Você está na página 1de 2

TRIBUNAL MARÍTIMO

PT/MDG PROCESSO Nº 31.824/17


ACÓRDÃO

Lancha “VINI”. Colisão de lancha, provocando avaria no casco de cerca de


trinta centímetros e danos na rabeta do motor, sem ocorrência de danos
pessoais ou ambientais. Objeto de fundo não cartografado. Arquivamento.

Vistos e relatados os presentes autos.


Tratam os autos do inquérito instaurado pela Delegacia da Capitania dos
Portos em São Francisco, a fim de apurar a colisão envolvendo a embarcação “VINI,
ocorrido no dia 11 de fevereiro de 2017, por volta das 09h30min, na área de aproximação
da Ilha dos Herdeiros, Baía da Babitonga, São Francisco do Sul, SC.
Dos depoimentos colhidos e documentos acostados extrai-se que, na data e
hora citadas acima, a lancha “VINI” suspendeu do Joinville Iate Clube, com a finalidade
de realizar um passeio na Baía da Babitonga, por volta das 09h30min, mais precisamente
na Ilha dos Herdeiros a Lancha colidiu em uma rocha submersa existente.
Documentação de praxe anexada.
O Laudo de Exame Pericial (fls. 10/20) relatou que não houve poluição
hídrica e acidente pessoal, mas houve danos materiais devido a avaria no casco de cerca
de trinta centímetros e danos na rabeta do motor. Que as condições climáticas não
contribuíram para a ocorrência do evento danoso, pois o tempo estava bom, mar calmo e
sem vento. Concluiu que a causa determinante da colisão da lancha com uma rocha
submersa, deu-se devido às informações deficientes e pela falta de detalhamento do
documento náutico (carta náutica 1804), com relação à existência de uma rocha submersa
naquela área.
O Encarregado do IAFN (fls. 45/50) concluiu que o acidente da navegação,
resultou de um caso fortuito, eis que foi decorrente de um acontecimento possível, mas
estranho à ação e à vontade humana, de efeito imprevisível, inevitável e irresistível, sem
que os possa impedir ou que tenha participado de qualquer maneira para a sua efetivação,
pois o condutor da lancha “VINI” ao se aproximar daquela área não tinha como prever a
existência de uma rocha submersa naquele local, devido às informações deficientes a
falta de detalhamento do documento náutico (carta náutica 1804), deixando assim este
Encarregado de apontar possíveis responsáveis.
Os autos do inquérito foram encaminhados a este Tribunal e remetidos à
PEM (fls. 38/39) que pugna pelo arquivamento dos presentes autos, devido à ausência da
indicação na carta náutica da rocha submersa, não sendo possível assim responsabilizar o
1/2
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.824/2017........................................)
===============================================================
condutor e concluiu que a situação fática narrada decorreu de caso fortuito.
Publicada nota de arquivamento em 22 de março de 2018 o prazo para
manifestações de possíveis interessados transcorreu em branco até o dia 22 de maio de
2018 (fl. 64).
Assiste razão à PEM quanto ao pedido de arquivamento e no caso concreto
fica evidenciado nos autos que a causa determinante do evento em questão devido às
informações deficientes a falta de detalhamento do documento náutico (carta náutica
1804).
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: colisão de lancha, provocando avaria no
casco de cerca de trinta centímetros e danos na rabeta do motor, sem ocorrência de danos
pessoais ou ambientais; b) quanto à causa determinante: objeto de fundo não
cartografado; e c) decisão: julgar o acidente da navegação previsto no art. 14, alínea “a”,
da Lei nº 2.180/54, como de origem indeterminada, mandando arquivar os autos,
conforme promoção da PEM.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 19 de setembro de 2018.

MARCELO DAVID GONÇALVES


Juiz Relator

Cumpra-se o Acórdão, após o trânsito em julgado.


Rio de Janeiro, RJ, em 08 de novembro de 2018.

WILSON PEREIRA DE LIMA FILHO


Vice-Almirante (RM1)
Juiz-Presidente
PEDRO COSTA MENEZES JUNIOR
Primeiro-Tenente (T)
Diretor da Divisão Judiciária
AUTENTICADO DIGITALMENTE
Digitalmente

2/2
Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF,
cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2018.12.14 15:01:23 -02'00'

Você também pode gostar