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PROJETO INTEGRADOR
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2.2.2 Análise e Sistemas de Medição
Apenas os sistemas implementados de maneira frágil deixam de aproveitar os
benefícios da MSA
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dos seus resultados para que as ações adequadas sejam tomadas; e os impactos
que muitos equipamentos de medição causam na produção nem sempre podem
ser imediatamente sentidos, provocando um certo ceticismo quanto à sua
utilidade.
O maior erro que pode ser cometido é achar que os pontos acima listados se
manifestam em sua forma mais negativa em todos os sistemas de gestão. Tal fato
não é verdade! Apenas os sistemas implementados de maneira frágil deixam de
aproveitar os benefícios que um método científico como este pode proporcionar à
empresa. Isso faz com que as boas práticas aplicadas a este tipo de estudo
revertam seus aparentes gastos em significativa economia e melhor
aproveitamento dos recursos de monitoramento e medição.
A idéia é aproveitar, da melhor maneira possível, os dados gerados em profusão
pelos estudos de repetibilidade, reprodutibilidade, estabilidade, linearidade e
tendência, estudos estes que compõem a chamada MSA. Tais dados refletem
verdades sobre a confiabilidade dos sistemas de medição empregados ao longo
de toda a empresa, desde o recebimento de materiais comprados até a entrega do
produto ou serviço, passando pelos diversos laboratórios e postos de trabalho da
organização. Uma vez que refletem essas informações, elas devem ser úteis para
replanejarmos a gestão da organização, ora com uma maior segurança, oriunda
da experiência adquirida.
Vejamos, ferramenta a ferramenta, de que forma os resultados podem ser úteis
para a realimentação do sistema:
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Reprodutibilidade – Gráfico 2
O que é: Estudo da variação dos resultados de medições realizadas diversas
vezes por operadores diferentes, utilizando o mesmo equipamento.
Para que serve: Identificar a variação que existe entre um operador e outro,
verificando assim a influência humana no resultado da medição. Este estudo tem o
intuito de saber se a qualquer momento o resultado da medição é confiável.
Dependendo da forma como o resultado é apresentado (graficamente), é possível
identificar claramente os pontos falhos, restringindo as ações e canalizando a
energia a ser gasta. Normalmente também podem ser substituídos equipamentos
por outros que dependam menos do fator humano.
Resultado: Aumento de confiabilidade.
Estabilidade – Gráfico 3
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Linearidade – Gráfico 4
Tendência – Gráfico 5
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podem estar sendo utilizados equipamentos muito sofisticados para medições
pouco importantes, assim como equipamentos simples demais para medições
complexas e que requerem muita precisão.
Resultado: Aumento de confiabilidade e redução de custo.
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com 100% de confiança as variações do processo. Dessa forma, o sistema de
medição deve reproduzir com a maior fidelidade possível os resultados reais do
processo, e uma das formas de garantir isso é validar esse sistema de medição
por meio da MSA. Um caso clássico de produto a granel é o das indústrias
farmacêuticas, cujos requisitos de validação de processo conduzem, quase que
naturalmente, à necessidade da análise do sistema de medição.
Fica claro que por se ater à obrigatoriedade imposta por eventuais requisitos
normativos, a empresa perde preciosas oportunidades de evolução. Implementar
ferramentas e conceitos que transcendem as normas de gestão é ponto
fundamental para a empresa que quer ressaltar seus fatores de competitividade e
sair do lugar comum em que muitas das certificadas insistem em se alojar, e o
processo em que se desenrola a busca por essas ferramentas (treinamentos,
benchmarkings, congressos e pesquisas) pode ser muito mais gratificante do que
à primeira vista se imagina. Abrem-se as portas para que outras realidades, que
têm muito a oferecer, penetrem nas organizações, tornando-as mais do que
aglomerados de funcionários preenchendo formulários.
Revista Banas Metrologia – escrito por Flávio Oliveira é consultor da Promanagement
Analysis Assessoria – consulte@pmanalysis.com.br
2.2.1Algarismos significativos
O resultado de uma medição expressa o valor de uma grandeza física. É muito
importante saber distinguir o valor efetivamente obtido no processo de medição,
daqueles decorrentes de cálculo ou arredondamento numérico. Assim, dado o
resultado de uma medição, os algarismos significativos são todos aqueles
contados, da esquerda para a direita, a partir do primeiro algarismo diferente de
zero.
Exemplos:
45,30cm > tem quatro algarismos significativos;
0,0595m > tem três algarismos significativos; e
0,0450kg > tem três algarismos significativos.
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Então, você estima o valor desse "pouco" que ultrapassa vinte e sete centímetros,
expressando o resultado da medição assim: 27,6 centímetros.
Ou seja, você tem dois algarismos corretos (2 e 7) e um duvidoso (6), porque este
último foi estimado por você - um outro observador poderia fazer uma estimativa
diferente.
Vamos supor que você fez três medições de massa de um mesmo corpo em uma
balança de leitura digital que apresenta o resultado em gramas, obtendo os
seguintes valores: 5202g; 5202g e 5203g. Você obteve resultados com quatro
algarismos significativos.
Para apresentar o resultado da medição, você resolveu fazer a média entre as três
leituras obtidas, utilizando três casas decimais para o cálculo:
5202g + 5202g + 5203g = 15607g : 3 = 5202,333g
Ora, se você apresentar como resultado da medição o valor 5202,333g , sem
qualquer informação adicional, você o estará falseando, pois este exibe sete
algarismos significativos. Nesse caso, o resultado apresentado não é resultante
apenas do processo de medição, mas foi influenciado pelo cálculo com três casas
decimais. Você passará a informação de que a medição foi realizada com exatidão
muito superior ao que de fato ocorreu no processo de medição. O correto é dar o
resultado com a mesma quantidade de significativos da medição realizada: 5202g
(quatro significativos).
O contrário também pode ocorrer. Pegando o mesmo exemplo, digamos que você
tenha decidido apresentar o resultado da medição em quilogramas, ou seja,
5,202kg. Aí você resolve arredondar o valor obtido para 5,2kg. Esse resultado
apresenta apenas dois algarismos significativos e expressa uma exatidão inferior
àquela obtida pelo processo de medição. Assim, a maneira correta de apresentar
esse resultado é 5,202kg, portanto com os mesmos 4 significativos originais
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http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/medir.asp?vpro=significa – 13/09/2010 –
14:50Hs
2.2.2 metrologia;
Ciência da medição
Confirmação Metrológica
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desenvolve metodologias de aplicação.
Por sua vez, a Metrologia Aplicada subdivide-se em outras, quer com relação à
grandeza considerada, quer com relação a um campo específico de aplicação.
Relacionada às grandezas específicas temos a metrologia dos comprimentos, a
metrologia das massas, a metrologia do tempo etc. Voltadas a campos específicos
temos a metrologia médica, a metrologia Industrial, a metrologia legal, etc.
Metrologia Legal
A Metrologia Legal pode ser definida como sendo a parte da Metrologia Geral que
se refere às exigencias legais, técnicas e administrativas, relativas às unidades de
medida, aos métodos de medição, aos instrumentos de medição e às medidas
materializadas.
Explicando melhor: a maioria dos produtos que consumimos são medidos de
alguma forma. Quando compramos um pacote de arroz no supermercado, ou
quando vamos ao açougue comprar carne, o preço que pagamos depende da
quantidade que estamos comprando.
Muitas vezes o produto foi medido previamente, como no caso de um pacote de
arroz de 5kg, de um rolo de papel higiênico de 30 metros ou de um litro de leite.
Outras vezes, o produto é medido na nossa frente, como quando pedimos um
"quilo" de carne no açougue.
Muitos serviços também são medidos. Nas grandes cidades, o táxi possui um
medidor de comprimento e tempo, o taxímetro, que mede a distância percorrida e
calcula o valor da corrida. A água que chega à nossa casa é medida por um
aparelho chamado hidrômetro, que registra quantos metros cúbicos de água foi
consumida. Quando vamos ao médico, ele mede a nossa pressão arterial usando
um instrumento chamado esfigmomanômetro. Também mede a nossa
temperatura, usando um termômetro clínico.
Instrumentos de Medição
Muitos termos diferentes são empregados para descrever os artefatos utilizados nas
medições.
Este vocabulário define somente uma seleção de termos preferenciais; a lista a seguir, mais
completa, está organizada em ordem aproximadamente crescente de complexidade.
Esses termos não são mutuamente excludentes.
a - elemento
b - componente
c - parte
d - transdutor de medição
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e - dispositivo de medição
f - material de referência
g - medida materializada
h - instrumento de medição
i - aparelhagem
j - equipamento
k - cadeia de medição
l - sistema de medição
m - instalação de medição
1. Instrumento de Medição
2. Medida Materializada
3. Transdutor de Medição
Dispositivo que fornece uma grandeza de saída que tem uma correlação determinada com a
grandeza de entrada.
Exemplos:
a) termopar;
b) transformador de corrente;
c) extensômetro elétrico de resistência (strain gauge);
d) eletrodo de pH.
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4. Cadeia de Medição
5. Sistema de Medição
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8. Instrumento (de medição) Totalizador
Instrumento de medição que determina o valor de um mensurando, por meio da soma dos
valores parciais desta grandeza, obtidos, simultânea ou consecutivamente, de uma ou mais
fontes.
Exemplos:
a) Plataforma ferroviária de pesagem totalizadora;
b) Medidor totalizador de potência elétrica.
Instrumento de medição que fornece um sinal de saída ou uma indicação em forma digital.
Observação:
Este termo é relativo à forma de apresentação do sinal de saída ou da indicação e não ao
princípio de funcionamento do instrumento.
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Parte de um instrumento de medição que fornece o registro de uma indicação.
14. Sensor
15. Detector
16. Índice
Para uma dada escala, é o comprimento da linha compreendida entre a primeira e a última
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marca, passando pelo centro de todas as marcas menores.
Observações:
1) A linha pode ser real ou imaginária, curva ou reta.
2) O comprimento da escala é expresso em unidades de comprimento, qualquer que seja a
unidade do mensurando ou a unidade marcada sobre a escala.
Escala na qual o comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma divisão
correspondente por um coeficiente de proporcionalidade constante ao longo da escala.
Observação:
Uma escala linear, cujos valores de uma divisão são constantes, é denominada “escala
regular”.
24. Escala Não – Linear
Escala na qual cada comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma
divisão correspondente por um coeficiente de proporcionalidade, que não é constante ao
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longo da escala.
Observação:
Algumas escalas não-lineares possuem nomes especiais como “escala logarítmica”, “escala
quadrática”.
Escala na qual cada comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma
divisão correspondente por um coeficiente de proporcionalidade, que não é constante ao
longo da escala.
Observação:
Algumas escalas não-lineares possuem nomes especiais como “escala logarítmica”, “escala
quadrática”.
30. Mostrador
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31. Numeração da Escala
1. Padrão
Medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de
medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais
valores de uma grandeza para servir como referência.
Exemplos:
a) Massa padrão de 1 kg;
b) Resistor padrão de 100 .;
c) Amperímetro padrão;
d) Padrão de freqüência de césio;
e) Eletrodo padrão de hidrogênio;
f) Solução de referência de cortisol no soro humano, tendo uma concentração certificada.
Observações:
1) Um conjunto de medidas materializadas similares ou instrumentos de medição que,
utilizados em conjunto, constituem um padrão coletivo.
2) Um conjunto de padrões de valores escolhidos que, individualmente ou combinados,
formam uma série de valores de grandezas de uma mesma natureza é denominado coleção
padrão.
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2. Padrão Internacional
3. Padrão Nacional
Padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir, em um país, como base para
atribuir valores a outros padrões da grandeza a que se refere.
4. Padrão Primário
Padrão que é designado ou amplamente reconhecido como tendo as mais altas qualidades
metrológicas e cujo valor é aceito sem referência a outros padrões de mesma grandeza.
Observação:
O conceito de padrão primário é igualmente válido para grandezas de base e para grandezas
derivadas.
5. Padrão Secundário
6. Padrão de Referência
Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local
ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas.
7. Padrão de Trabalho
8. Padrão de Transferência
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Padrão, algumas vezes de construção especial, para ser transportado entre locais diferentes.
Exemplo:
Padrão de freqüência de césio, portátil, operado por bateria.
10. Rastreabilidade
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de um filtro de transmissão, esferas de granulometria uniforme montadas na lâmina em um
microscópio. Esses dispositivos também podem ser considerados como MRC.
4) Todos os MRC atendem à definição de “padrões” dada no “Vocabulário Internacional de
Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM)”.
5) Alguns MR e MRC têm propriedades as quais, em razão deles não serem
correlacionados com uma estrutura química estabelecida ou por outras razões, não podem
ser determinadas por métodos de medição físicos e químicos exatamente definidos. Tais
materiais incluem certos materiais biológicos como as vacinas para as quais uma unidade
internacional foi determinada pela Organização Mundial de Saúde.
2.2.4 Rastreabilidade;
Rastreabilidade da Medição
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Registros de Calibração
Introdução
Todos os resultados de medições são influenciados por erros que devem ser tratados
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convenientemente. Considerando que os erros não podem ser perfeitamente conhecidos,
podemos afirmar que os resultados de quaisquer medições são influenciados
principalmente, por uma incerteza.
Mesmos sabendo que o resultado da medição não é perfeito, é muito obter informações
confiáveis, desde que o resultado da medição venha acompanhado de sua incerteza
calculada.
Conhecer a incerteza que tem um equipamento de medição é muito importante,
proporcionando uma qualidade quantitativa do resultado e a confiabilidade das nossas
medições. Sem esta indicação, os resultados das medições não podem ser comparados nem
entre eles mesmos, nem com os valores de referência dado em uma especificação, ou
norma.
Os cálculos e a expressão das incertezas de medição referentes às calibrações realizadas
pelos laboratórios de calibração credenciados e postulantes ao credenciamento devem ser
elaborados e implementados de acordo com os princípios estabelecidos no documento
“Versão Brasileira do Documento de Referência EA-4/02 – Expressão da Incerteza de
Medição na Calibração” (janeiro/1999).
Incerteza de medição
Parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores
que podem ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando.
ERRO INCERTEZA
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contribuem para a dispersão.
Simbologia
n = Número de Repetições
x = Média
s = Desvio Padrão
= Somatória
k = Fator de Abrangência
ui = Incerteza Padrão
vi = Graus de liberdade
ua = Incerteza tipo A
ub = Incerteza tipo B
uc = Incerteza Combinada
ue = Incerteza Expandida
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exatidão, a RBC estabelece, formalmente, o vínculo com as unidades do SI,
constituindo a base técnica imprescindível ao livre comércio entre áreas
econômicas, preconizado nos mercados globalizados.
Calibração Rastreável
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1) O resultado de uma calibração permite tanto o estabelecimento dos valores do
mensurando para as indicações como a determinação das correções a serem aplicadas.
2) Uma calibração pode, também, determinar outras propriedades metrológicas como o
efeito das grandezas de influência.
3) O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento, algumas vezes
denominado certificado de calibração ou relatório de calibração.
Resultados de Medições
4. Resultado Corrigido
5. Exatidão de Medição
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1) Exatidão é um conceito qualitativo.
2) O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão.
Para uma série de “n” medições de um mesmo mensurando, a grandeza “s”, que caracteriza
a dispersão dos resultados, é dada pela fórmula:
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Observações:
1) Considerando uma série de “n” valores como uma amostra de uma distribuição, x é uma
estimativa
não tendenciosa da média µ e s2 é uma estimativa não tendenciosa da variância desta
distribuição.
2) A expressão é uma estimativa do desvio padrão da distribuição de x e é denominada
desvio padrão experimental da média.
3) “Desvio padrão experimental da média” é, algumas vezes, denominado incorretamente
erro padrão da média.
8. Incerteza de Medição
Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores
que podem ser fundamentadamente atribuídos a um mensurando.
Observações:
1) O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um múltiplo dele), ou a
metade de
um intervalo correspondente a um nível de confiança estabelecido.
2) A incerteza de medição compreende, em geral, muitos componentes. Alguns destes
componentes
podem ser estimados com base na distribuição estatística dos resultados das séries de
medições e podem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os outros
componentes, que também podem ser caracterizados por desvios padrão, são avaliados por
meio de distribuição de probabilidades assumidas, baseadas na experiência ou em outras
informações.
3) Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do mensurando, e
que todos os componentes da incerteza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos
sistemáticos, como os componentes associados com correções e padrões de referência,
contribuem para a dispersão.
Nota:
Esta definição foi extraída do “Guia para Expressão de Incerteza de Medição”, no qual sua
fundamentação é detalhada (ver, em particular, o item 2.2.4 e o anexo D(10)).
10. Desvio
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11. Erro Relativo
14. Correção
Fator numérico pelo qual o resultado não corrigido de uma medição é multiplicado para
compensar um erro sistemático.
Observação:
Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente conhecido, a compensação não
pode ser completa.
http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/met-geral.asp?vpro=resultado
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Livro Análise dos sistemas de medição – MSA 3° Edição - 2003
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