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E' claro que hoje essa certeza não vem da simples cons-
tatação histórica que todos os homens têem morrido.
Ha vida imortal, pelo menos em relação ao planeta.
Na teoria de Weissmann é virtualmente imortal o plasma
germinativo, a morte dos protozoários é acidental e a morte
não acidental dos metazoários é o final do processo mórbido
da velhice.
De modo que a maior funda-se numa síntese indutiva
que dá a velhice como determinada pelo processo biológico
dos metazoários, principalmente pela dificuldade duma siner-
gia perfeita dos órgãos e dum meio interior propício.
A tese audaz, à fôrça de banal, de Metchnikoff é que
a morte, sendo o final duma doença, seria curável, se esta o
fôsse.
A velhice não é curável, mas é susceptível de melhora-
mento por meios higiénicos (l) cirúrgicos e terapêuticos,
(acções directas ou indirectas sobre o meio interior) logo a
morte pode ser afastada e afeiçoada a um semblante mais
risonho.
Daí um optimismo com profundas raíses scientíficas e
que aos médicos competia, desenvolver.
A certeza da mortalidade é, pois, a certeza do envelhe-
cimento.
Suponhamos agora que uma experiência resiste e nos
apresenta um homem que ressuscita.
?Como conservaremos a primeira certeza?
Considerando o fenómeno aparente, produto duma alu-
cinação individual ou colectiva, enquanto fôr racional esta
explicação.
Supondo um simples sono catelético e respectivo
acordar, etc.
São estas hipóteses mais compatíveis com a certeza das
nossas antecipações teóricas que primeiro faremos.
Mas pode acontecer que as próprias antecipações teóricas
da nossa experiência não recebam qualquer destas explica-
ções, é então que usaremos do recurso nominalista.
E' o caso de Cristo para quem acredite suficientes as
provas históricas da sua vida e aparecimento póstumo.
O homem Jesus morreu, apenas à divindade permaneceu,
LEONARDO COIMBRA
Maio, de 1920