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MÁQUINAS HIDRÁULICAS

Máquinas Hidráulicas são máquinas que trabalham fornecendo, retirando ou


modificando a energia do líquido em escoamento.

Classificação

As máquinas hidráulicas podem ser classificadas em:

• Máquinas operatrizes - introduzem no líquido em escoamento a energia


externa, ou seja, transformam energia mecânica fornecida por uma fonte
(um motor elétrico, por exemplo) em energia hidráulica sob a forma de
pressão e velocidade (exemplo: bombas hidráulicas);

• Máquinas motrizes - transformam energia do líquido e a transferem para o


exterior, isto é, transformam energia hidráulica em outra forma de energia
(exemplos: turbinas, motores hidráulicos, rodas d’água);

• Mistas - máquinas que modificam o estado da energia que o líquido possui


(exemplos: os ejetores e carneiros hidráulicos).

Carneiro hidráulico (equipamento patenteado (1797)


pelo francês Joseph Michel Montgolfier)
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BOMBAS HIDRÁULICAS E INSTALAÇÕES DE RECALQUE


Definição
Bombas são máquinas operatrizes hidráulicas que fornecem energia ao líquido
com a finalidade de transportá-lo de um ponto a outro. Normalmente recebem
energia mecânica e a transformam em energia hidráulica.

Classificação
As bombas podem ser classificadas em duas categorias, a saber:

• Turbo-Bombas, Hidrodinâmicas ou Rotodinâmicas - são máquinas nas


quais a movimentação do líquido é desenvolvida por forças que se
desenvolvem na massa líquida em conseqüência da rotação de uma peça
interna (ou conjunto dessas peças) dotada de pás ou aletas chamada de
roto;

• Volumétricas ou de Deslocamento Positivo - são aquelas em que a


movimentação do líquido é causada diretamente pela movimentação de um
dispositivo mecânico da bomba, que induz ao líquido um movimento na
direção do deslocamento do citado dispositivo, em quantidades
intermitentes, de acordo com a capacidade de armazenamento da bomba,
promovendo enchimentos e esvaziamentos sucessivos, provocando,
assim, o deslocamento do líquido no sentido previsto.

São exemplos de bombas rotodinâmicas as conhecidíssimas bombas centrífugas


e de bombas volumétricas as de êmbolo ou alternativas e as rotativas.
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Esquemas de bombas volumétricas

Bombas Centrífugas
Bombas Centrífugas são bombas hidráulicas que têm como princípio de
funcionamento a força centrífuga através de palhetas e impulsores que giram no
interior de uma carcaça estanque, jogando líquido do centro para a periferia do
conjunto girante.

Corte esquemático de uma bomba centrífuga típica


117

O princípio fundamental da bomba centrífuga foi demonstrado por Demour em


1730 em forma de dois tubos retos em forma de Tê; o qual é posto em rotação:

A rotação do componente horizontal ao Tê gera uma força


centrífuga, que é capaz de ultrapassar o peso do líquido.

A teoria das bombas centrífugas se baseia no princípio da

conservação da quantidade de momento angular.

Classificação

• Quanto à direção do escoamento do líquido no interior da bomba:

o radial ou centrífuga pura, quando o movimento do líquido é na


direção normal ao eixo da bomba (empregadas para pequenas e
médias descargas e para qualquer altura manométrica, porém caem
de rendimento para grandes vazões e pequenas alturas além de
serem de grandes dimensões nestas condições);

o diagonal ou de fluxo misto, quando o movimento do líquido é na


direção inclinada em relação ao eixo da bomba (empregadas em
grandes vazões e pequenas e médias alturas, estruturalmente
caracterizam-se por serem bombas de fabricação muito complexa);

o axial ou helicoidais, quando o escoamento desenvolve-se de forma


paralela ao eixo (especificadas para grandes vazões - dezenas de
m3/s - e médias alturas - até 40 m);
118

• Quanto à estrutura do rotor:

o aberto (para bombeamentos de águas residuárias ou bruta de má


qualidade);

o semi-aberto ou semi-fechado (para recalques de água bruta


sedimentada);

o fechado (para água tratada ou potável) .

Tipos de rotores

• Quanto ao número de rotores:

o estágio único;

o múltiplos estágios (este recurso reduz as dimensões e melhora o


rendimento, sendo empregadas para médias e grandes alturas
manométricas como, por exemplo, na alimentação de caldeiras e na
captação em poços profundos de águas e de petróleo, podendo
trabalhar até com pressões superiores a 200 kg/cm2, de acordo com
a quantidade de estágios da bomba.
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VELOCIDADE ESPECÍFICA (ns)

É calculada pela fórmula:

ns = n Q
Hm³/

Onde: ns = velocidade específica, rpm


n = rotação, rpm
Q = vazão, m³/s
Hm = altura manométrica total, m

Fisicamente, a velocidade específica ns de uma bomba, representa a


rotação que uma bomba semelhante deve ter para bombear uma vazão de 1m³/s,
contra uma altura total de 1m.

Para uma mesma bomba, ns não varia com a rotação.

O valor de ns calculado pela fórmula acima é independente do


líquido bombeado.
Os rotores destinados a grandes alturas manométricos têm geralmente, uma
baixa velocidade específica. Para pequenas alturas geralmente ns é alto.
120

A potência fornecida pela bomba ao sistema hidráulico é dada por:

Psaída = Q Hsaída bomba

Onde: Hsaída bomba = V² + p + z é a carga total adicionada ao


2g
líquido na saída da bomba.

A eficiência da bomba é dada por:

bomba = Psaída bomba


Pentrada bomba

Uma bomba é geralmente alimentada por um motor. A eficiência de


um motor é dada por:

motor = Psaída motor


Pentrada motor

Onde: Psaída motor = Pentrada bomba

Exemplo 13:

Uma bomba centrífuga impulsiona uma vazão de 2,5m³/s e adiciona


uma carga de 20m ao sistema, se a bomba opera com 85% de eficiência,
determine a potência na entrada da bomba:

Pentrada bomba = Psaída bomba = Q H = 400300 Watts


bomba 0,85 0,85

= 576823 W = 784 CV
121

O conjunto constituído pelas canalizações e pelos meios mecânicos de elevação


denomina-se sistema de recalque: suas partes principais são:

- Tubulação de sucção
- Conjunto moto-bomba
- Tubulação de recalque

Linha de carga

hr

Linha piezométrica

Hm
HG
Hr

Hs

hs
Linha de carga

Linha piezométrica
Fig. 1

A altura de sucção (Hs) corresponde à distância na vertical do nível


d’água no reservatório de onde se está bombeando até o eixo da bomba.
122

Dependendo da posição do eixo da bomba em relação ao nível


d’água do reservatório, Hs pode ser positiva:

Moto Hr
bomba HG

Hs

Ou negativa:

HG

Hr

-Hs

A altura de recalque (Hr) é a distância vertical do eixo da bomba ao


ponto de descarga do recalque (se o recalque for afogado, tomamos como
referência o nível d’água do reservatório superior).
Escorvamento de uma bomba: antes de por em funcionamento qualquer bomba,
deve-se encher a canalização de sucção com o líquido a ser bombeado. As peças
dentro da bomba dependem da lubrificação que lhes é fornecida pelo líquido a ser
bombeado. A operação de substituição do ar por líquido é denominada
escorvamento.

Uma bomba é denominada afogada ou submersa, quando é


instalada com eixo abaixo do nível d’água do reservatório (altura de sucção
negativa). Neste caso ela fica automaticamente escorvada. Quando não é o caso,
deve-se usar mecanismos que induzam ao escorvamento tais como válvulas de
pé, ejetores e bombas de vácuo.
123

A altura geométrica (HG), é dada por:


HG = Hr + Hs
Em operação, verificam-se perdas de carga distribuídas e
localizadas nas tubulações de sucção e recalque. (ver figura 1).
A altura manométrica é dada por:
Hm = HG + hs + hr
Somatório das perdas de carga localizadas e
distribuídas ao longa da canalização.
ou Hm = HG + hf + hL
A potência de um conjunto moto-bomba é dada por:
P = Q Hm
75

onde P = potência em C.V. ( o qual é praticamente igual a H.P).


= peso específico do líquido em Kgf/m³.
Q = vazão a ser bombeada (em m³/s).
= rendimento do conjunto moto-bomba.

= motor x bomba (ver tabela 5)

OBS: as potências dos motores comerciais normalmente fabricados


no Brasil. (ver tabela 5).

A fórmula acima nos mostra que o problema do dimensionamento de


um sistema de recalque (determinação do diâmetro e da potência da bomba) é
um problema hidraulicamente indeterminado.
124

TABELA 5

3- Diâmetro comerciais disponíveis para adutoras:

Diâmetro (mm) 50mm 75mm 100mm 150mm 200mm ...+50mm


Diâmetro (pol.) 2” 3” 4” 6” 8”

Os motores elétricos nacionais são normalmente fabricados com as


seguintes potências:

(CV) HP: ¼ - 1/3 – ½ - ¾ - 1 – 1 ½ – 2 – 3 – 5 – 7 ½


- 10 – 12,5 – 15 – 20 – 25 – 30 – 35 – 40 –45 – 50
- 60 – 75 – 100 – 125 – 150 –175 - 200 e 250.
OBS: para transformar de Kw para CV multiplique o valor de P (em Kw) por
1,36.
Rendimento de motores elétricos ( de um determinado fabricante)

HP ½ ¾ 1 1½ 2 3 5 10 20 30 50 100

m 64% 67% 72% 73% 75% 77% 81% 84% 86% 87% 88% 90%

Rendimento de bombas centrífugas ( de um determinado fabricante)


Q1/seg 5 7,5 10 15 20 25 30 40 50 100 200

B 52% 61% 66% 68% 71% 75% 80% 84% 85% 87% 88%

Usar somente quando não houver um catálogo das bombas


disponíveis.
Folga de Segurança para determinação da Potência do Conjunto Moto-Bomba:
P (HP) Folga (%)
2 50
5 30
10 20
20 15
> 20 10
125

Visto que a potência é função de Hm o qual por sua vez é função do diâmetro.
De fato, para se reduzir Hm, através da redução das perdas de
carga, teremos que usar tubos com diâmetros relativamente grandes, implicando
em custos elevados da tubulação e menores gastos com energia elétrica.

Por outro lado, ao se diminuir os gastos com a tubulação, o custo


com a energia aumenta:

Custo

Custo de
Custo tubulação
mínimo

Custo de
energia

Diâmetro D
ótimo

Existe um diâmetro ótimo para o qual o custo das instalações é


mínimo.

O custo do conjunto elevatório pode ser expresso por:

C1 = Q Hm c1
75
Onde c1 é o custo médio por unidade de potência (cavalo-vapor)
incluindo custo de energia.
O custo das tubulações pode ser dado por:
C2 = c2 D L
Onde c2 é o custo médio por unidade de diâmetro por unidade de
comprimento.

A altura monométrica é dada por:


126

Hm = HG + hf = HG + KQ² 1

Mas K = fL = 8fL = K’L


2gDA² ²gD D

Onde K’ = 8f
²g

Portanto, 1 pode ser escrita como:

Hm = HG + K’Q²L
D

Portanto, o custo total da instalação é dado por:


C = C1 + C2
C = Q c1 HG + K’Q²L + c2 DL
75 D

Para que esse custo seja mínimo:

dC = 0
dD

dC = Q c1 K’Q²L -5 + c2 L = 0
dD 75 D

De onde se pode tirar o valor de D:

D= K’ c1 Q
15 c2

ou D = K* Q 2

que é conhecida como fórmula de Bresse. Onde Q é dado em m³/s,


D em m e K* é um coeficiente que depende basicamente da relação entre c1 e c2.
127

No Brasil tem se usado 0,9 < K* < 1,4 e é comum se usar K* = 1,3
nos projetos.
O diâmetro comercial disponível imediatamente superior ao
fornecido pela equação 2 deve ser usado, tomando o cuidado de se certificar se a
velocidade nas tubulações; 0,60 < V < 2,40 m/s.
Os diâmetros comerciais geralmente disponíveis no mercado podem
ser encontrados na tabela 5.
OBS: o diâmetro comercial escolhido para a tubulação de recalque
é o que mais se aproxima (para mais ou menos) do diâmetro dado pela fórmula
de Bresse enquanto que o diâmetro para a sucção deve ser um diâmetro
imediatamente superior ao de recalque.
Para instalações que funcionam apenas algumas horas por dia,
admitem-se velocidades superiores ao intervalo dado e, para estas instalações, a
ABNT (NB-92/66) aconselha:

D = 0,587 n ² Q

Onde n é o número de horas de funcionamento da bomba.


128

Exemplo 10

Um certo conjunto elevatório trabalha nas seguintes condições:

Q = 40 /s
Tubulação de ferro fundido. T = 20ºC
Ds = 300mm (diâmetro da tubulação de Sucção)
Dr = 250mm (diâmetro da tubulação de Recalque)
Hs = 3m Hr = 17m
Ls = 9m Lr = 322m
Peças na sucção: uma válvula de pé com crivo e uma curva de 90º.
Peças no recalque: um registro de gaveta, uma curva de 90º, duas
curvas de 45º e uma válvula de retenção.
a) HG
b) h = hf + hL
c) Hm
d) Potência do conjunto moto-bomba

a) HG = HS + Hr = 20m
b) na sucção
V = 0,566m/s
Re = 169800
f = 0,021

hf = f L V² = 0,010 m
D 2g

KL = (1,75 + 0,75 + 0,40 ) = 2,90

hL = KL V² = 0,047m
2g

Portanto, hs = hf + hL = 0,057m
129

No recalque:

V = 0,815 m/s
Re = 203718
f = 0,021
hf = 0,93m
KL = 3,55
hL = 0,12m
hr = hf + hL = 1,05m

Perda de carga total: 1,11m

(c) Hm = HG + h = 21,11m
(d) P = Q Hm
75

Como nós não temos um catalogo da bomba a ser usada, usaremos


a tabela 5:

Para Q = 40 /s

bomba = 0,84

motor = 0,87

= bomba x motor = 0,73

Assim: P = (1000) (0,04) (21,11)


(75) (0,73)

P = 15,4 CV

O conjunto moto-bomba disponível a ser usado é o de P = 20CV.


130

Exemplo 11

Deseja-se bombear 36m³/hora através de um sistema de recalque


composto de tubos de ferro fundido cujas características são:

Sucção: Ls = 7m, Hs = 3m
Peças: válvula de pé com crivo; curva de 90º

Recalque: Lr = 20m, Hr = 10m


Peças: válvula de retenção curva de 90º
registro de gaveta
saída de canalização

Dimensione as tubulações e o conjunto moto-bomba para tal


sistema. (considere T = 20ºC).

Diâmetro:
Usando a fórmula de Bresse:

Q = 36 m³ = 36 m³/s = 0,01m³/s
hora 3600

D = K* Q = 1,3 0,01 = 0,13m

Portanto escolhemos:

Ds = 150mm e
Dr = 125mm
(ver tabela 5)

a) Potência do motor:
131

b) HG = HS + Hr = 13m

na sucção
V = 0,566m/s
Re = 84883
f = 0,025

hf = 0,019 m

KL = 3,15

hL = 0,047m

No recalque:

V = 0,815 m/s
Re = 101859
f = 0,026
hf = 0,141m
KL = 2,75 + 0,40 + 0,20 + 1,00 = 4,35
hL = 0,147m

Perda de carga total: 0,35m


Portanto: Hm = HG + h = 13,35m

Potência do motor:

= bomba x motor

Usando a tabela 5:

bomba = 0,66 motor = 0,72

= 0,48

Portanto: P =
Q Hm = 3,71 CV
75
Usa-se um motor com potência de 5CV.
132

Exercício proposto 8:

Dimensionar as tubulações e determinar a potência do motor de um


sistema de captação de água bruta para uma comunidade de 900 pessoas,
sabendo que T = 20ºC.

Demanda = 250 /hab/dia


Tempo de bombeamento: 6 horas/dia
HG = 20m
Ls = 10m
Lr = 300m
Tubos de PVC

Peças na sucção:

Válvula de pé com crivo curva de 90º

Peças no recalque:

1 curvas de 90º
2 curvas de 45º
válvula de retenção
registro de gaveta, aberto
133

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 8

Consumo: 900 x 250 = 225000


dia

Como a bomba é dimensionada para funcionar 6 horas por dia:

Q = 225000 = 0,0104m³
6 x 3600 x 1000 s
Portanto: D = 0,587 n ² Q

D = 0,0938 m

Adota-se, então, um diâmetro de 100mm para recalque e 125mm


para sucção.

Perdas de carga
Recalque:
V = 1,32 m/s

(pvc) = 0,0015mm
Re = 132000
f = 0,017
hf = 4,56m
KL = 2,9
hL = 0,26

Sucção:

V = 0,85 m/s
Re = 105933
f = 0,018
hf = 0,05m
KL = 4,15
hL = 0,15m
134

Perda total: 5,02m


Hm = 25,02m

bomba = (10 /s) = 0,66

motor = 0,72

= 0,48

P = 7,23 CV

Usa-se um motor de P = 10 CV.


135

CAVITAÇÃO

Na interface gás-líquido de um determinado material, há uma


constante troca de moléculas entre as fases líquida e gasosa.

A presença de moléculas na fase gasosa perto da superfície líquida


da origem a chamada pressão de vapor (pv) à medida que a temperatura do
líquido aumenta, mais moléculas saem da fase líquida para a gasosa,
aumentando a pressão de vapor (ver tabela 6).

Quando a temperatura chega a um valor para o qual a pressão de


vapor se iguala à pressão atmosférica, a qual é função da altitude (ver tabela 6), a
ebulição do líquido acontece! Em condutos fechados e em bombas, a água
vaporiza nos pontos onde a pressão atinge valores inferiores à pressão de vapor,
este fenômeno é conhecido como cavitação.
136

TABELA 6

Temperatura Pressão de Peso específico, Hv = pv/


ºC Vapor, pv (N/m²) (N/m³) (m)
0 611 9810 0,06
5 873 9810 0,09
10 1266 9810 0,13
15 1707 9800 0,17
20 2335 9790 0,24
25 3169 9781 0,32
30 4238 9771 0,43
35 5621 9751 0,58
40 7377 9732 0,76
45 9584 9713 0,99
50 12331 9693 1,27
55 15745 9668 1,63
60 19924 9643 2,07
65 25015 9619 2,60
70 31166 9594 3,25
75 38563 9565 4,03
80 47372 9535 4,97
85 57820 9501 6,09
90 70132 9467 7,41
95 84552 9433 8,96
100 101357 9398 10,78

Pressão Atmosférica em função da altitude


Altitude Altura de água equivalente à
(m) pressão atmosférica
(m)
0 10,33
300 9,99
600 9,65
900 9,25
1200 8,91
1500 8,57
1800 8,22
2100 7,91
2400 7,60
2700 7,33
137

O aparecimento de pressões iguais ou inferiores à pressão de vapor


da água ( a qual é função da temperatura) pode causar uma das seguintes
conseqüências:

- Se a bolhas formadas em virtude da vaporização da água forem


generalizadas em toda a seção de entrada da bomba, como a
pressão interna nas bolhas (pi) é maior que a pressão fora das
bolhas (pe), (na entrada da bomba) as bolhas tendem a se
expandir até o ponto de cortar o fluxo, cessando o bombeamento.

pe Motor

Rotor
pi

pe < 0

Linha piezométrica

- Se as bolhas forem localizadas em alguns pontos e não


generalizadas ao ponto de interromper o fluxo, a situação no
rotor, será a seguinte:

pe < 0

pi
Motor

pe

Linha piezométrica

Assim, no rotor, pe > pi, neste caso as bolhas tendem a desaparecer


em violentas implosões, os quais geram ondas de choque que causam vibrações
138

na bomba, ruído desagradável (martelamento) destruição das palhetas e paredes


do rotor e queda do rendimento da bomba.

Para que uma dada bomba funcione sem cavitar, é necessário que a
pressão, na entrada da bomba, seja sempre superior à pressão de vapor para a
temperatura de funcionamento da bomba. Considere a seguinte instalação de
recalque.

Tubulação de
sucção

1 Motor
Rotor

Hs
patm

hs = ( hf + hL)

Linha de carga

Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 0 e 1


(considerando, neste caso, pressões absolutas).

patm = Hs + p1 + V1² + hs + h*
2g

Onde hs representa a soma das perdas de carga distribuídas e


localizadas na tubulação de sucção.
139

patm é função da altitude do local onde está a bomba e pode ser


obtida através da tabela 6.

h* é a soma das perdas de carga internas do rotor e estão ligadas


à forma e o tipo do rotor.

OBS: para efeito de cálculo, vamos considerar V1 a velocidades do


fluído na tubulação de sucção.

Visando evitar a cavitação no rotor da bomba p1 > pv, ou

p1 = patm - (Hs + V1² + hs + h*) > pv ou


2g

Hs < patm - (pv + V1² + hs + h*) 1


2g

Seria a máxima altura de sucção permissível.

Considerando pv = V1² = hs = h* = 0
2g

Hsmáx = patm, a qual, para o nível mas:

Hsmáx = 10,33m (tabela 6)

No entanto, como existem perdas e pv é sempre maior que zero, na


prática, este valor de Hsmáx se situa em torno de 6m.

A equação 1 pode ser reescrita como:

patm - (Hs + pv + hs) > V1² + h* 2


2g
140

O termo do lado esquerdo da equação 2 é denominado (NPSH)d


(Net Positive Suction Head) ou NPSH disponível e envolve variáveis que
dependem das condições do local de instalação da bomba. O termo do lado
direito da equação 2 é denominado (NPSH)r ou NPSH requerido e depende do
diâmetro da tubulação de sucção e de características geométricas e do tipo de
bomba.

Nós podemos então afirmar que a bomba não cavitará se:

(NPSH)d (NPSH)r

Os fabricantes de bombas geralmente fornecem em seus catálogos


o valor de (NPSH)r como função do diâmetro do rotor (em mm) e da vazão. (ver
exemplo nas Figuras 9 e 10).
141
142
143

Quando se desconhece a variação de (NPSH)r com Q (fornecida pelo


fabricante), o seguinte procedimento alternativo pode ser realizado:

Nós vimos que as causas das perdas h* estão ligadas à forma e a


geometria do rotor. Assim, na ausência de dados de ensaios da bomba, pode-se
estimar h* através da expressão:

h* = . Hm 3

onde é o chamado coeficiente de cavitação da bomba.

Experiências revelaram que:

= 1,2 x 10 ³ ³ ns 4
(fórmula de Stepanoff)

Onde ns, como vimos é a velocidade específica, e é dada por:

ns = n Q½
(Hm)¾

para ns = (rpm) e Hm (m)


n (rpm)
Q (m/³s)

Equação 3 teremos que:

(NSPH)r = Hm + V1² 5
2g

Pode-se, então, através do uso das equações 4 e 5 estimar o valor


de (NPSH)r.
144

Exemplo 13

O (NPSH)r de uma certa bomba instalada a 600m de altitude é 3m.


Se a água estiver a 65ºC e a perda de carga na sucção é de 1,5m, determine a
máxima altura de sucção permitida:

Usando a equação 1

patm - (Hs + pv + hs) > (NPSH)r

Hs < patm - (pv + hs + (NPSH)r) 1

usando a tabela 6

patm (600m) = 9,65m

pv (65ºC) = 2,60m

Assim: Hs < 9,65 - (2,60 + 1,50 + 3,00)

Hs = 2,55m.

Exemplo 14

Para uma determinada bomba:

Q = 700m³/h
Hm = 30m
n = 1,185rpm
145

Se esta bomba localizada ao nível do mar, deve impulsionar água a


85ºC como velocidade de sucção de 4,1m/s, sabendo que as perdas na sucção
foram de 1,354m, determine a máxima altura de sucção:

Usando a equação 1:

Hs < patm - (pv + hs + (NPSH)r)

(NPSH)r = Hm + V1²
2g
= 1,2 x 10 ³ ³ ns

ns = n Q1/2 = 1,185 700


3.600 = 40,8rpm
(Hm)3/4 (30)3/4

= 1,2 x 10 ³ ³ (40,8) = 0,168


(NPSH)r = Hm + V1² = 5,896m
2g

patm = 10,33m (nível do mar, tabela 6)

pv = 6,08m (85ºC tabela 6)

Assim: Hs < 10,33 - (6,08 + 1,354 + 5,896)

Hs < -3m

Neste caso, a bomba deverá operar afogada de pelo menos 3m.

3m
146

Exercício proposto 9

A bomba II (tabela 9) impulsiona uma vazão de 50 /s. Determinar a


máxima altura de sucção para esta bomba, sabendo que:

- A bomba está instalada a 900m


- T = 30ºC
- A tubulação de sucção é feita de ferro fundido, com L = 25m, D =
150mm e contém 1 curva de 90º e uma válvula de pé com crivo.
147

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 9

Para Q = 0,05m³/s e D = 0,150m V = 2,83m/s.

(ferro fundido) = 0,26mm


Re = VD = 527895

f = 0,023

hs = (Kcurva + Kválvula + curva + fL ) V²


D 2g

hs = 2,76m
(NPSH)r = 3,00m (tabela 10)

Hs < Hatm - Hv - hs + (NPSH)r

Hs < 9,25 - 0,43 - 2,76 - 3,00

Hs < 3,06m
148

Exercício proposto 10

Uma certa bomba está operando com 1400rpm ao nível do mar,


impulsionando uma vazão de 0,42m³/s de água a 40ºC. Se Hm = 85m, o
diâmetro do tubo de sucção é 30 cm e hs = 1m. Determine a máxima altura de
sucção para evitar cavitação na bomba.
149

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 10

ns = n Q1/2 = 32,4rpm
(Hm)3/4

4/3
= 0,0012 (ns) = 0,124

(NPSH)r = Hm + V² = 10,54 + 1,81 = 12,35m


2g

Hs < Hatm - Hv - hs - (NPSH)r

Hs < 10,36 - 0,76 - 1 - 12,35

Hs < -3,75m

Ou seja, a bomba tem que trabalhar afogada de pelo menos 3,75m.


150

CURVA CARACTERÍSTICA DE UMA TUBULAÇÃO

A fórmula usada para cálculo da perda de carga:

hf + hL = fL Q² + KL V²
D 2gA² 2g

Pode ser reescrita na forma:

hf + hL = KQ² 1

Onde K = fL + ( KL)
2gDA² 2gA²

coeficiente geométrico de atrito.

A razão de se escrever a fórmula de Darcy-Weisbach nessa forma é


facilitar a solução de problemas que envolvem redes de conduto (tubos em série e
tubos em paralelo).

OBS: as unidades de K no sistema internacional são s²


m

A curva característica de uma tubulação de recalque é a curva Hm e


Q.

Nós vemos que:

Hm = HG + hf + hL
Usando 1 , teremos:

Hm = HG + KQ²
151

Esta curva, para uma dada tubulação, tem a forma:


Hm

hf + hL

HG

Exemplo 14:

Dada a tubulação de recalque abaixo:

R2
HG = 50m L2 D2

L1
T = 20ºC

D1

R1

Sabendo que:

D1 = 150mm, L1 = 300m
D2 = 100mm, L2 = 300m e que a tubulação é feita de ferro
fundido, determine a curva característica da tubulação

OBS: despreze as perdas de carga localizadas e na tubulação de


sucção.
152

D1 = 150 mm D2 = 100 mm
L1 = 300 m L2 = 300 m

= 0,12 mm = 0,000001 m²/s


Hg = 50 m

Nesse caso:
Hm = HG + hf1 + hf2

hf1 = f1 L1 V1² e hf2 = f2 L2 V2²


D1 2g D2 2g

hf1 = 102 f1V1² e hf2 = 153f2V2²

Re1 = V1D1 = 150000V1

Re2 = V2D2 = 100000V2 = 0,12mm

f1 = 0,25
Log (2,162 x 10 + 1,260 x 10 ) ²
V1

f2 = 0,25
Log (3,243 x 10 + 1,815 x 10 ) ²
V2
153

Q V1 V2 f1 f2 hf1 hf2 Hm
(m³/h) (m/s) (m/s) (m) (m) (m)
0 0,00 0,00 0,0000 0,0000 0,00 0,00 50,00
10 0,16 0,35 0,0268 0,0249 0,07 0,48 50,54
20 0,31 0,71 0,0238 0,0225 0,24 1,72 51,96
30 0,47 1,06 0,0225 0,0215 0,51 3,70 54,21
40 0,63 1,41 0,0218 0,0209 0,88 6,40 57,28
50 0,79 1,77 0,0213 0,0205 1,34 9,83 61,17
60 0,94 2,12 0,0209 0,0203 1,90 13,97 65,87
70 1,10 2,48 0,0207 0,0201 2,55 18,83 71,38
80 1,26 2,83 0,0204 0,0199 3,30 24,41 77,71
90 1,41 3,18 0,0203 0,0198 4,14 30,71 84,85
100 1,57 3,54 0,0201 0,0197 5,08 37,72 92,79

100

90

80

70

60
Hm(m)

50

40

30

20

10

0
0 20 40 60 80 100 120
Q(m 3/h)
154

CURVA CARACTERÍSTICA DE UMA BOMBA

As bombas são capazes de trabalhar com variados valores de


vazão, potência absorvida, rotação e rendimento. A curva característica de uma
determinada bomba relaciona os valores de Hm e Q e P e Q para diversos valores
de rotação (n) e o rendimento ( ) e tem a seguinte forma geral:

Hm

Variação das curvas características:

1- diâmetro do rotor ( )
Cada diâmetro de rotor corresponde uma curva caracterísitica.
Se o diâmetro for modificado, as curvas características apresentam
as seguintes relações com as características originais:
Q2 = 2

Q1 1

H2 = 2 ²
H1 1

P2 = 2 ³
P1 1

Usando-se as relações acima pode-se alterar o diâmetro do rotor e


assim adaptar a bomba a novas necessidades de vazão e/ou altura
manométrica (esta é a chamada “usinagem” do rotor)
155

2- Rotação (n)
Uma vez mantidos constantes a forma e o diâmetro do rotor, a
energia transferida do fluído varia com a rotação, de acordo com
as seguintes relações:
Q2 = n 2 H2 = n2 ² e
Q1 n1 H1 n1

P2 = n 2 ³
P1 n1

No Brasil, os valores de rotação mais comuns são: 3.500 rpm


e 1.750 rpm, sendo também mais raramente encontrados valores de rotação de
1.150 rpm e 885 rpm. Os valores de rotação são determinados pela configuração
interna das partes elétricas do motor e também pelo valor da freqüência elétrica
fornecida pela concessionária de Energia. Deve-se dar preferência a valores
baixos de rotação, assim, preferencialmente deve-se optar pela rotação de 1.750
rpm, pois geralmente bombas com rotores de baixa rotação apresentam menos
problemas de manutenção e menos gasto com energia, comparados à mesma
bomba sujeita a uma rotação maior, entretanto, para valores baixos de potência
(geralmente P < 10 CV’s), não há outra opção a não ser bombas com rotores com
rotação de 3.500 rpm.

3 - Parábolas de Isoeficiência:

Como nós vimos, a curva característica de uma bomba varia com o


diâmetro do rotos e/ou com o número de rotações do rotor. Nós podemos
constituir um gráfico com curvas Hm e para diferentes valores de rotação ou de
diâmetro do rotor. A seguir, são traçadas as chamadas parábolas de Isoeficiência,
as quais são curvas de rendimento constante. Essas parábolas são determinadas
do seguinte modo:
156

Como vimos, para dois valores de rotação do rotor de uma mesma


bomba: :

Q2 = n2 e H2 = n2 ²
Q1 n1 H1 n1

Ou para dois diâmetros diferentes:

Q2 = 2 e H2 = 2 ²
Q1 1 H1 1

Desta forma, em ambos os casos Q1² = Q2² = constante.


H1 H2

Se agora usarmos a fórmula da potência:

H1 = 75P1 1 e Q1 = 75P1 1
Q1 H1

Q1² = P1² (75)² ( 1)² x Q1 = 75P1Q1 1


H1 ( )² (H1)² P175 1 (H1)²

= 75 P2 Q2 2
(H2)²

Portanto:

H2 ² 1 = P2 Q2 2
H1 P1 Q1

Mas, nós vimos que:

H2 = n2 ² = 2 ²
H1 n1 1

P2 = n2 ³ = 2 ³ e
P1 n1 1
157

Q2 ² = n 2 2

Q1 n1 1

Assim:

n2 1 = n2 ³ n2 2
n1 n1 n1

ou 1 = 2

Portanto nós provamos que as curvas geradas para Q² = constante


H
tem rendimento igual.
Desta forma, nós podemos traçar as chamadas parábolas de
isoeficiência:
158
FIGURA 9

BOMBA I
n= 1750 rpm
60
43%
43%
50 40%
220

40 240

260
Hm(m)

30
20%
30%
40% 280

20 300

10

0
0 10 20 30 40 50
Vazão (L/s)

BOMBA II n= 1750 rpm


60
54
54
50 50%
220
40
40 240

260
Hm(m)

30
280
30
40

50

300
20

10

0
0 20 40 60 80
Vazão (L/s)
159

FIGURA 10
BOMBA III n= 1750 rpm
60
60%

50 60%
50% 220
40 240

260
Hm(m)

30
30%
40%

50% 280

20 300

10

0
0 40 80 120 160 200
Vazão (L/s)

BOMBA IV n= 1750 rpm


60

62%
50
62% 220

40 240

260
Hm(m)

30
50%
40%

55%

280
20 60% 300

10

0
0 50 100 150 200 250
Vazão (L/s)
160

PONTO DE TRABALHO

Para um determinado sistema de recalque, uma vez que a bomba é


ligada, a vazão aumenta gradativamente, aumentando Hm, até atingir o equilíbrio
no ponto em que as curvas características da bomba e da tubulação se cruzam.

Este ponto é chamado o ponto de trabalho de sistema.

Hm Tubulação

Bomba

Qt

Onde Qt é a vazão de trabalho. A escolha de uma bomba deve ser


baseada no princípio de que o ponto de trabalho deve estar localizado na faixa
em que a bomba tem rendimento máximo, uma vez satisfeitas as exigências de
vazão e altura manométrica.
161

SELEÇÃO DE UMA BOMBA

Uma vez conhecidas a vazão e a altura manométrica, o próximo


passo é consultar o gráfico de pré-seleção de bombas fornecido pelo fabricante:

Esses gráficos fornecem geralmente um grupo de bombas


adequados para os valores de Q e Hm do sistema de recalque. Eles também
podem conter o tamanho da bomba, a potência do motor e a frequência da
corrente elétrica que alimentará o motor. Um exemplo deste tipo de gráfico de
pré-seleção de bombas está apresentado na figura 11:

Uma vez escolhido um grupo de bombas através do gráfico de pré-


seleção, nós usamos a curva característica especifica de cada uma das bombas
pré-selecionadas para determinar a bomba mais eficiente e o ponto de trabalho
do sistema.
162

Exemplo 16

Uma bomba é usada para impulsionar 70 /s de água entre dois


reservatórios cuja diferença entre a linhas d’água é 20 m. Se os tubos de aço
comercial, cujo comprimento total é igual a 1000m e com 200 mm de diâmetro
forem usados, selecione dentre as 4 bombas das figuras 9 e 10 a bomba mais
apropriada e suas condições de operação. Considere T = 20ºC (despreze as
perdas localizadas).

Solução:

V = Q = 2,23 m/s
A

Re = VD = 4,5 x 10

= (aço comercial) = 0,045 mm


f = 0,016 (fórmula de Swanee & Jain)
hf = f L V² = 20,27 m
D 2g

Portanto, Hm = HG + hf = 40,27 m
163

De acordo com o gráfico de pré-seleção das bombas ( figura 11), tanto a bomba II
como a bomba III podem ser usadas:

Traçaremos então, a curva característica da tubulação para decidirmos que


bomba usaremos.

Para o intervalo de vazões da Bomba II


Q V f hf Hm
(l/s) (m/s) (m) (m)
0 0,00 0,0000 0,00 20,00
10 0,32 0,0207 0,53 20,53
20 0,64 0,0184 1,90 21,90
30 0,95 0,0174 4,05 24,05
40 1,27 0,0168 6,95 26,95
50 1,59 0,0164 10,60 30,60
60 1,91 0,0161 14,99 34,99
70 2,23 0,0159 20,12 40,12
80 2,55 0,0157 25,99 45,99
90 2,86 0,0156 32,59 52,59
164

Para o intervalo de vazões da Bomba III:

Q V f hf Hm
(l/s) (m/s) (m) (m)
0 0,00 0,0000 0,00 20,00
20 0,64 0,0184 1,90 21,90
40 1,27 0,0168 6,95 26,95
60 1,91 0,0161 14,99 34,99
80 2,55 0,0157 25,99 45,99
100 3,18 0,0155 39,93 59,93
120 3,82 0,0153 56,81 76,81

Nós podemos agora traçar a curva característica da tubulação no


mesmo gráfico das curvas da bomba II e III.

BOMBA II
60
54%
54%
50 50%
220
40%
40 240

260
Hm(m)

30
280
30%
40%

50%

300
20
TUBULA
ÇÃO
10 Ponto de
Trabalho

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Vazão (L/s)
165

BOMBA III
60
60%

50 60%
50% 220
40 240
260
Hm(m)

30 280
40%
30%

300
50%

20 Tubulação

10

0
0 20 40 60 80 100 120
Vazão (L/s)
166

Para a bomba II, as características que mais se aproximam dos


requisitos do projeto são:

= 300 mm

Q = 74 l/s e
Hm = 43 m

= 49%

Nesse caso, P = Q Hm = 86,6 CV


75
De acordo com a disponibilidade de motores nacionais (Tabela 5),
usaremos um motor de 100 CV.

Para a bomba III temos duas alternativas:

1- = 260 mm, nesse caso:

Q = 70 l/s, Hm = 40,3 m e = 53 %.

Nesse caso, P = Q Hm = 71,0 CV


75
De acordo com a disponibilidade de motores nacionais, usaremos
um motor de 80 CV.

2- = 280 mm, nesse caso:

Q = 79 l/s, Hm = 44 m e = 56 %.

Nesse caso, P = Q Hm = 82,8 CV


75
De acordo com a disponibilidade de motores nacionais, usaremos
um motor de 100 CV.

De acordo com os resultados acima, a bomba III funcionando com


um rotor de 280 mm de diâmetro consome menos energia do que a bomba II e
ainda fornece uma margem extra de segurança no que se refere a Q e Hm em
167

relação a bomba III funcionando com um rotor de = 260 mm, portanto,


Selecionamos a bomba escolhida é a III ( 280).
168

Exemplo 17

Dada a seguinte instalação de recalque, cuja tubulação é feita de


ferro fundido, e os diâmetro da sucção e do recalque são de respectivamente 600
mm e 500 mm.

23m
2

19m
3 20m

4
5m

2
1m 3

1
12m

Cujas peças são:

1 válvulas de pé com crivo

2 curva de 90º

3 registros de gaveta, aberto

4 válvula de retenção

Dada a curva característica da bomba a ser instalada:

Q (l/s) 110 300 450 560 660 760


Hm (m) 22 21 20 19 18 17
169

Determine as características do ponto de trabalho desse sistema de

recalque (use BOMBA = 65%).

Solução:

h = hf + hL

h = fL + KL V² = f L + KL Q²
D 2g D 2gA²

Na sucção:
L = 13m D = 0,6 m
KL = 2,5 + 0,40 + 0,20 = 3,1
hs = (13,8 fs + 2,0)Q²

No recalque:
L = 39 m, D = 0,5 m
KL = 2,75 + 0,20 + 0,40 + 1,00 = 4,35
saída
hr = (103,1 fr + 5,8 ) Q²

Portanto:

Hm = HG + hs + hr

Hm = 18 + (13,8 fs + 103,1 fr + 7,8) Q² ( = 0,26 mm).

HG = 18 m
Ds = 600 mm
Ls = 13 m
KL (sucção) = 3,1
Dr = 500 mm
Lr = 39 m
170

KL (recalque) = 4,35

= 0,26 mm
= 10-6 m²/s

Q Hm (bomba) Hm (tub.) Vs fs Vr fr
l/s m m m/s m/s
0 18,0
110 22 18,1 0,39 0,0183 0,56 0,0185
300 21 18,9 1,06 0,0171 1,53 0,0176
450 20 20,0 1,59 0,0169 2,29 0,0174
560 19 21,1 1,98 0,0167 2,85 0,0173
660 18 22,2 2,33 0,0167 3,36 0,0172
760 17 23,6 2,69 0,0166 3,87 0,0172

Nós agora podemos montar a seguinte tabela do gráfico


, nós constatamos que no ponto de trabalho do sistema Q = 452
l/s e Hm = 19,9 m:

Nesse caso:

25

tubulação
20

15
Bomba
Hm (m)

10

0
0 110 300 450 560 660 760
Vazão (L/s)

P = Q Hm = 185 CV
75
171

Exercício proposto 11

Uma bomba possui uma curva característica dada pela seguinte


tabela:

H (m) 25,91 24,99 24,08 22,86 21,34 18,90


Q (l/s) 11,33 17,00 22,65 28,32 33,98 39,64

Essa bomba deve recalcar água através de uma tubulação de aço


comercial de 150 mm de diâmetro. Sabendo que HG = 12,2 m e que as perdas
de carga localizadas podem ser desprezadas e que o comprimento da tubulação
é de 430,5 m, calcule as características do ponto de trabalho do sistema.
(considere T = 20ºC).
172

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 11


Fazendo a seguinte tabela e gráfico:
HG = 12,2 m
Ds = 150 mm
Ls = 30,5 m
KL (sucção) = 0
Dr = 150 mm
Lr = 400 m
KL (recalque) = 0

= 0,045 mm

= 10-6 m²/s
Q Hm (bomba) Hm (tub.) Vs fs Vr fr
l/s m m m/s m/s
0 12,2
11,33 25,91 13,4 0,64 0,0196 0,64 0,0196
17 24,99 14,7 0,96 0,0185 0,96 0,0185
22,65 24,08 16,5 1,28 0,0179 1,28 0,0179
28,32 22,86 18,8 1,60 0,0174 1,60 0,0174
33,98 21,34 21,5 1,92 0,0171 1,92 0,0171

30 Bomba

25

20
Hm (m)

15

10
tubulação

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Vazão (L/s)

39,64 18,9 24,6 2,24 0,0169 2,24 0,0169


Nós verificamos que, no ponto de trabalho, Q = 33,80 L/s e Hm = 21,6 m. Neste
caso, usando = 80% (Tabela 5), a potência na entrada da bomba é de:
173

Q Hm
P= = 12 CV .
75
Exercício proposto 12

Selecione a bomba mais adequada, dentre as disponíveis nas


figuras 9 e 10, a ser usada em um sistema de recalque, no qual Q = 30 l/s, HG =
20 m, L = 600 m e D = 150 mm. Sabendo que o tubo é feito de ferro
galvanizado, determine as características do ponto de trabalho do sistema.
174

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 12

D= 150 mm
L= 600 m

= 0,15 mm = 1,31x10-6m2/s
HG= 20 m

BOMBA I
Q V f hf Hm
(l/s) (m/s) (m) (m)
0 0,00 0,0000 0,00 20,00
5 0,28 0,0258 0,42 20,42
10 0,57 0,0234 1,53 21,53
15 0,85 0,0224 3,29 23,29
20 1,13 0,0218 5,71 25,71
25 1,41 0,0215 8,77 28,77
30 1,70 0,0212 12,48 32,48
35 1,98 0,0210 16,83 36,83
40 2,26 0,0209 21,83 41,83
45 2,55 0,0208 27,48 47,48

BOMBA II
Q V f hf Hm
(l/s) (m/s) (m) (m)
0 0,00 0,0000 0,00 20,00
10 0,57 0,0234 1,53 21,53
20 1,13 0,0218 5,71 25,71
30 1,70 0,0212 12,48 32,48
40 2,26 0,0209 21,83 41,83
50 2,83 0,0207 33,76 53,76
175

Para Q = 30 l/s e Hm = 32,48 m, pela figura 11:

Assim, verificamos que tanto a bomba I quanto a II podem ser usadas.


176

BOMBA I
60
43%
43%
50 40%
220
40
240
34 m 260
Hm(m)

30
20%
30%

40%

280

20 300

TUBULAÇÃO

10 Ponto de
Trabalho

0
0 5 10 15 20 25 30
32 l/s35 40 45
Vazão (L/s)

BOMBA II
60
54%
54%
50 50% 220
40% 240
39,8 m 40
33 m 260
Hm(m)

30 280
30%
40%

50%

300
20
Tubulação
10 Ponto de
Trabalho
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Vazão (L/s)
177

Ao plotarmos a curva característica da tubulação na Figura 9, nós vemos então


que temos duas alternativas:
Bomba I com = 260 mm, Q = 32 l/s, Hm = 34 m e = 38 %.
P = Q Hm = 38,2 CV == Motor Comercial de 40 CV
75

Bomba II com = 240 mm, Q = 32 l/s, Hm = 33 m e = 51 %.


P = Q Hm = 27,6 CV == Motor Comercial de 30 CV
75

Bomba II com = 260 mm, Q = 37 l/s, Hm = 39,8 m e = 53 %.


P = Q Hm = 37 CV == Motor Comercial de 40 CV
75

Sugere-se a Bomba II com = 260 mm ou = 240 mm


178

Exercício proposto 13

Para um determinado sistema de recalque:

Q = 20 l/s
HG = 40 m
L = 150 m
KL = 70
T = 10 ºC

Tubo feito de aço comercial. Selecione o diâmetro (dentre os


usualmente disponíveis), e a bomba (dentre as disponíveis nas figuras 9 e 10)
mais eficientes, sabendo que o custo total do sistema de recalque é dado por:

0,5
C = D + 0,75 P + 18

Onde D é o diâmetro do tubo, em mm, P é a potência da bomba, em


CV ,e C é dado em 1.000 R$.

Compare com o resultado obtido usando a fórmula de Bresse e


comente.
179

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 13

D Hm (tub.) V f P (CV) C
(mm) (m) (m/s) p/ 71% (1000 R$)
60 343,3 7,07 0,020 129 122
75 153,0 4,53 0,019 57 70
100 72,4 2,55 0,019 27 48
125 52,5 1,63 0,019 20 44
150 45,8 1,13 0,019 17 43
200 41,7 0,64 0,019 16 44
250 40,7 0,41 0,020 15 45

Portanto, o menor custo é obtido usando um tubo com D = 150mm.

Usando a fórmula de Bresse:

D = 1,3 2 = 0,184m = 184mm, resultado semelhante ao


encontrado.

Para Q = 20 l/s e Hm = 45,8 m, da Figura 11, nós podemos usar


tanto a bomba I quanto a II.
Seleção da bomba.

HG = 40 m
Ds = 150 mm
Ls = 100 m
KL (sucção) = 0
Dr = 150 mm
Lr = 50 m
KL (recalque) = 70

= 0,045mm
= 1,31 x 10-6 m²/s
180

Q Hm (tub.) Vs fs Vr fr
L/s m m/s m/s
0 40,0
10 41,5 0,57 0,021 0,57 0,021
20 45,8 1,13 0,019 1,13 0,019
30 52,9 1,70 0,018 1,70 0,018
40 62,8 2,26 0,017 2,26 0,017

Plotando a curva característica acima na tabela 9 verificamos que a


melhor opção é a bomba II com = 300 mm, funcionando com 20,5 l/s e Hm =
45,9 m, nesse caso, = 40% e P = Q Hm = 31CV
75
181

ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS

Razões para se usar mais de uma bomba em um sistema de


recalque:

a) ausência de uma bomba única, no mercado, que possa atender a


vazão do sistema.

b) demanda variável com o tempo.

BOMBAS ASSOCIADAS EM SÉRIE

As bombas em série são colocadas uma após a outra, recalcam a


mesma vazão e podem ser iguais ou não. A curva característica é obtida
somando-se as ordenadas das curvas características das bombas competentes:

a+b
Bomba 1
b
a Bomba 2

BOMBAS ASSOCIADAS EM PARALELO

Duas ou mais bombas funcionam em paralelo quando suas entradas


e saídas são ligadas entre si. Neste caso, a altura manométrica é a mesma a
cada instante e a vazão do conjunto é a soma das vazões parciais das bombas
que compõem.
A curva característica do conjunto pode ser obtida a partir das
curvas características das bombas componentes, somando suas abcissas.
182

Na figura dada, a curva A é a característica de uma das bombas e a


2A é a característica de duas máquinas iguais, operando em paralelo.

A curva S é a característica da tubulação.

A curva 2A resulta da curva A, fazendo-se AB = BC e A’B’ = B’C’.

O ponto de trabalho do conjunto é P’.

Cada bomba operando isoladamente, tem seu ponto de trabalho em


P fornecendo a vazão Q’.

Em P’ a vazão total Qt é maior que, Q, porém menor que 2Q.

Nesta situação, as bombas decidem igualmente a vazão recalcada,


de maneira que cada uma contribui com QA = Qt/2.

É interessante notar que:

- a vazão total do sistema é menor que a soma das vazões das


bombas, operando isoladamente;
- quando as bombas operam em paralelo, o ponto de trabalho se
desloca para a direita;
- se uma das bombas parar de funcionar, o ponto de trabalho será
o ponto P.
183

B1 = B2 Curva característica
H do sistema
S
P’
B C
A
P
A’ C’

2A
A

QA Q’ Q’’ Q

Q” = 2 QA

eq = A

B1 B2

= 1 2 (Q1 + Q2 )
eq
Q1 +
1 Q2
2
184

Rendimento equivalente a duas bombas operando em série. Como vimos, numa


associação em série de bombas, a vazão é a mesma para cada uma das bombas,
mas as alturas manométricas são diferentes.

Para cada bomba temos:

Bomba 1: Vazão: Q
Potência: P1
Rendimento: 1

Bomba 2: Vazão: Q
Potência: P1
Rendimento: 2

P1 = Q H1 e P2 = Q H2
75 1 75 2

P1 + P2 = Peq
ou H1 + H2 = H1 + H2
1 2 eq

eq = 1 (H1 + H2)
2

2 H1 + 1 H2

Rendimento equivalente a duas bombas operando em paralelo.

Neste caso, a altura manométrica (Hm) é a mesma para cada


bomba.

Nesse caso:

Bomba 1: Vazão: Q1
Potência: P1
Rendimento: 1
185

Bomba 2: Vazão: Q2
Potência: P2
Rendimento: 2

Do mesmo modo:

P1 = Q1 Hm e P2 = Q2 Hm
75 1 75 2

P1 + P2 = Peq Q1 Hm + Q2 Hm = (Q1 + Q2 ) Hm
75 1 75 2 75 eq

eq = 1 2(Q1 + Q2)
2 Q1 + 1 Q2
186

Exemplo 18

Um sistema de recalque possui duas bombas idênticas instaladas em série,


dispostas conforme indicada a figura. O diâmetro das tubulações é 200 mm e
seus comprimentos, são os seguintes: 100 m entre R1 e B1, 100 m entre B1 e B2 e
B2 e R2. A temperatura da água é de 25º C, o rendimento dos motores elétricos é
de 88% e a tubulação é feita de Ferro Fundido. Conhecidas ainda as
características das bombas, pede-se:

a) A vazão de água recalcada;


b) A altura manométrica total desenvolvida pelo sistema;
c) A potência total consumida pela instalação;
d) O comportamento das bombas quanto à cavitação.
Obs: Despreze as perdas de carga localizadas.
Características da bomba

Q (l/s) 20 22,5 25 27,5 30 32,5 35


Hm (m) 87 81,5 76 69 62 54 45
(%) 80 80,5 80 78 75 71 66
NPSHr 2,0 2,5 3,0 3,5 4,2 5,0 6,0
(m)
187

SOLUÇÃO

Curva do Sistema:
D= 200mm
L= 300m
= 0.26mm
Hg 102m
2
= 8.965E-07m /s

SISTEMA
3
Q (l/s) Q (m /s) Hm (m)
0.0 0.00 102.0
20.0 0.02 102.7
22.5 0.02 102.9
25.0 0.03 103.1
27.5 0.03 103.3
30.0 0.03 103.5
32.5 0.03 103.8
35.0 0.04 104.1

Para 01 Bomba:
1 BOMBA
Q (l/s) Hm (m) (%) NPSHr (m)

20.0 87.0 80.00 2.00


22.5 81.5 80.50 2.50
25.0 76.0 80.00 3.00
27.5 69.0 78.00 3.50
30.0 62.0 75.00 4.20
32.5 54.0 71.00 5.00
35.0 45.0 66.00 6.00

Para 02 bombas em série:


2 BOMBAS EM SÉRIE
Q (l/s) Hm

20.0 174
22.5 163
25.0 152
27.5 138
30.0 124
32.5 108
35.0 90
188

Traçando Hm vs. Q e bomba vs. Q no mesmo gráfico

Exemplo 18

H ( m) B o mb a ( %) SISTEMA I
BOMBA I
90
175 BOMBA SÉRIE
165 80 RENDIMENTO
155
70
145
135
60
125
115 50
105
40
95
85 30
75
65 20

55
10
45
35 0
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Q ( l / s)

Usando as curvas acima:

l
a) A vazão de água recalcada Q g = 33
s
b) A altura manométrica total desenvolvida pelo sistema 104 m (o dobro da
altura manométrica de uma única bomba).
Altura Manométrica de Cada Bomba: Hm = 52 m.

c) A potência total consumida pela instalação.


Q × Hm
Potência Desenvolvida em cada bomba P1 Bomba =
75 × Bomba × motor

onde Q = 33 l/s, Hm=52 m, Bomba = 70% e motor = 88%

33 × 52
P1 Bomba = = 37,1 CV
75 × 0,70 × 0,88
Potência Total:
PTotal = 2 x P1 Bomba = 74,2 CV

Verificação do diâmetro, segundo Bresse, para K*=1,1 D = K * Q , onde


Q = 33,0 l / s (retirado das curvas)

D = 1,1× 0,0033 = 199,8mm (diâmetro comercial mais próximo


..... D = 200mm ).
189

Q
Verificando a velocidade V = , onde V = velocidade ; Q g = 33,0 l s =
A
3 × D2
0,033m /s; Área = = 0,031 m 2 .
4
0,033
V= = 1,064 m s
0,031
0,60 < 1,064 < 2,40 (A velocidade situa-se entre os valores aceitáveis de 0,60 e
2,40 m/s) fica definido D = 200 mm como econômico).

d ) O comportamento das bombas quanto à cavitação.


p ! p
Primeira Bomba NPSHd = atm # Hs + v + " h f ,

pv p aym
onde = 0,32m ; = 7,59m ;

Hs = #2,0m ; " h f = 0,62m

NPSHd = 7,59 # ( #2,0 + 0,32 + 0,62) = 8,65m

Exemplo 18

NPSHr (m) SISTEMA I


H (m)
BOMBA I
10.00
175 BOMBA SÉRIE
165 9.00 NPSHr

155
8.00
145
135 7.00
125 6.00
115
105 5.00

95 4.00
85
3.00
75
65 2.00
55
1.00
45
35 0.00
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Q (l/s)

NPSHr = 5,20m
NPSHd $ NPSHr
8,65 > 5,20
Como o valor NPSH disponível é maior que o requerido, não haverá cavitação
na primeira bomba. A segunda bomba não necessita de verificação pois a
pressão na entrada desta bomba é grande o suficiente.
190

Exemplo 19

Um sistema de recalque possui duas bombas B1 e B2 instaladas em


paralelo e cujas características são conhecidas. A tubulação de recalque tem
1.200 m de comprimento e a de sucção 40 m, ambas com diâmetro de 250 mm. A
temperatura da água sendo de 20º C, a altitude do local 600 m e a tubulação é
feita de aço galvanizado. Calcular, desprezando-se as perdas localizadas, os
seguintes elementos:

a) Vazão de cada bomba estando as duas em funcionamento;


b) A altura manométrica de trabalho;
c) A potência elétrica consumida, sabendo que o rendimento dos
motores é de 90%;
d) O rendimento do sistema equivalente às duas bombas operando
em paralelo;
e) Verificar o comportamento das bombas quanto ao fenômeno de
cavitação;
f) Se a Bomba 2 deixasse de funcionar, o que aconteceria com o
sistema. Comente sua resposta.

Características das bombas

BOMBA 1
Q (l/s) 20 25 30 35 40 45 50 55
Hm (m) 53 50 47 43 39 34 27,5 22
(%)
Bomba
77 77,5 77 76,5 75 72,5 69 64
NPSHr (m) 0,2 0,3 0,45 0,7 1,0 1,4 1,8 2,4

BOMBA 2
Q (l/s) 20 25 30 35 40 45 50 55
Hm (m) 42 38,5 35 30,5 24,5 17,5 9,0 3
Bomba(%)
81,5 80 78 77,5 75 72 69 65
NPSHr 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1 1,4 1,8 2,2
(m)
191

SOLUÇÃO

Curva do Sistema:
SISTEMA
Q (l/s) Q (m3/s) Hm (m)
0 0.00 30.00
20 0.02 30.79
25 0.03 31.19
30 0.03 31.67
35 0.04 32.22
40 0.04 32.85
45 0.05 33.55
50 0.05 34.32
55 0.06 35.17
60 0.06 36.09
65 0.07 37.08
70 0.07 38.15
75 0.08 39.29
80 0.08 40.50
42 0.04 0.10
26 0.03 0.04
45 0.05 0.11

BOMBA I
Q (l/s) Hm (m) (%) NPSHr (m)

20 53.0 77.0 0.2


25 50.0 77.5 0.3
30 47.0 77.0 0.5
35 43.0 76.5 0.7
40 39.0 75.0 1.0
45 34.0 72.5 1.4
50 27.5 69.0 1.8
55 22.0 64.0 2.4
192

BOMBA II
Q (l/s) Hm (m) (%) NPSHr (m)

20 42.0 81.5 0.3


25 38.5 80.0 0.5
30 35.0 78.0 0.7
35 30.5 77.5 0.9
40 24.5 75.0 1.1
45 17.5 72.0 1.4
50 9.0 69.0 1.8
55 65.0 2.2

BOMBAS EM
PARALELO
Q (l/s) Hm

100.0 20
91.9 25
83.6 30
74.0 35
61.6 40
48.2 45
33.6 50
18.1 55

Traçando Hm vs. Q e bomba vs. Q no mesmo gráfico:


193

EXEMPLO 19

SISTEMA I
Hm (m) (%) BOMBA I

90 90 BOMBA II

85 85 BOMBA I+II

80 80 RENDIMENTO I

75 75 REDIMENTO II

70 70
65 65
60 60
55 55
50 50
45 45
40 40
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110

Q (l/s)

a) Vazão de cada bomba obtido do gráfico anterior

vazão da bomba I QI = 42 l / s
vazão da bomba II QII = 26 l / s

b) altura manométrica desenvolvida em cada bomba Hm = 38 m (obtido do


gráfico)

c) Potência

Potência elétrica consumida na bomba I


Do gráfico da página anterior BombaI = 73 %

Também sabemos (dado de entrada) que: motor = 90%

Portanto
42 × 38
PI = = 32,4 CV
75 × 0,73 × 0,90

Potência elétrica consumida na bomba II


194

Do gráfico da página anterior BombaII = 77,5 %

Também sabemos (dado de entrada) que: motor = 90%

26 × 38
PII = = 18,9 CV
75 × 0,775 × 0,90

Potência Total consumida:

PTotal = PI + PII = 51,3 CV

d) o rendimento do sistema equivalente às duas bombas operando em


× II × (QI + QII )
paralelo eq = I
, onde QI = 42 l / s ; = 73 % ; QII = 26 l / s ;
II × QI + I × QII
I

II = 77,5 %
0,73× 0,775 × (42+ 26)
eq = = 75%
0,775× 42+ 0,73× 26

e) O NPSH disponível, verificando-se o comportamento das bombas quanto


ao fenômeno da cavitação.
p ! p pv
e.1) bomba I NPSHd = atm # Hs + v + " h f , onde = 0,20 m ;

p aym
= 9,62 m ; Hs = 4,0 m ; " h f = 0,1 m

NPSHd = 9,62 # ( 4,0 + 0,20 + 0,10) = 5,32 m


195

EXEMPLO 19

SISTEMA I
Hm (m) NPSHr (m) BOMBA I
BOMBA II
90 4.0
BOMBA I+II
85 3.5
NPSHr Bomba I
80 3.0
NPSHr Bomba II
75 2.5
70 2.0
65 1.5
60 1.0
55 0.5
50 0.0
45 -0.5
40 -1.0
35 -1.5
30 -2.0
25 -2.5
20 -3.0
15 -3.5
10 -4.0
5 -4.5
0 -5.0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110

Q (l/s)

NPSHr = 1,20 m
NPSHd $ NPSHr

5,32 > 1,20 Afirmamos que a bomba I, não cavitará

p atm ! p pv
Bomba 2 NPSHd = # Hs + v + " h f , onde = 0,20 m ;

p aym
= 9,62 m ; Hs = 4,0 m ; " h f = 0,1 m

NPSHd = 9,62 # ( 4,0 + 0,20 + 0,04) = 5,38 m


NPSHr = 0,35 m
NPSHd $ NPSHr ,A bomba 2 também não cavitará.
196

f) Quais seriam as novas características do sistema se a bomba 2 deixasse


de funcionar. Comente.
EXEMPLO 19
Apenas a Bomba I Funcionando

SISTEMA
Hm (m) (%) BOMBA I

90 90 BOMBA II

85 85 BOMBA I+II
80 80 RENDIMENTO I
75 75 REDIMENTO II
70 70
65 65
60 60
55 55
50 50
45 45
40 40
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 10 105 110
0
Q (l/s)

f.1) vazão da bomba I QI = 45 l / s


f.2) altura manométrica desenvolvida Hm = 34m
f.3) rendimento I = 72 %
45 × 34
f.4) potência elétricas consumida na Bomba I: PI = = 31,5 CV
75 × 0,72 × 0,90
f.4) O NPSH disponível, verificando-se o comportamento das bombas quanto
ao fenômeno da cavitação. Como vimos:
NPSHd = 5,32 m

NPSH r = 1,40m
NPSH d $ NPSH r
5,31 > 1,40

Para esta situação, onde apenas a bomba I funcionará, não haverá


problemas com cavitação
197

Exercício Proposto 14

Uma estação elevatória localizada na Praia do Futuro será usada para


bombear no mínimo 300 l/s. Sabendo que a diferença entre os níveis de água
nos reservatórios de entrada e saída é 15 m, a tubulação é de ferro fundido com
1.500 m de comprimento, T = 10º C e D = 40 cm, selecione, dentre as bombas
das Figuras 9 e 10, duas bombas iguais funcionando em paralelo para este
sistema. Após selecionar a bomba mais adequada, determine a vazão total , a
vazão em cada bomba, a altura manométrica, o diâmetro do rotor de cada bomba,
a eficiência das bombas, a potência consumida em cada bomba e a potência total
consumida pelo sistema.
Solução:
D= 400mm
L= 1500m
= 0.26mm
HG= 15m
= 1.31E-06m /s
2

SISTEMA
3
Q (l/s) Q (m /s) Hm (m)
0 0.00 15.00
25 0.03 15.17
50 0.05 15.62
75 0.08 16.35
100 0.10 17.35
125 0.13 18.62
150 0.15 20.16
175 0.18 21.96
200 0.20 24.04
225 0.23 26.39
250 0.25 29.00
275 0.28 31.89
300 0.30 35.04
325 0.33 38.47

Para a vazão de cada bomba que é a metade da vazão requerida (Q = 150


l/s), o sistema requer uma altura manométrica mínima de 20,16 m (Ver tabela
acima).
198

Vamos então pré-selecionar a bomba a através do uso da tabela 11, a que


melhor se ajusta ao nosso caso.

Verificamos que as opções de bombas que mais se aproximam das


características requeridas são as bombas III e IV.
199

BOMBA III
60
60%

50 60%
50% 220
40 240
260
Hm(m)

30 280
40%
30%

300
50%

20 Tubulação

10

0
0 20 40 60 80 100 120 160 200
Vazão (L/s)

Verificamos que o horizonte de alcance da Bomba III está muito distante das
especificações da tubulação.
200

Analisando a bomba IV:

BOMBA IV
60

62%
50
62%
220
40 240
260
Hm(m)

30 280
50%
40%

55%

300
"SISTEMA"
20 60%

10

0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
Vazão (L/s)

e usando um diâmetro de rotor = 220 mm:


D= 400mm
L= 1500m
= 0.26mm
HG= 15m
= 1.31E-06m /s
2

SISTEMA BOMBA IV 220 mm


3
Q (l/s) Q (m /s) Hm (m) Q (l/s) Hm (m)
0 0.00 15.00
25 0.03 15.17 25 28.8
50 0.05 15.62 50 28.5
75 0.08 16.35 75 28.0
100 0.10 17.35 100 27.2
125 0.13 18.62 125 25.8
150 0.15 20.16 150 24.0
175 0.18 21.96 175 21.0
200 0.20 24.04
225 0.23 26.39
250 0.25 29.00
201

275 0.28 31.89


300 0.30 35.04
325 0.33 38.47

SISTEMA EM PARALELO

Q (l/s) Hm (m)

50 28.8
100 28.5
150 28.0
200 27.2
250 25.8
300 24.0
350 21.0

EXERCÍCIO PROPOSTO 14

Hm (m)
BOMBA IV 220 mm
30
SISTEMA
29
BOMBAS EM PARALELO
28
27
26
25
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10

10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270 290 Q (l/s)

Verificamos que o sistema funcionará com Q = 225 l/s e Hm = 26,4 m, o que em


termos de vazão é inaceitável.
202

Analisando a bomba IV funcionando um diâmetro de rotor = 260 mm:

BOMBA IV
60

62%
50
62%
220
40 240
260
Hm(m)

30 280
50%
40%

55%

300
"SISTEMA"
20 60%

10

0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
Vazão (L/s)

D= 400mm
L= 1500m
= 0.26mm
HG= 15m
= 1.31E-06m /s
2

SISTEMA BOMBA IV 260 mm


3
Q (l/s) Q (m /s) Hm (m) Q (l/s) Hm (m)
0 0.00 15.00
25 0.03 15.17 25 39.8
50 0.05 15.62 50 39.6
75 0.08 16.35 75 39.0
100 0.10 17.35 100 38.5
125 0.13 18.62 125 37.5
150 0.15 20.16 150 36.0
175 0.18 21.96 175 34.0
200 0.20 24.04 200 30.5
225 0.23 26.39 225 26.2
250 0.25 29.00
275 0.28 31.89
300 0.30 35.04
325 0.33 38.47
203

SISTEMA EM PARALELO

Q (l/s) Hm (m)

50 39.8
100 39.6
150 39.0
200 38.5
250 37.5
300 36.0
350 34.0

EXERCÍCIO PROPOSTO 14

Hm (m)
BOMBA IV 260 mm
50
SISTEMA
48
BOMBAS EM PARALELO
46
44
42
40
38
36
34
32
30
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10

10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350 370 390 Q (l/s)

Verificamos que o sistema funcionará com Q = 305 l/s e Hm = 36 m. Assim a


bomba escolhida é a IV funcionando um diâmetro de rotor = 260 mm.
204

Rendimento em cada bomba. Vazão em cada bomba: 152,5 l/s.

BOMBA IV
60

62%
50
62%
220
40 240
260
Hm(m)

30 280
50%
40%

55%

300
"SISTEMA"
20 60%

10

0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
Vazão (L/s)

Assim, verificamos que o rendimento de cada bomba é de 62%.

36 × 152,5
A potência elétricas consumida em cada bomba: P = = 118 CV
75 × 0,62
Assim a Potência total consumida no sistema é 2 P = 236 CV

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