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DENDEZEIRO OU PALMEIRA-DENDÉM ou

COQUEIRO-DE-DENDÊ
Publicado em Julho 30, 2013 por angolano29

O dendezeiro (Elaeis guineensis)

Também conhecido como palmeira-de-óleo-africana, aabora1 aavora, palma-de-guiné,


palma, dendém (em Angola), palmeira-dendém ou coqueiro-de-dendê, é uma palmeira
originária da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné). Seu fruto é conhecido como
dendê, e seu óleo como azeite de dendê ou óleo de palma.
O dendezeiro é encontrado em povoamentos sub-espontâneos desde o Senegal até Angola, foi
levado ao Brasil no século XVII, e adaptou-se bem ao clima tropical
úmido do litoral baiano. Dela extrai-se o azeite-de-dendê.

A palmeira chega a ter 15m de altura. Seus frutos são de cor alaranjada, e a semente ocupa
totalmente o fruto. Seu rendimento é muito grande, produz 10 vezes mais óleo do que a soja,
4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco. Da amêndoa do fruto extrai -se
também um óleo usado em cosmética e na fabricação de chocolate.

A região Sudeste da Bahia possui uma diversidade edafo-climática excepcional para o cultivo
do dendezeiro, com uma disponibilidade de área da ordem de 752.625 hectares, aliada à
existência do país de uma demanda insatisfeita da ordem de 500 000 toneladas de óleo de
dendê; de importações que se situam entre 100 e 150 mil toneladas, além do aspecto
ambiental-ecológico possibilitando a recomposição de espaço florestal em processo adiantado
de degradação, por “florestas de cultivo“; econômico-social, proporcionando aumento da
renda regional e criação de novos empregos, além de funcionar como vector de sustentação da
própria cacauicultura e finalmente estratégico, buscando através da agricultura integrada, o
caminho do desenvolvimento harmonizando os recursos da terra com os valores humanos.

Um plantio corretamente conduzido inicia a produção ao final do terceiro ano, com uma
produção entre 6 e 8 toneladas de cachos/ha, atingindo o pico máximo de produção no oitavo
ano. Pode atingir 25 toneladas de cachos/ha, uma produção que permanece neste nível até o
décimo sétimo ano, declinando ligeiramente até o final da sua vida útil produtiva, que ocorre
por volta dos vinte e cinco anos.
Dos frutos do dendezeiro, podem ser extraídos dois tipos de óleos: óleo de polpa, conhecido
no Brasil como azeite de dendê, e óleo de palmiste. O rendimento em óleo representa 22% do
peso dos cachos para o óleo de polpa e 3% para o óleo de palmiste.

Hoje em dia, o óleo de dendê encontra-se em quase todas as comidas preparadas (entre outras
em pizzas congeladas e batatas fritas), margarina, sorvete, biscoitos, barras de chocolate e
barrinhas de cereais. Mas também vários produtos químicos
como detergentes, sabonete, velas e produtos cosméticos como cremas e batons contêm óleo
de dendê. 3

Quem viveu em África conhece bem o óleo alimentar extraído do dendê, pois ele
integrava uma parte bem representativa da culinária angolana e moçambicana. O prato
mais apetecido da culinária angolana era a célebre muamba de galinha, que tanto
africanos como europeus adoravam.

Neste meu post, na secção dedicada à culinária, os visitantes poderão encontrar uma receita
da genuína muamba angolana, com que vários visitantes se deliciaram já. A quem ainda não
provou este apetitoso manjar é altura de o experimentar, preparando-o conforme recomendo.
Aposta do Brasil, biocombustível de dendê é criticado nos EUA e
Europa

Segundo Agência Ambiental dos EUA, óleo não tem


vantagens verdes.
Governo, Petrobras e Vale investem na planta para
geração de biodiesel.
Amanda RossiDo Globo Natureza, em São Paulo

Cultura de palma está em expansão no Brasil; produção de biodiesel estimula crescimento (Foto:
Agência Petrobras)

O óleo de palma, mais conhecido no Brasil como dendê, é uma das apostas brasileiras para
produção de biodiesel. Uma área já desmatada de até 318 mil km² (maior que o Rio Grande
do Sul), localizada principalmente na região Norte, poderia ser ocupada pelo cultivo, de
acordo com zoneamento agroambiental feito pela Embrapa. Petrobras, Vale e o governo
federal, através do Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma, estão envolvidos na
iniciativa.

No entanto, as vantagens verdes do produto foram colocadas em xeque pela Agência de


Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), que avaliou a emissão de
CO2 no processo de produção, principalmente no desmatamento que pode ser gerado devido
ao aumento a área plantada.

“A análise da EPA mostra que o biodiesel e o diesel renovável produzidos a partir do óleo da
palma (...) não se qualificam para os requisitos mínimos de redução de 20% das emissões de
gases de efeito estufa [em comparação com o petróleo bruto]”, diz comunicado da agência
publicado em 27 de janeiro.

Demanda
A afirmação da EPA se baseia em um estudo que analisou a expansão mundial da palma para
suprir o aumento da demanda dos EUA por biodiesel.

“O cenário projeta que Indonésia e Malásia serão os principais provedores de óleo de palma
para biodiesel e que regiões na África, Tailândia e América Latina contribuiriam com
volumes menores”.

Na Indonésia e na Malásia, o crescimento da produção de palma ocasionaria um aumento de


áreas plantadas de cerca de 1 mil km², segundo a EPA. “Projetamos que 80% dessa área são
florestas e áreas mistas [florestas e campos ou pastos]”, afirma o órgão ambiental.

Assim, o desmatamento aumentaria a pegada de carbono do biodiesel de óleo de palma. Além


disso, a EPA avaliou de modo negativo a emissão de carbono pelos resíduos gerados no
processo de produção do biodiesel.

Segundo o ministério do Desenvolvimento Agrário, a expansão da produção de palma no


Brasil será feita com “desmatamento zero” e não vai gerar impacto ambiental.

“A nossa primeira preocupação é proibir o desmatamento. Não queremos que nosso programa
ocorra na mesma ótica de programas como os da Ásia (...) Não podemos deixar que [o plantio
da palma] prejudique a biodiversidade”, afirmou Marco Antonio Viana Leite, coordenador
geral de biocombustíveis do ministério. Para ele, o plantio de palma ajudaria a evitar o
desmatamento, pois forneceria alternativa de renda em áreas ameaçadas, aliviando a pressão à
floresta.

De acordo com Alexandre Alonso, pesquisador da Embrapa Agroenergia, “a expansão [da


palma] no Brasil vem sendo apoiada por estudos prévios, como o de zoneamento
agroecológico”. A área identificada, com 318 mil km², foi desmatada até 2008 e poderia
receber o plantio do dendê sem prejuízo para as matas nativas, segundo o governo.

A plantação da palma fora das áreas identificadas é proibida. Além disso, para obter
financiamentos públicos é preciso ter a propriedade regularizada e reserva legal.
Mudas da Petrobras, que vai investir R$900 milhões e pretende produzir até 420 mil toneladas de
biodiesel de palma até 2018 (Foto: Agência Petrobras)

Produção

O investimento da Petrobrás na geração de biodiesel de palma é de R$ 900 milhões. A estatal


estima que vai produzir anualmente 420 mil toneladas do biocombustível até 2018, quando
toda sua capacidade estiver instalada, segundo sua assessoria de imprensa.

A Vale – que comprou em 2011 uma das maiores empresas do setor, a Biopalma - também
aposta no biodiesel de palma. Ela pretende investir US$ 633 milhões para colocar em
funcionamento cinco fábricas extratoras do óleo, com capacidade de produção de até 360 mil
toneladas a partir de 2015. O biodiesel seria usado para abastecer as operações da mineradora
na região Norte, como locomotivas e equipamentos.

Já o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma, voltado para a agricultura familiar,


prevê dobrar a área plantada e a produção nos próximos dois anos, atingindo 240 mil hectares
e 4,3 milhões de toneladas. Por enquanto, toda a produção é destinada para geração de óleo
comestível. Mas o biodiesel também é um componente importante do projeto, de acordo com
Viana Leite, do ministério de Desenvolvimento Agrário.

A Embrapa também atua na área do dendê. Ela realiza pesquisa sobre o aprimoramento
genético da planta, além de produzir sementes para a expansão do cultivo. De acordo com
Alonso, a demanda é cada vez maior. Somente em 2011, foram cerca de 1,5 milhão de
sementes, um aumento de 65% em relação a 2010. Em 2012, a expectativa é de elevar a
produção para 2 milhões, segundo a unidade da Embrapa de Manaus.
União Europeia

As críticas ao biodiesel de óleo de palma não vêm apenas da EPA. A versão online do jornal
britânico "Guardian" publicou em 27 de janeiro dados de um documento vazado da União
Europeia que dizem que a produção emite mais CO2 que o petróleo bruto. A análise também
leva em conta o desmatamento.

A Petrobras, a Vale e o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma, juntos, devem


atingir uma área plantada de cerca de 6,3 mil km² (equivalente a três cidades de São Paulo)
em 2018, triplicando a extensão atual.

Um dos principais atrativos para o plantio é sua alta produtividade. Enquanto a soja produz
em torno de 500 kg a 600 kg de óleo por hectare, a palma gera até dez vezes mais, entre 5 mil
a 6 mil kg, explica Alonso, da Embrapa.

“No Brasil, os projetos da Petrobras Biocombustível estão sendo implementados de forma que
todo o processo produtivo -- da matéria-prima à produção industrial -- siga padrões de
sustentabilidade baseados em princípios internacionais. (...) Eles estão alinhados às discussões
mais atuais e foram elaborados com base na legislação brasileira, no posicionamento de
órgãos de defesa do meio ambiente e de governos de vários países”, afirmou a Petrobras, em
nota.

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