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Perguntas Frequentes
DGAJ/CF - 2017
O presente texto constitui, na prática, um manual de apoio a todos os oficiais de justiça que, no
dia a dia, têm de apreciar da conformidade dos pedidos de honorários efetuados no âmbito do
apoio judiciário. Para dar resposta às solicitações colocadas na conjugação dos diversos
diplomas que regulamentam o apoio judiciário, nomeadamente, a Lei n.º 34/2004, de 29 de
julho, a Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro e a Portaria n.º 1386/2004, de 10 de novembro, foi
o presente objeto de revisão acolhendo e atualizando as questões mais frequentes (FAQ´s).
As soluções e práticas processuais aqui assumidas e reputadas como corretas, resultam das
conclusões de um Grupo de Trabalho integrado por representantes da Ordem dos Advogados e
do Ministério da Justiça, designadamente da Direção Geral da Administração da Justiça, da
Direção Geral da Política da Justiça e do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da
Justiça, IP. No entanto, nem todos os procedimentos se encontram uniformizados com o Grupo
de Trabalho, sendo que, nos casos em que não exista essa uniformização, as soluções
apresentadas serão as defendidas pelos representantes do Ministério da Justiça.
De igual modo, procedeu-se à atualização do texto original, não apenas naquilo que é a prática
proveniente do próprio programa informático, nomeadamente a questão do calculo automático
do número de sessões, mas também no âmbito de algumas questões controvertidas e em que
se conseguiu encontrar soluções conjuntas que colmatassem os constrangimentos existentes
nas solicitações e nas validações do Apoio Judiciário, nomeadamente na questão dos pedidos
de indemnização civil, processados em processo penal, quando o seu valor seja inferior a
3.740,98€.
Importa ainda não deixar de lembrar que a leitura deste texto deverá ser sempre acompanhada
dos pertinentes diplomas legais e da regular consulta dos demais conteúdos disponibilizados
para o efeito na plataforma do Campus Virtual do Ministério da Justiça.
Por último, é importante sublinhar que as posições aqui adotadas cedem sempre perante
opinião diversa dos senhores Magistrados.
CF – Centro de Formação
UR - Unidade de referência
MOMENTO DO PEDIDO
No tocante ao momento do pedido de honorários pelos advogados, nos termos do n.º
6 do art.º 25.º da Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro, existem dois momentos em que
poderão ser solicitados os honorários, sendo um deles, o trânsito em julgado do
processo e o outro a constituição de mandatário.
Artigo 25.º
1. Trânsito em julgado
Tal como é referido, no n.º 6 do art.º 25.º da Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro, um
dos momentos para solicitação dos honorários é com o trânsito em julgado do processo.
De acordo com o artigo 628.º do CPC, considera-se transitada em julgada a decisão logo
que não seja suscetível de recurso ordinário ou de reclamação.
Assim, o patrocínio assegurado pelo defensor nomeado deve ser perspetivado para todo o
processo, não sendo de considerar findo o patrocínio com a prolação da decisão que fixa
os quinhões.
Sempre que haja pedido de honorários em processos executivos com dedução de oposição,
o pedido de honorários deverá ser efetuado na plataforma SinOA, com o trânsito em julgado
da ação executiva, através da opção “ação executiva, com dedução de oposição ou
liquidação” (cfr. Ponto 1.2.1. da Tabela anexa à Portaria) e não com o trânsito em julgado da
oposição.
Havendo oposição não deverão os advogados criar apensos no SinOA, face ao teor dos
pontos 1.2.1. e 1.2.2. da Tabela de Honorários onde já se prevê o montante a pagar de
honorários com e sem a referida oposição.
Não havendo oposição, o pedido de honorários deverá ser efetuado com o trânsito em
julgado da decisão que extinga a ação executiva.
No momento em que é dado despacho da suspensão nos termos do disposto no artigo 88º
do CIRE - atendendo a que o patrono já não poderá intervir.
Dado que o recurso é objeto de um pagamento autónomo, poderá ser solicitado a partir do
momento do trânsito em julgado da decisão do mesmo.
Em virtude de o sistema não permitir a cumulação de pedidos no mesmo processo AJ, deverá
o mandatário criar o recurso através da ferramenta “Apenso/Recurso”.
A DGAJ fez circular, em 25/5/2016, uma Nota Informativa, com a orientação de que, nos casos
em que se desconhece o paradeiro do arguido e a leitura da sentença teve lugar por iniciativa
do tribunal, o início da contagem do prazo de trânsito em julgado em processo penal, para
efeitos de pedido e confirmação do pagamento da compensação do defensor oficioso, nos
termos do n.º 6 do art.º 25.º da Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro, fixa-se a partir do
respetivo depósito da sentença na secretaria (alínea b) do n.º 1 do art.º 411.º do CPP).
Esta orientação permite compatibilizar a garantia ao recurso jurisdicional por parte do arguido,
cujo prazo se conta a partir da notificação pessoal, com o direito ao legal, devido e atempado
pagamento ao profissional que prestou os serviços de patrocínio judiciário na vertente de
defensor oficioso daquele.
1.2.2. Caso haja recurso e o arguido não faça parte dos recorrentes, terá
o defensor que aguardar o trânsito em julgado para solicitar os honorários?
No caso dos arguidos não recorrentes, deve ter-se como transitada em julgado, logo suscetível
de pagamento, a decisão relativa ao arguido condenado não recorrente, nos termos em que
se vem firmando a jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça.
Após prolação do despacho que determina o arquivamento dos autos nos termos do art.º
277.º do CPP, o trânsito da decisão ocorre após o decurso do prazo de 20 dias que resulta do
art.º 287.º do CPP (prazo de abertura de instrução) a que acrescem mais 20 dias do art.º 278.º
do CPP (prazo da intervenção hierárquica).
Só decorridos estes prazos é que a decisão transita e só depois é que poderá ser confirmado o
eventual pedido de pagamento.
Pelo que, só a partir deste momento, podem os advogados solicitar o pedido de pagamento
dos honorários.
Sendo o Inquérito Tutelar Educativo arquivado pelo Ministério Público é necessário aguardar
os 30 dias, previstos no artigo 88.º da Lei Tutelar Educativa, em que ainda é possível a
intervenção hierárquica. Só após devem ser confirmados os honorários.
O pedido de pagamento deverá ser efetuado com a decisão que aplica a medida, sendo que,
após, e até ao final do processo (quando a medida é declarada cumprida) só poderão ser
solicitadas despesas.
Os processos que prosseguem após a declaração de insolvência, terminam com uma das
causas previstas no n.º 1 do artigo 230.º do CIRE, pelo que os honorários são pedidos com o
trânsito em julgado desse despacho de encerramento.
2. Constituição de Mandatário
Outro facto gerador do direito à compensação e que se encontra também previsto nos
termos do n.º 6 do art.º 25.º da Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro, é a constituição
de mandatário. O montante devido de honorários é determinado nos termos do artigo
28.º-A do referido diploma.
1. Espécie Processual
O processo deverá ser considerado uma ação declarativa comum, pelo que a remuneração
deverá ser efetuada através do ponto 1 da Tabela anexa à Portaria n.º 1386/2004, de 10 de
novembro, tendo em atenção o seu valor.
O pedido de honorários deverá ser efetuado com o trânsito em julgado da ação executiva,
através da opção “ação executiva, com dedução de oposição ou liquidação” – cfr. ponto
1.2.1.
Havendo oposição e liquidação (que se encontrava prevista no art.º 805.º do CPC anterior)
não deverão ser criados apensos, porque como se infere da Tabela de Honorários, nesta já
se prevê o montante a pagar de honorários sem e com aqueles incidentes.
1.1.2.3. Tendo sido deduzida oposição à penhora, como deve a mesma ser
tributada?
A oposição à penhora é um incidente e deverá ser remunerada como tal, ponto 5 da tabela.
No caso de arquivamento dos autos, sem que seja proferido despacho de acusação, os
honorários devidos são pedidos como “Outras Intervenções de Patronos Oficiosos”.
O mesmo ocorre quando haja suspensão provisória do processo e o mesmo seja arquivado
após cumprimento das injunções impostas ao arguido ou ainda quando exista desistência de
queixa.
Os honorários são devidos com a nomeação, mesmo que o processo seja arquivado sem
intervenção processual do advogado visível nos autos.
Sendo a instrução uma fase eventual ou facultativa do processo penal, submetida a causa a
julgamento, os honorários são pedidos a final com o trânsito em julgado da sentença que for
proferida pelo Tribunal de julgamento, não dando a instrução origem a pagamento
autónomo de honorários.
É na acusação que se retira qual a pena em abstrato, considerando o seu limite máximo, e é
com esse princípio que se procede ao pagamento dos honorários nos termos dos pontos
3.1.1.1. e 3.1.1.2. da Tabela anexa à Portaria n.º 1386/2004, de 10 de novembro e não com
o resultado da condenação.
Não existindo item expresso para pagamento, terá de ser considerado no ponto 13 – “Outras
intervenções de patrono oficioso”.
1.2.2. Recursos
Tendo sido requerido e concedido apoio judiciário na modalidade de “nomeação” numa das
modalidades, o pedido de honorários por pedido de indemnização cível é lícito de ser
efetuado e é solicitado autonomamente da parte penal. O mesmo se aplica aos recursos,
pelo que, são devidos honorários separadamente, pela parte cível e pela parte penal.
Para o pedido poder ser efetuado e dado que o sistema não permite a cumulação de pedidos
no mesmo processo AJ, pelo que, o advogado deverá criar o pedido cível através da
ferramenta “Apenso/Recurso”.
Para o pedido poder ser efetuado e dado que o sistema não permite a cumulação de pedidos
no mesmo processo AJ, o advogado deverá criar o pedido através da ferramenta
“Apenso/Recurso”.
Para efeitos de pagamento de honorários, a Reclamação nos termos do art.º 405.º do CPP
deve ser considerada no item, Recursos – Ordinários, do ponto 3.4.1. da Tabela, desde que
o patrono tenha tido intervenção.
Para o pedido poder ser efetuado e dado que o sistema não permite a cumulação de pedidos
no mesmo processo AJ, pelo que, o advogado deverá criar o pedido através da ferramenta
“Apenso/Recurso”.
Há condutas que podem simultaneamente inserir-se no ilícito penal e no ilícito cível, dando
origem a uma ação penal, que visa aplicar uma sanção criminal ao infrator e a uma ação cível,
que tem por finalidade a reparação cível pelas perdas e danos resultantes da infração.
A intervenção no processo penal do lesado, ou seja, a pessoa que sofreu danos ocasionados
pelo crime e que nele deduz o pedido de indemnização cível (artigo 74.º, n.º 1 CPP), explica-
se pela unidade do facto, apreciado como ilícito penal e como ilícito cível.
O legislador não distingue em função da posição processual, mas adota o critério de distinção
assente na natureza dos pedidos (cível ou crime) e à autonomia que as duas ações albergam
apesar de decididas no mesmo processo.
O caso em apreço decorre do sistema de política de justiça penal que determina a assistência
jurídica em matéria criminal. Assim, a nomeação é imposta pela obrigatoriedade legal de
assistência do advogado ao arguido, sendo que o advogado nomeado é apenas compensado
na medida da sua nomeação. É unânime a jurisprudência ao defender que sendo um
advogado nomeado apenas para a ação penal, ele não é admitido a intervir no pedido de
indemnização cível até porque a falta de contestação não implica confissão dos factos (artigo
78.º, n.º 3 CPP).
Esta situação contempla a nomeação de advogado para um beneficiário que tem direito a
proteção jurídica comprovado pelos serviços da Segurança Social competentes. Aqui a
intervenção do advogado deverá não só abarcar a defesa na ação penal, mas também, a
defesa na ação cível.
Tendo sido requerida pelo beneficiário proteção jurídica, deverá aplicar-se analogicamente,
o previsto nos n.ºs 4 e 5 do artigo 18.º da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, com as alterações
introduzidas pela Lei n.º 47/2007, de 28 de agosto, onde “o apoio judiciário mantém-se para
efeitos de recurso, qualquer que seja a decisão sobre a causa, e é extensivo a todos os
processos que sigam por apenso àquele em que essa concessão se verificar, sendo-o também
ao processo principal, quando concedido em qualquer apenso” e “o apoio judiciário mantém-
se ainda para as execuções fundadas em sentença proferida em processo em que essa
concessão se tenha verificado.”.
Para o pedido poder ser efetuado e dado que o sistema não permite a cumulação de pedidos
no mesmo processo AJ, pelo que, o advogado deverá criar o pedido cível através da
ferramenta “Apenso/Recurso”.
O valor a considerar para o PIC é o valor da causa, competindo ao juiz fixar o respetivo valor,
sem prejuízo do dever de indicação que impende sobre as partes.
Assim, o advogado nomeado patrono oficioso, que deduza pedido de indemnização cível
de valor inferior a € 3.740,98, deverá efetuar o pedido de honorários no SinOA indicando
como espécie de ação a “Ação Sumaríssima” (ponto 1.1.3 da Tabela anexa à Portaria n.º
1386/2004, de 10 de novembro).
Deverá ser considerada a espécie processual “Divórcio e separação de pessoas e bens, Ação
litigiosa” – 4.1.1. – 21 UR e caso a convolação tenha ocorrido antes da audiência de discussão
e julgamento, deverão ser confirmadas mais 2 UR´s, nos termos do n.º 4 do artigo 25.º da
Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro, alterada pela Portaria n.º 210/2008, de 29 de fevereiro,
através da ferramenta “Resolução de Litígio Segundo a Portaria”.
As prestações a pagar pelo Fundo são fixadas pelo Tribunal, por norma, no incidente de
incumprimento e após verificada a impossibilidade de obter da pessoa judicialmente
obrigada a satisfação das prestações alimentares.
Verifica-se assim que o procedimento para atribuição da prestação de alimentos, faz parte
da tramitação do incumprimento, pelo que, parece-nos que o patrono apenas poderá
solicitar honorários pelo próprio processo – Incidente de incumprimento – e após o trânsito
em julgado deste, sendo que as restantes diligências efetuadas após trânsito em julgado, não
merecem acolhimento para efeitos de compensação de honorários.
1 1.º, 2.º e 3.º da Lei n.º 75/98, de 19 de Novembro e art.ºs 2.º e 3.º e 9.º do DL n.º 164/99, de 13 de maio
Assim, o patrocínio assegurado pelo defensor do menor deve ser perspetivado para todo o
processo, não podendo o patrono considerar findo o patrocínio com a prolação da decisão
aplicadora da medida.
1.3.2.4. Nos processos tutelares educativos em que item da Tabela deve ser
solicitado o pagamento?
Os processos tutelares educativos deverão ser lançados no ponto 4.2 da Tabela anexa à
Portaria n.º 1386/2004, de 10 de novembro – “Jurisdição de Menores”, mesmo quando
terminem na sua fase de inquérito e, desde que haja intervenção processual.
O n.º 3 do art.º 302.º do CPC, refere que nos processos de inventário, atende-se à soma do
valor dos bens a partilhar, ou seja, do ativo. Tendo sido efetuada avaliação aos bens do
inventário, o valor do mesmo alterou-se para os € 61.000,00 referidos.
O ponto 4.3 do anexo à Portaria n.º 1386/2004, indica que os valores dos honorários que os
patronos poderão solicitar, são os aplicáveis às ações declarativas n.ºs 1.1.1.1 a 1.1.2.3 em
função do quinhão.
Pelo que, tendo sido efetuada a avaliação e, sendo esse o valor do ativo é, sobre esse valor,
que eles irão pedir os honorários, sempre tendo em consideração o quinhão atribuído ao seu
patrocinado.
1.3.4. Insolvência
Os restantes apensos que não sejam configurados como incidentes (no CIRE), estão incluídos
no pagamento relativo à própria insolvência (ponto 4.4. – 20 UR’s).
Não tendo o mandatário qualquer intervenção no referido apenso, não tem direito a
qualquer compensação.
Deverá ser utilizado o item 1.3. da Tabela anexa à Portaria n.º 1386/2004, de 10 de
novembro.
Não sendo o pedido de exoneração do passivo restante configurado como incidente (no
CIRE), está incluído no pagamento relativo à própria insolvência (ponto 4.4. – 20 UR).
1.4.1. Administrativo
1.4.2. Fiscal
Os honorários deverão ser solicitados nos termos do ponto 4.6.2. – Fiscal, da Tabela de
Honorários para a proteção jurídica, anexa à Portaria n.º 1386/2004, de 10/11.
Os honorários são pagos pelo ponto 13. da Portaria n.º 1386/2004, de 10 de novembro, a
que acrescem as despesas de deslocação ao E.P., nos termos do ponto 8. da referida
portaria.
A Tabela de honorários está em conformidade com a versão da LOFTJ, que vigorou até 31 de
dezembro de 2007, e que dispunha que em matéria cível, a alçada dos tribunais da Relação
era de 14.963,94 € e a dos tribunais de primeira instância, de 3.740,98 €. A revisão da LOFTJ
motivou a alteração das alçadas para 30.000,00 € e 5.000,00 €, respetivamente.
Sempre que existir desconformidade entre a espécie e o valor da ação no SinOA, deverá o
advogado optar por indicar o real valor da ação que patrocina e alterar a forma do processo
para receber o valor dos honorários a que efetivamente tem direito.
Nos termos do art.º 257.º do CPC as notificações judiciais avulsas não admitem oposição, e
os direitos respetivos só podem fazer-se valer nas ações competentes.
O patrono nomeado não poderá solicitar qualquer pedido de pagamento junto da referida
notificação judicial avulsa, dado que a mesma se inicia e termina com a notificação do
requerido, devendo antes, criar a respetiva vicissitude.
O montante dos honorários a receber é o que consta do ponto 6. da Tabela anexa à Portaria
n.º 1386/2004, de 10 de novembro.
A reclamação da conta é um incidente processual, nos termos do n.º 6 do art.º 31.º do RCP,
pelo que, deverá ser o advogado remunerado.
Podem ser lançados pedidos de pagamento no item “Resolução antes do Julgamento”, nos
termos do n.º 4 do art.º 25.º da Portaria n.º 10/2008, caso haja resolução do litígio que ponha
termo ao processo, nos seguintes casos:
Não comportando o processo, audiência de julgamento, não poderá ser lançado pedido de
pagamento no item “Resolução de Litigio Segundo a Portaria”, art.º 25.º, n.º 4, nos termos
da alínea a). Exemplo: processo sumaríssimo no crime.
Se a constituição de mandatário ocorrer antes da nomeação de patrono terá que ser criada
a vicissitude “Dar sem efeito a nomeação”.
Sessão é toda e qualquer diligência que implique a presença de magistrado, ou, quando a
prática do ato tenha sido delegada, de órgão de polícia criminal ou de oficial de justiça.
III – Desta simultânea revogação resulta que o Legislador quis afastar a interpretação de que,
decorrendo a Audiência durante todo o dia, com interrupção para almoço, deverão ser
contabilizadas duas sessões, uma de manhã, outra de tarde.
Sempre que o advogado se deslocar ao tribunal para diligência agendada e a mesma não
tenha lugar, nomeadamente, por motivos de greve, deverá o advogado diligenciar junto do
oficial de justiça para que este elabore uma cota ou conclusão no processo na qual conste
que o advogado esteve presente no tribunal.
Nestes casos os honorários deverão ser partilhados entre os advogados que tiveram
intervenção processual. Com o terminus do processo deverá o último advogado nomeado
lançar o pedido de honorários na plataforma informática. O pagamento dos honorários será
processado ao advogado substituto que deverá partilhar os honorários, mediante acordo,
com o advogado substituído. Não sendo possível aos advogados alcançar o acordo supra
referido, compete ao presidente do respetivo Conselho Distrital a resolução da referida
questão.
Sem ter havido qualquer intervenção processual não haverá lugar a pagamento de
honorários, mas poder-se-á requerer a homologação das despesas efetuadas.
Caso o processo seja apenso a outro onde já exista Patrono nomeado é este último que se
mantém nos autos, cessando funções o Patrono/Defensor que viu o seu processo ser
apensado.
Sendo o mesmo advogado nomeado a vários beneficiários, os honorários serão pedidos num
dos processos, devendo-se terminar os demais através da funcionalidade “Terminar
Processo Sem Pagamento” com o termo do processo.
7.2. Que honorários são devidos por diligências efetuadas após trânsito em
julgado?
É posição dos organismos do Ministério da Justiça que integram o Grupo de Trabalho (que
inclui a DGAJ, a DGPJ, o IGFEJ e a OA), que o cúmulo jurídico e o incidente de revogação da
suspensão da pena de prisão constituem diligências efetuadas depois do trânsito em
julgado, as quais não merecem acolhimento para efeitos de compensação de honorários,
para além das sessões efetuadas.
Situação idêntica acontece, quando após a sentença, o Juiz marca interrogatório do arguido,
nos termos do artigo 495.º do CPP. Não são, pois, devidos honorários.
Quando, no âmbito de uma escala, os advogados são chamados para assistir um arguido num
interrogatório judicial, junto do Ministério Público ou num interrogatório não judicial, junto
dos órgãos de polícia criminal, dever-se-á apurar se a nomeação se mantém para os atos
subsequentes do processo ou se trata de uma nomeação “para o ato”.
Da leitura do artigo 3.º da Portaria, resulta que a regra é a da nomeação para o processo.
Caso a nomeação seja para o processo, não se verificando, por isso, nenhuma das alíneas
acima referidas, então deverá ter-se em consideração o pedido formulado.
1. Verificação do pedido
O n.º 3 do artigo 8.º da Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro dispõe que “O pagamento de
quaisquer despesas suportadas pelo profissional forense nomeado para apoio judiciário
depende da apresentação de nota de despesas junto do processo, a homologar pela Ordem
dos Advogados”, sendo, pois, a competência de homologação da Ordem dos Advogados,
não tendo os Tribunais qualquer interferência na confirmação das referidas despesas.
Aos Tribunais compete a verificação dos campos constantes do separador “Informação para
confirmar”.
No item “Nº de Deslocações a EPs”, deverá ser considerado, não apenas as deslocações a
estabelecimentos prisionais, mas antes, todas as situações em que exista limitação de
liberdade de movimentação do beneficiário de apoio judiciário, levando a que o advogado
se tenha que deslocar.
Não o tendo feito, deverá o Tribunal oficiar ao EP respetivo a fim de confirmar a referida
deslocação.
Igual procedimento deverá ser adotado aquando das visitas a centros de acolhimento de
vítimas de violência doméstica e a estabelecimentos hospitalares (Internamentos
Compulsivos).
O segmento final do ponto 8., limita porém, neste âmbito, ao máximo de três deslocações.
A secretaria deverá rejeitar o pedido, sempre que o mesmo não esteja de acordo com as
normas legais, ou seja, quando ultrapasse as 3 deslocações.
Caso a nomeação tenha sido efetuada antes de 1 de setembro de 2008, altura em que o
SinOA não se encontrava em funcionamento, o processamento dos respetivos honorários e
despesas pelos serviços prestados não poderá ser efetuado na plataforma informática SinOA.
Neste caso serão observadas as regras em vigor à data da nomeação, de acordo com o n.º 2
do art.º 35.º da Portaria referida, ou seja, deverá ser requerida a fixação dos honorários e
as compensações das despesas junto do Tribunal.
1.6. E, nos casos supra referidos, como se deverá proceder ao pagamento dos
honorários e despesas?
A enfase deve ser colocada na data da apresentação dos pedidos de proteção jurídica,
independentemente da entrada de apensos/incidentes, dado que o patrono/defensor
nomeado não conseguirá solicitar esses honorários via SinOA, dado que este sistema apenas
contempla, os pedidos de proteção jurídica apresentados após 1 de setembro de 2008.
Para complementar a informação, poderá consultar no Citius intranet (antiga Habilândia) n.º
423, a qual se refere a este assunto.
Os recursos têm pagamento autónomo previsto na Tabela anexa à Portaria n.º 1386/2004,
de 10 de novembro, sendo que não especifica a posição processual, pelo que considera-se
que se há lugar a remuneração pelas alegações, também o haverá pelas contra-alegações,
desde que tenha havido intervenção no recurso.
Apesar dos tribunais superiores terem acesso à plataforma do Apoio Judiciário, a validação
dos recursos será efetuada na primeira instância, após o trânsito em julgado da decisão.
Assim, para que o advogado possa ver os honorários pagos relativos ao recurso, deverá
colocar no SinOA o número de processo atribuído na primeira instância e a identificação do
Tribunal também de primeira instância.
2.3. Quando num processo exista recurso para a Relação e em seguida para o
Supremo, quantos pedidos deverão ser efetuados pelos advogados?
Os pedidos de honorários são efetuados por recurso, pelo que se deverão fazer dois pedidos,
desde que tenha havido intervenção por parte do advogado.
O pedido de apoio judiciário é apenas efetuado para determinado fim e tem um número
único, número esse que releva para o pagamento.
Caso o número não corresponda, dever-se-á saber o motivo, procedendo-se à sua rejeição.
Sempre que o utilizador se depare com problemas de ordem técnica deverá contactar o IGFEJ
(entidade gestora do programa), através da linha do HelpCustas (Voip 772129).
3.5. Caso me depare com questões relacionadas com a validação dos pedidos
de pagamento, as solicitações devem ser remetidas para onde?
Todas as solicitações devem ser efetuadas via mail do Centro de Formação, a saber
formacao@dgaj.mj.pt.
Autor:
Titulo:
“Perguntas Frequentes”
Coordenação técnico-pedagógica:
Centro de Formação
Colaboração:
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Coleção pedagógica:
Centro de Formação
2.ª edição
Junho de 2017