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Marcelo Rivadávia*
Centro Educacional Municipal Francisco Antônio Machado
Disciplina de Matemática
São José, SC
17 de Setembro de 2018
* marcelorivadavia@gmail.com
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Análise Gráfica de Itens em Avaliações Bimestrais
Marcelo Rivadávia
Resumo
Percebe-se que o sujeito que sabe mais terá um escore total no teste
superior que um sujeito que tem menos conhecimento do assunto a ser me-
dido. Deste modo, indivíduos que possuem escores maiores tenderão a acer-
tar um determinado item(questão) com maior probabilidade que indivíduos
com escores menores. Admitindo-se que isto é uma verdade, segue que é
possível analisar os itens de um teste em função do escore total no teste.
Confirmando-se tal evento, podemos afirmar que o item é de boa qualidade,
isto é, cumpre com o objetivo a que se destina.
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Conteúdo
1 Avaliação 4
2 Análise de Itens 4
3 Dificuldade do Item 5
4 Discriminação do Item 5
6 Correlação Bisserial 7
6.1 Análise dos Itens de uma Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.2 Item 1 - Avaliação 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
6.3 Item 2 - Avaliação 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
7 Conclusão 17
Bibliografia18
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1 Avaliação
Medir é uma operação de quantificação, em que se atribuem valores numé-
ricos, segundo critérios preestabelecidos, a características dos indivíduos, para
estabelecer o quanto possuem destas.
Avaliar é determinar o valor de alguma coisa para um determinado fim. A
avaliação educacional visa, portanto, à coleta de informações para julgar o valor
de um programa, produto, procedimento ou objetivo(Worthen e Sanders, 1973). A
avaliação decorre de um esforço sistemático para definição de critérios, em função
dos quais se coletam informações precisas para julgar o valor de cada alternativa
apresentada. Avaliar é, assim, emitir um julgamento de valor sobrea característica
focalizada, podendo esse valor basear-se, parcial mas não exclusivamente, em
dados quantitativos(Vianna, 1989).
Tyler(1942) coube a difusão da definição de avaliação como um processo de
comparação entre os dados do desempenho e os objetivos instrucionais prees-
tabelecidos. Stufflebeam et al.(1971) definiram avaliação como o processo de
identificar e coletar informações que permitam decidir entre várias alternativas.
2 Análise de Itens
A análise de itens permite ao professor aproveitar as informações obtidas para
aprimorar a qualidade dos itens e, assim, garantir a precisão do instrumento de
medida que pretende usar. As funções que a análise de intens desempenha podem
ser sintetizadas em três pontos:
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A análise quantitativa dos itens, realizada com base nas suas propriedades
estatísticas, procura determinar:
II Itens que são muito difíceis, ainda que para os melhores examinandos;
III Itens que não discriminam os bons alunos dos de aproveitamento deficiente.
3 Dificuldade do Item
Na teoria clássica dos testes, a dificuldade do item, Di , é simplesmente a me-
dida pela proporção de acertos, ou seja, é igual ao número de indivíduos que
responderam assertivamente ao item, dividindo pelo número de indivíduos sub-
metidos ao item:
Ci
Di =
Ni
Podemos observar que quanto maior é a dificuldade do item, mais fácil é o
item(questão). O parâmetro varia de 0, zero,(ninguém acertou) a 1, um,(todos
acertaram).
4 Discriminação do Item
A discriminação é concebida como a capacidade do item de diferenciar indiví-
duos com habilidades ou proficiências distintas. Na TCT, separamos os conjuntos
de examinandos em três grupos, de acordo com o escore global no teste. Os gru-
pos são: grupo inferior, Gin f ; grupo intermediário, Gint ; grupo superior, G sup .
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• Grupo Superior: 27% de maior desempenho;
Recomenda-se que P sup > Pint > Pin f . Quanto maior a diferença entre P sup − Pin f ,
maior será o potencial de discriminação do item. Adota-se, portanto, a discrimi-
nação do item como:
Valores Classificação
Disc ≥ 40 Item Bom
30 ≤ Disc < 40 Item bom, mas sujeito a aprimoramento
20 ≤ Disc < 30 Item marginal, sujeito a reelaboração
Disc < 20 Item deficiente, que deve ser rejeitado
Tabela 2: Classificação dos Itens.
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alternativas errôneas em maior proporção foram aqueles que obtiveram os piores
escores. Daí a importância do índice de discriminação na análise de itens.
r
Sp −S p
ρ pb = ·
σ 1− p
em que
6 Correlação Bisserial
Em essência, a correlação bisserial tenta estimar qual seria a correlação se se
levasse em conta um conhecimento parcial. A explicação é que, quando se dá
zero para a resposta errada e um para a resposta certa, está-se simplificando o
mundo real, porquanto não se pode dizer que os escolheram uma das opções erra-
das tinham absoluto desconhecimento. A correlação bisserial deve ser superior a
correlação ponto bisserial.
ρ pb ·
p
p · (1 − p)
rbis =
h(p)
em que h(p) é o valor da densidade da distribuição normal padrão no ponto
em que a área da curva à esquerda desse ponto é igual a p, a proporção de acertos
do item. A figura a seguir ilustra a forma de se encontrar o valor de h(p).
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h(p) 2
√1 − z2
2π
·e
p
Os coeficientes bisseriais podem também ser calculados para cada opção de
resposta do item. Neste caso, utiliza-se, no lugar de p, a proporção de respostas
para cada opção do item, fazendo-se a devida adaptação também no coeficiente
ponto-bisserial. Em geral, itens que apresentam coeficiente de correlação inferio-
res a 0,30 são considerados de baixa discriminação.
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pode determinar a média de acertos das dezessete questões, o desvio padrão entre
outros parâmetros.
Segue abaixo, alguns destes parâmetros:
Parâmetros Valores
Número de Itens 17
Total de Alunos 66
Total de Acertos 465
Mínimo Acertos 2
Maior Acertos 13
Média Acertos 7,05
Desvio Padrão 2,59
b) 98 , 14
7
e 204
116
c) 14 , 10 e
15 45
3
4 A alternativa correta é a letra C
d) 159 , 45
7
e 204
2340
∆ = max(EB) − min(EB) + 1 = 13 − 2 + 1 = 12
9
G sup = 27% · 12 ' 3
e
Gin f = 27% · 12 ' 3
10
C1 43
D1 = = = 0.65
N 66
A análise do item do nível de dificuldade enquadra esta questão como sendo
muito fácil, pois a variância dos alunos que acertaram a questão é alta.
11
Segue as observações a partir dos dados:
1. Item considerado fácil, isto é, os alunos demonstraram facilidade ao resolvê-
lo.
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6. O valor da correlação bisserial negativo indica que os alunos de baixo de-
sempenho optaram por esta alternativa. Misturam adição e multiplicação.
8. É esperado que uma questão de discriminação fácil como esta, a medida que
os escores brutos aumentam, a alternativa correta aumenta paralelamente.
b) 269 , 52
45
e 195
90
c) 78 , 780 e
9 45
8775
90 A alternativa correta é a letra B
d) 35 , 140 e
27 675
195
90
∆ = max(EB) − min(EB) + 1 = 13 − 4 + 1 = 10
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A variação de Escores neste item foi na ordem de 10. O grupo superior e o
grupo inferior são calculados como, respectivamente:
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O índice de dificuldade de um item é a proporção de alunos que escolheram a
opção correta pelo total de avaliados.
C1 20
D1 = = = 0.30
N 66
A análise do item do nível de dificuldade enquadra esta questão como sendo
muito difícil, pois a variância dos alunos que acertaram a questão é menor.
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Segue as observações a partir dos dados:
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6. O valor da correlação bisserial negativo da alternativa D indica que os alu-
nos de baixo e satisfatório desempenho optaram por esta alternativa, embora
poucos. Parecem não compreender a diferençã entre os símbolos de adição
e da multiplicação.
7 Conclusão
Pode-se a partir das análises dos itens de um teste, prova, avaliação, determinar
o quanto que um item é discriminativo, isto é, o quanto que alunos de bom desem-
penho tenderão a acertar mais os itens do instrumento de medida que sujeitos de
menor escore. Pode-se, inclusive, após uma análise dos coeficientes bisseriais,
determinar o quanto que uma alternativa é bem elaborada ou não, e neste caso,
rejeitando-a e reformulando-a para uma nova avaliação. Isto permite que o exa-
minador reveja e redija novamente o item ou alternativa para melhor avaliar, e de
imediato, realiza uma auto-análise do que se quer, como e o que se deseja avaliar.
Partindo de questões que cumpriram com o seu papel de avaliar, pode-se buscar
progredir os alunos nos objetivos do conhecimento, pois uma vez alcançada as
habilidades deste objetivo, parte-se para outro objeto afim de progredir o aluno
nas habilidades e torná-lo apto nas competências matemáticas.
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Referências
PASQUALI, L., Psicometria:Teoria dos testes na Psicologia e Educação. 2◦ . ed.
- Rio de Janeiro: VOZES, 2003.
RABELO, M., Avaliação Educacional:Fundamentos, metodologia e aplicações
no contexto brasileiro. 1◦ . ed. Rio de Janeiro: SBM, 2013.
VIANNA, H. M., Testes em Educação. 3◦ . ed. São Paulo: IBRASA, 1978.
VIANNA, H. M., Introdução à Avaliação Educacional. ed. São Paulo: IBRASA,
1989.
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