Os princípios são um conglomerado de padrões e normas para guiar pessoas e
instituições, nesse sentido, a palavra princípio está relacionada ao começo e início de alguma coisa. O termo tem origem do latim principĭum, que significa “origem", "causa próxima", ou "início”.
Na Filosofia, os princípios transmitem a ideia de valores que o indivíduo adotará
de acordo com sua consciência, dando a liberdade individual ao ser humano em segui- los ou não, nesse sentido, para não influenciar a decisão o indivíduo deve tomar esta decisão sem pressão de fatores internos ou externos.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
No Direito Administrativo, esse conglomerado de padrões e normas guiam a
instituição chamada administração pública, que sob a égide do interesse público valeu- se dos princípios da eficiência, moralidade e da autoexecutoriedade como forma de controle externo de seus atos.
Dentre os princípios supramencionados, cabe destacar o da Eficiência que não
é muito abordado nos dias atuais. Eficiência significa, poder, capacidade de ser efetivo; efetividade, eficácia, agir com produtividade e competência. No âmbito da gestão pública é fundamental ser eficiente, pois os serviços públicos devem atender de maneira satisfatória a coletividade.
Nos dizeres de Celso Antônio Bandeira de Mello:
"Quanto ao princípio da eficiência, não há nada a dizer sobre ele. Trata-se,
evidentemente, de algo mais do que desejável. Contudo, é juridicamente tão fluido e de tão difícil controle ao lume do Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao art. 37 ou o extravasamento de uma aspiração dos que burilam no texto. De toda sorte, o fato é que tal princípio não pode ser concebido (entre nós nunca é demais fazer ressalvas obvias) senão na intimidade do princípio da legalidade, pois jamais suma suposta busca de eficiência justificaria postergação daquele que é o dever administrativo por excelência. Finalmente, anote-se que este princípio da eficiência é uma faceta de um princípio mais amplo já superiormente tratado, de há muito, no Direito italiano: o princípio da ‘boa administração” (MELLO, 1992). Esse princípio, traz para à administração pública uma forma gerencial na prestação de serviços, voltada ao controle de resultados na atuação estatal, ou seja, a qualidade, competência e eficácia possível do serviço em prol da sociedade.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Moral é o conglomerado de regras adquiridas através da cultura, da educação,
da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade.
Nesse sentido, a moralidade administrativa é inclusa no Direito Administrativo
através de um exame jurisdicional dos desvios de conduta dos agentes públicos, portanto, todos os atos antes de ser realizados pela administração pública devem ser pautados na moralidade como evidencia a Constituição da República Federativa do Brasil\1988 em seu artigo 37.
“Art. 37 A administração pública direta ou indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficácia.”
A moralidade será realizada na Administração Pública através de seus agentes
públicos, como opina Hely Lopes Meirelles:
“O agente administrativo, como ser humano dotado de capacidade
de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o Honesto do Desonesto. E ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético da sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo do injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto.” (MEIRELLES, 2012.).
Conclui-se que, tanto os agentes quanto a Administração devem agir conforme
os preceitos éticos, já que tal violação implicará em uma transgressão do próprio Direito, o que caracterizará um ato ilícito de modo a gerar a conduta viciada em uma conduta invalidada, diante disso, a moral administrativa é norteada para uma distinção prática entra a boa e a má administração, trabalhando consigo a ideia do “bom administrador”.
PRINCÍPIO DA AUTOEXECUTORIEDADE
Este princípio permite à Administração Pública tomar decisões e executá-las sem
autorização do Poder Judiciário. Por meio deste e mediante autorização legislativa, à administração usa de meios de coação para compelir materialmente o particular, inclusive com o uso (moderado/proporcional) da força para a execução e defesa do interesse público.
Nesse sentido, a executoriedade o poder de compelir, constranger fisicamente, e
a exigibilidade o poder de induzir à obediência. Porém, ambos com uma mesma característica central: o fato de se imporem sem a necessidade de a Administração ir a juízo.
Concluindo, a autoexecutoriedade encontra o seu espaço no âmbito dos poderes
administrativos, justamente por ser uma prerrogativa pública posta em razão de um regime jurídico administrativo orientado para a consecução do interesse coletivo, independente de este ou aquele autor incluí-la ou não no rol dos atributos do ato administrativo.