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AS ORIGENS JUDAICAS SEFARADITAS DA FAMÍLIA CARNEIRO

Reparem essa imagem, esses são pai e filho membros da Família Carneiro. O Pai é Cearense e mudou-se para o Rio de
Janeiro e casou-se com uma mulher da família GUTHERZ, e gerou Ya’akov. Ya’akov é esse menino a direita que está
usando Peot dentro da tradição nordestina de corte de cabelo usado algumas vezes até os 3 anos de idade como um
voto (Cristão), prova da marca judaica dentro da cultura nordestina ainda existente no Brasil.
FAMILIA CARNEIRO

A família Carneiro é de comprovada origem judaica sefaradim e anussim, sendo a mesma originária da cidade
espanhola de Toledo onde era conhecida como CARNEIROL. Devido à diáspora sefaradita que foi provocada
pelas perseguições da “Santa inquisição” Cristã à mesma, já por volta dos séculos XIV e XV começou a se
espalhar pelas localidades de Arranche na Espanha e Lisboa, Bragança, Évora, Lagos, Beja, Olivença e
Monção em Portugal. Posteriormente esses se instalaram em sertões, agrestes e localidades mais isoladas tanto
do Brasil como em países de língua latina.

Não é difícil encontrar membros dessa família com características tradicionais de isolamento e abertura familiar
somente para famílias que andam sempre juntas a ela, como por exemplo, os Bezerra, Lima, Cordeiro e outras.
Muitas outras tradições ainda são mantidas juntamente com algumas “lendas” sobre judaísmo dentro da família,
transmitidas somente a alguns sobrinhos e netos. Somente uma parte da Família Carneiro hoje procura as
origens e tradições de sua família originalmente Judaica Hispânica. Como na Espanha, por volta da época do
surgimento dessa família, havia um contato muito grande com os árabes, parte das vestimentas e musicas são
fortemente influenciada pelas tradições mais antigas dos semitas. Parte dessa família teve variação de nome e foi
levada a países árabes e lá mantiveram dialetos próprios da Espanha e com forte ligação física, tradicional e
musical com os sefaraditas do Norte e Nordeste do Brasil. Muitos Judeus do Yemem e Marrocos afirmam ligações
com as famílias vindas da Espanha e a tradição sefaradi/árabe dos Sefaraditas do Brasil. Nesses lugares de língua
latina, os Judeus serafaditas passaram a adotar a grafia atual para seu sobrenome (apelido).

Mas na verdade CARNEIRO no seu sentido original era um apelido de família usado comumente entre os judeus
como código para identificar a as origens da linhagem israelita dos portadores deste, que acabou por se tornar
sobrenome devido a exigências laicas e jurídicas.

Sua adoção por seus portadores se deveu pelo fato dele conseguir por transliteração reproduzir a estrutura do
radical hebraico da palavra aramaica KADISH para CARNEIRO que para sua variante CORDEIRO seria o termo
hebraico CÓDESH que são ambos variantes da palvra hebraica CADOSH , significando ambas as palavras
‘‘santo’’ nessas línguas. Cabendo ressaltar que KADOSH/CADOSH ou BEN CADOSH / BEN KADOSH, era o
antigo nome de uma família sefaradita residente em Toledo na Espanha na antiguidade.

Cabendo ressaltar que KADOSH/CADOSH ou BEN CADOSH / BEN KADOSH, eram apelidos de família em
língua hebraica adotada por um dos ramos dos Cohanin, ou membros da linhagem sacerdotal que se
estabeleceram em Toledo na antiguidade. E o fato de tal apelido significar ''santo'', deve-se aos mesmos ser
um indicativo da condição espiritual que deveria ter um sacerdote ou Cohen (Cunha) para ministrar os sacrifícios
diante de Elohim no sistema de culto Sacrificial no templo (Beit HaMikdash).

E é justamente também com relação ao fato do significado transliterado por trás do sobrenome CARNEIRO
/CORDEIRO (kadish/codésh = cadosh), que quer dizer nas línguas aramaico-hebraica, faladas pelos antigos
judeus sefaraditas (provavelmente vindos da Ásia Menor) ''Santo'' esta relacionada com a condição
espiritual/funcional do sacerdote ou Cohen para ministrar os sacrifícios, que vem a segunda linha de reforço na
interpretação deste sobrenome sefarad como de origem sacerdotal.

A adoção do mesmo pelos ancestrais judeus sefaradim dessa família se deveu também ao fato de que um dos
animas sacrificados pelos sacerdotes no culto do antigo Israel era justamente os Afikônem ou
Cordeiro/Carneiro sacrificado especialmente na Páscoa.
As origens judaicas sefaraditas desta família também são comprovadas por dois fatores, o primeiro é porque a
mesma é originária da cidade Espanhola de Toledo, que segundo os estudos e comentários explicativos sobre o
Livro dos Reis de Don Isaac Abravanel no século XVI, Toledo foi a primeira grande cidade, juntamente com
Sevilha, Laredo; Málaga; Tarragona; Lucena; Murviedo; Escalona; Noves; Maqueda; Yepes e Mérida que
foram fundadas por famílias judaicas provenientes da Terra de Israel, e pertencentes às tribos de Judá, Benjamim,
Manassés, Simeão, Levy e Classe Sacerdotal dos Cohanim, que se estabeleceram na Península Ibéria fugindo
das conquistas de Judá e Jerusalém por Nabucodonosor, o rei da Babilônia.

O que não é nada espantoso, pois serve para atestar sua comprovada origem Israelita, já que na cidade de
Toledo, foi onde existiu durante a antiguidade e idade media, a maior comunidade Judaica/Israelita sefaradim
Conseqüentemente na perseguição, também “Anussim” da Espanha e de toda a península ibérica, sendo que
quase 80% das famílias sefaraditas ou até mesmo de origem sefaradita tem suas raízes nessa cidade.

E o segundo fator é que vários de seus membros foram acusados, processados, julgados e condenados como
judaizantes pelos tribunais da inquisição de Lisboa e Lima. Os acusados foram queimados, mortos, torturados,
suas famílias isoladas, seus bens espoliados, perderam o contato com estudos e suas origens. O castigo da
maioria dessas famílias descendentes dos acusados de judaísmo pela inquisição foi servir como homens do campo
nos sertões interiores e áreas agrárias do Brasil. Vivendo am áreas isoladas.

Sobre o porque de apesar de serem de origem sacerdotal (cohahin e levin), os nomes das famílias que deram
origem ao sobrenome (Apelido) CARNEIRO/CARNEIROL /CORDEIRO / CORDERO; (KADISH/ CODÉSH
/CADOSH) não serem precedidos ou seguidos das expressões Cohen ou HaLevy, que são por tradição adotados
pelos descendentes masculinos dos sacerdotes do Templo de Jerusalém, tal fato ocorre porque até a destruição do
Templo pelos Romanos no ano 70 E.C, Cohen e Levy, não tinham função de sobrenome, mas eram utilizados
para denominar duas das três castas religiosas (da tribo de Levi, ou Levytas) nas quais se encontra dividido o
povo de Israel para efeitos de realização rituais da liturgia de culto Israelita, sendo essa três castas por ordem de
importância: Cohen; Levy e BenYisrael.

Os Cohen aqueles descendentes diretos do sumo sacerdote Aharon (Arão). Os Levy descendem dos
sacerdotes auxiliares os levitas que pertencem à tribo de Levy. Os Binei Yisrael ou filhos de Israel englobam
tantos os judeus que não conseguem traças historicamente sua ligação a uma das demais tribos israelitas como
aquelas pessoas que se “converteram ao judaísmo” e que também são chamadas Ben-Abraham, com
referência às promessas que Elohim fez a Abrahan em Bereshit (Gênesis)12: 2-3.

Exemplos de outras variações

E é justamente devido a essa mesma regra pela qual os nomes adotados pela família sefaradita que deram origem
aos sobrenomes CARNEIRO/CARNEIROL/CORDERO/CORDEIRO, não serem precedidos ou seguidos das
expressões Cohen ou HaLevy, que são por tradição adotados pelos descendentes masculinos dos sacerdotes do
Beit Hamikdash de Jerusalém também é válida para os demais sobrenomes originais das seguintes famílias de
origem judaica sefaradim que são também de linhagem sacerdotal:

Haiym que deu origem por tradução aos sobrenomes Vital, Vidal, Vida, Vivones; Ben-Querós que
de origem por transliteração aos sobrenomes Queiroz, Queiróis, Queiroga;

Bar Natahn em aramaico ou Ben Natahn em hebraico e que deu origem por transliteração aos
sobrenomes Antunez e Antunes;

Cohen Naar ou Naar que deu origem por tradução de sua última parte (Naar) aos sobrenomes
Ribeiro, Ribeira, Ribeyro, Ribeyra, Rivero, Rivera, Vieira, Vieyra;

Betzur que deu origem por tradução ao sobrenome Rocha e Por transliteração ao sobrenome Bezerra;

Baruch que deu origem por tradução aos sobrenomes Bento e Batista;

Benveniste que deu origem por tradução ao sobrenome Benvindo;


Beraca e Brakah que deram origem por transliteração ao sobrenome Braga;

Ha-Levy que significa ''O Levita'' e que deu origem por transliteração aos sobrenomes Oliveira ( O -L-
V), Levi, Leivas, Lavor e até mesmo Vilela que é La Levi = Alevi, em castelhano e escrito de trás para
frente;

Lael que é sobrenome levita e deu origem a Leal que é ele escrito também de trás para frente;

Abenaçaya, Abençaya, Abencaya, Abenasaya, Aben Sala, Açaya, Aça, Asaya, Asa, Çaah , que por
transliteração originaram as atuais formas Saa / Sá;

Remaliyaú ou Remalías que deu origem por transliteração ao sobrenome Ramalho;

Bar Rosh que deu origem por transliteração ao sobrenome Barros;

Gattom que deu origem por transliteração ao sobrenome Gato;

Ben Soussan que deu origem por transliteração de sua última parte aos sobrenomes Sosa, Sousa e
Souza;

Hazan que deu origem como forma de apelido de família aos sobrenomes Homem, Hombre , Henriques
e Henriquez;

Ben Soher que deu origem por transliteração aos sobrenomes Soeyro, Soeiro, Soares, Suares, Suarez
e o galego Xuarez;

Faraira que deu origem ao sobrenome Pereira;

HaCohen Lara que por redução deu origem ao sobrenome Lara;

Cohen Cuna que deu origem por redução e fusão de Cohen + Cuna ao sobrenome Cunha;

Sekher (gurrda do templo) que originou os sobrenomes Sequerra, Siqueira e Cerqueira, etc. E assim
por diante.

Devemos também aqui ressaltar nas comunidades judaicas de origem ou descendência Sefarad existe e sempre existiu
um número bastante elevado e até maior que entre os Ashkenazim, de famílias descendentes dos Cohanim e Levitas.

Os representantes e fundadores da família CARNEIRO no Brasil formam uma linhagem conhecida como
CARNEIRO LEÃO e LEÃO CARNEIRO, a qual possuía pares de sua descendência como sendo sacerdotal ou da
tribo de Levy do ramo dos sacerdotes ou Cohanim, a qual é identificada diretamente e simbolicamente pelo
fato do carneiro/cordeiro, adotado como apelido e simbolo de família, ser um dos animais que eram
sacrificados pelos sacerdotes/Cohanin, inclusive no sacrifício de purificação dos mesmos, segundo o rito da Toráh.
Já a outra parte ou linhagem ou do ramo dessa mesma família que veio para o Brasil estava ligada à tribo de
Judá, pois tinha adotado como apelido (sobrenome) de família na idade média o nome do animal que era o
estandarte dessa tribo na antiguidade, o leão.

Os dados sobre as origens judaicas dos sobrenomes de família sefaradim e também conhecidas famílias “anussim”
citados nesse texto foram colhidos dos seguintes livros que são fontes de pesquisa histórica- genealógica para a
identificação de famílias judaicas de origem sefaraditas:
1.Vínculos de Fogo, de Alberto Dines
2. Heréticos e Impuros -A Inquisição e os Cristãos -Novos no Rio de
Janeiro , de Lina Goreisntein Ferreira da Silva
3. Os Batizados em Pé, de Elias Lipiner
4. Heréticos e Impuros -A Inquisição e os Cristãos -Novos no Rio de
Janeiro , de Lina Goreisntein Ferreira da Silva
5.Sephardic Surnames Reference Lis of International Federation of
Messianic Jews; Jeff Malka. , B. Nahman e Rabbi Haim Levi
6.Portuguese and Sephardic genealogy, de Harry Stein.
7. O Brasonário Português e a Cultura Hebraica , de Moisés Espírito
Santo
8. Dicionário fenício-português :10 000 vocábulos das línguas e
dialectos falados pelos fenícios e cartagineses desde o século XXX
A.C., englobando o fenício, o acadiano, o assírio e o hebraico
bíblico, de Moisés Espírito Santo
9. Gente da Nação.Um Dicionário do Judeus Residentes no Nordeste
(1630-1654), de José antônio goncalves de Mello
10. Caderno de Brit-Milah de Alepo entre 1861 e 1941, de Dodi Horari
Sasson
11. Lista dos mebros da sinagoa Sefardita de londres , de George
Anticoni
12. A History of the Jews in christian Spain, de Yitzhak Baer
13. Caderno de Brit-Milah de Alepo entre 1861 e 1941, de Dodi Horari
Sasson
14.Os Judeus na Amazônia, de Samuel Benchimol
15.Os Judeus Ciclo da Borracha, de Samuel Benchimol
16. Los Hijos de Ibero-Franconia. Breviario del mundo Sefaradi desde
las Origenes hasta Nuestros dias, de Nissin Elnecavé
17. A Inquisição em Minas Gerais no Seculo XVIII, de Neusa Fernandes
18. Avoytanu, de Gary Mokotoff.
19. Ha-Lapid, do Cap Arthur Carlos de Barros Bastos
20. Raízes Judaicas do Brasil -Os Arquivos Secretos da Inquisição, de
Flávio Mendes de Carvalho
21. Inquisição. Prisioneiros do Brasil , Séculos XVI-XIX, de Anita
Waingort Novinsky
22. Memórias Históricas e Arqueológicas do Distrito de Bragança, de
Francisco Manoel Alves
23. Inquisição- Rol dos Culpados, de Anita Waingort Novinsky
24. Apellidos Sefardies mas Frecuentes, de Paul Armony
25. Lists of 7300 Names of Jewish Brides and Grooms who Married in
Izmir Between the Year 1883-1901 and 1918-1933, de Dov Cohen
26. Lista dos Moradores de Toledo Pré-Expulsão de 1492
27. Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews, David
Gitlitz
28. Os Marranos em Portugal, Arnold Diesendruck
29. A Origem Judaica dos Brasileiros, José Geraldo Rodrigues de
Alckmin Filho
30. Os Nomes de Família dos Judeus Creolos, estudo de Arturo Rab
31. Lista de Cristãos-Novos Residentes nas Minas Gerais, estudo do
Rabino Marcelo Miranda Guimarães
32. Memorial Brasil Sefarad , de Yacov DaCosta.
33. Há Restauração para os Marranos e Cristãos-Novos Brasileiros,
os separados da Casa de Israel? , de Marcelo Miranda Guimarães
34. Os Marranos e a Diáspora Sefaradita, de Hélio Daniel Cordeiro
35. Dicionário Sefardita de Sobrenomes, de Guilherme Faiguenboim,
Anna Rosa Campagnano e Paulo Valadares
36. Marranos Brasileiros, de Isaac Izecksohn
37. Jewish Historical Society of Englnad, de W. S. Samuel
38. Os Judeus no Brasil Colonial, de Arnold Wiznitzer
39. History of the Marranos, Cecil Roth
40. Sangre Judia, Pere Bonnin
41. 38 Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews, David
Gitlitz
42. Os Marranos em Portugal, Arnold Diesendruck
43. A Origem Judaica dos Brasileiros, José Geraldo Rodrigues de
Alckmin Filho
44. Os Nomes de Família dos Judeus Creolos, estudo de Arturo Rab
45. Memorial Brasil Sefarad, de Yacov DaCosta

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