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CURSO DE GESTÃO DA QUALIDADE

PROJETO INTEGRADOR

3º. Módulo – Gestão dos Sistemas da Qualidade

ANA PAULA PEREIRA LOPES DA SILVA


CLAÚDIA BASTOS
CASSIA FONSECA
PALOMA LINA DO NASCIMENTO

ANÁLISE E SISTEMAS DE MEDIÇÃO

CRW - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS

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2.2.2 Análise e Sistemas de Medição
Apenas os sistemas implementados de maneira frágil deixam de aproveitar os
benefícios da MSA

Há muito tempo, as indústrias automobilísticas, ou pelo menos aquelas que


fornecem seus produtos diretamente para as montadoras, pelejam ante os
rigorosos requisitos das normas automotivas. No passado, as montadoras de cada
país possuíam o seu próprio sistema de normalização, provocando nos seus
sofridos fornecedores uma confusão organizacional sem comparação, já que,
muitas vezes, uma única empresa podia ter suas atividades regidas por até cinco
normas diferentes, cada uma com suas peculiaridades e, por que não dizer,
excentricidades.
Em 2000, essa mazela foi amenizada pela criação da TS 16949, norma que tem
por princípio unir os requisitos automotivos em um único sistema de certificação.
Baseada nos princípios da antiga QS 9000:1998 e ISO 90001:1994, a TS guardou
significativas semelhanças com estas normas, constituindo-se simploriamente em
uma QS 9000 enxertada por alguns requisitos provenientes das normas européias
e japonesas.
O ano de 2000 foi também o da revisão da ISO 9001, que passou de um modelo
"quadrado" e retrógrado para um formato mais "redondo" e moderno, baseado
nitidamente no ciclo PDCA. Para acompanhar essa evolução, a TS foi revisada em
2002 e, desde então, é a espinha dorsal das indústrias automotivas que buscam a
certificação de seus sistemas de gestão.
Mesmo muito diferente (mais do que apenas em formato) das normas que a
originou, a TS guarda muitos dos seus conceitos, alguns dos quais foram, no
passado, fonte de angústias e martírios para implementadores e auditores de
sistemas de gestão. Quem de nós nunca passou uma madrugada pré-auditoria
analisando Cartas de Controle de Processo ou, quem sabe, dando uma última
revisada em um processo de APQP? Fazíamos isso e ainda fazemos, pois
embora não seja a conduta ideal, essa ainda é a última esperança de muitas
empresas em busca de seus certificados.
Um requisito em particular sempre foi motivo de discussões homéricas e seus
reais benefícios são incessantemente postos à prova. Trata-se da Análise dos
Sistemas de Medição ou Measurement System Analysis (MSA), presente desde a
QS 9000 (requisito 4.11.4) e ainda presente na TS 16949 (requisito 7.6.1). Embora
a implementação da grande maioria dos assuntos que permeiam a norma tenha
sido em muito facilitada pela sua abordagem mais abrangente e moderna, a TS
ainda exige que os estudos dos sistemas de medição sejam conduzidos e os seus
resultados analisados de forma a minimizar a sua variação.
O descrédito que este requisito sempre teve se deve a alguns fatores: é um
requisito extremamente técnico, que exige uma profunda qualificação dos seus
coordenadores e condutores; exige tempo, dedicação e reflexão profunda acerca

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dos seus resultados para que as ações adequadas sejam tomadas; e os impactos
que muitos equipamentos de medição causam na produção nem sempre podem
ser imediatamente sentidos, provocando um certo ceticismo quanto à sua
utilidade.
O maior erro que pode ser cometido é achar que os pontos acima listados se
manifestam em sua forma mais negativa em todos os sistemas de gestão. Tal fato
não é verdade! Apenas os sistemas implementados de maneira frágil deixam de
aproveitar os benefícios que um método científico como este pode proporcionar à
empresa. Isso faz com que as boas práticas aplicadas a este tipo de estudo
revertam seus aparentes gastos em significativa economia e melhor
aproveitamento dos recursos de monitoramento e medição.
A idéia é aproveitar, da melhor maneira possível, os dados gerados em profusão
pelos estudos de repetibilidade, reprodutibilidade, estabilidade, linearidade e
tendência, estudos estes que compõem a chamada MSA. Tais dados refletem
verdades sobre a confiabilidade dos sistemas de medição empregados ao longo
de toda a empresa, desde o recebimento de materiais comprados até a entrega do
produto ou serviço, passando pelos diversos laboratórios e postos de trabalho da
organização. Uma vez que refletem essas informações, elas devem ser úteis para
replanejarmos a gestão da organização, ora com uma maior segurança, oriunda
da experiência adquirida.
Vejamos, ferramenta a ferramenta, de que forma os resultados podem ser úteis
para a realimentação do sistema:

Repetibilidade (ou repetitividade) – Gráfico 1

O que é: Estudo da variação dos resultados de medições realizadas diversas


vezes pelos mesmos operadores, utilizando o mesmo equipamento.
Para que serve: Analisar o grau de confiabilidade que um sistema de medição tem
quanto à sua capacidade de repetir os resultados de uma medição. Por meio
desse estudo é possível determinar a "robustez" de um sistema de medição. Um
sistema de medição robusto sofre pouca influência de agentes externos, tendo a
contrapartida de que sistemas como este custam caro. Conhecer a repetibilidade
faz com que a gestão do monitoramento e medição seja mais inteligente,
deslocando sistemas de medição mais confiáveis para onde eles são requeridos.
Resultado: Aumento de confiabilidade e redução de custo.

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Reprodutibilidade – Gráfico 2
O que é: Estudo da variação dos resultados de medições realizadas diversas
vezes por operadores diferentes, utilizando o mesmo equipamento.
Para que serve: Identificar a variação que existe entre um operador e outro,
verificando assim a influência humana no resultado da medição. Este estudo tem o
intuito de saber se a qualquer momento o resultado da medição é confiável.
Dependendo da forma como o resultado é apresentado (graficamente), é possível
identificar claramente os pontos falhos, restringindo as ações e canalizando a
energia a ser gasta. Normalmente também podem ser substituídos equipamentos
por outros que dependam menos do fator humano.
Resultado: Aumento de confiabilidade.

Estabilidade – Gráfico 3

O que é: Estudo da variação dos resultados de medições realizadas ao longo de


um período, utilizando mesmo sistema de medição.
Para que serve: Analisar a degradação dos resultados de um sistema de medição
ao longo do tempo. Como nada é eterno, presume-se que os sistemas de medição
percam sua confiabilidade com o passar do tempo. Para a gestão metrológica, o
principal benefício é substituir a calibração dos equipamentos de medição pelo
estudo de estabilidade, já que este é muito mais simples e econômico. O caso de
um equipamento calibrado a cada seis meses, mas que, por meio do estudo de
estabilidade, se mostre estável por um período de dois anos, nos faz concluir que
muito dinheiro pode ser economizado com este estudo (na minha opinião, o mais
útil de todos que compõem a MSA).
Resultado: Muita redução de custo, por meio do ajuste de freqüência de
calibração.

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Linearidade – Gráfico 4

O que é: Estudo da variação dos resultados de medições ao longo da escala do


equipamento.
Para que serve: Garantir que os resultados de medição são confiáveis em
qualquer ponto da escala do equipamento. Em primeiro lugar, este estudo só é
aplicável a equipamento por variáveis (que possuam escala).O fato de este estudo
ser uma análise estatística permite a redução dos pontos de avaliação quando da
calibração do equipamento, pois a linearidade estende os resultados de um ponto
para todos os demais. Cada ponto de calibração de um equipamento onera
excessivamente esta obrigação, e qualquer redução promove grandes benefícios.
Resultado: Aumento de confiabilidade e redução de custo, por meio da diminuição
dos pontos de calibração.

Tendência – Gráfico 5

O que é: Estudo do erro de exatidão que um equipamento de medição por


variáveis possui em um determinado ponto de sua escala.
Para que serve: A grande diferença com relação à simples calibração é que a
tendência deve ser estudada a partir de dados coletados no próprio processo,
sujeito a todas as influências que a medição quotidiana sofre. O resultado da
análise de tendência é base para a realização de todos os outros estudos, pois a
estabilidade é a variação da tendência ao longo do tempo, a linearidade é a
variação da tendência ao longo da escala etc. A análise de tendência vai mostrar
se os recursos para medição são suficientes ou exagerados, na medida em que

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podem estar sendo utilizados equipamentos muito sofisticados para medições
pouco importantes, assim como equipamentos simples demais para medições
complexas e que requerem muita precisão.
Resultado: Aumento de confiabilidade e redução de custo.

A partir da análise que acabamos de fazer é possível ver claramente que os


benefícios obtidos por meio de um estudo bem-feito e corretamente analisado não
se restringem, a priori, à indústria automotiva. Embora não haja requisitos
normativos que obriguem outros ramos de atividade a realizar tais análises, a
aplicação dessas técnicas fará com que os benefícios ressaltados se manifestem
e tragam à empresa muitas oportunidades de crescimento.

As empresas cujos produtos são realizados e comercializados a granel são um


exemplo claro da aplicabilidade da MSA. Uma vez que o produto não é produzido
em lotes, a capacidade de monitoramento fica reduzida a amostragens que,
embora possam ser determinadas com base estatística confiável, não refletem

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com 100% de confiança as variações do processo. Dessa forma, o sistema de
medição deve reproduzir com a maior fidelidade possível os resultados reais do
processo, e uma das formas de garantir isso é validar esse sistema de medição
por meio da MSA. Um caso clássico de produto a granel é o das indústrias
farmacêuticas, cujos requisitos de validação de processo conduzem, quase que
naturalmente, à necessidade da análise do sistema de medição.
Fica claro que por se ater à obrigatoriedade imposta por eventuais requisitos
normativos, a empresa perde preciosas oportunidades de evolução. Implementar
ferramentas e conceitos que transcendem as normas de gestão é ponto
fundamental para a empresa que quer ressaltar seus fatores de competitividade e
sair do lugar comum em que muitas das certificadas insistem em se alojar, e o
processo em que se desenrola a busca por essas ferramentas (treinamentos,
benchmarkings, congressos e pesquisas) pode ser muito mais gratificante do que
à primeira vista se imagina. Abrem-se as portas para que outras realidades, que
têm muito a oferecer, penetrem nas organizações, tornando-as mais do que
aglomerados de funcionários preenchendo formulários.
Revista Banas Metrologia – escrito por Flávio Oliveira é consultor da Promanagement
Analysis Assessoria – consulte@pmanalysis.com.br

2.2.1Algarismos significativos
O resultado de uma medição expressa o valor de uma grandeza física. É muito
importante saber distinguir o valor efetivamente obtido no processo de medição,
daqueles decorrentes de cálculo ou arredondamento numérico. Assim, dado o
resultado de uma medição, os algarismos significativos são todos aqueles
contados, da esquerda para a direita, a partir do primeiro algarismo diferente de
zero.
Exemplos:
45,30cm > tem quatro algarismos significativos;
0,0595m > tem três algarismos significativos; e
0,0450kg > tem três algarismos significativos.

Algarismo correto e algarismo duvidoso:

Vamos supor que você está efetuando a medição de um segmento de reta,


utilizando para isso uma régua graduada em centímetros.
Você observa que o segmento de reta tem um pouco mais de vinte e sete
centímetros e menos que vinte e oito centímetros.

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Então, você estima o valor desse "pouco" que ultrapassa vinte e sete centímetros,
expressando o resultado da medição assim: 27,6 centímetros.
Ou seja, você tem dois algarismos corretos (2 e 7) e um duvidoso (6), porque este
último foi estimado por você - um outro observador poderia fazer uma estimativa
diferente.

Significados do zero, à esquerda e à direita

Zeros à esquerda do primeiro algarismo correto, antes ou depois da vírgula, não


são significativos. Refletem apenas a utilização da unidade, ou seus múltiplos e
submúltiplos.
Note que se você preferisse expressar o resultado 0,0595m em centímetros, ao
invés de metros, você escreveria 5,95cm . Nada se altera, você continua com os
mesmos três algarismos significativos.
Zeros colocados à direita do resultado da medição, são significativos.
O resultado 0,0450kg é diferente de 0,045kg , pois o primeiro tem três algarismos
significativos enquanto o segundo só tem dois. No primeiro caso, o zero é o
algarismo duvidoso, enquanto no segundo caso o algarismo duvidoso é o cinco.
Isso significa que houve maior exatidão de medição no processo para se obter o
resultado 0,0450kg.

Influência dos cálculos

Vamos supor que você fez três medições de massa de um mesmo corpo em uma
balança de leitura digital que apresenta o resultado em gramas, obtendo os
seguintes valores: 5202g; 5202g e 5203g. Você obteve resultados com quatro
algarismos significativos.
Para apresentar o resultado da medição, você resolveu fazer a média entre as três
leituras obtidas, utilizando três casas decimais para o cálculo:
5202g + 5202g + 5203g = 15607g : 3 = 5202,333g
Ora, se você apresentar como resultado da medição o valor 5202,333g , sem
qualquer informação adicional, você o estará falseando, pois este exibe sete
algarismos significativos. Nesse caso, o resultado apresentado não é resultante
apenas do processo de medição, mas foi influenciado pelo cálculo com três casas
decimais. Você passará a informação de que a medição foi realizada com exatidão
muito superior ao que de fato ocorreu no processo de medição. O correto é dar o
resultado com a mesma quantidade de significativos da medição realizada: 5202g
(quatro significativos).
O contrário também pode ocorrer. Pegando o mesmo exemplo, digamos que você
tenha decidido apresentar o resultado da medição em quilogramas, ou seja,
5,202kg. Aí você resolve arredondar o valor obtido para 5,2kg. Esse resultado
apresenta apenas dois algarismos significativos e expressa uma exatidão inferior
àquela obtida pelo processo de medição. Assim, a maneira correta de apresentar
esse resultado é 5,202kg, portanto com os mesmos 4 significativos originais

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http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/medir.asp?vpro=significa – 13/09/2010 –
14:50Hs

2.2.2 metrologia;

Ciência da medição

A metrologia abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos as médicos,


qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência, ou da tecnologia.

Confirmação Metrológica

É um processo sequencial de operação documentadas, planejadas e


sistematicamente desenvolvidas, implementadas, examinadas e otimizado como
parte integral de um sistema de gestão, para verificar com periodicidade
gerenciável sob condições operacionais e ambientais, garantido que um
equipamento de medição encontra-se em estado de conformidade com as
especificações.

Domínio da Metrologia (Geral)

Por domínio entendemos aqui o campo de abrangência da ciência metrológica.


A metrologia abrange:
• As unidades de medir e seus padrões: estabelecimento, reprodução,
conservação e rastreamento.
• As medições e as medidas (resultado das medições): métodos e procedimentos
de medição, execução, exatidão, erros de medição, incerteza de medição, etc.
• As medidas materializadas e os instrumentos de medição: propriedades
examinadas sob o ponto de vista da sua aplicação.
• Os observadores (operadores): suas qualidades em relação à execução das
medições.

Metrologia Fundamental / Aplicada

Como toda a ciência que abrange um universo extenso e complexo, pode-se


destacar da Metrologia Geral vários campos específicos.
Num primeiro momento, podemos fazer distinção entre a Metrologia Fundamental
e a Metrologia Aplicada. Para se ter uma idéia, a metrologia Fundamental se
diferencia da Metrologia Aplicada assim como, num exemplo aproximado, a
Química se diferencia da Engenharia Química. Ou seja, a Metrologia Fundamental
lida sobretudo com teoria e pesquisa, enquanto a Metrologia Aplicada, como o
próprio nome diz, põe em prática os conceitos desenvolvidos pela primeira e

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desenvolve metodologias de aplicação.
Por sua vez, a Metrologia Aplicada subdivide-se em outras, quer com relação à
grandeza considerada, quer com relação a um campo específico de aplicação.
Relacionada às grandezas específicas temos a metrologia dos comprimentos, a
metrologia das massas, a metrologia do tempo etc. Voltadas a campos específicos
temos a metrologia médica, a metrologia Industrial, a metrologia legal, etc.

Metrologia Legal

A Metrologia Legal pode ser definida como sendo a parte da Metrologia Geral que
se refere às exigencias legais, técnicas e administrativas, relativas às unidades de
medida, aos métodos de medição, aos instrumentos de medição e às medidas
materializadas.
Explicando melhor: a maioria dos produtos que consumimos são medidos de
alguma forma. Quando compramos um pacote de arroz no supermercado, ou
quando vamos ao açougue comprar carne, o preço que pagamos depende da
quantidade que estamos comprando.
Muitas vezes o produto foi medido previamente, como no caso de um pacote de
arroz de 5kg, de um rolo de papel higiênico de 30 metros ou de um litro de leite.
Outras vezes, o produto é medido na nossa frente, como quando pedimos um
"quilo" de carne no açougue.
Muitos serviços também são medidos. Nas grandes cidades, o táxi possui um
medidor de comprimento e tempo, o taxímetro, que mede a distância percorrida e
calcula o valor da corrida. A água que chega à nossa casa é medida por um
aparelho chamado hidrômetro, que registra quantos metros cúbicos de água foi
consumida. Quando vamos ao médico, ele mede a nossa pressão arterial usando
um instrumento chamado esfigmomanômetro. Também mede a nossa
temperatura, usando um termômetro clínico.

2.2.2 Instrumentos industriais;

Instrumentos de Medição

Muitos termos diferentes são empregados para descrever os artefatos utilizados nas
medições.
Este vocabulário define somente uma seleção de termos preferenciais; a lista a seguir, mais
completa, está organizada em ordem aproximadamente crescente de complexidade.
Esses termos não são mutuamente excludentes.
a - elemento
b - componente
c - parte
d - transdutor de medição

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e - dispositivo de medição
f - material de referência
g - medida materializada
h - instrumento de medição
i - aparelhagem
j - equipamento
k - cadeia de medição
l - sistema de medição
m - instalação de medição

1. Instrumento de Medição

Dispositivo destinado a reproduzir ou fornecer, de maneira permanente durante seu uso, um


ou mais valores conhecidos de uma dada grandeza.
Exemplos:
a) Uma massa;
b) Uma medida de volume (de um ou vários valores, com ou sem escala);
c) Um resistor elétrico padrão;
d) Um bloco padrão;
e) Um gerador de sinal padrão;
f) Um material de referência.
Observação:
A grandeza em questão pode ser denominada grandeza fornecida.

2. Medida Materializada

Dispositivo destinado a reproduzir ou fornecer, de maneira permanente durante seu uso, um


ou mais valores conhecidos de uma dada grandeza.
Exemplos:
a) Uma massa;
b) Uma medida de volume (de um ou vários valores, com ou sem escala);
c) Um resistor elétrico padrão;
d) Um bloco padrão;
e) Um gerador de sinal padrão;
f) Um material de referência.
Observação:
A grandeza em questão pode ser denominada grandeza fornecida.

3. Transdutor de Medição

Dispositivo que fornece uma grandeza de saída que tem uma correlação determinada com a
grandeza de entrada.
Exemplos:
a) termopar;
b) transformador de corrente;
c) extensômetro elétrico de resistência (strain gauge);
d) eletrodo de pH.

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4. Cadeia de Medição

Seqüência de elementos de um instrumento ou sistema de medição que constitui o trajeto


do sinal de medição desde o estímulo até a resposta.
Exemplo:
Uma cadeia de medição eletroacústica compreende um microfone, atenuador, filtro,
amplificador e voltímetro.

5. Sistema de Medição

Conjunto completo de instrumentos de medição e outros equipamentos acoplados para


executar uma medição específica.
Exemplos:
a) Aparelhagem para medição de condutividade de materiais semicondutores;
b) Aparelhagem para calibração de termômetros clínicos.
Observações:
1) O sistema pode incluir medidas materializadas e reagentes químicos.
2) Um sistema de medição que é instalado de forma permanente é denominado instalação
de medição.

6. Instrumento (de medição) Mostrador/ Instrumento (de medição) Indicador

Instrumento de medição que apresenta uma indicação.


Exemplos:
a) voltímetro analógico;
b) freqüencímetro digital;
c) micrômetro.
Observações:
1) A indicação pode ser analógica (contínua/descontínua) ou digital.
2) Valores de mais de uma grandeza podem ser apresentados simultaneamente.
3) Um instrumento de medição indicador pode, também, fornecer um registro.

7. Instrumento (de medição) Registrador

Instrumento de medição que fornece um registro da indicação.


Exemplos:
a) barógrafo;
b) dosímetro termoluminescente;
c) espectrômetro registrador.
Observações:
1) O registro (indicação) pode ser analógico (linha contínua ou descontínua) ou digital.
2) Valores de mais de uma grandeza podem ser registrados (apresentados)
simultaneamente.
3) Um instrumento registrador pode, também, apresentar uma indicação.

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8. Instrumento (de medição) Totalizador

Instrumento de medição que determina o valor de um mensurando, por meio da soma dos
valores parciais desta grandeza, obtidos, simultânea ou consecutivamente, de uma ou mais
fontes.
Exemplos:
a) Plataforma ferroviária de pesagem totalizadora;
b) Medidor totalizador de potência elétrica.

9. Instrumento (de medição) Integrador

Instrumento de medição que determina o valor de um mensurando por integração de uma


grandeza em função de uma outra.
Exemplo:
Medidor de energia elétrica.

10. Instrumento (de medição) Analógico/ Instrumento de Indicação Analógica

Instrumento de medição no qual o sinal de saída ou a indicação é uma função contínua do


mensurando ou do sinal de entrada.
Observação:
Este termo é relativo à forma de apresentação do sinal de saída ou da indicação e não ao
princípio de funcionamento do instrumento.

11. Instrumento (de medição) Digital

Instrumento de medição que fornece um sinal de saída ou uma indicação em forma digital.
Observação:
Este termo é relativo à forma de apresentação do sinal de saída ou da indicação e não ao
princípio de funcionamento do instrumento.

12. Dispositivo Mostrador/ Dispositivo Indicador

Parte de um instrumento de medição que apresenta uma indicação.


Observações:
1) Este termo pode incluir o dispositivo no qual é apresentado ou alocado o valor de uma
medida materializada.
2) Um dispositivo mostrador analógico fornece uma “indicação analógica”; um dispositivo
indicador digital fornece uma “indicação digital”.
3) É denominada indicação semidigital a forma de apresentação, tanto por meio de um
indicador digital no qual o dígito menos significativo move-se continuamente, permitindo a
interpolação, quanto por meio de um indicador digital, complementado por uma escala e
índice.

13. Dispositivo Registrador

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Parte de um instrumento de medição que fornece o registro de uma indicação.

14. Sensor

Elemento de um instrumento de medição ou de uma cadeia de medição que é diretamente


afetado pelo mensurando.
Exemplos:
a) Junta de medição de um termômetro termoelétrico;
b) Rotor de uma turbina para medir vazão;
c) Tubo de Bourdon de um manômetro;
d) Bóia de um instrumento de medição de nível;
e) Fotocélula de um espectrofotômetro.
Observação:
Em alguns campos de aplicação é usado o termo “detector” para este conceito.

15. Detector

Dispositivo ou substância que indica a presença de um fenômeno, sem necessariamente


fornecer um valor de uma grandeza associada.
Exemplos:
a) Detector de vazamento de halogênio;
b) Papel tornassol.
Observações:
1) Uma indicação pode ser obtida somente quando o valor da grandeza atinge um dado
limite, denominado às vezes limite de detecção do detector.
2) Em alguns campos de aplicação o termo “detector” é usado como conceito de “sensor”.

16. Índice

Parte fixa ou móvel de um dispositivo mostrador, cuja posição em relação às marcas de


escala permite determinar um valor indicado.
Exemplos:
a) Ponteiro;
b) Ponto luminoso;
c) Superfície de um líquido;
d) Pena de registrador.

17. Escala (de um Instrumento de Medição)

Conjunto ordenado de marcas, associado a qualquer numeração, que faz parte de um


dispositivo mostrador de um instrumento de medição.
Observação:
Cada marca é denominada de marca de escala.

18. Comprimento de Escala

Para uma dada escala, é o comprimento da linha compreendida entre a primeira e a última

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marca, passando pelo centro de todas as marcas menores.
Observações:
1) A linha pode ser real ou imaginária, curva ou reta.
2) O comprimento da escala é expresso em unidades de comprimento, qualquer que seja a
unidade do mensurando ou a unidade marcada sobre a escala.

19. Faixa de Indicação

Conjunto de valores limitados pelas indicações extremas.


Observações:
1) Para um mostrador analógico, pode ser chamado de faixa de escala;
2) A faixa de indicação é expressa nas unidades marcadas no mostrador,
independentemente da
unidade do mensurando e é normalmente estabelecida em termos dos seus limites inferior e
superior, por exemplo: 100 ºC a 200 ºC;
3) Ver observação do item 5.2.

20. Divisão de Escala

Parte de uma escala compreendida entre duas marcas sucessivas quaisquer.

21. Comprimento de uma Divisão

Distância entre duas marcas sucessivas quaisquer, medida ao longo da linha do


comprimento de escala.
Observação:
O comprimento de uma divisão é expresso em unidades de comprimento, qualquer que seja
a unidade do mensurando ou a unidade marcada sobre a escala.

22. Valor de uma Divisão

Diferença entre os valores da escala correspondentes a duas marcas sucessivas.


Observação:
O valor de uma divisão é expresso na unidade marcada sobre a escala, qualquer que seja a
unidade do mensurando.

23. Escala Linear

Escala na qual o comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma divisão
correspondente por um coeficiente de proporcionalidade constante ao longo da escala.
Observação:
Uma escala linear, cujos valores de uma divisão são constantes, é denominada “escala
regular”.
24. Escala Não – Linear

Escala na qual cada comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma
divisão correspondente por um coeficiente de proporcionalidade, que não é constante ao

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longo da escala.
Observação:
Algumas escalas não-lineares possuem nomes especiais como “escala logarítmica”, “escala
quadrática”.

25. Escala com Zero Suprimido

Escala cuja faixa de indicação não inclui o valor zero.


Exemplo:
Escala de um termômetro clínico.

26. Escala Expandida

Escala na qual parte da faixa de indicação ocupa um comprimento da escala que é


desproporcionalmente maior do que outras partes.

27. Escala Não – Linear

Escala na qual cada comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma
divisão correspondente por um coeficiente de proporcionalidade, que não é constante ao
longo da escala.
Observação:
Algumas escalas não-lineares possuem nomes especiais como “escala logarítmica”, “escala
quadrática”.

28. Escala com Zero Suprimido

Escala cuja faixa de indicação não inclui o valor zero.


Exemplo:
Escala de um termômetro clínico.

29. Escala Expandida

Escala na qual parte da faixa de indicação ocupa um comprimento da escala que é


desproporcionalmente maior do que outras partes.

30. Mostrador

Parte fixa ou móvel de um dispositivo mostrador no qual estão a ou as escalas.


Observação:
Em alguns dispositivos mostradores o mostrador tem a forma de cilindros ou de discos
numerados
que se deslocam em relação a um índice fixo ou a uma janela.

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31. Numeração da Escala

Conjunto ordenado de números associados às marcas da escala.

32. Marcação da Escala (de um instrumento de medição)

Operação de fixar as posições das marcas da escala de um instrumento de medição (em


alguns casos, apenas certas marcas principais) em relação aos valores correspondentes do
mensurando.

33. Ajuste (de um Instrumento de Medição)

Operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho


compatível com o seu uso.
Observação:
O ajuste pode ser automático, semi-automático ou manual.

34. Regulagem (de um Instrumento de Medição)

Ajuste, empregando somente os recursos disponíveis no instrumento para o usuário.

http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/met-geral.asp?vpro=instrumento – 13/09/2010 16:45

2.2.3 Padrões de medida; erros de medição;

1. Padrão
Medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de
medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais
valores de uma grandeza para servir como referência.
Exemplos:
a) Massa padrão de 1 kg;
b) Resistor padrão de 100 .;
c) Amperímetro padrão;
d) Padrão de freqüência de césio;
e) Eletrodo padrão de hidrogênio;
f) Solução de referência de cortisol no soro humano, tendo uma concentração certificada.
Observações:
1) Um conjunto de medidas materializadas similares ou instrumentos de medição que,
utilizados em conjunto, constituem um padrão coletivo.
2) Um conjunto de padrões de valores escolhidos que, individualmente ou combinados,
formam uma série de valores de grandezas de uma mesma natureza é denominado coleção
padrão.

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2. Padrão Internacional

Padrão reconhecido por um acordo internacional para servir, internacionalmente, como


base para estabelecer valores de outros padrões da grandeza a que se refere.

3. Padrão Nacional

Padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir, em um país, como base para
atribuir valores a outros padrões da grandeza a que se refere.

4. Padrão Primário

Padrão que é designado ou amplamente reconhecido como tendo as mais altas qualidades
metrológicas e cujo valor é aceito sem referência a outros padrões de mesma grandeza.
Observação:
O conceito de padrão primário é igualmente válido para grandezas de base e para grandezas
derivadas.

5. Padrão Secundário

Padrão cujo valor é estabelecido por comparação a um padrão primário da mesma


grandeza.

6. Padrão de Referência

Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local
ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas.

7. Padrão de Trabalho

Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas materializadas,


instrumentos de medição ou materiais de referência.
Observações:
1) Um padrão de trabalho é geralmente calibrado por comparação a um padrão de
referência.
2) Um padrão de trabalho utilizado rotineiramente para assegurar que as medições estão
sendo executadas corretamente é chamado padrão de controle.

8. Padrão de Transferência

Padrão utilizado como intermediário para comparar padrões.


Observação:
A expressão “dispositivo de transferência” deve ser utilizada quando o intermediário não é
um padrão.
9. Padrão Itinerante

18
Padrão, algumas vezes de construção especial, para ser transportado entre locais diferentes.
Exemplo:
Padrão de freqüência de césio, portátil, operado por bateria.

10. Rastreabilidade

Propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a


referências estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou internacionais, através de uma
cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas estabelecidas.
Observações:
1) O conceito é geralmente expresso pelo adjetivo rastreável;
2) Uma cadeia contínua de comparações é denominada de cadeia de rastreabilidade.

12. Conservação de um Padrão

Conjunto de operações necessárias para preservar as características metrológicas de um


padrão, dentro de limites apropriados.
Observação:
As operações, normalmente, incluem calibração periódica, armazenamento em condições
adequadas e utilização cuidadosa.
13. Material de Referência

Material ou substância que tem um ou mais valores de propriedades que são


suficientemente homogêneos e bem estabelecidos para ser usado na calibração de um
aparelho, na avaliação de um método de medição ou atribuição de valores a materiais.
Observação:
Um material de referência pode ser uma substância pura ou uma mistura, na forma de gás,
líquido ou sólido. Exemplos são a água utilizada na calibração de viscosímetros, safira
como um calibrador da capacidade calorífica em calorimetria, e soluções utilizadas para
calibração em análises químicas.
Definição e observação extraídas do ISO Guide 30:1992.

14. Material de Referência Certificado (MRC)

Material de referência, acompanhado por um certificado, com um ou mais valores de


propriedades, e certificados por um procedimento que estabelece sua rastreabilidade à
obtenção exata da unidade na qual os valores da propriedade são expressos, e cada valor
certificado é acompanhado por uma incerteza para um nível de confiança estabelecido.
Observações:
1) A definição de “certificado de material de referência” é dada no item 4.2.*
2) Os MRC são geralmente preparados em lotes, para os quais o valor de cada propriedade
considerada é determinado dentro de limites de incerteza estabelecidos por medições em
amostras representativas de todo o lote.
3) As propriedades certificadas de materiais de referência certificados são, algumas vezes,
obtidas convenientemente e deforma confiável, quando o material é incorporado em um
dispositivo fabricado especialmente, como, por exemplo: uma substância de ponto triplo
conhecido em uma célula de ponto triplo, um vidro com densidade óptica conhecida dentro

19
de um filtro de transmissão, esferas de granulometria uniforme montadas na lâmina em um
microscópio. Esses dispositivos também podem ser considerados como MRC.
4) Todos os MRC atendem à definição de “padrões” dada no “Vocabulário Internacional de
Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM)”.
5) Alguns MR e MRC têm propriedades as quais, em razão deles não serem
correlacionados com uma estrutura química estabelecida ou por outras razões, não podem
ser determinadas por métodos de medição físicos e químicos exatamente definidos. Tais
materiais incluem certos materiais biológicos como as vacinas para as quais uma unidade
internacional foi determinada pela Organização Mundial de Saúde.

* Esta definição e as observações foram extraídas da ISO Guide 30: 1993.


http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/met-geral.asp?vpro=padrao – 13/09/2010 16:30 Hs

2.2.4 Rastreabilidade;

Propriedade do resultado de uma medição, ou do valor de um padrão estar


relacionado às referência estabelecidas, geralmente padrões nacionais, ou
internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo
incertezas estabelecidas, por meio de padrões primários, ou secundários.

Rastreabilidade da Medição

A aprovação dos Certificados de Calibração dos instrumentos pertencentes a


contratante são feitas pelo responsável de gerenciamente do controle de
instrumentos, através de carimbo, ou rubrica da pessoa responsável, ea data da
conferência dos dados expressos nos certificados.
O programa de calibração dos instrumentos assegura que as calibrações feitas
pelos laboratórios sejam rastreáveis ao Sistema Internacional de Unidade (SI),
onde seus próprios padrões e instrumentos de medição seguem rastreabilidade a
padrões nacionais, ou internacionais atendendo desta forma a cadeia metrológica.
Para contratações ds calibrações dos instrumentos, a mesma é feita seguindo o
“Catálogo de Serviços do INMETRO de laboratório acreditados”, onde através
deste catalogo é comprovada a competência dos laboratórios de calibração, sendo
observado o escopo de credenciamento e melhor capacidade de medição. Pode-
se também contratar Órgão Internacionais, seguindo os mesmos critérios.
Para calibrações que não possam ser realizadas nas Unidades do SI, as mesmas
provém rastreabilidade a padrões apropriados através de
Uso de materiais de referência certificados, provenientes de um fornecedor
competente e métodos especificados, ou padrões que estejam claramente
descritos e acórdãos com as partes envolvidas.

20
Registros de Calibração

Os certificados de calibração contêm as seguintes informações


- N de identificação do certificado
- Interessado
- Descrição e identificação individual do equipamento
- Identificação dos procedimentos e instruções de comprovação
- Resultados da Calibração
- Fonte de calibração utilizada para obter rastreabilidade
- Intervalos especificados para comprovação de nossos padrões
- Declaração das incertezas
- Condições ambientais
- Data da comprovação
- Identificação das pessoas que realizaram a comprovação

2.2.5 Norma ISO 10012-1 – equipamentos de medição;


Normas e Regulamentos Técnicos

Se quase tudo o que compramos é medido, como saber se as medições estão


sendo realizadas corretamente? Quem garante que o pacote de arroz de 5kg tem,
de fato, cinco quilogramas? Quem controla a qualidade das medições realizadas
pelas balanças, taxímetros, bombas medidoras de combustível e tantos outros
instrumentos usados para medir os produtos que consumimos?
As medições que envolvem transações comerciais, bem como aquelas que
envolvem a saúde e a segurança dos cidadãos, são reguladas pela Metrologia
Legal. Nesse sentido, a Metrologia Legal é um conjunto de normas e
regulamentos técnicos que devem ser obedecidos compulsoriamente (adoção
obrigatória) por todos aqueles que comercializam produtos ou serviços mediante
algum tipo de medição, ou que fabricam instrumentos de medição voltados para
esse fim, sob pena de sofrerem algum tipo de sanção administrativa.
Sinmetro
Como em muitos países, no Brasil existe um sistema responsável pela elaboração
e aplicação das normas e dos regulamentos compreendidos pela Metrologia
Legal. Esse sistema é conhecido por SINMETRO, Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/medir.asp?vpro=metrol – 13/09/2010 – 14:52 Hs

2.2.6 Cálculos de incertezas;

Introdução

Todos os resultados de medições são influenciados por erros que devem ser tratados

21
convenientemente. Considerando que os erros não podem ser perfeitamente conhecidos,
podemos afirmar que os resultados de quaisquer medições são influenciados
principalmente, por uma incerteza.
Mesmos sabendo que o resultado da medição não é perfeito, é muito obter informações
confiáveis, desde que o resultado da medição venha acompanhado de sua incerteza
calculada.
Conhecer a incerteza que tem um equipamento de medição é muito importante,
proporcionando uma qualidade quantitativa do resultado e a confiabilidade das nossas
medições. Sem esta indicação, os resultados das medições não podem ser comparados nem
entre eles mesmos, nem com os valores de referência dado em uma especificação, ou
norma.
Os cálculos e a expressão das incertezas de medição referentes às calibrações realizadas
pelos laboratórios de calibração credenciados e postulantes ao credenciamento devem ser
elaborados e implementados de acordo com os princípios estabelecidos no documento
“Versão Brasileira do Documento de Referência EA-4/02 – Expressão da Incerteza de
Medição na Calibração” (janeiro/1999).

Incerteza de medição

Parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores
que podem ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando.

Erro de medição X Incerteza

ERRO INCERTEZA

Resultado de uma medição menos o valor Indicada quantitativamente em função da


verdadeiro do mensurando dispersão de valores que podem ser
É possível a correção dos erros, razoavelmente atribuídos ao mensurando,
Estimado de um valor médio de medições Não pode ser feita correção,
A sua estimativa não depende do valor médio
das medições e sim do desvio padrão das
medições

Teoria dos Erros

A incerteza de medição compreende em geral, muitos componentes. Alguns destes podem


ser estimados, com base na distribuição estatística dos resultados das séries de medições e
podem ser carcterizados por desvios padrão, são avaliados por meio de distribuição de
probabilidades assumidas, baseadas na esperiência, ou em outras informações.
Entende–se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do mensurando, e
que todos os componente da incerteza, incluindo aqueles resultados dos efeitos
sistemáticos, como os componentes associados com correções e padrões de referência,

22
contribuem para a dispersão.

Simbologia

n = Número de Repetições
x = Média
s = Desvio Padrão
= Somatória

k = Fator de Abrangência
ui = Incerteza Padrão
vi = Graus de liberdade
ua = Incerteza tipo A
ub = Incerteza tipo B
uc = Incerteza Combinada
ue = Incerteza Expandida

Calculo de média entre os ciclos de medição

Método de avaliação de incerteza pela análise estatística de uma série de observações


(repetitividade).

2.2.7 RBC-Rede Brasileira de Calibração;


Calibração Rastreável e com selo RBC (Rede Brasileira de
Calibração)

Certificado com selo RBC (Rede Brasileira de Calibração), as informações que


consta neste certificado seria Incerteza de medição calculada para cada ponto
medido. Valor do Grau de Liberdade da tabela de T-Student utilizado no cálculo
de incerteza garantindo a calibração com nível de confiança de aproximadamente
95,45%. Seguindo e respeitando todos os cálculos e fórmulas de validação
previstos em normas de calibração. Avaliada e auditada pelo Inmetro, analisando
a competência técnica, layout do laboratório, procedimentos e normas utilizados.
O certificado com selo RBC comprova sua competência e rastreabilidade não
tenho a necessidade de manter cópias dos certificados dos padrões utilizado para
execução da calibração. A calibração RBC certifica o instrumento podendo ser
utilizado como padrão de referência.
A RBC deve ser entendida pela sua atuação estruturada na coordenação do
sistema metrológico brasileiro, operando em sintonia com o Inmetro, segundo
procedimentos consistentes e harmonizados com seus similares internacionais.
Utilizando padrões rastreáveis ás referências metrológica mundiais de mais alta

23
exatidão, a RBC estabelece, formalmente, o vínculo com as unidades do SI,
constituindo a base técnica imprescindível ao livre comércio entre áreas
econômicas, preconizado nos mercados globalizados.

Calibração Rastreável

O layout do certificado á simplificado. A rastreabilidade apenas está comprovada


com cópia dos certificados dos padrões utilizados no momento da calibração.
Todos os padrões devem ser calibrados dentro de padrões nacionais, ou seja, por
órgãos RBC, sendo através de padrões primários, ou secundários, ou ainda, ou
órgãos internacionais mantendo uma cadeia ininterrupta de calibrações.

RBC - Rede Brasileira de Calibração


Criada em 1980 e constituída por laboratórios credenciados pelo INMETRO
segundo os requisitos da norma NBR ISO/IEC 17025, a RBC congrega
competências técnicas e capacitações vinculadas a indústrias, universidades e
institutos tecnológicos, habilitados para a realização de serviços de calibração.

O credenciamento estabelece um mecanismo para evidenciar que os laboratórios


se utilizam de um sistema da qualidade, que possuem competência técnica para
realizar serviços de calibração e assegurar a capacidade em obter resultados de
acordo com métodos e técnicas reconhecidos nacional e internacionalmente.
A RBC utiliza padrões com rastreabilidade às referências metrológicas mundiais
da mais alta exatidão, estabelecendo vínculo com as unidades do Sistema
Internacional de Unidades - SI e constituindo a base técnica imprescindível ao livre
comércio entre as áreas econômicas preconizado nos mercados globalizados.
Os laboratórios da RBC prestam serviços de calibração para empresas produtoras e
prestadoras de serviços e para laboratórios de universidades e centros de pesquisas. Os
laboratórios credenciados abrangem as seguintes áreas: dimensional, força, massa, pressão,
eletricidade, tempo e freqüência, temperatura, volume e massa específica.
Consulte o site do Inmetro para saber mais sobre laboratórios acreditados e grandezas
abrangidas.
http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rbc/

2.2.8 Aferição; organização e identificação.


11. Calibração/ Aferição

Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os


valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição ou valores
representados por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores
correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.
Observações:

24
1) O resultado de uma calibração permite tanto o estabelecimento dos valores do
mensurando para as indicações como a determinação das correções a serem aplicadas.
2) Uma calibração pode, também, determinar outras propriedades metrológicas como o
efeito das grandezas de influência.
3) O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento, algumas vezes
denominado certificado de calibração ou relatório de calibração.

Resultados de Medições

1. Resultado de uma Medição

Valor atribuído a um mensurando obtido por medição.


Observações:
1) Quando um resultado é dado, deve-se indicar, claramente, se ele se refere:
- à indicação;
- ao resultado não corrigido;
- ao resultado corrigido;
e se corresponde ao valor médio de várias medições.
2) Uma expressão completa do resultado de uma medição inclui informações sobre a
incerteza de medição.

2. Indicação (de um Instrumento de Medição)

Valor de uma grandeza fornecido por um instrumento de medição;


Observações:
1) O valor lido no dispositivo mostrador pode ser denominado de indicação direta. Ele é
multiplicado pela constante do instrumento para fornecer a indicação.
2) A grandeza pode ser um mensurando, um sinal de medição ou uma outra grandeza a ser
usada
no cálculo do valor do mensurando.
3) Para uma medida materializada, a indicação é o valor a ela atribuído.

3. Resultado Não Corrigido

Resultado de uma medição, antes da correção, devida aos erros sistemáticos.

4. Resultado Corrigido

Resultado de uma medição, após a correção, devida aos erros sistemáticos.

5. Exatidão de Medição

Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do


mensurando.
Observações:

25
1) Exatidão é um conceito qualitativo.
2) O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão.

6. Repetitividade (de resultados de medições)

Grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo


mensurando efetuadas sob as mesmas condições de medição.
Observações:
1) Estas condições são denominadas condições de repetitividade.
2) Condições de repetitividade incluem:
- mesmo procedimento de medição;
- mesmo observador;
- mesmo instrumento de medição, utilizado nas mesmas condições;
- mesmo local;
- repetição em curto período de tempo.
3) Repetitividade pode ser expressa, quantitativamente, em função das características da
dispersão dos resultados.

7. Reprodutibilidade (dos Resultados de Medição)


Grau de concordância entre os resultados das medições de um mesmo mensurando
efetuadas sob condições variadas de medição.
Observações:
1) Para que uma expressão da reprodutibilidade seja válida, é necessário que sejam
especificadas as condições alteradas.
2) As condições alteradas podem incluir:
- princípio de medição;
- método de medição;
- observador;
- instrumento de medição;
- padrão de referência;
- local;
- condições de utilização;
- tempo.
3) Reprodutibilidade pode ser expressa, quantitativamente, em função das características da
dispersão dos resultados.
4) Os resultados aqui mencionados referem-se, usualmente, a resultados corrigidos.

7. Desvio Padrão Experimental

Para uma série de “n” medições de um mesmo mensurando, a grandeza “s”, que caracteriza
a dispersão dos resultados, é dada pela fórmula:

onde xi representa o resultado da “iésima” medição e x representa a média aritmética dos


“n” resultados considerados.

26
Observações:
1) Considerando uma série de “n” valores como uma amostra de uma distribuição, x é uma
estimativa
não tendenciosa da média µ e s2 é uma estimativa não tendenciosa da variância desta
distribuição.
2) A expressão é uma estimativa do desvio padrão da distribuição de x e é denominada
desvio padrão experimental da média.
3) “Desvio padrão experimental da média” é, algumas vezes, denominado incorretamente
erro padrão da média.

8. Incerteza de Medição

Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores
que podem ser fundamentadamente atribuídos a um mensurando.
Observações:
1) O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um múltiplo dele), ou a
metade de
um intervalo correspondente a um nível de confiança estabelecido.
2) A incerteza de medição compreende, em geral, muitos componentes. Alguns destes
componentes
podem ser estimados com base na distribuição estatística dos resultados das séries de
medições e podem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os outros
componentes, que também podem ser caracterizados por desvios padrão, são avaliados por
meio de distribuição de probabilidades assumidas, baseadas na experiência ou em outras
informações.
3) Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do mensurando, e
que todos os componentes da incerteza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos
sistemáticos, como os componentes associados com correções e padrões de referência,
contribuem para a dispersão.
Nota:
Esta definição foi extraída do “Guia para Expressão de Incerteza de Medição”, no qual sua
fundamentação é detalhada (ver, em particular, o item 2.2.4 e o anexo D(10)).

9. Erro (de Medição)

Resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do mensurando.


Observações:
1) Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, utiliza-se, na prática, um
valor verdadeiro convencional (ver os itens 1.19 e 1.20).
2) Quando for necessário distinguir “erro” de “erro relativo”, o primeiro é, algumas vezes,
denominado erro absoluto da medição. Este termo não deve ser confundido com valor
absoluto do erro, que é o módulo do erro.

10. Desvio

Valor menos seu valor de referência.

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11. Erro Relativo

Erro da medição dividido por um valor verdadeiro do objeto da medição.


Observação:
Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, utiliza-se, na prática, um valor
verdadeiro convencional (ver os itens 1.19 e 1.20).

12. Erro Aleatório

Resultado de uma medição menos a média que resultaria de um infinito número de


medições do mesmo mensurando efetuadas sob condições de repetitividade.
Observações:
1) Erro aleatório é igual ao erro menos o erro sistemático.
2) Em razão de que apenas um finito número de medições pode ser feito, é possível apenas
determinar uma estimativa do erro aleatório.

13. Erro Sistemático

Média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando, efetuadas


sob condições de repetitividade, menos o valor verdadeiro do mensurando.
Observações:
1) Erro sistemático é igual ao erro menos o erro aleatório.
2) Analogamente ao valor verdadeiro, o erro sistemático e suas causas não podem ser
completamente conhecidos.
3) Para um instrumento de medição, ver tendência (5.25)

14. Correção

Valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido de uma medição para


compensar um erro sistemático.
Observações:
1) A correção é igual ao erro sistemático estimado com sinal trocado.
2) Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente conhecido, a compensação
não pode ser completa.

15. Fator de Correção

Fator numérico pelo qual o resultado não corrigido de uma medição é multiplicado para
compensar um erro sistemático.
Observação:
Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente conhecido, a compensação não
pode ser completa.

http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/met-geral.asp?vpro=resultado

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Livro Análise dos sistemas de medição – MSA 3° Edição - 2003

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