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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE

MINAS GERAIS

Curso de Engenharia Mecânica

Máquinas de Levantamento e Transporte

Ana Paula Michelli


Gabriel Nogueira
Klever Ribeiro
Rodrigo Freitas

DIMENSIONAMENTO DE UM PÓRTICO MÓVEL MONOVIGA

Belo Horizonte
2018
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
2. CLASSIFICAÇÃO DO EQUIPAMENTO ........................................................................ 6
2.1. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO EQUIPAMENTO .......................................... 6
2.1.1 CARGA ................................................................................................................. 6
2.1.2. PERCURSO ......................................................................................................... 6
2.1.3. TEMPO DE CICLO .............................................................................................. 6
2.2 CLASSE DE UTILIZAÇÃO ...................................................................................... 7
2.3. ESTADO DE CARGA DA ESTRUTURA .................................................................... 8
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DA ESTRUTURA .......................................... 8
2.5. COEFICIENTE DE MAJORAÇÃO ............................................................................. 9
2.6. TENSÃO ADMISSÍVEL .............................................................................................. 9
3. DIMENSIONAMENTO DAS CARGAS ESTÁTICAS.................................................... 10
3.1. VIGA PRINCIPAL .................................................................................................... 12
3.1.1. CÁLCULO DAS REAÇÕES EXTERNAS .......................................................... 13
3.1.2. CÁLCULO DO ESFORÇO CORTANTE ............................................................ 14
3.1.3. CÁLCULO DO MOMENTO FLETOR................................................................. 17
3.1.4. CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO MÁXIMA ............................................... 20
3.1.5. CÁLCULO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO MÁXIMA ................................. 22
3.1.6. VERIFICAÇÃO PELO CRITÉRIO DE RESISTÊNCIA ....................................... 22
3.1.7. VERIFICAÇÃO CONTRA FLAMBAGEM .......................................................... 24
3.1.8. VERIFICAÇÃO DO ESFORÇO DE FADIGA ..................................................... 24
3.2. PILARES DE SUSTENTAÇÃO ............................................................................... 28
3.2.1. CÁLCULO DAS REAÇÕES EXTERNAS .......................................................... 30
3.2.2. CÁLCULO DAS TENSÃO DE COMPRESSÃO MÁXIMA .................................. 31
3.2.2. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FLAMBAGEM ............................................... 32
3.2.3. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FADIGA ........................................................ 33
3.3. VIGA DE SUPORTE PARA AS RODAS .................................................................. 33
3.3.1. CÁLCULO DAS REAÇÕES EXTERNAS .......................................................... 34
3.3.2. CÁLCULO DO ESFORÇO CORTANTE ............................................................ 35
3.3.3. CÁLCULO DO MOMENTO FLETOR ................................................................. 37
3.3.4. CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO MÁXIMA ............................................... 40
3.3.5. CÁLCULO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO MÁXIMA ................................. 42
3.3.6. VERIFICAÇÃO PELO CRITÉRIO DE RESISTÊNCIA ....................................... 42
3.3.7. VERIFICAÇÃO CONTRA FLAMBAGEM .......................................................... 44
3.3.8. VERIFICAÇÃO DO ESFORÇO DE FADIGA ..................................................... 44
3.4. BARRAS INCLINADAS ........................................................................................... 48
3.4.1. CÁLCULO DO ÂNGULO MÁXIMO DA CARGA .............................................. 49
3.4.2. CÁLCULO DA REAÇÃO SOBRE A VIGA ........................................................ 51
3.4.3. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL NA BARRA ............................................... 52
3.4.4. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FLAMBAGEM ............................................... 53
3.4.5. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FADIGA ........................................................ 54
3.5. CÁLCULOS DE TENSÃO NAS SOLDAS ............................................................ 54
3.5.1. VIGA PRINCIPAL ............................................................................................. 54
3.5.2. PILARES DE SUSTENTAÇÃO ......................................................................... 55
4. SOLICITAÇÕES DINÂMICAS ........................................................................................ 56
4.1. SOLICITAÇÕES DEVIDO AOS MOVIMENTOS VERTICAIS ................................... 56
4.1.1.DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DINÂMICO ............................................ 57
4.1.2. CÁLCULO DE SL E SG.................................................................................... 57
4.1.3. SOLICITAÇÃO DO EQUIPAMENTO EM CARGA ............................................. 58
4.2. SOLICITAÇÕES DEVIDO AOS MOVIMENTOS VERTICAIS ................................... 58
4.2.1. CÁLCULO DA ACELERAÇÃO MÉDIA ............................................................. 59
4.2.2. CÁLCULO DO TEMPO DE ACELERAÇÃO ...................................................... 60
5. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DOS AÇOS ...................................................................... 61
6. SISTEMA DE IÇAMENTO DA CARGA .......................................................................... 65
6.1. TALHA ELÉTRICA .................................................................................................. 65
6.2. CORRENTE OFFSHORE ......................................................................................... 66
6.3. GANCHO ................................................................................................................. 67
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 68
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 69
1. INTRODUÇÃO

Os pórticos móveis são geralmente utilizados em áreas abertas, podendo ser


utilizados dentro de galpões. Utilizados para o manuseio de cargas em áreas onde
não seja viável técnica ou economicamente a instalação de pontes rolantes ou
guindastes. Dentre os pórticos móveis, os pórticos de mono viga se destacam em
serviços de cargas baixa e em operações em galpões fechados. Sua simplicidade
de montagem e aquisição somados a sua mobilidade e capacidade de manobra,
principalmente os que são movidos por força humana, conferem a esse
equipamento as características ideias para esse tipo de serviço.

O objetivo deste trabalho é calcular e projetar um pórtico para transporte de


latas de alumínio em um galpão de reciclagem. O pórtico será do tipo mono viga e
será transladado de forma manual. Utilizando-se a norma NBR8400:1984 (Cálculo
de equipamento para levantamento e movimentação de cargas) para que através de
cálculos fossem determinados os componentes estruturais e mecânicos necessários
ao funcionamento de um pórtico.

As dimensões máximas do pórtico são parâmetros pré-estabelecidos e estão


mostrados abaixo, sendo que as dimensões das seções transversais de cada um
dos componentes serão calculadas e validadas durante o projeto.
A memória de cálculos e os parâmetros da norma que foram observados
durante o projeto estão expostos em detalhes durante todo o projeto. Visando a
classificação correta do equipamento segundo seu regime de trabalho, o correto
dimensionamento dos componentes levando em consideração os vários esforços
dinâmicos e estáticos, além de seguir as recomendações de segurança e de
procedimentos da NBR 8400.
2. CLASSIFICAÇÃO DO EQUIPAMENTO

2.1. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO EQUIPAMENTO

2.1.1 CARGA

A carga máxima que está prevista para que o pórtico erga é de 300 kg.
Portanto, podemos definir a capacidade nominal do pórtico como 300kg. A carga
máxima será erguida com certa frequência, contudo nem sempre esse valor máximo
será atingido, sendo comum o levantamento de cargas entre 50% e 75% do valor
máximo de carga previsto para o projeto. O tipo de carga que o pórtico irá carregar,
será geralmente latinhas de alumínio em uma usina de reciclagem, esse tipo de
carga possui um baixo valor de densidade por isso apresenta grande volume.

2.1.2. PERCURSO

● Velocidade de translado: 0,55 m/s

● Velocidade de içamento: 0,4 m/s

● Dimensões do galpão: 20x40x7,5m

● Tempo de funcionamento: 8 horas/dia

● Vida Estimada para o pórtico: 20 anos

2.1.3. TEMPO DE CICLO

Considera-se o tempo de ciclo, desde o ponto de início do levantamento da


carga até o ponto onde o equipamento irá descarregar a carga.

𝑇𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = ((𝐷𝑝𝑒𝑟/𝑉𝑡𝑟) + (𝐷𝑖ç/𝑉𝑖ç)) ∗ 2

Sendo;

● Vtr= velocidades de traslado;


● Dper= distância percorrida;
● Viç= velocidade de içamento;
● Diç= distância de içamento;

𝑇𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = 166 𝑠

(𝑇𝑓𝑢𝑛𝑐 ∗ 𝑇𝑣𝑖𝑑𝑎)
𝑁 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠 =
𝑇𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜

Sendo;

● Nciclos= número de ciclos;


● Tfunc= tempo de funcionamento por dia em segundos;
● Tvida= vida útil do pórtico em segundos;

𝑁𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠 = 1,2665 ∗ 106 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠

2.2. CLASSE DE UTILIZAÇÃO

Com base no número de ciclos calculados no tópico acima pode se


classificar a classe de utilização de utilização do pórtico a ser projetado. Segundo a
tabela 01 presente na norma o equipamento em questão se enquadra na classe de
utilização regular em serviço intensivo

Fonte: Norma ABNT 8400(1984)


2.3. ESTADO DE CARGA DA ESTRUTURA

O estado de carga caracteriza em que proporção o equipamento levanta a


carga máxima, ou somente uma carga reduzida, ao longo de sua vida útil.
Consideram-se, na prática, quatro estados convencionais de cargas. Para este
equipamento será considerado que frequentemente levanta a carga nominal e
comumente cargas compreendidas entre 50% e 75% da carga nominal. Segundo a
tabela 02 o valor do estado de carga para o projeto em questão será:

Fonte: Norma ABNT 8400(1984)

2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DA ESTRUTURA

Através da classe de utilização e estados de cargas levantadas, classificam-se as


estruturas e seus elementos em seis grupos conforme apresentado na tabela abaixo. O
pórtico em questão se classifica no grupo 5.
Fonte: Norma ABNT 8400(1984)

2.5. COEFICIENTE DE MAJORAÇÃO

O coeficiente de majoração será utilizado para majorar as solicitações de projeto e


depende diretamente do grupo no qual a estrutura pertence. Sendo a estrutura pertencente
ao grupo 4 de classificação, de acordo com a tabela abaixo define-se um coeficiente de
majoração 1,12.

Fonte: Norma ABNT 8400(1984)

2.6. TENSÃO ADMISSÍVEL

O valor da tensão admissível é encontrado dividindo-se a tensão limite de


escoamento do material utilizado para confecção do pórtico por um coeficiente de
segurança. O cálculo da tensão admissível também depende do caso de solicitação.
No projeto em questão o material utilizado será o aço ASTM A36, que possui tensão
de escoamento de 330 MPa (Laminado). O caso considerado é o Caso 1 porque o galpão
cujo o pórtico irá ser utilizado é fechado e não há ação do vento. Na tabela abaixo pode-se
encontrar a expressão que define a tensão admissível para os 3 casos previstos pela
norma.

Fonte: Norma ABNT 8400(1984)

Com isso a tensão admissível para o projeto em questão será:

330
𝜎𝑎 =
1,5

𝜎𝑎 = 220 𝑀𝑃𝑎

Assim no projeto em questão, nenhuma das tensões calculadas no


projeto deve ultrapassar esse valor admissível. O valor calculado acima será o único
a ser considerado, porque por análise prévia não se determinou nenhum
componente estrutural do projeto submetido ao cisalhamento puro.

3. DIMENSIONAMENTO DAS CARGAS ESTÁTICAS

A imagem abaixo mostra os principais componentes estruturais do


pórtico a ser projetado, será feita uma análise estrutural de cada um desses
componentes, considerando também os esforços de fadiga e flambagem
quando forem relevantes.
As partes mostradas acima são:

1) Viga Principal: Viga onde se encontra acoplado o sistema de içamento da


carga e também a própria carga.
2) Pilares de Sustentação: Têm a função de manter a viga principal na altura
definida pelo projeto.
3) Vigas de Suporte: Servem como local para que sejam acopladas as rodas
do pórtico.
4) Barras Inclinadas; Provém proteção contra tombamento do pórtico quando
esse inicia ou finaliza seu movimento.
3.1. VIGA PRINCIPAL

A viga principal é a viga que irá suportar tanto a carga externa quanto o
sistema de içamento. Esse tipo de viga supostamente estará sob efeito do próprio
peso, que consiste e uma força distribuída por toda a extensão da viga ,além do
peso da própria carga, que consiste em uma força concentrada no meio da
extensão da viga, local onde está acoplado o sistema de içamento. A carga principal
foi considerada como sendo o peso máximo que o pórtico está sendo projetado para
suportar (300kg ou 3000N). Sabendo que o sistema de içamento( motor mais
gancho é muito pequeno se comparado com a carga, seus valores foram
desconsiderados dos cálculos estruturais. O diagrama abaixo mostra a distribuição
das forças ao longo da viga principal.

Segundo as dimensões do projeto, o espaço entre apoios da viga é de 4m.


Com base no catálogo da Gerdau foi escolhido uma viga de perfil I foi escolhida de
aço ASTM A36. O Peso específico e as demais dimensões da viga escolhida
encontram-se na imagem abaixo:
O valor de cada uma das dimensões é:

h=101,60mm
tf=7,44mm
tw=6,43mm
bf=69,20mm

e com peso específico de 12,65 kg/m ou 126,5 N/m.

3.1.1. CÁLCULO DAS REAÇÕES EXTERNAS

A viga foi considerada bi apoiada e os cálculos referentes aos esforços de


flexão e cisalhamento estão detalhados abaixo:
Para encontrarmos as reações nos apoios, é necessário verificar o equilíbrio
de forças na vertical, para garantir que a viga não vai se mover nem para cima nem
para baixo, e o equilíbrio de momentos, para garantir que a viga não irá girar. O
diagrama de corpo livre da viga é:
Portanto, fazendo o equilíbrio de forças na vertical, encontra-se:

∑Fy=0

W1+F2−R1−R2=0

Onde;
● R1 e R2= São as reações nos pontos 1 e 2
● F2= A força concentrada no meio da viga
● W1= A força distribuída total na vida

Então os valores das reações serão:

R1+R2=3506 N

Por simetria podemos definir o valor de cada uma das reações com o valor:

R1=R2=1753 N

3.1.2. CÁLCULO DO ESFORÇO CORTANTE

Para encontrar a equação do esforço cortante, é necessário fazer o balanço


de forças verticais em cada seção (que vão de 0 até x metros), ou seja:

∑Fy+V(x)=0

Sendo;
● V(x)=O valor do esforço cortante na posição x.
Seção 1 (0≤x≤2)
Resolvendo o balanço de forças na seção:

W1*x−R1+V(x)=0

Sendo;

● W1x =representa a carga distribuída aplicada apenas até a posição x, e não a


carga completa, até xf

A carga distribuída retângular será dada por:

W1*x=126.5*x

Substituindo os valores numéricos, encontra-se:

V(x)=−126.5*x+1753
Seção 2 (2≤x≤4)

Resolvendo o balanço de forças na seção:

W1*x+F2−R1+V(x)=0

Sendo;

● W1x =representa a carga distribuída aplicada apenas até a posição x, e não a


carga completa, até xf
● F2= A força concentrada no meio da viga

A carga retângular será dada por:

W1*x=126.5*x

Substituindo os valores numéricos, encontra-se:

V(x)=−126.5*x−1247

Definidas as equações de esforços cortantes podemos plotar um gráfico da


força de cisalhamento em função do comprimento da barra. Com base no gráfico
vamos determinar a força de cisalhamento máxima atuante na viga.
Com base nos dados do gráfico podemos definir a força cortante máxima
como:

Vmáx= 1753N

3.1.3. CÁLCULO DO MOMENTO FLETOR

Para encontrar a equação do momento fletor, é necessário fazer o balanço


do momento em cada seção (que vão de 0 até x metros), ou seja:

∑Fy(x−xcarga)+∑M+M(x)=0

Sendo:

● M(x)=O valor do momento fletor na posição x.


Seção 1 (0≤x≤2)
Resolvendo o balanço de momentos na seção:

W1x*(x−x’)+F2*(x−x’)−R1*(x−x’)+M(x)=0

Sendo;

● W1x(x−x’)= momento equivalente à carga distribuída aplicada apenas até a

posição x
A carga distribuída retangular vale:

W1x(x−x’)=63.25*x²

Substituindo os valores numéricos, encontra-se

M(x)=−63.25*x²+1753*x
Seção 2 (2≤x≤4)

Resolvendo o balanço de momentos na seção:

W1x*(x−x’)+F2*(x−x’)−R1*(x−x’)+M(x)=0

Sendo;

● W1x(x−x’)= momento equivalente à carga distribuída aplicada apenas até a

posição x
● F2= A força concentrada no meio da viga

A carga distribuída retangular vale:

W1x(x−x’)=63.25*x²

Substituindo os valores numéricos, encontra-se

M(x)=−63.25x²−1247x+6000

Definidas as equações dos momentos podemos plotar um gráfico do


momento em função do comprimento da barra. Com base no gráfico vamos
determinar o momento máximo atuante na viga.
Com base nos dados do gráfico podemos definir o momento máximo como:

Mmáx=3253 N*m

3.1.4. CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO MÁXIMA

Primeiramente para o cálculo da tensão de flexão máxima, é necessário


calcular o momento de inércia do perfil da viga I. O momento de inércia pode ser
obtido tanto pelo catálogo do fabricante quanto pela equação abaixo:

𝐵 ∗ 𝐻3 − (𝐵 − 𝑏) ∗ ℎ3
𝐼=
12

Sendo;

● B=bf
● H=d
● b=tw
● h=(d-2*tf)

Substituindo valores numéricos teremos:


0,0692 ∗ 0,101³ − (0,0692 − 0,0064) ∗ (0,101 − 2 ∗ 0,00744)³
𝐼=
12

𝐼 = 2,73 ∗ 10−6 𝑚4

O valor obtido é plausível e se aproxima muito do valor de momento de


inércia fornecido pelo fabricante 2,66 ∗ 10−6 𝑚4. Uma vez conhecido o momento de
inércia e o momento fletor máximo, é possível calcular a tensão de flexão máxima
que a viga principal deve suportar com base na seguinte equação:

𝑀∗𝐶
𝜎𝑚á𝑥 =
𝐼

Sendo;

● M=momento fletor máximo;


● C= distância perpendicular do eixo neutro ao ponto mais afastado do
eixo neutro;
● I= momento de inércia da área da seção transversal calculada em
torno do eixo neutro;

Substituindo valores à equação acima temos:

3253 ∗ 50,8 ∗ 10−3


𝜎𝑚á𝑥 =
2,73 ∗ 10−6

𝜎𝑚á𝑥 = 6,0532 ∗ 107 𝑃𝑎


Ou

60,53 𝑀𝑃𝑎
3.1.5. CÁLCULO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO MÁXIMA

O cálculo do cisalhamento máximo pode ser obtido por meio da


seguinte fórmula:

𝑉∗𝑄
𝜏𝑚á𝑥 =
𝐼∗𝑡

Sendo;

● V= A força cortante máxima


● Q=𝑦 ∗ 𝐴
● I= momento de inércia da área da seção transversal inteira, calculada
em torno do eixo neutro
● t=largura da área da seção transversal do elemento, medida no ponto
onde o cisalhamento deve ser determinado.

Substituindo valores na equação teremos:

1743 ∗ 4,0318𝑥104
𝜏𝑚á𝑥 =
266𝑥104 ∗ 6.43

𝜏𝑚á𝑥 = 4,13 𝑀𝑃𝑎

3.1.6. VERIFICAÇÃO PELO CRITÉRIO DE RESISTÊNCIA

Segundo a norma, como a viga principal está solicitada a esforços


combinados, tal como flexão e cisalhamento, deve ser considerar o critério de falha
de Von Mises para determinar que o material não irá estar sujeito a uma tensão
resultante maior que a tensão admissível já determinada em projeto. A equação
para o critério de Von Mises é:

√𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − (𝜎𝑥 ∗ 𝜎𝑦 ) + (3 ∗ 𝜏𝑥𝑦


2 ) ≤𝜎
𝑎
Sendo;

2
● 𝜎𝑥 = A tensão máxima no eixo X;
2
● 𝜎𝑦 = A tensão máxima no eixo Y;

● 2 = A tensão de cisalhamento máxima;


𝜏𝑥𝑦

Com base nas tensões de flexão e cisalhamento calculadas anteriormente e


determinaremos as tensão máxima equivalente na viga, substituindo valores na
equação acima teremos:

Considerando;

2
● 𝜎𝑥 = 60,53 MPa
2
● 𝜎𝑦 = 0 MPa

● 2
𝜏𝑥𝑦 = 4,13 MPa

Então;

√60,53² + 0 − (60,53 ∗ 0) + (3 ∗ 4,13²) ≤ 𝜎𝑎

60,95 𝑀𝑝𝑎 ≤ 𝜎𝑎
60,95 𝑀𝑃𝑎 ≤ 220 𝑀𝑃𝑎

Como a tensão admissível já calculada foi de 220 MPa podemos perceber


que a viga está dentro dos parâmetros estabelecidos.
3.1.7. VERIFICAÇÃO CONTRA FLAMBAGEM

A viga principal não está sendo comprimida axialmente, então não há


nenhum esforço no sentido de flambar essa viga. Com isso não é necessário
a verificação da resistência contra a flambagem.

3.1.8. VERIFICAÇÃO DO ESFORÇO DE FADIGA

Segundo os dimensionamentos acima percebemos que a viga principal está


dentro parâmetros exigidos para cargas estáticas, contudo o esforço cujo o pórtico
irá ser submetido será um esforço intermitente de carga e descarga, sendo que o
número de ciclos previstos durante a vida útil do equipamento já foi previsto
anteriormente. Nesse tópico verificaremos se a viga irá falhar por fadiga antes de
completar os ciclos de vida previamente estabelecidos.

Considerando a tensão obtida pelo critério de Von Mises como tensão


máxima alternada do sistema, podemos estabelecer uma carga variável da seguinte
forma:

Com base no gráfico acima podemos determinar a tensão máxima e


mínima, como:
𝜎𝑚á𝑥 = 60,95 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑚𝑖𝑛 = 0 𝑀𝑃𝑎

Com base nas tensões máximas e mínimas, calcula-se as tensões médias e


alternadas do carregamento de fadiga. Começaremos com a tensão média:

𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚𝑖𝑛
𝜎𝑚é𝑑 =
2
60,95 + 0
𝜎𝑚é𝑑 =
2

𝜎𝑚é𝑑 = 30,475 𝑀𝑃𝑎(4,42 Ksi)

O valor da tensão alternada será:

𝜎𝑎𝑙𝑡 − 𝜎𝑎𝑙𝑡
𝜎𝑎𝑙𝑡 =
2

60,95 − 0
𝜎𝑎𝑙𝑡 =
2

𝜎𝑎𝑙𝑡 = 30,475 𝑀𝑃𝑎 (4,42 Ksi)


Agora é necessário determinar a tensão resistência à fadiga, considerando a
vida infinita do material. A tensão de resistência a fadiga(Sn) do material pode ser
obtida pela seguinte expressão:

𝑆𝑛 = 𝑆𝑛 ′ ∗ 𝐶𝐿 ∗ 𝐶𝐺 ∗ 𝐶𝑆 ∗ 𝐶𝑇 ∗ 𝐶𝑅

Onde Sn’= 0,5*Su, onde Su é o limite de ruptura do material;Os demais


parâmetros da equação são fatores de adequação da tensão com base nas
características de operação e carga.R Tais valores e significados desses
coeficientes estão presentes na tabela abaixo:
Consideramos os seguintes valores para cada um dos fatores, considerando
a tabela acima e o valor de Su é baseado no material em questão.

CL=1,0
CG= 1,0
CS= 0,78
CT=1,0
CR=0,897
Su= 75,41 Ksi (520 MPa )

Com os valores acima encontraremos o valor da tensão de resistência à


fadiga do material. Substituindo os valores na equação acima teremos:

𝑆𝑛 = 0,5 ∗ (75,41) ∗ 0,78 ∗ 0,897


𝑆𝑛 = 26,38 𝐾𝑠𝑖

Tendo as informações das tensões médias e alternadas e da tensão limite de


resistência à fadiga para vida infinita, podemos traçar o diagrama de Goodman e
determinar se a viga em questão se encontra dentro da linha de vida infinita à fadiga
e se não se encontrar, determinaremos quantos ciclos de trabalho ela terá antes de
romper por fadiga e assim compararemos se esse valor é menor ou maior do que os
ciclos de funcionamento previamente estimados. O diagrama de Goodman para a
carga de trabalho da viga está exibido abaixo.

Analisando o diagrama acima percebemos que o ponto de operação


da viga (4,42;4,42) é muito abaixo do ponto de intersecção entre as retas
(19,8;19,8) que configura o limite de vida infinita do material. Com isso conclui-se
que sob o regime de trabalho estabelecido não haverá falha por fadiga no material.

3.2. PILARES DE SUSTENTAÇÃO

Os pilares de sustentação mantém a viga principal e a carga suspensas na


altura desejada. Esse componente supostamente estará sob efeito da força de
compressão proveniente do peso da viga principal e da carga. Como existem dois
pilares cada um estará submetido à metade desses esforços.Também
consideramos a viga sendo comprimida por seu próprio peso. O diagrama abaixo
mostra a força de compressão cujo um único pilar está submetido.
Segundo as dimensões do projeto, o comprimento do pilar é de 4m. Com
base no catálogo da Gerdau foi escolhido uma viga quadrada foi escolhida de aço
ASTM A36. O Peso específico e as demais dimensões do pilar escolhido
encontram-se na imagem abaixo:
Sendo;

h=50,80mm
Peso específico=20,26kg/m

3.2.1. CÁLCULO DAS REAÇÕES EXTERNAS

Cada pilar está sujeito basicamente a força de compressão normal. O


valor da força P( de um único pilar) que tende a comprimir a viga é composto de
metade do valor da carga e metade do peso da viga principal acrescido do peso
próprio do pilar. Com base nos valores calculados para viga principal o valor de P
será:

𝑃 = 1753 + 810,40
𝑃 = 2563,40 𝑁

Onde 1753 N corresponde a resultante de metade do peso da carga e


metade do peso da viga principal e 810,40 N corresponde ao peso próprio do pilar.
3.2.2. CÁLCULO DA TENSÃO DE COMPRESSÃO MÁXIMA

Sabemos que a força de compressão devido ao próprio peso aumenta quão


mais próximo a base do pilar. Contudo consideramos que o peso máximo da viga
atua sobre toda sua extensão longitudinal. Assim é possível garantir que a viga
estará dimensionada para o pior caso possível. A tensão de compressão sobre a
viga será:

𝑃
𝜎𝑁 =
𝐴𝑇

Sendo;

● P= A força total sobre o pilar


● AT= área transversal do pilar

Substituindo os valores na equação acima teremos:

2563,40
𝜎𝑁 =
0,00258

𝜎𝑁 = 1,00 𝑀𝑃𝑎
A pressão de compressão sobre a viga é muito menor que a tensão
admissível previamente determinada (220MPa), por isso é possível afirmar que o
material não irá falhar por ultrapassar essa tensão admissível.

3.2.2. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FLAMBAGEM

Como o pilar tem alto nível de esbeltez e está submetido á uma carga de
compressão, é necessário garantir que não haverá falha por flambagem. Para
executar tal verificação é necessário ver se a tensão de compressão cujo o pilar
está submetido é inferior à tensão crítica de flambagem. A tensão crítica de
flambagem é dada por:

𝜋2 ∗ 𝐸
𝜎𝐶𝑟 =
(𝐿/𝑅)²
Sendo R, igual:

𝑅 = √𝐼/𝐴

Substituindo os valores nas equações teremos:

𝐼 = 5,549𝑥10−7 𝑚4
𝐴 = 2,5806𝑥10−3 𝑚²

R=0,01466 m
com isso o valor da tensão crítica será:

𝜎𝐶𝑟 = 26,532 𝑀𝑃𝑎

Como a tensão normal de compressão que a viga está submetida é de


1,0MPa, podemos assumir que a viga não irá flambar.
3.2.3. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FADIGA

Como os pilares estão sujeitos somente à forças de compressão torna-


se dispensável a verificação por fadiga, visto que cargas compressivas raramente
geram fadiga em um metal. A fadiga geralmente ocorrem com cargas trativas que
tendem a aumentar as microfalhas presentes na microestrutura do material. Por isso
é seguro dizer que os pilares não falharão por fadiga.

3.3. VIGA DE SUPORTE PARA AS RODAS

Cada uma das vigas de suporte, suportam metade da força da carga e


metade do peso da viga principal além de ter de suportar o próprio peso. Com base
no catálogo da Gerdau foi escolhido uma viga quadrada foi escolhida de aço ASTM
A36. O Peso específico e as demais dimensões do pilar escolhido encontram-se na
imagem abaixo:

Sendo;
h=50,80mm
Peso específico=20,26kg/m

3.3.1. CÁLCULO DAS REAÇÕES EXTERNAS

A viga foi considerada bi-apoiada e os cálculos referentes aos esforços de


flexão e cisalhamento estão detalhados abaixo:
Para encontrarmos as reações nos apoios, é necessário verificar o equilíbrio
de forças na vertical, para garantir que a viga não vai se mover nem para cima nem
para baixo, e o equilíbrio de momentos, para garantir que a viga não irá girar. O
diagrama de corpo livre da viga é:

Portanto, fazendo o equilíbrio de forças na vertical, encontra-se:

∑Fy=0

W1+F2−R1−R2=0

Onde;
● R1 e R2= São as reações nos pontos 1 e 2
● F2= A força concentrada no meio da viga
● W1= A força distribuída total na vida

Então os valores das reações serão:

R1+R2=2867,3 N

Por simetria podemos definir o valor de cada uma das reações com o valor:
R1=R2=1433,65 N

3.3.2. CÁLCULO DO ESFORÇO CORTANTE

Para encontrar a equação do esforço cortante, é necessário fazer o balanço


de forças verticais em cada seção (que vão de 00 até xx metros), ou seja:

∑Fy+V(x)=0

Sendo;
● V(x)=O valor do esforço cortante na posição x.

Seção 1 (0≤x≤0,75)
Resolvendo o balanço de forças na seção:

W1*x−R1+V(x)=0

Sendo;

● W1x =representa a carga distribuída aplicada apenas até a posição x, e não a


carga completa, até xf

A carga distribuída retângular será dada por:

W1*x=126.5*x
Substituindo os valores numéricos, encontra-se:

V(x)=−202,6*x+1433,65

Seção 2 (0.75≤x≤1.5)

Resolvendo o balanço de forças na seção:

W1*x+F2−R1+V(x)=0

Sendo;

● W1x =representa a carga distribuída aplicada apenas até a posição x, e não a


carga completa, até xf
● F2= A força concentrada no meio da viga

A carga retângular será dada por:

W1*x=126.5*x

Substituindo os valores numéricos, encontra-se:

V(x)=−202,6*x−1129,75

Definidas as equações de esforços cortantes podemos plotar um gráfico da


força de cisalhamento em função do comprimento da barra. Com base no gráfico
vamos determinar a força de cisalhamento máxima atuante na viga.
Com base nos dados do gráfico podemos definir a força cortante máxima
como:

Vmáx= 1433,65 N

3.3.3. CÁLCULO DO MOMENTO FLETOR

Para encontrar a equação do momento fletor, é necessário fazer o balanço


do momento em cada seção (que vão de 0 até x metros), ou seja:

∑Fy(x−xcarga)+∑M+M(x)=0

Sendo:

● M(x)=O valor do momento fletor na posição x.


Seção 1 (0≤x≤0,75)

Resolvendo o balanço de momentos na seção:

W1x*(x−x’)+F2*(x−x’)−R1*(x−x’)+M(x)=0

Sendo;

● W1x(x−x’)= momento equivalente à carga distribuída aplicada apenas até a

posição x
A carga distribuída retangular vale:

W1x(x−x’)=101,3*x²

Substituindo os valores numéricos, encontra-se

M(x)=−101,3*x²+1433,65*x
Seção 2 (0,75≤x≤1,5)

Resolvendo o balanço de momentos na seção:

W1x*(x−x’)+F2*(x−x’)−R1*(x−x’)+M(x)=0

Sendo;

● W1x(x−x’)= momento equivalente à carga distribuída aplicada apenas até a

posição x
● F2= A força concentrada no meio da viga

A carga distribuída retangular vale:

W1x(x−x’)=101,3*x²

Substituindo os valores numéricos, encontra-se

M(x)=−101,3x²−1129,75*x+1922,55

Definidas as equações dos momentos podemos plotar um gráfico do


momento em função do comprimento da barra. Com base no gráfico vamos
determinar o momento máximo atuante na viga.
Com base nos dados do gráfico podemos definir o momento máximo como:

Mmáx=1018,26 N*m

3.3.4. CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO MÁXIMA

Primeiramente para o cálculo da tensão de flexão máxima, é necessário


calcular o momento de inércia da seção transversal da viga .

𝐵 ∗ 𝐻3
𝐼=
12

Sendo;

● B=Base do perfil;
● H=Altura do perfil;

Substituindo valores numéricos teremos:


0,0508 ∗ (0,05)³
𝐼=
12

𝐼 = 5,55 ∗ 10−7 𝑚4

Uma vez conhecido o momento de inércia e o valor do momento fletor


máximo, é possível calcular a tensão de flexão máxima que a viga principal deve
suportar com base na seguinte equação:

𝑀∗𝐶
𝜎𝑚á𝑥 =
𝐼

Sendo;

● M=momento fletor máximo;


● C= distância perpendicular do eixo neutro ao ponto mais afastado do
eixo neutro;
● I= momento de inércia da área da seção transversal calculada em
torno do eixo neutro;

Substituindo valores à equação acima temos:


1018,26 ∗ 25,4 ∗ 10−3
𝜎𝑚á𝑥 =
5,55 ∗ 10−7

𝜎𝑚á𝑥 = 4,6601 ∗ 107 𝑃𝑎


ou
46,60 𝑀𝑃𝑎
3.3.5. CÁLCULO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO MÁXIMA

O cálculo do cisalhamento máximo pode ser obtido por meio da


seguinte fórmula:

𝑉∗𝑄
𝜏𝑚á𝑥 =
𝐼∗𝑡

Sendo;

● V= A força cortante máxima


● Q=𝑦 ∗ 𝐴
● I= momento de inércia da área da seção transversal inteira, calculada
em torno do eixo neutro
● t=largura da área da seção transversal do elemento, medida no ponto
onde o cisalhamento deve ser determinado.

Substituindo valores na equação teremos:

1433,65 ∗ 1,6387𝑥10−5
𝜏𝑚á𝑥 =
5,55𝑥10−7 ∗ 50,8𝑥10−3

𝜏𝑚á𝑥 = 8,4085𝑥105 𝑃𝑎
ou
𝜏𝑚á𝑥 = 0,84085 𝑀𝑃𝑎

3.3.6. VERIFICAÇÃO PELO CRITÉRIO DE RESISTÊNCIA

Segundo a norma, como a viga de suporte está solicitada a esforços


combinados, tal como flexão e cisalhamento, deve ser considerar o critério de falha
de Von Mises para determinar que o material não irá estar sujeito a uma tensão
resultante maior que a tensão admissível já determinada em projeto. A equação
para o critério de Von Mises é:
√𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − (𝜎𝑥 ∗ 𝜎𝑦 ) + (3 ∗ 𝜏𝑥𝑦
2 ) ≤𝜎
𝑎

Sendo;

2
● 𝜎𝑥 = A tensão máxima no eixo X;
2
● 𝜎𝑦 = A tensão máxima no eixo Y;

● 2 = A tensão de cisalhamento máxima;


𝜏𝑥𝑦

Com base nas tensões de flexão e cisalhamento calculadas anteriormente e


determinaremos as tensão máxima equivalente na viga, substituindo valores na
equação acima teremos:

Considerando;

2
● 𝜎𝑥 = 40,46 MPa
2
● 𝜎𝑦 = 0 MPa

● 2
𝜏𝑥𝑦 = 0,84 MPa

Então;

√40,46² + 0 − (40,46 ∗ 0) + (3 ∗ 0,84²) ≤ 𝜎𝑎

40,49 𝑀𝑝𝑎 ≤ 𝜎𝑎
40,49 𝑀𝑃𝑎 ≤ 220 𝑀𝑃𝑎
Como a tensão admissível já calculada foi de 220 MPa podemos perceber
que a viga está dentro dos parâmetros estabelecidos.

3.3.7. VERIFICAÇÃO CONTRA FLAMBAGEM

A viga principal não está sendo comprimida axialmente, então não há


nenhum esforço no sentido de flambar essa viga. Com isso não é necessário
a verificação da resistência contra a flambagem.

3.3.8. VERIFICAÇÃO DO ESFORÇO DE FADIGA

Segundo os dimensionamentos acima percebemos que a viga principal está


dentro parâmetros exigidos para cargas estáticas, contudo o esforço cujo o pórtico
irá ser submetido será um esforço intermitente de carga e descarga, sendo que o
número de ciclos previstos durante a vida útil do equipamento já foi previsto
anteriormente. Nesse tópico verificaremos se a viga irá falhar por fadiga antes de
completar os ciclos de vida previamente estabelecidos.

Considerando a tensão obtida pelo critério de Von Mises como tensão


máxima alternada do sistema, podemos estabelecer uma carga variável da seguinte
forma:
Com base no gráfico acima podemos determinar a tensão máxima e
mínima, como:

𝜎𝑚á𝑥 = 40,49 𝑀𝑃𝑎


𝜎𝑚𝑖𝑛 = 0 𝑀𝑃𝑎

Com base nas tensões máximas e mínimas, calcula-se as tensões médias e


alternadas do carregamento de fadiga. Começaremos com a tensão média:

𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚𝑖𝑛
𝜎𝑚é𝑑 =
2
60,95 + 0
𝜎𝑚é𝑑 =
2

𝜎𝑚é𝑑 = 20,245 𝑀𝑃𝑎 (2,93 Ksi)


O valor da tensão alternada será:

𝜎𝑎𝑙𝑡 − 𝜎𝑎𝑙𝑡
𝜎𝑎𝑙𝑡 =
2

60,95 − 0
𝜎𝑎𝑙𝑡 =
2

𝜎𝑎𝑙𝑡 = 30,475 𝑀𝑃𝑎 (2,93 Ksi)

Agora é necessário determinar a tensão resistência à fadiga, considerando a


vida infinita do material. A tensão de resistência a fadiga(Sn) do material pode ser
obtida pela seguinte expressão:

𝑆𝑛 = 𝑆𝑛 ′ ∗ 𝐶𝐿 ∗ 𝐶𝐺 ∗ 𝐶𝑆 ∗ 𝐶𝑇 ∗ 𝐶𝑅

Onde Sn’= 0,5*Su, onde Su é o limite de ruptura do material. Os demais


parâmetros da equação são fatores de adequação da tensão com base nas
características de operação e carga.R Tais valores e significados desses
coeficientes estão presentes na tabela abaixo:
Consideramos os seguintes valores para cada um dos fatores, considerando
a tabela acima e o valor de Su é baseado no material em questão.

CL=1,0
CG= 1,0
CS= 0,78
CT=1,0
CR=0,897
Su= 75,41 Ksi (520 MPa )

Com os valores acima encontraremos o valor da tensão de resistência à


fadiga do material. Substituindo os valores na equação acima teremos:

𝑆𝑛 = 0,5 ∗ (75,41) ∗ 0,78 ∗ 0,897


𝑆𝑛 = 26,38 𝐾𝑠𝑖
Tendo as informações das tensões médias e alternadas e da tensão limite de
resistência à fadiga para vida infinita, podemos traçar o diagrama de Goodman e
determinar se a viga em questão se encontra dentro da linha de vida infinita à fadiga
e se não se encontrar, determinaremos quantos ciclos de trabalho ela terá antes de
romper por fadiga e assim compararemos se esse valor é menor ou maior do que os
ciclos de funcionamento previamente estimados. O diagrama de Goodman para a
carga de trabalho da viga está exibido abaixo.

Analisando o diagrama acima percebemos que o ponto de operação da viga


(2,93;2,93) é muito abaixo do ponto de intersecção entre as retas (19,87;19,87) que
configura o limite de vida infinita do material. Com isso conclui-se que sob o regime
de trabalho estabelecido não haverá falha por fadiga no material.

3.4. BARRAS INCLINADAS

As barras inclinadas tem a função de prevenir o tombamento do


pórtico quando este entra em movimento. No início do movimento, a carga
pode entrar em movimento angular e provocar um momento transversal na
viga principal, causando o tombamento. As barras principais reagem contra
esse momento, equilibrando toda a estrutura.
Foi utilizado barras metálicas de perfil quadrado com a mesma
dimensões das demais barras quadradas utilizadas no projeto. A viga foi
posicionada formando 45° com a horizontal e possui comprimento
aproximado de 1,00m. Segue abaixo as dimensões do catálogo Gerdau.

Sendo;

h=50,80mm
Peso específico=20,26kg/m

3.4.1. CÁLCULO DO ÂNGULO MÁXIMO DA CARGA

Considerando a carga suspensa por um cabo de aço como um pêndulo,


calculou-se a o ângulo máximo que a carga terá no início do movimento do pórtico
com base na velocidade média de deslocamento transversal do pórtico (0,55m/s), a
altura que a carga irá subir quando o movimento se iniciar e o comprimento do cabo
que estará segurando a carga. Utilizaram-se os conceitos de conservação da
energia mecânica, desconsiderando forças dissipativas. Com isso tem-se:

𝑚 ∗ 𝑔 ∗ ℎ = (𝑚 ∗ 𝑣²)/2

Sendo;

● m= massa da carga;
● h= deslocamento vertical da carga;
● v= velocidade de movimentação do pórtico;

Substituindo valores na equação tem-se:

300 ∗ 9,81 ∗ ℎ = (300 ∗ (0,55)²)/2


ℎ = 0,00154 𝑚

Definido o h, pode-se determinar o ângulo máximo de inclinação da carga por:

𝛩 = 𝜋∗ℎ
2∗𝑙
Sendo;

● h= a altura máxima da carga


● l= o comprimento do cabo ( no caso considerado como 10 cm)

Com isso encontrou-se um valor de:

𝛩 = 13,86°
3.4.2. CÁLCULO DA REAÇÃO SOBRE A VIGA

Sabendo que a viga faz reação ao movimento ao momento feito pelo


movimento angular da carga, primeiramente vamos determinar o percentual do peso
da carga que realiza esse momento com base no ângulo máximo.

𝐹𝑥 = 3000 ∗ 𝑆𝑒𝑛(𝛩)

Sendo;

● Fx= o valor da componente do peso da carga que realiza o momento;


● 𝛩= o ângulo máximo de deslocamento da carga;

Substituindo os valores na equação acima encontramos o valor de Fx.

𝐹𝑥 = 718,65 𝑁

Determinado Fx podemos encontrar o valor do momento fletor que ela causa


à estrutura tendo como base o ponto de apoio nas rodas (considerando a carga no
ponto mais alto do pórtico).Como a barra transversal resiste sozinha a esse
esforço, encontraremos o valor da força que ela está submetida. Pela equação de
equilíbrio dos momentos encontramos:

𝐹𝑥 ∗ 𝐻 = 𝑅 ∗ 𝐻′

Sendo;

● Fx= o valor da componente do peso da carga que realiza o momento;


● H= distância da carga ao ponto de referência;
● h’= distância do ponto de apoio da barra ao ponto de referência;
● R= força de reação da barra inclinada;

Substituindo valores temos;

718,65*4=R*0,75

R=3832,8 N
A força de reação da barra encontra-se inclinada em 45° em relação ao
comprimento da barra por isso podemos dividi-la em duas componentes, uma
Transversal e uma normal. Sendo ambas calculadas da seguinte forma:
𝑅𝑁 = 𝑅 ∗ 𝑠𝑒𝑛(45°)
𝑅𝑇 = 𝑅 ∗ 𝑐𝑜𝑠(45°)

Substituindo o valor de R nas equações acima temos:


𝑅𝑁 = 2710,20 𝑁
𝑅𝑇 = 2710,20 𝑁

Contudo a tensão transversal não provocará nenhuma flexão ou


cisalhamento devido o fato de ela estar ocorrendo perpendicularmente sobre um
dos apoios da viga. O peso próprio da barra foi desconsiderado nessa análise visto
que devido ao pequeno comprimento da barra ele seria muito pequeno e
consequentemente as tensões que ele provocaria seriam igualmente desprezíveis.

3.4.3. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL NA BARRA

A tensão normal na seção transversal da barra pode ser determinada pela


equação abaixo:

𝑅𝑁
𝜎𝑁 =
𝐴𝑇

Sendo;

● RN= A força normal sobre a barra;


● AT= área transversal da barra;

Substituindo os valores na equação acima teremos:


2710,20
𝜎𝑁 =
0,00258

𝜎𝑁 = 1,05 𝑀𝑃𝑎

3.4.4. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FLAMBAGEM

Como a barra mesmo curta pode ser considerada esbelta e está submetida a
uma carga de compressão, é necessário garantir que não haverá falha por
flambagem. Para executar tal verificação é necessário ver se a tensão de
compressão cujo a barra está submetida é inferior à tensão crítica de flambagem. A
tensão crítica de flambagem é dada por:

𝜋2 ∗ 𝐸
𝜎 𝐶𝑟 =
(𝐿/𝑅 )²
Sendo R, igual:

𝑅 = √𝐼/𝐴

Substituindo os valores nas equações teremos:

𝐼 = 5,549𝑥10−7 𝑚4
𝐴 = 2,5806𝑥10−3 𝑚²

R=0,01466 m
com isso o valor da tensão crítica será:

𝜎𝐶𝑟 = 26,532 𝑀𝑃𝑎

Como a tensão normal de compressão que a viga está submetida é de 1,05


MPa, podemos assumir que a viga não irá flambar.
3.4.5. VERIFICAÇÃO DA FALHA POR FADIGA

Como a frequência desse tipo de esforço será pequena (ocorrendo somente


no início do movimento do pórtico) e principalmente pelos valores de tensão cujo a
barra está submetida são muito inferiores ao limite de escoamento na barra (1,05
MPa << 220 MPa), torna-se desnecessário a análise se haverá falha por fadiga no
material. Sendo seguro afirmar que esse componente do pórtico não falhará devido
esse esforço.

3.5. CÁLCULOS DE TENSÃO NAS SOLDAS

Qualquer método de cálculo supõe imperativamente uma junta bem


executada, isto é, com penetração completa e uma forma adequada, para que a
ligação entre os elementos e o cordão não apresente nem descontinuidade, nem
variação brusca, crateras ou mordeduras. O dimensionamento do cordão deve ser
adaptado aos esforços a transmitir.

Notar que a eficiência de uma junta é consideravelmente melhorada por um


acabamento obtido por um esmerilhamento cuidadoso da superfície do cordão.

3.5.1. VIGA PRINCIPAL

Usando a fórmula principal para os cálculos de tensões temos:


𝜎𝐶𝑃 = √𝜎 2 + 2𝜏 2

Sendo Vmáx= 1433 N para cada lado e a área do cordão de solda foi
calculada através do perímetro de solda (4x50,8mm) que é o comprimento de
cordão de solda e também a espessura do mesmo 5 mm.

𝐴𝑇 = 4 ∗ 50,8 ∗ 5
𝐴𝑇 = 1,016 ∗ 10−3 𝑚²

A tensão cujo o cordão está submetido será de compressão, assim


pode ser calculada como:
𝜎 = 𝑉𝑚á𝑥
𝐴𝑡

Sendo;
● At= seção transversal da solda (considerando uma espessura de
cordão de solda de 5mm);
● Vmáx= força máxima atuante na seção do cordão;

Substituindo valores na equação temos:

𝜎= 1753/(1,016x10-3)

𝜎= 1,72 MPa.

3.5.2. PILARES DE SUSTENTAÇÃO

Usando a fórmula principal para os cálculos de tensões temos:


𝜎𝐶𝑃 = √𝜎 2 + 2𝜏 2

Sendo Vmáx= 1433 N para cada lado e a área do cordão de solda foi calculada
através do perímetro de solda (4x50,8mm) que é o comprimento de cordão de
solda e também a espessura do mesmo 5 mm.

𝐴𝑇 = 4 ∗ 50,8 ∗ 5
𝐴𝑇 = 1,016 ∗ 10−3 𝑚²

A tensão cujo o cordão está submetido será de compressão, assim


pode ser calculada como:

𝜎 = 𝑉𝑚á𝑥
𝐴𝑡

Sendo;
● At= seção transversal da solda (considerando uma espessura de
cordão de solda de 5mm);
● Vmáx= força máxima atuante na seção do cordão;

Substituindo valores na equação temos:

𝜎= 1433,65/(1,016x10-3)

𝜎= 1,41 MPa.

O pilar segue o princípio abaixo, de forma a ter tensão de tração e


compressão variante, de acordo com o movimento do peso. As tensões calculadas
acima relatam os valores máximos cujo as soldas estão submetidas

Fonte: Norma ABNT 8400(1984)

4. SOLICITAÇÕES DINÂMICAS

Além das cargas estáticas atuantes no pórtico, solicitações dinâmicas


aparecem no pórtico, principalmente nos momentos de início e término do seu
movimento, graças às forças inerciais do peso próprio do pórtico e do peso da
carga.

4.1. SOLICITAÇÕES DEVIDO AOS MOVIMENTOS VERTICAIS

As solicitações devidas aos movimentos verticais são provenientes do


içamento relativamente brusco da carga de serviço, durante o levantamento, e de
choques verticais devidos ao movimento sobre o caminho de rolamento. Nas
solicitações devidas ao levantamento da carga de serviço, levam-se em conta as
oscilações provocadas pelo levantamento brusco da carga, multiplicando-se as
solicitações devidas à carga de serviço por um fator chamado coeficiente dinâmico
(ψ).
4.1.1. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DINÂMICO

O fator de serviço é selecionado pela tabela abaixo com base no valor da


velocidade de translação média do pórtico.

Fonte: Norma ABNT 8400(1984)

𝜓 = 1 + 0,6 ∗ (0,4)

𝜓 = 1,24

Estabelecido o coeficiente dinâmico, vamos calcular os esforços devido a


carga (SL) e devido ao próprio peso da estrutura (SG)

4.1.2. CÁLCULO DE SL E SG

SL é calculado multiplicando a carga máxima pela aceleração da gravidade:

𝑆𝐿 = 300 ∗ 9,81
𝑆𝐿 = 2943 𝑁

SG é calculado multiplicando a aceleração da gravidade pelo peso do próprio


pórtico, sendo o peso do pórtico o somatório do peso de todas as vigas que o
compõem:𝑆𝐺 =
(𝑀 𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 + 𝑀 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 + 𝑀 𝑣𝑖𝑔𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒 +
𝑀 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠) ∗ 9,81
𝑆𝐺 = [ 50,6 + (2 ∗ 81,04) + (2 ∗ 30,84) + (4 ∗ 20,56) ] ∗ 9,81
𝑆𝐺 = 4000 𝑁

4.1.3. SOLICITAÇÃO DO EQUIPAMENTO EM CARGA

Utilizando os valores de SL E SG e do coeficiente dinâmico podemos


encontrar o valor da carga dinâmica (CD) cujo o pórtico está submetido quando
operando em plena carga. O valor dessa carga pode ser obtida pela expressão:

𝐶𝐷 = 𝑆𝐺 + 𝜓 ∗ 𝑆𝐿
𝐶𝐷 = 4000 + 1,24 ∗ 2943
𝐶𝐷 = 7650 𝑁

As forças dinâmicas de movimentos verticais são maiores do que as cargas


estáticas já calculadas acima, contudo não tem magnitude tão superior ao ponto de
representarem possibilidade de ruptura do material, visto que a folga entre as
cargas estáticas e os limites aceitáveis são elevadas.

4.2. SOLICITAÇÕES DEVIDO AOS MOVIMENTOS VERTICAIS

Os efeitos horizontais devidos às acelerações ou desacelerações são


levados em consideração a partir das acelerações ou desacelerações imprimidas
nos elementos móveis, quando das partidas ou frenagens, calculando-se as
solicitações resultantes nos diferentes elementos da estrutura.
A Tabela 6 fornece os valores de tempos de aceleração e acelerações
recomendadas para as condições de movimentação.
Fonte: Norma ABNT 8400(1984)

Com base nos dados da tabela vamos determinar se os valores de


aceleração média e tempo de aceleração do projeto em questão se adequam ao
recomendado pela norma.

4.2.1. CÁLCULO DA ACELERAÇÃO MÉDIA

A aceleração ou desaceleração média(Jm) é dada pela fórmula:

𝐹
𝐽𝑚 =
(𝑚 + 𝑚1)

Sendo,

● F= força normal equivalente;


𝑁° 𝑅𝑂𝐷𝐴𝑆 𝑀𝑂𝑇𝑂𝑅𝐴𝑆
𝐹 = 0,16 ∗ (𝑚1 + 𝑚) ∗ ( )
𝑁° 𝑅𝑂𝐷𝐴𝑆

● m= massa equivalente;
● m1= massa da carga;
Substituindo valores nas equações, teremos:

𝐹 = 0,16 ∗ (2943 + 4000) ∗ (2/4)


𝐹 = 555,44 𝑁

555,44
𝐽𝑚 =
(2943 + 4000)
𝐽𝑚 = 0,08 𝑚/𝑠²

Percebemos que o valor de aceleração média é menor que o valor


recomendado pela norma, por isso os valores são satisfatórios.

4.2.2. CÁLCULO DO TEMPO DE ACELERAÇÃO

A duração média da aceleração ou desaceleração (Tm) é dada pela


fórmula:

𝑣
𝑇𝑚 =
𝐽𝑚

Sendo:
● v= velocidade de translação do pórtico (0,55 m/s )
● Jm= aceleração média do pórtico

Substituindo valores nas equações, teremos:


0,55
𝑇𝑚 =
0,08
𝑇𝑚 = 6,87 𝑠𝑒𝑔

Percebemos que o valor do tempo médio de aceleração é maior que o valor


recomendado pela norma, por isso os valores são satisfatórios.

5. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DOS AÇOS

As verificações efetuadas nas regras de cálculo relativas à segurança das


estruturas dos equipamentos contra escoamento, instabilidade e ruptura à fadiga
não proporcionam segurança contra a ruptura frágil. Para se obter uma segurança
suficiente contra a ruptura frágil, deve-se escolher um certo tipo de aço em função
da influência desta ruptura. As principais influências que afetam a sensibilidade à
ruptura frágil são:

a) influências combinadas das tensões de tração devidas ao peso próprio e das


tensões devidas à carga

Será analisado o Caso III - cruzamento de cordões de solda pois apresenta o caso
mais crítico a ser avaliado

𝑆𝑔
𝑍𝑎 = +1
0.5 ∗ 𝜎𝑎
● 𝜎𝑎 = tensão admissível de tração em relação ao limite elástico
● 𝑆𝑔 = tensão peso próprio
● 𝑍𝑎 = índice de avaliação para a influência a

𝜎𝑎 = 220 Mpa
b) espessura da peça:

Para 5 mm ≤ e < 20 mm

9
𝑍𝑏 = ∗ 𝑒2
2500

Para 20 mm ≤ e < 100 mm

𝑍𝑏 = 0,65 ∗ √𝑒 − 14,81 − 0.05

c) influências de baixas temperaturas:

𝑍𝑐 = 0,4

d) determinação do tipo de aço:

A qualidade mínima do aço estrutural a ser utilizado é determinado pela soma


dos valores de Za, Zb e Zc.

∑ 𝑍 = 𝑍𝑎 + 𝑍𝑏 + 𝑍𝑐

Serão avaliadas a 2 vigas de perfis diferentes, a viga principal em I e a viga de


sustentação quadrada.

● Viga principal:

50,6∗9,81
a) 𝑆𝑔 = = 0,308 𝑀𝑝𝑎
0,001611

0,308
𝑍𝑎 = + 1 = 1,00
0.5 ∗ 220

9
b) 𝑍𝑏 = ∗ 6,432 = 0,148
2500
c) 𝑍𝑐 = 0,4
d) ∑ 𝑍 = 1,55
● Viga de sustentação:

81,4∗9,81
b) 𝑆𝑔 = = 0,308 𝑀𝑝𝑎
0,0508²

0,308
𝑍𝑎 = + 1 = 1,00
0.5 ∗ 220

b)𝑍𝑏 = 0,65 ∗ √50,08 − 14,81 − 0.05 = 3,849


c) 𝑍𝑐 = 0,4
d) ∑ 𝑍 = 5,249

Avaliação dos parâmetros:

Fonte:Norma ABNT 8400(1984)

De acordo com a tabela 18 o grupo é classificado no grupo de qualidade 3,


no qual o aço ASTM A36, previamente definido, está incluído.
Fonte: Norma ABNT 8400(1984
6. SISTEMA DE IÇAMENTO DA CARGA

6.1. TALHA ELÉTRICA

Para o sistema de Içamento de carga, foi consultado o catálogo do


fornecedor B. Lotti e para a montagem foi selecionada uma talha elétrica de
corrente, com possibilidade de acoplamento em viga perfil I (Selecionada para a
montagem do Pórtico).
Abaixo segue especificação da talha selecionada:

A talha selecionada foi do modelo BHE SS-0005, e possui uma capacidade


de içamento de até 500kg, o que atende a especificação do projeto e uma
velocidade de 7,2 metros por minuto. Além disso, o equipamento conta com um
motor elétrico de 0,8 Kw de potência que deve ser ligado a uma fonte de energia de
220V.

6.2. CORRENTE OFFSHORE

A escolha de uma talha elétrica de corrente nos leva ao dimensionamento da


corrente do conjunto. Foi consultada uma corrente que fosse compatível à
montagem e atendesse a demanda de carga solicitada. A imagem abaixo mostra o
catálogo de correntes offshore da CM do Brasil:

A corrente selecionada foi do modelo BCG8080 com capacidade de até 2000


kg e com dimensões que permitem a montagem com a talha elétrica de outro
fabricante.
6.3. GANCHO

Por fim, foi selecionado um gancho para a montagem do conjunto. O gancho


foi escolhido no catálogo do mesmo fabricante, CM do Brasil:

O gancho selecionado foi do tipo Clevis CSH modelo B86658318 com


capacidade também de até 2000 kg.
7. CONCLUSÃO

Este projeto teve como objetivo o dimensionamento de um equipamento de


transporte de cargas, mais especificamente um pórtico monoviga manual. O projeto
foi baseado nos critérios da norma NBR 8400, porém, foi imprescindível os
conhecimentos de dimensionamento estrutural adquiridos no decorrer do curso.
Inicialmente foi feito o dimensionamento da estrutura a partir de
especificações pré-estabelecidas pelos projetistas, na prática essas especificações
seriam determinadas por um cliente.
Foram verificadas as possíveis falhas como o escoamento, flambagem,
fadiga e esforços dinâmicos. Verificando a não ocorrência de nenhuma dessas
falhas no projeto.
Os componentes do pórtico foram unidos através de solda, método esse
escolhido em detrimento da junção por parafusos devido a maior facilidade de
implementação e menor custo. As especificações das juntas soldadas foram feitas
seguindo as orientações da norma.
Por último os componentes de levantamento da carga foram retirados de
catálogos de empresas especializadas visando maior comodidade e possibilidade
de escolha para um possível cliente que um dia decida implementar o projeto,
Em suma podemos admitir que os resultados encontrados foram satisfatórios
e que é completamente possível a construção de um modelo real do pórtico fazendo
uso das informações contidas nesse projeto.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PERFIS ESTRUTURAIS GERDAU: Tabela de bitolas. Disponível em:


<https://www.gerdau.com/br/pt/productsservices/products/Document%20Gallery/perf
il-estrutural-tabela-de-bitolas.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2018.

B. LOTTI INDÚSTRIA DA MOVIMENTAÇÃO: Catálogo. Disponível em:


<http://www.blotti.com.br/talhas.php>. Acesso em: 25 nov. 2018.

ABNT, norma NBR 8400. Cálculo de Equipamento para Levantamento e


Movimentação de Cargas, março 1984.

JUVINALL, C. Robert. Projeto de Componentes de Máquinas. Editora LTC 4°


Edição, 2000.

HIBBELER, C. Russel. Resistência dos Materiais. Editora PEARSON 7° Edição,


2012.

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