!

"#2 MAIO DE 2015

ESPERAN
para quem
ÇA
não tem onde morar
 !"#2
˙

N E S TE N ÚME RO s MAIS ON-LINE

3 OBSERVANDO O MUNDO QUEM SOMOS
Em foco: Ásia O que acontece em
um Salão do Reino?
4 MATÉRIA DE CAPA Nesse breve vídeo, saiba como são
Esperança para quem as reuniões das Testemunhas de Jeová
não tem onde morar no mundo inteiro e conheça algumas
pessoas que assistem a essas
reuniões.
8 AJUDA PARA A FAMÍLIA
Como ensinar seus
filhos a obedecer
r (Acesse QUEM SOMOS ˛ REUNIÕES.)

10 “Com a ajuda de CRIAN ÇAS

Deus, estamos nos TORNE-SE AMIGO DE JEOV Á
recuperando” Por favor e obrigado
Nesse vídeo, veja por que o Pedrinho
12 LIÇÕES DO PASSADO fica feliz quando aprende a mostrar
Al-Khwarizmi boas maneiras.
(Acesse ENSINOS BÍBLICOS ˛ CRIANÇAS.)
14 O CONCEITO DA BÍBLIA
Violência
r
16 TEVE UM PROJETO?
A bioluminescência
da lula-anã do Havaí

Vol. 96, No. 5 / Monthly / PORTUGUESE (Brazilian Edition)

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Tiragem de cada número: 51.788.000 em 101 idiomas Gostaria de receber mais informaçoes
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Esta publicaçao nao e vendida. Ela faz parte de uma obra educativa bıblica, mundial, mantida por donativos.
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Despertai! e publicada mensalmente pela Associaçao Torre de Vigia de Bıblias e Tratados. ´
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Sede e grafica: Rodovia SP-141, km 43, Cesario Lange, SP, 18285-901. Diretor responsavel: A. S. Machado Filho. TESTEMUNHAS DE JEOVA: BRASIL: Rodovia SP-141, km 43,
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Revista registrada sob o numero de ordem 517. 5 2015 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania. Cesario Lange, SP, 18285-901. PORTUGAL: Apartado 91,
Todos os direitos reservados. Impressa no Brasil. P-2766-955, Estoril. Para uma lista completa de endereços
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EM FOCO:
ÁSIA
A Ásia é o continente onde há
mais pessoas no mundo. Só as
populações da China e da Índia
juntas representam um terço dos
habitantes da Terra. Que desafios
os países asiáticos enfrentam para
educar e proteger seus cidadãos?
MORTALIDADE APÓS TUFÕES Uma
pesquisa feita nas Filipinas revela
que, em geral, o número de meni-
nas com menos de 1 ano de ida-
de que morrem no período de
12 meses após a passagem de
um tufão é cerca de 15 vezes
maior que o número de mortes
causadas pelo próprio tufão. Al-
gumas das causas podem incluir:
falta de emprego por causa do tu-
fão, custo de reconstrução da mo-
radia e menos recursos da famí-
lia, como alimentação e cuidados
médicos, destinados a meninas.
O QUE A BÍBLIA DIZ: “Repartam a
sua comida com os famintos, . . .
recebam em casa os pobres que
estão desabrigados, . . . deem
roupas aos que não têm.”
— Isaías 58:7, Bíblia na Lingua-
gem de Hoje.
OBSERVANDO O MUNDO  ÁSIA
A EDUCAÇÃO PROTEGE AS CRIANÇAS De acordo com especialistas jurídi-
cos chineses, crianças correm um risco maior de sofrer abuso se-
xual quando seus pais não as ensinam desde pequenas sobre
sexo. Na China, promotores lidaram com cerca de 8 mil acusações
de abuso sexual de crianças entre 2010 e 2013. As crianças “são
vulneráveis e se tornam alvos fáceis”, diz um professor de direito da
Universidade Normal de Pequim. “A educação é a principal forma
de prevenir agressões sexuais.”
Pais sábios ensinam seus filhos a se proteger
O QUE A BÍBLIA DIZ:
“do homem que fala perversidades”. — Provérbios 2:1, 10-12.
SUICÍDIO DE IDOSOS NA COREIA DO SUL Em 2011, mais de 25% de to-
dos os suicídios ocorridos na Coreia do Sul foram de pessoas com
65 anos ou mais. Alguns pesquisadores atribuem esse índice a mu-
danças de atitude em relação ao cuidado de idosos e a fatores
econômicos — quase 50% dos idosos sul-coreanos vivem em relati-
va pobreza. Hoje, menos da metade da população na Coreia do Sul
acha que os filhos precisam sustentar pais idosos.
O QUE A BÍBLIA DIZ: “Honra a teu pai e a tua mãe.” — Efésios 6:2.
Despertai! maio de 2015 3
M AT É R I A D E C A PA
Esperança para quem não tem onde morar
Joe é um veterano militar nos
Estados Unidos. Tragédias pessoais
e familiares o levaram a viver nas
ruas por 18 anos. Em certa época,
ele passou a frequentar uma
biblioteca pública, onde às vezes
conversava com uma bibliotecária.
Essas conversas mudaram sua vida.
Martín, um jovem na Argentina,
sentia um grande vazio espiritual.
Para ele, a vida parecia não ter
sentido. Em busca de respostas,
ele saiu de casa e, depois de um
tempo, acabou morando numa
praia. Mas, em vez de encontrar o
que estava procurando, Martín ficou
profundamente deprimido.
Chorando, ele implorou a Deus: “Se
o senhor existe, por favor me ajude
a encontrá-lo.” Qual foi o resultado?
Veremos.
AS PESSOAS passam a viver nas ruas por várias ra-
zões. Algumas, como Joe, sofreram tragédias pes-
soais. Outras, como Martín, não quiseram mais levar
uma vida “normal” por achar que ela não passa de
uma rotina sem sentido. E outras acabam morando
nas ruas por causa de pobreza, desastres naturais,
violência doméstica, abuso de drogas e álcool, trans-
tornos mentais, perda de emprego ou falta de mora-
dia a um custo acessível.
Antes considerada uma realidade apenas de paí-
ses em desenvolvimento ou afligidos pela guerra ou
crise econômica, a situação dos moradores de rua
“se tornou um grande problema social na maioria
dos países desenvolvidos”, segundo o professor de
psicologia Paul Toro.1 Ineficientes políticas de auxílio
a famílias de baixa renda e o aumento da desigualda-
de econômica são alguns fatores que podem ter con-
tribuído para essa situação.
É comum ficar ansioso quanto ao amanhã.
Mas muitas pessoas ficam mais tranquilas ao des-
cobrir o que a Bíblia diz sobre o futuro — assunto
que vamos considerar em breve. Além disso, a Bíblia
também pode nos ajudar agora, pois ela fornece prin-
1 Milhees foram forçados a deixar suas casas por causa de
guerras, violência ou perseguição e se tornaram refugiados em outros
países ou em seu próprio país. Esse problema foi considerado na Desper-
tai! de 22 de janeiro de 2002.
cípios confiáveis para guiar nossa vida. Es-
ses princípios nos ajudam a ter segurança
econômica e a melhorar nossa saúde
emocional, como Joe e Martín descobri-
ram.
A BÍBLIA MUDOU SUA VIDA
“Joe parecia inteligente, humilde e edu-
cado”, disse Cindi, que trabalhava na bi-
blioteca aonde Joe costumava ir. Ela era
Testemunha de Jeová e dava a ele as re-
vistas A Sentinela e Despertai!. Cindi tam-
bém o convidou para uma reunião cristã.
Como foi tratado com bondade e respei-
to, ele passou a assistir às reuniões regu-
larmente. Ele também começou a estudar
a Bíblia com um membro da congregação.
Joe se sentiu muito consolado pelo que
aprendeu e passou a pôr em prática os
ensinos bíblicos mesmo sabendo que te-
ria de fazer grandes mudanças. Por exem-
plo, ele aprendeu que a vida é um presen-
te de Deus que deve ser tratado com
respeito e que fumar prejudica o corpo.
(Salmo 36:9) Por isso, ele parou de fumar,
seguindo o princípio de 2 Coríntios 7:1:
“Purifiquemo-nos de toda imundície da
carne.” Obviamente, a decisão de Joe não
só fez bem à sua saúde, mas também o
ajudou a economizar dinheiro.
Quando entendeu a importância do
conselho bíblico de que cada um deve fa-
zer o que pode para se sustentar, Joe co-
meçou a procurar emprego.1 (1 Tessaloni-
censes 4:11, 12) “Não há nada melhor
do que comer, e deveras beber, e . . . ver
o que é bom por causa do seu trabalho ár-
duo”, diz Eclesiastes 2:24. Trabalhar faz
bem porque o trabalho honesto nos digni-
fica, o que aumenta nossa autoestima.
1 Algumas pessoas querem trabalhar, mas não con-
seguem, talvez por causa de uma deficiência, problema
de saúde ou idade avançada. O que Deus não aprova é a
pessoa que ‘não quer trabalhar’. — 2 Tessalonicenses
3:10.
Estudar a Bíblia ajudou Joe a
aumentar sua autoestima
Além disso, nos dá condições de ajudar os
necessitados. — Efésios 4:28.
Vendo a sinceridade de Joe, “a con-
gregação o acolheu”, disse Cindi, e “al-
guns o ajudaram a conseguir uma mora-
dia adequada e a solicitar benefícios aos
quais ele tinha direito”. Joe continuou a fa-
zer progresso e, com o tempo, foi batizado
como Testemunha de Jeová. Agora ele
pode, por experiência própria, incentivar
outros a encontrar a sabedoria de Deus
contida na Bíblia. — Provérbios 3:13, 14.
ELE DESCOBRIU O
OBJETIVO DA VIDA
Martín começou a buscar o objetivo
da vida aos 20 anos de idade. Ele diz:
“Eu pesquisei religiões e filosofias e recor-
ri às drogas na tentativa de preencher o
vazio que eu sentia. Mas isso não deu
certo.” Por um tempo, ele morou na Cali-
fórnia, Estados Unidos, e depois se mu-
dou para o Havaí. “Achei que eu tinha en-
contrado o paraíso”, relembra ele. Mas a
bela paisagem também não o satisfez. Ele
acrescenta: “Fiquei tão deprimido que até
pensei em me matar.” Foi nessa época
que ele implorou a Deus, aos prantos: “Se
o senhor existe, por favor me ajude a en-
contrá-lo.”
Martín lembrou-se de que tinha visto
um lugar com um letreiro que dizia “Salão
do Reino das Testemunhas de Jeová”. Ele
decidiu ir até lá e assistir a uma reunião
cristã. “Eu tinha cabelo comprido e barba
e estava usando a mesma roupa havia
Despertai! maio de 2015 5

Hoje Martín encara a vida de modo positivo
meses”, disse ele. “Apesar disso, fui muito
bem recebido.” Martín aceitou estudar a
Bíblia. Ele caminhava de sua “casa”, a
praia, até a praça da cidade para estudar
a Bíblia ali.
Finalmente, Martín começou a encon-
trar respostas satisfatórias. Com isso, sua
depressão acabou e ele experimentou a
alegria à qual Jesus se referiu quando dis-
se: “Felizes os cônscios de sua necessida-
de espiritual.” — Mateus 5:3.
Martín passou a encarar a vida de for-
ma diferente e a aplicar os mesmos prin-
cípios bíblicos que ajudaram Joe a recons-
truir sua vida. Martín começou a cuidar
melhor de sua aparência e, com a ajuda
“As pessoas ficavam
impressionadas com
as mudanças que eu
estava fazendo”
das Testemunhas de Jeová, encontrou um
emprego e um lugar para morar. “Eu era
conhecido como o mendigo da praça”,
disse ele, “mas, quando comecei a fazer
mudanças, as pessoas ficaram impressio-
nadas”.
Mais tarde, Martín voltou para a Argenti-
na, onde foi batizado como Testemunha
de Jeová. Hoje ele considera um privilégio
poder ajudar outras pessoas a encontrar
respostas às suas perguntas sobre a vida.
QUANDO NÃO HAVERÁ MAIS
POBREZA NEM FALTA DE MORADIA
Jeremias, um servo antigo de Deus,
passou por uma fase muito difícil em sua
vida. Uma cruel nação inimiga invadiu
sua terra natal e capturou muitas pes-
soas para usá-las como escravas. (Lamen-
tações 1:3) Embora fosse poupado, Jere-
mias perdeu quase tudo o que tinha.
Arrasado, ele orou: “Lembra-te da minha
tribulação e de que estou sem lar.”
— Lamentações 3:19.
Apesar de seu sofrimento, Jeremias não
caiu em desespero. Por quê? Primeiro,
porque ele sabia que Jeová Deus não o
abandonaria. (Jeremias 1:8) Segundo,
ele estudava as Escrituras, que falam de
um tempo em que a pobreza e o sofri-

PRINCÍPIOS QUE PODEM MELHORAR SUA SEGURANÇA FINANCEIRA

Não contraia dívidas des-
necessárias. “Quem toma
emprestado é servo do ho-
mem que empresta.”
— Provérbios 22:7.
Tome cuidado com esquemas
de enriquecimento rápido.
“Qualquer inexperiente põe fé
em cada palavra, mas o argu-
cioso [ou inteligente] considera
os seus passos.” — Provérbios
14:15; 22:26, 27.
Seja trabalhador. “O preguiço-
so deseja e nada consegue,
mas os desejos do diligente
são amplamente satisfeitos.”
— Provérbios 13:4, Nova Ver-
são Internacional.
Tenha autocontrole. “O beber-
rão e o glutão ficarão pobres.”
— Provérbios 23:21.
Tenha um ponto de vista
equilibrado. “Não me dês
nem pobreza nem riquezas.”
— Provérbios 30:8, 9.
Seja generoso, não mesqui-
nho. “O generoso prosperará.”
— Provérbios 11:25, NVI.

mento vão acabar e serão substituídos
por verdadeira paz e segurança. — Salmo
37:10, 11.
Isso não vai acontecer por meios hu-
manos, mas será resultado de um gover-
no perfeito, que a Bíblia chama de Reino
de Deus. (Daniel 7:13, 14) O Rei desse
Reino é Jesus Cristo, que, quando estava
na Terra, demonstrou grande compaixão
pelos pobres. (Lucas 7:22; 14:13) Sob
seu governo, “florescerá o justo e a abun-
dância de paz. . . . [Ele] livrará ao pobre
que clama por ajuda, também ao atribula-
do e a todo aquele que não tiver ajudador.
Resgatará sua alma da opressão e da vio-
lência”. — Salmo 72:7, 12, 14.
O Reino de Deus era o assunto prin-
cipal do ensino de Jesus. (Lucas 4:43) Ele
até mesmo ensinou as pessoas a orar:
“Venha o teu reino. Realize-se a tua vonta-
de, como no céu, assim também na terra.”
(Mateus 6:9, 10) Como será a vida quando
o Reino de Deus estiver no pleno controle
da Terra? A Bíblia faz uma bela descrição.
Por exemplo, ela diz a respeito dos súditos
do Reino de Deus:
“Hão de construir casas e as ocuparão.” — Isaías 65:21
˙ “Hão de construir casas e as ocupa-
rão; e hão de plantar vinhedos e
comer os seus frutos. Não construirão
e outro terá morada; não plantarão
e outro comerá. . . . Meus escolhidos
usufruirão plenamente o trabalho
das suas próprias mãos.” — Isaías
65:21, 22.
˙ “E realmente sentar-se-ão, cada um
debaixo da sua videira e debaixo da
sua figueira, e não haverá quem os
faça tremer; porque a própria boca
de Jeová dos exércitos falou isso.”
— Miqueias 4:4.
Essa esperança segura pode nos dar
forças quando passamos por dificuldades.
Além disso, os princípios bíblicos nos aju-
dam a ter uma vida significativa e satisfa-
tória mesmo agora, assim como acon-
teceu com Joe, Martín e muitos outros.
Nosso Criador, Jeová Deus, nos dá esta
garantia: “Quanto àquele que me escuta,
residirá em segurança e estará despreo-
cupado do pavor da calamidade.” (Provér-
bios 1:33) Que essas palavras se cum-
pram em sua vida! ˛
Despertai! maio de 2015 7
 A JUDA PARA A FAMÍLIA  CRIAÇÃO DE FILHOS
Como
ensinar
seus filhos
a obedecer
O DESAFIO
Você e seu filho de 4 anos vi-
vem disputando quem manda
em quem, e parece que seu fi-
lho sempre vence.
˙ Quando você diz a ele para
fazer alguma coisa que ele
não quer, ele a ignora.1
˙ Quando você diz a ele para
não fazer alguma coisa que
ele quer, ele faz birra.
Talvez você se pergunte: ‘Isso
é só uma fase? Eu devo sim-
plesmente esperar que ele
melhore quando crescer?’
Você pode ensinar seu filho a
obedecer. Mas antes de consi-
derar como, vejamos primeiro
uma possível razão para o
mau comportamento dele.
1 Embora usemos neste artigo o gênero
masculino para nos referir à criança, os
princípios também se aplicam a meninas.
r Encontre mais ajuda para a família no site www.jw.org
POR QUE ACONTECE
Quando seu filho era recém-nascido, sua principal
função era cuidar dele. Você estava à disposição: ele
só precisava chorar e você vinha correndo para atender
a todas as suas necessidades. É claro que essa reação
era apropriada e necessária, pois um bebê precisa de
constante atenção dos pais.
Depois de muitos meses sendo tratado dessa manei-
ra, é natural que o filho pense que é o senhor da casa e
que seus pais são seus empregados, prontos para obe-
decer seu comando. Daí, geralmente aos 2 anos de ida-
de, o filho se depara com uma dura realidade: seu pe-
queno “reinado” acabou. Os pais não obedecem mais
as ordens do filho; eles esperam que o filho obedeça
as ordens deles. Isso é um choque e tanto para as crian-
ças. Algumas reagem com birras. Outras testam a auto-
ridade dos pais por se recusar a obedecê-los.
Nessa fase crítica, os pais precisam assumir uma nova
função: uma figura de autoridade que dá instruções cla-
ras sobre o que se espera do filho. Mas o que fazer se
seu filho ignorar ou rejeitar essa orientação, como na si-
tuação descrita no quadro “O Desafio”?
O QUE VOCÊ PODE FAZER T E X T O S P R I N CI PA I S
Tome a liderança. Seu filho só vai aceitar seu papel “O rapaz deixado solto causará ver-
como líder se você tomar a liderança. Por isso, você pre- gonha à sua mãe.” — Provérbios
cisa exercer sua autoridade, mas de forma equilibrada. 29:15.
Em décadas recentes, alguns especialistas fizeram com “Não retenhas a disciplina.”
que a palavra “autoridade” soasse negativa. Um deles — Provérbios 23:13.
até chamou a autoridade dos pais de “antiética” e “imo-
ral”. Mas a alternativa — a permissividade — pode dei- “A menos que . . . pronuncieis pala-
xar as crianças mimadas, confusas e se sentindo cheias vras facilmente entendidas, como
se saberá o que se fala?”
de direitos. Isso não vai ajudá-las a se tornarem adultos
— 1 Coríntios 14:9.
responsáveis. — Princípio bíblico: Provérbios 29:15.
Aplique a disciplina. Um dicionário define disciplina
como “treinamento que produz obediência ou autocon-
trole, muitas vezes na forma de regras, e castigos se es-
sas forem quebradas”. Naturalmente a disciplina jamais
deve ser injusta ou agressiva. Por outro lado, ela não PARA MAIS INFORMAÇ ÕES
deve ser vaga nem insignificante, o que não incentivaria Se você quiser conhecer outros princí-
o filho a mudar. — Princípio bíblico: Provérbios 23:13. pios bíblicos que podem ajudar os
pais, visite nosso site, jw.org. Acesse
Seja claro. Alguns pais apenas pedem aos filhos que os ENSINOS BÍBLICOS ˛ CASAIS E PAIS. Você vai
obedeçam. (“Eu gostaria que você arrumasse seu quar- encontrar artigos como:
to, tudo bem?”) Talvez achem que assim estão ensinan-
“Disciplinar os filhos”
do os filhos a ser educados. Mas essa estratégia pode
diminuir a autoridade do pai ou da mãe e dar abertu- “Como controlar as birras”
ra ao filho para avaliar o pedido e decidir se o aceita ou “Como dizer ‘não’ ”
não. Em vez de abrir mão de sua autoridade ao dar ins-
truções a seu filho, use frases afirmativas e claras. “Ensine valores morais a
seus filhos”
— Princípio bíblico: 1 Coríntios 14:9.
“O que fazer quando seu filho
Seja firme. Se você disser “não”, apegue-se a sua deci-
mente”
são e mostre que você e seu cônjuge estão de acordo.
Se você estabeleceu que seu filho sofreria uma conse- “Como disciplinar seu filho
quência caso desobedecesse, cumpra com sua palavra. adolescente”
Não fique negociando com seu filho nem entre numa Veja também “O que aconteceu com
discussão sem fim sobre por que você tomou essa deci- a disciplina?”, matéria de capa da
são. Será muito mais fácil para seu filho — e para você — Despertai! de abril de 2015.
se ‘o seu sim significar sim e o seu não, não’. — Tiago
5:12.
Seja amoroso. A família não é uma democracia nem
uma ditadura. Ela é uma provisão de Deus para que os
filhos sejam orientados de forma amorosa a fim de se
tornarem adultos responsáveis. Como parte desse pro-
cesso, a disciplina vai ensinar seu filho a obedecer e o
ajudará a ter certeza de que você o ama. ˛

Despertai! maio de 2015 9


“Com a ajuda de Deus,
estamos nos recuperando”
NATALYA e seu filho de 9 anos, Aslan, esta-
vam encolhidos ao lado de Zarina e sua fi-
lha de 12 anos, Anzhelika. Ao seu redor
havia mais de mil crianças e adultos sen-
tados no chão, vigiados por homens forte-
mente armados.
Mais cedo naquela quarta-feira, 1.° de
setembro de 2004, as crianças e seus
pais estavam do lado de fora de uma es-
cola para comemorar o primeiro dia do
ano letivo em Beslan, uma pequena cida-
de da Alânia, Rússia. De repente, mais de
30 atiradores e homens-bomba aparece-
ram gritando e dando tiros para o alto.
Eles cercaram a multidão, fizeram todos
entrar no ginásio da escola e armaram ex-
plosivos em volta do ginásio.
Impasse e caos
Esse foi o início de um tenso impasse
de três dias entre os terroristas e forças
Coroas de flores
no ginásio
Anzhelika morreu
em meio ao caos
de segurança. “Nunca orei tanto”, lembra-
se Natalya, que na época estudava a Bí-
blia com as Testemunhas de Jeová.
Era o fim do verão, e o ginásio se torna-
va cada vez mais quente e abafado. No
dia seguinte ao ataque, os sequestradores
não deram comida nem água aos reféns
e, no terceiro dia — sexta-feira —, alguns
reféns passaram a beber a própria urina e
a comer as flores que as crianças tinham
trazido para os professores. “Um menino
sentado perto de nós pôs uma folha na
minha mão”, diz Natalya. “Eu a parti no
meio e dei metade para Anzhelika e meta-
de para Aslan.”
Mais tarde naquele terceiro dia, come-
çou o caos. “Houve explosões, e eu caí
no chão”, conta Natalya. “O ar ficou cheio
de fumaça. Daí começaram os tiros.” Em
meio ao fogo cruzado entre soldados e ter-
roristas, Natalya e Aslan conseguiram fu-
gir se arrastando pelo chão. Alan, um mo-
rador da cidade, os puxou para fora dali.
Muitos não escaparam.
Dias difíceis
Centenas de crianças e adultos mor-
reram, inclusive Anzhelika. Por semanas,
choros e lamentos foram ouvidos em toda
Beslan. Do apartamento de Natalya po-
dia-se ver a escola antiga, e Aslan não
conseguia superar o trauma. Uma nova es-
cola foi construída nas proximidades, mas
ele não conseguia sequer entrar nela. Ele
nem mesmo saía para brincar. “Implora-
mos a Jeová que o ajudasse a vencer seu
medo”, diz Natalya. Com o tempo, Aslan
teve forças para voltar à escola.
O desafio de Natalya foi assistir às reu-
niões cristãs no Salão do Reino. Ela conta:
“Sempre que eu estava num espaço confi-
nado onde havia muitas pessoas, eu tinha
a sensação de que o prédio seria invadi-
do. Eu orava pedindo que nada aconte-
cesse. Depois de um tempo, parei de ir
às reuniões. Eu não me conformava com o
fato de tantas pessoas terem morrido e
nós termos sobrevivido.”
O processo de recuperação
“Sou muito grata aos membros da con-
gregação que se empenharam em me aju-
dar”, diz Natalya. “Uma Testemunha de
timos em nosso íntimo que tínhamos rece-
bido a sentença de morte.’ Ela também
leu Isaías 40:31: ‘Os que esperam em
Jeová recuperarão poder. Ascenderão com
asas quais águias.’ Textos bíblicos como
esses e o apoio emocional que eu recebi
de Ulyana e de outros me deram forças
para voltar a assistir às reuniões cristãs
com meus filhos. Mesmo assim, estar
num auditório ainda me deixa ansiosa.”
“Finalmente posso falar sobre aquele
dia sem medo ou ressentimento”
Zarina, mãe de Anzhelika, mais tarde
se tornou Testemunha de Jeová e não vê a
hora de receber de volta sua filha quando
ela for ressuscitada numa Terra bela e pa-
cífica, governada pelo Reino de Deus. (Ma-
teus 6:9, 10; Atos 24:15) Natalya e seus fi-
lhos foram batizados em 2009. Eles ainda
moram próximo ao ginásio, agora aban-
donado, mas conseguiram superar os hor-
rores daquela tragédia. “Finalmente posso
falar sobre aquele dia sem medo ou res-
sentimento”, diz Natalya. “Com a ajuda de
Deus, estamos nos recuperando.” ˛
TRISTES ESTATÍSTICAS

Jeová chamada Tatyana me visitava a

cada três dias sem falta. Mais tarde, ela Terroristas: mais de 30
trouxe outra Testemunha de Jeová, Ulya-
na, que era bondosa, calma, falava com Reféns: mais de 1.000
tato e conhecia muito bem a Bíblia. Ela
me elogiou pelo esforço que eu já tinha
Mortos: pelo menos 330
feito e me ouviu com atenção.
“Ulyana leu as palavras do apóstolo
Feridos: mais de 700
Paulo, registradas em 2 Coríntios 1:9.
Depois de enfrentar uma situação extre-
mamente difícil na Ásia, Paulo disse: ‘Sen-

Despertai! maio de 2015 11

 L I Ç Õ E S D O P A S S A D O  A L- K H W A R I Z M I

Al-Khwarizmi
PARA registrar seu peso ou calcular o preço
de suas compras, muitas pessoas usam
numerais indo-arábicos. Por que são chamados
“indo-arábicos”? Porque o sistema numérico
moderno, que usa os dígitos zero a nove,
provavelmente teve sua origem na Índia e chegou
ao Ocidente por meio de eruditos medievais que
escreviam em árabe. Um dos principais eruditos
foi um homem chamado Muhammad ibn-Musa
5 Melvyn Longhurst/SuperStock

al-Khwarizmi. Nascido por volta de 780 EC,

pelo visto numa região que hoje faz parte do
Uzbequistão, al-Khwarizmi já foi chamado de
“o grande herói da matemática árabe”. Por quê?

CU RI OS I DADE S O “HERÓI DA MATEMÁTICA ÁRABE”

) As primeiras versões dos Al-Khwarizmi escreveu sobre como usar números
numerais modernos já estavam decimais na prática e também esclareceu e popularizou
em uso na Índia no terceiro um método para resolver certos problemas matemáticos.
século AEC.
Ele explicou esse método em sua obra Kitab al-jabr
) Mais tarde, eruditos hindus wa’l-muqabala (O Livro da Restauração e do Balancea-
levaram seu conhecimento mento). O termo al-jabr no título deu origem à palavra
matemático para a corte do álgebra em português. A álgebra, segundo o escritor cien-
califa al-Mansur, em Bagdá. tífico Ehsan Masood, é considerada “a ferramenta mate-
) Em uma de suas obras, mática mais importante já inventada, que é a base de to-
al-Khwarizmi incentivou o uso dos os ramos da ciência”.1
do sistema decimal. Ele explicou “Incontáveis gerações de alunos do ensino médio gos-
em mais detalhes os conceitos tariam que [al-Khwarizmi] tivesse esquecido esse assun-
encontrados em fontes antigas, to”, brincou certo escritor. No entanto, al-Khwarizmi de-
incluindo tratados gregos, clarou que seu objetivo era explicar métodos a fim de
hebreus e hindus.
simplificar cálculos do dia a dia, como em transações
1 Na álgebra moderna, números desconhecidos são representados por le-
tras, como x e y. Um exemplo é a equação x  4 ˙ 6. Se subtraímos 4 dos dois
lados da equação, descobrimos que x é igual a 2.
 Álgebra: “a ferramenta matemática
mais importante já inventada”

comerciais, partilha de heranças, topografia, e assim Uma herança valiosa

por diante.
Séculos mais tarde, matemáticos ocidentais, como Ga-
“Quando se trata de números
lileu e Fibonacci, tinham al-Khwarizmi em alta estima por
e matemática, a herança
causa de suas explicações claras sobre o uso das equa- [deixada por eruditos medie-
ções. As descrições de al-Khwarizmi abriram caminho vais do Oriente Médio] é
para estudos mais detalhados sobre álgebra, aritmética e imensa e incontestável.”
trigonometria. A trigonometria ajudou eruditos do Orien- — Science and Islam (A Ciên-
te Médio a calcular a medida dos ângulos e lados de um cia e o Islã), de Ehsan
triângulo e a aprofundar seus estudos em astronomia.1 Masood.
Com base nas obras de al-Khwarizmi, esses eruditos “Os numerais ocidentais mo-
criaram novas formas de usar frações decimais e novos dernos talvez tenham resul-
métodos para determinar área e volume. Arquitetos e tado de uma mistura de vá-
construtores do Oriente Médio usaram essas técnicas rias fontes. Mas, até onde se
avançadas bem antes de seus colegas do Ocidente, que sabe, o primeiro país a usar
só as conheceram durante as Cruzadas. Mais tarde, os a maior parte dessas formas
ocidentais levaram esse conhecimento aos seus países, numéricas foi a Índia.” — Bri-
com a ajuda de muçulmanos instruídos que imigraram tannica Online Encyclopedia.
ou que eram prisioneiros. Na Europa, os numerais
indo-arábicos “se tornaram
A MATEMÁTICA ÁRABE SE TORNA CONHECIDA
amplamente conhecidos du-
Com o tempo, as obras de al-Khwarizmi foram tradu- rante o século 15”. — Enci-
zidas para o latim. Muitos atribuem ao matemático italia- clopédia da Sociedade e da
no Fibonacci (c. 1170-1250), também conhecido como Cultura do Mundo Medieval
Leonardo de Pisa, a popularização dos numerais indo-ará- (em inglês).
bicos no Ocidente. Fibonacci soube deles durante suas
viagens ao mundo mediterrâneo e mais tarde escreveu a
obra Liber Abbaci (O Livro do Cálculo).
As explicações de al-Khwarizmi levaram séculos para
se tornarem bem conhecidas. Mas hoje seus métodos e
a matemática relacionada a eles são a própria essência
Para ilustrar a simplicidade
da ciência e da tecnologia, sem falar do comércio e da
indústria. ˛ dos números árabes,
o número 188 é

CLXXXVIII
1 Astrônomos gregos foram os primeiros a calcular os ângulos e lados
de triângulos. Eruditos muçulmanos usavam a trigonometria para determi-
nar a direção da cidade de Meca. Os muçulmanos costumam orar em direção
a Meca. A tradição exige que os mortos sejam enterrados voltados para Meca
e que açougueiros muçulmanos estejam voltados para essa direção ao matar
em numerais romanos.
animais para consumo.

Despertai! maio de 2015 13

O CONCEITO DA BÍBLIA  VIOLÊNCIA

VIOLÊNCIA
A história da humanidade está repleta de violência. Mas será sempre assim?

Como Deus encara a violência?

O QUE AS PESSOAS DIZEM Muitas pessoas,
incluindo algumas que são religiosas,
acham que a violência é uma reação jus-
tificada à provocação. E milhões conside-
ram a violência na mídia uma forma acei-
tável de entretenimento.
O QUE A BÍBLIA DIZ Próximo à cidade de
Mossul, no norte do Iraque, estão as ruí-
nas do que já foi um dia uma grande cida-
de: Nínive, a capital do antigo Império
Assírio. Enquanto a cidade ainda era uma
próspera metrópole, a Bíblia predisse que
Deus faria “de Nínive um baldio desola-
do”, ou seja, a arruinaria. (Sofonias 2:13) guerras para defender seu território. (2 Crônicas 20:15,
Deus disse que humilharia Nínive porque
ela era uma “cidade de derramamento
de sangue”. (Naum 1:1; 3:1, 6) E “Jeová
[Deus] detesta o homem que derrama
sangue”, diz o Salmo 5:6. Como as ruínas “Jeová . . . odeia a quem ama
de Nínive comprovam, Deus cumpriu sua
palavra.
A violência começou com o principal
inimigo de Deus e do homem — Satanás,
o Diabo, a quem Jesus chamou de “homi-
cida”. (João 8:44) Além disso, visto que o
mundo inteiro está “no poder do iníquo”,
as atitudes de muitas pessoas em rela-
ção à violência, incluindo a obsessão por
entretenimentos violentos, são um refle-
xo das características de Satanás. (1 João
5:19) Para agradar a Deus, devemos de-
senvolver ódio à violência e cultivar amor
pelo que Deus ama.1 Isso é possível?
1 Deus permitiu que o antigo Israel se envolvesse em
17) Mas essa situação mudou quando Deus encerrou
seu pacto com Israel e estabeleceu a congregação cristã,
onde não existem fronteiras.
a violência.” — Salmo 11:5.

Será que as pessoas violentas podem mudar?

O QUE AS PESSOAS DIZEM A violência simples-
mente faz parte da natureza humana,
que nunca muda.
O QUE A BÍBLIA DIZ Segundo a Bíblia, deve-
mos rejeitar “o furor, a ira, a maldade,
a linguagem ultrajante e a conversa obs-
cena”. Ela também diz: “[Removei a]
velha personalidade com as suas
práticas e revesti-vos da nova persona-
lidade.” (Colossenses 3:8-10) Será que
Deus está pedindo demais de nós?
Não. As pessoas podem mudar.1
Como?
1 Exemplos de pessoas que fizeram mudanças na vida po-
dem ser encontrados na seção “A Bíblia Muda a Vida das
Pessoas”, da revista A Sentinela.

r Encontre mais respostas a perguntas bíblicas no site www.jw.org

 O primeiro passo é obter conhecimento
exato sobre Deus. (Colossenses 3:10)
Quando uma pessoa receptiva aprende
sobre nosso Criador, ela se sente atraída
a seus padrões e qualidades. Desse
modo, ela desenvolve amor por ele e pas-
sa a querer agradá-lo. — 1 João 5:3.
O segundo passo está relacionado a
nossas amizades. A Bíblia diz: “O homem
de violência seduzirá seu próximo e cer-
tamente o fará ir num caminho que não é
bom.” — Provérbios 16:29.
A violência vai acabar algum dia?
O QUE AS PESSOAS DIZEM A violência sempre
existiu e sempre existirá.
O QUE A BÍBLIA DIZ “E apenas mais um
pouco, e o iníquo não mais existirá. . . .
Mas os próprios mansos possuirão a ter-
ra e deveras se deleitarão na abundância
de paz.” (Salmo 37:10, 11) Para salvar os
mansos e pacíficos, Deus fará com que
os que amam a violência tenham o mes-
mo fim das pessoas da antiga Nínive. De-
pois disso, a violência nunca mais vai pre-
judicar a Terra! — Salmo 72:7.
O terceiro passo envolve discernimen-
to. É preciso reconhecer que a tendên-
cia à violência é uma fraqueza grave, pois
reflete falta de autocontrole. Uma pessoa
pacífica, por outro lado, tem força interior.
“Melhor é o vagaroso em irar-se do que o
homem poderoso”, diz Provérbios 16:32.
“Empenhai-vos pela paz com todos.”
— Hebreus 12:14.
Por isso, agora é hora de nos esforçar-
mos em agradar a Deus por desenvolver
uma atitude pacífica. O texto de 2 Pedro
3:9 diz: “Jeová . . . é paciente convosco,
porque não deseja que alguém seja des-
truído, mas deseja que todos alcancem o
arrependimento.” ˛
“E terão de forjar das suas espadas
relhas de arado, e das suas lanças,
podadeiras.” — Isaías 2:4.
“Os de temperamento brando . . .
herdarão a terra.” — Mateus 5:5
Despertai! maio de 2015 15
 TEVE UM PROJETO?
A bioluminescência
da lula-anã do
Havaí
LULA-ANÃ Euprymna scolopes é um
A animal de hábitos noturnos. Ela cria
sua própria luz, mas não para chamar a
atenção. O que ela quer é ser confundida
com a luz da lua e das estrelas. O se-
gredo do animal é sua parceria com bac-
térias emissoras de luz. Essa parceria tal-
vez revele informações que podem ter
uma aplicação indireta para a saúde dos
humanos.
Analise o seguinte: Essa espécie de
lula-anã vive nas cristalinas águas cos-
teiras das ilhas havaianas. A luz da lua
e das estrelas normalmente destaca a si-
lhueta de um animal, tornando-o visível
a predadores que estão abaixo dele. Mas
essa lula emite um brilho da parte inferior
de seu corpo que imita a intensidade e
até o comprimento de onda da luz notur-
na do ambiente. O resultado é a “invisibi-
lidade” — nenhuma silhueta, nenhuma
sombra. A lula consegue isso graças a um
“equipamento” sofisticado: um órgão que
hospeda bactérias bioluminescentes que
s
n Arquivos gratuitos
para download p Bíblia disponível
on-line em mais
o desta revista e de de 100 idiomas
revistas anteriores
5 Doug Perrine/SeaPics.com
A lula-anã do Havaí vista em
condições normais de luz
conseguem produzir o brilho exato para
camuflar seu hospedeiro.
Além disso, as bactérias talvez ajudem
a regular o relógio biológico da lula. Isso
interessou os cientistas, pois essa rela-
ção entre bactérias e ritmos biológicos
talvez não exista apenas nas lulas-anãs.
Nos mamíferos, por exemplo, algumas
bactérias que contribuem para a digestão
podem estar relacionadas a ritmos bioló-
gicos. Distúrbios nesses ritmos têm sido
ligados à depressão, diabetes, obesidade
e transtornos do sono. Por isso, o estudo
da interação entre as bactérias e a lula-
anã pode fornecer informações úteis para
a saúde humana.
O que você acha? Será que a biolumi-
nescência da lula-anã é resultado da evo-
lução? Ou teve um projeto? ˛
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150127