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A família Rodrigues foi aquela, de origem judaica, que mais filhos perdeu entre
sofrimentos e chamas, durante a perseguição da inquisição portuguesa. Durante os séculos
XVI e XVII, era hábito abreviar o sobrenome Rodrigues, usando-se ROIZ.
ABREU Campos, Manoel de, que vivia de sua fazenda, torturado e morto
nos cárceres e queimado em estátua com seus ossos em 13 de março de 1669,
como judeu convicto e pertinaz. Era morador na Bahia, Brasil. Seu filho João
de Abreu Campos, 22 anos, condenado a cárcere e habito perpétuo em 11 de
março de 1668. Seu filho Jerônimo de Abreu Campos, 28 anos, condenado na
cárcere e hábito perpétuo com insígnias de fogo e galés em 11 de março de
1668.
Antônio José da Silva é da quarta geração de uma família que encheu cárceres da
inquisição e fogueiras a com mais de cem parentes. Seu bisavô, Miguel Cardozo foi
condenado em 14/04/1666. Sua tia-avó Ana da Costa, judia relapsa, foi condenada 1682 e
em 26/11/1684. sua avó, Brittes Cardozo foi condenada pela inquisição de Coimbra.
A família Silva perdeu inúmeros filhos entre sofrimentos e
chamas, durante a perseguição da inquisição portuguesa
(segue uma lista de familiares seus que também foram de
alguma forma discriminados, encarcerados, assassinados,
degredados pela inquisição).
Dirigido pelo cineasta Sérgio Lerrer e co-dirigido por Alberto Kremnitzer, o filme tem
como objetivos ampliar o conhecimento e permitir o acesso a informações que levem a
população brasileira a refletir sobre suas origens. Além disso, visa tornar públicos eventos
históricos marcantes na evolução de nossa história praticamente ignorados pelo currículo de
nossas escolas e pelos livros de escolares.
"As maiores autoridades sobre história e intolerância que atuam no Brasil estarão
contribuindo para um painel audiovisual rico e diversificado, entre outros, as historiadoras
Anita Novinsky, Rachel Mizrahi, Benair Ribeiro, Lina Gorenstein, Yara Monteiro e o
filósofo Renato Mezan, além do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns", afirma o diretor
Lerrer.
"O que podemos adiantar é que o documentário irá trazer uma visão do país ainda muito
pouco exposta e descrita em nossos livros de história, o que nos remeterá a muitos
sobrenomes brasileiríssimos de hipotética descendência judaica", acrescenta.
Naquela época, não foram poucas famílias cristãs-novas que tiveram de se esconder para
fugir da perseguição Inquisitorial, pois a simples denúncia levava quase sempre à
espoliação patrimonial, anos de masmorra, tortura, envio às galés ou então queima na
fogueira por suspeita de atitudes e/ou costumes judaizantes.
O filme deve estar concluído até fevereiro de 2005. Filmado em formato vídeo digital, o
documentário será convertido também para película, para ser lançado nos cinemas e
exibido em festivais de cinema. Posteriormente, a proposta é lançar o longa em vídeo e
DVD. O documentário é realizado no momento sem leis de incentivo, com o apoio de
empresas com interesse em expandir o conhecimento de nossa história.