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Súmula 535-STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de
pena ou indulto.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015.
Falta grave
A Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) prevê as situações que configuram falta grave.
As situações de falta grave irão variar conforme o condenado esteja cumprindo pena privativa de
liberdade ou restritiva de direitos.
Hipóteses de falta grave para réus que estejam cumprindo pena privativa de liberdade: estão
previstas no art. 50 da LEP;
Hipóteses de falta grave para réus que estejam cumprindo pena restritiva de direitos: estão elencadas
no art. 51 da LEP.
Hipótese de falta grave aplicável tanto para réus que estejam cumprindo pena privativa de liberdade
como para condenados a pena restritiva de direitos: prática de crime doloso (art. 52, caput, 1ª parte).
Hipóteses de falta grave para condenado que esteja cumprindo pena privativa de liberdade
A Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) prevê um rol de situações que configuram falta grave do
condenado que esteja cumprindo pena privativa de liberdade.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I — incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II — fugir;
III — possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV — provocar acidente de trabalho;
V — descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI — inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei;
VII — tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
Além dessas situações acima, a LEP prevê uma hipótese que constitui falta grave tanto para condenados
que estejam cumprindo pena privativa de liberdade como para os que estejam cumprindo pena restritiva
de direitos. Trata-se da prática de crime doloso, situação trazida pelo art. 52, caput, 1ª parte da LEP. Veja:
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave (...)
Exemplo:
O Presidente da República editou um Decreto Presidencial concedendo o “indulto natalino” para aqueles
que tivessem cumprido 1/3 da pena.
João já cumpriu 1/3 da pena (requisito objetivo). Ocorre que ele praticou, há um mês, falta grave.
O juiz negou a concessão do indulto, afirmando que, como o condenado praticou falta grave, a contagem
do prazo deverá ser interrompida (reiniciar-se do zero).
Ocorre que o Decreto não previu isso.
Desse modo, essa exigência imposta pelo juiz é ilegal e não pode ser feita.
Não cabe ao magistrado criar pressupostos não previstos no Decreto Presidencial, para que não ocorra
violação do princípio da legalidade.
Assim, preenchidos os requisitos estabelecidos no mencionado Decreto, não há como condicionar ou
impedir a concessão da comutação da pena ao reeducando sob nenhum outro fundamento, sendo a
sentença meramente declaratória.
EXECUÇÃO PENAL
Consequências decorrentes da prática de FALTA GRAVE: