstrado, na medida
em que protege o ambiente concorrencial de distorções indesejadas. Ademais,
a exigência de conduta proba das partes, nos termos do art. 422 do CC, não
está limitada ao lapso temporal de vigência do contrato principal em que
inserida. Nesse diapasão, o enunciado 25 da I Jornada de Direito Civil do
CJF, esclarece: “o art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo
julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual”. E,
de fato, insere-se na conduta conformada pela boa-fé objetiva a vedação ao
estabelecimento de concorrência entre empresas que voluntariamente se
associam para ambas auferirem ganhos, bem como o prolongamento dessa
exigência por prazo razoável, a fim de propiciar a desvinculação da clientela
da representada do empreendimento do representante. Assim, devem ser
consideradas válidas as cláusulas contratuais de não-concorrência, desde que
limitadas espacial e temporalmente, porquanto adequadas à proteção da
concorrência e dos efeitos danosos decorrentes de potencial desvio de clientela

78
– valores jurídicos reconhecidos constitucionalmente. REsp 1.203.109-MG, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/5/2015, DJe 11/5/2015
(Informativo 561).

COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?

1.(FCC/Eletrobrás/2016) Analise os seguintes enunciados em relação à atividade


empresarial:
I. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
II. Considera-se empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
III. É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
IV. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde
que não sejam casados sob o regime da comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, III e IV.
c) II e III.
d) I e IV.
e) I e II.

2. (CESPE/PCPE/2016) A respeito de estabelecimento empresarial, aviamento


e clientela, assinale a opção correta.
a) Estabelecimento empresarial corresponde a um complexo de bens corpóreos
organizados ao exercício de determinada empresa.
b) O estabelecimento empresarial não é suscetível de avaliação econômica e,
por consequência, não pode ser alienado.

79
c) Aviamento refere-se à aptidão que determinado estabelecimento
empresarial possui para gerar lucros.
d) De acordo com a doutrina, aviamento e clientela são sinônimos.
e) Na legislação vigente, não há mecanismos de proteção legal à clientela.

3. (CESPE/TJAM/2016) No que se refere às espécies de empresário, seus


auxiliares e colaboradores e aos nomes e livros empresariais, assinale a opção
correta.
a) É suficiente autorização verbal do empresário para que seu preposto possa
fazer-se substituir no desempenho da preposição.
b) Caso crie o chamado caixa dois, falsificando a escrituração do empresário
preponente, o contabilista responderá subsidiariamente ao empresário pelas
consequências de tal conduta.
c) São livros empresariais todos os exigidos do empresário por força das
legislações empresarial, trabalhista, fiscal e previdenciária.
d) A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma
única pessoa e seu nome empresarial será necessariamente a firma seguida da
sigla EIRELI.
e) Em observância ao princípio da veracidade, o nome do sócio que falecer
não pode ser conservado na firma social.

ANOTAÇÕES:
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DIA 70

REVISÃO

Revisão de Direito do Trabalho e Processual do Trabalho.

COMO ESTUDAR?

 Revisão: O aluno deve revisar todo conteúdo estudado até aqui de


Direito do Trabalho e Processual do Trabalho.
O ideal é que o aluno dê uma lida rápida em seus grifos e resolva
100 questões sobre todo o assunto visto (Sugestão: resolver 50
questões de cada disciplina).
À medida que os erros e lacunas foram surgindo, o aluno deve fazer
a leitura pontual dos tópicos dos assuntos que erra ou que suscitam
dúvidas.

 Itens das disciplinas já estudados:

 Competência da Justiça do Trabalho.


 Dissídios individuais.
 Natureza Jurídica do Direito do Trabalho. Fontes do Direito do
Trabalho. Princípios do Direito do Trabalho. Relação de trabalho e
relação de emprego.
 Contrato individual de trabalho. Disposições gerais. Remuneração e
salário. Alteração, suspensão e interrupção.

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ANOTAÇÕES:
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