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Aula 06
1 - Introdução .................................................................................................................... 2
2 - Orientações de Estudo e de Conteúdo .......................................................................... 2
2.1 - Regência Verbal ........................................................................................................................ 2
2.2 - Regência Nominal ..................................................................................................................... 6
2.3 - Crase .......................................................................................................................................... 8
3 - Análise de Questões ................................................................................................... 12
4 - Considerações Finais ................................................................................................... 21
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1 - INTRODUÇÃO
Olá, pessoal! Nesta aula, trataremos de dois assuntos bastante explorados por outras bancas (como
ESAF e FCC), mas pouco cobrados nas provas do Cespe: Regência (Verbal e Nominal) e Crase.
Para se ter uma ideia da incidência desse assunto nas provas do Cespe, analisando-se as provas de
concursos para cargos de nível superior de Tribunais de Contas, organizados pela banca nos últimos
5 anos, as quais totalizaram 256 questões (4 ou 5 alternativas e C/E), observa-se que Regência
(Verbal e Nominal) e Crase foram tema de 10 delas, o que representa 3,9% das questões de
Português.
Regência
Dá-se o nome de Regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e
seus complementos.
1. Verbo Intransitivo (VI) é aquele que não possui complemento. Porém, pode vir
acompanhado de uma adjunto adverbial (de lugar, de tempo, de meio etc.).
Fui ao cinema. (Quem vai, vai a algum lugar)
Adjunto Adverbial de Lugar
Choveu na semana passada.
Adjunto Adverbial de Tempo
2. Verbo Transitivo Direto (VTD) é complementado por objeto direto, ou seja, não exige
preposição para o estabelecimento da relação de regência.
Comprei um carro. (Quem compra, compra algo)
Objeto Direto
Eu irei amá-la. (Quem ama, ama algo ou alguém)
Objeto Direto
3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) é complementado por objeto indireto, ou seja, exige uma
preposição para o estabelecimento da relação de regência.
A modernidade consiste em direitos iguais para todos. (Consiste em algo)
As crianças devem obedecer aos pais. (Quem obedece, obedece a alguém ou a alguma
coisa)
Respondi às perguntas. (Quem responde, responde a alguém ou a alguma coisa)
João simpatiza com as ideias de alguns políticos. (Quem simpatiza, simpatiza com
alguém ou com alguma coisa)
A seguir, veremos a regência de verbos importantes, muito cobrados nas provas de concurso.
1. Aspirar pode ser transitivo direto (no sentido de inspirar) ou transitivo indireto (no sentido
de almejar).
Aspirou o ar puro da manhã. (VTD, inspirar)
Essa era a vida a que eu aspirava. (VTI, almejar)
2. Assistir pode ser transitivo direto (no sentido de ajudar) ou transitivo indireto (no sentido
de ver).
Assisti os idosos do asilo. (VTD, ajudar)
Assisti ao jogo de futebol. (VTI, ver)
3. Atender pode ser transitivo direto (no sentido de acolher, acatar, conceder) ou transitivo
indireto (no sentido de dar/prestar atenção)
O prefeito atendeu a solicitação feita. (VTD, acatar)
Atendi aos apelos por socorro. (VTI, prestar atenção)
4. Visar pode ser transitivo direto (no sentido de apontar, mirar, dar o visto) ou transitivo
indireto (no sentido de objetivar).
Disparou o tiro visando o alvo. (VTD, mirar)
Visaram os documentos. (VTD, dar o visto)
Viso a uma situação financeira melhor. (VTI, objetivar)
5. Querer pode ser transitivo direto (no sentido de desejar) ou transitivo indireto (no sentido
de estimar, ter afeto).
Quero viajar hoje. (VTD, desejar)
Quero muito aos meus amigos. (VTI, ter afeto)
6. Custar pode ser transitivo indireto (no sentido de ser difícil), intransitivo (no sentido de
valor) ou transitivo direto e indireto (no sentido de acarretar).
Custou ao aluno entender o problema. (VTI, ser difícil)
O carro custou caro. (VI, valor)
O ciúme custou-lhe dor. (VTDI, acarretar)
7. Esquecer/Lembrar pode ser transitivo direto (no sentido de sair da memória) ou transitivo
indireto (no sentido de sair da memória com a presença de pronome).
Esqueci o nome dela. (VTD, sair da memória)
Lembrei-me do nome dela. VTI à à à à à à à à à )
8. Proceder É intransitivo (no sentido de ter fundamento) ou transitivo indireto (no sentido de
dar início ou no sentido de originar-se).
Sua queixa não procede. (VI, ter fundamento)
O detetive procedeu a uma investigação perigosa. (VTI, dar início)
Aquela mercadoria procede do exterior. (VTI, originar-se)
9. Implicar É transitivo direto (no sentido de acarretar) ou transitivo indireto (no sentido de
envolver ou no sentido de antipatizar).
Esta decisão implicará sérias consequências. (VTD, acarretar)
Implicou o negociante no crime. (VTDI, envolver)
João implica com a irmã todo o tempo. (VTI, antipatiza)
10. Precisar É transitivo direto (para indicar algo com exatidão) ou transitivo indireto (no
sentido de ter necessidade).
Ele não sabe precisar o valor do apartamento. (VTD, indicar com exatidão)
O atleta precisa de um técnico. (VTI, ter necessidade)
Importante: Quando o complemento é um verbo no infinitivo, não se deve usar a
preposição.
Preciso sair.
Maria precisa relaxar um pouco.
13. Pagar/Perdoar quando se referem a coisas, são verbos transitivos diretos; quando se
referem a pessoas, são transitivos indiretos; quando se referem a coisas e pessoas, são
transitivos direto e indireto.
Ela pagou a conta do restaurante. (VTD, refere-se a coisa)
O padre perdoou a todos. (VTI, refere-se a pessoas)
Importante: Outro erro bastante comum é usar o advérbio mais após o verbo preferir.
Prefiro mais teatro a cinema. (ERRADO)
Prefiro teatro a cinema. (CERTO)
16. Simpatizar é sempre transitivo indireto (quem simpatiza, simpatiza com algo ou com
alguém).
João simpatiza com matemática.
Simpatizo com Maria.
É a relação entre o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e seus complementos. Essa relação é
sempre intermediada por uma preposição. A dificuldade resulta em saber a preposição correta a ser
empregada em cada situação.
Para facilitar a compreensão, será mostrada, na sequência, uma lista com os nomes e as
preposições que os regem. Lembrando que essa lista é dos nomes mais cobrados em provas de
concurso, não sendo, porém, exaustiva.
Além disso, é importante ter em mente que não adianta tentar memorizar todas as regras. Como
já foi falado inúmeras vezes, mais importante que tentar memorizar é procurar praticar bastante,
fazendo muitas e muitas questões. É importante também utilizar o bom senso na resolução das
questões.
SUBSTANTIVOS
ADJETIVOS
==df055==
ADVÉRBIOS
Longe de
Perto de
Obs.: Advérbios terminados em - tendem a seguir a regência dos adjetivos de que são
formados.
Paralelo a / Paralelamente a
Relativa a / Relativamente a
2.3 - CRASE
Esse é um tema que se relaciona bastante com Regência (Verbal e Nominal) e que costuma ser mais
fácil, pois não há tantas regras a serem memorizadas. Ou seja, não se pode desperdiçar nenhuma
questão que envolva Crase! A boa notícia é que as regras que serão passadas a seguir irão facilitar
a resolução das questões.
A primeira coisa a ser dita é que, muitas vezes, é ensinado Crase por meio de um monte de regras a
serem decoradas. No entanto, para facilitar o entendimento, vou começar fazendo o caminho
inverso. Em vez de explicar os casos em que se deve utilizar a crase, vou explicar quando não se
deve utilizá-la. E você verá que, apenas com base nisso, será possível acertar grande parte das
questões.
Depois de analisarmos os casos em que não se deve utilizar a crase, passaremos a tratar dos casos
em que seu uso é obrigatório. Por fim, falaremos dos casos em que o uso da crase é facultativo.
A crase nada mais é do que a contração de duas vogais (a + a), onde a primeira representa a
preposição e a segunda, o artigo definido feminino. O erro mais comum é colocar a crase
indevidamente.
Para facilitar o entendimento, vou dar uma dica de 7 situações em que não se deve utilizar a crase.
Porém, antes das 7 situações, vou explicar a regra geral, das quais as outras 7 acabam derivando.
Uma vez que o segundo da contração (a + a) representa o artigo definido feminino, podemos
deduzir que só se deve utilizar a crase antes de uma palavra (substantivo ou adjetivo) feminina.
Então, a conclusão que podemos tirar é:
3. Despois da preposição .
Fui até a praia / Fui até à praia.
Chegou até a muralha / Chegou até à muralha.
3 - ANÁLISE DE QUESTÕES
Seguem, na sequência, mais algumas questões do Cespe que abordaram Regência (Verbal e
Nominal) e Crase.
de/sobre algo) ou transitivo indireto, na sua forma pronominal (informar-se de algo). No fragmento
de texto, ele foi empregado da primeira maneira da forma transitiva direta e indireta (informa os
atos ilegítimos ao TCE-RN).
Por sua vez, na escrita proposta, ele seria escrito da segunda maneira da forma transitiva direta e
indireta (informa o TCE-RN de/sobre os atos ilegítimos à E à à à à ao TCE-RN
sobre à à à àincorreta, à à à à à à à à
.
Gabarito: ERRADO
algo). Ness à à à à à à à à à à à à à à
prejudicaria a correção gramatical do período.
A à B está ERRADA, pois a crase na linha 25 foi utilizada devido à à à à à
(prévio a algo) e à à à à à
Gabarito
N à à à à à à à à à à à à à à à à à
correção gramatical do período, mas prejudicaria o seu sentido original.
Comentários:
A crase não pode ser utilizada antes de artigo indefinido. Ou seja, a inserção de crase, conforme foi
proposto, prejudicaria a correção gramatical do período.
Gabarito: ERRADO
A crase só deve ser utilizada antes de substantivo ou adjetivo feminino, ou seja, não pode ser
utilizada antes de pronome.
Gabarito: CERTO
Comentários:
Essa é uma questão que envolve paralelismo sintático. Entre termos em paralelo, deve haver certa
harmonização. Ou seja, se possuem a mesma estrutura, a omissão do artigo em um deve ser
garantida no outro também.
Nesse caso, haveria três possibilidades de redação para o texto:
...vulneráveis à violência física e ao abuso sexual.
...vulneráveis a violência física e a abuso sexual.
... vulneráveis a violência física e abuso sexual.
A terceira delas é a que foi proposta na questão, em que à à à à à à à
complementos à à à à
Do ponto-de-vista gramatical a construção proposta estaria correta, havendo alteração apenas no
sentido, uma vez que, na construção original, os termos são definidos, enquanto que, após a
alteração proposta, passam a ser genéricos.
Como a questão fala apenas no aspecto gramatical, a substituição proposta NÃO prejudicaria a
correção do período.
Gabarito: ERRADO
Comentários:
Oà à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à A auditoria
conferiu aspectos relativos ao Plano de Ações Articuladas, à assistência técnica prestada pelo
Ministério da Educação (MEC) e ao levantamento de dados
Gabarito: ERRADO
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme foi demonstrado nessa aula, os assuntos Regência (Verbal e Nominal) e Crase não
costumam ser tão cobrados nas provas do Cespe representaram menos de 4% das questões
analisadas. Só que, por estarem sempre previstos no edital, devemos ficar atentos a eles.
Porém, caso o tempo até a prova seja curto e tenha que priorizar determinados assuntos, esses são
dois dos que devem ser colocados em um segundo escalão de prioridade.
Por ora, é isso. A gente se vê em breve, em mais uma aula de Língua Portuguesa do Passo Estratégico
para o cargo de Auditor da CGE-CE...