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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
Belém - 2017
Sumário
1 Introdução.................................................................................................................. 3
2 Revisão de Conceitos ................................................................................................ 3
2.1 Instrumentação ................................................................................................... 3
2.2 Processo ............................................................................................................. 3
2.3 Variável de processo .......................................................................................... 4
3 Classes de Aplicação de Instrumentos de Medida: ................................................... 5
4 Definindo o instrumento de medida .......................................................................... 5
5 Principais variáveis medidas na indústria ............................................................... 11
5.1 Pressão ............................................................................................................. 11
5.2 Vazão ............................................................................................................... 13
5.2.1 Tipos de medidores de vazão.................................................................... 13
5.3 Temperatura ..................................................................................................... 14
5.3.1 Tipos de medidores de temperatura .......................................................... 15
5.3.2 Escolha do medidor de temperatura ......................................................... 16
5.4 Nível................................................................................................................. 16
5.4.1 Classificação e tipo de medidores de nível ............................................... 16
5.4.2 Medição de nível de sólidos ..................................................................... 17
5.4.3 Chaves de nível ......................................................................................... 17
5.4.4 Escolha do tipo de medidor de nível ........................................................ 18
6 Elementos finais de controle ................................................................................... 18
6.1.1 Válvulas de controle ................................................................................. 19
6.1.2 Inversores de frequência ........................................................................... 19
7 ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE PROCESSOS ........................................... 22
7.1 Controle realimentado (feedback) ................................................................... 22
7.2 Controle feed-forward...................................................................................... 23
8 Otimização no ajuste de malhas de controle ........................................................... 24
8.1 Método Ziegler e Nichols em malha fechada .................................................. 25
9 Check list da eficientização energética para instrumentação e controle ................. 26
9.1 Instrumentação ................................................................................................. 27
9.2 Controle ........................................................................................................... 27
9.3 Soluções para os problemas de eficientização ................................................. 27
Conclusão........................................................................................................ 29
1 Introdução
Foi-se o tempo em que economia de energia era sinônimo de luz apagada. Depois
de enfrentar inúmeras crises – do apagão de 2001 à escalada nos preços do petróleo – a
indústria aprendeu que racionalizar a utilização da energia elétrica significa redução nas
contas – e de quebra uma boa imagem ambiental. Muitas práticas já foram incorporadas
à rotina das indústrias – mas é possível fazer mais. E o melhor: sem que seja necessário
reduzir a atividade econômica [2]
Melhorar a utilização da energia nem sempre foi uma prioridade para as indústrias.
Mas a alta nos custos tem obrigado as empresas a pensarem de forma diferente – e buscar
caminhos para eliminar defeitos de operação, trocar equipamentos ou até mesmo
modificar processos inteiros na busca por reduzir o impacto desses custos [2].
2 Revisão de Conceitos
2.1 Instrumentação
2.2 Processo
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A Figura 2.1 ilustra um processo típico de um trocador de calor que é utilizado
para aquecer um fluido com vapor.
A variável de processo (PV) é uma grandeza física ou química, cuja variação afeta
na operação de um processo.
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3 Classes de Aplicação de Instrumentos de Medida:
Monitoração: Algumas aplicações de instrumentos de medida tem a simples
função de monitoração da variável medida, ou seja, suas medidas não são
utilizadas para controle. Medidores de consumo de gás, água e energia elétrica
utilizados em residências, são bons exemplos desta classe de aplicação. Mas
mesmo alguns processos industrias ainda utilizam medidores para funções
exclusivas de monitoração. Isto acontece quando uma estratégia de controle
adequada ainda não está definida para o processo, ou quando a aplicação de
técnicas de controle e automação ainda não é muito usual na área [4];
Análise Experimental de Engenharia: Refere-se às aplicações onde a medição
fornecida por algum instrumento tem uso destinado à uma análise pós-medição,
para determinação de algum parâmetro, modelo e/ou validação do mesmo [4];
Controle de Processos: o caso mais clássico, com o qual engenheiros e técnicos
trabalham no dia a dia, relaciona-se à especificação de instrumentos de medida
como elementos de uma malha de controle [4];
Sensores
Condicionador de Sinais
Tratamento de Informação
Apresentação ao observador na forma analógica, digital ou gráfica
5
Figura 4.1: Diagrama com os principais elementos envolvidos na medição
Transdutores
Transdutor Passivo: é aquele em que a energia de saída é quase que inteiramente
fornecida pelo sinal de entrada; a energia de saída pode ser da mesma forma que
a de entrada ou poderá haver conversão de uma forma para outra [4].
Transdutor Ativo: é aquele que necessita de uma fonte auxiliar de energia que
fornece a maior parte da potência de saída, quando o sinal de entrada contribui
com uma porção insignificante [4].
Tipos de sinais em instrumentação
Analógico - sinais "contínuos" que podem ser pneumáticos (padrão de
transmissão em pressão 3 a 15 psi) ou eletrônicos (padrão de transmissão em
corrente, 4 a 20 mA e padrão de transmissão em tensão 1 a 5 Vcc) [4].
Sinais discretos - são sinais que só assumem dois estados: verdadeiro ou falso,
aberto ou fechado. Esses sinais são provenientes de chaves de campo (chave de
nível, de pressão, de temperatura, fim de curso), alarmes e sistemas de segurança
[4].
Sinais digitais - Sinais digitais envolvem discretização no tempo e na
amplitude[4].
Faixa (Range)
6
Span
Exatidão (Accuracy)
Precisão
Por exemplo, um sensor de nível com exatidão de 10 cm , pode ter sua medida na
faixa de ±10 cm em torno do valor real, isto é pode variar de 10 cm para mais ou para
menos. Neste caso, uma indicação de nível de 3 m pode significar qualquer nível entre
2,9 e 3,1 m [4].
A polarização pode também ser chamada de erro sistemático, uma vez que será
sempre a mesma para cada toda leitura realizada, e portanto pode ser removida pela
calibração.
O erro causado pela imprecisão pode ser denominado erro aleatório (random
error) ou não repetibilidade uma vez que é diferente para cada leitura. A soma da
polarização e da imprecisão caracterizam a incerteza total de uma medida.
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Repetibilidade
Zona Morta
É a faixa onde o sensor não consegue responder. Ela define o valor necessário de
variação do processo (da variável em medição) para que o medidor comece a percebê-lo
[4].
Tempo Morto
Resolução
É menor mudança na entrada do sensor que irá resultar em uma mudança na saída
do mesmo. A resolução dá uma indicação de quão pequena uma variação na entrada de
energia pode ser percebida por um sensor [4].
Linearidade
Pode ser especificada de várias formas. Uma maneira simples e usual é especificar
a linearidade da reta de calibração de um sensor, traçada a partir da estimativa da melhor
reta, pelo método dos mínimos quadrados, proveniente dos dados de entrada e saída do
tal sensor para toda a faixa de medição [4].
Histerese
Carga do Instrumento
Sensibilidade
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medida. É apresentado a seguir alguns exemplos de sensibilidade dos transdutores de
temperatura [1].
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Atuar de forma marcante no auxílio da especificação adequada da instrumentação
de um determinado processo objetivando atenuar o subdimensionamento ou
superdimensionamento;
Avaliar o impacto das incertezas das grandezas que interferem em um processo
de acordo com a sua tolerância objetivando uma qualidade adequada do produto.
Padrões de calibração
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5 Principais variáveis medidas na indústria
5.1 Pressão
Medidores de pressão
Tipos de manômetros de líquidos:
Coluna em “U”;
Coluna reta vertical;
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Coluna inclinada.
Tipos de manômetro elástico:
Tubo de Bourdon:
Em C;
Espiral;
Helicoidal.
Diafragma;
Fole;
Cápsula.
Transmissores de pressão
Transmissores pneumáticos
Transmissores eletrônicos:
Capacitivo;
Fita Extensiométrica (Strain Gauge);
Silício ressonante;
Piezoelétrico.
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O vapor com alta temperatura corrói o bronze fosforoso e o aço, por isso deve-se
utilizar o medidor com selo d’água.
O cloro reage com a água e corrói aço e bronze, por isso usa-se um selo de
diafragma para proteger o elemento de recepção de pressão.
A amônia corrói o bronze e o bronze fosforoso, por isso utiliza-se o aço doce.
No caso de outros líquidos corrosivos, usar medidor do tipo diafragma.
Se em um medidor de oxigênio for usado óleo, podem ocorrer problemas de
explosão.
Se colocar em contato cobre ou uma liga com cobre num medidor de acetileno,
acontecerão reações do cobre com o acetileno com possibilidades de explosão.
5.2 Vazão
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Medição por área variável (perda de carga constante):
Rotâmetro
Medidores diretos de volume do fluido passante:
Deslocamento positivo do fluido:
Disco Nutante;
Rotativos Velocidade pelo impacto do fluido:
Tipo turbina.
Medidores especiais:
Efeito eletromagnético;
Ultra-sônico;
Vortex;
Em canal aberto;
Coriolis.
5.3 Temperatura
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Maior ou menor consumo de energia;
Maior ou menor custo de produção.
As escalas mais comuns de temperatura são Celsius (°C), Fahrenheit (°F), Kelvin
(K), Reamur (R) e Rankine (°Ra).
A temperatura não pode ser determinada diretamente, mas deve ser deduzida a
partir de seus efeitos elétricos ou físicos produzidos sobre uma substância, cujas
características são conhecidas. Os medidores de temperatura são construídos baseados
nesses efeitos. Podemos dividir os medidores de temperatura em dois grandes grupos,
conforme a Tabela 5.1.
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Grupo 1 – Contato direto
5.4 Nível
Existem dois métodos para medição de nível: um direto e outro indireto, sendo
que o primeiro se utiliza da superfície do produto como sua referência, como uma boia,
um cabo com uma régua, ou uma trena milimetrada. A medição indireta se utiliza de
outras variáveis para se obter nível – como, por exemplo, num tanque de diesel, usar a
pressão hidrostática na base, que é proporcional à altura e, com a fórmula de volume,
chega-se ao nível. A coluna vai ter um peso – que depende do produto — mas é preciso
ter cuidados porque, como aumento de temperatura, o peso de um produto pode
modificar. Na indústria, se requer medições tanto de nível de líquidos como de sólidos.
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Medição direta:
Régua ou gabarito;
Visores de nível;
Bóia ou flutuador.
Medição indireta:
Displacer (empuxo);
Pressão diferencial;
Borbulhador;
Capacitância eletrostática;
Ultra-sônico;
Por pesagem;
Por raios gama.
As chaves de nível são capazes de dar, como saída, somente um entre dois estados:
energizado e desenergizado.
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5.4.4 Escolha do tipo de medidor de nível
A escolha do tipo de medidor de nível não é uma tarefa tão simples quanto parece
ser a princípio. Excluindo aplicações para líquidos, como a água que não requer grandes
cuidados na escolha, a especificação do sensor deve levar em consideração as
características químicas e físicas, o estado da matéria, as interferências das variáveis
temperatura e pressão e principalmente o local da instalação.
Em caldeiras sempre se coloca um visor de nível, mesmo que ela seja toda
automatizada porque, se acontecer de faltar energia, você pode manter a segurança
olhando o visor já que numa caldeira pode faltar o que for, de operador a óleo, mas nunca
água e a NR 13 exige, pelo menos, um visor transparente [1].
Assim como o controlador, o elemento final de controle pode ser operado por
meios elétricos, pneumáticos e mecânicos. A posição do elemento final de controle
(EFC), na cadeia automática de controle, é mostrada na Figura 5.1.
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Figura 5.1: Elemento final de controle em um processo
A função da válvula é que irá determinar sua escolha – que leva em consideração
o fluido, a vazão e a pressão desejada. As válvulas podem ser de Bloqueio (destinadas a
realizar a restrição completa ao escoamento do fluido) de Retenção (permite o
escoamento do fluido num único sentido), de Alívio (válvulas de atuação mecânica, auto
operadas e usadas para o alívio de pressão do equipamento e têm função de protegê-lo de
uma condição perigosa de aumento de pressão que possa danificar sua integridade) e de
Controle (permitem uma restrição variável da passagem do fluido, de acordo com uma
taxa requerida, proporcionam elevada queda de pressão e podem ser manuais ou
automáticas) [8].
A saída do controlador que atua sobre as válvulas de controle deve estar muito
bem regulada para que não haja um excesso de manobras, causando assim um desgaste
prematuro dos componentes mecânicos desta peça [1].
1º bloco – CPU
2º bloco – IHM
A maioria dos inversores pode ser comandada através de dois tipos de sinais:
analógicos ou digitais. Normalmente, quando o objetivo é controlar a velocidade de
rotação de um motor AC, utiliza-se uma tensão analógica de comando. Essa tensão se
situa entre 0 a 10 Vcc. A velocidade de rotação (rpm) será proporcional ao seu valor, por
exemplo: 1 Vcc = 1000 rpm, 2 Vcc = 2000 rpm, etc. Para inverter o sentido de rotação,
basta inverter a polaridade do sinal analógico (ex: 0 a 10 Vcc sentido horário, e –10V a 0
anti - horário). Além da interface analógica, o CF possui entradas digitais. Através de um
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parâmetro de programação, é possível selecionar qual entrada é válida (analógica ou
digital) [9].
21
Figura 6.2: Comparativo entre o acionamento de uma bomba por válvula de controle e
inversor de frequência
22
T
Bomba
Figura 6.4: Malha de controle de nível de um tanque
23
Na prática, o controle feedfoward é frequentemente usado em combinação com o
controle feedback (Figura 6.6). Neste caso, o controle feedfoward é usado para reduzir os
efeitos dos distúrbios medidos, enquanto o controle feedback compensa a imprecisões no
modelo do processo, erros de medição e distúrbios não mensurados. Uma configuração
típica é ilustrada no diagrama instrumental a seguir, onde as saídas dos controladores são
adicionadas e esta combinação é aplicada à válvula de controle.
O algoritmo PID gera o sinal de saída baseado no erro e(t) – diferença entre o Set-
Point e a Variável Controlada (SP-PV). Matematicamente:
1 𝑑𝑒(𝑡)
𝑃𝐼𝐷 = 𝐾𝑝 (𝑒(𝑡) + ∫ 𝑒(𝑡)𝑑𝑡 + 𝑇𝑑 )
𝑇𝑖 𝑑𝑡
Onde:
Kp – Ganho Proporcional
Ti – Tempo Integral
Td – Tempo Derivativo
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Embora haja muitos métodos de ajuste dos parâmetros do controlador PID (Kp,
Ti e Td) a fim de obter melhor desempenho, frequentemente é utilizado o ajuste manual,
onde os parâmetros ideais alcançados são ajustados na forma de tentativa e erro. Com isto
perde-se em performance do sistema a ser controlado. Diversos métodos foram propostos
nos últimos 60 anos. Obviamente, o principal critério para ajuste de uma malha de
controle e que deve ser sempre atendido, é o de estabilidade.
É o modelo de sintonia mais utilizado e talvez o mais famoso, tendo sido publicado
por J. G. Ziegler e N. B. Nichols em 1942, ambos da Taylor Instrument Companies. Foi
o primeiro estudo publicado com regras para sintonia de controladores, baseado em testes
práticos realizados com caráter inovador e simplista.
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Os parâmetros do PID são ajustados conforme as regras mostradas na Tabela 8.1,
a partir de Kcr e Pcr:
A seguir são mostrados alguns tópicos importantes que foram abordados. Estes
tópicos servem como um norteador para a eficientização energética bastando, para isso,
conferir junto com os técnicos de manutenção/instrumentação cada item. Note que, sem
a ajuda de um técnico que entenda mais a fundo o processo, ficará difícil responder a
esses questionamentos, já que os detalhes mais técnicos não foram totalmente abordados
neste texto [1].
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9.1 Instrumentação
9.2 Controle
Não é possível aqui conseguir atender a todos os casos que porventura venham a
aparecer no processo de uma empresa, porém lista-se abaixo algumas das soluções que
podem nortear ou prevenir os problemas encontrados.
Todo instrumento novo que for adquirido pela empresa deve ser calibrado
inicialmente, e deve ser verificado junto do fabricante ou técnico instrumentista
responsável qual é a periodicidade de calibração deste instrumento.
Algumas soluções básicas que podem resolver seus problemas quanto à
eficientização na parte de controle:
Verifique a periodicidade de manutenções corretivas das válvulas de controle;
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Confira os parâmetros dos inversores e qual é a periodicidade de manutenções
corretivas em motores ligados em inversores de frequência;
Caso ocorram grandes desperdícios de energia e/ou matéria-prima, no
processo, verifique a sintonia nas malhas de controle.
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Conclusão
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Referencias
1. Instrumentação e controle: guia básico / Eletrobrás [et al.]. Brasília : IEL/NC, 2008.
218 p. : il.
2. Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 146 – São Paulo: Valete 2009.
3. Manual de Uso Eficiente da Eletricidade na Indústria de Cerâmica Vermelha.
RODRIGUES, J. A. P. et al. Rio de Janeiro: INT/MCTIC, 2016. 72p.
4. BRAGA, A. R., BRAGA, C. M. P. Instrumentação Industrial. Disponível em:<
http://www.cpdee.ufmg.br/~palhares/Instrumentacao_NotasAula.pdf>. Acesso em:
04/06/2017.
5. CHAVES, C. R. Curso de Formação de Operadores de Refinaria:
Instrumentação Básica. Petrobras: UnicenP, 2002.
6. STARLING, Antônio N. Controle e automação I: introdução a instrumentação
industrial. Belo Horizonte, 2003. 102 p.
7. Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 118 – São Paulo: Valete 2006.
8. Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 206 – São Paulo: Valete 2015.
9. CAPELLI, A. Inversores de Frequência. Mecatrônica Atual, São Paulo, fev. 2002
10. ÅSTRÖM, K. J.; HÄGGLUND, T. PID Controlers: Theory, Design and Tuning.
EUA: Instrument Society of America, 1995.
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