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26 DE JANEIRO DE 2017


Porque Investir no Tesouro Direto?
No relatório passado, eu falei dos dois títulos que mais gosto no Tesouro
Direto atualmente.

Relembrando que estamos diante de um ciclo ímpar de reestruturação


econômica, controle de inflação, controle de gastos e melhora do Brasil.

Neste ciclo podemos ver, como disse antes, a taxa de juros indo a patamares
nunca antes vistos. Em torno de 9% é o cenário base. Mas certamente teria
espaço para mais.

Quando começamos a falar de juros de um dígito, o mercado ainda previa inflação de 7,5%
para 2016 e 6% para 2017.

Agora, as mesmas casas prevêem inflação de 4% para 2017. Mas, vamos lá…

Hoje vou falar por que você deveria investir o pedaço de renda fixa do seu patrimônio no
Tesouro Direto.

Vou falar dos benefícios, e dos riscos também. E explicar porque eu acho ele o melhor
investimento para o pequeno investidor.

O Tesouro Direto foi criado em 2002 pelo Tesouro Nacional, em parceria com a BM&F.

Antes disso, o pequeno investidor só tinha acesso aos títulos públicos via fundos de
investimentos (vendidos pelos bancos, onde se era cobrado taxas de administração bem altas
pelo serviço).

Com o Tesouro Direto, as pessoas físicas podiam comprar os mesmos títulos diretamente do
Tesouro (como o próprio nome já sugere). A única taxa cobrada passou a ser 0,30% a.a. pela
custódia da BM&F.

Neste momento, você deve imaginar que os fundos passaram a cobrar taxas menores para
manter os investidores, não é?

Mas isso não aconteceu!!!!

Por que não?


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Os fundos de investimentos não precisavam se esforçar para captar dinheiro, porque grande
parte do fluxo de captação estava concentrado nas mãos dos gerentes de banco.

Os gerentes se aproveitavam da boa relação com seus correntistas para empurrar-lhes os


melhores produtos (para o banco).

O Tesouro Direto foi crescendo muito devagar, ano após ano, conforme a notícia se espalhava
no boca-a-boca.

Foi apenas em 2014, quando a inflação do primeiro trimestre ficou acima da rentabilidade da
poupança, que os investidores começaram ativamente a procurar por alternativas mais
rentáveis.

Nessa mesma época, empresas de investimentos, como corretoras independentes e casas de


análise (como a Empiricus), ganharam força como alternativas.

As corretoras passaram a oferecer acesso direto aos títulos, debêntures, CDBs de outros
bancos além de LCIs e LCAs (que por serem isentas faziam muito sucesso).

A Empiricus se encarregou de botar a boca no trombone e avisar os investidores que existia


um caminho alternativo, onde eles poderiam ter o dobro da rentabilidade correndo
exatamente o mesmo risco.

O Tesouro Direto possui três tipos diferentes de títulos, como já é de nosso conhecimento.

- Os Pós-Fixados (que são iguais à poupança - no sentido que nunca perdem -, mas rendem
muito mais).
- Os indexados à inflação, que pagam um juros real mais a variação da inflação do período.
- O prefixados, que te prometem desde o começo uma taxa.

Então, quais os benefícios de se investir nesses títulos via Tesouro Direto, e não fundos de
investimentos?

1) O Tesouro Direto te cobra apenas 0,30% a.a. de taxas.

Enquanto fundos cobram 1%, 2% ou até 4% a.a., como mostrou nossa analista de fundos
Luciana Seabra em um de seus artigos.

Mas é muito importante se atentar a um detalhe: alguns bancos e corretoras, vendo suas
captações sendo drenadas para o Tesouro Direto, resolveram disponibilizar o acesso à ele
para os seus clientes. Porém, para continuar ganhando em cima dos clientes, elas decidiram
colocar outras taxas em cima das compras pelo Tesouro.

O Banco do Brasil, por exemplo, é conhecido por cobrar as maiores taxas aos clientes do
Tesouro Direto, tirando cerca de 0,50% a.a. de seus investimento.

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Você NÃO precisa pagar essas taxas. Diversas corretoras cobram ZERO! Isso mesmo, zero,
Para que seus clientes invistam no Tesouro Direto. O exemplo que mais gosto de dar é o da
Easynvest, que foi a primeira a isentar as taxas. Depois a XP também seguiu a tendência,
isentando seus clientes do Tesouro Direto de outras taxas.

Assim, se você investir por essas corretoras, pagará apenas os 0,30% a.a. da BM&F.
Lembrando que nessas corretoras não se paga absolutamente nada por abrir ou manter a
conta ativa.

Excelente, não é mesmo? E agora você já sabe.

Além disso, tem outro motivo que torna o Tesouro Direto um investimento único:

2) Você pode vender os seus títulos diariamente (dias úteis), quando quiser ou precisar.

Basta você entrar no Tesouro e pedir o resgate. O preço do título será exatamente o seu valor
de mercado, dado pela taxa a qual ele está sendo negociado no mercado secundário. Ou seja,
exatamente o preço justo.

Para os pós-fixados (LFT), o preço será exatamente a taxa Selic equivalente ao número de dias
que você segurou o título.

Pedindo o resgate em um dia, você receberá o dinheiro no próximo dia útil. É o que nós
chamamos de D+1.

Mas ainda tem mais um motivo, que ao meu ver é o principal, para colocar o Tesouro Direto
na frente que grande parte dos investimentos:

3) No Tesouro Direto, você só paga imposto no vencimento do título ou na venda


antecipada.

Nos fundos, temos o que chamamos de “come-cotas”. O come-cotas “cobra" o imposto de


renda dos investidores a cada 6 meses.

No Tesouro Direto, você pode investir em um título com vencimento em 5 anos e só pagar o
imposto de renda ao final dos 5 anos. A diferença em termos de rentabilidade é significante,
uma vez que o imposto não pago acaba rendendo juros sobre juros para você, deixando seu
montante final maior.

Esta tabela mostra o quanto será a rentabilidade do Tesouro Direto em relação a um fundo
que investe no mesmo título do Tesouro Direto (supondo uma taxa de administração de
0,30% a.a., que é bem difícil de achar):

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Ou seja, ao longo de 15 anos, o Tesouro Direto terá uma rentabilidade de quase 110% da
rentabilidade do fundo, apenas pelo efeito do come-cotas semestral.

Não posso deixar de mencionar um último motivo para gostar do Tesouro Direto:

4) Os títulos do governo são os investimentos mais seguros de um país.

Investir em bancos e empresas pode te gerar um retorno maior, mas também terá um risco
maior desse banco ou empresa quebrar.

Já o governo é muito mais difícil de quebrar, pois quando ele enfrenta uma dificuldade de
orçamento pode, em ultima instância aumentar impostos, imprimir dinheiro ou pegar
emprestado de entidades internacionais como o FMI.

Nenhuma empresa ou banco consegue fazer isso. O que significa que quando ela enfrenta
dificuldades, na maioria das vezes ele simplesmente para de pagar. Já vimos, por exemplo,
casos como o da Oi no ano passado.

A empresa era considerada grande, sólida e segura em anos anteriores, mas durante a crise
ela simplesmente entrou em recuperação judicial e parou de pagar seus debenturistas.

O número de bancos que quebraram o ano passado e retrasado também não é pequeno. O
aumento da crise e da inadimplência pegaram os bancos em cheio.

Alguns bancos e empresas são seguros e valem a pena investir. Mas todos deveriam pagar
uma taxa de juros bem maior que a dos títulos do governo para que valha a pena correr o
risco maior.

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Para alguns bancos e empresas, nem mesmo pagando muito vale a pena investir pelo alto
nível de risco do investimento.

Bom, posto todos esses motivos, eu acredito que o Tesouro Direto é exatamente o
investimento ideal para o pequeno investidor.

É o mais seguro, e muitas vezes o mais rentável. É flexível nos resgates, e conseguimos com
ele ter excelentes rentabilidades.

No ano passado tivemos retornos de 30% com títulos do Tesouro Direto. Para mostrar que
com renda fixa é possível ter retornos agressivos também!

Esse ano promete ser muito bom também, com o ciclo de queda de juros se acelerando.

Então não perca tempo! Abra sua conta em uma corretora isenta de taxas para o Tesouro
Direto e aproveite o instrumento mais seguro e rentável para seus investimentos!

Que comecem os trabalhos!

Para melhor atendê-lo, criamos um e-mail apenas para os assinantes do Tesouro Empiricus. Envie-
nos as suas dúvidas para o endereço tesouro@empiricus.com.br . Inclua o CPF utilizado no
cadastro da assinatura.

Nesta série, não será possível responder os emails de forma individual. No entanto,
utilizaremos este relatório como uma maneira de responder a todos coletivamente. O foco
deste relatório será sempre em tesouro direto, não cobrindo outros papeis como LCI, LCA,
debêntures.

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Elaborado por analistas independentes da Empiricus, este relatório é de uso exclusivo de
seu destinatário, não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer
terceiro sem autorização expressa. O estudo é baseado em informações disponíveis ao
público, consideradas confiáveis na data de publicação. Posto que as opiniões nascem de
julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças.

Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros


instrumentos financeiros.

As análises, informações e estratégias de investimento têm como único propósito fomentar


o debate entre os analistas da Empiricus e os destinatários. Os destinatários devem,
portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias.

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A analista Marília Fontes é a responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo


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