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Sc3bamula 607 STJ
Sc3bamula 607 STJ
DIREITO PENAL
LEI DE DROGAS
Majorante do tráfico transnacional de drogas e desnecessidade de transposição das fronteiras
A defesa alegou que o agente não chegou a atravessar a fronteira de nenhum país, de forma que não
houve transnacionalidade. Logo, não deveria incidir a causa de aumento do inciso I. Essa tese é aceita pela
jurisprudência? Para incidir essa causa de aumento, é necessário que o agente atravesse a fronteira?
NÃO.
Para a incidência da causa especial de aumento de pena prevista no inciso I do art. 40 da Lei de Drogas, é
irrelevante que haja a efetiva transposição das fronteiras nacionais, sendo suficiente, para a configuração
da transnacionalidade do delito, que haja a comprovação de que a substância tinha como destino/origem
localidade em outro País.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 377.808/MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 12/09/2017.
A incidência da majorante, que tem como objetivo apenar com maior severidade a atuação do traficante
direcionada para além das fronteiras do País, não exige o transporte efetivo para o exterior, basta que se
identifique a intenção.
STF. 2ª Turma. HC 127221, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 25/08/2015.
Súmula 528-STJ
A explicação da Súmula 607 do STJ acabou. No entanto, se você ainda tiver um tempo, vamos relembrar
um tema conexo, qual seja, a súmula 528 do STJ.
Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via
postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.
Qual foi o delito em tese praticado pela pessoa que seria destinatária da droga (que encomendou o
entorpecente)?
Tráfico transnacional de drogas (art. 33 c/c art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006). Essa pessoa, em tese,
importou a droga.
Por quê?
O CPP prevê que a competência é definida pelo local em que o crime se consumar:
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
A conduta prevista no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006 constitui delito formal, multinuclear, sendo
que, para sua consumação, basta a execução de qualquer das condutas previstas no dispositivo legal.
No caso em tela, a pessoa que encomendou a droga, praticou o verbo “importar”, que significa “fazer vir
de outro país, estado ou município; trazer para dentro.” Logo, pode-se afirmar que o delito se consumou
no instante em que o produto importado tocou o território nacional, entrada essa consubstanciada na
apreensão da droga.