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O material que hora lhe chega às mãos foi elaborado com o único objetivo de
facilitar o direcionamento e o aprendizado do Direito Administrativo cobrado em
Concursos Públicos. Procuramos manter este material didático de acordo com o programa do
edital do concurso e rico o suficiente para que você possa estudar e aprender o necessário
para sua aprovação.
Gostaríamos de salientar que o seu aprendizado e dedicação (tempo) em sala de aula
necessitam da duplamente importante complementação fora dela. O mundo dos vencedores
em concursos públicos é restrito, porém, restrito não a uma elite privilegiada, mas sim
àqueles que se mantêm persistentes aos seus objetivos. Tenha em mente que, em regra,
estudar para concurso público é como estar em uma fila. Se você se mantiver nela, cedo ou
tarde, receberá o que foi buscar, ou se você preferir pense nele como uma partida de futebol,
onde mesmo que esteja perdendo de 10 x 0, basta fazer um único gol para colocar a faixa de
campeão.
Por último gostaríamos de lembrar que seus colegas de curso não são seus adversários,
mas sim seus companheiros de jornada e que se Deus quiser serão seus colegas de trabalho.
Conteúdo Apostila
❖ Exercícios de Fixação
DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
Adm. Indireta: São instituições que reúnem uma característica fundamental, a de assessorar a Adm. Pública na
disponibilização de serviços de utilidade ou necessidade públicas, nas áreas de educação, finanças, pesquisas, cultura,
entretenimento etc
A elevação do princípio da Eficiência a “dogma constitucional, pela EC 19/98, não foi nenhum avanço. A Lei de
Defesa do Consumidor além de já tratar o Estado como “fornecedor” de serviços públicos, dita ,em seu art. 4º, VIII, a
“racionalização e melhoria dos serviços públicos”.
37, I
Cargo público é instituto jurídico-administrativo definido como “um lugar na administração”. Emprego público
representa a incidência de regime jurídico privado (CLT) no âmbito da Adm. Pública, pois a CF admite a presença de
“celetistas” tanto na Adm. Direta como na Indireta.
Ao tornar acessível aos “brasileiros”, que preencham os requisitos da lei, referiu-se aos “natos, naturalizados e aos
portugueses equiparados”. E o mesmo se aplica aos estrangeiros, que preencham os requisitos na “forma da lei”.
Requisitos da lei # requisitos na forma da lei
Obs: Lembremos que alguns cargos (art. 12 § 3º e art. 89,VII CF) só são acessíveis aos brasileiros natos.
37, II
Investidura: é a inserção da pessoa física no corpo da Adm. Pública e a sua fusão a parcela de Poder Público
necessária ao desempenho das atribuições do cargo.
Nomeação posse # investidura
É a lei do cargo que estabelece as condições para investidura no cargo, define suas atribuições e responsabilidades,
confere sua denominação e fixa sua remuneração.
Mantém obrigatório o concurso público de provas ou provas e títulos, salvo os cargos em “comissão” que são de livre
nomeação e exoneração.
37, III
A prorrogação do prazo é uma faculdade da Adm. (discricionário), mas se utilizada não pode ser revogada. A
prorrogação só pode ser pelo mesmo período da validade.
Validade e prorrogação convocação (nomeação)
37, IV
É facultativo a Adm. A realização de novo concurso público durante o prazo “improrrogável” do concurso anterior,
porém é obrigatório que a Adm., durante o prazo de validade, convoque os aprovados no concurso anterior antes de convocar
os novos aprovados.
Para a União não é possível a realização de novo concurso (lei 8.112/90, art. 12 § 2º).
Obs: Não existe conflito de leis porque é uma faculdade e não uma obrigação.
37, V
Com o advento da CF/88 o Nepotismo começou a ser mais fortemente coibido nos âmbitos do cargo efetivo e
emprego público e com a EC 19/98 teve-se a nova iniciativa de coibir a pratica do nepotismo nos cargos em comissão e nas
funções de confiança.
37, VI
É um complemento ao art. 5º, XVII (plena liberdade de associação para fins lícitos), a exceção está no servidor
militar, em função do art. 142, IV (proibidas a sindicalização e a greve).
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
37, VII
É uma norma de eficácia limitada, ou seja, são aquelas que necessitam de outra norma que viabilize a produção dos
efeitos almejados.
Lei específica (maioria simples) lei complementar (maioria absoluta)
Obs: A lei ainda não foi editada.
37, VIII
A CF/88 é impregnada de regras de cunho social. Esse inciso determina que a reserva seja feita também nos cargos
efetivos. A grande novidade é que a reserva é de cargos e empregos e não de pessoas. É necessário haja compatibilidade entre
a função e a deficiência. O valor percentual não é definido pela CF, ficando a critério de cada Adm.
Obs: A União (Lei 8.112) estabelece percentual mínimo de 20%.
37, IX
São contratos de prestação de serviço temporário, para suprir necessidade eventual e efêmera. A simples
temporalidade de uma admissão não é causa de dispensa de processo seletivo e sempre que ocorrer a dispensa esta deverá ser
motivada. A dispensabilidade de processo seletivo, ainda que simplificado, somente se justifica quando da imprevisibilidade
absoluta.
Calamidade pública (sem processo seletivo); recenseamento (processo simplificado); admissão de professor
estrangeiro(processo simplificado)
Obs: A ligação não é estatutária nem celetista, apenas contratual e o prazo de contratação é de até 180 dias, prorrogável uma
única vez por igual período.
37, X
A remuneração dos servidores e o subsídio dos membros do Poder só poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, que por sua vez só poderão ser encaminhadas pelo titular de cada Poder (Pres. Rep.; Pres. Cam. etc). A
periodicidade é anual, porém não implica em necessário aumento.
37, XI
Diz respeito ao teto remuneratório, dos agentes políticos ou administrativos, da Administração Direta dos três poderes
de todas as esferas da Federação. O valor referência passa a ser o dos Ministros do STF. Não esqueça que esse valor engloba
todos os títulos remuneratórios, ou seja, o somatório de todos os valores recebidos pelo agente (vantagens pessoais,
acumulação legal etc). As exceções são: gratificação natalina, adicional noturno, férias e indenizações.
37, XII
Vencimento (singular): retribuição pecuniária paga em razão do desempenho das atribuições correspondentes ao
cargo público.
Remuneração: é o pagamento correspondente ao vencimento, mais as vantagens pecuniárias de caráter permanente.
Vantagens: são valores pecuniários pagos ao servidor a título de indenização, gratificação ou adicionais (ajuda de
custo, diárias, gratificação natalina, adicional de insalubridade etc).
Subsídio: termo utilizado, em regra, para pagamento de agentes políticos.
Vencimentos (plural): conjunto total de valores pagos ao servidor, ou seja, vencimento mais acréscimos (cotas de
participação dos fiscais na autuação de sonegadores etc).
A regra desse inciso se refere a “vencimento” e não a “subsídio” e entre cargos assemelhados.
37, XIII
O aumento dado a uma categoria não vincula obrigatoriedade de aumento em qualquer outra categoria e o percentual
de aumentos também não está vinculado, nem entre si nem a nenhum índice, e isso vale para todas as espécies remuneratórias.
37, XIV
Coíbe o denominado efeito “cascata”, ou seja, acréscimos incidentes sobre outros acréscimos anteriores de mesma
rubrica (adicional). Por exemplo, aumento de 10% a cada 5 anos de serviço:
- após os 5 primeiros anos (salário base de R$100,00) 100,00 + 10% de 100,00 = R$110,00
- após mais 5 anos 110,00 + 10% de 100,00 = R$120,00
37, XV
Esse dispositivo funciona como limitador ao exercício do poder do Estado (plena supremacia), em face da relação
jurídica que ele mantém com seus agentes públicos. Não fosse essa garantia constitucional o servidor estaria sujeito a surpresas
de redução salarial, sem que pudesse defender seus interesses. A exceção é o teto remuneratório.
37, XVI
A regra é: vedada acumulação de cargos remunerados. Essa regra se aplica aos cargos efetivos na Administração
Direta e Indireta. As exceções exigem o preenchimento de dois requisitos, um objetivo e outro subjetivo. O objetivo por sua
vez necessita de satisfazer dois aspectos, um de ordem natural e outro de ordem jurídica.
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Obs: Aplica-se para acumulação de agente adm. + ag. adm. e não de ag. adm. + ag. político.
37, XVII
A pretensão desse inciso é atingir as pessoas que mantenham com a Administração Pública Indireta uma relação
jurídica de prestação de serviço em caráter permanente (estatutário ou celetista), sendo seu maior objetivo evitar a burla à
vedação à regra de proibição de acumulação remunerada de cargos e empregos públicos.
37, XVIII
A precedência representa um direito de prioridade à administração fiscal perante os demais órgãos interessados no
fato administrativo. Exemplo: numa ocorrência em que são cabíveis procedimentos policiais, militares, administrativos, fiscais
etc, a primeira atividade estatal pertinente pertencerá aos agentes fiscais.
37, XIX
Esse inciso retrata que as Autarquias são “criadas” pelo Legislativo (Lei específica) e concretizadas por atos
administrativos. Enquanto que as FP. EP e as S.E.M. são “autorizadas” por Lei Específica (Legislativo) e a efetiva instituição
por Decreto do Executivo.
37, XX
Esse inciso cria impedimento constitucional para uma entidade administrativa da Administração Indireta criar outro
organismo dotado de personalidade jurídica para prestar serviços públicos em nome da Administração Direta, reforçando a
idéia de que tal criação não advém apenas de autonomia administrativa, mas sobretudo da autonomia política.
37, XXI
Ressalvadas as hipóteses de “dispensa” e “inexigibilidade” (Lei 8.666/93) – guerra externa, calamidade pública,
singularidade na produção, alta especialização, produção artística etc, sempre motivada e fundamentada - é obrigatória a
aplicação do princípio da Licitação para compras, serviços e alienações de bens pela Administração Pública (princípios da
Igualdade e Moralidade).
Obs: Não há necessária vinculação entre o processo seletivo e a efetiva celebração do contrato.
§ 1º
Serve para disciplinar o exercício da atividade administrativa, visando conferir aos seus atos a necessária e apropriada
divulgação. Mas não permitindo, ao administrador, que se utilize do princípio da Publicidade para autopromoção, ferindo
com isso o princípio da Impessoalidade.
§ 2º
A nomeação de qualquer pessoa para provimento de cargo efetivo, sem que tenha participado de concurso público,
implica em nulidade do ato de provimento e punição da autoridade responsável.
§ 3º
Em virtude do princípio da Eficiência e do controle da administração, a lei terá um conteúdo mais amplo.
§ 4º
Podemos dizer que “ímprobo” é a pessoa que age movido por más intenções ou animado por propósito malicioso, ou
seja, aquele que age em desacordo com o ordenamento normativo (moral ou jurídico). A improbidade configura atividade
infracional. A Lei 8.429/92 disciplina a responsabilização dos Atos de Improbidade Administrativa e os classifica em:
- Enriquecimento ilícito
Modalidades - Prejuízo ao erário
- Atentam contra os Princípios
§ 5º
A lei disporá sobre os prazos de prescrição do ilícito, porém aqueles que causarem prejuízo ao erário público poderão
ser ressarcidos a qualquer tempo (imprescritível).
§ 6º
O Estado figura como parte nas relações jurídicas, sendo assim desfruta do poder de invocar direitos e fica submetido
a responder por seus atos e omissões. Propicia ao “terceiro” o direito de ressarcimento de prejuízos, por parte do Estado,
cometidos por agentes públicos (Teoria do Risco Administrativo). A indenização paga pelo Estado, aos credores, não isenta o
agente, envolvido no fato, de eventual responsabilidade (Direito de Regresso).
- Ocorrência do dano
Risco Administrativo - Ação ou omissão administrativa
- Nexo causal
- Ausência de causa excludente
- Dolo
Ação de Regresso
- Culpa
§ 7º
Essa novidade dispõe que a lei disciplinará os requisitos e as restrições aos agentes ocupantes de cargos ou funções
que lhes proporcione acesso a informações privilegiadas, tanto na Administração Direta quando na Indireta. Comumente
chamada de “Quarentena” a que ficam sujeitos, por exemplo, os ex-presidentes e ex-diretores do Banco Central, antes de
retornarem à atividade privada.
§ 8º
Diz respeito aos denominados Contratos de Gestão, que visam a implementação de “acordos” que agregam interesses
comuns das entidades da Administração Pública com o único objetivo de aumentar a eficiência na prestação de serviços.
§ 9º
Reforça o comando relativo ao teto remuneratório na Administração Pública.
§ 10
Impede que uma mesma pessoa receba dos cofres públicos, por mais de uma vez, pelo exercício de mais de um cargo,
emprego ou função na Administração, salvo nas hipóteses constitucionalmente admitidas.
Artigo 38
São destinatários da presente regra os servidores da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas. Caso um
servidor público (federal, estadual, distrital ou municipal) for eleito para um cargo político (Executivo ou Legislativo) deverá
afastar-se de suas funções administrativas. A exceção é a Vereança, desde que ocorra compatibilidade de horário. No caso de
Prefeito, poderá o agente optar pela remuneração. Sendo Vereador poderá acumular as remunerações (compatibilidade) ou
optar (incompatibilidade).
Artigo 39
A nova redação revogou a obrigatoriedade de um regime jurídico único para os servidores civis da administração
Direta, Autarquias e fundações Públicas. A administração passa a poder contratar tanto pelo regime celetista quanto pelo
estatutário. Além disso, a União, Estados, DF e Municípios deverão ter um “conselho de política de administração e
remuneração de pessoal”, que deverá ser integrado por servidores designados pelos respectivos poderes. As EP e as SEM
continuam só podendo contratar por regime celetista.
Obs: A conduta de política, administração e remuneração não poderá fixar padrões de vencimento com
diferenciações em razão de sexo, religião, raça etc.
§ 1º
A grande diferenciação deste parágrafo passou a ser o de determinar os padrões de vencimentos e remuneração de
acordo com as características (natureza, grau de responsabilidade, complexidade, requisitos para investidura e peculariedades
do cargo) e não mais em função de atribuições iguais ou assemelhadas, do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes.
§ 2º
Vem coroar a elevação do Princípio da Eficiência à categoria de dogma constitucional. A qualificação dos servidores
é preocupação primordial das administrações.
Obs: Somente os municípios não possuem obrigatoriedade de manutenção de escolas de governo.
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§ 3º
O objetivo da Lei é estabelecer requisitos diferenciados de admissão, quando a natureza do cargo assim o exigir (teste
psicotécnico, investigação social, provas físicas etc).
§ 4º
O subsídio trata-se de um valor fixado em parcela única, não sendo permitido o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, e sempre respeitando o Teto Remuneratório.
São obrigatórios para: agentes políticos (chefes do Executivo, senadores, deputados, vereadores, ministros de Estado,
secretários estaduais e municipais, magistrados, promotores e procuradores da Justiça etc) e para algumas carreiras (AGU,
defensoria pública, PF, PC etc). São facultativos aos servidores organizados em carreira (auditor fiscal etc), na forma da Lei.
§ 5º
Visa criar meios de harmonização e adequação na política de pagamentos nos diversos setores da Administração
Pública, permitindo que se estabeleça uma relação entre a maior e a menor remuneração.
§ 6º
Potencializa a dimensão do Princípio da Publicidade, que se associa à noção do “bom administrador” no qual está o
dever de prestar contas.
§ 7º
Este parágrafo prevê lei que regulamentará a instituição de adicionais, prêmios ou bonificações a serem pagos ao
servidor ou aplicados em projetos de melhoria de gestão (programas de qualidade e produtividade, treinamento, modernização,
reaparelhamento e racionalização). A verba destinada a isto deverá vir da economia feita na redução de custos ou aumento de
produtividade do próprio órgão ou entidade beneficiado.
§ 8º
Entenda-se que o subsídio é espécie remuneratória obrigatória para agentes políticos e facultativa para servidores de
carreira.
Artigo 40
1º) Os aposentados não sofrerão conseqüências com a reforma;
2º) Os que têm direito a aposentadoria, mas não se aposentaram, poderão optar entre a regra anterior ou a regra”de
transição” (não a regra atual);
3º) Quem já está trabalhando, mas não tem tempo de aposentadoria, terá de seguir a regra de transição;
4º) Quem ingressar na Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional, após 16/12/98, terá de seguir a regra
atual.
§ 1º
Explicita as regras gerais de aposentadoria e indica os requisitos essenciais para aposentadoria de servidor público.
§ 2º
Proventos da aposentadoria ≤ remuneração do cargo efetivo.
§ 3º
Proventos da aposentadoria calculados com base na remuneração do cargo efetivo.
§ 4º
Não poderá haver critérios diferenciados, salvo os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições
especiais, definidas em Lei complementar.
§ 5º
Os requisitos de idade e tempo de contribuição serão diminuídos de 5 anos, para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e/ou no ensino fundamental e médio.
§ 6º
É vedada a acumulação de mais de uma aposentadoria, ressalvados as decorrentes de cargos acumuláveis
constitucionalmente.
§ 7º
Em caso de pensão por morte, tanto para o servidor da ativa quanto para o aposentado, a regra é a de receber até o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral da previdência social, acrescido de 70% da parcela excedente a
este limite.
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§ 8º
Os proventos de aposentadoria e pensão serão revistos na mesma proporção e data dos servidores em atividade. Sendo
também estendidos aos aposentados e pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos
servidores em atividade, inclusive os decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a
aposentadoria.
§ 9º
O tempo de contribuição, em qualquer das esferas, será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço
para efeito de disponibilidade.
§ 10
Não existirá nenhum tipo de contagem de tempo de contribuição fictício.
§ 11
Aplica-se o limite do Teto Remuneratório à soma total de proventos de inatividade, inclusive os decorrentes de
acumulação de cargos ou empregos públicos.
§ 12
O regime previdenciário dos servidores públicos titulares de cargo efetivo respeitará o disposto neste artigo e, no que
couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.
§ 13
Ao ocupante, exclusivo, de cargo em comissão, cargo temporário ou emprego público aplica-se o regime geral de
previdência social.
§ 14
A adoção do sistema previdenciário complementar é facultativa. As entidades mencionadas não estão obrigadas a
implantar o referido sistema.
§ 15
O disposto neste parágrafo obriga a que, se for formada a previdência complementar, uma lei complementar disponha
sobre suas normas gerais (custeio, manutenção, estrutura, fiscalização etc).
§ 16
Este parágrafo para ser aplicado depende do preenchimento de duas condições: uma objetiva e outra subjetiva. A
objetiva funciona como condição, para adoção do sistema, a existência de uma lei complementar (que já existe – LC 108/01).
A subjetiva vem expressa na regra contida no § 14, ou seja, que a entidade interessada na aplicação desse sistema deverá
manifestar-se expressamente.
§ 17
As atualizações dos valores de remuneração só poderão ser feitas na forma da lei.
§ 18
O percentual de contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime, de que trata
este artigo, e que superem o limite máximo estabelecido pelo regime geral da previdência, será igual ao estabelecido para os
servidores titulares de cargos efetivos.
§ 19
O servidor que já tenha os requisitos para aposentadoria voluntária, e que opte por permanecer na ativa, fará jus a um
abono equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar as exigências para aposentadoria compulsória.
§ 20
É vedada a existência de mais de um regime de previdência social, para os servidores titulares de cargos efetivos,
assim como mais de uma unidade gestora em cada ente estatal, ressalvados os servidores militares.
Artigo 41
A estabilidade é adquirida, após três anos de efetivo exercício, pelo servidor nomeado para ocupar cargo efetivo em
virtude de concurso público.
§ 1º
Com essa nova disposição o servidor passou a ter, além das duas tradicionais, mais uma forma de perda do cargo: a)
sentença judicial, transitada em julgado; b) processo administrativo, com direito a ampla defesa e contraditório; c) mediante
procedimento de avaliação periódico de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
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§ 2º
No caso de invalidada a demissão, por sentença judicial, o servidor será reintegrado no cargo de origem, com direito
de receber todos os direitos do tempo que permaneceu fora do cargo. O eventual ocupante de seu cargo, se for estável, será
reconduzido ao cargo de origem ou aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade, sem direito a indenização.
§ 3º
Se o cargo for extinto o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de
serviço.
§ 4º
Para aquisição de estabilidade será obrigatória a avaliação do servidor, por uma comissão constituída para esta
finalidade.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Conceitos: Segundo o Profº Hely Lopes Meirelles o “Direito Administrativo sintetiza-se no conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Já a Profª. Maria Sylvia Di Pietro define “Direito Administrativo
como o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que
integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a
consecução de seus fins, de natureza política”.
Objeto: A orientação atual é de que o Direito Administrativo rege todas as funções exercidas pelas autoridades
administrativas, qualquer que seja a natureza destas. Está alcançada por ele toda e qualquer atividade de
administração dos três poderes. Embora a atividade administrativa seja função típica do Executivo, tanto o
Legislativo quanto o Judiciário também praticam atos tidos como objeto do direito Administrativo.
2) Entidades Administrativas: são as que recebem sua competência conforme a lei que as instituiu, ou
autorizou sua instituição, e no seu regulamento. Não possuem poderes políticos ou capacidade de legislar.
Possuem somente autonomia administrativa. Exemplos: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas
Públicas e Sociedades de Economia Mista.
3) Órgãos: são centros de competência criados para desempenhar funções estatais, através de seus agentes. A
atuação dos agentes é imputada à pessoa jurídica a que pertencem desde que esse ato seja realizado em
situação, presumidamente, regular. Não possuem personalidade jurídica, mas possuem funções, cargos e
agentes. Exemplos: Ministério da Saúde (federal), Secretaria de Segurança Pública (estadual) e
Secretaria de Abastecimento (municipal).
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4) Agentes Públicos: no seu sentido mais amplo e genérico temos que agente público é a pessoa natural pelo
qual o Estado se faz presente. Considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente, sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Exemplos: Policial Federal, Caixa do
Banco do Brasil e Mesário Eleitoral (no dia da eleição).
5) Administração Direta: é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado e que possuem
competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas. Ocorre na esfera
federal, estadual e municipal. Possui controle e obediência hierárquicos (subordinação), desde que na
mesma esfera.
6) Administração Indireta: é o conjunto de pessoas administrativas que têm a competência para o exercício,
de forma descentralizada, de atividades administrativas. Ocorre na esfera federal, estadual e municipal.
Estão vinculados a um órgão da administração direta e este por sua vez promove, somente, o controle
finalístico.
8) Descentralização: ocorre quando o Estado desempenha suas funções por meio de outras pessoas jurídicas.
Pressupõe duas pessoas jurídicas distintas. Pode ocorrer por Outorga ou Delegação.
9) Centralização: ocorre quando o Estado desempenha suas funções diretamente através dos seus órgãos e
agentes, portanto a competência encontra-se na própria Administração Direta, ou seja, na União, Estados,
Municípios e Distrito Federal dos Três Poderes.
Outorga: ocorre quando o Estado transfere, por lei, determinado serviço público. O serviço continua
sendo executado em nome, conta e risco do Estado. Normalmente é conferida por prazo indeterminado.
Delegação: ocorre quando Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do
serviço. Este serviço passa a ser prestado, pelo ente delegado, em seu próprio nome e por sua conta e
risco, cabendo ao Estado a fiscalização. Normalmente é conferida por prazo determinado.
podendo necessitar de prévia aprovação do Senado Federal (presidente e diretores do Banco Central, dirigentes
de agências reguladoras) ou das Assembléias Legislativas. Exemplos: BACEN, INSS, INCRA, CVM,
IBAMA, CNEN, USP, OAB, ANATEL, ANEEL, ANP.
• Fundações: podem ser públicas ou privadas. Em ambos os casos o instituidor separa um determinado
patrimônio para destiná-lo a uma finalidade específica. Esta finalidade deverá ser social e estar voltada
para uma atividade de natureza coletiva, de prestação de serviços de interesse público (educacional,
assistencial, etc.). Terá de ser de natureza não-lucrativa, não podendo ter objetivos comerciais de
intervenção na atividade econômica. Cabe ressaltar que o controle das fundações privadas é de
responsabilidade do Ministério Público.
2) Fundações Públicas: atualmente a posição mais adotada pela doutrina é admissão da existência de duas
espécies distintas de fundação pública na Administração Indireta. Temos as com personalidade jurídica de
direito público e as com personalidade jurídica de direito privado. Porém é conveniente, em ambos os casos,
a utilização do termo “Fundação Pública”, para deixar bem claro que se trata de entidade da Administração
Pública Indireta (ex: FUNAI; IBGE; Fundação Nacional da Saúde; etc.) diferenciando-se das fundações
privadas que não possuem ligação com a Administração (ex: Fundação Ayrton Senna; Fundação Roberto
Marinho; Fundação Bradesco, etc.).
• Fundações Públicas de Direito Público: também denominadas de fundações autárquicas. São instituídas
diretamente por lei específica e necessitam de lei complementar para estabelecer suas áreas de atuação
(assistência social, médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa, atividades culturais, etc.). Possuem as
mesmas restrições, prerrogativas e privilégios que a ordem jurídica confere as Autarquias. Seu patrimônio
origina-se do patrimônio público. Existem nas esferas federal, estadual e municipal.
• Fundações Públicas de Direito Privado: são autorizadas por lei específica e necessitam de lei
complementar para estabelecer suas áreas de atuação (assistência social, médica e hospitalar, educação e
ensino, pesquisa, atividades culturais, etc.). Dependem do registro de seus atos constitutivos no Registro
Civil das Pessoas Jurídicas. Sujeitas à licitação, extensão da imunidade recíproca e vedação à acumulação
de cargos públicos. Regime estatutário e celetista. Seu patrimônio origina-se do patrimônio público.
Existem nas esferas federal, estadual e municipal.
3) Empresas Públicas: são pessoas jurídicas de direito privado, instituídas pelo Poder Executivo mediante
autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica (Ltda, S.A. etc.). Seu capital é exclusivamente
público (de qualquer das esferas). Explora atividades de natureza econômica ou de execução de serviços
públicos. (ex: EBCT, SERPRO, CEF etc.). Dependem do registro de seus atos constitutivos no Registro Civil
das Pessoas Jurídicas. A criação de suas subsidiárias, bem como sua participação em empresa privada também
depende de autorização legislativa. A extinção poderá ser feita pelo Poder Executivo, mas dependerá de lei
autorizadora. Não possui quaisquer privilégios administrativos, tributários ou processuais. Obrigatoriedade de
licitação. Regime celetista. Suas causas são julgadas pela justiça federal, exceto as de falência, acidente de
trabalho, justiça eleitoral e justiça do trabalho. Vedada acumulação de cargos. Sujeitam-se ao teto de
remuneração, somente se receberem recursos públicos para pagamento de despesa com pessoal ou custeio em
geral. Seus dirigentes são investidos na forma em que seus estatutos estabelecerem.
4) Sociedades de Economia Mista: são pessoas jurídicas de direito privado, instituídas pelo Poder Executivo
mediante autorização legal, sob a forma jurídica Sociedade Anônima (de capital aberto). Seu capital é
majoritariamente público (50% + 1 das ações com direito a voto deverão ser da esfera a que pertencem).
Explora atividades de natureza econômica ou de execução de serviços públicos. (ex: Banco do Brasil,
Petrobrás, Banco da Amazônia etc.). Seu nascimento depende do registro de seu estatuto em órgão
competente. A criação de suas subsidiárias, bem como sua participação em empresa privada também depende
de autorização legislativa. A extinção poderá ser feita pelo Poder Executivo, mas dependerá de lei autorizadora.
Não possui quaisquer privilégios administrativos, tributários ou processuais. Obrigatoriedade de licitação.
Regime celetista. Suas causas são julgadas pela justiça estadual. Sujeitam-se ao teto de remuneração, somente
se receberem recursos públicos para pagamento de despesa com pessoal ou custeio em geral. Seus dirigentes
são investidos na forma em que seus estatutos estabelecerem.
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
AGÊNCIAS EXECUTIVAS: Não configuram uma nova forma na estrutura da Administração Pública. Na verdade,
agência executiva é uma qualificação que pode ser dada pelo Poder Executivo à autarquia ou fundação pública que
celebrar contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor, com a finalidade de cumprir objetivos e metas com este
acertados. Assim, Agência Executiva é apenas uma qualificação que pode ser dada às autarquias e fundações. Após a
celebração do contrato, o reconhecimento como agência executiva é feito por decreto. Tal qualificação implicará o
reconhecimento de um regime jurídico especial, que confere tratamento diferenciado à fundação ou à autarquia, sobretudo
quanto à autonomia de gestão. Os contratos de gestão das agências executivas serão celebrados com periodicidade mínima de
um ano e estabelecerão os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos
necessários e os critérios e instrumentos necessários à avaliação de seu cumprimento.
AGÊNCIAS REGULADORAS: Com a linha adotada pela “Reforma do Estado”, propugna-se a redução, ao máximo, do
tamanho da máquina estatal (Estado mínimo). Reconhece-se, porém, que existem certas atividades que somente podem ser
desenvolvidas pelo Estado, tais como a regulação das atividades consideradas típicas de Estado. Daí surge o estudo das
agências reguladoras, portanto, enquadrado no tema das atividades regulatórias do Estado, ou seja, da intervenção do Estado
nas relações econômicas privadas. As agências reguladoras não são novas entidades jurídicas acrescentadas à estrutura da
Administração Pública. Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: “trata-se de entidades administrativas com alto grau de
especialização técnica, integrantes da estrutura formal da Administração Pública, instituídas sob a forma de autarquias
de regime especial, com a função de regular um setor específico de atividade econômica, ou de intervir de forma geral sobre
relações jurídicas decorrentes dessas atividades, que devem atuar com a maior independência possível perante o Poder
Executivo e com imparcialidade em relação às partes interessadas”.
a) Forma Jurídica: Quanto à natureza jurídica das agências reguladoras, cabe ressaltar que não há obrigatoriedade delas
serem instituídas na forma de autarquia. Elas poderiam ser, simplesmente, órgãos (logo, despersonalizados) especializados,
integrantes da Administração Direta. Na verdade, o legislador procurou dar um maior grau de independência perante o Poder
Executivo, atribuindo às agências reguladoras a forma de autarquias. Também é importante ressaltar que pelo fato de as
agências reguladoras exercerem atividades típicas do Estado, para o Supremo Tribunal Federal, elas só poderiam ser
pessoas jurídicas de direito público, caso contrário, a lei instituidora estaria fadada à inconstitucionalidade. A expressão
“agência reguladora” não encontra base constitucional, pois no texto Constitucional só encontraremos a expressão “órgão
regulador”. Somente os entes reguladores ANATEL e ANP possuem base constitucional expressa, as demais agências
reguladoras são criadas exclusivamente pela lei.
b) Características:
• Exercem função regulatória de determinado setor da atividade econômica, ou concernente a determinadas relações jurídicas
decorrentes das atividades econômicas em geral.
• Razoável autonomia em relação ao Poder Executivo
• Possuem Poder Normativo (normas secundárias, regulamentadoras) no que concerne às áreas de sua competência.
• Submetem-se às mesmas regras das demais entidades integrantes da Administração Pública.
• A Lei nº 10.871/04** prevê que os agentes encarregados das atribuições típicas dessas agências devem ser servidores
públicos estatutários, sujeitos ao regime jurídico da Lei nº 8.112/90.
• A mesma Lei atribui a esses servidores públicos, no exercício das atribuições de natureza fiscal ou decorrentes do poder de
polícia, as prerrogativas de promover a interdição de estabelecimentos, instalações ou equipamentos, assim como a
apreensão de bens ou produtos, e de requisitar, quando necessário, o auxílio de força policial federal ou estadual,m em caso
de desacato ou embaraço ao exercício de suas funções.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Órgão Público: Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, órgãos públicos são unidades abstratas que
sintetizam os vários círculos de atribuições do Estado. Hely Lopes Meirelles os define como centros de
competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada
à pessoa jurídica a que pertencem. Os órgãos possuem, necessariamente, funções, cargos e agentes.
1.1. Características: integram a estrutura de uma pessoa jurídica; não possuem personalidade jurídica; são
resultado da desconcentração; alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira; podem
firmar contratos de gestão com outros órgãos ou pessoas jurídicas; não têm capacidade para representar em
juízo; alguns têm capacidade processual para defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais; não
possuem patrimônio próprio.
1.2. Capacidade Processual: A capacidade processual, de certos órgãos públicos, para defesa de suas
prerrogativas está hoje pacificamente sustentada pela doutrina e aceita pela jurisprudência. A capacidade
para impetrar mandato de segurança, na defesa de sua competência, quando violada por outro órgão, é
hoje matéria incontroversa. Porém este benefício só abrange os órgãos independentes ou autônomos, não
alcançando os superiores ou subalternos. Esta capacidade também é expressamente reconhecida pelo
Código de Defesa do Consumidor.
1.3. Classificação: A classificação é composta por três parâmetros. Estrutura (simples ou compostos),
Atuação Funcional (singulares ou colegiados) e Posição Estatal (independentes, autônomos, superiores
ou subalternos).
a) Simples ou Unitários: São aqueles constituídos por um só centro de competência, não interessando o
número de cargos.
b) Compostos: São os que reúnem em sua estrutura diversos órgãos, como resultado da desconcentração
administrativa.
c) Singulares ou Unipessoais: São aqueles em que a atuação ou as decisões são atribuição de um único
agente, seu chefe e representante.
d) Colegiados ou Pluripessoais: São caracterizados por atuar e decidir mediante obrigatória manifestação
conjunta de seus membros.
e) Independentes: São os diretamente previstos no texto constitucional, são aqueles sem qualquer
subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições destes órgãos são exercidas por agentes políticos.
f) Autônomos: Situam-se na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos independentes. Possuem
ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos.
g) Superiores: São órgãos que possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas que estão sujeitos
ao controle hierárquico. Não têm autonomia administrativa nem financeira.
h) Subalternos: São todos os órgãos que exercem atribuições de mera execução, são subordinados a
vários níveis hierárquicos. Têm reduzido poder decisório.
2. Agentes Públicos: Considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função pública. O agente público é a pessoa natural mediante a qual o Estado se
faz presente. O agente manifesta uma vontade que é imputada ao próprio Estado. A expressão “agente público”
é utilizada em sentido amplo e genérico. Não se deve confundir o gênero “agentes públicos” com “servidor
público” e “empregado público”. Outro conceito, não mais utilizado no Direito Administrativo, mas sim no
Direito penal, é o de “funcionário público”.
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
• Servidor público: é a expressão utilizada para identificar aqueles que mantêm uma relação permanente
com o Estado, em regime estatutário.
• Empregado público: Esta expressão é utilizada para identificar aqueles agentes públicos que, sob
regime celetista, mantêm vínculo de trabalho permanente com as entidades de natureza privada da
Administração indireta – as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Atualmente, com o
retorno da obrigatoriedade da instituição do Regime jurídico Único, não é mais possível a contratação
aleatória de servidores ou empregados públicos pela Administração Direta. Autárquica e Fundacional.
Obs: Agente e Órgão são figuras distintas, tanto que o Estado pode suprimir o cargo, a função ou o próprio
órgão sem nenhuma ofensa aos direitos de seus agentes. Pode ocorrer o contrário, o desaparecimento do
agente sem nenhuma interferência na existência do órgão.
2.1. Agentes Políticos: São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, aos quais incubem as
funções de dirigir, orientar e estabelecer diretrizes para o Poder Público.
Características: competência haurida da própria Constituição; não se sujeitam às regras comuns
aplicáveis aos servidores públicos em geral; normalmente investidos em seus cargos por meio de
eleição, nomeação ou designação; não são hierarquizados (com exceção dos auxiliares imediatos dos
Chefes do Executivo), sujeitam-se somente às regras constitucionais. Os agentes políticos possuem
certas prerrogativas constitucionais, porém essas prerrogativas não são privilégios pessoais, mas sim
garantias necessárias para o regular exercício de suas relevantes funções. Sem tais prerrogativas não
teriam plena liberdade, em face do temor de serem responsabilizados segundo as regras comuns da
culpa civil.
2.2. Agentes Administrativos: São aqueles que exercem uma função pública de caráter permanente em
decorrência de relação funcional. Sujeitam-se à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pela
entidade a qual pertencem. São eles os concursados em geral, os ocupantes de cargo ou função em
comissão, os ocupantes de emprego público, os servidores contratados temporariamente para atender a
necessidade de excepcional interesse público etc.
2.3. Agentes Honoríficos: São cidadãos chamados para, transitoriamente, colaborarem com o Estado na
prestação de serviços específicos, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória
capacidade profissional. Não possuem qualquer vínculo profissional e normalmente atuam sem
remuneração.
2.4. Agentes Delegados: São particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade,
obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização
do poder delegante, são apenas colaboradores do Poder Público. Sujeitam-se à responsabilidade civil
objetiva, ao mandado de segurança e à responsabilização nos crimes contra a Administração Pública.
2.5. Agentes Credenciados: São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em
determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público
credenciante.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
V. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Princípios são idéias centrais de um sistema, são os que estabelecem as diretrizes e conferem um sentido
lógico, harmonioso e racional e ainda determinam o alcance e o sentido das regras de um determinado ordenamento
jurídico. Os princípios fundamentais da Administração Pública encontram-se, explicita ou implicitamente, na
Constituição de 1988. Dentre os princípios informadores da atividade administrativa, sobressaem em importância
àqueles expressos no caput do art.37 da CF/88. Após a promulgação da Emenda Constitucional nº. 19/88 passaram
a ser cinco os princípios explícitos: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A Lei nº.
9.784/99 – que trata dos processos administrativos - possui, em seu art. 2º, os princípios da eficiência, legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica e interesse público.
Obs: A Cespe em seu último concurso para o cargo de Papiloscopísta da Polícia Federal aceitou os
princípios da Economicidade e o da Probidade entre os ditos “expressos” na constituição.
1) Princípio da Legalidade: Diferentemente do cidadão comum que pode fazer, ou deixar de fazer, qualquer
coisa que não seja proibido por lei, a Administração Pública só pode fazer o que a lei autoriza, ou seja, a
Administração além de não poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei.
3) Princípio da Moralidade: Torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração. O
servidor deve decidir não somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. É necessário que se atenda à letra
e ao espírito da lei, que ao legal junte-se o ético.
4) Princípio da Publicidade: Este também possui dupla acepção. O primeiro entendimento refere-se à publicação
oficial dos atos administrativos a fim de que eles possam produzir efeitos externos. A exigência de publicação
oficial dos atos externos da administração não é um requisito de validade, mas sim pressuposto de sua eficácia.
O outro aspecto diz respeito à exigência de transparência da atividade administrativa como um todo. Estão
ressalvados os atos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
5) Princípio da Eficiência: É aquele que impõe a todo agente público a obrigação de realizar suas atribuições
com presteza, perfeição e rendimento funcional. A função administrativa exige resultados positivos para o
serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. O objetivo
principal é assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação às necessidades da sociedade
que os custeia.
7) Princípio da Supremacia do Interesse Público: Embora não esteja expressamente enunciado no texto
constitucional, ele é decorrente natural das instituições adotadas em nosso país. Por força do regime
democrático e do sistema representativo, presume-se que a atuação do Estado tenha por finalidade o interesse
público. Esse princípio informa a todos os ramos do Direito Público que, nas relações jurídicas nas quais o
Estado figure como representante da sociedade, seus interesses prevaleçam contra os interesses particulares.
8) Princípio da Autotutela: Este princípio proporciona a Administração a revisar seus próprios atos, assegurando
um meio adicional de controle de sua atuação, reduzindo o congestionamento do Poder Judiciário. É um
princípio implícito e difere do controle judicial por proporcionar sua execução por parte da Administração sem
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
a necessidade de provocação, pois é um Poder-Dever. A autotutela autoriza o controle, pela administração, sob
dois aspectos: o da legalidade, onde “poderá” anular seus atos ilegais e o de mérito, onde “poderá” revogar
seus atos inoportunos ou inconvenientes.
9) Princípio da Indisponibilidade: Os bens e interesses públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à
Administração ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua gestão em prol da coletividade. Veda ao
administrador quaisquer atos que impliquem em renúncia de direitos da Administração ou que,
injustificadamente, onerem a sociedade. Também é um princípio implícito.
10) Princípio da Continuidade dos serviços Públicos: Os serviços públicos por serem prestados no interesse da
coletividade devem ser adequados e seu fornecimento não deve sofrer interrupções. A aplicação deste princípio
implica restrição a determinados direitos dos prestadores de serviços públicos e dos agentes envolvidos em sua
prestação. Porém devemos ressaltar que isto não se aplica as interrupções por situações de emergência ou após
aviso prévio – nos casos de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Deveres:
a) Poder-Dever de Agir: É pacificamente reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência. Significa dizer que
representa um dever de agir. Enquanto no Direito Privado o poder de agir é uma faculdade, no Direito
Administrativo é uma imposição. Na lição do Profº Hely Lopes Meirelles, “se para o particular o poder de agir é uma
faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em
benefício da coletividade”. Os poderes administrativos são irrenunciáveis, devendo ser obrigatoriamente exercidos
pelos titulares. A omissão do agente caracteriza abuso de poder, que poderá ensejar a responsabilidade civil da
administração.
b) Dever de Eficiência: Mostra-se presente na necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade
administrativa. É um dever imposto a todos os níveis da Administração Pública. A Emenda Constitucional nº.
19/1998 erigiu esse dever à categoria de princípio constitucional da Administração Pública (expresso no art.37, caput)
manifestando preocupação com a produtividade do servidor e com o aperfeiçoamento da máquina administrativa.
Como corolários podemos citar: possibilidade de perda de cargo do servidor estável, por insuficiência de
desempenho; para aquisição da estabilidade, avaliação especial de desempenho; celebração de contratos de gestão;
etc.
c) Dever de Prestar Contas: É um dever inerente a qualquer agente que atue em nome do interesse público, alcançando
toda e qualquer pessoa responsável por bens e valores públicos. Nas palavras do Profº Hely Lopes, “A regra é
universal: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da comunidade deve prestar contas ao órgão
competente para a fiscalização”.
d) Dever de Probidade: Exige consonância com os princípios da moralidade e honestidade administrativas. É dever
constitucional de todo administrador público (art. 37, §4º da Carta Política). Regulamentando esse importante
dispositivo constitucional foi editada a Lei nº. 8.429/1992, que dividiu os atos de improbidade em três grupos:
enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e ofensa aos princípios.
2. Poderes: Os poderes administrativos representam instrumentos que permitem à Administração cumprir suas finalidades,
sendo por isso denominados de poderes instrumentais, que por sua vez diferem dos poderes políticos – Legislativo,
Judiciário e Executivo – que denominamos de poderes estruturais (hauridos pela Constituição).
a) Poder Vinculado: É aquele de que dispõe a Administração para a prática de atos administrativos em que é mínima ou
inexistente sua liberdade de atuação. Devemos lembrar que todos os atos administrativos são vinculados quanto aos
requisitos competência, finalidade e forma. Os atos vinculados também o são quanto aos requisitos motivo e objeto. O
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
ato que se desvie minimamente dos requisitos previstos na lei será nulo e caberá à Administração ou ao Poder
Judiciário declarar sua nulidade.
b) Poder Discricionário: É aquele em que a Administração dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo
valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato. Conveniência e oportunidade formam o núcleo do chamado
poder discricionário. Esses elementos é que permitem ao administrador público eleger, entre as várias condutas
previstas na lei, a que se traduz como mais conveniente e oportuna para o interesse público. Jamais é permitida
atuação arbitrária, sob qualquer circunstância. O ato discricionário implica liberdade de atuação administrativa,
sempre dentro dos limites previstos na lei. Cabe salientar que o ato discricionário ilegal poderá ser anulado tanto
pela Administração quanto pelo Poder Judiciário, pois o que não pode ser apreciado pelo Judiciário é o mérito
administrativo. Da mesma forma, entendendo a Administração inoportuno ou inconveniente poderá revogá-lo.
• Limites: A doutrina e a jurisprudência modernas enfatizam a tendência de limitação ao poder discricionário da
Administração. Assumem relevância os princípios implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade como as
maiores limitações impostas ao poder discricionário da Administração.
• Razoabilidade: Também denominado de “Princípio da Proibição de Excesso”, tem por fim auferir a compatibilidade
entre os meios e os fins de um ato administrativo. Trata-se da adequação da conduta escolhida, pelo agente, à
finalidade que a lei expressa. A razoabilidade funciona como limitação à discricionariedade incidente sobre os
elementos motivo e objeto e fundamenta-se nos princípios da legalidade (art. 5º/II, 37 e 84) e da finalidade (art. 5º/II e
LXIX, 37 e 84).
• Proporcionalidade: Representa uma das vertentes do princípio da razoabilidade, pois esta exige que haja
proporcionalidade entre os meios utilizados e os fins alcançados. Se o ato administrativo não guarda uma proporção
adequada, será um ato excessivo. Segundo esse princípio, a Administração não deve restringir os direitos do particular
além do que caberia, pois impor medidas desnecessárias induz à ilegalidade por abuso de poder.
c) Poder Hierárquico: Caracteriza-se pela existência de graus de subordinação entre os diversos órgãos e agentes.
Como resultado do poder hierárquico, a Administração é dotada da prerrogativa de ordenar, coordenar, controlar e
corrigir as atividades de seus órgãos e agentes no seu âmbito interno. Do seu exercício decorrem as prerrogativas, do
superior para o subordinado, de dar ordens, fiscalizar, rever, delegar e avocar. Os servidores públicos têm o dever de
acatar e cumprir as ordens de seus superiores, salvo quando manifestamente ilegais. Pelo poder-dever de
fiscalização, compete ao superior estar atento aos atos praticados pelos subordinados, a fim de corrigi-los sempre que
se desviem da legalidade.
• Revisão hierárquica: É a prerrogativa conferida ao superior para apreciar todos os aspectos de um ato de seu
subordinado. Somente é possível enquanto o ato não tenha se tornado definitivo para a Administração.
• Delegação: Significa atribuir ao subordinado competência para a prática de ato que originariamente pertencia ao
superior. Somente podem ser delegados atos administrativos, não os atos políticos. Também não se admite a
delegação de atribuições de um Poder a outro, salvo nos casos expressamente previstos na Constituição.
• Avocação: Consiste no poder que possui o superior de chamar para si a execução de atribuições cometidas a seus
subordinados. É uma medida excepcional e a doutrina é unânime em afirmar que ela deve ser evitada. A avocação
desonera o subordinado de qualquer responsabilidade relativa ao ato praticado pelo superior hierárquico. Não se deve
confundir subordinação com vinculação. A subordinação tem caráter interno, é entre órgãos de uma mesma entidade.
A vinculação tem caráter externo e resulta do controle que as entidades políticas exercem sobre as suas entidades
administrativas.
d) Poder Disciplinar: Está intimamente relacionado ao poder hierárquico e traduz-se na faculdade (mais correto é
poder-dever) que possui a Administração de punir internamente as infrações funcionais de seus servidores e demais
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. A doutrina aponta o poder disciplinar como
exercício caracteristicamente discricionário.
e) Poder Regulamentar: Decorre de competência diretamente extraída da constituição federal e confere ao Poder
Executivo a prerrogativa de editar atos normativos gerais e abstratos. Consubstancia-se na autorização, ao Chefe do
Executivo, para edição de decretos e regulamentos. A doutrina costuma classificar os decretos e regulamentações em:
de execução, autônomo e autorizado.
f) Poder de Polícia: O Profº Hely Lopes Meirelles conceitua que “poder de polícia é a faculdade de que dispõe a
Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em
benefício da coletividade ou do próprio Estado”. A Administração exerce o poder de polícia sobre todas as atividades
que possam, direta ou indiretamente, afetar os interesses da coletividade, sendo exercido por todas as esferas da
Federação. Segundo o mesmo professor, “em face do princípio da predominância do interesse, os assuntos de
interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regional
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
sujeitam-se às normas e à polícia estadual; e os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e
ao policiamento administrativo municipal”. Os atos de polícia administrativa não deixam de ser atos administrativos
e, portanto, submetem-se à possibilidade de apreciação pelo Poder Judiciário quanto à legalidade de sua edição e
execução. Devemos distinguir a polícia judiciária (polícia de manutenção da ordem pública) da polícia
administrativa.
Polícia judiciária: Atua sobre pessoas; prepara a atuação da função jurisdicional penal; executada por órgãos de
segurança (polícia civil ou militar); pode agir preventivamente ou repressivamente.
Polícia administrativa: Incide sobre bens, interesses e atividades; esgota-se no âmbito da função administrativa;
exercida por órgãos administrativos de caráter fiscalizador; pode agir preventivamente (alvarás) ou repressivamente
(fiscalização).
Meios de atuação: A doutrina tem dividido os meios de atuação da polícia administrativa em dois grupos: poder
de polícia originário, é aquele exercido pelas pessoas políticas do Estado e poder de polícia delegado é aquele
executado pelas pessoas administrativas do Estado. Diz-se delegado porque é recebido, por delegação (outorga),
da entidade estatal a qual pertence. A doutrina não admite a outorga do poder de polícia a pessoas da iniciativa
privada, ainda que prestadoras de serviço ao Estado, pois o poder de império é próprio e privativo do Poder
Público.
• Preventiva (alvará-licença): É ato administrativo vinculado e definitivo, dizem respeito a direitos individuais
(exercício profissional, construção urbana etc.), não podem ser negadas quando o requerente satisfaça os
requisitos legais para sua obtenção.
• Repressiva (fiscalização): Verificando a existência de infração, a autoridade fiscalizadora deverá lavrar o auto
de infração e cientificar o particular da sanção a ser aplicada.
Limites: A atuação só será legítima se realizada nos estritos termos jurídicos; se respeitados os direitos do
cidadão, suas prerrogativas individuais e as liberdades asseguradas na Constituição e nas leis. Deve-se conciliar o
interesse social com os direitos individuais. Se a Administração agir além desses mandamentos sua atuação será
arbitrária, configurando abuso de poder, corrigível pelo Poder Judiciário. O princípio da proporcionalidade
também consubstancia os limites do poder de polícia administrativo.
Atributos:
• Discricionariedade: A Administração pode determinar, dentro dos critérios de oportunidade e conveniência,
quais as atividades irá fiscalizar num determinado momento e, dentro dos limites estabelecidos na lei, quais
sanções deverão ser aplicadas e como deverá ser a graduação destas sanções. Embora a discricionariedade seja
a regra no exercício do poder de polícia, nada impede que a lei, estabeleça total vinculação da atuação
administrativa a seus preceitos.
• Auto-Executoriedade: É atributo inerente ao poder de polícia, sem o qual este sequer faria sentido. A
Administração precisa possuir a prerrogativa de impor diretamente, sem necessidade de prévia autorização
judicial, as medidas ou sanções necessárias à repressão da atividade lesiva à coletividade. A obtenção de prévia
autorização judicial para a prática de determinados atos é uma faculdade da Administração. Ela costuma
recorrer ao judiciário quando tenciona praticar atos em que seja previsível forte resistência dos particulares
envolvidos. Porém sempre que o administrado entender ter havido arbítrio, desvio ou excesso de poder, pode
exercer seu direito de provocar a tutela jurisdicional, a qual poderá decretar a nulidade dos atos praticados
(embora, posteriormente à sua prática). A aplicação de sanção sumária, sem defesa prévia, é hipótese
excepcional e somente se justifica em casos urgentes que ponham em risco iminente a segurança ou a saúde
pública. Ocorre na apreensão ou destruição de alimentos contaminados ou impróprios para consumo, na
interdição de atividades que ameacem a segurança das pessoas etc.
• Coercibilidade: É para que as medidas adotadas pela Administração possam ser impostas coativamente ao
administrado, ou seja, sua observância é obrigatória para o particular. Quando este resistir ao ato de polícia, a
Administração poderá valer-se da força pública para garantir seu cumprimento. Também independe de prévia
autorização judicial, estando sujeita à verificação posterior quanto à legalidade e a indenização ou reparação,
ao particular, que comprove ter ocorrido abuso de poder.
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
3. Abuso de Poder: Os poderes são prerrogativas conferidas ao administrador público. Não são regalias ou privilégios, mas
sim atributos daquele que exerce função pública, para que possa bem desempenhá-la, em prol da coletividade. A utilização
desses poderes – respeitados os termos e limites da lei, assim como a moral, a finalidade e as exigências públicas –
constitui atuação normal e legítima do administrador público. Nem sempre o poder é utilizado de forma adequada, o seu
emprego pode ser desproporcional, sem amparo legal ou sem utilidade pública. A atuação nessas condições deverá ser
declarada, pela Administração (autotutela) ou pelo Poder Judiciário (controle judicial), ilícita ou nula. Essa atuação
ilegítima caracteriza o chamado abuso de poder. O abuso de poder pode assumir tanto a forma comissiva (uma ação
positiva) quanto a omissiva (uma omissão ilegal), quer o ato seja doloso ou culposo.
• Excesso de Poder: Ocorre quando o agente age fora dos limites de sua competência administrativa, invadindo a
competência de outros agentes ou praticando atividades que a lei não lhe conferiu. A autoridade, embora competente
para o ato, vai além do que a lei lhe permitiu. Essa modalidade decorre de vício no requisito competência.
• Desvio de Poder: Ocorre quando o administrador pratica o ato buscando alcançar fim diverso daquele que lhe foi
determinado pela lei. Embora atue nos limites da sua competência, o agente pratica o ato por motivos ou fins diversos
do estabelecido legalmente ou exigidos pelo interesse público. Essa modalidade decorre de vício no requisito
finalidade.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
2. Elementos: Para que um ato seja válido e insuscetível de anulação é necessário que sejam isentos de vício (defeitos) os
cinco elementos que o compõem (requisitos de validade): Competência, Forma, Motivo, Finalidade e Objeto
(CoFiFoMoB).
a) Competência: É o poder conferido pela lei ao agente público para o exercício de suas funções. O ato administrativo,
para ser válido, requer que seja praticado por quem detenha, pela lei, a incumbência de praticá-lo. Desta forma, é nulo o
ato praticado por agente incompetente. Na delegação de competência, uma autoridade atribui a um agente o exercício
de competências que lhe são próprias e na avocação ela assume a responsabilidade por atribuições de seus
subordinados. A delegação e a avocação não são permitidas quando se tratar de competência atribuída com
exclusividade a determinado órgão ou agente. Os vícios que atingem o elemento “competência” são:
• Excesso de Poder: uma das modalidades do abuso de poder, quando a competência é exercida pelo agente público
além dos limites traçados pele lei.
• Função de Fato: é quando a pessoa que pratica o ato está irregularmente investida no cargo, emprego ou função,
mas a sua situação tem toda a aparência de legalidade.
• Usurpação de Função: ocorre quando a pessoa praticante do ato se apossa do exercício das atribuições de um
agente público, sem ter essa qualidade.
b) Finalidade: É o resultado a que o ato administrativo visa alcançar, qual seja a satisfação do interesse público. Dentre
os vícios que promovem a nulidade do ato administrativo, aquele que atinge o elemento “finalidade” é o de mais difícil
aferição. No desvio de finalidade o interesse público é sobrepujado pela vontade particular do agente, seja para
prejudicar seus desafetos, seja para atender interesses próprios ou de terceiros. Porém também haverá vício quando o
agente, mesmo visando satisfazer uma finalidade pública, utiliza-se de um ato cuja finalidade, segundo previsão legal,
destina-se ao atendimento de outra finalidade pública.
c) Forma: É a maneira pela qual se dá a exteriorização do ato administrativo. Em geral, os atos administrativos possuem
à forma escrita (decretos, portarias, circulares, regulamentos etc), mas são admitidas outras formas de exteriorização
(visuais, sonoras etc), sempre aquela prevista em lei.
d) Motivo: É a situação de fato ou de direito que justifica a edição do ato administrativo. Ao contrário do que ocorre com
os elementos competência, finalidade e forma, os quais são sempre elementos vinculados à lei, pode o elemento
“motivo” ser vinculado (a lei explicita a situação determinante do ato) ou discricionário (quando a lei deixa para o
agente a análise quanto à existência do motivo e a valoração quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato. O
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elemento motivo não se confunde com a motivação do ato. Este último é a explicitação, pela Administração, das
razões que a levaram à prática do ato. A teoria dos motivos determinantes vincula aos motivos indicados pelo agente
o fundamento desse ato, de maneira que se o primeiro for nulo o ato todo é nulo).
e) Objeto: É o efeito jurídico imediato resultante da edição do ato. Assim como ocorre com o elemento motivo, pode a lei
fixar precisamente o efeito jurídico a ser produzido pelo ato (vinculado) ou , por outro lado, abrir um leque de opções
para que a Administração escolha dentre elas (conveniência ou oportunidade) o objeto que melhor atenda ao interesse
público (discricionário).
3. Atributos (Características): Para que se cumpra a supremacia do interesse público em relação ao particular é necessário
que os atos administrativos sejam dotados de certas características (atributos), que não são encontradas nos demais atos
jurídicos.
a) Presunção de legitimidade: Deve-se sempre presumir que o ato administrativo foi editado com observância à lei.
Cabendo a quem se sentir lesado, com a atuação do Estado, o ônus da prova de que este agiu fora da lei. Enquanto a
ilegalidade não for verificada o ato administrativo, ainda que ilegal, continuará produzindo seus efeitos normalmente.
Essa presunção é relativa (e não absoluta), pois poderá ser desconstituído administrativamente ou judicialmente, assim
que se prove sua ilegalidade.
b) Imperatividade: É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem aos terceiros, criando para estes uma
obrigação (dever), independentemente de sua concordância. Decorre do denominado “poder extroverso”, que permite
ao poder público praticar certos atos que, extrapolando a sua esfera jurídica, são capazes de interferir na esfera jurídica
de outras pessoas, impondo-lhes obrigações. A imperatividade não está presente nos atos administrativos negociais e
enunciativos.
c) Auto-executoriedade: É o atributo que permite à própria Administração executar o ato administrativo, por ela editado,
sem necessidade de prévia autorização do Poder Judiciário. Não está presente em todos os atos administrativos, como
por exemplo na execução forçada de multa administrativa e na desapropriação de imóveis, quando o proprietário não
concorda com o valor da indenização oferecida pelo Poder Público.
d) Tipicidade: É aquele pelo qual o ato deve corresponder a figuras previamente determinadas, pela Lei, como aptas a
produzir determinado resultado. Só existe com relação aos atos unilaterais e seria corolário do princípio da Legalidade,
pois garante aos particulares que os atos, unilaterais e coercitivos, praticados pela administração possuem previsão
legal, ou seja, afasta a possibilidade de cometimento de atos totalmente discricionários (arbitrários).
4. Classificações:
a) Quanto ao alcance
• Atos Internos: são os atos que produzem efeitos somente no âmbito da Administração Pública, não atingindo terceiros.
• Atos Externos: são aqueles cujos efeitos alcançam os administrados em geral, não estando seu campo de incidência
restrito à Administração.
b) Quanto às prerrogativas
• Atos de império: são aqueles em que a Administração atua com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade, são
impostos unilateralmente.
• Atos de gestão: são praticados pela Administração em situação de igualdade com os particulares, são acordados
bilateralmente.
• Atos de expediente: são os atos internos da Administração, visam dar andamento aos serviços desenvolvidos por uma
repartição, órgão ou entidade.
5. Espécies
a) Atos Normativos: Objetivam a aplicação da lei, detalhando e explicando seu funcionamento.
• Decretos: são resultantes da vontade dos Chefes do Executivo (Pres. República, Governador e Prefeito), não se
confundem com o decreto legislativo. Podem ser gerais ou individuais.
• Regulamentos: são postos em vigência por meio de decreto, para especificar os mandamentos da lei. Por serem
inferiores à lei, não podem contrariá-la ou ir além.
• Instruções Normativas: são expedidos pelos Ministros de Estado para execução das leis, decretos ou regulamentos.
• Regimentos: são os de atuação interna, pois se destinam a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de
corporações legislativas.
• Resoluções: são expedidos por altas autoridades do Poder Executivo (menos Pres. República), por presidente de
Tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos e visam disciplinar matéria de sua competência
específica.
• Deliberações: originam-se, em regra, de órgãos colegiados (conselhos, comissões, tribunais administrativos etc).
Normalmente representam a vontade majoritária de seus componentes.
b) Atos Ordinatórios: Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São
provimentos, determinações ou esclarecimentos endereçados aos servidores públicos a fim de orienta-los no
desempenho de suas atribuições.
• Instruções: ordens escritas e gerais a respeito do modo e da forma de execução de determinado serviço, expedidas
por superior hierárquico.
• Circulares: ordens escritas de caráter uniforme e de menor generalidade do que as instruções, expedidas a
funcionários que possuam determinadas atribuições ou incumbências.
• Avisos: são atos dos Ministros de Estado a respeito de assuntos ligados aos seus ministérios.
• Portarias: são atos internos pelos quais os Chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem determinações gerais
ou especiais a seus subordinados; designam servidores para funções e cargos secundários; inicia-se sindicâncias e
processos administrativos.
• Ordem de Serviço: é o meio utilizado pelos superiores para transmitir a seus subordinados a maneira de ser
conduzido certo e determinado serviço, no que tange os aspectos administrativos e técnicos. Também é utilizada
para liberar o início de obra, fornecimento ou serviço contratado pela Administração.
• Ofícios: são comunicações escritas de caráter oficial, que as autoridades trocam entre si; entre subalternos e
superiores; entre Administração e particulares.
• Despacho: é ato que contém decisão das autoridades administrativas sobre assunto, de interesse individual ou
coletivo, submetido à sua apreciação.
c) Atos Negociais: São aqueles em que se mostram coincidentes a pretensão do particular e a declaração de vontade da
Administração.
• Licença: é ato unilateral e vinculado, no qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o
desempenho de uma atividade.
• Permissão: é ato unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração faculta ao
particular a utilização privativa de um bem público.
• Autorização: é ato unilateral, discricionário e precário pelo qual é facultado ao particular o uso privativo de bem
público ou desempenho de atividade ou prática de ato que sem esse consentimento seriam ilegais.
• Admissão: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que preencha os
requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público.
• Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle prévio ou posterior do ato administrativo.
• Homologação: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. Se
realiza sempre a posteriori e examina somente o aspecto da legalidade, no que se distingue da aprovação.
d) Atos Enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma
opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado.
• Certidão: documento público, resumido ou de inteiro teor, que retrata o conteúdo do ato, fato ou comportamento
certificado e que seja do conhecimento da Administração ou que esteja nos seus arquivos.
• Atestado: servem para que a Administração comprove um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
seus órgãos competentes.
• Parecer: utilizados pelos órgãos consultivos da Administração para emitirem opinião sobre assuntos técnicos ou
jurídicos de sua competência.
• Apostila: utilizados para modificar um ato, ou parte de um ato.
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
e) Atos Punitivos: São os que contém uma sanção, imposta pela Administração, àqueles que infringem disposições legais,
regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos.
• Multa: é a imposição pecuniária a que se sujeita o administrado a título de indenização do dano cometido na
infração.
• Interdição: é a proibição pelo qual a Administração proíbe que uma pessoa pratique atos sujeitos ao seu controle ou
que incidam sobre seus bens.
• Destruição de coisas: é ato sumário pelo qual a Administração inutiliza alimentos, substâncias, objetos ou
instrumentos que são nocivos ao uso ou consumo ou proibidos por lei.
• De atuação interna: são os praticados visando disciplinar seus servidores, segundo ao regime estatutário a que
estão sujeitos.
6. Extinção
a) Anulação: ocorre em virtude de sua ilegalidade. Pode ser realizada pela própria Administração (não necessitando de
provocação) ou pelo Poder Judiciário (necessita provocação), nos dois casos o efeito é retroativo (ex tunc).
b) Revogação: ocorre quando, apesar de legítimo, o ato não se mostra mais conveniente ou oportuno. Só é realizada pela
Administração, de ofício ou provocada.Seus efeitos não retroagem (ex nunc).
c) Caducidade: ocorre em virtude de norma jurídica superveniente que impede a permanência da situação anteriormente
permitida.
d) Cassação: ocorre em virtude do não cumprimento, pelo beneficiário do ato, das condições que permitiam a manutenção
dos efeitos desse ato.
e) Contraposição: ocorre em virtude de um ato administrativo superveniente que impede a permanência da situação
anteriormente permitida.
7. Convalidação: É a possibilidade (discricionariedade) da Administração sanar vício existente em um ato ilegal, terá efeitos
retroativos. A convalidação só será possível quando os vícios forem sanáveis e seus efeitos não causarem lesão ao interesse
público ou a terceiros.
8. Perfeição, Validade e Eficácia: O ato é dito perfeito quando seu ciclo de formação está completo. Ciclo, é o conjunto de
requisitos de validade (CoFiFoMOb), juntamente com qualquer outro requisito necessário para a existência do ato
(Publicidade etc). Estando perfeito o ato, é possível analisar sua validade e eficácia. O ato é valido quando os elementos
que compõem seu ciclo de formação estão em conformidade com o ordenamento jurídico. O ato é eficaz quando está apto a
produzir efeitos jurídicos.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
2. Princípios da licitação
A teor do que dispõe o art. 3° da Lei n° 8.666/93, a .licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos. Dentre os princípios elencados, apenas os dois últimos são princípios setoriais da licitação.
2.1 – Legalidade
Diferentemente do cidadão comum que pode fazer, ou deixar de fazer, qualquer coisa que não seja proibido por lei, a
Administração Pública só pode agir em virtude do que a lei autoriza. Neste sentido, no tocante à licitação, este princípio impõe
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à Administração o dever de observar o número e a seqüência de fases do procedimento licitatório conforme disposto na lei,
além de velar pela regularidade de todos os atos que envolvem o certame.
2.2 – Impessoalidade
Na formulação tradicional, a impessoalidade se confunde com o princípio da finalidade da atuação administrativa. De acordo
com este, há somente um fim a ser perseguido pela Administração Pública: Interesse Público, que deverá estar expresso ou
implícito na lei determinante ou autorizativa do ato.
A impessoalidade da atuação administrativa tem o objetivo de evitar a prática de atos visando interesses do agente e de
terceiros, a fim de impedir favorecimentos, perseguições ou descriminações de qualquer tipo.
2.3 – Moralidade
Este princípio impõe aos agentes e licitantes o dever de uma postura ética e moral durante todas as etapas do procedimento
licitatório, utilizando-se da probidade e honestidade para atuação administrativa.
2.5 – Publicidade
A licitação deve ser amplamente divulgada, de modo a se obter o maior número de propostas com vistas a promover a
competitividade e a chance de obtenção de uma proposta mais vantajosa aos interesses da coletividade, detentora do controle
dos atos a partir do momento que se tornam públicos e acessíveis a todos.
Impõe a publicação de aviso na imprensa contendo o resumo do edital, com ressalva para o conteúdo das propostas até a
respectiva abertura.
3. Fases da licitação
A fase externa da licitação desenvolve-se em diversas etapas, cuja seqüência deve seguir a previsão legal. Apresenta-se como
fases externas os seguintes procedimentos:
3.1 – Abertura
A abertura aos interessados é o momento da licitação em que a Administração torna pública a realização de uma licitação. O
aviso contendo o resumo do instrumento convocatório (edital) deve ser publicado na imprensa oficial em jornal de grande
circulação, com exceção da carta-convite, onde não se faz necessária a publicação (art. 21). Do edital devem constar
obrigatoriamente vários itens, tais como o objeto da licitação, o preço e as condições de reajuste, o prazo e condições para
assinatura do contrato, o critério de julgamento e assim por diante, conforme dispõe o artigo 40 da referida lei.
Obs: Os prazos estabelecidos serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou
ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos. Qualquer modificação no edital exige
divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido para
apresentação das propostas, exceto quando, a alteração não afetar a formulação das propostas. Dispõe a lei que
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
decairá o direito dos licitantes de impugnar o edital, perante a Administração, o licitante que não o fizer até o segundo
dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as
propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão. Desta forma, a impugnação feita
tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão
a ela pertinente.
a) Habilitação Jurídica (exemplos: cédula de identidade ou ato constitutivo da empresa devidamente registrado);
b) Qualificação Técnica (exemplos: registro ou inscrição na entidade profissional competente, indicação das instalações e do
aparelhamento para a realização do objeto da licitação, Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de serviço similar ao
objeto licitado);
c) Qualificação Econômico-Financeira (exemplos: balanço patrimonial, certidão negativa de falência e concordata, garantia
de até 1% do valor estimado do objeto da contratação);
d) Regularidade Fiscal (exemplos: prova de inscrição no CPF ou CNPJ, prova de regularidade paracom a Fazenda Pública);
e) cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7.° da Constituição Federal.
Após a fase de habilitação não mais caberá desistência da proposta, salvo pela ocorrência de fato superveniente justificado
e aceito pela comissão, assim como, abertos os envelopes das propostas não haverá desclassificação por inabilitação, salvo em
razão de fatos supervenientes ou somente conhecidos após o julgamento. (art. 43, §§ 5" e 6').
As fases de habilitação e de julgamento são conduzidas por uma comissão de licitação, integrada por no mínimo 3
membros, a qual pode instituída de caráter permanente ou especial para atender determinado procedimento. Na modalidade
convite, admite-se, excepcionalmente, a substituição da comissão de licitação por apenas único servidor. Da decisão que
habilita ou inabilita um licitante cabe recurso administrativo com efeito suspensivo, a ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias
úteis a contar da intimação do ato.
.
3.3 – Julgamento das propostas
É a fase em que ocorre a abertura dos envelopes contendo os valores para julgamento de acordo com o tipo e critério
estabelecidos no edital, declarando-se o vencedor para adjudicação do objeto.
Serão desclassificadas (ou seja, sequer serão julgadas) as propostas que não atendam às exigências do instrumento
convocatório, as que apresentem valor global superior ao limite estabelecido, as propostas sem valor definido, as de valor
irrisório e as manifestadamente inexeqüíveis.
Obs: Anulação e Revogação: A ilegalidade de um ato do procedimento implica sua anulação e conseqüentemente dos atos a
posteriori dependentes ou conseqüentes do ato anulado. Já a revogação pode ocorrer por motivo de interesse público
decorrente de fato superveniente devidamente justificado ou quando o vencedor não firma o contrato no tempo fixado.
3.4 – Homologação
A homologação é o ato pelo qual a autoridade competente reconhece a regularidade do procedimento licitatório. Ao receber o
processo da comissão, tal autoridade poderá: determinar correção de irregularidades, invalidar o procedimento (no todo ou em
parte), revogar a licitação por razões de ordem administrativa (por razões ele interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta) ou homologar o procedimento, considerando a
legalidade da licitação.
3.5 – Adjudicação
A adjudicação, ato final do procedimento licitatório, é o ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação. O
princípio da adjudicação obrigatória ao vencedor garante a este um direito de preferência na contratação (e não um direito à
contratação), ou seja, caso a Administração realmente venha a celebrar o contrato, terá de fazer com o vencedor da licitação.
Na hipótese de o vencedor, tendo sido regularmente convocado, não assinar o termo de contrato, poderá adotar uma dentre
duas medidas: convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para realizar o contrato em igual prazo e nas
mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços em conformidade com o ato
convocatório, ou, ainda, revogar a licitação.
Em todo caso, há de se ressaltar que a recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente
estabelecidas. No entanto, decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação,
ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos, hipótese em que não há que se falar em aplicação de sanções pelo
eventual não atendimento à convocação para assinatura do contrato.
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LEMBRETE:
4. Tipos de licitação
Prescreve a lei que o julgamento das propostas deverá ser feito em conformidade com os tipos de licitação. Os tipos de
licitação previstos em lei são:
a) Menor Preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração detem1inar que será
vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor
preço;
b) Melhor Técnica;
c) Técnica E Preço;
d) Melhor Lance Ou Oferta.
A lista é taxativa, não se admitindo outros tipos diversos dos listados. Não se aplicam à modalidade concurso. Os tipos de
licitação melhor técnica ou técnica e preço serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente
intelectual. Para contratação de bens e serviços de informática, a administração adotará obrigatoriamente o tipo de licitação
técnica e preço.
Os procedimentos utilizados na licitação do tipo melhor técnica e técnica e preço são detalhados nos parágrafos do artigo 46 da
Lei:
Art. 46 (...)
§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no
instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I. serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e
feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto
licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a
experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e
recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a
sua execução;
II. uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham
atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a
proponente melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e
tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
valorização mínima;
III. no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais
proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV. as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não
obtiverem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte
procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório:
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I. será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no
instrumento convocatório;
II. a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de
preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório. “
5. Modalidades de licitação
São seis as modalidades de licitação: concorrência, tomada de preço, convite, concurso, leilão e pregão. Apresentam as
seguintes características:
- A concorrência, a tomada de preços e o convite têm por objetivo a contratação e/ou fornecimento de obras, serviços.
- O pregão destina-se à aquisição de bens e contratação de serviços comuns.
- O concurso e o leilão têm objetivos próprios.
Atenção!!!! Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a
concorrência.
5.1 – Concorrência
- È a modalidade de licitação utilizada para contratações de grande vulto;
- Quaisquer interessados com requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital;
- Adota formalismo mais acentuado, uma vez que exigi fase de habilitação preliminar e publicidade ampla
- É obrigatória para:
a) Aquisição e alienação de bens imóveis (cabendo também o leilão em algumas hipóteses - art. 19);
b) Licitação internacional (cabendo também a tomada de preços e o convite em algumas hipóteses - art. 23, §3');
c) Concessão de direito real de uso.
5.3 – Convite
- Modalidade de licitação entre interessados, cadastrados ou não, do ramo pertinente ao seu objeto, escolhidos e
convidados em número mínimo de 03 pela unidade administrativa, a qual afixará em local próprio cópia do
instrumento convocatório
- Estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade, que manifestem interesse em participar com
antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas
- A existência na praça de mais de 03 (três) possíveis interessados, a cada novo convite a ser realizado para objeto
idêntico, é obrigatório o convite a, no mínimo, a mais de um interessado, enquanto existirem cadastrados não
convidados nas licitações anteriores
- Comissão poderá ser substituída por único servidor formalmente designado pela autoridade competente
Obs: Nos casos em que por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do
número de três licitantes, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição
do convite.
5.4 – Concurso
- Modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante
a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado com
antecedência mínima de 45 dias
- Julgamento será feito por comissão especial integrada, por servidores públicos ou não, de reputação ilibada e
reconhecido saber da matéria em exame
5.5 – Leilão
- Modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda a quem oferecer maior lance, igual ou superior ao
valor da avaliação de:
a) Venda de bens móveis inservíveis
b) Produtos legalmente apreendidos ou penhorados
c) Alienação de bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou
de dação em pagamento.
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5.6 – Pregão
Instituído pela MP 2.026/2000 e atualmente está regulado pela lei 10.520, de 17-07-2002. Inicialmente, era aplicável somente
no âmbito da União. Com a conversão da MP em lei, o pregão passou a ser aplicável em todas as entidades da Federação
(União, Estados, DF e Municípios).
- Mais nova modalidade de licitação prevista no direito brasileiro.
- Tem por objeto a aquisição de bens e serviços comuns e adota como regra o critério de julgamento de menor preço
- Em lugar da comissão de licitação, os trabalhos do pregão são conduzidos pelo pregoeiro, servidor do órgão ou
entidade licitante designado pela autoridade competente
- Prazo fixado para apresentação das propostas, a ser contado a partir da publicação do aviso do edital, não superior a
8 dias úteis
- Prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias
O procedimento do pregão apresenta duas diferenças em relação às demais: inversão entre as fases de habilitação e de
julgamento das propostas, bem como a inversão das fases de homologação e adjudicação, uma vez que esta antecede a
homologação. Neste sentido, cumpre esclarecer que, primeiramente são classificadas e julgadas as propostas e, só após, é feita
a habilitação do licitante vencedor.
Na fase de julgamento, encontra-se a característica básica do pregão, que é a possibilidade do autor da proposta de valor mais
baixo e os autores das propostas de valores até 10% superiores àquela, realizar novos lances verbais e sucessivos até a
proclamação do vencedor. Assim, não se atingindo o número mínimo de três ofertas é facultativo a oferta de novos lances
verbais e sucessivos pelos autores das melhores ofertas, quaisquer que tenham sido os preços ofertados
Caso o vencedor não assine o contrato no prazo previsto no edital, serão convocados, sucessivamente, os demais licitantes na
ordem final de classificação, sendo vedada a exigência de:
a) garantia de proposta;
b) aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame;
c) pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital;
Licitação Deserta é aquela em que não comparecem interessados ao objeto da licitação e esta não pode ser realizada
novamente sem prejuízo para a administração. Neste caso, a licitação será dispensável.
Licitação Fracassada é aquela em que nenhum dos licitantes interessados foram habilitados para contratar com a
administração ou quando as propostas apresentadas são com preços manifestamente superiores a prática do mercado.
7. Dispensa de licitação
Nas situações em que se admite a dispensa de licitação, haveria possibilidade, da realização do procedimento, ou seja, existe a
viabilidade jurídica de competição, sendo que o legislador autorizou a celebração direta do contrato (licitação dispensável) ou
ainda, determinou a não realização do procedimento licitatório (licitação dispensada).
II. para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo
anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço,
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
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IV. nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que
possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens,
públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos;
V. quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para
a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI. quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII. quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional,
ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único
do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não
superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
VIII. para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à
vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
IX. quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do
Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X. para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas
necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia;
XI. na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII. nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos
processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;
XIV. para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional,
quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;
XV. para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI. para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas
oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou
entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;
XVII. para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de
equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal
condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
XVIII. nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades
diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exigüidade dos prazos
legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite
previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei:
XIX. para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo,
quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais,
aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;
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XX. na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por
órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde
que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
XXI. para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela
CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.
XXII. na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
autorizado, segundo as normas da legislação específica;
XXIII. na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para
a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com
o praticado no mercado.
XXIV. para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.
XXV. na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência
de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.
XXVI. na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em
convênio de cooperação.
XXVII. para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade
máxima do órgão.
XXVIII. para fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no país, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade
máxima do órgão.
XXIX. na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras
empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor
ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
XXX. na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de
serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão
Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras,
obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou
fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado,
será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I. quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas
e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de
governo;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;
f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis construídos e destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da
administração pública especificamente criados para esse fim;
João Lasmar 28
DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante
iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
II. quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência
sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas
finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível
por quem deles dispõe.
8. Inexigibilidade de licitação
A inexigibilidade caracteriza-se pela existência de impossibilidade jurídica de competição. Neste caso, ocorre a formalização
do instrumento contrato diretamente com o particular, uma vez que a competição é inviável em função da singularidade do
objeto ou do fornecedor. Neste sentido, encontram –se previstos no art. 25 por meio de uma lista não exaustiva de hipóteses
abaixo transcritas:
II. para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III. para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública".
Consideram-se serviços técnicos profissionais especializados (art. 13) os trabalhos relativos a:
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; -'.
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias ou consultarias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e bens, de valor histórico.
LEMBRETE
Inexigibilidade (art.25)
• Fornecedor exclusivo: vedado preferência de marca, necessita de atestado de comprovação;
• Setor artístico: desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
• Serviços técnicos: singularidade ou notória especialização; vedada p/ publicidade e divulgação (estudos técnicos, perícias,
auditorias, defesa, treinamento, restauração, etc)
Compras, no tempo necessário p/ realização dos processos licitatórios, de hortifrutigranjeiros / pão / gêneros perecíveis;
Contratação de instituição brasileira, de pesquisa / desenvolvimento de ensino / recuperação de preso, desde que sem fim
lucrativo e reconhecida;
Aquisição ou restauração de objetos de arte ou histórico, c/ autenticidade certificada;
Compras de material de uso das Forças Armadas, exceto uso pessoal ou Adm. e necessidade de manter padronização;
Contratação de Associações de portadores de deficiência, sem fins lucrativos, desde que compatíveis c/ o mercado;
Contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica;
Na contratação por EP ou SEM com suas subsidiárias, desde que preço compatível.
Imóveis:
* Dação em pagamento;
* Doação ou venda para outro órgão ou entidade da administração pública
* Permuta;
* Investidura;
* Alienação, concessão, locação, permissão, destinados ou utilizados para programas habitacionais por órgãos ou entidades da
administração criados para este fim
Móveis:
* Doação
* Permuta, exclusivamente entre órgãos ou entidades da administração pública
* Venda de ações;
* Venda de títulos;
* Venda de bens, materiais e equipamentos produzidos ou comercializados para órgão ou entidade da administração
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
3. Princípios
Dentre os princípios que regem os contratos, destacam-se os seguintes:
• Princípio da autonomia de vontades, onde o requisito de validade é a manifestação de vontades entre as partes
contratantes
• Princípio da obrigatoriedade, sintetizado nas expressões Lex inter partes ( o contrato faz lei entre as partes) e pacta
sunt servanda ( as partes devem cumprir o avençado no instrumento contratual)
Em síntese, os contratos administrativos propriamente ditos são aqueles regidos por regras de direito público em que encontra-
se presente a supremacia do interesse público sobre o particular. Por outro lado, os contratos atípicos ou de direito privado são
aqueles em que não há a supremacia de interesses e a administração está em posição de igualdade com a parte contratada.
4. Características
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
4.3 – Formalismo
Ao contrário do que ocorre no Direito Privado, em que, regra geral, a forma dos contratos é livre, nos contratos
administrativos inexiste a mesma liberdade, sendo essencial a observância as regras relativas ao aspecto formal dos contratos,
consignadas na Lei na 8.666/93.
O instrumento do contrato administrativo deve ser formalizado por escrito, sendo nulo e sem efeito a realização de
contratos verbais com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, ou seja, aquelas em que o valor
não supera a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" da Lei na 8.666/93. Atualmente este
limite é de R$ 4.000,00, realizadas em regime de adiantamento.
Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas da Lei na
8.666/93 e às cláusulas contratuais.
A Lei Geral de Licitações (Lei n° 8.666/93) determina que a publicação na imprensa oficial do resumo do instrumento
de contrato, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, deverá ocorrer no prazo de vinte dias, contados do quinto dia
útil do mês seguinte ao de sua assinatura. A publicação na imprensa oficial é condição suspensiva de eficácia do contrato.
Torna-se obrigatório o instrumento do contrato nos casos de concorrência e de tomada de preços, assim como nas
dispensas e inexigibilidades, cujos preços estejam compreendidos nos limites, sendo facultativo nos demais casos em que a
Administração possa substituir por outros instrumentos hábeis, a exemplo da carta-contrato, nota de empenho de despesa,
autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
4.5 – Pessoalidade
Na teoria geral dos contratos, diz-se personalíssimo ou intuitu personae o ajuste celebrado em atenção às qualidades pessoais
de um dos contratantes, donde se conclui que o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, uma vez que as qualidades
pessoais tiveram influência decisiva na manifestação de vontade entre as partes.
Os contratos administrativos são contratos pessoais, de sorte que sua execução deve ser realizada pela mesma pessoa que se
obrigou perante a Administração.
Isto é assim porque, na licitação, buscou-se, além da proposta mais vantajosa, uma pessoa que oferecesse condições de
assegurar a adequada execução do objeto do contrato. Daí não ser possível, a princípio, a subcontratação. No entanto,o art. 72
da Lei flexibiliza um pouco essa regra, ao estatuir que "o contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, -poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em
cada caso, pela Administração". A possibilidade de subcontratação parcial deve estar prevista no edital e no contrato.
5. Cláusulas exorbitantes
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
A alteração unilateral visa à adequação do objeto contratual às novas exigências do interesse público, advindas em momento
posterior à celebração do contrato. Entretanto, frise-se que o poder de alteração unilateral do contrato não vai ao ponto de
permitir à Administração interferir na equação econômico-financeira do contrato (equivalência entre encargos e remuneração
inicialmente avençada), de maneira que, todas as vezes em que o referido equilíbrio econômico for rompido em face de
alteração promovida pela Administração nas cláusulas regulamentares, surge para ela o dever de recompor o equilíbrio
contratual, alterando as cláusulas remuneratórias.
Parágrafo único: Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado contraditório
e a ampla defesa."
Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII e XVII do artigo acima, sem que haja culpa do contratado, será este
ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito à devolução de garantia, aos
pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e ao pagamento do custo da desmobilização. Sem
prejuízo das sanções previstas na Lei, a rescisão unilateral acarreta ainda as seguintes conseqüências:
a) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
b) ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato,
necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 da Lei;
c) execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela
devidos;
d) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
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b) prestação de serviços a serem executados de forma a contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e
sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta
meses (essa"hipótese admite, em caráter excepcional, prorrogação adicional por até 12 meses);
c) aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
devidamente autuados em processo:
I. alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II. superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as
condições de execução do contrato;
III. interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV. aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos pela Lei;
V. impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento
contemporâneo à sua ocorrência;
VI. omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte,
diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicável aos
responsáveis.
9. Extinção do contrato
Extingue-se o contrato:
a) pela conclusão de seu objeto (por exemplo, finalização de uma obra) ou término de seu prazo (por exemplo, contrato de
fornecimento celebrado por um ano);
b) por anulação: por motivo de ilegalidade (por exemplo, contrato verbal que não seja para pequena compra);
c) por rescisão (com ou sem culpa de uma das partes): essa forma de extinção pode ser classificada em três modalidades: a
rescisão unilateral (ou administrativa), rescisão judicial e rescisão amigável.
b) Fato do Príncipe
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, são causas justificadoras de inexecução contratual conhecidas como fato do príncipe
"as medidas de ordem geral não relacionadas diretamente com o contrato, mas que nele repercutem, provocando desequilíbrio
econômico-financeiro em detrimento do contratado". Ainda consoante entendimento da mesma autora, em face do regime
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
federativo adotado no Brasil, a teoria do fato do príncipe somente é aplicável se a autoridade responsável pela medida geral
não for da mesma esfera de governo em que se celebrou o contrato.
c) Fato da Administração
Considera-se fato da administração qualquer conduta ou comportamento da Administração, especificamente relacionada ao
contrato, que impede ou retarda a sua execução. São exemplos os incisos XIV a XVI do art. 78:
Art.78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo
em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra ,ou ainda por repetidas suspensões que totalizem
o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas
desmobilizações e mobilizações e outras previstas assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do
cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90(noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou
fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de Calamidade pública, grave perturbação da
ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado direito De optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto- para execução de obra, Serviço ou fornecimento,
nos prazos contratuais,bem como das fontes de materiais naturais Especificadas no projeto".
d) Interferências Imprevistas
Compreendem obstáculos físicos, já existentes à época da celebração do contrato, mas que eram desconhecidos pejos
contratantes, que dificultam, impedem ou tomam excessivamente mais onerosa a execução do contrato.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades servidores públicos, empregados ou terceiros contratados
mencionadas no artigo anterior. por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. característica de mercadorias ou bens fornecidos a
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
dar-se-á o integral ressarcimento do dano. qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
acrescidos ao seu patrimônio. jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao do agente público, durante a atividade;
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, IX - perceber vantagem econômica para intermediar a
caberá a autoridade administrativa responsável pelo liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
inquérito representar ao Ministério Público, para a natureza;
indisponibilidade dos bens do indiciado. X - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
Parágrafo único: A indisponibilidade a que se refere o providência ou declaração a que esteja obrigado;
caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às mencionadas no art. 1° desta lei.
cominações desta lei até o limite do valor da herança. Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
CÁPÍTULO II Prejuízo ao Erário
Dos Atos de Improbidade Administrativa Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que
Seção I causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
Dos Atos de Improbidade Administrativa que culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
Importam Enriquecimento Ilícito malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou desta lei;
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão desta lei, sem a observância das formalidades legais ou
decorrente das atribuições do agente público; regulamentares aplicáveis à espécie;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio
referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para sem observância das formalidades legais e regulamentares
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público aplicáveis à espécie;
ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação
inferior ao valor de mercado; de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores
bem ou serviço por preço superior ao de mercado; acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
VI - realizar operação financeira sem observância das integral do dano, quando houver, perda da função pública,
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
insuficiente ou inidônea; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
observância das formalidades legais ou regulamentares Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
aplicáveis à espécie; ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
dispensá-lo indevidamente; majoritário, pelo prazo de dez anos;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano,
autorizadas em lei ou regulamento; perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
renda, bem como no que diz respeito à conservação do função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a
patrimônio público; oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das valor do dano e proibição de contratar com o Poder
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
aplicação irregular; creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
enriqueça ilicitamente; majoritário, pelo prazo de cinco anos;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano,
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
terceiros contratados por essas entidades. receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
gestão associada sem observar as formalidades previstas de três anos.
na lei; Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
as formalidades previstas na lei.
Capítulo IV
Seção III Da Declaração de Bens
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
Contra os Princípios da Administração Pública condicionados à apresentação de declaração dos bens e
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de
atenta contra os princípios da administração pública ser arquivada no serviço de pessoal competente.
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis,
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra
instituições, e notadamente: espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e
ou diverso daquele previsto, na regra de competência; valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência
ofício; econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em utensílios de uso doméstico.
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais; § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na
V - frustrar a licitude de concurso público; data em que o agente público deixar o exercício do
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a mandato, cargo, emprego ou função.
fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de agente público que se recusar a prestar declaração dos
mercadoria, bem ou serviço. bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
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§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo § 5º A propositura da Ação prevenirá a jurisdição do juízo
e assinada, conterá a qualificação do representante, as para todas as ações posteriormente intentadas que possuam
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.”
provas de que tenha conhecimento.
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, que contenham indícios suficientes da existência do ato de
em despacho fundamentado, se esta não contiver as improbidade ou com razões fundamentadas da
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição impossibilidade de apresentação de qualquer dessas
não impede a representação ao Ministério Público, nos provas, observada a legislação vigente, inclusive as
termos do art. 22 desta lei. disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de
Processo Civil.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se § 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará
tratando de servidores federais, será processada na forma autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. dias.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao § 8º Recebida a manifestação, o juiz no prazo de trinta
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se
da existência de procedimento administrativo para apurar a convencido da inexistência do ato de improbidade, da
prática de ato de improbidade. improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.
Parágrafo único: O Ministério Público ou Tribunal ou § 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar apresentar contestação.
representante para acompanhar o procedimento
administrativo. § 10º Da decisão que receber a petição inicial, caberá
agravo de instrumento.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a § 11º Em qualquer fase do processo, reconhecida a
comissão representará ao Ministério Público ou à inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o
procuradoria do órgão para que requeira ao juízo processo sem julgamento do mérito.
competente a decretação do seqüestro dos bens do agente § 12º Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas
ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221,
dano ao patrimônio público. caput e § 1º, do Código de Processo Penal.
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de
o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos
Civil. ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos
bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o prejudicada pelo ilícito.
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos Capítulo VI
da lei e dos tratados internacionais. Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será improbidade contra agente público ou terceiro
proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
cautelar. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações morais ou à imagem que houver provocado.
de que trata o caput.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado
ações necessárias à complementação do ressarcimento do da sentença condenatória.
patrimônio público.
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
Parágrafo único: A autoridade judicial ou administrativa acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
competente poderá determinar o afastamento do agente instauração de inquérito policial ou procedimento
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem administrativo.
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual. Capítulo VII
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei Das Prescrição
independe: Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público; previstas nesta lei podem ser propostas:
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de I - até cinco anos após o término do exercício de mandato,
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. de cargo em comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do
Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
administrativa ou mediante representação formulada de emprego.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
II. ter ciência da tramitação dos processos administrativos §4º A renovação de pedidos já examinados, tendo como
em que tenha a condição de interessado, ter vista objeto decisão administrativa sobre a qual não caiba
dos autos, obter cópias de documentos nele contidos, mais recurso, caracterizando abuso do direito de petição,
permitida a cobrança pelos custos da reprodução, e será apenada com multa de 100 UFIR-RJ (cem
conhecer as decisões proferidas, na forma dos respectivos unidades fiscais de referência do Rio de Janeiro) a 50.000
regulamentos, ressalvadas as hipóteses de sigilo UFIR-RJ (cinqüenta mil unidades fiscais de
admitidas em direito; referência do Rio de Janeiro), observando-se, na aplicação
III. formular alegações e apresentar documentos antes da da sanção, de competência do Secretário de
decisão, os quais serão objeto de consideração Estado ou da autoridade máxima da entidade vinculada, a
pelo órgão competente; capacidade econômica do infrator e as disposições
IV. fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo desta Lei relativas ao processo administrativo
quando obrigatór ia a representação. sancionatório.
CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DO INÍCIO DO PROCESSO DOS INTERESSADOS
Art. 5º - O processo administrativo pode iniciar-se de Art. 9º - Poderão atuar no processo administrativo os
ofício, a Requerimento, Proposição ou Comunicação do interessados como tais designados:
administrado. I. as pessoas físicas ou jurídicas que se apresentem como
titulares de direitos ou interesses individuais, ou no
Art. 6º - A petição inicial, salvo casos em que for admitida exercício do direito de representação;
solicitação oral, deve ser formulada por escrito e II. aqueles que, sem haverem iniciado o processo, tenham
conter os seguintes elementos essenciais: direitos ou interesses que possam ser afetados
I. entidade, órgão ou autoridade administrativa a que se pela decisão a ser adotada;
dirige; III. as organizações e associações representativas, no
II. identificação do requerente ou de quem o represente; tocante a direitos e interesses coletivos;
III. domic ílio do requerente ou local para recebimento de IV. as pessoas físicas ou as associações legalmente
comunicações; constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
IV. formulação do pedido, da comunicação, ou da
proposição, com exposição dos fatos e de seus Parágrafo Único - A atuação no processo administrativo,
fundamentos; nos casos dos incisos III e IV deste artigo,
V. data e assinatura do requerente ou de seu representante. dependerá de comprovação de pertinência temática por
parte das pessoas neles indicadas.
§1º É vedada à Administração a recusa imotivada de
recebimento de petições, devendo o servidor orientar o CAPÍTULO VI
requerente quanto ao suprimento de eventuais falhas. DA COMPETÊNCIA
Art. 10 - A competência é irrenunciável e se exerce pelos
§2º Constatada a ausência de algum dos elementos órgãos administrativos a que for atribuída como
essenciais do requerimento pela autoridade competente própria, ressalvadas as hipóteses de delegação e avocação
para o julgamento ou para a instrução, será determinado o previstas nesta Lei ou em Leis específicas.
suprimento da falta pelo requerente, concedendose,
para tanto, prazo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas Parágrafo Único - O disposto neste artigo não impede a
úteis nem superior a 10 (dez) dias úteis, a contar celebração de convênios, consórcios ou
da correspondente comunicação, sob pena de instrumentos congêneres, nos termos de legislação própria.
arquivamento, salvo se a continuação do feito for de
interesse Art. 11 - Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
público. não houver impedimento legal, delegar parte de
sua competência a outros órgãos ou titulares, quando for
§3º A Proposição será apreciada conforme critérios de conveniente, em razão de circunstâncias de
conveniência e oportunidade da Administração, natureza técnica, social, econômica, jur ídica ou territorial.
segundo as prioridades definidas pelas autoridades §1º O disposto neste artigo aplica-se à delegação de
competentes. competência dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
João Lasmar 40
DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
§2º Não podem ser objeto de delegação as matérias de IV. esteja litigando judicial ou administrativamente com o
competência exclusiva do órgão ou autoridade. interessado ou com qualquer das pessoas indicadas
no artigo anterior.
Art. 12 - O ato de delegação e sua revogação deverão ser
publicados no meio oficial. Art. 18. A autoridade ou servidor que incorrer em
§1º O ato de delegação especificará as matérias e os impedimento tem o dever de comunicar o fato à autor
poderes transferidos, os limites da atuação do idade
delegado, os objetivos da delegação e o recurso cabível, competente, abstendo-se de atuar.
podendo conter ressalva do exercício da atribuição Parágrafo Único - A omissão no dever de comunicar o
delegada. impedimento constitui falta grave, para efeitos
disciplinares.
§2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
autoridade delegante. CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO
§3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar PROCESSO
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão Art. 19 - Os atos do processo administrativo não
editadas pelo delegante. dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
§4º A delegação poderá ser admitida por meio de convênio §1º Os atos do processo deverão ser produzidos por
ou outros atos multilaterais assemelhados. escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua
realização, a identificação e a assinatura da autoridade
Art. 13 - Será permitida, em caráter excepcional e por responsável.
motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão §2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma
hierarquicamente inferior, observados os princípios somente será exigido quando houver dúvida de
previstos no art. 2o desta Lei. autenticidade.
Art. 14 - Os órgãos e entidades administrativas, bem como §3º A autenticação de documentos produzidos em cópia
as pessoas jurídicas de direito privado poderá ser feita pelo órgão administrativo.
prestadoras de serviços públicos, divulgarão publicamente
os locais das respectivas sedes e eventuais §4º O processo deverá ter suas páginas numeradas
alterações, horários de atendimento e de prestação dos seqüencialmente e rubricadas.
serviços e, quando conveniente, a unidade funcional
competente em matéria de interesse especial, bem como §5º A Administração Pública poderá disciplinar, mediante
meios de informação à distância e quaisquer outras decreto, a prática e a comunicação oficial dos atos
informações de interesse geral. processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos
técnicos exigidos na legislação específica, em
Parágrafo Único - A administração disciplinará a especial os de autenticidade, integridade e validade jur
divulgação das informações previstas no caput deste artigo ídica.
por meio eletrônico.
Art. 20 - Os atos do processo devem realizar-se em dias
Art. 15 - Inexistindo competência legal espec ífica, o úteis, no horário normal de funcionamento da
processo administrativo terá início perante a autor idade repartição pela qual tramitar, salvo nos casos de urgência e
de menor grau hierárquico para decidir. interesse público relevante.
§1º Poderão ser concluídos após o horário normal de
CAPÍTULO VII expediente os atos já iniciados, cuja eventual
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO interrupção possa causar dano ao interessado ou à
Art. 16 - Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou Administração.
agente que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos §2º Os atos do processo devem realizar-se
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
terceiro grau. interessado se outro for o local de realização.
Art. 17 - Fica impedido de atuar em processo Art. 21 - Inexistindo disposição específica, os atos do
administrativo o servidor ou autoridade que: órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos
I. tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na administrados que dele participem devem ser praticados no
solução do processo; prazo de quinze dias úteis, salvo justo motivo.
II. seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o
terceiro grau de qualquer dos interessados; CAPÍTULO IX
III. tenha dele participado ou dele venha a participar como DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
perito, testemunha ou representante ou se tais Art. 22 - O órgão competente para a condução do processo
situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas determinará a intimação do interessado para
indicadas no artigo anterior; ciência de decisão ou efetivação de diligências.
§1º A intimação deverá conter:
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I. identificação do intimado e nome do órgão ou entidade Art. 27 - Quando a matéria do processo envolver assunto
administrativa; de interesse geral, o órgão competente poderá,
II. finalidade da intimação; mediante despacho motivado, abrir per íodo de consulta
III. data, local e hora em que deva comparecer; pública para manifestação de terceiros, antes da
IV. se o intimado deverá comparecer pessoalmente ou se decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte
poderá fazer-se representar; interessada.
V. informação da continuidade do processo §1º A abertura da consulta pública será objeto de
independentemente do seu comparecimento; divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas
VI. indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. físicas ou jurídicas possam examinar os autos do processo,
bem como a documentação posta à disposição
§2º A intimação observará a antecedência mínima de três pelo órgão competente, fixando-se prazo para o
dias úteis quanto à data de comparecimento. oferecimento de alegações escritas, que deverão ser
consideradas pela Administração.
§3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,
por via postal com aviso de recebimento, por §2º O comparecimento de terceiro à consulta pública não
telegrama ou outro meio que assegure a ciência do confere, por si só, a condição de interessado no
interessado. processo, mas atribui-lhe o direito de obter da
Administração resposta fundamentada, que poderá ser
§4º No caso de interessados indeterminados, comum
desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação para todas as alegações substancialmente iguais.
deve
ser efetuada por meio de publicação oficial. Art. 28 - Antes da tomada de decisão, a juízo da
autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser
§5º As intimações serão nulas quando feitas sem realizada audiência pública para debates sobre a matéria do
observância das prescrições legais, mas o comparecimento processo.
do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 29 - Os órgãos e entidades administrativas, em
Art. 23 - O desatendimento da intimação não importa no matéria relevante, poderão valer-se de outros meios de
reconhecimento da verdade dos fatos, nem na participação singular ou coletiva de administrados,
renúncia a direito material pelo administrado. diretamente ou por meio de organizações e associações
legalmente reconhecidas.
Parágrafo Único - O interessado poderá atuar no processo
a qualquer tempo recebendo-o no estado em que Art. 30 - Os resultados da consulta e audiência públicas e
se encontrar, observado o seguinte: de outros instrumentos de participação de
I. nenhum ato será repetido em razão de sua inércia; administrados serão divulgados, preferencialmente, por
II. no prosseguimento do processo será assegurado o meio eletrônico, com indicação sucinta das suas
direito ao contraditório e à ampla defesa. conclusões e fundamentação.
Art. 24 - Devem ser objeto de intimação os atos do Art. 31 - Quando necessária à instrução do processo, a
processo que resultem para o interessado em imposição audiência de outros órgãos ou entidades
de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta,
direitos. com a participação de titulares ou representantes
dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser
CAPÍTULO X juntada ao processo.
DA INSTRUÇÃO
Art. 25 - As atividades de instrução destinadas a averiguar Art. 32 - A administração pública não conhecerá
e comprovar os elementos necessários à tomada requerimentos ou requisições de informações, documentos
de decisão realizam-se de ofício, sem prejuízo do direito ou providências que:
dos interessados de requerer a produção de provas I. não contenham a devida especificação do objeto e
e a realização de diligências. finalidade do processo a que se destinam;
II. não sejam da competência do órgão requisitado;
Parágrafo Único - Os atos de instrução que exijam a III. acarretem ônus desproporcionais ao funcionamento do
atuação dos interessados devem realizar-se do modo serviço, ressalvada a possibilidade de colaboração
que lhes seja menos oneroso. da entidade ou órgão requisitante.
Art. 26 - Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha Art. 33 - Quando o interessado declarar que fatos e dados
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão estão registrados em documentos existentes no
competente para a instrução e do disposto no art. 33 desta próprio órgão responsável pelo processo ou em outro
Lei. órgão administrativo, a autor idade competente para a
instrução, verificada a procedência da declaração, proverá,
Parágrafo Único - São inadmissíveis no processo de ofício, à obtenção dos documentos ou das
administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. respectivas cópias, ou justificará a eventual
impossibilidade de fazê-lo.
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Art. 34 - O interessado poderá, na fase instrutória e antes Art. 40 - Encerrada a instrução, o interessado terá o direito
da tomada de decisão, juntar documentos e de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir salvo se outro prazo for legalmente fixado.
alegações referentes à matér ia objeto do
processo. Art. 41 - O interessado tem direito à obtenção de vista dos
autos e de certidões das peças que integram o
Parágrafo Único - Somente poderão ser recusadas, processo ou cópias reprográficas dos autos, para fazer
mediante decisão fundamentada, as provas propostas prova de fatos de seu interesse, ressalvados os casos
pelos interessados quando sejam ilícitas ou de informações relativas a terceiros, protegidas por sigilo
manifestamente impertinentes, desnecessárias ou ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
protelatórias.
Art. 42 - Quando o órgão de instrução não for o
Art. 35 - Quando for necessária a prestação de competente para emitir a decisão final, elaborará relatório
informações ou a apresentação de provas pelos circunstanciado indicando a pretensão deduzida, o resumo
interessados das fases do procedimento e formulará proposta
ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o
mencionando-se data, prazo, forma e condições de processo à autoridade com competência decisória.
atendimento.
CAPÍTULO XI
Parágrafo Único - Não sendo atendida a intimação, DAS PROVIDÊNCIAS ACAUTELADORAS
poderá o órgão competente, se entender relevante a Art. 43 - Em caso de perigo ou risco iminente de lesão ao
matér ia, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de interesse público ou à segurança de bens, pessoas
proferir a decisão. e serviços, a Administração Pública poderá,
motivadamente, adotar providências acauteladoras.
Art. 36 - Quando os elementos ou atuações solicitados ao
interessado forem imprescindíveis à apreciação de Parágrafo Único - A implementação da medida
pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela acauteladora será precedida de intimação do interessado
Administração implicará o arquivamento do direto para se manifestar em prazo não inferior a 48
processo. (quarenta e oito) horas, salvo quando:
I. o interessado for desconhecido ou estiver em local
Art. 37 - O interessado já qualificado no processo será incerto e não sabido; ou
intimado de prova ou diligência ordenada, com II. o decurso do prazo previsto neste parágrafo puder
antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se causar danos irreversíveis ou de difícil reparação.
data, hora e local de realização.
CAPÍTULO XII
Art. 38 - Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um DO DEVER DE DECIDIR
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no Art. 44 - A Administração tem o dever de emitir decisão
prazo máximo de tr inta dias, salvo norma especial ou conclusiva nos processos administrativos e sobre
comprovada necessidade de prorrogação. solicitações ou reclamações, em matér ia de sua
§1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser competência.
emitido no prazo fixado, o processo não terá
seguimento até a respectiva apresentação, Art. 45 - Concluída a instrução de processo
responsabilizando-se quem der causa ao atraso. administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta
dias
§2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de para decidir, salvo prorrogação, por igual per íodo,
ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter expressamente motivada.
prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem
prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no Art. 46 - No exercício de sua função decisória, poderá a
atendimento. Administração firmar acordos com os interessados, a
fim de estabelecer o conteúdo discricionário do ato
§3º A divergência de opiniões na atividade consultiva não terminativo do processo, salvo impedimento legal ou
acarretará a responsabilidade pessoal do agente, decorrente da natureza e das circunstâncias da relação jur
ressalvada a hipótese de erro grosseiro ou má-fé. ídica envolvida, observados os princípios previstos
no art. 2º desta Lei, desde que a opção pela solução
Art. 39 - Quando por disposição de ato normativo devam consensual, devidamente motivada, seja compatível com
ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos o interesse público.
administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo
assinalado, o órgão responsável pela instrução Art. 47 - Quando a decisão proferida num determinado
deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de processo administrativo se caracterizar como
qualificação e capacidade técnica equivalentes, sem extensível a outros casos similares, poderá o Governador,
prejuízo da apuração de responsabilidade de quem se após manifestação da Procuradoria- Geral do
omitiu na diligência. Estado, mediante ato devidamente motivado, atribuir-lhe
eficácia vinculante e normativa, com a devida
publicação na imprensa oficial.
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Art. 50 - O órgão competente poderá declarar extinto o Art. 55 - O recurso administrativo interpõe-se por meio de
processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto requerimento endereçado ao órgão ou autor idade
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prolatora da decisão impugnada, devendo ser expostos os administrativo dir igido contra decisão final, e de cinco
fundamentos do pedido de nova decisão, permitida dias o prazo para interposição de recurso administrativo
a juntada de documentos. dirigido contra decisão interlocutória ou decisão que
adotar providência acauteladora, contados a partir da
Parágrafo Único - Se o recorrente alegar violação ou não ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
incidência de enunciado ou súmula vinculante, o
órgão ou autoridade competente para decidir o recurso Art. 61 - Recebido o recurso, o órgão ou autoridade
explicitará as razões da aplicabilidade ou competente para dele conhecer e julgar deverá intimar os
inaplicabilidade do enunciado, conforme o caso. demais interessados já qualificados no processo para
apresentar razões no prazo de cinco dias, na forma do
Art. 56 - O recurso interposto contra decisão interlocutória art. 22, §3º, desta Lei.
ficará retido nos autos para apreciação em §1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
conjunto com o recurso interposto contra a decisão final, administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de
admitida a retratação pelo órgão ou autor idade trinta dias, a partir do encerramento do prazo previsto no
administrativa, em cinco dias úteis. caput.
Parágrafo Único - Demonstrada a possibilidade de §2º O prazo mencionado no dispositivo anterior poderá ser
ocorrência de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a prorrogado por igual per íodo, mediante justificativa
autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, explícita.
de ofício ou a pedido, determinar o processamento
do recurso em autos específicos e, em sendo o caso, Art. 62 - O recurso não será conhecido quando interposto:
atribuir-lhe efeito suspensivo. I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
Art. 57 - O julgamento do recurso administrativo caberá à III - por quem não tenha legitimidade ou interesse em
autoridade ou órgão imediatamente superior àquela recorrer;
que houver proferido a decisão recorrida, salvo expressa IV - após exaurida a esfera administrativa.
disposição legal ou regulamentar em s entido
diverso. §1º Na hipótese do inciso II, o processo administrativo
§1º Apresentado o recurso, o órgão ou autoridade será remetido ao órgão ou autoridade competente.
administrativa poderá modificar, fundamentadamente, a
sua decisão no prazo de cinco dias úteis. Não o fazendo, §2º O não conhecimento do recurso não impede a
deverá encaminhar o processo ao órgão ou Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que
autoridade competente para julgamento do recurso. não ocorrida a preclusão administrativa.
§2º Não sendo encaminhado o recurso ao órgão ou Art. 63 - O órgão ou autoridade competente para decidir o
autoridade no prazo previsto no caput deste artigo, o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou
interessado poderá reclamar diretamente contra o retardo revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida.
ou negativa de seguimento, por qualquer meio,
inclusive eletrônico, desde que documentado. Parágrafo Único - Se o órgão ou autoridade
administrativa com competência para julgar o recurso
§3º Não havendo justo motivo, a autoridade que der causa concluir
ao atraso será responsabilizada pelo agravamento da situação do recorrente, deverá, antes
administrativamente, sem prejuízo das sanções civis e do julgamento definitivo, notificá-lo para que
criminais aplicáveis. formule alegações, sem prejuízo da adoção de medidas de
eficácia imediata, nos casos de urgência e
Art. 58 - Salvo disposição legal em contrário, o recurso interesse público relevante.
não tem efeito suspensivo.
Art. 64 - A Administração poderá rever suas decisões,
Parágrafo Único - Havendo justo receio de prejuízo de desde que apoiada em fatos novos ou desconhecidos
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a à época do julgamento que guardem pertinência com o
autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, objeto da decisão:
de ofício ou a pedido, atribuir efeito suspensivo ao I - de ofício, observado o disposto no art. 53 desta Lei;
recurso. II - por provocação do interessado, independentemente de
Art. 59 - Podem interpor recurso administrativo: prazo.
I. os titulares de direitos e interesses que tenham integrado
o processo; Art. 65 - Da revisão do processo não poderá resultar
II. todos aqueles cujos direitos ou interesses individuais, agravamento de sanção eventualmente aplicada.
coletivos ou difusos, forem indiretamente afetados
pela decisão recorrida, observado o parágrafo único do art. Parágrafo Único - Admitir-se-á, todavia, a aplicação ou o
9o desta Lei. agravamento de sanção em revisão administrativa,
no prazo e nas condições previstas no art. 53 desta Lei,
Art. 60 - Salvo disposição legal espec ífica, é de quinze quando fundada a revisão em fatos ou circunstâncias
dias o prazo para interposição de recurso desconhecidas pela Administração na época do
julgamento.
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§3º O recurso não será conhecido quando a questão jur Art. 72 - São circunstâncias que sempre agravam a
ídica nele versada não oferecer repercussão geral, penalidade, quando não constituem ou qualificam a
nos termos deste artigo. infração:
I. reincidência nas infrações;
§4º A decisão do recurso será precedida de manifestação II. ausência de comunicação, pelo infrator, do risco de
do órgão de assessoramento jurídico da Secretaria danos a bens, pessoas e serviços;
de Estado. III. ter o infrator cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária ou por outro motivo
§5º A decisão do recurso limitar-se-á à declaração da torpe;
ilegalidade da decisão e, em sendo o caso, devolverá o b) coagindo outrem para a execução material da infração;
processo à entidade de origem para prolação de nova c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a
decisão. saúde pública ou o meio ambiente;
d) causando danos à propriedade alheia;
CAPÍTULO XVII e) à noite;
DOS PRAZOS f) mediante fraude ou abuso de confiança;
Art. 67 - Os prazos começam a correr a partir da data da g) mediante abuso do direito de licença, permissão ou
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia autorização;
do começo e incluindo- se o do vencimento. h) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou
§1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
seguinte, se o vencimento ocorrer em dia em que incentivos fiscais.
não haja expediente ou se este houver sido encerrado antes
da hora normal. Art. 73 - Na aplicação de multas serão observadas as
seguintes regras:
§2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo I. se o infrator, cumulativamente, não for reincidente na
contínuo. prática de infrações administrativas, não tiver agido
com dolo e não tiverem ocorrido circunstâncias
§3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data agravantes, o valor da multa não poderá ultrapassar um
a data. terço
do valor máximo previsto para a respectiva infração, não
§4º Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente podendo, em qualquer caso, ser inferior ao mínimo
àquele do início do prazo, tem-se como termo o previsto;
último dia do mês. II. se, além dos elementos previstos no inciso anterior, a
infração for cometida por pessoa física,
Art. 68 - Salvo motivo de força maior devidamente microempresa ou empresa de pequeno porte, o valor da
comprovado, os prazos processuais não se suspendem. multa não poderá ultrapassar um quarto do valor
máximo previsto para a respectiva infração, não podendo,
CAPÍTULO XVIII em qualquer caso, ser inferior ao mínimo prev isto.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE PROCESSO
ADMINISTRATIVO SANCIONATÓRIO Art. 74 - Prescreve em cinco anos a ação punitiva da
Art. 69 - Nenhuma sanção administrativa será aplicada à Administração Pública Estadual, direta e indireta,
pessoa física ou jur ídica pela administração, sem objetivando apurar infração à legislação em vigor,
que lhe seja assegurada ampla e prévia defesa, em contados da data da prática do ato ou, no caso de infração
procedimento sancionatório. permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Art. 70 - Sem prejuízo das circunstâncias atenuantes e §1º Incide a prescrição no procedimento administrativo
agravantes previstas em legislação específica, para paralisado por mais de três anos, pendente de
imposição e gradação de sanções administrativas, a julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de
autoridade competente observará: ofício ou mediante requerimento da parte
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interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade Art. 76 - A Administração Pública pode, na persecução de
funcional decorrente da paralisação, se for o seus fins e nos limites do seu poder discricionário,
caso. celebrar quaisquer contratos, consórcios, convênios e
acordos administrativos, inclusive pactos de
§2º Interrompe-se a prescrição: subordinação com seus órgãos ou com administrados,
I. pela notificação do indiciado ou acusado, inclusive por salvo impedimento legal ou decorrente da natureza e
meio de edital; das circunstâncias da relação jurídica envolvida,
II. por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do observados os princípios previstos no art. 2o desta Lei.
fato;
III. pela decisão condenatór ia recorrível. Art. 77 - O Governador poderá editar enunciado
vinculante, mediante decreto, para tornar obrigatória a
§3º Suspende-se a prescrição durante a vigência de termo aplicação de decisão judicial definitiva, cujo conteúdo seja
de ajustamento de conduta ou outro instrumento extensível a situações similares, mediante
congênere. solicitação, devidamente motivada, do Procurador-Geral
do Estado.
§4º A prescrição da ação punitiva não afeta a pretensão da §1º O enunciado vinculante poderá ser revisto pelo
administração de obter a reparação dos danos Governador, a qualquer tempo, mediante novo decreto,
causados pelo infrator. respeitados os direitos adquiridos.
João Lasmar 47
de professor universitário em uma fundação pública
CONSTITUIÇÃO FEDERAL federal, desde que haja compatibilidade de horários
1) Considere a seguinte situação hipotética. 10) Um edital de concurso público para provimento de
Determinado servidor público trabalhou durante 35 cargo de delegado de polícia federal estabeleceu,
anos e contribuiu nas esferas públicas municipais, como requisito para ingresso no cargo, a
estaduais e federais, aposentando-se em cargo comprovação de exercício de cargo de agente de
pertencente a essa última esfera. Ao pedir informação polícia federal pelo prazo mínimo de dois anos.
sobre sua aposentadoria no INSS, foi-lhe dito que o Nessa situação, o referido requisito é
tempo de serviço a ser contado se restringiria àquele inconstitucional.
no qual trabalhou no serviço público federal. Nesse
caso, a informação dada ao servidor está equivocada. 11) É entendimento assente na doutrina e na
jurisprudência que os empregados de sociedades de
2) O servidor que contar tempo de serviço para economia mista não precisam prestar concurso
aposentadoria com provento integral será aposentado público de provas ou de provas e títulos para
com a remuneração do padrão da classe ingressar em empresas estatais porque estas se
imediatamente superior àquela em que se encontra submetem a regime jurídico próprio das empresas
posicionado. privadas.
3) É inconstitucional lei que fixe idade mínima para o 12) Os salários de empregados de empresas públicas e
acesso a determinados cargos públicos em patamar sociedades de economia mista que não recebam
superior a 18 anos. recursos orçamentários dos entes federados para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
4) Apenas os servidores da União e das autarquias geral não se submetem ao teto de remuneração
federais passam a ser regidos pelos RJU; os constitucional fixado pela EC nº. 20/98.
empregados de empresa pública, sociedades de
economia mista e de fundações públicas serão 13) A EC nº. 20/98 prevê a impossibilidade de
regidos pelo regime celetista. acumulação de proventos de aposentadoria de
servidor público civil ou militar com remuneração
João da Silva ocupava o cargo de procurador autárquico do decorrente da ocupação de cargo, emprego ou função
INSS. Em face de profundas alterações que a CF tem pública, ressalvadas as hipóteses de cargos
sofrido no capítulo concernente à Administração Pública, acumuláveis na forma da Constituição, os cargos
João requereu, e foi-lhe deferida, a concessão de eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
aposentadoria proporcional. Insatisfeito com sua nova de livre nomeação e exoneração, devendo todos os
situação de aposentado, João prestou concurso para o que estiverem em desacordo com essa regra optar
cargo de fiscal do INSS. Considerando as regras pelos proventos de aposentadoria ou pela
constantes na legislação pertinente e a orientação remuneração do cargo.
jurisprudencial firmada pelo STF sobre acumulação de
cargos, julgue os seguintes itens: 14) Os estrangeiros podem ocupar função ou emprego
público no Brasil.
5) A acumulação dos proventos do cargo de procurador
com os vencimentos do cargo de fiscal será 15) A CF de 1988 prevê, em caráter obrigatório, o regime
considerada indevida. de remuneração na forma de subsídio para todos os
policiais federais.
6) Qualquer acumulação de cargos, empregos ou
funções públicos será tida como inconstitucional. No que concerne a CF/88 e suas alterações, julgue os itens
Essa impossibilidade total de acumulação de cargos seguintes.
na atividade estende-se à acumulação na inatividade. 16) Um médico, em face do permissivo constitucional,
pode acumular os cargos de médico-perito do
Para julgar os itens a seguir, considere que Manoel é um Instituto Nacional do Seguro Social e o de médico
agente da polícia federal. nos prontos-socorros do Hospital das Forças
Armadas e do Hospital de Base, sendo este
7) A Constituição da República não permite que Manoel subordinado à Secretaria de Saúde do Distrito
receba remuneração com valor superior ao subsídio Federal.
pago aos Ministros do STF, mesmo que a parcela que
exceda essa quantia seja recebida a título de 17) Considere a seguinte situação hipotética.
vantagem pessoal. Beatriz exerce o cargo de agente administrativo de
uma autarquia federal e, recentemente, foi aprovada
8) Manoel não pode ser remunerado mediante subsídio, em concurso para o cargo de professora da Secretaria
pois essa forma de remuneração é reservada aos de Educação do estado de Mato Grosso do Sul. Nessa
ocupantes de cargos eletivos e de cargos situação, caso haja compatibilidade dos horários e a
comissionados. remuneração não exceda o subsídio dos ministros do
9) Antônio ocupa cargo de psicólogo clínico no DPF. Supremo Tribunal Federal, Beatriz poderá, após ser
Nesse caso, Antônio pode acumular esse cargo com o
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nomeada, tomar posse e entrar em exercício, 26) A declaração de desnecessidade de cargo público,
acumulando os dois cargos. prevista no parágrafo 3º do artigo 41 da Constituição
Federal, implica:
18) Conquanto a remuneração dos servidores públicos a) Disponibilidade do servidor, estável ou não.
federais deva ser fixada por lei, observada a iniciativa b) Demissão do servidor não estável.
privativa em cada caso, não há direito à revisão geral c) Disponibilidade remunerada proporcionalmente ao
anual, pois o regime estatutário submete os tempo de contribuição.
servidores à vontade unilateral da União, que tem d) Extinção do cargo público.
discricionariedade nessa matéria. e) Eventual aproveitamento do servidor colocado em
disponibilidade em outro cargo.
19) As funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos 27) A mais recente Emenda Constitucional ao artigo 37
em comissão, a serem preenchidos por servidores de da Constituição Federal, datada de 2001, alterou uma
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos regra relativa à exceção ao princípio de não-
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de acumulação remunerada de cargos públicos. Esta
direção, chefia e assessoramento. alteração referiu-se à possibilidade da seguinte
acumulação lícita:
20) A Constituição Federal proíbe que a União, os a) Dois cargos de professor.
estados, o DF e os municípios, no âmbito de sua b) Um cargo técnico e outro de provimento em comissão.
competência e mediante lei, elejam o regime celetista c) Um cargo de professor e outro técnico ou científico.
para a contratação de empregados públicos na d) Dois cargos ou empregos privativos de profissionais
administração pública direta, nas autarquias e nas de saúde, com profissões regulamentadas.
fundações públicas. e) Um cargo de provimento em comissão, de
recrutamento amplo, e os proventos de servidor
21) Caso o servidor público a quem se imputou o dever aposentado.
de indenizar prejuízo causado ao erário venha a
falecer, essa obrigação de reparar o dano poderá ser 28) A rejeição à figura do nepotismo no serviço público
estendida aos sucessores. tem seu amparo original no princípio constitucional
da:
22) Maria ocupa cargo público comissionado em uma a) moralidade
autarquia federal e será nomeada amanhã para cargo b) legalidade
público de professora em uma fundação pública c) impessoalidade
federal. Nessa situação, para entrar em exercício no d) razoabilidade
novo cargo, Maria deverá exonerar-se do seu cargo e) eficiência
comissionado, pois a legislação administrativa
somente permite a acumulação de cargos de 29) Não se inclui entre as possíveis conseqüências do ato
provimento efetivo. de improbidade administrativa, constitucionalmente
previstas:
23) O prazo de validade de concurso público deve ser a) Perda da função pública
objeto da norma editalícia, que regulamentará o b) Suspensão dos direitos políticos
certame, e será de até um ano, podendo ser c) Confisco de bens
prorrogado uma única vez, por igual período. d) Ressarcimento ao erário
e) Ação penal cabível
24) Havendo compatibilidade de horários, é possível a
acumulação remunerada do exercício do cargo 30) Considerando-se o regime previdenciário do servidor
público com o desempenho do seguinte mandato público, previsto na Constituição Federal, assinale a
eletivo: afirmativa falsa.
a) Prefeito Municipal a) O servidor ocupante exclusivamente de cargo
b) Deputado Estadual temporário será vinculado ao regime geral de
c) Juiz de Paz previdência social.
d) Vereador b) A redução dos requisitos gerais de idade e tempo de
e) Secretário Municipal contribuição, previstos para os servidores públicos em
geral, serão reduzidos em cinco anos para o servidor
25) O servidor nomeado para cargo de provimento professor do ensino fundamental, médio e superior.
efetivo em virtude de concurso público adquire c) É vedada a contagem de tempo de contribuição
estabilidade: fictício.
a) Após dois anos de exercício. d) É possível a adoção, em lei complementar, de
b) Após três anos de exercício. requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
c) Após cinco anos de exercício. aposentadoria a servidores que exerçam atividades
d) Quando toma posse. que prejudiquem a saúde.
e) Quando entra em exercício. e) A aposentadoria compulsória se dá aos setenta anos de
idade, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.
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8) Com relação aos órgãos públicos, analise as 13) A fundamental diferença, juridicamente, entre um
afirmativas: órgão da Administração Pública Federal Direta e uma
I. Os órgãos públicos classificados como entidade da Administração Indireta é a sua autonomia
independentes podem ter personalidade jurídica administrativa.
própria. a) Correta a assertiva, porque só as entidades podem ter
autonomia.
João Lasmar 53
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b) Incorreta a assertiva, porque a diferença é que a 25) Considerando que as empresas públicas e as
entidade tem personalidade jurídica própria e o órgão sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime
não. jurídico próprio das empresas privadas, tais entes não
c) Incorreta a assertiva, porque a diferença é que a estão obrigados a contratar obras e serviços mediante
entidade não está sujeita a licitação nem ao controle licitação pública.
do Tribunal de Contas.
d) Incorreta a assertiva, porque a entidade não se 26) O ordenamento jurídico não veda que um empregado
subordina ao princípio de legalidade. de uma sociedade de economia mista seja
e) Incorreta a assertiva, porque a entidade não se concomitantemente empregado de uma sociedade
subordina aos princípios fundamentais de comercial.
economicidade e publicidade.
27) As autarquias caracterizam-se pelo desempenho de
14) A União criou o SERPRO, Serviço Federal de atividade tipicamente estatais.
Processamento de Dados, com natureza de empresa
pública, praticando a descentralização administrativa. 28) As autarquias caracterizam-se por serem entidades
dotadas de personalidade jurídica de direito público.
15) O Departamento de Polícia Federal criou a
Superintendência Regional da Polícia Federal 29) As autarquias caracterizam-se por beneficiarem-se dos
praticando a desconcentração administrativa. mesmos prazos processuais aplicáveis à administração
pública centralizada.
16) O Ministério Público Federal é órgão da União sem
personalidade jurídica, possui, portanto, natureza 30) As autarquias caracterizam-se como órgãos
autárquica. prestadores de serviço público dotados de autonomia
administrativa.
17) As entidades da Administração Pública Indireta,
constituem um produto do mecanismo da 31) As autarquias caracterizam-se por integrarem a
desconcentração administrativa. administração pública centralizada.
23) São processadas e julgadas na justiça federal as ações 36) Não pode a lei instituidora de uma empresa pública
propostas por servidores contra as empresas públicas autorizar, também, a criação de uma subsidiária dela.
federais com as quais mantenham relação jurídica
laboral. 37) As empresas públicas e as sociedades de economia
mista que explorem atividades econômicas estão
24) Os bens do INSS são impenhoráveis. Os débitos deste obrigadas a realizar concurso público para a
ente público, definidos em sentença judicial, são contratação de seus empregados.
pagos exclusivamente por meio de precatórios.
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38) As empresas públicas e as sociedades de economia a) A teoria da imputação, segundo a qual a atuação dos
mista somente poderão ser instituídas após edição de órgãos é imputada à pessoa jurídica que eles integram,
lei específica. na verdade, confunde-se com a teoria da representação,
segundo a qual o órgão representa a entidade à qual
39) As empresas públicas e as sociedades de economia pertence.
mista vinculadas à administração pública federal b) Os órgãos não têm personalidade jurídica, tampouco
possuem foro privilegiado na justiça federal. vontade própria,; e, por meio de seus agentes,
40) As empresas públicas e as sociedades de economia expressam a vontade da entidade a que pertencem,
mista deverão ser registradas em cartórios de pessoas mantendo relações funcionais entre si e com terceiros.
jurídicas ou em juntas comerciais para poderem c) O órgão se confunde com agente público que age como
adquirir personalidade jurídica. representante da pessoa jurídica, como se mandatário
fosse, uma vez que o órgão é parte integrante do
41) As empresas públicas, em princípio, podem falir; a Estado, da pessoa jurídica a que pertence.
elas se aplica a legislação trabalhista, mas com d) A atividade funcional do agente é imputada à entidade
interferência de normas de direito público; têm suas da qual faz parte e, se o agente agir além de sua
causas julgadas na justiça federal; gozam de competência funcional, a imputação continua recaindo
prescrição qüinqüenal em seu favor e respondem sobre a entidade que o órgão integra.
objetivamente pelos danos que seus agentes causarem
a terceiros. 48) Os órgãos públicos podem ser classificados de acordo
com sua posição estatal. A Assembléia Legislativa de
42) As sociedades de economia mista, em princípio um Estado é considerada um órgão:
podem ser rés em ação popular; têm seu pessoal a) Independente
regido pela legislação trabalhista, embora todo ele, em b) Superior
todos os níveis, deva ser contratado mediante c) Autônomo
concurso público; submetem-se ao controle dos d) Subordinado
tribunais de contas; podem falir; são julgados na e) De Execução
justiça estadual e não gozam de prescrição
qüinqüenal.
ADM. PÚBLICA / AGENTES PÚBLICOS
43) O atraso reprovável do INSS em pagar dívida para
com segurado não pode levar à penhora dos bens do 1) O DPF integra o governo federal e, portanto, os
Instituto como meio de satisfação forçada do direito ocupantes de cargos comissionados nele lotados são
do credor. considerados agentes políticos.
44) As organizações sociais se encaixariam naquilo que o
Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado Acerca do Direito Administrativo, julgue os itens a seguir:
denomina de serviços exclusivos, que são aqueles que, 2) Os empregados de empresas públicas federais não
por envolver o poder do Estado, o próprio Estado ocupam cargo público
realiza ou subsidia. O Estado tem interesse nesses
serviços porque os considera de alta relevância para os 3) Os agentes de polícia federal ocupam cargos públicos
direitos humanos ou porque envolvem economias e exercem funções definidas em lei. Contudo, ao
externas. contrário dos ministros de Estado, juízes e promotores
de justiça, eles são agentes públicos e não agentes
45) As organizações sociais são uma inovação políticos.
constitucional, pois representam uma nova figura
jurídica. Fazem parte da administração pública, 4) Entende-se por agentes públicos, para os fins legais,
embora continuem sendo pessoas jurídicas de direito além dos servidores investidos em cargos ou
privado. A grande novidade repousa mesmo na sua empregos, também aqueles que, transitoriamente, com
constituição mediante decreto executivo. ou sem remuneração, exerçam funções em entidades
da administração direta ou indireta
46) Sabendo-se que a Caixa Econômica Federal é empresa
pública federal que explora atividade econômica 5) O direito administrativo disciplina integralmente todos
própria de empresas bancárias, conclui-se que, se o os aspectos jurídicos da prestação de serviços ao
Congresso Nacional aprovasse lei ordinária Estado dos agentes públicos em geral.
estabelecendo isenção do imposto sobre a renda em
favor dela, essa lei seria inconstitucional, pois é 6) Todos os agentes públicos da União, no sentido mais
constitucionalmente admissível que o Estado, em lato da expressão, somente adquirem estabilidade após
certos casos, explore atividade econômica mas, ao três anos de efetivo exercício e se não-reprovados no
faze-lo, deve submeter-se, o máximo possível, ao estágio probatório.
regime jurídico próprio das empresas privadas não
sendo lícito que goze de privilégios fiscais não 7) De acordo com a classificação dos agentes públicos,
extensíveis a elas. os servidores públicos são considerados agentes:
a) Administrativos
47) A alternativa que guarda relação direta com a teoria b) Honoríficos
geral do órgão público é: c) Delegados
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d) Políticos
e) Credenciados PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
8) De acordo com a classificação dos agentes públicos 1) A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao tratar
em razão das suas atribuições e responsabilidades, os do Poder de Polícia, afirma: “o poder de polícia não
servidores públicos são considerados agentes: deve ir além do necessário para satisfação do interesse
a) honoríficos; público que visa proteger; a sua finalidade não é
b) políticos; destruir os direitos individuais, mas, ao contrário,
c) credenciados; assegurar o seu exercício, condicionando-o ao bem
d) administrativos; estar social; só poderá reduzi-los quando em conflito
e) delegados. com interesses maiores da coletividade e na medida
estritamente necessária à consecução dos fins
9) Com relação aos agentes públicos, analise as estatais.” O texto se refere ao seguinte princípio,
afirmativas: aplicável aos atos de poder de polícia:
I. Os agentes políticos, como regra, não se submetem a) legalidade;
ao mesmo regime jurídico aplicado aos servidores b) moralidade;
públicos. c) impessoalidade;
II. Os mesários do serviço eleitoral são considerados d) proporcionalidade;
agentes políticos. e) segurança jurídica.
III. O ocupante de cargo público comissionado não é
considerado agente público. 2) Com relação aos princípios aplicáveis à
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: Administração Pública, analise as afirmativas a seguir:
a) I I. O princípio da motivação somente é exigido para as
b) II decisões administrativas dos tribunais.
c) III II. A lesão ao princípio da moralidade administrativa
d) I e II justifica a propositura da ação popular.
e) II e III III. Como regra, o princípio da segurança jurídica veda,
nos processos administrativos, a aplicação retroativa
10) De acordo com a classificação tradicional dos agentes por parte da Administração Pública de nova
públicos, os servidores públicos são considerados interpretação.
agentes: A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:
a) honoríficos; a) I e II
b) administrativos; b) I e III
c) políticos; c) II e III
d) delegados; d) I, II e III
e) credenciados. e) III
11) O regime jurídico típico da Administração Pública, 3) O princípio que tem por propósito aferir a
denominado estatutário, caracteriza-se por ser: compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a
a) De direito público, de natureza legal e unilateral. evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte
b) De direito público, de natureza contratual e bilateral. da Administração Publica, com lesão aos direitos
c) De direito privado, de natureza contratual e bilateral. fundamentais, recebe a denominação de:
d) De direito público, de natureza legal e bilateral. a) razoabilidade;
e) De direito privado, de natureza legal e unilateral. b) moralidade;
c) legalidade;
12) Para efeitos penais, assinale o conceito de funcionário d) impessoalidade;
público: e) eficiência.
a) Quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública. 4) “O conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina
b) Quem exerce cargo público efetivo ou em comissão. interior da Administração“. O conceito de ”Maurice
c) Todos os servidores dos órgãos e entidades da Hauriou, citado por quase todos os doutrinadores de
Administração Pública direta e indireta. Direito Administrativo, refere-se ao seguinte princípio
d) Quem exerce qualquer função pública remunerada, da Administração Pública:
independente de seu regime jurídico. a) impessoalidade;
e) Todos aqueles que tenham vínculo com o Poder b) moralidade;
Público, incluídos os empregados terceirizados. c) legalidade;
d) razoabilidade;
13) A natureza do regime jurídico único dos servidores e) proporcionalidade.
federais é de ordem predominantemente:
a) Privatista 5) Assinale a alternativa que NÃO indica um dos
b) Contratual princípios constitucionais aplicáveis à Administração
c) Celetista Pública:
d) Eletiva a) legalidade;
e) Legal b) impessoalidade;
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c) liberdade das formas; a) que tudo que não estiver proibido por lei é lícito ao
d) publicidade; administrador público fazer.
e) eficiência. b) que os atos praticados pelos servidores públicos
devem estar de acordo com o que estabelece a lei.
6) O princípio básico que objetiva aferir a c) que, se determinada tarefa operacional não estiver
compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a especificamente descrita em lei, o servidor não deve
evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte fazê-la, ainda que se inclua no rol geral de suas
da Administração Pública, com lesões aos direitos atribuições.
fundamentais, denomina-se d) que todos os atos dos servidores públicos devem ser
a) motivação. públicos.
b) razoabilidade. e) que o servidor público não deve agir de modo
c) impessoalidade. impessoal.
d) coercibilidade.
e) imperatividade. 12) Entre os princípios básicos da Administração Pública,
conquanto todos devam ser observados em conjunto, o
7) O regime jurídico-administrativo abrange diversos que se aplica, particular e apropriadamente, à
princípios. Entre os princípios abaixo, assinale aquele exigência de o administrador, ao realizar uma obra
que se vincula à limitação da discricionariedade pública, autorizada por lei, mediante procedimento
administrativa. licitatório, na modalidade de menor preço global, no
a) impessoalidade exercício do seu poder discricionário, ao escolher
b) presunção de legitimidade determinados fatores, dever orientar-se para o de
c) razoabilidade melhor atendimento do interesse público, seria o da:
d) hierarquia a) eficiência
e) segurança jurídica b) impessoalidade
c) legalidade
8) O mais recente princípio constitucional da d) moralidade
Administração Pública, introduzido pela Emenda e) publicidade
Constitucional no 19/98, é o da:
a) razoabilidade 13) A Constituição Federal, no seu art. 37, impõe à
b) impessoalidade Administração Pública, direta e indireta, a
c) motivação obrigatoriedade de obediência a vários princípios
d) legalidade básicos, mas entre os quais não se inclui a observância
e) eficiência da:
a) eficiência.
9) Correlacione as duas colunas, quanto aos princípios da b) imprescritibilidade.
Administração Pública, e aponte a ordem correta.: c) impessoalidade.
1- Razoabilidade d) legalidade.
2- Moralidade e) moralidade.
3- Finalidade
4- Economicidade 14) No que tange aos princípios da Administração
5- Eficiência Pública, considere:
( ) avalia a relação custo/benefício I. Os atos e provimentos administrativos são
( ) prestigia o entendimento do homem médio imputáveis não ao agente que os pratica, mas ao
( ) preocupa-se com a governabilidade órgão ou entidade da Administração Pública, que é
( ) relaciona-se com os costumes o autor institucional do ato.
( ) interessa-se pelo permanente atendimento do bem II. A Constituição Federal exige, como condição para a
comum aquisição da estabilidade, a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa
a) 4/1/5/2/3 finalidade.
b) 5/2/4/1/3 As proposições citadas referem-se, respectivamente, aos
c) 3/2/5/1/4 princípios da:
d) 5/3/4/2/1 a) impessoalidade e eficiência.
e) 1/2/3/5/4 b) hierarquia e finalidade pública.
c) impessoalidade e moralidade.
10) Entre os seguintes princípios constitucionais da d) razoabilidade e eficiência.
Administração Pública, assinale aquele que é mais e) eficiência e impessoalidade.
diretamente vinculado aos costumes, reconhecidos
também como fonte de Direito: 15) No que se refere aos princípios Administrativos,
a) moralidade considere:
b) eficiência I. Como condição para a aquisição da estabilidade, é
c) publicidade obrigatória a avaliação especial de desempenho por
d) legalidade comissão instituída para essa finalidade.
e) impessoalidade II. A Administração Pública, no exercício de
11) O princípio constitucional da legalidade significa: faculdades discricionárias, deve atuar em plena
João Lasmar 57
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12) Quando a Administração se vale da lei que prevê a 20) Considere que Cândido seja fiscal do Instituto
demissão de servidor público pela prática de ato Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
definido como crime e demite um servidor, ela exerce Renováveis (IBAMA), atuando na repressão à
o poder disciplinar. exploração ilegal de madeiras, e que, pelas normas
aplicáveis a seu trabalho, Cândido seja obrigado a
13) Quando o Presidente da República expede um decreto apreender a madeira ilegalmente extraída que encontrar
para tornar efetiva uma lei, ele exerce poder no trabalho de fiscalização e a aplicar multa aos
regulamentar. responsáveis pela extração e pelo transporte do
madeirame. Assim, estes são exemplos de atos
14) Marcos é o governador de um estado-membro do resultantes do poder discricionário que Cândido detém.
Brasil e, por isso, tem o poder de remover os servidores
públicos de uma localidade para outra, para melhor 21) O ato praticado no exercício de poder discricionário é
atender o interesse público. Um servidor do estado imune a controle judicial.
namorava a filha de Marcos, contrariamente a sua
vontade. A autoridade, desejando pôr fim ao romance, 22) Considere a seguinte situação: Fátima é Delegada de
removeu o servidor para localidade remota, onde, Polícia Federal e Superintendente Regional na SR do
inclusive não havia serviço telefônico. O ato descrito DPF no Estado de Minas Gerais. Um servidor lotado
está viciado por desvio de finalidade. naquela SR foi alvo de procedimento administrativo,
por haver-se envolvido em vias de fato com um colega,
15) O controle interno das atividades administrativas é um por discussão irrelevante. Por delegação do Diretor do
dos meios pelos quais se exercita o poder hierárquico. DPF, a Superintendente aplicou ao servidor, após o
devido processo legal, pena de suspensão por quinze
16) A função da polícia judiciária não exclui da polícia dias. Em outra ocasião, a Superintendente constatou
federal o poder de polícia administrativa. que os atos administrativos praticados na SR
freqüentemente apresentavam defeitos formais, o que a
17) O poder disciplinar impõe ao superior hierárquico o fez chamar a seu gabinete os servidores responsáveis e
dever de punir o subordinado faltoso. orientá-los, no exercício de coordenação e revisão
próprias da administração. Na situação apresentada, as
18) Em relação a hierarquia na atividade Administrativa do medidas tomadas pela Superintendente são exemplos
Estado, analise as afirmativas a seguir: de atos praticados em decorrência do poder disciplinar.
I – Não existe hierarquia no Poder Judiciário e no Poder
Legislativo, quando eles desempenham suas funções 23) A hierarquia implica o dever de obediência do
típicas. subalterno, dever que, no entanto, não é absoluto.
II – Uma autoridade pode controlar a legalidade e o mérito
dos atos praticados por agentes públicos a ela 24) O mesmo ato, que demite um servidor público, pode
subordinados. ser expedido pela autoridade administrativa
III – Um agente público pode deixar de cumprir a ordem competente, com manifestação simultânea,
manifestamente ilegal emanada de seu superior predominantemente, dos seus poderes:
hierárquico. a) Discricionário, regulamentar e disciplinar.
As afirmativas verdadeiras são: b) Vinculado, discricionário e de polícia.
a) I e II c) Discricionário, regulamentar e de polícia.
b) I e III d) Vinculado, hierárquico e disciplinar.
c) II e III e) Hierárquico, regulamentar e disciplinar.
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1) O Prefeito Municipal de São Tomé baixa Decreto 7) A presunção de legitimidade transfere o ônus da prova
declarando um imóvel urbano de utilidade pública, para de invalidade do ato administrativo para quem a
fins de desapropriação, para a construção de uma escola invoca.
pública, por necessidade de vagas na rede municipal de
ensino. Identifique os elementos desse ato, 8) A auto-executoriedade dos atos administrativos
correlacionando as duas colunas e assinale a opção consiste na possibilidade de os mesmos serem
correspondente. imediata e diretamente executados pela própria
1 – Prefeito Municipal Administração, independentemente de ordem judicial.
2 – Decreto
3 – Interesse Público 9) O ato administrativo que resulta da manifestação de
4 – Necessidade de vagas na rede pública dois ou mais órgãos, cujas vontades se unem para
5 – Declaração de utilidade pública formar um ato único, denomina-se:
( ) finalidade a) Ato singular
( ) objeto b) Ato procedimental
( ) motivo c) Ato duplo
( ) forma d) Ato complexo
(x)competência e) Ato composto
34) Os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão 42) De acordo com a divisão dos atos administrativos em
ser convalidados pela própria administração em espécies, a permissão de uso de bem público é
decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao considerada ato:
interesse público nem prejuízo a terceiros. a) enunciativo;
b) ordinatório;
35) Quando a lei admite que a autoridade administrativa c) negocial;
pratique ato administrativo com base no poder d) normativo;
discricionário, a autoridade poderá estabelecer a e) punitivo.
competência para a prática do ato.
43) São atributos do ato administrativo:
36) Uma autoridade administrativa despachou em um a) motivo, objeto e impenhorabilidade;
procedimento administrativo, concedendo b) presunção de legitimidade, discricionariedade e
determinada vantagem a um servidor. Pouco depois, impenhorabilidade;
no entanto, reexaminando os autos, constatou que as c) competência, finalidade e forma;
circunstâncias de fato motivadoras de sua decisão na d) presunção de legitimidade, imperatividade e
verdade não existiam, de maneira que houvera erro de executoriedade (auto-executoriedade);
sua parte ao conceder a vantagem. Em conseqüência, e) discricionariedade, imperatividade e coercibilidade.
a autoridade tornou sem efeito o despacho e proferiu
outro, indeferindo o pleito do agente público. Nessa 44) O ato administrativo possui elementos constitutivos
situação, o segundo despacho constitui, juridicamente, ou requisitos que integram a sua estrutura. Sobre a
revogação do primeiro. matéria, é INCORRETO afirmar que:
a) o elemento capacidade significa que o agente público
37) Nem todos os atos do Poder Executivo são atos deve ter atribuição legal para praticar o ato
administrativos; fatos da administração podem gerar administrativo;
direitos para os particulares; até os atos b) a alteração da finalidade expressa na norma legal ou
administrativos praticados no exercício do poder implícita no ordenamento caracteriza desvio de poder,
discricionário não prescidem de motivação. causa de nulidade do ato;
c) a forma é um dos elementos necessariamente
38) É factível, por ato judicial, a convalidação de ato vinculados do ato administrativo;
administrativo que apresente vício sanável, desde que d) não são todos os atos administrativos que devem ser
não ocorra lesão ao interesse público nem prejuízo a motivados;
terceiros. e) os elementos motivo e objeto podem ser vinculados
39) Decreto e regulamento são expressões sinônimas: ou discricionários.
nomeiam duas espécies de ato administrativo que têm
a mesma natureza e o mesmo significado. 45) Sobre os atos administrativos, analise as afirmativas a
seguir:
40) Sobre a extinção dos atos administrativos, analise as I. Os atos de gestão são aqueles em que a
afirmativas a seguir: Administração Pública usa de sua supremacia
I. A revogação é ato discricionário da Administração em relação ao particular.
Pública. II. Os atos administrativos complexos são aqueles
II. Em princípio, somente os atos discricionários que se formam pela reunião de vontades de
podem ser revogados. mais de um órgão administrativo.
III. O Poder Judiciário pode revogar e anular atos III. No confronto entre um ato administrativo geral
administrativos praticados por órgãos de outro e um ato administrativo individual, prevalecerá
poder. a determinação contida no primeiro.
São verdadeiras somente as afirmativas: São verdadeiras somente as afirmativas:
a) I e II; a) I e II;
b) I e III; b) I e III;
c) II e III; c) II e III;
d) I, II e III; d) I, II e III;
e) nenhuma. e) nenhuma.
41) São atos administrativos de gestão: 46) Considera-se vinculado o ato administrativo no qual a
a) aqueles praticados pela Administração Pública usando lei já indica o objeto que necessariamente será
de sua supremacia em relação aos administrados; adotado pela Administração Pública. Esse tipo de ato
b) aqueles praticados usando as normas de Direito administrativo também é chamado de:
Internacional Público; a) legal;
c) os que viabilizam os contratos de concessão b) regrado;
celebrados pelo Poder Público; c) legítimo;
d) aqueles celebrados pela Administração Pública sem d) vinculante;
usar de sua supremacia em relação aos administrados; e) originário.
e) aqueles praticados de acordo com as normas de
Direito Privado. 47) Sobre as diversas espécies dos atos administrativos,
analise as afirmativas a seguir:
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I. A autorização é ato enunciativo que pode ser a) a competência é o elemento do ato administrativo em
praticado com fundamento no poder de polícia. que pode ser encontrado maior discricionariedade para
II. Como regra, a portaria é ato ordinatório, produzindo a Administração Pública;
efeitos internos no âmbito da Administração b) o elemento motivo também é chamado de motivação;
Pública. c) os atos administrativos, como regra, podem ser
III. O atestado é exemplo de ato administrativo praticados de uma forma livre, desde que a lei não
negocial. exija determinada solenidade como sendo essencial;
É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s): d) o elemento motivo corresponde às razões de fato e de
a) I; direito que servem de fundamento para o ato
b) II; administrativo;
c) III; e) o vício de competência não admite qualquer tipo de
d) I e II; sanatória.
e) II e III.
53) O ato administrativo motivado poderá ser controlado
48) A Administração Pública pode impor ao administrado através da verificação da compatibilidade das razões
cumprimento ou execução dos atos administrativos. de fato apresentadas pela Administração Pública com
Esse atributo do ato administrativo denomina-se: a realidade e das razões de direito com a lei. O
a) imperatividade; fundamento para o controle do ato administrativo na
b) presunção de legitimidade; hipótese acima retratada é:
c) auto-executoriedade; a) teoria dos motivos determinantes;
d) eficiência; b) principio da razoabilidade;
e) discricionariedade. c) principio da discricionariedade;
d) conceitos legais indeterminados;
49) Os atos administrativos são agrupados em espécies, de e) desvio de poder.
acordo com suas características. A licença é
considerada espécie de ato administrativo: 54) Sobre as diversas formas de extinção e controle de um
a) negocial; ato administrativo, analise as afirmativas:
b) enunciativo; I. Denomina-se contraposição a extinção de um ato
c) normativo; administrativo em razão da prática de um novo ato
d) discricionário; com efeitos opostos ao ato anterior.
e) ordinatório. II. Como regra, todos os tipos de atos administrativos,
vinculados ou discricionários, admitem revogação
50) Em relação aos atos administrativos, analise as por critérios de conveniência e oportunidade.
afirmativas a seguir: III. O Tribunal de Contas, no âmbito de sua atuação,
I. O ato administrativo discricionário é aquele em que pode controlar atos administrativos praticados por
a Administração Pública não tem liberdade para outro Poder.
valorar critérios de conveniência e oportunidade, É/são afirmativa(s) verdadeira(s) somente:
devendo adotar o único objeto previsto na lei. a) I e II;
II. Os atos de gestão são aqueles em que a b) I e III;
Administração Pública não precisa usar de sua c) II e III;
supremacia em relação ao particular. d) I, II e III;
III. Os atos gerais são aqueles expedidos sem e) nenhuma.
destinatários determinados, como por exemplo, o
regulamento. 55) Sobre a extinção dos atos administrativos, analise as
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: afirmativas:
a) I; I. O Poder Judiciário pode anular e revogar atos
b) II; administrativos praticados por outros poderes.
c) III; II. A revogação do ato administrativo não produz
d) I e II; efeito retroativo.
e) II e III. III. Em princípio, somente os atos administrativos
51) A modalidade de extinção do ato administrativo que discricionários podem ser revogados.
incide sobre o ato considerado válido no momento em São verdadeiras somente as afirmativas:
que foi editado, mas ilegal na sua execução, é a) I e II;
denominada: b) I e III;
a) revogação; c) II e III;
b) encampação; d) I, II e III;
c) caducidade; e) nenhuma.
d) cassação;
e) contraposição. 56) Com relação aos atos praticados pela Administração
Pública, assinale a alternativa INCORRETA:
52) Em relação aos elementos constitutivos do ato a) Os atos administrativos podem ser praticados por
administrativo, é correto afirmar que: autoridades de todos os poderes.
b) O elemento motivo, também chamado de motivação,
consiste na exteriorização por parte da Administração
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59) Os atos administrativos têm diferentes funções. O ato 66) Levando-se em consideração os elementos do ato
administrativo usado pelo chefe do Poder Executivo administrativo, analise as afirmativas a seguir:
para regulamentar uma lei é: I. Os atos administrativos, como regra, podem ser
a) o decreto; praticados de forma livre, desde que a lei não
b) a resolução; exija determinada solenidade como sendo
c) a portaria; essencial.
d) o aviso; II. A Administração Pública sempre poderá
e) o provimento. valorar os critérios de conveniência e
oportunidade na escolha do objeto do ato
60) O ato administrativo que pode ser usado para a administrativo.
instauração de processo administrativo disciplinar e III. Denomina-se motivo o elemento do ato
sindicâncias é: administrativo que corresponde ao pressuposto
a) a certidão; de fato e de direito que justificam a prática do
b) a portaria; ato.
c) o provimento; A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:
d) o decreto; a) I
e) a ordem de serviço. b) II
c) III
61) O ato administrativo normativo expedido pelas altas d) I E II
autoridades do executivo, pelos tribunais, pelos órgãos e) II E III
legislativos e pelos colegiados administrativos, para
disciplinar matérias de sua competência específica, é:
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67) Os atos administrativos praticados pela Administração e) a anulação pode ser feita somente pela Administração,
Pública sem a necessidade do uso da supremacia incide sobre atos vinculados e discricionários e seus
estatal são denominados: efeitos vão retroagir à data em que o ato foi praticado.
a) atos de gestão;
b) atos de expediente; 72) A competência, no‚ âmbito da Administração,
c) atos gerais; Pública, para aplicar a penalidade de demissão, a um
d) atos individuais; servidor do Tribunal Regional Eleitoral é do:
e) atos vinculados. a) Presidente da República;
b) Presidente do Tribunal Superior Eleitoral;
68) Sobre as formas de extinção do ato administrativo, c) Presidente do Tribunal Regional Eleitoral;
analise as afirmativas a seguir: d) Corregedor do Tribunal Superior Eleitoral;
I. A revogação não produz efeitos retroativos. e) Procurador Regional Eleitoral.
II. O Poder Judiciário pode revogar e anular atos
administrativos praticados por órgãos de outro 73) Em razão de características comuns, os atos
poder. administrativos são agrupados em espécie. Pode-se
III. A Administração Pública, ao promover a anulação afirmar que admissão È exemplo de ato:
de um ato administrativo, deve respeitar os direitos a) negocial;
dele decorrentes. b) enunciativo;
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: c) normativo;
a) I d) ordinatório;
b) II e) punitivo.
c) III
d) I E II 74) Através dos meios de invalidação, a Administração
e) I E III Pública pode promover a extinção dos seus atos
administrativos.
69) Os atos administrativos são agrupados em espécies, de Assinale, sobre este tema, a alternativa falsa:
acordo com suas características. Através da a) O Poder Judiciário, quando provocado, pode anular
autorização, a Administração Pública torna possível, ato com vício praticado pela Administração Pública.
ao particular, a realização de certa atividade ou b) A Teoria dos Motivos Determinantes permite a
serviço. De acordo com as diversas espécies de atos verificação da adequação das raízes de fato
administrativos, a autorização é considerada ato: apresentadas pela Administração Pública com a
a) enunciativo realidade e das raízes de direito com a lei.
b) negocial c) A cassação, o do ato administrativo tem como
c) ordinatório fundamento a ocorrência de vicio no momento da
d) geral elaboração do ato.
e) normativo d) A revogação È a forma de extinção do ato
administrativo que leva em consideração aspectos de
70) De acordo com as diversas espécies de atos conveniência e oportunidade.
administrativos, os avisos e portarias devem ser e) A Administração Pública pode anular seus próprios
considerados atos: atos administrativos, atuando de ofício ou mediante
a) enunciativos; provocação.
b) negociais;
c) normativos; 75) A espécie de ato administrativo que tem por finalidade
d) punitivos; disciplinar o funcionamento da administração e a
e) ordinatórios. conduta de seus agentes È denominado:
a) ato ordinatório;
71) Assinale a alternativa que indica características e b) ato negocial;
efeitos da anulação de um ato administrativo como c) ato disciplinar;
forma de Controle da Administração Pública: d) ato enunciativo;
a) a anulação pode ser feita pela Administração e pelo e) ato punitivo.
Poder Judiciário, incide, em princípio, somente sobre
atos discricionários e seus efeitos vão retroagir à data 76) A realização material da Administração Pública em
em que o ato foi praticado; cumprimento de alguma decisão administrativa recebe
b) a anulação pode ser feita somente pela Administração, o nome de:
incide, como regra, sobre atos discricionários e a) procedimento administrativo;
vinculados e seus efeitos não retroagem ex nunc; b) ato administrativo;
c) a anulação pode ser feita somente pela Administração c) fato administrativo;
Pública, incide, em princípio, sobre atos d) fato do príncipe;
administrativos discricionários e seus efeitos não e) ato de governo.
retroagem;
d) a anulação pode ser feita pela Administração e pelo 77) De acordo com o agrupamento dos atos
Poder Judiciário, incide sobre atos vinculados e administrativos em espécies, “apostilas” são atos
discricionários e retroage à data da prática do ato; administrativos:
a) negociais;
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16) Quando há impossibilidade jurídica de competição 21) Pregão é a modalidade de licitação, no âmbito da
entre contratantes, quer pela natureza específica do Administração Federal para:
negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela a) aquisição de bens e serviços ou contratação de obras,
Administração, diz-se que a licitação é qualquer que seja o valor estimado da contratação
a) ineficaz. b) contratação de obras e serviços, com valor estimado
b) dispensável. igual ou inferior ao da modalidade convite
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c) aquisição de quaisquer bens ou serviços, independente número mínimo de 3 pela unidade administrativa, a
do valor estimado da contratação qual afixará, em local apropriado, cópia do edital
d) aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja d) quaisquer interessados que, na fase inicial de
o valor estimado da contratação habilitação preliminar, comprovem possuir os
e) aquisição de bens e serviços, com valor estimado igual requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
ou inferior ao da modalidade convite para execução de seu objeto
e) quaisquer interessados para a venda de bens imóveis
22) A modalidade de licitação realizada entre interessados inservíveis para a Administração ou de produtos
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as legalmente apreendidos ou penhorados, ou para
condições exigidas no cadastramento, até o terceiro alienação de bens imóveis pertencentes ao poder
dia anterior à data do recebimento das propostas, público
denomina-se:
a) leilão 27) Em relação ao pregão, nova modalidade de licitação,
b) tomada de preços não é correto afirmar:
c) concurso a) poderá haver lances verbais e sucessivos no curso da
d) convite sessão
e) concorrência b) a fase da habilitação ocorre a posteriori, em relação ao
julgamento das propostas
23) A modalidade de pregão, recentemente inserida no c) é vedada a exigência de garantia das propostas
âmbito do procedimento licitatório, tem as seguintes d) o prazo para a apresentação das propostas não será
características, exceto: inferior a 8 dias úteis, contados da publicação do aviso
a) exigência de garantia de proposta pelos licitantes e) se o licitante vencedor desatender às exigências
b) a disputa ocorre por meio de propostas e lances em habilitatórias, novo pregão deverá ser realizado
sessão pública
c) inversão das fases, ocorrendo a habilitação a posteriori
EXERCÍCIOS DE CONTRATOS
d) maior celeridade de suas fases
e) possibilidade de negociação do preço com o licitante
vencedor 1) É correto afirmar que, de acordo com a Lei 8.666/93,
a rescisão contratual ocorre:
24) Tratando-se de convite, modalidade de licitação, se a) sempre amigavelmente, devendo ser reduzida a termo
não houver o comparecimento de, no mínimo, três no processo de licitação.
interessados ao procedimento, deve-se observar o b) sempre judicialmente, por iniciativa da Administração.
seguinte comportamento: c) unilateralmente, nos casos de atraso de pagamento pela
a) adotar outra modalidade de licitação Administração por prazo superior a 90 dias.
b) repetir o convite, salvo por limitação do mercado ou d) unilateralmente, nas hipóteses de caso fortuito ou força
manifesto desinteresse dos convidados, sempre maior impeditiva da execução do contrato.
justificados e) unilateralmente, nas hipóteses de supressão de serviços
c) revogar a licitação acima dos limites permitidos no parágrafo 1º do art. 65.
d) apurar o motivo do não-comparecimento dos
convidados, para impor sanções 2) Constituem motivo para a rescisão unilateral do
e) prosseguir a licitação com os interessados, sem contrato administrativo por parte do Poder Público,
qualquer providência exceto:
a) atraso injustificado no início da obra, serviço ou
25) A licitação pública realizada entre interessados para a fornecimento.
escolha de trabalho artístico, mediante a instituição de b) razões de interesse público, de alta relevância e de
prêmio para seu vencedor corresponde à modalidade: amplo conhecimento.
a) concorrência c) subcontratação total ou parcial do seu objeto, não
b) tomada de preços prevista no edital e no contrato
c) convite d) dissolução da sociedade ou falecimento do contratado.
d) concurso e) decretação de cocordata do contratado.
e) leilão
3) Vários autores de Direito Administrativo, inclusive
26) A modalidade de concorrência na licitação pública é Maria Sylvia Zanella Di Pietro, relacionam entre as
aquela entre: causas de mutabilidade do contrato administrativo as
a) interessados previamente cadastrados para escolha de “medidas de ordem geral, não relacionadas
trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a diretamente com o contrato, mas que nele repercutem,
remuneração de vencedores, conforme critérios provocando desequilíbrio econômico-financeiro, em
constantes do edital detrimento do contrato”. Essa causa de mutabilidade
b) quaisquer interessados para escolha de trabalho dos contratos administrativos denomina-se:
arquitetônico, mediante instituição de prêmios aos a) fato da administração
vencedores que apresentarem toda documentação em b) interferências imprevistas
consonância com Resoluções do Tribunal de Contas c) fato do príncipe
c) interessados do ramo pertencente ao objeto, d) limitação administrativa
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em e) caducidade
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4) Não é considerada cláusula exorbitante, típica do c) a caução em dinheiro e fiança bancária, limitados em
contrato administrativo: até 10% para obras de construção de usina de lixo
a) plena adoção da cláusula de exceção do contrato não d) o seguro-garantia e a fiança bancária, limitados em até
cumprido 50% na aquisição de material de informática
b) aplicação de penalidades sem a necessidade de se e) a fiança bancária e a caução em títulos da dívida
acionar o Judiciário pública limitados em até 20% na prestação de serviços
c) alteração unilateral do contrato pelo Poder Público de limpeza
d) retomada do objeto por ato da Administração
e) anulação do contrato, por ilegalidade, pela própria 10) Assinale, nas alternativas a seguir, prerrogativa que o
Administração. regime jurídico dos contratos administrativos,
instituído pela legislação própria, não confere à
5) O regime jurídico dos contratos administrativos Administração Pública:
instituídos pela Lei 8.666/93 confere à Administração, a) modificação unilateral do contrato para melhor
em relação a eles, prerrogativas de: adequação às finalidades de interesse público,
a) aplicar sanções sem motivação e fiscalizar-lhes a respeitados os direitos do contratado
execução b) rescisão unilateral nos casos previstos em lei
b) modificá-los somente por acordo com o contratado e c) fiscalização da execução do objeto
respeitar o equilíbrio contratual d) aplicação motivada de sanções pela inexecução total ou
c) rescindi-los unilateralmente e aplicar sanções sem parcial do ajuste
motivação e) imposição, independentemente da aceitação do
d) fiscalizar-lhes a execução e modificá-los somente por contratante, de acréscimos ou supressões, nas obras,
acordo com o contratado serviços ou compras, superiores a 25% do valor inicial
e) respeitar o equilíbrio contratual e rescindi-los atualizado do contrato
unilateralmente
6) Pela inexecução total do contrato, a Administração 11) Não é característica do contrato administrativo:
poderá aplicar ao contratado, como sanção admitida a) natureza de contrato de adesão
na Lei 8.666/93: b) finalidade pública
a) multa, na forma prevista no instrumento convocatório c) liberdade de forma
ou no contrato d) presença de cláusulas exorbitantes
b) denúncia escrita ao Tribunal de Contas e) mutabilidade
c) suspensão de atividades comerciais por 5 anos
d) cassação de alvará de estabelecimento comercial 12) Quanto ao contrato administrativo pode-se afirmar
e) interdição sanitária do estabelecimento comercial corretamente que:
a) ele é sempre bilateral, formal e gratuito
7) Sobre a execução dos contratos administrativos pode- b) ele é sempre consensual e em regra formal, oneroso,
se dizer que: comutativo e realizado intuitu personae
a) deverá ser acompanhada e fiscalizada por um c) ele é excepcionalmente intuitu personae
representante da Administração d) nem sempre é consensual, porém sempre formal e
b) a Administração é responsável pelos encargos sociais excepcionalmente comutativo
do contratado e) ele é sempre informal, excepecionalmente oneroso,
c) é vedado ao contratado subcontratar parte do objeto do consensual e sinalagmático
contrato
d) a inadimplência previdenciária do contratado nunca 13) São modalidades de garantia dos contratos
afeta a Administração administrativos:
e) o contratado não está obrigado a corrigir os defeitos da a) fiança bancária, aval do Tribunal de Contas , caução
execução do contrato em dinheiro
b) títulos da dívida pública, aval do Tribunal de Contas,
8) A característica de mutabilidade do contrato caução em dinheiro
administrativo pode ser encontrada nos seguintes c) seguro-garantia, títulos da dívida pública, fiança
institutos, exceto: bancária
a) observância da forma prescrita em lei d) fiança bancária, depósito judicial, títulos da dívida
b) teoria da imprevisão pública
c) alteração unilateral do contrato e) seguro-garantia, caução em dinheiro, depósito judicial
d) equilíbrio econômico-financeiro
e) fato do príncipe 14) Ocorrendo a necessidade de acréscimos ou supressões
de obras, serviços ou compras:
9) São modalidades de garantia previstas na Lei a) o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
8.666/93: condições contratuais, até 30% do valor inicial
a) a fiança bancária e a caução em títulos da dívida atualizado do contrato
pública limitados em até 10% na aquisição de gêneros b) o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
alimentícios condições contratuais, até 25% do valor inicial
b) a caução em títulos da dívida pública e seguro-garantia, atualizado do contrato
limitados em até 15% na aquisição de material de
escritório
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c) a Administração poderá promover o respectivo 20) O valor legalmente admitido, pela legislação de
aditamento do contrato, até 20% do valor inicialmente licitação, para o contrato verbal com a Administração,
ajustado, mediante licitação dispensada de pequenas compras, para pronto pagamento, em
d) ao contratado é facultado aceitar, nas mesmas regime de adiantamento, não pode ser superior a:
condições inicialmente ajustadas, desde que o a) R$ 8.000,00
respectivo valor não ultrapasse a 15% do contratado b) R$ 6.000,00
e) a Administração poderá negociar com o contratado, c) R$ 4.000,00
desde que o respectivo valor não ultrapasse 10% do d) R$ 2.000,00
valor inicial do contrato e) R$ 1.000,00
b) Quando a medida for necessária à instrução processual. qualquer agente público, servidor ou não.
c) Na data em foi proposta a ação judicial. d) a possibilidade de resultar na aplicação de
d) Com a instauração do inquérito civil pelo Ministério pena de perda de direitos políticos.
Público. e) a transmissão das comi nações da Lei ao
e) Com o trânsito em julgado da sentença condenatória. sucessor causa mortis do réu,
independentemente do valor da herança.
3) Com relação à Lei de Improbidade Administrativa, Lei
nº 8.429/92, considere as seguintes assertivas: 7) A sanção de suspensão dos direitos políticos é
I. As disposições da lei de improbidade aplicável aos atos de improbidade administrativa que:
administrativa são aplicáveis, no que couber, a) importam enriquecimento ilícito, apenas.
àquele que, mesmo não sendo agente público, b) causam prejuízo ao erário, apenas.
induza ou concorra para a prática do ato de c) atentam contra os princípios da administração
improbidade. pública, apenas.
II. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação d) importam enriquecimento ilícito e que causam
ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de prejuízo ao erário, apenas.
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do e) importam enriquecimento ilícito, que causam
dano. prejuízo ao erário ou que atentam contra os
III. No caso de enriquecimento ilícito, o agente princípios de administração pública.
público perderá os bens ou valores acrescidos ao
seu patrimônio, mas o terceiro beneficiário não. 8) As ações de improbidade administrativa, seja qual for a
Está correto o que se afirma APENAS em: espécie de ato de improbidade praticado,
a) I e II. a) acarretam, em caso de procedência, suspensão dos
b) I e III. direitos políticos do administrador ímprobo.
c) II. b) devem ser propostas pelo Ministério Público.
d) II e III. c) admitem transação, desde que homologada
e) III. judicialmente.
d) instauram juízo universal, atraindo todas as ações
4) Assinale, entre os seguintes atos, aquele que não se penais e civis com o mesmo objeto.
insere no rol de atos de improbidade administrativa que e) dependem exclusivamente de representação de
atentem contra os princípios da Administração Pública, autoridade competente.
nos termos da Lei Federal nº 8.429/92:
a) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 9) Configura ato de improbidade administrativa no
ofício. exercício da função pública:
b) ordenar ou permitir a realização de despesas não I. o servidor adquirir bens cujo montante seja
autorizadas em lei ou regulamento. incompatível com a sua renda se não conseguir
c) frustrar a ilicitude do concurso público. comprovar a origem lícita dos mesmos.
d) deixar de prestar contas quando estiver obrigado a II. o funcionário do Ministério da Saúde que, fora do
fazê-lo. horário normal de expediente, presta serviços de
e) negar publicidade a atos oficiais. informática a uma empresa que não é fornecedora
de bens ou serviços para esse Ministério.
5) O cometimento de atos de improbidade administrativa III. o servidor do setor de fiscalização de uma agência
que importem em enriquecimento ilícito, reguladora que, nos períodos de férias, presta
independentemente das sanções penais, civis e consultoria para empresa da área de regulação
administrativas, previstas na legislação específica, dessa agência.
sujeita o seu autor também a outras comi nações legais, IV. o servidor que, por negligência, atesta a
segundo a lei de improbidade administrativa, realização de serviço que não foi realizado.
abrangendo nesse caso, somente as de natureza V. o chefe do setor de compras que recebe passagem
a) político-administrativa, administrativa, civil e fiscal aérea e estadia em hotel, pagas por um fornecedor
b) política, administrativa, civil e fiscal interessado em fazer demonstração de novos
c) política, político-administrativa, administrativa e civil produtos.
d) político-administrativa, administrativa, civil e Estão corretas:
comercial a) as afirmativas I, II, III, IV e V.
e) política, político-administrativa, civil e comercial. b) apenas as afirmativas II, IV e V.
c) apenas as afirmativas I, III, IV e V.
6) É elemento característico do regime da ação de d) apenas as afirmativas I, IV e V.
improbidade administrativa estabelecido pela Lei nº e) apenas as afirmativas I, III e V.
8.429/92
a) a competência privativa do Ministério Público 10) Sobre a Lei da Improbidade Administrativa é correto
para seu ajuizamento. afirmar:
b) a possibilidade de resultar na aplicação de I. as sanções nela previstas aplicam-se, também,
pena privativa de liberdade, desde que o àquele que, mesmo não sendo agente público,
mesmo fato já não tenha gerado condenação induza ou concorra para a prática do ato de
em processo penal. improbidade.
c) a extensão de sua tutela a atos praticados por II. a indisponibilidade dos bens, para fi ns de garantir
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o ressarcimento do dano, pode ser requerida antes conduta do agente público em quaisquer das hipóteses
de transitar em julgado a sentença condenatória. de improbidade previstas na Lei no 8.429/92.
III. reputa-se agente público a pessoa que exercer um d) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio
cargo público, ainda que sem remuneração público não está sujeito às cominações da Lei no
IV. o Ministério Público deve ser informado da 8.429/92.
existência de procedimento administrativo e) Deflagrada apuração de ato de improbidade em sede de
instaurado para apurar a prática de ato de controle interno, é facultado, à Administração, dar
improbidade, antes mesmo da sua conclusão. conhecimento ao Tribunal de Contas do respectivo
V. havendo fundados indícios de enriquecimento procedimento administrativo apurativo.
ilícito, pode ser requerido o seqüestro dos bens do
beneficiário, antes mesmo de concluído o 14) Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
procedimento administrativo. indevidamente constitui, nos termos da Lei no 8.429,
Estão corretas: de 02.06.1992, ato de improbidade administrativa que:
a) apenas as afirmativas I, II, III e IV. a) causa prejuízo ao erário, sujeitando o agente ao
b) as afirmativas I, II, III, IV e V. ressarcimento equivalente até quatro vezes o valor do
c) apenas as afirmativas I, II, IV e V. dano, perda dos bens, perda da função pública, perda
d) apenas as afirmativas II, III, IV e V. dos direitos políticos de três a cinco anos, além de
e) apenas as afirmativas I, II, III e V. outras.
b) atenta contra os princípios da administração pública,
11) As sanções previstas na Lei da Improbidade sujeitando o agente à suspensão da função pública,
Administrativa: perda dos direitos políticos de três a oito anos,
I. dependem, para aplicação, da efetiva ocorrência proibição de contratar com o Poder Público, pelo prazo
de dano ao patrimônio público. de sete anos, além de outras.
II. não se aplicam, se as contas do responsável c) importa enriquecimento ilícito, sujeitando o agente ao
tiverem sido aprovadas pelo Tribunal de Contas. ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
III. prescrevem em cinco anos, contados da data da valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
prática do ato, nos casos de agente público que suspensão da função pública, perda dos direitos
não seja titular de cargo ou emprego efetivo. políticos, além de outras.
IV. prescrevem em cinco anos, contados da data da d) causa prejuízo ao erário, sujeitando o agente ao
prática do ato, em qualquer hipótese. ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
V. podem ser graduadas pelo juiz, em face da valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
extensão do dano ou do proveito patrimonial concorrer esta circunstância, perda da função pública,
obtido pelo agente. suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
Assinale a opção correta: além de outras.
a) Apenas a afirmativa V está correta. e) atenta contra os princípios da administração pública,
b) Todas as afirmativas estão erradas. sujeitando o agente à suspensão da função pública,
c) Estão corretas apenas as afirmativas III, IV e V. suspensão dos direitos políticos de quatro a oito anos,
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e V. proibição de receber incentivos fiscais ou creditícios do
e) Todas as afirmativas estão corretas. Poder Público, pelo prazo máximo de dois anos, além
de outras.
12) No que tange aos atos de improbidade administrativa, a
Lei 8.429/92dispõe que: 15) Com relação à lei de improbidade administrativa, é
a) o Ministério Público atuará sempre como parte e o incorreto afirmar:
órgão público lesionado como fiscal da lei. a) É irrelevante a aprovação das contas pelo Tribunal de
b) a aprovação das contas pelo Tribunal de Contas Contas competente para a caracterização do ato de
respectivo é requisito indispensável para sua improbidade administrativa.
caracterização. b) O Ministério Público, se não intervier no processo
c) os particulares que concorrerem para sua prática como parte, atuará, obrigatoriamente, como fiscal da
somente serão responsabilizados na esfera penal e lei, sob pena de nulidade.
mediante comprovação de dolo ou culpa. c) As sanções previstas na Lei de Improbidade
d) a constatação de sua prática gera a responsabilidade Administrativa (Lei no 8.429/92) não são
objetiva do agente. obrigatoriamente cumulativas.
e) a aplicação das sanções independe da efetiva d) É pressuposto necessário, para a tipificação dos atos de
ocorrência de dano ao erário improbidade administrativa que causam prejuízo ao
erário, a obtenção de vantagem patrimonial pelo
13) Assinale a alternativa correta sobre o tema agente.
Improbidade Administrativa. e) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente
a) As hipóteses ensejadoras de sanção previstas na Lei no público ou terceiro beneficiário os bens ou valores
8.429/92 são taxativas. acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio.
b) Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-
lo constitui ato de improbidade atentatório contra os 16) O prazo prescricional para as ações que visam aplicar
princípios da Administração Pública. sanções da Lei 8.429/92 (lei de improbidade
c) A comprovação do “prejuízo ao Erário” é requisito administrativa) ao agente público que exerce função de
essencial e obrigatório para o enquadramento de confiança é:
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
1) E 3) E 5) E 7) A 9) A 11) A 13) E
2) C 4) C 6) E 8) D 10) B 12) A
GABARITOS PRINCÍPIOS
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DIREITO ADMINISTRATIVO DPE/RJ_Tecnico
GABARITO LICITAÇÕES
GABARITO CONTRATOS
GABARITO PROCESSOS
1. C 3. C 5. D 7. B
2. A 4. A 6. A 8. C
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