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A dura rotina de quem trabalha nas plantações de


maconha na Califórnia
Os 'Trimmigrants’ fazem a colheita da erva e vivem entre tarefas repetitivas e ameaça de
cartéis

Dan Levin, do New York Times


25/12/2018 - 04:30 / Atualizado em 25/12/2018 - 13:56

Plantas de maconha nos arredores de Covelo, na Califórnia: a cada outono, caravanas de jovens vão à região para trabalhar na
colheita Foto: HILARY SWIFT / NYT

COVELO, Estados Unidos — Escondida nas florestas de Mendocino,


acessível por uma estrada que corta morros de grama cheios de cascavéis,
está a pequena cidade de Covelo, onde centenas de trabalhadores sazonais
chegam todos os anos, ansiosos para ajudar na colheita mais lucrativa da
região — a da maconha.

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Esses trabalhadores, conhecidos como trimmigrants, pacientemente


cortam as folhas e os caules de brotos de maconha, aparando cada um na
forma de uma pepita verde compacta, pronta para bongos (aparelhos para
fumar cannabis) e brownies “incrementados”.

É uma rotina diária entediante, que exige horas de trabalho manual. Uma
vez embelezados, os brotos são enviados para dispensários legais da
Califórnia, ou contrabandeados para mercados ilegais, inclusive do outro
lado dos EUA, na Costa Leste.

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Kuehl está entre os milhares de trabalhadores, em geral jovens, que


passam diversas semanas do outono com bandejas de maconha no colo,
trabalhando no chamado Triângulo da Esmeralda do Norte do estado, três
regiões administrativas conhecidas pelo cultivo de grande parte da
cannabis dos EUA.

— Você fica na frente da biblioteca e os agricultores aparecem


perguntando se está procurando trabalho — disse Julian, de 28 anos, um
argentino que não quis dar seu sobrenome porque estava trabalhando
ilegalmente nos Estados Unidos.

Concorrência

Mas aparar a erva não é tão rentável como anteriormente. A legalização


da maconha recreacional na Califórnia e em outros estados americanos
ajudou a inundar o mercado com plantas cada vez mais baratas, dizem os
produtores. E, como os riscos legais de cultivar maconha diminuíram, a
concorrência de fazendas corporativas e do mercado negro aumentou.

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— Mais e mais pessoas estão cultivando a erva e derrubando os preços —


disse A. J. Cook, de 27 anos, que viajou de Chico para Covelo em sete
temporadas e viu a redução do pagamento dos aparadores. — Isso me fez
pensar: estou fazendo isso pelo dinheiro ou pelo estilo de vida?

Os aparadores são pagos por peso; portanto, a cada manhã, começa a


corrida para podar a maior quantidade possível.

— Você tem de se comprometer com o trabalho — afirmou Kuehl,


explicando como os aparadores suportam a monotonia diária, de outubro
até dezembro, e possivelmente mais.

Às vezes, quando têm sorte, atingem um estado hipnótico de foco na poda


da colheita aparentemente interminável de cannabis.
— Nós a chamamos de “dimensão verde” — disse Kelly Zimmerlee, de 27
anos. — Quando você tem a erva certa, as pessoas certas, a “vibe” certa,
bingo! Não pensa em mais nada e apenas faz seu trabalho durante horas.

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E para aqueles que estão curiosos: não, eles não ficam chapados no
trabalho: “Eu não sou um drogado produtivo”, brincou Kuehl.

Se há uma preocupação que une produtores, aparadores e agências da lei,


são os cartéis mexicanos de drogas. Nos últimos anos, os grupos
criminosos cultivaram ilegalmente milhões de pés de maconha em terras
públicas e privadas da região.

Para sustentar as operações ilícitas, dizem as autoridades, os cartéis


fortemente armados roubam a água dos rios e dos córregos e envenenam
o ambiente com fertilizantes e inseticidas tóxicos, além de deixar lixo para
trás. As autoridades já gastaram milhões de dólares tentando erradicar as
operações dos cartéis, que continuam a atormentar a área e seus
moradores.
Mas os aparadores dizem ter ainda outras preocupações.

Nicole Tamaura, 23 anos, mexicana-americana de Tijuana, que começou a


aparar há cinco anos, os três últimos deles em Covelo, tem sua cota de
histórias de terror. Certa tarde, enquanto fumava um cigarro de maconha
em frente à biblioteca, ela contou histórias de produtores que se
recusaram a lhe pagar, de um policial que, segundo ela, apontou uma
arma para sua cabeça, e do assédio sexual frequente, provação agravada
pela natureza remota do trabalho: “Para uma mulher sozinha, é realmente
assustador. Conheço garotas que desapareceram”.

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Tamaura disse que adora aparar em Covelo, onde pode ganhar milhares
de dólares por temporada, além de conhecer jovens de lugares tão
distantes quanto a Etiópia:

— É uma pequena parada mágica para o universo.

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