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2.

ATIVO DIFERIDO

Plano de contas – geral

ATIVO DIFERIDO – CUSTO


A. GASTOS DE IMPLANTAÇÃO E PRÉ-OPERACIONAIS
Gastos de organização
Encargos financeiros líquidos
Variação monetária
Estudos, projetos e detalhamentos.
Juros a acionistas na fase de implantação
Gastos preliminares de operação
Amortização acumulada ( conta credora )

1. Classificam-se no ativo diferido as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a


formação do resultado de mais de um exercício social. Estão compreendidas nesta classificação, entre
outras, as despesas de organização, custo de estudos e projetos, despesas pré-operacionais, despesas com
investigação científica e tecnológica para desenvolvimento de produtos ou processos de produção e
encargos incorridos com a reorganização ou reestruturação da entidade.
2. Como regra geral, os direitos classificados no diferido são “pacotes” de serviços já recebidos pela
entidade cujos benefícios serão aproveitados em períodos subseqüentes. Se a estes fatos se acrescenta que
esses direitos são geralmente intransferíveis, em virtude de serem inaproveitáveis por terceiros, e que, por
sua natureza, estão intimamente ligados ao destino da entidade, conclui-se que:
a) Os direitos classificados no ativo diferido devem ser avaliados ao custo. Esse custo deve ser rateado,
através de amortização, entre os diversos períodos beneficiados.
b) Se, em qualquer circunstância, houver dúvidas quanto à recuperação das despesas diferidas com
lucros de períodos futuros, ou quanto à continuidade da entidade em regime operacional, os montantes
ativados deverão ser imediatamente amortizados na sua totalidade.
A natureza dos itens classificados no ativo diferido faz com que sua amortização apresente um grande
problema: a determinação do número de períodos pelos quais a amortização deve se estender. Duas coisas
são certas: (a) de acordo com o princípio de correspondência entre receitas e despesas, o primeiro período
de amortização deve ser aquele em que os benefícios decorrentes da existência da despesa diferida
começam a ser usufruídos. Por exemplo, as despesas pré-operacionais serão amortizadas a partir do
período de inicio das operações; (b) as despesas diferidas deverão ser amortizadas no prazo máximo
durante o qual se considera ser razoável esperar benefícios em decorrência dessas despesas diferidas.
As amortizações deverão ser calculadas pelo método linear, exceto quando, devido à natureza específica
das despesas, seja razoável a adoção de outra base de amortização. Deve-se enfatizar a necessidade de um
método uniforme de amortização através dos períodos por ela abrangidos. Contudo, os métodos e
porcentagens de amortização serão revisados periodicamente, para determinar se existem razões
decorrentes de eventos subseqüentes às estimativas originais que justifiquem mudanças.
2.1 Exemplos de despesas classificáveis
No diferido
Gastos de organização
Como despesas de organização se entendem, apenas, aqueles custos e gastos incorridos para a formação
da entidade, isto é, para que a entidade esteja jurídica e efetivamente em condições de existir. Essas
despesas, normalmente, incluem itens, tais como, honorários profissionais para a elaboração dos contratos
ou estatutos, despesas de legalização desses documentos e custos dos primeiros registros oficiais da
empresa e respectiva legalização. As despesas de organização terminam, assim, quando é legalizada a
empresa. A amortização dessas despesas deverá ser feita a partir do início das operações comerciais ou
industriais da entidade e não a partir do ano que ela foi constituída.
Estudos, projetos e detalhamento
Simultaneamente com a organização da entidade, e talvez até muito antes de sua própria constituição,
processa-se a elaboração do projeto ou dos projetos a que se irá dedicar a entidade. Por vezes, dois ou
mais projetos são elaborados até que se decida qual o que vai ser adotado. Evidentemente, a elaboração
desses projetos absorve gastos que deverão, em última análise, ser recuperados com os resultados a serem
auferidos pela entidade. Devem essas despesas ser classificadas sob um título de “custos de estudos e
projetos”, como parte do ativo diferido, e serem amortizadas a partir do inicio das operações.
Esses ativos diferidos devem ser avaliados ao custo, mesmo no caso, bastante raro, em que se possa
atribuir a tais projetos um valor de possível realização.
Encargos Financeiros Líquidos
Compreendiam todos os gastos financeiros incorridos no período pré-operacional, quer variações
monetárias (atualizações de dividas ), quer juros propriamente ditos etc. É importante ressaltar que
somente poderiam ser registrados neste grupo os encargos financeiros decorrentes de financiamentos
relacionados á composição do próprio ativo diferido.
Juros a acionistas
Eram registrados os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que antecedia o inicio das
operações sociais .
Gastos Preliminares de operação
Incluíam os materiais consumidos, os salários pagos ao pessoal da produção e respectivos encargos
sociais, e os custos indiretos de fabricação incorridos na fase de preparação para inicio das operações
sociais.

2.1.2 GASTOS DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS E MÉTODOS

Os gastos significativos realizados com a implantação de sistemas e métodos, quando contribuírem para a
formação do resultado de mais de um exercício social futuro, devem ser registrados no Ativo Diferido e
amortizados durante o período em que se espera a produção de resultados para a empresa.

2.1.3 GASTOS DE REORGANIZAÇÃO

Os gastos significativos realizados com reorganização ou reestruturação de determinadas áreas ou da


totalidade da empresa, que irão produzir benefícios futuros, serão contabilizados no diferido e
amortizados durante o período em que os resultados dessa reorganização ou reestruturação serão
usufruídos pela empresa.

2.1.4 AMORTIZAÇÃO

De acordo com a Lei nº 6.404/76 e o art. 327 do RIR/99, a amortização dos valores registrados no Ativo
Diferido deverá ser feita em prazo não inferior a cinco anos e não superior a dez anos, a partir do início da
operação normal ou do exercício em que passem a ser usufruídos os benefícios delas decorrentes,
devendo ser registrada a perda do capital aplicado quando abandonados os empreendimentos ou
atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas atividades não poderão produzir resultados
suficientes para amortizá-los.

2.1.5 GASTOS COM COLOCAÇÃO DE AÇÕES

A CVM em seu oficio-circular/CVM/SNC/SEP 1/2006 determinava que gastos com colocação de novas
ações deveriam ser tratados como despesas operacionais do exercício, os custos de transação incorridos
na captação de recursos por intermédio da emissão de títulos patrimoniais devem ser contabilizados de
forma destacada, em conta redutora de patrimônio liquido.

2.2 RESULTADOS NA FASE PRÉ-OPERACIONAL OU NA EXPANSÃO

Além dos gastos efetivados pela empresa na fase pré-operacional ou na expansão, são também registrados
no grupo do Ativo Diferido os resultados eventuais obtidos nessa fase e que são utilizados ou mantidos
para empregar no empreendimento em andamento, como por exemplo: venda de bens, receita financeira
de recursos ainda não aplicados.

Assim, se a empresa obtém receitas financeiras, deverá considerar essas receitas como dedução das
despesas financeiras lançadas no próprio Ativo Diferido, e se ultrapassarem esse valor, deverá deduzi-las
das outras despesas pré-operacionais, mediante registro em uma conta específica à parte, como redução
das despesas pré-operacionais.

No caso da venda de bens, o ganho apurado será registrado como redução dos gastos pré-operacionais.
Por outro lado, se ocorrer prejuízo, esse valor será acrescido ao Ativo Diferido.

3. DESPESAS ANTECIPADAS.
artigo 179 da Lei nº 6.404/1976 - Lei das Sociedades por Ações - afirma que as despesas antecipadas
referem-se a aplicações de recursos em despesas do Exercício seguinte. Com a introdução na legislação
do Imposto de Renda do chamado sistema de bases correntes - atualmente, as empresas levantam balanço
ou balancete de suspensão ou redução do imposto - a expressão "exercício seguinte" deve ser entendido
no sentido de "período de apuração seguinte".

3.1 CLASSIFICAÇÃO NO BALANÇO PATRIMONIAL

As despesas antecipadas são classificadas no grupo do ativo circulante. Essa classificação no ativo
circulante deve observar o prazo de geração do benefício da despesa. Assim, classifica-se neste grupo a
despesa cujo benefício será usufruído até o término do exercício social seguinte ao de sua efetivação.
No plano de contas da empresa, referidas despesas poderão ser elencadas da seguinte maneira:

- Ativo Circulante;
- Despesas Antecipadas;
- Prêmios de Seguros;
- Encargos Financeiros;
- Assinaturas e Anuidades;
- Aluguéis;
- Vale-Transporte.

Quando o período de geração do benefício da despesa paga ultrapassar o término do exercício social
seguinte, a parcela correspondente será classificada no realizável à longo prazo.

Antes da vigência da MP n° 449/08, transformada na Lei n° 11.941/09, ficou eliminada a possibilidade de


novas transações serem classificadas no Ativo Diferido, existia freqüente duvidas a respeito da natureza
das transações que deveriam ser classificadas nesse subgrupo e aquelas que deveriam ser classificadas
como Despesas Antecipadas.

3.2 TIPOS DE DESPESAS ANTECIPADAS

As despesas antecipadas devem abrigar apenas itens intangíveis do ativo. Existem diversos tipos de
despesas antecipadas, sendo as mais comuns:

a) despesas antecipadas com seguros;


b) despesas antecipadas com aluguéis;
c) despesas antecipadas com juros;
d) despesas antecipadas com assinaturas e anuidades;
e) despesas com vale-transporte;
f) comissões pagas por conta de faturamento.

4. ATIVO DIFERIDO COM AS ALTERAÇÕES


Em 28 de dezembro de 2007, foi publicada a Lei Federal n° 11.638 com vigência a partir de 1° de janeiro
de 2008. Ocorreram as seguintes alterações na lei precedente:
Ocorreram as seguintes alterações na lei precedente:
Demonstrações Financeiras: Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC /Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos – DOAR /Demonstração do Valor Agregado – DVA
Balanço Patrimonial:Ativo Permanente /Patrimônio Líquido
Determinação do Resultado do Exercício
Critérios de Avaliação de Ativos e Passivos
Escrituração Contábil
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão.
Alterações no ativo permanente

As alterações no ativo permanente com a vigência da lei 11638/07 foram:


No ativo permanente, a conta de Bens intangíveis, que são bens que não possuem existência física, porém
representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da empresa como direitos sobre marcas
e patentes, ponto comercial, fundo de comércio; Após as alterações o permanente ficou dividido em
investimento, imobilizado, intangível e ativo diferido.
Imobilizado/Intangível/Diferido
A companhia deverá efetuar análise, periódica, sobre a recuperação dos valores registrados e computar a
perda do capital aplicado quando:
·Houver interrupção dos empreendimentos ou atividades a que se destinavam.
·Houver comprovação de que não produzirão resultados suficientes para sua recuperação, ocasionando
revisão dos critérios para determinação da vida útil econômica estimada para cálculo da depreciação,
exaustão e amortização.
Com relação ao imobilizado, a lei não define os tipos de bens com os quais a companhia
possui benefícios, riscos e controle (leasing e comodato, por exemplo) nem mesmo a forma de
contabilização desses bens.
No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas cuja administração tenha influência
significativa, ou de que participe com 20% ou mais do capital votante (ações ordinárias) em controladas e
em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sobre controle comum serão
avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.
Conforme Art. 37. A Lei no 6.404, de 1.976, passa a vigorar acrescida dos arts. 184-A, 299-A e 299-B.O
saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza, não puder ser
alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa
amortização, sujeito à análise sobre a recuperação de que trata o § 3o do art. 183." (NR) e o saldo
existente no resultado de exercício futuro em 31 de dezembro de 2008 deverá ser reclassificado para o
passivo não-circulante em conta representativa de receita diferida.
Estudando a Lei 11.638/07, precisamente o Balanço Patrimonial, os grandes grupos tiveram modificação
sendo apenas Ativo e no Patrimônio Líquido, sendo que no Ativo os grupos são ativo circulante, Ativo
Realizável em Longo Prazo, Ativo Permanente, dividido em investimentos, Ativo Imobilizado, Ativo
Intangível e Ativo Diferido e o grande grupo Passivo, com Passivo Circulante, Passivo Exigível em
Longo Prazo, Resultados de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido, dividido em capital social, reservas
de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.

Orientações CPC

Objetivo
O objetivo do presente Pronunciamento Técnico é o de definir o tratamento contábil dos ativos
intangíveis que não são abrangidos especificamente em outro Pronunciamento. Este Pronunciamento
estabelece que uma entidade deve reconhecer um ativo intangível apenas se determinados critérios
especificados neste Pronunciamento forem atendidos. O Pronunciamento também especifica como
mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo divulgações específicas sobre esses ativos.
Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível:

O CPC 04 aplica-se à contabilização de ativos intangíveis.


Tem o objetivo de definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis, de forma a estabelecer critérios
para o reconhecimento e a mensuração do valor contábil dos ativos intangíveis e definir as divulgações
especificas sobre esse ativo.

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